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Focus Concursos 
www.focusconcursos.com.br | 1 | 
 
 
 
 
 
Direito Penal 
Aplicação da Lei Penal no Tempo - III 
Focus Concursos 
www.focusconcursos.com.br | 2 | 
1 Roteiro do PDF FOCADO 
• Material Teórico Escrito (conteúdo para o aluno complementar além das 
videoaulas. Este material pode conter informações além das trabalhadas em 
videoaulas. Mas, claro, com tudo que é necessário para a sua aprovação, com 
a profundidade necessária – nem mais, nem menos.); 
• Questões Comentadas (são questões extras/bônus, para fixar o conteúdo 
durante a parte teórica. Essas questões fazem parte apenas do material em PDF, 
logo não são resolvidas em videoaulas); 
• Mapas de Conteúdos: mapas mentais, mnemônicos, dicas e macetes para 
• gabaritar no dia de sua prova; 
• Anotações de Aulas (slide das videoaulas) 
• Questões para Treinar (são questões extras/bônus ao final da apostila, para 
o aluno treinar e fixar o conteúdo aprendido. Essas questões fazem parte 
apenas do material em PDF, logo não são exibidas e nem resolvidas em 
videoaulas). 
 
Você pode usar as videoaulas para entender a matéria como um todo e usar os PDFs 
para complementar e aprofundar ainda mais sobre os temas! 
E como eu disse, sem enrolação, vamos direto ao conteúdo para o seu concurso. 
VAMOS NESSA! 
 
2 Conteúdo Programático 
1 Roteiro do PDF FOCADO ........................................................................................................ 2 
3 Princípio da continuidade normativo-típica ........................................................................... 3 
4 Tempo e Lugar do Crime ........................................................................................................ 5 
4.1 Lei de Vigência Temporária e Leis Excepcionais ............................................................................ 8 
4.2 Extra-atividade da lei penal ....................................................................................................... 11 
5 Anotações de Aula (Slide) .................................................................................................... 18 
6 Mapa de Conteúdos ............................................................................................................ 20 
7 QUESTÕES PARA TREINAR ................................................................................................... 23 
7.1 Gabarito ................................................................................................................................... 28 
 
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3 Princípio da continuidade normativo-típica 
A revogação formal da lei penal não significa obrigatoriamente abolitio criminis, pois 
há possibilidade, embora revogada a lei, de a figura criminosa ser transferida para 
outro dispositivo, permanecendo inalterada a situação penal do agente. 
Tal fenômeno chama-se princípio da continuidade normativo-típica, que, por sua 
vez, significa a manutenção do caráter proibido da conduta, porém com o 
deslocamento para outro tipo penal. A intenção do legislador, nesse caso, é de que 
a conduta continue sendo considerada criminosa, porém, em outro dispositivo legal. 
Trata-se de uma supressão formal do crime. 
 
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE TÍPICO-NORMATIVA 
Se verifica quando o tipo penal é revogado formalmente, porém, o fato criminoso passa 
a integrar outro dispositivo legal. 
 
Com essa tarefa em mente, quero que vocês compreendam que este princípio (da 
continuidade normativo-típica) designa a ideia de que a criminalização da conduta 
não desaparece quando a revogação um tipo penal se dá mediante a edição de uma 
lei que volta a criminalizá-la, embora em um dispositivo penal ou em uma posição 
topológica diversa da original, que, muitas vezes, pode até mesmo atribuir um nomen 
iuris distinto para o ilícito penal (STJ, HC 204.416/SP). 
 
Aliás, este acontecimento pode ser vislumbrado, por exemplo, em relação aos crimes 
de estupro e atentado violento ao pudor, que antes da lei 12.015/09 se encontravam 
previstos nos arts. 213 e 214 do Código Penal (respectivamente), mas que, após a 
entrada em vigor da lei 12.015/09 foram fundidos no art. 213 do Código Penal que, a 
partir de então, continuou incriminando às duas condutas supramencionados, dando-
lhe, contudo, o nomem iuris de “Estupro”. 
 
 
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ANTES DA LEI 12.015/09 DEPOIS DA LEI 12.015/09 
Art. 213. Constranger mulher à conjunção 
carnal, mediante violência ou grave 
ameaça: 
Art. 213. Constranger alguém, 
mediante violência ou grave ameaça, 
a ter conjunção carnal ou a praticar ou 
permitir que com ele se pratique 
outro ato libidinoso: 
Art. 214. Constranger alguém, mediante 
violência ou grave ameaça, a praticar ou 
permitir que com ele se pratique ato 
libidinoso diverso da conjunção carnal: 
Art. 214. Revogado. 
 
Vejam só pessoal, com a entrada em vigor da Lei 12.015/09, o art. 214 do Código 
Penal foi revogado. No entanto, as condutas que eram criminalizadas através dele não 
deixaram de ser ilícitas por um minuto sequer, isto porque, a mesma lei que revogou 
o dispositivo supramencionado, também tratou de migrar o comportamento típico 
que nele estava previsto para o artigo 213 do Código Penal. 
 
Com isso entendido, já é possível perceber, por exemplo, que o princípio da 
continuidade normativo-típica não se confundo com a abolitio criminis! Isto porque, 
enquanto naquele primeiro caso (continuidade normativo-típica) há a simples 
realocação de um tipo penal, que, a toda sorte, continua sendo incriminado, neste 
segundo (abolitio criminis), ocorre a supressão formal e material da conduta que, em 
decorrência disto, deixa de ser considerada crime. 
 
A toda sorte, para facilitar a compreensão deste ponto da matéria, segue uma tabela 
que busca sintetizar os caracteres que distinguem a continuidade normativo-típica da 
abolitio criminis. 
 
ABOLITIO CRIMINIS CONTINUIDADE NORMATIVO-TÍPICA 
Supressão formal e material do tipo 
penal; 
Supressão formal do tipo penal (mas não 
material); 
A conduta deixa de ser criminosa; A conduta permanece criminosa; 
Causa de extinção da punibilidade; Migração para outro tipo penal; 
 
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Dúvida da concurseira: Como o artigo 214, que tratava do 
atentado violento ao pudor, foi revogado pela Lei 12.015/09, 
questionou-se: seria hipótese de “abolitio criminis”? A resposta é 
não. Isso porque a conduta prevista no extinto art. 214 foi 
“transferida” para o art. 213, que trata do estupro. Portanto, forçar 
alguém à prática de ato libidinoso diverso da conjunção carnal 
continua sendo crime, não mais de atentado violento ao pudor (art. 
214), mas de estupro (art. 213). Trata-se da aplicação do princípio da 
continuidade típico normativa. 
 
4 Tempo e Lugar do Crime 
Para que seja possível avançar no estudo da aplicação da lei penal no tempo, é 
essencial identificarmos o momento a partir do qual podemos considerar que o crime 
foi praticado, afinal, há de se convir que sem esta informação, não poderíamos saber 
a lei que deve ser aplicada ao caso concreto. 
Existem três teorias que indicam qual o tempo do crime: 
• Teoria da Atividade; 
• Teoria do Resultado; 
• Teoria Mista ou da Ubiquidade. 
 
TEORIA DA ATIVIDADE TEORIA DO RESULTADO TEORIA DA UBIQUIDADE 
Considera-se praticado o 
crime no lugar em que 
ocorrer a ação ou a 
omissão. 
Considera-se praticado o 
crime no lugar em que 
ocorrer o resultado. 
Considera-se praticado o 
crime no lugar em que 
ocorrer a ação ou a 
omissão, bem como no 
local em que ocorrer o 
resultado. 
 
Dessa forma, adota-se para definir o momento em que o crime acontece, no Código 
Penal, a Teoria da Atividade, porque vai considerar a ação ou omissão independente 
do resultado. 
Exemplo: um sujeito atirou em alguém, e ele atira na data do dia 10 de janeiroe, consequentemente a pessoa morre no dia 11 de janeiro, se ela morreu no dia 
11 de janeiro, pode falar que ele vai ser responsabilizado, e que o crime 
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aconteceu no dia 11 de janeiro? 
Comentários: negativo, se ele atirou no dia 10 de janeiro, o crime será 
considerado praticado no dia 10/01, que é o momento da ação ou da 
omissão para o tempo do crime. 
 
 
 
Tempo do Crime 
 
Art. 4º do Código Penal. 
Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que 
outro seja o momento do resultado.” 
 
Logo, meu caro aluno, fica claro no artigo 4º do CP, que o legislador leva em 
consideração a ação ou omissão, independentemente do resultado. 
 
 
QUESTÃO 01 - Por adotar a teoria da ubiquidade, o CP reputa praticado o crime tanto 
no momento da conduta quanto no da produção do resultado. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
SE LIGUE! 
 
PRINCÍPIO DA COINCIDÊNCIA (DA CONGRUÊNCIA OU DA 
SIMULTANEIDADE) 
- De acordo com este princípio o agente deverá reunir, na prática da conduta, 
todos os elementos ou substratos do conceito analítico de crime, ou seja, o 
fato típico, a ilicitude e a culpabilidade. 
 
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Comentário: Pessoal, muito cuidado ao analisar esta assertiva! Aqui, mais uma vez, o 
examinador está sendo maldoso! Ele está tentando criar uma confusão a respeito das teorias 
que são aplicadas para determinar o TEMPO e o LUGAR do crime! 
Lembrem-se meus caros, que o tempo do crime é sempre determinado pela teoria da 
atividade! 
Aliás, para que no futuro vocês não caiam nesta pegadinha, perfaz-se oportuno mencionar 
que a teoria da atividade foi expressamente adotada pelo art. 4º do Código Penal, segundo 
o qual “Considera-se praticado o crime no MOMENTO da ação ou omissão, ainda que outro 
seja o momento do resultado”. 
Já a teoria da ubiquidade, somente é utilizada para que seja definido o LUGAR em que o 
crime foi praticado e isto pode ser percebido no art. 6º do Código Penal, segundo o qual: 
“Considera-se praticado o crime no LUGAR em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou 
em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado”. 
Em suma, podemos dizer que esta proposição está incorreta por ter sustentado que o tempo 
do crime se rege pela teoria da ubiquidade, quando, a bem da verdade, se rege pela teoria 
da atividade.. Gabarito Errado. 
 
QUESTÃO 02 - De acordo com o Código Penal, considera-se praticado o crime no 
momento em que ocorreu seu resultado. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
Comentário: Esta questão é consideravelmente simples, mas busca confundir o examinado 
em relação as teorias que são utilizadas para reger o tempo e o lugar do crime. 
Lembrem-se: (1) enquanto o lugar do crime é regido pela teoria da ubiquidade; (2) o tempo 
do crime é regido pela teoria da atividade! 
Estas regras estão previstas nos arts. 4º e 6º, ambos do Código Penal, segundo os quais: 
Art. 4º do CP (TEMPO DO CRIME). Considera-se praticado o crime no MOMENTO da ação ou 
omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. 
Art. 6º do CP (LUGAR DO CRIME). Considera-se praticado o crime no LUGAR em que ocorreu 
a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-
se o resultado. 
Como o enunciado propõe a utilização da teoria do resultado para a definição do tempo do 
crime, a assertiva está errada.. Gabarito Errado. 
 
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QUESTÃO 03 - Em sete de janeiro de 2023, João praticou conduta que, à época, 
configurava crime punível com prisão. O resultado desejado pelo autor, no entanto, 
foi alcançado somente dois meses depois, ou seja, em sete de março do mesmo ano, 
momento no qual a conduta criminosa tinha previsão de ser punida com pena menos 
grave, de restrição de direitos. Nessa situação hipotética, de acordo com a lei penal, 
João não poderá ser condenado com a pena de prisão em razão da retroatividade da 
lei mais benéfica. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
Comentário: A princípio, o crime se considerada praticado no momento da ação (Teoria da 
Atividade), portanto, sob um primeiro olhar, se poderia alegar que o fato deveria ser 
sancionado de acordo com a lei que lhe cominava uma pena de prisão. 
No entanto, não podemos esquecer que, a lei penal que de alguma forma beneficia o réu 
produz efeitos retroativos. Assim, como a lei nova amenizou a intensidade da reprimenda 
estatal (deixou de punir a conduta com pena privativa de liberdade e passou a sancioná-la 
com penas restritivas de direitos), ela produzirá efeitos retroativos, alcançando os fatos que 
foram praticados antes da sua entrada em vigor. Vale aqui a regra do art. 2º, parágrafo único, 
do Código Penal.. Gabarito Certo. 
 
 
4.1 Lei de Vigência Temporária e Leis Excepcionais 
 
LEI PENAL TEMPORÁRIA E EXCEPCIONAL 
A lei penal temporária é aquela que tem a sua vigência previamente fixada pelo 
legislador. Já a lei penal excepcional é aquela que tem sua duração condicionada ao 
término da situação de anormalidade. 
 
Recordando que as leis não têm prazo de duração, mas, excepcionalmente, possuem 
normas que vão vigorar, para alcançar fatos excepcionais ou momentâneos. Tem-se 
aqui a ultratividade da norma, ou seja, existem normas que irão vigorar determinadas 
condutas criminosas por um tempo. Então, ainda que cesse a duração, terá a aplicação 
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do fato, caso tenha sido feito durante a vigência. 
Exemplo: em 2013 um sujeito cometeu um crime, e em 2014 a norma parou de 
vigorar. No meio de 2014 o sujeito foi pego pelo crime que cometeu no ano de 
2013, no entanto o crime deixou de existir em 2014. Ainda assim pode ser 
aplicada a norma? 
 
 
Nas leis excepcionais e temporárias, pode ser aplicado, porque no 
momento em que ele fez tal fato, era tido como crime. 
 
Dessa forma, continua-se aplicando, pois senão muitos indivíduos poderiam continuar 
cometendo crimes nas normas temporárias, esperando elas deixarem de vigorar para 
então, voltar ao cenário criminoso. 
No caso de Lei Temporária e Excepcional, mesmo que cesse a vigência dessa norma. 
Ela vai continuar sendo aplicada, porque se leva em consideração a lei do momento 
em que essa vigência existia. 
 
 
 
PEGA ESSES BIZUS! 
 
Essas leis são autorrevogáveis, pois os seus efeitos jurídicos se encerram 
com o término do prazo predeterminado (lei temporária) ou com o término 
da situação de anormalidade (lei excepcional). 
 
Essas leis são autorrevogáveis, pois os seus efeitos jurídicos se encerram com o 
término do prazo predeterminado (lei temporária) ou com o término da situação 
de anormalidade (lei excepcional). 
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QUESTÃO 04 - Em virtude da seca que assola o país, considere a hipótese em que 
seja promulgada uma Lei Federal ordinária que estabeleça como crime o desperdício 
doloso ou culposo de água tratada, no período compreendido entre 01 de novembro 
de 2014 e 01 de março de 2015. Em virtude do encerramento da estiagem e volta à 
normalidade, não houve necessidade de edição de nova lei ou alteração no prazo 
estabelecido na citada legislação. Nessa hipótese, o indivíduo A que em 02 de março 
de 2015 estiver sendo acusado em um processo criminal por ter praticado o referido 
crime de “desperdício de água tratada”, durante o período de vigência da lei: 
a) poderá ser condenado pelo crime de “desperdício de água tratada” ainda que o 
período indicado na lei que previu essa conduta esteja encerrado. 
b) não poderá ser punido pelo crime de “desperdício de água tratada” 
c) só poderá ser punido pelo crime de “desperdício de água tratada” se houver nova 
edição da lei no próximo período de seca. 
d) só poderá ser punido pelo crime de “desobediência” em virtude de não mais 
subsistir o crime de “desperdício de água tratada”.e) poderá ser condenado pelo crime de “desperdício de água tratada”, no entanto esta 
condenação não poderá ser executada. 
 
Comentário: As alternativas “b”, “c” e “d” estão equivocadas. 
Inicialmente, é preciso atentar que o enunciado da questão foi claro ao afirmar que o crime 
foi praticado à época em que a lei estava vigente. Então, pela aplicação da teoria da atividade, 
se extrai que à ele deve ser aplicada a norma que incriminada o desperdício de água, pouco 
importando o momento em que o agente foi formalmente acusado (leia-se: o momento em 
que teve um processo instaurado contra si). 
No mais, é preciso atentar que para as leis temporárias (que possuem um período certo de 
duração – como a que foi descrita no enunciado da questão) vale a regra da ultratividade. 
Isto significa que a lei em vigor à época do fato continuará sendo aplicada aos fatos que 
tiverem sido praticados durante a sua vigência, mesmo após o término do prazo de sua 
validade, o que fica claro na redação do art. 3º do Código Penal, segundo o qual “A lei 
excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as 
circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência”. Tendo 
em vista esses elementos doutrinários relativos à ultratividade das leis temporárias, há de se 
considerar como correta a assertiva contida no item (A) da questão. Gabarito A. 
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QUESTÃO 04 - A exceção à regra geral é a extratividade, ou seja, a possibilidade de 
aplicação de uma lei a fatos ocorridos fora do âmbito de sua vigência. O fenômeno 
da extratividade, no campo penal, realiza-se em dois ângulos: retroatividade e 
ultratividade. 
 
Comentário: Esta proposição está correta e espelha as regras que estão previstas nos arts. 
2º e 3º do CP, segundo os quais: 
Art. 2º do CP. Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, 
cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. 
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos 
fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 
Art. 3º do CP. A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração 
ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua 
vigência. Gabarito Certo 
 
4.2 Extra-atividade da lei penal 
A expressão “extra-atividade” é utilizada para designar a possibilidade de uma lei, que 
já perdeu seus efeitos ou que já foi revogada, ser aplicada a fatos que ocorreram antes, 
durante ou até mesmo após o seu período de vigência, através das regras de 
retroatividade e de ultratividade. 
 
Para que possamos compreender esta ideia de uma forma mais fácil, quero que vocês 
entendam que entre as expressões extra-atividade, retroatividade e ultratividade há 
uma relação de gênero e espécie, onde aquela primeira locução é utilizada para 
designar um gênero, do qual aquelas duas últimas expressões são espécies. 
 
 
Extra-atividade
(gênero)
Ultratividade
(espécie)
Retroatividade
(espécie)
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Ok professor, eu já entendi que toda norma ultra-ativa é extra-ativa e que nem toda 
regra extra-ativa será, necessariamente ultra-ativa; também percebi que essa mesma 
lógica se aplica às normas retroativas; mas de que forma vou diferenciar normas 
retroativas de ultra-ativas? 
 
Isso é simples, pois se de um lado (1) a retroatividade da lei penal restará configurada 
naqueles casos em que uma norma for utilizada para regular situações que ocorreram 
antes de sua entrada em vigor; de outro (2) a ultratividade se evidenciará quando uma 
lei que já foi revogada ou que já perdeu seus efeitos continuar a ser aplicada após ter 
cessado a sua vigência. 
 
Mas em que casos se deve aplicar as regras supramencionadas? A resposta para este 
questionamento não é das mais simples e reclama, quando pouco, a interpretação 
conjunta dos princípios da: 
01. Irretroatividade da lei penal maléfica; 
02. Retroatividade da lei penal benéfica; 
03. Ultratividade; e 
04. Continuidade normativo-típica. 
 
Então vejamos. 
 
De acordo com o princípio da irretroatividade da lei penal maléfica, não se admite que 
sejam promovidas alterações em normas penais em detrimento da situação jurídica 
preexistente naqueles casos em que a lei nova: agravar a situação de um agente em 
face de um ilícito que havia sido cometido sob o império de uma lei anterior que lhe 
era mais benéfica; ou tornar típica uma conduta que, até então, não era considerada 
ilícita. 
 
Dito de uma outra maneira pessoal, a ideia que pretendo passar é a de que uma lei 
penal nova, não pode agravar a situação do réu que praticou determinado ilícito penal 
sob o império de uma lei mais benéfica. 
 
Assim, se uma lei nova criminaliza um fato que anteriormente não estava previsto 
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como crime (novatio legis incriminadora) ou exaspera o tratamento que já era dado 
à uma conduta delitiva (novatio legis in pejus ou lex gravior), ela não poderá ser 
aplicada aos fatos que ocorreram em data anterior à de sua entrada em vigor. 
 
Já o princípio da retroatividade da lei penal benéfica, preconiza que os efeitos 
benéficos e favoráveis de uma lei penal devem retroagir ilimitadamente e 
indiscriminadamente para todos os fatos anteriores à data em que a lei entrou em 
vigor. 
 
Por outras palavras, pode-se dizer que: (1) se a lei nova atribui um tratamento mais 
brando ao fato criminoso (reduzindo a pena do ilícito, instituindo uma causa de 
diminuição de pena, criando uma circunstância atenuante, etc. - novatio legis in 
mellius ou lex mitior); ou (2) se a lei nova deixar de incriminar o fato que outrora era 
considerado típico (abolitio criminis); ela deve ser aplicada até mesmo aos fatos que 
ocorreram em data anterior à de sua entrada em vigor, independentemente de eles já 
terem sido definitivamente julgados. 
 
Atenção! É importante saber que além de conduzir à extinção 
da punibilidade, a abolitio criminis faz cessar todos os efeitos 
penais de eventual sentença condenatória – como a questão 
da reincidência e dos antecedentes criminais - mas não afasta 
os efeitos civis do ato ou da sentença penal. 
 
Agora, é preciso convir que esta norma (benéfica) superveniente pode acabar sendo 
editada no curso de uma investigação, de um processo ou até mesmo no decorrer da 
execução penal, assim sendo, de que forma deverá ser aplicada a norma que extingue 
uma figura típica? Depende! 
01. Enquanto o fato ainda está sendo investigado, a autoridade policial, ela 
deverá remeter o inquérito ao Ministério Público para que este postule o 
arquivamento perante a autoridade judicial competente; 
02. Enquanto o processo judicial ainda está tramitando, mas não foi prolatada a 
sentença, caberá ao magistrado o dever de extinguir o processo em razão 
da extinção da punibilidade; 
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03. Enquanto o processo judicial está tramitando, em grau recursal e antes do 
trânsito em julgado do acórdão, caberá ao Tribunal o dever de extinguir o 
processo em razão da extinção da punibilidade; 
04. Após o trânsito em julgado da sentença ou acórdão condenatórios, caberá 
ao juiz da execução penal o dever de extinguir o processo em razão da 
extinção da punibilidade, sem prejuízo da possibilidade de a extinção ser 
demandada através de revisão criminal ou de habeas corpus nos casos em 
que o Juiz da Execução se omitir. 
 
Mas, será que esta mesma lógica se aplica às leis novas que, apesar de não extinguirem 
a figura típica, melhoram a situação do réu? Não! Se a lei que melhora a situação do 
réu, sem abolir o crime entrar em vigor: 
01. Enquanto o fato ainda está sendo investigado, a autoridade policial deverá 
darregular prosseguimento às investigações; 
02. No curso do processo judicial, mas antes da prolação da sentença, se não 
estiver diante de um crime que foi instituído por lei temporária ou 
excepcional, o magistrado deverá aplicar a lei nova que beneficiou o réu; 
03. No curso do processo judicial, em grau recursal e antes do trânsito em 
julgado do acórdão, se não estiver diante de um crime que foi instituído por 
lei temporária ou excepcional, o Tribunal deverá aplicar a lei nova que 
beneficiou o réu; 
04. Após o trânsito em julgado da sentença ou acórdão condenatórios, a 
princípio, caberá ao juiz da execução penal a aplicação da lei nova que 
beneficiou o réu. 
 
EM SUMA! 
 ABOLITIO CRIMINIS NOVATIO LEGIS IN MELLIUS 
Se a lei entra em 
vigor no curso do 
inquérito policial 
A autoridade policial deverá 
remeter o inquérito ao 
Ministério Público para que 
este postule o 
arquivamento perante a 
autoridade judicial 
competente 
A autoridade policial deverá 
dar regular prosseguimento 
às investigações 
Se a lei entra em 
vigor no curso do 
processo judicial, mas 
antes da prolação da 
O magistrado deverá 
extinguir o processo em 
razão da extinção da 
punibilidade (art. 107, III, do 
Quando da prolação de sua 
sentença condenatória, se 
não estiver diante de um 
crime que foi instituído por 
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sentença Código Penal). lei temporária ou 
excepcional, o magistrado 
deverá aplicar a lei nova que 
beneficiou o réu. 
Se a lei entra em 
vigor no curso do 
processo judicial, em 
grau recursal e antes 
do trânsito em 
julgado do acórdão 
O tribunal deverá extinguir 
o processo em razão da 
extinção da punibilidade 
(art. 107, III, do Código 
Penal). 
Quando da prolação de seu 
acórdão, se não estiver 
diante de um crime que foi 
instituído por lei temporária 
ou excepcional, o Tribunal 
deverá aplicar a lei nova que 
beneficiou o réu. 
Se a lei entra em 
vigor após o trânsito 
em julgado da 
sentença ou acórdão 
condenatórios 
O juiz da execução penal 
deverá extinguir o processo 
em razão da extinção da 
punibilidade (art. 107, III, do 
Código Penal); na omissão 
do juiz da execução, a 
extinção do processo pode 
ser demandada através de 
revisão criminal ou de 
habeas corpus. 
Para provas objetivas, 
simplesmente se deve afirmar 
que cabe ao Juiz da Execução 
da Penal a aplicação da lei 
nova que beneficiou o réu 
(Súmula 611 do STF); 
Para provas subjetivas, é 
importante lembrar que há 
dois posicionamentos: (1) o 
primeiro defende que o 
reconhecimento destas 
benesses (após o trânsito em 
julgado da sentença) caberá 
ao Juiz da Execução Penal em 
todo e qualquer caso; (2) o 
segundo afirma que se o 
reconhecimento da benesse 
redundar em uma aplicação 
meramente matemática (v.g. 
lei que reduz a pena do 
crime), caberá ao Juiz da 
Execução realizar tal ato, mas 
que, se implicar em juízo de 
valor (v.g. lei que cria uma 
causa de diminuição de 
pena), será necessário o 
ajuizamento de revisão 
criminal. 
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 Pois bem pessoal, agora que superamos o exame dos princípios da 
retroatividade e da irretroatividade, nos resta averiguar o significado e a forma como 
é aplicado o princípio da ultratividade e para isto, sem recorrer à conceitos complexos 
ou demasiadamente longos, podemos dizer que o aludido postulado se traduz na 
regra que permite que uma lei continue sendo aplicada mesmo após o fim de sua 
vigência. 
 
Mas atenção! Muito embora a ultratividade de uma norma seja condicional em relação 
às leis regulares (leia-se: a norma revogada somente será ultra-ativa se a lei nova for 
mais prejudicial ao réu), em relação às leis excepcionais (que se traduzem em normas 
que são elaboradas para vigorar em épocas especiais, como tempos de guerra, de 
grave crise econômica, etc.) e temporárias (que consistem em diplomas legais que são 
editados para vigorar por tempo determinado e previamente estabelecido pela 
própria lei) a ultratividade será sempre impositiva. 
 
Pra simplificar, a ideia é a seguinte: 
01. A ultratividade de leis regulares dependerá dos efeitos (gravosos ou 
benéficos) que por ela possam ser produzidos. 
02. A lei temporária e a lei excepcional serão sempre ultra-ativas (leia-se: serão 
sempre aplicáveis aos fatos que ocorreram durante o seu império). 
 
Isto ocorre, porque ao regulamentar a aplicação das leis temporárias e excepcionais 
no tempo, o legislador estabeleceu que: 
 
Art. 3º do Código Penal. 
A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração 
ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado 
durante sua vigência 
 
É necessário notar que as leis penais temporárias e/ou excepcionais não revogam as 
leis que lhe antecederam; elas apenas suspendem os efeitos delas, durante o tempo 
de sua duração ou da persistência da situação excepcional, naquilo que 
regulamentarem de forma semelhante. 
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Logo, se em razão de calamidade pública, uma lei penal excepcional (“b”) é editada 
para o fim de desestimular a prática de roubos (que se encontrava incriminada pela 
lei “a”) através da exasperação das sanções penais dos referidos crimes, nesta 
hipótese: 
01. Se o roubo houver sido praticado em data anterior à da vigência da lei “b”, 
ser-lhe-ão aplicadas as sanções da lei “a”; 
02. Se o roubo houver sido praticado durante a da vigência da lei “b”, ser-lhe-
ão aplicadas as sanções da lei “b”, independentemente de ter cessado ou 
não a circunstância excepcional que justificou a edição da norma; e 
03. Se o roubo houver sido praticado em data posterior à da vigência da lei “b”, 
ser-lhe-ão aplicadas as sanções da lei “a”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5 Anotações de Aula (Slide) 
 
 
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Com isto, fechamos a nossa aula de hoje, e, como eu sei que vocês foram 
sublinhando/grifando os pontos centrais da matéria que foi exposta até aqui, convido-
os a correr, rapidamente, os olhos pelos excertos destacados e a realizar os exercícios 
(extras) que estou deixando na parte final deste material! 
 
Façam isso para consolidar o conteúdo na memória! 
 
 
 
Dito isto, vamos às questões! 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7 QUESTÕES PARA TREINAR 
 
Questão 01 - Em tema de lei penal no tempo, é correto se afirmar que, 
A) se o agente praticou crime na vigência de lei mais benéfica, que, durante a ação 
penal, acabou derrogada por lei mais severa, deverá ser julgado na forma desta última. 
B) em qualquer fase do processo ou mesmo da execução da pena, deve ser 
imediatamente aplicada a retroatividade da norma que retira a tipicidade de qualquer 
fato. 
C) prolatada sentença condenatória no período de vacatio de nova lei penal, não se 
admite a ultratividade da lei derrogada, mesmo que esta se mostre mais favorável ao 
réu. 
D) havendo sentença condenatória transitada em julgado, a lei posterior mais benéfica 
ao agente não é retroativa nem ultrativa. 
E) não pode ser utilizada lei intermediária e que surgiu depois da prática do fato 
criminoso, mas que foi revogada antes de o juiz proferir a sentença condenatória, 
ainda que mais benigna. 
 
Questão 02 -. A lei penal aplica-se retroativamente quando: 
A) a contravenção penal torna-se crime. 
B) o crime torna-se contravenção penal. 
C) a pena de detenção torna-se de reclusão. 
D) a pena de multa torna-se de detenção.E) ocorrer a prescrição da pretensão punitiva. 
 
Questão 03 - A lei excepcional ou temporária não se aplica ao fato praticado durante 
sua vigência, se decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que 
a determinaram. 
 
 
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Questão 04 - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda 
que outro seja o momento do resultado. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Questão 05 - A lei brasileira não se aplica aos crimes contra o patrimônio ou a fé 
pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de 
empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo 
Poder Público, se praticados no estrangeiro. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Questão 06 - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou 
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o 
resultado. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Questão 07 - Aplica-se a lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, aos crimes 
contra a administração pública praticados por qualquer pessoa. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Questão 08 - A respeito da Lei penal no tempo e no espaço considere: 
I. Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, 
cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. 
II. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos 
anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 
III. Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as 
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embarcações brasileiras de natureza pública, privada ou a serviço do governo 
brasileiro onde quer que se encontrem. 
IV. Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes contra 
o patrimônio ou a fé pública de autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público. 
De acordo com o Código Penal brasileiro, está correto o que consta APENAS em: 
A) II, III e IV. 
B) I, II e III. 
C) I, II e IV. 
D) III e IV. 
E) I e II. 
 
Questão 09 - Considerando apenas a regra constitucional sobre os efeitos da lei penal 
no tempo, imagine a situação em que determinado cidadão comentou com colegas 
de trabalho que vez ou outra tinha vontade de matar sua ex-esposa. Duas semanas 
após a conversa, foi editada lei definindo como crime o ato de pensar em delinquir. O 
cidadão acima mencionado 
A) poderá ser processado, mas terá a pena reduzida porque praticou a conduta antes 
de ter ciência de sua tipificação como crime. 
B) deverá ser processado pela prática de crime, uma vez que a confissão foi feita em 
intervalo inferior a 30 (trinta) dias antes da edição da lei. 
C) deverá ser processado pela prática de crime, uma vez que a lei mais severa retroage 
para atingir o delinquente, em prol da segurança pública. 
D) não poderá ser processado, uma vez que a tipificação de conduta como crime exige 
prévia lei assim definindo. 
E) não poderá ser processado, uma vez que a lei não pode retroagir para beneficiar 
ou prejudicar a pessoa que praticou a conduta. 
 
QUESTÃO 10 - Sobre as fontes do Direito Penal, a interpretação da Lei Penal, bem 
como seu âmbito de eficácia e sua aplicação no tempo e no espaço, marque a 
alternativa CORRETA. 
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A) Em razão do caráter fragmentário do Direito Penal, este deverá ser 
preferencialmente observado para a solução de conflitos, devendo abranger a tutela 
do maior número de bens jurídicos possível. 
B) O princípio da Legalidade obriga a que toda deliberação referente ao Direito Penal, 
incriminador ou não incriminador, seja feita por meio de lei. 
C) O nosso Código Penal, quanto ao tempo do crime, acolheu a teoria do resultado. 
D) A lei penal nova mais benéfica retroage para abarcar também os fatos ocorridos 
antes de sua vigência, devendo aplicar-se inclusive aos processos com decisão já 
transitada em julgado, cabendo ao juízo da execução a sua aplicação. 
 
QUESTÃO 11 - Assinale a alternativa correta em relação à lei penal no tempo e no 
espaço. 
A) Se Carlos foi preso após a prática de crime contra os costumes e, quando da 
prolação da sentença, o magistrado observou que havia sido publicada nova lei, com 
pena mínima inferior, que entraria em vigor no prazo de 45 dias, então esse fato 
caracteriza uma novatio legis in mellius no período de vacatio legis, que, ao entrar em 
vigor, provocará um abolitio criminis. 
B) A extra-atividade da lei ocorre quando a lei nova regula situações fora de seu 
período de vigência, seja passado ou futuro, e ocorrerá conflito intertemporal quando 
a lei nova regular inteiramente a matéria veiculada na anterior. 
C) A abolitio criminis poderá gerar os seguintes efeitos: 1 - se a denúncia ainda não 
foi recebida, o processo não pode ser iniciado; 2 - se o processo está em andamento 
ou o réu está cumprindo a pena, deve ser decretada a extinção da punibilidade; 3 - 
havendo sentença condenatória transitada em julgado, a pretensão executória não 
pode ser iniciada, e o nome do réu será riscado do rol dos culpados, permanecendo, 
em qualquer desses casos, os efeitos civis da condenação. 
D) Os princípios da territorialidade, da nacionalidade, da defesa e da justiça penal 
universal auxiliam a determinar a aplicação da lei penal no tempo, face a teoria da 
atividade adotada no ordenamento penal material em vigor. 
E) A novatio legis in pejus confunde-se com a novatio legis incriminadora porque 
ambas prejudicam a situação do réu. 
 
QUESTÃO 12 - Quanto à regulamentação do Código Penal para a aplicação da lei 
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penal no tempo, assinale a alternativa correta: 
a) Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, 
cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. 
b) A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos 
anteriores somente quando ainda não houver sentença penal condenatória transitada 
em julgado. 
c) Com base no princípio da continuidade típico-normativo, a conduta deixa de ser 
criminosa para o direito penal. 
d) A retroatividade da lei penal mais benéfica não se aplica para os acasos de abolitio 
criminis. 
 
QUESTÃO 13 - A revogação expressa de um tipo penal incriminador conduz a abolitio 
criminis, ainda que seus elementos passem a integrar outro tipo penal, criado pela 
norma revogadora. 
CERTO ( ) ERRADO ( ) 
 
QUESTÃO 14 - Em virtude da seca que assola o país, considere a hipótese em que 
seja promulgada uma Lei Federal ordinária que estabeleça como crime o desperdício 
doloso ou culposo de água tratada, no período compreendido entre 01 de novembro 
de 2030 e 01 de março de 2031. Em virtude do encerramento da estiagem e volta à 
normalidade, não houve necessidade de edição de nova lei ou alteração no prazo 
estabelecido na citada legislação. Nessa hipótese, o indivíduo A que em 02 de março 
de 2031 estiver sendo acusado em um processo criminal por ter praticado o referido 
crime de “desperdício de água tratada”, durante o período de vigência da lei: 
a) poderá ser condenado pelo crime de “desperdício de água tratada” ainda que o 
período indicado na lei que previu essa conduta esteja encerrado. 
b) não poderá ser punido pelo crime de “desperdício de água tratada”. 
c) só poderá ser punido pelo crime de “desperdício de água tratada” se houver nova 
edição da lei no próximo período de seca. 
d) poderá ser condenado pelo crime de “desperdício de água tratada”, no entanto 
esta condenação não poderá ser executada. 
 
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QUESTÃO 15 - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua 
duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-seao fato praticado 
durante a sua vigência. 
CERTO ( ) ERRADO ( ) 
 
7.1 Gabarito 
 
01 B 
02 B 
03 ERRADO 
04 CERTO 
05 ERRADO 
06 CERTO 
07 ERRADO 
08 C 
09 D 
10 D 
11 C 
12 A 
13 ERRADO 
14 A 
15 CERTO 
 
 
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