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Osteoporose - Locomoção 1 Osteoporose - Locomoção Características gerais Diminuição da massa óssea e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, o que resulta em aumento da fragilidade dos ossos e maior suscetibilidade a fraturas É uma desordem esquelética crônica e progressiva, de origem multifatorial, que acomete principalmente pessoas idosas, tanto homens quanto mulheres (geralmente após a menopausa) Caracteriza-se por resistência óssea comprometida resistência óssea é a integração entre a densidade e qualidade óssea Fatores de risco Sexo feminino, idade avançada, IMC baixo, baixa massa óssea; Raça asiática ou caucásica Fratura prévia; História materna de OP; Menopausa precoce não tratada, Tratamentos com corticoides; Imobilização prolongada, Hipogonadismo; Tabagismo ; Alcoolismo ; Sedentarismo ; Dieta pobre em cálcio Fisiopatologia Osteoporose - Locomoção 2 O osso trabecular apresenta maior metabolismo, sendo, portanto, mais suscetível às alterações da massa óssea A partir da quarta década de vida, inicia-se um lento processo de perda óssea, que é diferente para o osso trabecular e o osso cortical Nos primeiros 10 anos após menopausa ♀ , há mais perda de osso trabecular que cortical A partir dos 60 anos, a perda trabecular e cortical são semelhantes Causas da degeneração óssea Redução de cálcio sérico Por redução de exposição solar e da função renal (importante para metabolismo da vit D) Aumento da ação de osteoclastos e redução da atividade de osteoblastos. Pode ser devido a redução de IGF-1 e TGF-b Principais reguladores da remodelação óssea Receptor ativador do fator nuclear kappa beta (RANK) RANK ligante (RANKL) Osteoprotegerina (OPG A interação do RANKL com RANK induz a osteoclastogênese. A OPG se liga ao RANKL e impede a ligação com RANK. Manifestações clínicas Redução da estatura e cifose Aumenta em 40% o risco de fraturas Locais mais comuns: vértebras e fêmur proximal 2/3 assintomáticas, mas podem causar dor nas costas, perda de peso, cifose, limitações Osteoporose - Locomoção 3 Fraturas torácicas = podem causar doença pulmonar restritiva Fraturas lombares = podem causar constipação, dor abdominal, distensão e perda de apetite Classificações Pode ser classificada em primária (relacionada ao envelhecimento ) secundária (relacionada a outra condição clínica Primária Tipo 1 (Pós-Menopausa) Geralmente em mulheres ♀ , a partir dos 50 anos Associada a redução de estrogênio (↓ OPG) ↑ atividade osteoclástica Maior velocidade de perda no osso trabecular (compromete mais coluna e partes proximais) Tipo 2 (Senil) Em mulheres ♀ mais idosas (>70) e em homens ♂ também Atividade osteoclástica = ou ↑, Atividade osteoblástica ↓ Tanto ossos trabeculares como corticais são acometidos (fraturas em locais diversos) Secundária Endocrinopatias (hiperparatireoidismo, hipogonadismo, tireotoxicose), fármacos (glicocorticóides, antiácidos com alumínio, hormônio tireoidiano, anticonvulsivantes, ciclosporina A), Doenças genéticas (osteogenesis ) Osteoporose - Locomoção 4 imperfecta), artrite reumatoide, Doenças gastrointestinais, Transplante de órgãos, Imobilização prolongada, Mieloma múltiplo, Cancer de mama, Anemias crônicas, mastocitose, tratamento prolongado com heparina. Diagnóstico (Densitometria óssea): Mede a quantidade de osso em uma área ou volume definido, calculando a densidade óssea, comparando os valores às curvas de normalidade, a fim de estabelecer o diagnóstico da doença, o nível de gravidade e o risco de fratura. Permite também auxiliar na identificação de candidatos para intervenção terapêutica e avaliar as mudanças na massa óssea, com o tempo, em pacientes tratados ou na evolução natural da doença. O diagnóstico também pode ser clínico, por fratura após traumatismo de baixa energia ou fratura por fragilidade. VALORES: Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), define- se OP quando T score- Locomoção 8 Farmacológico Bisfosfonatos Ação Bloqueia a adesão de osteoclastos na superfície óssea, comprometem suas funções e estimulam sua apoptose Forma de usar Devem ser tomados pela manhã com estômago vazio, pois são pouco absorvidos Efeitos adversos O tratamento a longo prazo pode estar associada a fraturas ou a osteonecrose da mandíbula (é uma lesão na região bucal que tem como principal característica a presença de osso exposto na mandíbula ou no maxilar) Exemplos Alendronato, Risedronato, Ibandronato, Zolendronato Modulador seletivo do receptor de estrogênio (SERM) EX: Raloxifeno Calcitonina Teriparatida Osteoporose - Locomoção 9 Estimula a diferenciação das células progenitoras do osteoblasto, prevenindo sua apoptose Ela é indicada para tratamento de osteoporose grave e administrada como injeção diária por no máximo dois anos A terapia deve ser seguida de terapia com agente antirreabsortivo, para evitar a perda rápida do novo osso formado Manejo de Fraturas Medidas Mobilização precoce → prevenir perda óssea associada à imobilização. Uso de órtese elástica macia, ocasionalmente, pode facilitar mobilização mais precoce. Exercícios de fortalecimento da musculatura paravertebral. Calor local → relaxamento dos músculos → reduz componente muscular do desconforto Ficar atento a: Mudanças na configuração corporal e a dor nas costas podem dar origem a perda da autoimagem e depressão secundária; equilíbrio alterado, pela cifose e pelo deslocamento do centro de gravidade do corpo Medo de cair: tendência a permanecer em ambientes fechados → início do ISOLAMENTO SOCIAL. Fraturas de quadril: - Quase sempre exigem reparo cirúrgico - Retorno da deambulação; - Redução aberta e fixação interna com pinos e placas, hemiartroplastias e artroplastias totais Fraturas de ossos longos: - Exigem fixação externa ou interna com frequência. Outras fraturas - Tratamento de suporte. Osteoporose - Locomoção 10 (vertebrais, costelas e pélvicas): Fraturas agudamente sintomáticas: - Analgésicos, AINES, paracetamol, opioides (ex.: codeína); - Espasmos podem ocorrer → relaxantes musculares e calor local. Resumo