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NFPSS - PARTE I - MPMG

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NFPSS | RETA FINAL - MPMG 
Ciclos Método 
1 
 
 
NFPSS | RETA FINAL - MPMG 
Ciclos Método 
2 
 
 
ÍNDICE 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO___________________________________________________________________3 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL__________________________________________________________________65 
 
DIREITO PENAL E CRIMINOLOGIA___________________________________________________________ 130 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL_______________________________________________________________268 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NFPSS | RETA FINAL - MPMG 
Ciclos Método 
3 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
Olá, futuros Promotores de Justiça! 
 
Preparamos essa super revisão de véspera de prova, para refrescar a sua memória sobre aqueles 
temas que a gente insiste em esquecer na hora de marcar a alternativa correta. 
 
SENTIDOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
De acordo com Hely Lopes Meirelles, a Administração pratica atos de execução, os chamados atos 
administrativos, com poderes de decisão limitados a atribuições de natureza executiva, definidos em lei. 
Em sentido formal, subjetivo, orgânico, a Administração corresponde aos agentes, órgãos e pessoas jurídicas 
com incumbência de executar atividades administrativa. 
Em sentido material, objetivo, funcional, a Administração Pública abrange as atividades exercidas. 
 
Aspecto Subjetivo Aspecto Objetivo 
Conjunto de órgãos e entidades que integram a 
estrutura do Estado e tem como função satisfazer o 
interesse público, a vontade política governamental. 
Conjunto de atividades que esses órgãos e entidades 
desempenham. Ex.: fomentar iniciativa privada, 
prestar serviço público, exercer poder de polícia. 
 
O Direito Administrativo é o ramo do Direito Público que tem por objeto as regras e os princípios aplicáveis à 
atividade administrativa para a satisfação do interesse público. 
Administração Pública (com iniciais maiúsculas) designa o conjunto de órgãos e agentes estatais no exercício 
da função administrativa, independentemente de pertencerem ao Poder Executivo, Legislativo, Judiciário, ou a 
qualquer outro organismo estatal (como Ministério Público e Defensorias Públicas). 
A expressão “administração pública” (com iniciais minúsculas) é sinônima de “poder executivo” (também com 
iniciais minúsculas), e ambas designam a atividade consistente na defesa concreta do interesse público. 
As atividades precípuas da Administração Pública moderna são: 1ª) o exercício do poder de polícia; 2ª) a 
prestação de serviços públicos; 3ª) a realização de atividades de fomento. 
 
CRITÉRIOS DE DEFINIÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
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Ciclos Método 
4 
 
CORRENTE LEGALISTA: Chamado de Escola Exegética. Para essa corrente, o direito administrativo seria um 
conjunto da legislação administrativa existente no país. Era apenas uma compilação de leis existentes, 
desconsiderando a jurisprudência e princípios, por esse motivo a corrente não vingou. 
CRITÉRIO DO PODER EXECUTIVO: Todo Direito Administrativo estaria incluído na atuação do Poder Executivo, 
ignorando a atuação administrativa fora do Executivo. Para essa teoria, o Direito Administrativo seria um 
conjunto de leis que disciplinam a atuação do Poder Executivo. 
CRITÉRIO DAS RELAÇÕES JURÍDICAS: O Direito Administrativo seria a disciplina das relações jurídicas entre a 
administração pública e o particular. Essa corrente, esquece que outros ramos do Direito Público possuem 
relações similares, como é o caso do Direito Penal e Direito Tributário. 
CRITÉRIO DO SERVIÇO PÚBLICO: Origem: Escola do Serviço Público (seguindo orientações de Leon Duguit). O 
Direito Administrativo tem por objeto a disciplina jurídica dos serviços públicos, ou seja, serviços prestados 
pelo Estado a toda sociedade. 
CRITÉRIO TELEOLÓGICO OU FINALÍSTICO: O Direito Administrativo deve ser considerado um conjunto de 
princípios que regulamenta as atividades do Estado para cumprimento de seus fins. É uma afirmação correta, 
porém incompleta. 
CRITÉRIO NEGATIVISTA: Esse conceito é obtido por exclusão, ou seja, seriam pertinentes a esse ramo do 
Direito as questões que não fossem pertinentes a nenhum outro ramo do Direto, assim seriam funções 
administrativas todas as funções do Estado que não as de natureza jurisdicional ou legislativa. 
CONCEITO POR HELLY LOPES MEIRELLES: Direito Administrativo é o conjunto harmônico de princípios 
jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar de forma concreta, 
direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado. 
 
PEDRAS DE TOQUE DO DIREITO ADMINISTRATIVO: 
 
A expressão foi criada por Celso Antônio Bandeira de Melo, para falar dos princípios básicos, mais importantes 
do Direito administrativo, dos quais todos os demais princípios decorrem, quais sejam: Princípio da 
supremacia do interesse público e Princípio da indisponibilidade do interesse público. 
A Supremacia do Interesse Público sobre o Particular estabelece que o interesse do Estado deve prevalecer em 
relação ao interesse do particular. 
A Indisponibilidade do Interesse Público significa que o administrador não pode abrir mão do interesse 
público. 
 
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE: 
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Ciclos Método 
5 
 
 
O administrador não pode buscar interesses próprios, pessoais. Traz a ausência de subjetividade, sem 
inclinações pessoais. O administrador deve agir no atendimento do interesse público (de forma impessoal, 
abstrata e genérica). 
 
Está previsto na Constituição no art. 37, caput e no §1º nos seguintes termos: 
 
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter 
educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que 
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. 
Está em desconformidade com a Constituição Federal (CF) a delegação a cada Poder para definir, por norma 
interna, as hipóteses pelas quais a divulgação de ato, programa, obra ou serviço públicos não constituirá 
promoção pessoal. A divulgação de atos e iniciativas de parlamentares é considerada legítima quando 
efetuada — com a finalidade exclusiva de informar ou educar — nos ambientes de divulgação do mandatário 
ou do partido político, não se havendo de confundi-la com a publicidade do órgão público ou entidade. (ADI 
6522/DF, relatora Min. Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 14.5.2021). 
 
#OLHAOCHANGO: 
Nepotismo: 
O nepotismo decorre do princípio da isonomia, da impessoalidade e, especialmente, do princípio da 
moralidade, não tendo previsão legal ou constitucional expressa. 
Súmula Vinculante 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por 
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica 
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de 
confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações 
recíprocas, viola a Constituição Federal. 
O Supremo Tribunal Federal tem afastado a aplicação da Súmula Vinculante 13 a cargos públicos de 
natureza política, ressalvados os casos de inequívoca falta de razoabilidade, por manifesta ausência de 
qualificação técnica ou inidoneidade moral. Precedentes. 2. Não há nos autos qualquer elemento que 
demonstre a ausência de razoabilidade da nomeação. (Rcl 28.024 AgR, rel. min. Roberto Barroso, 1ª T, j. 29-5-
2018, DJE 125 de 25-6-2018). 
Não há nepotismo na nomeação de servidor para ocupar o cargo de assessor de controle externo do Tribunal 
de Contas mesmo que seu tio (parente em linhacolateral de 3º grau) já exerça o cargo de assessor-chefe de 
gabinete de determinado Conselheiro, especialmente pelo fato de que o cargo do referido tio não tem 
qualquer poder legal de nomeação do sobrinho. A incompatibilidade da prática enunciada na SV 13 com o art. 
37 da CF/88 não decorre diretamente da existência de relação de parentesco entre pessoa designada e agente 
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Ciclos Método 
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político ou servidor público, mas de presunção de que a escolha para ocupar cargo de direção, chefia ou 
assessoramento tenha sido direcionado à pessoa com relação de parentesco com quem tenha potencial de 
interferir no processo de seleção. STF. 2ª Turma. Rcl 18564/SP, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o 
acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 23/2/2016 (Info 815). 
A Constituição do Estado do Espírito Santo prevê, em seu art. 32, VI, que é “vedado ao servidor público servir 
sob a direção imediata de cônjuge ou parente até segundo grau civil”. Foi proposta uma ADI contra esta 
norma. O STF julgou a norma constitucional, mas decidiu dar interpretação conforme à Constituição, no 
sentido de o dispositivo ser válido somente quando incidir sobre os cargos de provimento em comissão, 
função gratificada, cargos de direção e assessoramento. Em outras palavras, o STF afirmou que essa vedação 
não pode alcançar os servidores admitidos mediante prévia aprovação em concurso público, ocupantes de 
cargo de provimento efetivo, haja vista que isso poderia inibir o próprio provimento desses cargos, violando, 
dessa forma, o art. 37, I e II, da CF/88, que garante o livre acesso aos cargos, funções e empregos públicos aos 
aprovados em concurso público. STF. Plenário. ADI 524/ES, rel. orig. Min. Sepúlveda Pertence, red. p/ o 
acórdão Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 20/5/2015 (Info 786). 
 
ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
A Administração Direta consiste em conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas do Estado (U, E, DF, 
M), aos quais foi atribuída a competência para o exercício de atividades administrativas, de forma 
centralizada. 
A Administração Indireta consiste em entidades administrativas vinculadas à Administração Direta, para o 
exercício de atividades de forma descentralizada. 
 
Centralização ou descentralização política: distribuir tarefas estatais entre esferas da Federação 
(descentralização vertical) ou entre poderes distintos dentro de uma mesma esfera administrativa 
(descentralização horizontal). 
 
Centralização ou descentralização administrativa: unir ou distribuir competências ou seu exercício entre 
entidades com personalidade jurídica própria, estatais ou não. Ex: União transfere as competências 
universitárias para uma autarquia. 
 
Concentração ou desconcentração: distribuir as tarefas de cada entidade pública (pessoa jurídica) 
internamente entre seus órgãos (sem personalidade jurídica própria), ou seja, repartição interna de tarefas 
dentro de uma mesma entidade entre seus órgãos. 
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#FOCANATABELA: 
 
DESCONCENTRAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO 
Criação de centros 
de competência 
dentro da mesma 
pessoa jurídica. 
Transferência de algumas atribuições a outras pessoas. 
TERRITORIAL 
OUTORGA 
Descentralização por serviços 
DELEGAÇÃO/COLABORAÇÃO 
Descentralização por delegação 
DA TITULARIDADE E DA 
EXECUÇÃO 
Só à Adm. Pública 
DA EXECUÇÃO 
À Adm. Pública+ Particulares 
 
Por lei 
Por lei: à Adm. Pública Indireta 
Por contrato: aos particulares 
 
Teoria dos órgãos: 
TEORIA DO MANDATO TEORIA DA REPRESENTAÇÃO TEORIA DO ÓRGÃO 
 
Toma por base um instituto de 
Direito Privado: o mandato. 
- A relação entre o Estado e os 
seus agentes teria por base o 
contrato de mandato, ou seja, o 
agente público é um mandatário 
do Estado. 
- A pessoa física atuaria em nome 
da pessoa jurídica estatal e sob a 
responsabilidade dela, em razão 
da outorga específica de 
poderes. 
Coloca o agente público como o 
representante do Estado por 
força de lei. 
- O agente é equiparado a uma 
espécie de tutor ou curador do 
Estado. 
Críticas: 
- Equiparação do Estado a um 
incapaz. 
- Ato do representante com 
exorbitância não seria oponível 
ao Estado. 
 
Teoria Alemã (Otto Gierke) 
- Presume-se que a pessoa 
jurídica manifesta a sua vontade 
por meio dos órgãos, que são 
partes integrantes da própria 
estrutura da pessoa jurídica, de 
tal modo que quando os agentes 
atuam nestes órgãos manifestam 
sua vontade. 
- A vontade da pessoa jurídica se 
forma e se exterioriza com a 
atuação dos seus órgãos. 
- A manifestação exarada pela 
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Críticas: 
- Impossibilidade do Estado (sem 
vontade própria) outorgar 
mandato. 
- Prática de ato com exorbitância 
de poderes (impossibilidade de 
responsabilizar o mandante – 
Estado). 
pessoa física é imputada à pessoa 
jurídica de direito público (Teoria 
da Imputação Volitiva). 
 
- Agente público presenta a 
pessoa jurídica de direito público, 
corporificando o ente público. 
- Teoria dominante. 
 
AUTARQUIA: As autarquias são definidas como serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, 
patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para 
seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. 
FUNDAÇÃO: As fundações podem ser públicas podem ser de direito público ou privado. 
#DEOLHONAJURIS: Segundo a jurisprudência da Corte, a qualificação de uma fundação instituída pelo Estado 
como sujeita ao regime público ou privado depende de dois fatores: i) do estatuto de sua criação ou 
autorização e ii) das atividades por ela prestadas. Não há na Constituição Federal o elenco das atividades que 
definiriam qual o regime jurídico a ser aplicado a uma determinada fundação pública. Entretanto, existem 
alguns pressupostos lógico-jurídicos que devem ser utilizados como critérios discriminadores. (RE 716378, 
Relator(a): DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 07/08/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-164 DIVULG 29-
06-2020 PUBLIC 30-06-2020) 
#SELIGANATABELA 
Autarquia Criada e extinta por lei. 
Exerce atividades típicas de Estado. 
Regime Jurídico de Direito Público. 
Bens públicos. 
Regime jurídico único. 
Fundação Pode ser de direito público (criada por lei) ou de 
direito privado (autorizada por lei). 
Exerce atividades que beneficiam a coletividade. 
Regime jurídico de direito público ou privado. 
Empresa Pública Autorizada por lei, mais registro. 
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Regime jurídico de direito privado. 
Intervenção no domínio econômico ou serviço 
público. 
Empregado público, sob o regime CLT. 
Admite qualquer forma societária. 
Capital exclusivamente público. 
Sociedade de Economia Mista Autorizada por lei, mais registro. 
Regime jurídico de direito privado. 
Intervenção no domínio econômico ou serviço 
público. 
Empregado público, sob o regime CLT. 
Sempre sociedade anônima. 
Capital majoritariamente público. 
 
#FOCANATABELA #IMPORTANTE 
EMPRESA PÚBLICA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA 
Tem sua criação autorizada por lei Tem sua criação autorizada por lei 
Pessoa jurídica de direito privado Pessoa jurídica de direito privado 
 
Funcionários são empregados públicos regidos pela 
CLT 
Funcionários são empregados públicos regidos pela 
CLT 
Presta serviço público ou explora atividade 
Econômica 
Presta serviço público ou explora atividade 
econômica 
 
100% do capital público Maioria das ações com direito a voto deve ser do 
ente público ou de entidade da administração 
indireta 
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Qualquer modalidade empresarial (sociedade 
simples, sociedade Ltda; S/A, etc) 
Somente na forma de S/A 
 
#DEOLHONAJURIS: 
É desnecessária a autorização legislativa expressa para a criação de subsidiáriasquando houver autorização 
legislativa da criação de empresa pública ou sociedade de economia mista e nesta constar permissão genérica 
da possibilidade de criação de subsidiárias. Assim, não se exige lei específica para autorizar a criação de 
subsidiária. Com base no paralelismo das formas, como não é exigida lei específica para criar a subsidiária, 
também não é necessária lei específica para alienar o seu controle acionário. Em palavras mais simples: como 
não se exige lei específica para criar, também não se exige lei específica para “vender”. STF. Plenário. ADPF 
794/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/5/2021 (Info 1018). 
O art. 37, XIX, da CF/88 afirma que é necessária a edição de uma lei específica para se autorizar a instituição de 
uma sociedade de economia mista ou uma empresa pública. Para que ocorra a desestatização da empresa 
estatal também necessária lei específica ou basta uma autorização genérica prevista em lei que veicule 
programa de desestatização? A Lei nº 9.491/97 tratou sobre o Programa Nacional de Desestatização e 
autorizou a desestatização de empresas estatais. Essa lei genérica é suficiente? Em regra, sim. É desnecessária, 
em regra, lei específica para inclusão de sociedade de economia mista ou de empresa pública em programa de 
desestatização. Não se aplica o princípio do paralelismo das formas. Exceção: em alguns casos a lei que 
autorizou a criação da empresa estatal afirmou expressamente que seria necessária lei específica para sua 
extinção ou privatização. Nesses casos, obviamente, não é suficiente uma lei genérica (não basta a Lei nº 
9.491/97), sendo necessária lei específica. STF. Plenário. ADI 6241/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 
6/2/2021 (Info 1004). 
Agências reguladoras: São autarquias em regime especial (possuem regime jurídico distinto daquele 
dispensado às demais autarquias) e que foram criadas para exercer a regulação de atividades econômicas em 
sentido amplo. 
AGÊNCIAS REGULADORAS AGÊNCIAS EXECUTIVAS 
Não se trata de uma nova espécie integrante 
da Administração Pública. 
Não se trata de uma nova espécie integrante da 
Administração Pública. 
São autarquias sob regime especial. Podem ser autarquias ou fundações públicas. 
O grau de autonomia depende dos 
instrumentos específicos que a respectiva lei 
instituidora estabeleça. 
Trata-se de qualificação formal, nos termos da lei nº 
9.649/98, arts. 51 e 52. 
Não existe a figura da desqualificação da A qualificação se dá por meio de Decreto e pode ocorrer 
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11 
 
agência reguladora. a desqualificação da entidade (também por Decreto). 
Vale lembrar que essa desqualificação não afeta a 
natureza da entidade, que continua a ser uma autarquia 
ou fundação. 
Atuam na área de regulação. Não é prevista uma área específica de atuação. 
A lei instituidora pode prever ou não, a 
celebração do contrato de gestão com o Poder 
Público. 
A celebração de contrato de gestão com o Poder 
Público é condição obrigatória para a obtenção da 
qualificação. 
É possível uma agência reguladora ser 
qualificada como uma agência executiva, caso 
preencha os requisitos. 
Uma autarquia qualificada como agência executiva 
pode ou não ser uma agência reguladora. 
 
A Lei nº 9.986/2000 dispõe sobre a gestão de recursos humanos das Agências Reguladoras. 
Os art. 8º-A prevê algumas pessoas que são proibidas de integrar o Conselho Diretor ou a Diretoria Colegiada 
das agências reguladoras. Veja as hipóteses dos incisos III e VII: Art. 8º-A. É vedada a indicação para o Conselho 
Diretor ou a Diretoria Colegiada: III - de pessoa que exerça cargo em organização sindical; VII - de membro de 
conselho ou de diretoria de associação, regional ou nacional, representativa de interesses patronais ou 
trabalhistas ligados às atividades reguladas pela respectiva agência. O STF declarou que esses incisos são 
constitucionais. É constitucional dispositivo legal que veda a indicação de pessoa que exerça cargo em 
organização sindical ou que seja membro de conselho ou diretoria de associação patronal ou trabalhista para a 
alta direção das agências reguladoras. STF. Plenário. ADI 6276/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 
17/9/2021 (Info 1030). 
 
TERCEIRO SETOR 
Com a falência do Estado, o setor privado começou a ajudar nas questões sociais, através das inúmeras 
instituições que compõem o chamado terceiro setor. Ou seja, o terceiro setor é constituído por organizações 
sem fins lucrativos e não governamentais, que tem como objetivo gerar serviços de caráter público. 
Quem são as Organização da sociedade civil: 
a) entidade privada sem fins lucrativos que não distribua entre os seus sócios ou associados, conselheiros, 
diretores, empregados, doadores ou terceiros eventuais resultados, sobras, excedentes operacionais, brutos 
ou líquidos, dividendos, isenções de qualquer natureza, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos 
mediante o exercício de suas atividades, e que os aplique integralmente na consecução do respectivo objeto 
social, de forma imediata ou por meio da constituição de fundo patrimonial ou fundo de reserva; 
b) as sociedades cooperativas previstas na Lei nº 9.867, de 10 de novembro de 1999 ; as integradas por 
pessoas em situação de risco ou vulnerabilidade pessoal ou social; as alcançadas por programas e ações de 
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combate à pobreza e de geração de trabalho e renda; as voltadas para fomento, educação e capacitação de 
trabalhadores rurais ou capacitação de agentes de assistência técnica e extensão rural; e as capacitadas para 
execução de atividades ou de projetos de interesse público e de cunho social. 
c) as organizações religiosas que se dediquem a atividades ou a projetos de interesse público e de cunho social 
distintas das destinadas a fins exclusivamente religiosos. 
Termo de colaboração: O termo de colaboração deve ser adotado pela administração pública para consecução 
de planos de trabalho de sua iniciativa, para celebração de parcerias com organizações da sociedade civil que 
envolvam a transferência de recursos financeiros. 
Termo de fomento: O termo de fomento deve ser adotado pela administração pública para consecução de 
planos de trabalho propostos por organizações da sociedade civil que envolvam a transferência de recursos 
financeiros. 
Acordo de cooperação: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela 
administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse 
público e recíproco que não envolvam a transferência de recursos financeiros. 
#OLHAOGANCHO #SELIGANATABELA 
OS OSCIP 
O Poder Executivo poderá qualificar como 
organizações sociais pessoas jurídicas de 
direito privado, sem fins lucrativos, cujas 
atividades sejam dirigidas ao ensino, à 
pesquisa científica, ao desenvolvimento 
tecnológico, à proteção e preservação do 
meio ambiente, à cultura e à saúde. 
Podem qualificar-se como Organizações da 
Sociedade Civil de Interesse Público as 
pessoas jurídicas de direito privado sem fins 
lucrativos que tenham sido constituídas e se 
encontrem em funcionamento regular há, 
no mínimo, 3 (três) anos, desde que os 
respectivos objetivos sociais e normas 
estatutárias atendam aos requisitos 
instituídos por esta Lei. 
Contrato de Gestão. Termo de Parceria. 
 
#DEOLHONAJURIS: Em caso de irregularidades do Estado-membro em convênio federal, a União somente 
poderá inscrever o ente no SIAFI, no CADIN e no CAUC após o término do processo de prestação de contas 
especial, observados os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório O cadastro restritivo não 
deve ser feito de forma unilateral e sem acesso à ampla defesa e ao contraditório. Isso porque, muitas vezes, a 
inscrição pode ter, além de motivação meramente financeira, razões políticas. Assim, ao poder central (União) 
é possívelsuspender imediatamente o repasse de verbas ou a execução de convênios, mas o cadastro deve ser 
feito nos termos da lei, ou seja, mediante a verificação da veracidade das irregularidades apontadas. Isso 
porque o cadastro tem consequências, como a impossibilidade da repartição constitucional de verbas das 
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receitas voluntárias. A tomada de contas especial, procedimento por meio do qual se alcança o 
reconhecimento definitivo das irregularidades, com a devida observância do contraditório e da ampla defesa, 
tem suas regras definidas em lei. Ao final, é possível tornar o dano ao erário dívida líquida e certa, e a decisão 
tem eficácia de título executivo extrajudicial. STF. Plenário. ACO 2892 AgR/DF, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. 
p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 11/9/2019 (Info 951). 
 
PODERES ADMINISTRATIVOS 
 
#FOCANATABELA: 
Poder Hierárquico É a prerrogativa que garante ao 
administrador estruturar, escalonar e 
hierarquizar os seus quadros. 
Poder Disciplinar O poder disciplinar é a prerrogativa 
reconhecida à Administração para investigar 
e punir, após o contraditório e a ampla 
defesa (em PAD), os agentes públicos, na 
hipótese de infração funcional, e os demais 
administrados sujeitos à disciplina especial 
administrativa. 
Poder Normativo O poder normativo ou regulamentar é a 
prerrogativa reconhecida à Administração 
Pública para editar atos administrativos 
gerais para fiel execução das leis. 
Poder de Polícia É a prerrogativa que tem o Estado de limitar 
a atuação do particular em razão do 
interesse público. 
Art. 78. CTN: Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando 
direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse público 
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao 
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à 
tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. 
O fundamento do poder de polícia é o princípio da predominância do interesse público sobre o privado. 
POLÍCIA ADMINISTRATIVA POLÍCIA JUDICIÁRIA 
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Atua sobre bens, direitos ou atividades. Tem seu campo de atuação voltado para as pessoas. 
Atua para evitar ou reprimir o ilícito administrativo. Atua contra o ilícito penal. 
Exercida por diversos órgãos da Administração. É exercida pelas polícias civil e federal. 
Rege-se pelo Direito Administrativo. Rege-se pelo Direito Processual Penal. 
 
Ciclos de polícia: 
ORDEM DE POLÍCIA 
É a norma legal que estabelece, de forma primária, as restrições e as 
condições para o exercício das atividades privadas; 
CONSENTIMENTO 
DE POLÍCIA 
É a anuência do Estado para que o particular desenvolva 
determinada atividade ou utilize a propriedade particular. Nesse 
caso, o consentimento estatal pode ser dividido em, pelo menos, 
duas categorias: 
Licença: trata-se de ato vinculado por meio do qual a Administração 
reconhece o direito do particular (ex.: licença para dirigir veículo 
automotor ou para o exercício de determinada profissão); e 
Autorização: é o ato discricionário pelo qual a Administração, após a 
análise da conveniência e da oportunidade, faculta o exercício de 
determinada atividade privada ou a utilização de bens particulares, 
sem criação, em regra, de direitos subjetivos ao particular (ex.: 
autorização para porte de arma); 
FISCALIZAÇÃO DE 
POLÍCIA 
É a verificação do cumprimento, pelo particular, da ordem e do 
consentimento de polícia (ex.: fiscalização de trânsito, fiscalização 
sanitária etc.). A atividade fiscalizatória pode ser iniciada de ofício ou 
por provocação de qualquer interessado; e 
SANÇÃO DE 
POLÍCIA 
É a medida coercitiva aplicada ao particular que descumpre a ordem 
de polícia ou os limites impostos no consentimento de polícia (ex.: 
multa de trânsito, interdição do estabelecimento comercial irregular, 
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apreensão de mercadorias estragadas etc.). 
 
Delegação a pessoas jurídicas de direito privado: STJ 
O STJ, encampando a teoria dos ciclos de polícia, decidiu-se que somente os atos relativos ao consentimento e 
à fiscalização são delegáveis às pessoas jurídicas de direito privado, pois aqueles referentes à legislação e à 
sanção derivam do poder de coerção do Poder Público. 
Delegação a pessoas jurídicas de direito privado: STF 
O STF, por sua vez, decidiu que é constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas 
jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública indireta, desde que possuam capital social 
majoritariamente público e que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em 
regime não concorrencial. 
Apesar de ter chegado à mesma conclusão que o STJ, a Corte Suprema ressaltou que a única fase do ciclo de 
polícia que, por sua natureza, é absolutamente indelegável é a ordem de polícia, ou seja, a função 
legislativa. A competência legislativa é restrita aos entes públicos previstos na Constituição da República, 
sendo vedada sua delegação, fora das hipóteses expressamente autorizadas no texto constitucional, a pessoas 
jurídicas de direito privado. Em suma, os atos de consentimento, de fiscalização e de aplicação de sanções 
podem ser delegados a estatais que possam ter um regime jurídico próximo daquele aplicável à Fazenda 
Pública. 
É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado 
integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem 
exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial. STF. Plenário. RE 
633782/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 23/10/2020 (Repercussão Geral – Tema 532) (Info 996). 
 
#OLHAOGANCHO 
 
 O excesso de poder ocorre em casos nos quais a autoridade pública atua fora dos limites de sua 
competência, ou seja, exorbita ou extrapola a competência que lhe foi atribuída, praticando atos 
que não estão previamente estipulados por lei. 
 
Abuso de poder
Excesso de 
poder
Desvio de poder 
(finalidade)
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 O desvio de poder estará presente sempre que o agente do Estado praticar o ato, até mesmo 
dentro dos limites da competência a ele conferida, mas visando a alcançar outra finalidade que 
não aquela prevista em lei. 
 
PODER VINCULADO X PODER DISCRICIONÁRIO 
a) Poder vinculado: é aquela situação em que o administrador não tem liberdade, juízo de valor, conveniência 
e oportunidade. Preenchidos os requisitos a autoridade tem que praticar o ato. Ex.: licença para construir, 
licença para dirigir, concessão de aposentadoria. Não seria necessariamente um poder, como o discricionário, 
pois não confere qualquer prerrogativa ao agente administrativo. 
b) Poder discricionário: no poder discricionário há a conveniência e oportunidade do administrador. Essa 
discricionariedade tem de estar dentro dos limites da lei, sob pena de se tratar de conduta arbitrária, sendo 
considerada ilegal. Ex.: permissão de uso de bem público, autorização para veículo acima do peso permitido. 
 
ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
São ELEMENTOS OU REQUISITOS de um ato administrativo, que figuram como elementos de sua formação, a 
competência, a forma, o objeto, o motivo e a finalidade. O art. 2º da Lei nº 4.717/65, interpretado de forma 
reversa, permite que sejam aclarados os requisitos do ato administrativo. 
A competência é o poder previsto em lei que confere atribuições legais ao agente público para a prática do ato 
administrativo. 
#SELIGA: EXCESSO DE PODER, FUNÇÃO DE FATO E USURPAÇÃO DE FUNÇÃO. 
OcorreEXCESSO DE PODER quando o agente público atua fora ou além de sua esfera de competência, 
estabelecida em lei. O excesso de poder é uma das modalidades de “abuso de poder” (a outra modalidade é o 
desvio de poder, que corresponde a vício no elemento finalidade dos atos administrativos). 
O VÍCIO DE COMPETÊNCIA (excesso de poder), entretanto, nem sempre obriga a anulação do ato. O vício de 
competência admite convalidação, salvo se se tratar de competência em razão da matéria ou de competência 
exclusiva. 
A USURPAÇÃO DE FUNÇÃO é crime, e o usurpador é alguém que não foi por nenhuma forma investido em 
cargo, emprego ou função pública; não tem nenhuma espécie de relação jurídica funcional com a 
administração. 
Diferentemente, ocorre a denominada FUNÇÃO DE FATO quando a pessoa foi investida no cargo, no emprego 
público ou na função pública, mas há alguma ilegalidade em sua investidura ou algum impedimento legal para 
a prática do ato. Ex. Servidor que continua em exercício após a idade limite para aposentadoria compulsória. 
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Na hipótese de função de fato, em virtude da “teoria da aparência” (a situação tem aparência de legalidade), o 
ato é considerado válido, ou, pelo menos, são considerados válidos os efeitos por ele produzidos ou dele 
decorrentes. Na hipótese de usurpação de função, a maioria da doutrina considera o ato inexistente. 
Já a forma representa a observância completa e regular das formalidades indispensáveis à existência ou 
seriedade do ato administrativo. 
O objeto é o conteúdo do ato administrativo, é o seu resultado prático. 
O motivo são as razões de fato e de direito que justificam a prática do ato administrativo. 
Pressuposto de fato Pressuposto de direito 
Conjunto de acontecimentos ocorridos no mundo real 
que levam a Administração a praticar o ato. 
Dispositivo legal que embasa o ato. 
 
 
Todo ato administrativo deve ter um motivo lícito, ou seja, baseado na lei. Ademais, o motivo deve guardar 
congruência, isto é, relação de lógica com o objeto e a finalidade do ato; caso contrário, o ato será nulo. 
 
TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES: Impõe que, uma vez declarado o motivo do ato, este deve ser 
respeitado. Esta teoria vincula o administrador ao motivo declarado. 
A validade do ato está adstrita aos motivos indicados como seu fundamento, de maneira que, se os motivos 
forem inexistentes ou falsos, o ato será nulo. 
 
TREDESTINAÇÃO: É lícita quando a mudança de motivo é realizada em razão da manutenção do interesse 
público. Ex. Ia desapropriar para construir um hospital, mas acaba construindo uma escola. 
 
A finalidade representa o bem jurídico objetivado pelo ato administrativo, que deve ser marcado pelo 
interesse público. 
#MACETE: COM-FO-FI-MO-OB 
São ATRIBUTOS do ato administrativo a presunção de legalidade (legitimidade, veracidade); a imperatividade 
(coercibilidade ou poder extroverso); a autoexecutoriedade (executoriedade e exigibilidade); e a tipicidade. 
A presunção de legalidade é atributo segundo o qual o ato administrativo é presumivelmente legal, 
verdadeiro e conforme o direito, até prova em contrário. 
Já a imperatividade e o atributo segundo o qual o ato administrativo pode ser imposto a terceiros 
independentemente de sua concordância, submetendo a vontade do particular à vontade do Estado. 
A autoexecutoriedade é atributo segundo o qual a Administração Pública pode praticar os atos 
administrativos sem precisar recorrer previamente ao Poder Judiciário. Com a autoexecutoriedade o Estado 
pode se valer de meios indiretos de coerção. 
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#FOCANATABELA #NÃOCONFUNDIR 
ELEMENTOS/REQUISITOS ATRIBUTOS 
COMPETÊNCIA PRESUNÇÃO DE 
LEGALIDADE/LEGITIMIDADE/VERACIDADE 
FORMA IMPERATIVIDADE 
FINALIDADE AUTOEXECUTORIEDADE 
MOTIVO - 
OBJETO - 
 
Elementos Ato Vinculado Ato Discricionário 
Competência Vinculado Vinculado 
Finalidade Vinculado Vinculado 
Forma Vinculado Vinculado 
Motivo Vinculado Discricionário 
Objeto Vinculado Discricionário 
 
#DEOLHONAJURIS: 
Pedro e Soraia, casados entre si, são servidores públicos federais lotados em Recife. É aberta uma vaga em 
Salvador para o cargo de Pedro. Este concorre no concurso de remoção e consegue ser removido para a capital 
baiana. Soraia terá direito de ser removida junto com Pedro, com fulcro no art. 36, parágrafo único, III, “a”? O 
servidor que é transferido de localidade a pedido, após concorrer em concurso de remoção, gera para seu 
cônjuge o direito subjetivo de também ser transferido para acompanhá-lo, independentemente do interesse 
da Administração? NÃO. O servidor público federal somente tem direito à remoção prevista no art. 36, 
parágrafo único, III, "a", da Lei nº 8.112/90, na hipótese em que o cônjuge/companheiro, também servidor, 
tenha sido deslocado de ofício, para atender ao interesse da Administração (nos moldes do inciso I do mesmo 
dispositivo legal). STJ. 1ª Seção.EREsp 1247360-RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 22/11/2017 (Info 
617). 
 
O servidor público federal tem direito de ser removido a pedido, independentemente do interesse da 
Administração, para acompanhar o seu cônjuge empregado de empresa pública federal que foi deslocado para 
outra localidade no interesse da Administração. O art. 36, parágrafo único, III, “a”, da Lei 8.112/1990 confere o 
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direito ao servidor público federal de ser removido para acompanhar o seu cônjuge SERVIDOR público que foi 
deslocado no interesse da Administração. A jurisprudência do STJ vem atribuindo uma interpretação 
ampliativa ao conceito de servidor público para alcançar não apenas os que se vinculam à Administração 
Direta, mas também os que exercem suas atividades nas entidades da Administração Indireta. 
Desse modo, o disposto no referido dispositivo legal deve ser interpretado de forma a possibilitar o 
reconhecimento do direto de remoção também ao servidor público que pretende acompanhar seu cônjuge 
empregado de empresa pública federal. STJ. 3ª Seção. MS 14195-DF, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado 
em 13/3/2013 (Info 519). 
 
Enunciado 16 da I Jornada de Direito Administrativo CJF/STJ: As hipóteses de remoção de servidor público a 
pedido, independentemente do interesse da Administração, fixadas no art. 36, parágrafo único, III, da Lei n. 
8.112/1990 são taxativas. Por esse motivo, a autoridade que indefere a remoção, quando não presentes os 
requisitos da lei, não pratica ato ilegal ou abusivo. 
 
O ato de remoção de servidor público por interesse da Administração Pública deve ser motivado. Caso não o 
seja, haverá nulidade. No entanto, é possível que o vício da ausência de motivação seja corrigido em momento 
posterior à edição dos atos administrativos impugnados. Assim, se a autoridade removeu o servidor sem 
motivação, mas ela, ao prestar as informações no mandado de segurança, trouxe aos autos os motivos que 
justificaram a remoção, o vício que existia foi corrigido. STJ. 1ª Turma. AgRg no RMS 40427-DF, Rel. Min. 
Arnaldo Esteves Lima, julgado em 3/9/2013 (Info 529). 
 
A “teoria do fato consumado" não pode ser aplicada para consolidar remoção de servidor público destinada a 
acompanhamento de cônjuge, em hipótese que não se adequa à legalidade estrita, ainda que tal situação haja 
perdurado por vários anos em virtude de decisão liminar não confirmada por ocasião do 
julgamento de mérito. Em outras palavras, se a pessoa consegue uma decisão provisória garantindo a ela 
a remoção e, posteriormente, esta decisão é revogada, esta remoção terá que ser desfeita mesmo que já 
tenha se passado muitos anos. Não se aplica a "Teoria do Fato Consumado" em relação a atos praticados sob 
contestação das pessoas envolvidas, que o reputam irregular e manifestam a existência da irregularidade nas 
vias adequadas, ainda que, pela demora no transcurso do procedimento destinado à apuração da legalidade 
do ato, estegere efeitos no mundo concreto. Verificada ou confirmada a ilegalidade, o ato deve ser desfeito, 
preservando-se apenas aquilo que, pela consolidação fática irreversível, não puder ser restituído ao status quo 
ante. Se a Administração Pública, mesmo após a decisão liminar, continuou questionando no processo a 
legalidade da remoção do servidor/autor, não se pode aplicar a teoria do fato consumado, devendo o ato ser 
desfeito, salvo se tivesse havido uma consolidação fática irreversível (ou seja, se não fosse mais possível voltar 
ao "status quo ante"). STJ. Corte Especial. EREsp 1157628-RJ, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 7/12/2016 
(Info 598). 
 
A extinção dos atos administrativos pode ocorrer das seguintes formas: 
 
- Cumprimento dos seus efeitos: extinção natural, ex. fim do prazo. 
- Desaparecimento do sujeito ou objeto: extinção subjetiva ou objetiva, ex. servidor falece, bem público é 
destruído. 
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- Retirada: revogação, anulação, cassação. 
 
Revogação Anulação Cassação 
Retirada por razões de 
conveniência e oportunidade. 
Em razão de ilegalidade. Descumprimento de condição 
fundamental. 
 
Também são formas de retirada: caducidade, contraposição e renúncia. 
 
Caducidade Contraposição Renúncia 
Norma jurídica posterior tornou 
inviável a permanência do ato. 
Edição posterior de ato cujos 
efeitos se contrapõe ao anterior. 
O próprio beneficiário abre mão. 
 
A anulação é o desfazimento do ato por ofensa à lei ou princípios. A anulação do ato com vício insanável é 
obrigatória. Já o ato com vício sanável sem lesão ao interesse público e terceiros pode ser anulado ou 
convalidado. 
 
#OLHAOGANCHO: Convalidação ou saneamento é a supressão do vício existente em um ato ilegal, com efeitos 
retroativos à data em que este foi praticado. A convalidação é feita, em regra, pela Administração, mas 
eventualmente poderá ser feita pelo administrado, quando a edição do ato dependia da manifestação de sua 
vontade e a exigência não foi observada. 
Anulação = ex – Tunc 
Revogação = ex – Nunc 
Convalidação = ex- Tunc 
A convalidação envolve a sanatória de um vício de legalidade, com efeitos retroativos à edição do ato, não 
havendo qualquer empecilho em se tratando de atos de efeitos exauridos. Já a revogação não pode atingir 
atos de efeitos já exauridos. 
Atos irregulares são detentores de defeitos levíssimos e irrelevantes normalmente à forma, não prejudicando 
a validade do ato administrativo. Nem precisa de convalidação. 
O defeito ANULÁVEL é passível de convalidação. Já nos atos nulos, os defeitos são graves, insuscetíveis de 
convalidação, tornando obrigatória a anulação. 
 
#NÃOCONFUNDA: 
CONVERSÃO CONVALIDAÇÃO 
É a transformação de um ato em outro, para 
aproveitar o que for válido. 
Ex tunc (retroativo). 
Correção feita no ato, que continua a ser o mesmo. 
Ex tunc (retroativo). 
 
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A anulação capaz de repercutir desfavoravelmente sobre a esfera de interesses do administrado deve ser 
precedida de procedimento administrativo, assegurado o contraditório e ampla defesa. 
A anulação desconstitui todos os efeitos já produzidos pelo ato anulado (ex tunc), além de impedir efeitos 
futuros. Ademais, em regra, não há direito adquirido, salvo para proteger os efeitos já produzidos em relação a 
terceiros de boa-fé. 
 
#DEOLHONAJURIS: 
Não deve ser determinada a devolução de valores recebidos de boa-fé por servidor público, percebidos a título 
precário no período em que liminar produziu efeitos. É desnecessária a devolução dos valores recebidos por 
liminar revogada, em razão de mudança de jurisprudência. Também é descabida a restituição de valores 
recebidos indevidamente, circunstâncias em que o servidor público atuou de boa-fé. STF. 1ª Turma. MS 
32185/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 13/11/2018 (Info 923). 
 
#GOLDENTIPS1 #AJUDAMARCINHO2 
O pagamento indevido feito ao servidor público e que decorreu de erro administrativo está sujeito à 
devolução, salvo se o servidor, no caso concreto, comprovar a sua boa-fé objetiva. Os pagamentos indevidos 
aos servidores públicos decorrentes de erro administrativo (operacional ou de cálculo), não embasado em 
interpretação errônea ou equivocada da lei pela Administração, estão sujeitos à devolução, ressalvadas as 
hipóteses em que o servidor, diante do caso concreto, comprova sua boa-fé objetiva, sobretudo com 
demonstração de que não lhe era possível constatar o pagamento indevido. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1769306/AL, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 10/03/2021 (Recurso Repetitivo – 
Tema 1009) (Info 688). 
 
A anulação pode ser feita pela própria Administração (autotutela), de ofício ou mediante provocação ou pelo 
Poder Judiciário, apenas mediante provocação. 
 
Súmula 346-STF: A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos. 
Súmula 473-STF: A administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem 
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, 
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. 
A revogação é a retirada de um ato administrativo válido do mundo jurídico por razões de conveniência e 
oportunidade, desde que o ato seja discricionário. 
A revogação produz efeito ex nunc, e é ato privativo da Administração Pública. Não há prazo para a revogação. 
 
1 As #GOLDENTIPS foram incluídas pelo setor de revisão. 
2 Disponível em: 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/2f2cd5c753d3cee48e47dbb5bbaed331?categoria
=2&subcategoria=22&assunto=95 
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Não são passíveis de revogação: 
 
- Atos exauridos ou consumados; 
- Vinculados; 
- Que geraram direitos adquiridos; 
- Integrantes de um procedimento administrativo; 
- Meros atos administrativos (ex. atestado); 
- Complexos; 
- Se já exauriu a competência para o ato. 
 
Em regra, não gera direito à indenização, salvo se afetou o direito de outrem. 
 
Classificação dos atos administrativos: 
 
Quanto aos destinatários: 
a) atos gerais: são atos abstratos, impessoais. Atingem a coletividade como um todo. Atos com finalidade 
normativa. Prevalecem sobre os atos individuais. Ex. regulamentos, instruções normativas. 
b) atos individuais: atos especiais. São atos que se dirigem a destinatários determinados. Pode ser ato 
individual singular (único destinatário) ou plúrimo (múltiplos destinatários). 
 
Quanto ao alcance: 
a) internos: produzem efeitos dentro da Administração. Independem de publicação oficial; basta comunicação 
interna. Ex.: instruções de serviços. 
b) externos: produzem efeitos para fora da Adm. Dependem de publicação no diário oficial. 
 
Quanto à formação: 
a) ato simples: basta uma única manifestação de vontade. Essa manifestação pode ser singular (única 
autoridade) ou colegiada. 
b) ato compostos: duas manifestações de vontade no mesmo órgão, em patamar de desigualdade. A primeira 
é principal e a segunda é secundária. Ex. atos dependentes de visto do chefe. José – não são vontades 
autônomas, pois uma delas é meramente instrumental, pois se limita à verificação de legitimidade do ato. 
c) atos complexos: duas manifestações de vontade, em órgãos diferentes, em patamar de igualdade. Ex. 
nomeação de dirigente de agência reguladora, concessão de aposentadoria. 
 
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LICITAÇÕES E CONTRATOS 
 
A licitação é um procedimento obrigatório que antecede a celebração de contratos pela Administração 
Pública. A razão de existir dessa exigência reside no fato de que o Poder Público não pode escolher livremente 
um fornecedor qualquer, como fazem as empresas privadas. Os imperativos da isonomia, impessoalidade, 
moralidade e indisponibilidade do interessepúblico, que informam a atuação da Administração, obrigam à 
realização de um processo público para seleção imparcial da melhor proposta, garantindo iguais condições a 
todos que queiram concorrer para a celebração do contrato. 
 
#SELIGANATABELA 
PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS APLICÁVEIS À LICITAÇÃO 
Princípio da Isonomia; 
Princípio da Competitividade; 
Princípio da veiculação ao instrumento convocatório; 
Princípio do julgamento objetivo; 
Princípio da inalterabilidade do edital; 
Princípio do sigilo das propostas; 
Princípio da vedação à oferta de vantagens; 
Princípio da obrigatoriedade; 
Princípio do formalismo procedimental; 
Princípio da adjudicação compulsória ao vencedor do certame. 
 
Em 2021 foi publicada a Lei nº 14.133/21, conhecida como a “nova lei de licitações”. Esta inovação legislativa 
determina que o procedimento anterior poderá ser utilizado pelos entes públicos durante o período de dois 
anos. Assim, a Administração Pública poderá optar por licitar de acordo com a lei 14.133/2021 ou de acordo 
com a lei 8.666/93 e a opção escolhida deverá vir de forma expressa no edital licitatório. 
A licitação busca a satisfação do interesse público ao garantir contratos mais vantajosos, respeitando a 
isonomia das contratações e visando o desenvolvimento nacional sustentável. 
As finalidades da licitação estão enumeradas no art. 11 da Lei 14.133/21. Observa-se que o novo dispositivo 
legal trouxe um quarto objetivo do processo licitatório, em relação à lei 8.666/93: evitar contratações com 
sobrepreço ou com preços manifestamente inexequíveis e superfaturamento na execução dos contratos. 
 
Lei 8.666/93 (Antiga Lei de Licitação) Lei 14.133 (Nova lei de Licitação) 
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a 
observância do princípio constitucional da isonomia, 
a seleção da proposta mais vantajosa para a 
administração e a promoção do desenvolvimento 
nacional sustentável e será processada e julgada em 
estrita conformidade com os princípios básicos da 
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da 
igualdade, da publicidade, da probidade 
administrativa, da vinculação ao instrumento 
convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes 
Art. 11. O processo licitatório tem por objetivos: 
 
I - assegurar a seleção da proposta apta a gerar o 
resultado de contratação mais vantajoso para a 
Administração Pública, inclusive no que se refere ao 
ciclo de vida do objeto; 
II - assegurar tratamento isonômico entre os 
licitantes, bem como a justa competição; 
III - evitar contratações com sobrepreço ou com 
preços manifestamente inexequíveis e 
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são correlatos. superfaturamento na execução dos contratos; 
IV - incentivar a inovação e o desenvolvimento 
nacional sustentável. 
 
Parágrafo único. A alta administração do órgão ou 
entidade é responsável pela governança das 
contratações e deve implementar processos e 
estruturas, inclusive de gestão de riscos e controles 
internos, para avaliar, direcionar e monitorar os 
processos licitatórios e os respectivos contratos, 
com o intuito de alcançar os objetivos estabelecidos 
no caput deste artigo, promover um ambiente 
íntegro e confiável, assegurar o alinhamento das 
contratações ao planejamento estratégico e às leis 
orçamentárias e promover eficiência, efetividade e 
eficácia em suas contratações. 
 
 
O parágrafo único do artigo 11 trata da governança das contratações, um aspecto do chamado “compliance”. 
Trata-se da previsão de boas práticas na Administração, sempre visando padrões de eficiência e ética nas 
atividades administrativas. 
 
Ao longo da lei 14.133/2021, é possível verificar a inserção de dispositivos relacionados a um perfil moderno 
da Administração Pública, com referências à maior participação dos administrados, segurança jurídica, 
eficiência da Administração, “compliance”, “accountability” (prestação de contas e responsabilização) e 
controle das atividades administrativas. 
 
Aplicabilidade da Lei 14.133/2021: 
Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais de licitação e contratação para as Administrações Públicas diretas, 
autárquicas e fundacionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e abrange: 
I - os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, dos Estados e do Distrito Federal e os órgãos do 
Poder Legislativo dos Municípios, quando no desempenho de função administrativa; 
II - os fundos especiais e as demais entidades controladas direta ou indiretamente pela Administração 
Pública. 
§ 1º Não são abrangidas por esta Lei as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as suas 
subsidiárias, regidas pela Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016, ressalvado o disposto no art. 178 desta Lei. 
§ 2º As contratações realizadas no âmbito das repartições públicas sediadas no exterior obedecerão às 
peculiaridades locais e aos princípios básicos estabelecidos nesta Lei, na forma de regulamentação específica a 
ser editada por ministro de Estado. 
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§ 3º Nas licitações e contratações que envolvam recursos provenientes de empréstimo ou doação oriundos de 
agência oficial de cooperação estrangeira ou de organismo financeiro de que o Brasil seja parte, podem ser 
admitidas: 
I - condições decorrentes de acordos internacionais aprovados pelo Congresso Nacional e ratificados pelo 
Presidente da República; 
II - condições peculiares à seleção e à contratação constantes de normas e procedimentos das agências ou dos 
organismos, desde que: 
III) sejam exigidas para a obtenção do empréstimo ou doação; 
b) não conflitem com os princípios constitucionais em vigor; 
c) sejam indicadas no respectivo contrato de empréstimo ou doação e tenham sido objeto de parecer 
favorável do órgão jurídico do contratante do financiamento previamente à celebração do referido contrato; 
d) (VETADO). 
§ 4º A documentação encaminhada ao Senado Federal para autorização do empréstimo de que trata o § 3º 
deste artigo deverá fazer referência às condições contratuais que incidam na hipótese do referido parágrafo. 
§ 5º As contratações relativas à gestão, direta e indireta, das reservas internacionais do País, inclusive as de 
serviços conexos ou acessórios a essa atividade, serão disciplinadas em ato normativo próprio do Banco 
Central do Brasil, assegurada a observância dos princípios estabelecidos no caput do art. 37 da Constituição 
Federal. 
 
Modalidades de licitações: 
Na Nova Lei, as modalidades Tomada de Preços e Carta Convite não existem mais. Continuam apenas a 
concorrência e o pregão. A definição de escolha entre as duas modalidades é exclusivamente em razão da 
complexidade do objeto da licitação. 
O pregão será utilizado sempre que o objeto possuir padrões de desempenho e qualidade que possam ser 
objetivamente definidos pelo edital, através de especificações usuais de mercado. 
Nas demais hipóteses será utilizada a modalidade concorrência, ou seja, quando se tratar de serviços 
técnicos especializados de natureza predominantemente intelectual e de obras e serviços de engenharia que 
não sejam considerados comuns. 
A Nova Lei de Licitações traz em seu artigo 28 as modalidades Pregão, Concorrência, Concurso, Leilão e ainda, 
prevê a nova modalidade Diálogo Competitivo. 
De modo simplificado, o pregão será utilizado para contratação de bens ou serviços comuns, já a 
concorrência será aplicável às contratações de bens e serviços especiais. 
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Por sua vez, a modalidade concurso mantém aplicação para contratação de serviço técnico, científico ou 
artístico e o leilão, por outro lado, será aplicável para alienação de bens móveis ou imóveis. 
E o diálogo competitivo será utilizado para contratações nos casos de Inovação tecnológica ou técnica, para 
buscar soluções que dependam de adaptação das opções que se encontram disponíveis no mercado, bem 
como que envolvam especificações que a Administraçãonão consegue definir de modo objetivo e precisa 
elaborar junto com os interessados. 
MODALIDADES NA LEI 14.133/21 (ART. 28) 
Pregão 
Concorrência 
Concurso 
Leilão 
Diálogo competitivo 
 
Instrumentos auxiliares: 
Outra mudança trazida pela Nova Lei são a formalização dos instrumentos auxiliares, que poderão ser 
utilizados pelos órgãos para organizar e otimizar as contratações. 
Credenciamento: O primeiro é o credenciamento, que é uma forma que a administração pública tem para 
chamar todos os interessados na licitação. Visa a justa competição e a escolha da proposta mais vantajosa, 
portanto não pode haver limitação do credenciamento dos interessados. Então quaisquer pessoas que 
preencham os requisitos necessários do credenciamento e queiram prestar serviços ou fornecer bens ao 
órgão público, poderão participar da licitação. 
Pré-qualificação: É um dos procedimentos que solicita a comprovação das habilidades de fornecer do 
licitante. Com a pré-qualificação no início dos procedimentos poupa tempo porque, após a abertura da 
licitação, apenas será necessária a habilitação jurídica, financeira e fiscal. Quando a licitação chegar ao final, o 
vencedor do certame já estará apto a prestar o serviço, pois a qualificação já foi previamente apresentada e 
conferida pela banca da licitação. Esse instrumento auxiliar serve para demonstrar ao órgão público que o 
fornecedor do bem ou serviço tem condições de atender e satisfazer a entrega do objeto da licitação, evitando 
assim fraudes, demora ou falha na entrega. 
Procedimento de Manifestação de Interesse: Esse procedimento é referente à entrega de uma declaração 
manifestando o interesse em participar do processo licitatório. Como o próprio nome sugere, permite que o 
participante manifeste seu interesse no edital de chamamento público, através de estudos, investigações, 
levantamentos e projetos de soluções inovadoras que contribuam com questões de relevância pública 
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Sistema de Registro de Preços: O sistema de registro de preços, já era previsto nas legislações anteriores e 
agora na Nova Lei de Licitações no artigo 82. Seu objetivo é acelerar o processo licitatório e possibilitar a 
criação de atas de registro de preço por licitação, através das modalidades concorrência e pregão, sendo uma 
ferramenta que simplifica e otimiza os certames para a Administração Pública. 
Registro Cadastral: Por fim temos o registro cadastral, que é equivalente à utilização do SICAF para todos os 
órgãos e sem necessidade de registro em cada ente específico. Os órgãos e entidades da Administração 
Pública deverão utilizar esse instrumento auxiliar, que estará disponível no Portal Nacional de Contratações 
Públicas, para ter um cadastro unificado de licitantes. Este cadastro tem como objetivo proteger a 
administração pública de fraudes e frustrações na execução do contrato, pois um fornecedor que possui um 
bom cadastro é aquele que já está com a documentação em dia e consequentemente, é um bom candidato a 
fechar um contrato. 
Contratações diretas: 
A Lei 14.133/21 mantém a sistemática que era colocada na Lei 8.666/93: há casos de inexigibilidade de 
licitação (art. 74), casos de licitação dispensável (art. 75) e casos de licitação dispensada (art. 76). 
Esses dispositivos apresentam muitas semelhanças com os artigos da Lei 8.666/93, não só nas nomenclaturas, 
mas também nos casos de contratação direta. 
Isso não significa dizer, porém, que não houve inovações: 
Em relação à inexigibilidade de licitação (art. 74), a nova lei traz, agora expressamente, hipóteses que já eram 
elencadas pela doutrina e pela jurisprudência. 
Em relação à licitação dispensável (art. 75), muitas hipóteses foram mantidas e algumas hipóteses foram 
pontualmente alteradas. Por exemplo, nas hipóteses de dispensa de licitação em razão do valor, os valores 
foram ampliados. Além disso, no contrato emergencial, que antes tinha o prazo de 180 dias, o prazo poderá 
chegar a 1 ano. Ademais, a nova lei traz alguns casos novos de dispensa e não repete alguns casos 
anteriormente colocados no art. 24 da Lei 8.666/93. 
Em relação à licitação dispensada (art. 76), cabe lembrar que o leilão é agora previsto como modalidade 
aplicável à alienação de bens móveis e imóveis. Ele estará dispensado em hipóteses bastante semelhantes às 
da Lei 8.666/93. 
Os casos de inexigibilidade são exemplificativos (tanto na Lei 8.666/93 quanto na Lei 14.133/21). Se o gestor 
público chega à conclusão de que é inviável a licitação, a única saída é a inexigibilidade. 
O art. 72 da Lei 14.133/21 traz exigências que devem ser observadas para as contratações diretas em geral. Em 
comparação com a Lei 8.666/93, o art. 26 desta tinha uma preocupação muito tímida com a contratação direta 
e com os documentos do processo. A nova lei traz uma preocupação bem mais intensa nesse aspecto. 
ART. 72, LEI 14.133/21: “O processo de contratação direta, que compreende os casos de inexigibilidade e de 
dispensa de licitação, deverá ser instruído com os seguintes documentos: 
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I - documento de formalização de demanda e, se for o caso, estudo técnico preliminar, análise de riscos, termo 
de referência, projeto básico ou projeto executivo; 
II - estimativa de despesa, que deverá ser calculada na forma estabelecida no art. 23 desta Lei; 
III - parecer jurídico e pareceres técnicos, se for o caso, que demonstrem o atendimento dos requisitos 
exigidos; 
IV - demonstração da compatibilidade da previsão de recursos orçamentários com o compromisso a ser 
assumido; 
V - comprovação de que o contratado preenche os requisitos de habilitação e qualificação mínima necessária; 
VI - razão da escolha do contratado; 
VII - justificativa de preço; 
VIII - autorização da autoridade competente. 
Parágrafo único. O ato que autoriza a contratação direta ou o extrato decorrente do contrato deverá ser 
divulgado e mantido à disposição do público em sítio eletrônico oficial”. 
ART. 73, LEI 14.133/21: “Na hipótese de contratação direta indevida ocorrida com dolo, fraude ou erro 
grosseiro, o contratado e o agente público responsável responderão solidariamente pelo dano causado ao 
erário, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis”. 
 
#DEOLHONAJURIS: 
O regime de licitação e contratação previsto na Lei nº 8.666/93 é inaplicável às sociedades de economia mista 
que explorem atividade econômica própria das empresas privadas, concorrendo, portanto, no mercado. Não é 
possível conciliar o regime previsto na Lei nº 8.666/93 com a agilidade própria desse tipo de mercado que é 
movido por intensa concorrência entre as empresas que nele atuam. STF. Plenário. RE 441280/RS, Rel. Min. 
Dias Toffoli, julgado em 6/3/2021 (Info 1008). 
 
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS: 
Art. 89. Os contratos de que trata esta Lei regular-se-ão pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito 
público, e a eles serão aplicados, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições 
de direito privado. 
§ 1º Todo contrato deverá mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que 
autorizou sua lavratura, o número do processo da licitação ou da contratação direta e a sujeição dos 
contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais. 
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§ 2º Os contratos deverão estabelecer com clareza e precisão as condições para sua execução, expressas em 
cláusulas que definam os direitos, as obrigações e as responsabilidades das partes, em conformidade com os 
termos do edital de licitação e os da proposta vencedora ou com os termos do ato que autorizou a contratação 
direta e os da respectiva proposta. 
A principal característica dos contratos administrativos é a possibilidade de haver tratamento desigual entre a 
Administração (que atua com prerrogativas públicas) e o contratado. Maria Sylvia ZanellaDi Pietro assim 
dispõe: no contrato administrativo, a Administração age como poder público, com poder de império na 
relação jurídica contratual, não agindo nessa qualidade, o contrato será de direto privado. 
 
Portanto, os contratos administrativos são manifestações de vontade entre duas ou mais pessoas objetivando 
a celebração de um negócio jurídico, com a Participação do Poder Público, que atua com supremacia. Esse 
contrato é regido pelo direito público, sendo inerentes a ele todas as prerrogativas e limitações de Estado. 
 
As cláusulas exorbitantes estão previstas no art. 58 da Lei 8.666/93 e no art. 104 da Lei 14.133/21. 
 
Lei 8.666/93 Lei 14.133/21 
Art. 58. O regime jurídico dos contratos 
administrativos instituído por esta Lei confere à 
Administração, em relação a eles, a prerrogativa de: 
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor 
adequação às finalidades de interesse público, 
respeitados os direitos do contratado; 
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos 
especificados no inciso I do art. 79 desta Lei; 
III - fiscalizar-lhes a execução; 
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total 
ou parcial do ajuste; 
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar 
provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e 
serviços vinculados ao objeto do contrato, na 
hipótese da necessidade de acautelar apuração 
administrativa de faltas contratuais pelo contratado, 
bem como na hipótese de rescisão do contrato 
administrativo. 
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e 
monetárias dos contratos administrativos não 
poderão ser alteradas sem prévia concordância do 
contratado. 
Art. 104. O regime jurídico dos contratos instituído 
por esta Lei confere à Administração, em relação a 
eles, as prerrogativas de: 
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor 
adequação às finalidades de interesse público, 
respeitados os direitos do contratado; 
II - extingui-los, unilateralmente, nos casos 
especificados nesta Lei; 
III - fiscalizar sua execução; 
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total 
ou parcial do ajuste; 
V - ocupar provisoriamente bens móveis e imóveis e 
utilizar pessoal e serviços vinculados ao objeto do 
contrato nas hipóteses de: 
a) risco à prestação de serviços essenciais; 
b) necessidade de acautelar apuração administrativa 
de faltas contratuais pelo contratado, inclusive após 
extinção do contrato. 
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e 
monetárias dos contratos não poderão ser alteradas 
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§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as 
cláusulas econômico-financeiras do contrato 
deverão ser revistas para que se mantenha o 
equilíbrio contratual. 
 
sem prévia concordância do contratado. 
§ 2º Na hipótese prevista no inciso I do caput deste 
artigo, as cláusulas econômico-financeiras do 
contrato deverão ser revistas para que se mantenha 
o equilíbrio contratual. 
 
 
Durações dos contratos: 
Art. 105. A duração dos contratos regidos por esta Lei será a prevista em edital, e deverão ser observadas, no 
momento da contratação e a cada exercício financeiro, a disponibilidade de créditos orçamentários, bem 
como a previsão no plano plurianual, quando ultrapassar 1 (um) exercício financeiro. 
Art. 106. A Administração poderá celebrar contratos com prazo de até 5 (cinco) anos nas hipóteses de serviços 
e fornecimentos contínuos, observadas as seguintes diretrizes: 
I - a autoridade competente do órgão ou entidade contratante deverá atestar a maior vantagem econômica 
vislumbrada em razão da contratação plurianual; 
II - a Administração deverá atestar, no início da contratação e de cada exercício, a existência de créditos 
orçamentários vinculados à contratação e a vantagem em sua manutenção; 
III - a Administração terá a opção de extinguir o contrato, sem ônus, quando não dispuser de créditos 
orçamentários para sua continuidade ou quando entender que o contrato não mais lhe oferece vantagem. 
§ 1º A extinção mencionada no inciso III do caput deste artigo ocorrerá apenas na próxima data de aniversário 
do contrato e não poderá ocorrer em prazo inferior a 2 (dois) meses, contado da referida data. 
§ 2º Aplica-se o disposto neste artigo ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática. 
Art. 107. Os contratos de serviços e fornecimentos contínuos poderão ser prorrogados sucessivamente, 
respeitada a vigência máxima decenal, desde que haja previsão em edital e que a autoridade competente 
ateste que as condições e os preços permanecem vantajosos para a Administração, permitida a negociação 
com o contratado ou a extinção contratual sem ônus para qualquer das partes. 
Art. 108. A Administração poderá celebrar contratos com prazo de até 10 (dez) anos nas hipóteses previstas 
nas alíneas “f” e “g” do inciso IV e nos incisos V, VI, XII e XVI do caput do art. 75 desta Lei. 
Art. 109. A Administração poderá estabelecer a vigência por prazo indeterminado nos contratos em que seja 
usuária de serviço público oferecido em regime de monopólio, desde que comprovada, a cada exercício 
financeiro, a existência de créditos orçamentários vinculados à contratação. 
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Art. 110. Na contratação que gere receita e no contrato de eficiência que gere economia para a 
Administração, os prazos serão de: 
I - até 10 (dez) anos, nos contratos sem investimento; 
II - até 35 (trinta e cinco) anos, nos contratos com investimento, assim considerados aqueles que impliquem a 
elaboração de benfeitorias permanentes, realizadas exclusivamente a expensas do contratado, que serão 
revertidas ao patrimônio da Administração Pública ao término do contrato. 
Art. 111. Na contratação que previr a conclusão de escopo predefinido, o prazo de vigência será 
automaticamente prorrogado quando seu objeto não for concluído no período firmado no contrato. 
Parágrafo único. Quando a não conclusão decorrer de culpa do contratado: 
I - o contratado será constituído em mora, aplicáveis a ele as respectivas sanções administrativas; 
II - a Administração poderá optar pela extinção do contrato e, nesse caso, adotará as medidas admitidas em lei 
para a continuidade da execução contratual. 
Art. 112. Os prazos contratuais previstos nesta Lei não excluem nem revogam os prazos contratuais previstos 
em lei especial. 
Art. 113. O contrato firmado sob o regime de fornecimento e prestação de serviço associado terá sua vigência 
máxima definida pela soma do prazo relativo ao fornecimento inicial ou à entrega da obra com o prazo relativo 
ao serviço de operação e manutenção, este limitado a 5 (cinco) anos contados da data de recebimento do 
objeto inicial, autorizada a prorrogação na forma do art. 107 desta Lei. 
Art. 114. O contrato que previr a operação continuada de sistemas estruturantes de tecnologia da 
informação poderá ter vigência máxima de 15 (quinze) anos. 
 
#DEOLHONAJURIS: 
O edital de licitação não pode fixar um preço mínimo a ser oferecido pelos licitantes (art. 40, X, da Lei nº 
8.666/93). Só um preço máximo. Essa vedação se justifica porque o objetivo da licitação é o de selecionar a 
proposta mais vantajosa. Ocorre que algumas propostas apresentadas são claramente inexequíveis, ou seja, o 
licitante não conseguirá custear o bem ou prestar o serviço e ainda ter lucro. Isso significa que, mais a frente, 
haverá transtornos para a Administração Pública com a inexecução do contrato. Diante disso, alguns entes 
públicos passaram a exigir algo que denominaram de “taxa de administração”. Essa taxa é o percentual de 
remuneração que a empresa irá obter com aquela venda ou serviço. Se a taxa for equivalente a zero ou 
mesmo negativa, a proposta é claramente inexequível considerando que não haverá lucro para a empresa. 
Assim, alguns editais passaram a exigir um percentual mínimo de taxa de administração (ex: a empresa deverá 
demonstrar que, na planilha de custos que gerou opreço, está prevista a sua remuneração em, no mínimo, 
1%). Essa prática é válida? O ente público pode estipular cláusula editalícia em licitação/pregão prevendo 
percentual mínimo de taxa de administração como forma de se resguardar de eventuais propostas 
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inexequíveis? Não. A fixação de percentual mínimo de taxa de administração em edital de licitação/pregão 
fere expressamente a norma contida no inciso X do art. 40 da Lei nº 8.666/93. 
A taxa de administração é uma forma de remuneração do contratado pela Administração Pública, integrando, 
portanto, o conceito de preço. Logo, ao exigir um percentual mínimo de taxa de administração, o edital está 
fixando um preço mínimo. Sendo o objetivo da licitação selecionar a proposta mais vantajosa para a 
Administração (art. 3º da Lei nº 8.666/93), a fixação de um preço mínimo atenta contra essa finalidade. A Lei 
de Licitações prevê outros mecanismos de combate às propostas inexequíveis em certames licitatórios, 
permitindo que o licitante preste garantia adicional, tal como caução em dinheiro ou em títulos da dívida 
pública, seguro-garantia e fiança bancária. STJ. 1ª Seção. REsp 1840113-CE, Rel. Min. Og Fernandes, julgado 
em 23/09/2020 (Recurso Repetitivo – Tema 1038) (Info 683). 
As normas previstas na Lei da Relicitação para a prorrogação antecipada dos contratos de concessão não 
violam os princípios constitucionais da eficiência, da razoabilidade, da impessoalidade, da moralidade e da 
competitividade. As regras complementam os requisitos da legislação geral (Lei nº 8.987/95) sobre o regime 
de concessão de serviços públicos, que exige a regularidade, a continuidade, a eficiência, a segurança e a 
fixação de tarifas em valores razoáveis (modicidade). A prorrogação é analisada caso a caso e está sujeita à 
fiscalização da agência reguladora. Vale ressaltar, ainda, que o contrato deve ser submetido à consulta pública, 
havendo ainda a necessidade de encaminhar ao TCU o termo aditivo para análise final. 
STF. Plenário. ADI 5991 MC/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 20/2/2020 (Info 967). 
Não contrariando a lei nem sendo abusivo, o contrato administrativo pode tratar de renúncia a direito do 
contratado. Esta renúncia será eficaz e produzirá seus regulares efeitos na hipótese em que houver expressa 
concordância do contratado. Especificamente com relação aos advogados, o Estatuto da OAB (Lei nº 8.906/94) 
dispõe serem do advogado os honorários de sucumbência. Havia previsão expressa a respeito da 
impossibilidade de retirar-lhes esse direito. Estava no art. 24, § 3º. Contudo, em 2009, o STF declarou a 
inconstitucionalidade da regra, uma vez que se trata de direito disponível e, por isso, negociável com o 
constituinte do mandato (ADI 1194, Relatora p/ Acórdão Min. Cármen Lúcia, Tribunal Pleno, julgado em 
20/05/2009). Nessa linha, não se pode concluir pela abusividade ou ilegalidade da cláusula contratual que 
prevê a renúncia do direito aos honorários de sucumbência, notadamente quando a parte contratada, por livre 
e espontânea vontade, manifesta sua concordância e procede ao patrocínio das causas de seu cliente 
mediante a remuneração acertada no contrato. No caso em análise, a parte autora manifestou, de forma 
expressa e consciente, a renúncia e só procurou discutir a cláusula após o fim do contrato. STJ. 1ª Turma. 
AREsp 1825800-SC, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 05/04/2022 (Info 733). 
O art. 27 da Lei nº 8.987/95 permite que se transfira a concessão ou o controle societário da concessionária 
para uma outra pessoa, desde que o poder público concorde e sejam respeitados os requisitos legais. Art. 27. 
A transferência de concessão ou do controle societário da concessionária sem prévia anuência do poder 
concedente implicará a caducidade da concessão. Parágrafo único. Para fins de obtenção da anuência de que 
trata o caput deste artigo o pretendente deverá: I - atender às exigências de capacidade técnica, idoneidade 
financeira e regularidade jurídica e fiscal necessárias à assunção do serviço; e II - comprometer-se a cumprir 
todas as cláusulas do contrato em vigor. O STF decidiu que esse dispositivo é constitucional. 
O parágrafo único do art. 27 prevê que, mesmo com essa transferência, a base objetiva do contrato continuará 
intacta. Permanecem o mesmo objeto contratual, as mesmas obrigações contratuais e a mesma equação 
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econômico-financeira. O que ocorre é apenas a sua modificação subjetiva, seja pela substituição do 
contratado, seja em razão da sua reorganização empresarial. Em nosso sistema jurídico, o que interessa à 
Administração é, sobretudo, a seleção da proposta mais vantajosa, independentemente da identidade do 
particular contratado, ou dos atributos psicológicos ou subjetivos de que disponha. STF. Plenário. ADI 2946/DF, 
Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 8/3/2022 (Info 1046). 
O art. 33 da Lei nº 8.987/95 afirma que, depois de ter sido declarada a intervenção, o poder concedente 
deverá, no prazo de 30 dias, instaurar procedimento administrativo para comprovar as causas determinantes 
da medida e apurar responsabilidades, assegurado o direito de ampla defesa. Desse modo, verifica-se 
claramente que, em se tratando de intervenção, o direito de defesa do concessionário só é propiciado após a 
decretação da intervenção, a partir do momento em que for instaurado o procedimento administrativo para 
apuração das irregularidades. Isso porque a intervenção possui finalidades investigatória e fiscalizatória, e não 
punitiva. STJ. 2ª Turma. RMS 66794-AM, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 22/02/2022 (Info 727). 
 
CONSÓRCIO PÚBLICO 
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem contratar consórcios públicos para a realização 
de objetivos de interesse comum. O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de 
direito privado. O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a administração 
indireta de todos os entes da Federação consorciados. 
Os consórcios públicos poderão emitir documentos de cobrança e exercer atividades de arrecadação de tarifas 
e outros preços públicos pela prestação de serviços ou pelo uso ou outorga de uso de bens públicos por eles 
administrados ou, mediante autorização específica, pelo ente da Federação consorciado. 
Os consórcios públicos poderão outorgar concessão, permissão ou autorização de obras ou serviços públicos 
mediante autorização prevista no contrato de consórcio público, que deverá indicar de forma específica o 
objeto da concessão, permissão ou autorização e as condições a que deverá atender, observada a legislação 
de normas gerais em vigor. 
É nula a cláusula do contrato de consórcio que preveja determinadas contribuições financeiras ou econômicas 
de ente da Federação ao consórcio público, salvo a doação, destinação ou cessão do uso de bens móveis ou 
imóveis e as transferências ou cessões de direitos operadas por força de gestão associada de serviços públicos. 
O protocolo de intenções deverá ser publicado na imprensa oficial. O contrato de consórcio público será 
celebrado com a ratificação, mediante lei, do protocolo de intenções. É dispensado da ratificação o ente da 
Federação que, antes de subscrever o protocolo de intenções, disciplinar por lei a sua participação no 
consórcio público. 
Os entes consorciados somente entregarão recursos ao consórcio público mediante contrato de rateio. 
Ademais, deverão ser constituídas e reguladas por contrato de programa, como condição de sua validade, as 
obrigações que um ente da Federação constituir para com outro ente da Federação ou para com consórcio 
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público no âmbito de gestão associada em que haja a prestação de serviços públicos ou a transferência total 
ou parcial de encargos, serviços, pessoal ou de bens necessários à continuidade

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