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1 UNIVERSIDADE ESTADUALDE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE FÍSICA DISCIPLINA 3212 – FÍSICA EXPERIMENTAL RESISTIVIDADE DE UM FIO DE NÍQUEL-CROMO E PONTE DE FIO DE NÍQUEL-CROMO Acadêmicos: Bruno Moisés da Silva Valentin R.A.: 90255 Gleicon Vinícius de Paula R.A.: 89706 Letícia Utiyama R.A.: 88941 Rômulo Luzia de Araújo R.A.: 82193 Docente: Prof.º Dr. Antônio Medina Neto MARINGÁ Agosto de 2015 1 INTRODUÇÃO 2 1.1 RESISTIVIDADE O Resistor é um dispositivo extremamente importante na elétrica, cuja função precípua é simplesmente oferecer resistência à passagem de corrente elétrica. Essa resistência pode ser expressa pela equação (1). Onde: R = resistência elétrica V = tensão = intensidade de corrente elétrica. Alguns resistores em especial são chamados de ôhmicos e apresentam como característica a conservação do valor da resistência elétrica mesmo com a variação de corrente ou de tensão. Apesar de disso tudo, qualquer fio condutor do circuito elétrico oferece uma resistência à passagem de corrente elétrica, que em muitos casos são desprezadas por ser uma resistência relativamente pequena diante do circuito global. No entanto a Segunda Lei de Ohm (equação 2) define que para os fios condutores a resistência elétrica depende das dimensões desse fio (comprimento e área de secção transversal) e da resistividade elétrica, que é uma propriedade física da substância que compõe o fio condutor. Onde: L = comprimento do fio (m) A = área da secção transversal (m2) = resistividade (ohm-metro ). Finalmente, para construir o processo de raciocínio das atividades propostas para este experimento, considerar-se-á alguns fios condutores ôhmicos, feitos com o mesmo material, porém de diferentes dimensões. 3 Assim, pergunta-se: nestes fios constituídos pelo mesmo material, como a resistência é modificada pelo comprimento e pela área deste fio? Para responder a esta indagação, far-se-á experimentos, para que, ao fim deles, possa-se compreender a razão pela qual o comprimento (L) e a área (A) afetam o valor da resistência de um material conforme descrito na equação (2): 1.2 PONTE DE WHEATSTONE Para se medir a resistência de um resistor de valor desconhecido em que não há a possiblidade de aferição direta com o voltímetro, pode-se utilizar um instrumento chamado ponte de Wheatstone, que mede valores de resistência a partir de propriedades de comparação. Ela configura-se como na imagem abaixo: Figura 1: modelo de Ponte de Wheatstone. O que diferencia esse circuito elétrico dos demais é o fato de saber se uma parte do circuito alcançou o equilíbrio com a outra. Esse equilíbrio é notado pela ausência de corrente elétrica entre os pontos C e D, o que sugere, portanto, equipotencial entre os dois pontos (VC = VD). Logo, com essa proposição e sabendo que R1 e R3 são resistores que estão associados em série e estes associados em paralelo com R2 e R4, que também estão associados em série, é possível definir a resistência de um Resistor desconhecido a partir de outros três conhecidos. Feita esta consideração, pode-se então fazer algumas suposições. Ao passar pelo nó A, a corrente que sai da fonte é dividida em duas, aqui denominadas 4 e . A partir destas correntes – e, principalmente, da forma que o sistema é montado – é possível perceber as seguintes relações: Além disso, no que concerne a diferença de potencial, no momento em que não houve corrente no seguimento CD, pode-se considerar também: Substituindo então (5) e (6) em (3) tem-se: Que, quando substituída em (4): Com essa equação, faz-se possível descobrir uma resistência desconhecida a partir somente dos valores das outras três que formam o circuito chamado Ponte de Wheatstone. Nesta prática, contudo, utilizou-se uma variação da ponte de Wheatstone: um filamento de níquel-cromo, substituindo os resistores R2 e R4, fixado sobre uma base graduada com as distâncias, configurado conforme a figura a seguir. 5 Figura 2: ponte de fio níquel-cromo. Quando deseja-se ler a corrente entre os pontos D e C, põe-se um galvanômetro (um amperímetro de alta precisão) entre eles. Uma das pontas dele estará fixa (em D) e a outra percorrerá pelo filamento, a fim de que se encontre a condição de equilíbrio da ponta, onde Aqui, as relações entre as resistências mantêm-se as mesmas que as encontradas em (7), para tanto, coloca-se na equação os valores pertencentes a este circuito: Com a sentença matemática acima é possível encontrar uma resistência desconhecida (Rx) a partir dos dados experimentais e de uma resistência padrão (Rp). 2 OBJETIVOS O primeiro experimento visou realizar uma análise da proporcionalidade entre a resistência elétrica (R) de um fio condutor com suas dimensões de comprimento (L) e área de secção (A), e também verificar a resistividade deste mesmo fio, neste caso, um fio de níquel-cromo. 6 Já a segunda parte da prática tem como objetivo fazer aferições de diferentes resistências pelo método da comparação com o auxílio do circuito conhecido como Ponte de Wheatstone, comprovando, assim, a relação proposta pela equação (8). 3 EXPERIMENTO 3.1 MATERIAIS Fios de níquel-cromo; Fonte de Tensão; Galvanômetro de zero central; Resistores; Fio de níquel-cromo; Cabos; Jacarés; Multímetro. 3.2 MÉTODOS 3.2.1 Experimento 1 – Resistência de um Condutor em função das dimensões Para definir a relação entre a Resistência Elétrica (R) de um fio condutor e seu Comprimento (L), primeiramente, anotou-se os valores de sua área de secção reta (A) e sua resistividade nominal (ρnominal): A = 1,257x10-7 m2 ρnominal = 1,14x10 -6 Ω.m Após isto, mediu-se, com o auxílio de um multímetro, a resistência do fio em intervalos de 10 cm, construindo-se, com os dados coletados, a Tabela 1 que compara o valor de Resistência Elétrica encontrada a cada distância. Já para ilustrar a proporcionalidade entre a Resistência Elétrica de um fio condutor e sua área da secção, aferiu-se a resistência de seis diferentes fios condutores compostos pelo mesmo material – portanto mesma resistividade elétrica 7 – e com mesmo comprimento de 100 cm, porém com os valores de área de secção diferentes. Organizou-se esses resultados na Tabela 2. 3.2.2 Experimento 2 – Ponte de Wheatstone Para esse experimento escolheu-se quatro resistores, os quais tiveram suas resistências medidas e anotadas na Tabela 3. Fixou-se um deles como resistor padrão (RP) e organizou-se o sistema da mesma forma que ilustrado na figura 2. Com o auxílio do galvanômetro, foi-se deslizando a extremidade positiva de um fio conectado ao mesmo pelo fio de níquel-cromo até que fosse possível observar o valor 0 no aparelho, então a distância foi também anotada na Tabela 3. Esse procedimento ocorreu para todos os resistores de valores desconhecidos (Rx1, Rx2 e Rx3). 4 RESULTADOSDo primeiro experimento realizado, em que buscou-se a relação entre Resistência e Comprimento do fio, obteve-se os seguintes valores: Tabela 1: Dados experimentais da resistência e do comprimento R (Ω) L (cm) 1,6 ± 0,1 10 ± 0,01 2,4 ± 0,1 20 ± 0,01 3,3 ± 0,1 30 ± 0,01 4,1 ± 0,1 40 ± 0,01 4,9 ± 0,1 50 ± 0,01 5,9 ± 0,1 60 ± 0,01 6,6 ± 0,1 70 ± 0,01 7,6 ± 0,1 80 ± 0,01 8,4 ± 0,1 90 ± 0,01 9,3 ± 0,1 100 ± 0,01 8 Com estas informações, pôde-se montar o Gráfico 1, o qual apresenta-se de forma praticamente linear, respeitando a proporcionalidade R ∝ L definida na equação (2). Gráfico 1: Dados experimentais da resistência e do comprimento Definindo o coeficiente angular dessa função linear (tg θ), obtêm-se o quociente entre ρ/A. Logo, ao multiplicar esse quociente pela área (A), que é constante e conhecida, garante-se matematicamente o valor da resistividade desse material. tg θ = ∆R/∆L → tg θ = (4,1 – 1,6)/(0,4 – 0,1) → tg θ = 2,5/0,3 → tg θ = 8,33 Como tg θ = ρ/A, então: ρ/A = 8,33 → ρ = 8,33.A → ρ = 8,33 . 1,257.10-7 → ρ = 1,0475. 10-6 Ω.m Desvio = -8,11% 9 Continuando com a primeira parte do experimento, só que agora na busca da proporcionalidade entre a Resistência e a Área da secção transversal, utilizando seis fios condutores diferentes, todos com comprimentos de 100 cm, mensurou-se e anotou-se na Tabela 2 os valores de suas resistências e áreas de secção reta. Tabela 2: Dados experimentais da resistência e da área. Régua nº A (x 10-7 m2) R100 cm (Ω) 6 5,032 3,3 ± 0,1 8 1,626 7,8 ± 0,1 10 1,257 9,3 ± 0,1 13 3,267 3,7 ± 0,1 15 1,225 9,1 ± 0,1 17 2,507 4,7 ± 0,1 Tal como na Tabela 1, com os valores acima da Tabela 2 de resistência elétrica e área de secção, pôde-se montar o Gráfico 2, o qual também apresenta-se de forma praticamente linear, respeitando a proporcionalidade inversa entre R e A (R ∝ 1/A) tal como era esperado pela equação (2). 10 Gráfico 2: Dados experimentais da resistência e do inverso da área O coeficiente angular dessa função linear (α), é o produto ρ.L, que se for dividido pelo valor de comprimento (0,1m) resulta finalmente no valor da resistividade desse material. tg α = ∆R/(∆A)-1 → tg α = (9,1 – 3,3)/(8,16.106 – 1,98.106) → tg α = 5,8/6,17.106 → tg α = 9,4.10-7 Como tg α = ρ.L, então: ρ.L = 9,4.10-7→ ρ = 9,4.10-7/L → ρ = 9,4.10-7/ 0,1 → ρ = 9,4. 10-6 Ω.m Desvio = 724% 11 Já na segunda parte do experimento, onde o objetivo foi determinar o valor de resistências desconhecidas (Rx1, Rx2 e Rx3) por meio do circuito conhecido como ponte de Wheatstone, utilizou-se o fio de níquel no mesmo esquema descrito na Figura 2, sendo anotado na Tabela 3 os valores experimentais (aferidos pelo multímetro) das resistências desconhecidas (Rx1, Rx2 e Rx3), e os comprimentos X (seguimento AC da Figura 2) e L-X (seguimento CB da Figura 2) desse circuito para cada um dos resistores desconhecidos. Tabela 3: Dados experimentais da ponte de Wheaststone RExperimental X (cm) L – X (cm) Rx (Ω) Desvio % Rx1 220,6 ± 0,01 107 10 205,7 -6,75 Rx2 3.825 ± 0,01 42 75 3.930,35 2,75 Rx3 1.011 ± 0,01 79,7 37,3 1.030,07 1,88 Sabendo que o comprimento total do fio (L) era 117 cm e que a resistência padrão (Rp) m dia 2.201 Ω, pôde-se determinar os valores das resistências desconhecidas por meio da equação (8) e definir os desvios de cada valor encontrado com relação ao valor aferido pelo multímetro. Rx = (L-X/X) x Rp Rx1= (10 /107) x 2.201 → Rx1 = 205,7Ω Rx2 = (75/42) x 2.201 → Rx2 = 3.930,35 Ω Rx3 = ( 37,3/79,7) x 2.201 → Rx3 = 1.030,07 Ω 5 DISCUSSÕES E CONCLUSÕES O presente experimento comprovou a proporcionalidade entre a Resistência Elétrica de um fio condutor e suas dimensões, seja o comprimento ou a área de secção, expressos na equação (8). R ∝ L R ∝ 1/A 12 Vislumbrou também no experimento a possibilidade de definir a resistividade de um condutor ôhmico pela simples observação da inclinação do função linear RxL, o que não ocorreu com sucesso na função RxA-1. Da mesma forma, notou-se também a validade e a precisão na aferição das resistências na Ponte de Wheatstone, tal como pode perceber pela observação dos resultados experimentais e matemáticos e pelo desvio. 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ. Apostila de Física Experimental III: Eletricidade e Magnetismo. EDUEM, 2010, p. 33-37. TIPLER, PAUL A. MOSCA, GENE. Física para cientistas e engenheiros: Eletricidade e Magnetismo, Óptica. Vol. 2, 3ª Ed. [Reimpr.] Rio de Janeiro: LTC 2014. p. 149 e 150.
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