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Larva Migrans Cutânea (LMC) Os principais agentes etiológicos envolvidos são larvas infectantes de Ancylostoma braziliense e Ancylostoma caninum, parasitos do intestino delgado de cães e gatos. As fêmeas destes parasitos realizam a postura de milhares de ovos, que são eliminados diariamente com as fezes dos animais infectados. As larvas L3 desses ancilostomídeos penetram ativamente na pele do ser humano e migram através do tecido subcutâneo durante semanas ou meses e então morrem. À medida que as L3 progridem, deixam atrás de si um rastro sinuoso conhecido popularmente como “bicho geográfico” ou “bicho das praias”. Patogenia e Sintomatologia O momento da penetração pode passar despercebido ou ser acompanhado de eritema e prurido em pacientes sensíveis. No local da penetração das L3, aparece primeiramente uma lesão eritemopapulosa que evolui, assumindo um aspecto vesicular. Em sua migração, as larvas produzem um rastro saliente e pruriginoso, que por vezes, pode estar acompanhado de infecções microbianas secundárias decorrentes do ato de se coçar, que leva a escoriações na pele. Diagnóstico: Anamnese, sintomas e aspecto dermatológico da lesão, caracterizado por erupção linear e tortuosa na pele. Tratamento: Tiabendazol. Nos casos de intolerância à medicação, embora menos eficiente, pode se usar cloretila ou neve carbônica, que matam a larva pelo frio. Epidemiologia: Distribuição cosmopolita, porém ocorre com maior frequência nas regiões tropicais e subtropicais. Áreas banhadas pelo mar: sal mata as larvas. Profilaxia: Tratamento de cães e gatos. Impedir o acesso desses animais à tanques de areia em parques infantis e creches, que podem funcionar como focos de infecção. Larva Migrans Visceral (LMV) LMV é a síndrome determinada por migrações prolongadas de larvas de nematóides parasitos comuns aos animais, no organismo humano, que estão condenadas a morrer, depois de longa permanência nas vísceras, sem poder chegar ao estágio adulto. Principal agente etiológico: Toxocara canis, parasito do intestino delgado de cães e gatos. As fêmeas podem eliminar milhares de ovos, por dia, nas fezes dos hospedeiros normais. No solo, os ovos se desenvolvem e, em tomo de 28 dias, a larva atinge o estádio infectante (L3), dentro do ovo. Esses ovos são muito resistentes aos fatores ambientais e podem permanecer viáveis durante meses. Infecção no Ser Humano Ingestão de água ou alimentos contaminados com ovos contendo L3 Eclosão no intestino delgado e as L3 penetram na parede intestinal Larvas atingem a circulação, distribuindo-se por todo o organismo. Atravessam os capilares sanguíneos e atingem os tecidos adjacentes, como fígado, rins, pulmões, coração, medula óssea, músculos estriados e olhos. Nesses órgãos, realizam migrações, e a maioria é destruída formando uma lesão típica, denominada granuloma alérgico, no qual o parasito morto encontra-se cercado por infiltrados ricos em eosinófilos e monócitos. Algumas larvas podem se encistar, mantendo-se viáveis por vários anos. Manifestações clínicas A gravidade do quadro clínico depende da quantidade de larvas presentes no organismo, do órgão invadido e da resposta imunológica do paciente. A maioria dos casos caracteriza-se por um quadro subclínico e sem diagnóstico. A infecção é autolimitante, com duração total de seis a 18 meses. Quadro clássico: Leucocitose, hipereosinofilia sanguínea, hepatomegalia e linfadenite. Ocasionalmente: Infiltrados pulmonares acompanhados de tosse, dispneia, anorexia e desconforto abdominal. Envolvimento do sistema nervoso: Ataques epileptiformes, meningite e encefalite. Diagnóstico: Anamnese, sintomas e imunodiagnóstico (ELISA). Porém, a única evidência de certeza é a identificação da larva nos tecidos através de biópsia. Tratamento: Anti-helmínticos (Albendazol, Ivermectina, Tiabendazol). Epidemiologia: Síndrome relacionada com a presença de animais, principalmente cães e gatos, nos locais onde o homem pode se infectar, como praias, parques e praças públicas. Controle: Conscientização da população e principalmente dos proprietários de cães sobre o real problema que representa essa parasitose. Medidas profiláticas: exame de fezes periódicos dos cães e gatos e tratamento dos mesmos com anti-helmínticos de largo espectro e evitar o acesso desses animais a locais públicos (praças, praias e parques infantis).
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