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Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 1 | Direito Penal Aplicação da Lei Penal no Tempo - III Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 2 | 1 Roteiro do PDF FOCADO • Material Teórico Escrito (conteúdo para o aluno complementar além das videoaulas. Este material pode conter informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas, claro, com tudo que é necessário para a sua aprovação, com a profundidade necessária – nem mais, nem menos.); • Questões Comentadas (são questões extras/bônus, para fixar o conteúdo durante a parte teórica. Essas questões fazem parte apenas do material em PDF, logo não são resolvidas em videoaulas); • Mapas de Conteúdos: mapas mentais, mnemônicos, dicas e macetes para • gabaritar no dia de sua prova; • Anotações de Aulas (slide das videoaulas) • Questões para Treinar (são questões extras/bônus ao final da apostila, para o aluno treinar e fixar o conteúdo aprendido. Essas questões fazem parte apenas do material em PDF, logo não são exibidas e nem resolvidas em videoaulas). Você pode usar as videoaulas para entender a matéria como um todo e usar os PDFs para complementar e aprofundar ainda mais sobre os temas! E como eu disse, sem enrolação, vamos direto ao conteúdo para o seu concurso. VAMOS NESSA! 2 Conteúdo Programático 1 Roteiro do PDF FOCADO ........................................................................................................ 2 3 Princípio da continuidade normativo-típica ........................................................................... 3 4 Tempo e Lugar do Crime ........................................................................................................ 5 4.1 Lei de Vigência Temporária e Leis Excepcionais ............................................................................ 8 4.2 Extra-atividade da lei penal ....................................................................................................... 11 5 Anotações de Aula (Slide) .................................................................................................... 18 6 Mapa de Conteúdos ............................................................................................................ 20 7 QUESTÕES PARA TREINAR ................................................................................................... 23 7.1 Gabarito ................................................................................................................................... 28 Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 3 | 3 Princípio da continuidade normativo-típica A revogação formal da lei penal não significa obrigatoriamente abolitio criminis, pois há possibilidade, embora revogada a lei, de a figura criminosa ser transferida para outro dispositivo, permanecendo inalterada a situação penal do agente. Tal fenômeno chama-se princípio da continuidade normativo-típica, que, por sua vez, significa a manutenção do caráter proibido da conduta, porém com o deslocamento para outro tipo penal. A intenção do legislador, nesse caso, é de que a conduta continue sendo considerada criminosa, porém, em outro dispositivo legal. Trata-se de uma supressão formal do crime. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE TÍPICO-NORMATIVA Se verifica quando o tipo penal é revogado formalmente, porém, o fato criminoso passa a integrar outro dispositivo legal. Com essa tarefa em mente, quero que vocês compreendam que este princípio (da continuidade normativo-típica) designa a ideia de que a criminalização da conduta não desaparece quando a revogação um tipo penal se dá mediante a edição de uma lei que volta a criminalizá-la, embora em um dispositivo penal ou em uma posição topológica diversa da original, que, muitas vezes, pode até mesmo atribuir um nomen iuris distinto para o ilícito penal (STJ, HC 204.416/SP). Aliás, este acontecimento pode ser vislumbrado, por exemplo, em relação aos crimes de estupro e atentado violento ao pudor, que antes da lei 12.015/09 se encontravam previstos nos arts. 213 e 214 do Código Penal (respectivamente), mas que, após a entrada em vigor da lei 12.015/09 foram fundidos no art. 213 do Código Penal que, a partir de então, continuou incriminando às duas condutas supramencionados, dando- lhe, contudo, o nomem iuris de “Estupro”. Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 4 | ANTES DA LEI 12.015/09 DEPOIS DA LEI 12.015/09 Art. 213. Constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça: Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Art. 214. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele se pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal: Art. 214. Revogado. Vejam só pessoal, com a entrada em vigor da Lei 12.015/09, o art. 214 do Código Penal foi revogado. No entanto, as condutas que eram criminalizadas através dele não deixaram de ser ilícitas por um minuto sequer, isto porque, a mesma lei que revogou o dispositivo supramencionado, também tratou de migrar o comportamento típico que nele estava previsto para o artigo 213 do Código Penal. Com isso entendido, já é possível perceber, por exemplo, que o princípio da continuidade normativo-típica não se confundo com a abolitio criminis! Isto porque, enquanto naquele primeiro caso (continuidade normativo-típica) há a simples realocação de um tipo penal, que, a toda sorte, continua sendo incriminado, neste segundo (abolitio criminis), ocorre a supressão formal e material da conduta que, em decorrência disto, deixa de ser considerada crime. A toda sorte, para facilitar a compreensão deste ponto da matéria, segue uma tabela que busca sintetizar os caracteres que distinguem a continuidade normativo-típica da abolitio criminis. ABOLITIO CRIMINIS CONTINUIDADE NORMATIVO-TÍPICA Supressão formal e material do tipo penal; Supressão formal do tipo penal (mas não material); A conduta deixa de ser criminosa; A conduta permanece criminosa; Causa de extinção da punibilidade; Migração para outro tipo penal; Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 5 | Dúvida da concurseira: Como o artigo 214, que tratava do atentado violento ao pudor, foi revogado pela Lei 12.015/09, questionou-se: seria hipótese de “abolitio criminis”? A resposta é não. Isso porque a conduta prevista no extinto art. 214 foi “transferida” para o art. 213, que trata do estupro. Portanto, forçar alguém à prática de ato libidinoso diverso da conjunção carnal continua sendo crime, não mais de atentado violento ao pudor (art. 214), mas de estupro (art. 213). Trata-se da aplicação do princípio da continuidade típico normativa. 4 Tempo e Lugar do Crime Para que seja possível avançar no estudo da aplicação da lei penal no tempo, é essencial identificarmos o momento a partir do qual podemos considerar que o crime foi praticado, afinal, há de se convir que sem esta informação, não poderíamos saber a lei que deve ser aplicada ao caso concreto. Existem três teorias que indicam qual o tempo do crime: • Teoria da Atividade; • Teoria do Resultado; • Teoria Mista ou da Ubiquidade. TEORIA DA ATIVIDADE TEORIA DO RESULTADO TEORIA DA UBIQUIDADE Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorrer a ação ou a omissão. Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorrer o resultado. Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorrer a ação ou a omissão, bem como no local em que ocorrer o resultado. Dessa forma, adota-se para definir o momento em que o crime acontece, no Código Penal, a Teoria da Atividade, porque vai considerar a ação ou omissão independente do resultado. Exemplo: um sujeito atirou em alguém, e ele atira na data do dia 10 de janeiroe, consequentemente a pessoa morre no dia 11 de janeiro, se ela morreu no dia 11 de janeiro, pode falar que ele vai ser responsabilizado, e que o crime Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 6 | aconteceu no dia 11 de janeiro? Comentários: negativo, se ele atirou no dia 10 de janeiro, o crime será considerado praticado no dia 10/01, que é o momento da ação ou da omissão para o tempo do crime. Tempo do Crime Art. 4º do Código Penal. Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.” Logo, meu caro aluno, fica claro no artigo 4º do CP, que o legislador leva em consideração a ação ou omissão, independentemente do resultado. QUESTÃO 01 - Por adotar a teoria da ubiquidade, o CP reputa praticado o crime tanto no momento da conduta quanto no da produção do resultado. ( ) CERTO ( ) ERRADO SE LIGUE! PRINCÍPIO DA COINCIDÊNCIA (DA CONGRUÊNCIA OU DA SIMULTANEIDADE) - De acordo com este princípio o agente deverá reunir, na prática da conduta, todos os elementos ou substratos do conceito analítico de crime, ou seja, o fato típico, a ilicitude e a culpabilidade. Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 7 | Comentário: Pessoal, muito cuidado ao analisar esta assertiva! Aqui, mais uma vez, o examinador está sendo maldoso! Ele está tentando criar uma confusão a respeito das teorias que são aplicadas para determinar o TEMPO e o LUGAR do crime! Lembrem-se meus caros, que o tempo do crime é sempre determinado pela teoria da atividade! Aliás, para que no futuro vocês não caiam nesta pegadinha, perfaz-se oportuno mencionar que a teoria da atividade foi expressamente adotada pelo art. 4º do Código Penal, segundo o qual “Considera-se praticado o crime no MOMENTO da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado”. Já a teoria da ubiquidade, somente é utilizada para que seja definido o LUGAR em que o crime foi praticado e isto pode ser percebido no art. 6º do Código Penal, segundo o qual: “Considera-se praticado o crime no LUGAR em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado”. Em suma, podemos dizer que esta proposição está incorreta por ter sustentado que o tempo do crime se rege pela teoria da ubiquidade, quando, a bem da verdade, se rege pela teoria da atividade.. Gabarito Errado. QUESTÃO 02 - De acordo com o Código Penal, considera-se praticado o crime no momento em que ocorreu seu resultado. ( ) CERTO ( ) ERRADO Comentário: Esta questão é consideravelmente simples, mas busca confundir o examinado em relação as teorias que são utilizadas para reger o tempo e o lugar do crime. Lembrem-se: (1) enquanto o lugar do crime é regido pela teoria da ubiquidade; (2) o tempo do crime é regido pela teoria da atividade! Estas regras estão previstas nos arts. 4º e 6º, ambos do Código Penal, segundo os quais: Art. 4º do CP (TEMPO DO CRIME). Considera-se praticado o crime no MOMENTO da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Art. 6º do CP (LUGAR DO CRIME). Considera-se praticado o crime no LUGAR em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir- se o resultado. Como o enunciado propõe a utilização da teoria do resultado para a definição do tempo do crime, a assertiva está errada.. Gabarito Errado. Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 8 | QUESTÃO 03 - Em sete de janeiro de 2023, João praticou conduta que, à época, configurava crime punível com prisão. O resultado desejado pelo autor, no entanto, foi alcançado somente dois meses depois, ou seja, em sete de março do mesmo ano, momento no qual a conduta criminosa tinha previsão de ser punida com pena menos grave, de restrição de direitos. Nessa situação hipotética, de acordo com a lei penal, João não poderá ser condenado com a pena de prisão em razão da retroatividade da lei mais benéfica. ( ) CERTO ( ) ERRADO Comentário: A princípio, o crime se considerada praticado no momento da ação (Teoria da Atividade), portanto, sob um primeiro olhar, se poderia alegar que o fato deveria ser sancionado de acordo com a lei que lhe cominava uma pena de prisão. No entanto, não podemos esquecer que, a lei penal que de alguma forma beneficia o réu produz efeitos retroativos. Assim, como a lei nova amenizou a intensidade da reprimenda estatal (deixou de punir a conduta com pena privativa de liberdade e passou a sancioná-la com penas restritivas de direitos), ela produzirá efeitos retroativos, alcançando os fatos que foram praticados antes da sua entrada em vigor. Vale aqui a regra do art. 2º, parágrafo único, do Código Penal.. Gabarito Certo. 4.1 Lei de Vigência Temporária e Leis Excepcionais LEI PENAL TEMPORÁRIA E EXCEPCIONAL A lei penal temporária é aquela que tem a sua vigência previamente fixada pelo legislador. Já a lei penal excepcional é aquela que tem sua duração condicionada ao término da situação de anormalidade. Recordando que as leis não têm prazo de duração, mas, excepcionalmente, possuem normas que vão vigorar, para alcançar fatos excepcionais ou momentâneos. Tem-se aqui a ultratividade da norma, ou seja, existem normas que irão vigorar determinadas condutas criminosas por um tempo. Então, ainda que cesse a duração, terá a aplicação Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 9 | do fato, caso tenha sido feito durante a vigência. Exemplo: em 2013 um sujeito cometeu um crime, e em 2014 a norma parou de vigorar. No meio de 2014 o sujeito foi pego pelo crime que cometeu no ano de 2013, no entanto o crime deixou de existir em 2014. Ainda assim pode ser aplicada a norma? Nas leis excepcionais e temporárias, pode ser aplicado, porque no momento em que ele fez tal fato, era tido como crime. Dessa forma, continua-se aplicando, pois senão muitos indivíduos poderiam continuar cometendo crimes nas normas temporárias, esperando elas deixarem de vigorar para então, voltar ao cenário criminoso. No caso de Lei Temporária e Excepcional, mesmo que cesse a vigência dessa norma. Ela vai continuar sendo aplicada, porque se leva em consideração a lei do momento em que essa vigência existia. PEGA ESSES BIZUS! Essas leis são autorrevogáveis, pois os seus efeitos jurídicos se encerram com o término do prazo predeterminado (lei temporária) ou com o término da situação de anormalidade (lei excepcional). Essas leis são autorrevogáveis, pois os seus efeitos jurídicos se encerram com o término do prazo predeterminado (lei temporária) ou com o término da situação de anormalidade (lei excepcional). Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 10 | QUESTÃO 04 - Em virtude da seca que assola o país, considere a hipótese em que seja promulgada uma Lei Federal ordinária que estabeleça como crime o desperdício doloso ou culposo de água tratada, no período compreendido entre 01 de novembro de 2014 e 01 de março de 2015. Em virtude do encerramento da estiagem e volta à normalidade, não houve necessidade de edição de nova lei ou alteração no prazo estabelecido na citada legislação. Nessa hipótese, o indivíduo A que em 02 de março de 2015 estiver sendo acusado em um processo criminal por ter praticado o referido crime de “desperdício de água tratada”, durante o período de vigência da lei: a) poderá ser condenado pelo crime de “desperdício de água tratada” ainda que o período indicado na lei que previu essa conduta esteja encerrado. b) não poderá ser punido pelo crime de “desperdício de água tratada” c) só poderá ser punido pelo crime de “desperdício de água tratada” se houver nova edição da lei no próximo período de seca. d) só poderá ser punido pelo crime de “desobediência” em virtude de não mais subsistir o crime de “desperdício de água tratada”.e) poderá ser condenado pelo crime de “desperdício de água tratada”, no entanto esta condenação não poderá ser executada. Comentário: As alternativas “b”, “c” e “d” estão equivocadas. Inicialmente, é preciso atentar que o enunciado da questão foi claro ao afirmar que o crime foi praticado à época em que a lei estava vigente. Então, pela aplicação da teoria da atividade, se extrai que à ele deve ser aplicada a norma que incriminada o desperdício de água, pouco importando o momento em que o agente foi formalmente acusado (leia-se: o momento em que teve um processo instaurado contra si). No mais, é preciso atentar que para as leis temporárias (que possuem um período certo de duração – como a que foi descrita no enunciado da questão) vale a regra da ultratividade. Isto significa que a lei em vigor à época do fato continuará sendo aplicada aos fatos que tiverem sido praticados durante a sua vigência, mesmo após o término do prazo de sua validade, o que fica claro na redação do art. 3º do Código Penal, segundo o qual “A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência”. Tendo em vista esses elementos doutrinários relativos à ultratividade das leis temporárias, há de se considerar como correta a assertiva contida no item (A) da questão. Gabarito A. Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 11 | QUESTÃO 04 - A exceção à regra geral é a extratividade, ou seja, a possibilidade de aplicação de uma lei a fatos ocorridos fora do âmbito de sua vigência. O fenômeno da extratividade, no campo penal, realiza-se em dois ângulos: retroatividade e ultratividade. Comentário: Esta proposição está correta e espelha as regras que estão previstas nos arts. 2º e 3º do CP, segundo os quais: Art. 2º do CP. Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. Art. 3º do CP. A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. Gabarito Certo 4.2 Extra-atividade da lei penal A expressão “extra-atividade” é utilizada para designar a possibilidade de uma lei, que já perdeu seus efeitos ou que já foi revogada, ser aplicada a fatos que ocorreram antes, durante ou até mesmo após o seu período de vigência, através das regras de retroatividade e de ultratividade. Para que possamos compreender esta ideia de uma forma mais fácil, quero que vocês entendam que entre as expressões extra-atividade, retroatividade e ultratividade há uma relação de gênero e espécie, onde aquela primeira locução é utilizada para designar um gênero, do qual aquelas duas últimas expressões são espécies. Extra-atividade (gênero) Ultratividade (espécie) Retroatividade (espécie) Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 12 | Ok professor, eu já entendi que toda norma ultra-ativa é extra-ativa e que nem toda regra extra-ativa será, necessariamente ultra-ativa; também percebi que essa mesma lógica se aplica às normas retroativas; mas de que forma vou diferenciar normas retroativas de ultra-ativas? Isso é simples, pois se de um lado (1) a retroatividade da lei penal restará configurada naqueles casos em que uma norma for utilizada para regular situações que ocorreram antes de sua entrada em vigor; de outro (2) a ultratividade se evidenciará quando uma lei que já foi revogada ou que já perdeu seus efeitos continuar a ser aplicada após ter cessado a sua vigência. Mas em que casos se deve aplicar as regras supramencionadas? A resposta para este questionamento não é das mais simples e reclama, quando pouco, a interpretação conjunta dos princípios da: 01. Irretroatividade da lei penal maléfica; 02. Retroatividade da lei penal benéfica; 03. Ultratividade; e 04. Continuidade normativo-típica. Então vejamos. De acordo com o princípio da irretroatividade da lei penal maléfica, não se admite que sejam promovidas alterações em normas penais em detrimento da situação jurídica preexistente naqueles casos em que a lei nova: agravar a situação de um agente em face de um ilícito que havia sido cometido sob o império de uma lei anterior que lhe era mais benéfica; ou tornar típica uma conduta que, até então, não era considerada ilícita. Dito de uma outra maneira pessoal, a ideia que pretendo passar é a de que uma lei penal nova, não pode agravar a situação do réu que praticou determinado ilícito penal sob o império de uma lei mais benéfica. Assim, se uma lei nova criminaliza um fato que anteriormente não estava previsto Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 13 | como crime (novatio legis incriminadora) ou exaspera o tratamento que já era dado à uma conduta delitiva (novatio legis in pejus ou lex gravior), ela não poderá ser aplicada aos fatos que ocorreram em data anterior à de sua entrada em vigor. Já o princípio da retroatividade da lei penal benéfica, preconiza que os efeitos benéficos e favoráveis de uma lei penal devem retroagir ilimitadamente e indiscriminadamente para todos os fatos anteriores à data em que a lei entrou em vigor. Por outras palavras, pode-se dizer que: (1) se a lei nova atribui um tratamento mais brando ao fato criminoso (reduzindo a pena do ilícito, instituindo uma causa de diminuição de pena, criando uma circunstância atenuante, etc. - novatio legis in mellius ou lex mitior); ou (2) se a lei nova deixar de incriminar o fato que outrora era considerado típico (abolitio criminis); ela deve ser aplicada até mesmo aos fatos que ocorreram em data anterior à de sua entrada em vigor, independentemente de eles já terem sido definitivamente julgados. Atenção! É importante saber que além de conduzir à extinção da punibilidade, a abolitio criminis faz cessar todos os efeitos penais de eventual sentença condenatória – como a questão da reincidência e dos antecedentes criminais - mas não afasta os efeitos civis do ato ou da sentença penal. Agora, é preciso convir que esta norma (benéfica) superveniente pode acabar sendo editada no curso de uma investigação, de um processo ou até mesmo no decorrer da execução penal, assim sendo, de que forma deverá ser aplicada a norma que extingue uma figura típica? Depende! 01. Enquanto o fato ainda está sendo investigado, a autoridade policial, ela deverá remeter o inquérito ao Ministério Público para que este postule o arquivamento perante a autoridade judicial competente; 02. Enquanto o processo judicial ainda está tramitando, mas não foi prolatada a sentença, caberá ao magistrado o dever de extinguir o processo em razão da extinção da punibilidade; Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 14 | 03. Enquanto o processo judicial está tramitando, em grau recursal e antes do trânsito em julgado do acórdão, caberá ao Tribunal o dever de extinguir o processo em razão da extinção da punibilidade; 04. Após o trânsito em julgado da sentença ou acórdão condenatórios, caberá ao juiz da execução penal o dever de extinguir o processo em razão da extinção da punibilidade, sem prejuízo da possibilidade de a extinção ser demandada através de revisão criminal ou de habeas corpus nos casos em que o Juiz da Execução se omitir. Mas, será que esta mesma lógica se aplica às leis novas que, apesar de não extinguirem a figura típica, melhoram a situação do réu? Não! Se a lei que melhora a situação do réu, sem abolir o crime entrar em vigor: 01. Enquanto o fato ainda está sendo investigado, a autoridade policial deverá darregular prosseguimento às investigações; 02. No curso do processo judicial, mas antes da prolação da sentença, se não estiver diante de um crime que foi instituído por lei temporária ou excepcional, o magistrado deverá aplicar a lei nova que beneficiou o réu; 03. No curso do processo judicial, em grau recursal e antes do trânsito em julgado do acórdão, se não estiver diante de um crime que foi instituído por lei temporária ou excepcional, o Tribunal deverá aplicar a lei nova que beneficiou o réu; 04. Após o trânsito em julgado da sentença ou acórdão condenatórios, a princípio, caberá ao juiz da execução penal a aplicação da lei nova que beneficiou o réu. EM SUMA! ABOLITIO CRIMINIS NOVATIO LEGIS IN MELLIUS Se a lei entra em vigor no curso do inquérito policial A autoridade policial deverá remeter o inquérito ao Ministério Público para que este postule o arquivamento perante a autoridade judicial competente A autoridade policial deverá dar regular prosseguimento às investigações Se a lei entra em vigor no curso do processo judicial, mas antes da prolação da O magistrado deverá extinguir o processo em razão da extinção da punibilidade (art. 107, III, do Quando da prolação de sua sentença condenatória, se não estiver diante de um crime que foi instituído por Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 15 | sentença Código Penal). lei temporária ou excepcional, o magistrado deverá aplicar a lei nova que beneficiou o réu. Se a lei entra em vigor no curso do processo judicial, em grau recursal e antes do trânsito em julgado do acórdão O tribunal deverá extinguir o processo em razão da extinção da punibilidade (art. 107, III, do Código Penal). Quando da prolação de seu acórdão, se não estiver diante de um crime que foi instituído por lei temporária ou excepcional, o Tribunal deverá aplicar a lei nova que beneficiou o réu. Se a lei entra em vigor após o trânsito em julgado da sentença ou acórdão condenatórios O juiz da execução penal deverá extinguir o processo em razão da extinção da punibilidade (art. 107, III, do Código Penal); na omissão do juiz da execução, a extinção do processo pode ser demandada através de revisão criminal ou de habeas corpus. Para provas objetivas, simplesmente se deve afirmar que cabe ao Juiz da Execução da Penal a aplicação da lei nova que beneficiou o réu (Súmula 611 do STF); Para provas subjetivas, é importante lembrar que há dois posicionamentos: (1) o primeiro defende que o reconhecimento destas benesses (após o trânsito em julgado da sentença) caberá ao Juiz da Execução Penal em todo e qualquer caso; (2) o segundo afirma que se o reconhecimento da benesse redundar em uma aplicação meramente matemática (v.g. lei que reduz a pena do crime), caberá ao Juiz da Execução realizar tal ato, mas que, se implicar em juízo de valor (v.g. lei que cria uma causa de diminuição de pena), será necessário o ajuizamento de revisão criminal. Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 16 | Pois bem pessoal, agora que superamos o exame dos princípios da retroatividade e da irretroatividade, nos resta averiguar o significado e a forma como é aplicado o princípio da ultratividade e para isto, sem recorrer à conceitos complexos ou demasiadamente longos, podemos dizer que o aludido postulado se traduz na regra que permite que uma lei continue sendo aplicada mesmo após o fim de sua vigência. Mas atenção! Muito embora a ultratividade de uma norma seja condicional em relação às leis regulares (leia-se: a norma revogada somente será ultra-ativa se a lei nova for mais prejudicial ao réu), em relação às leis excepcionais (que se traduzem em normas que são elaboradas para vigorar em épocas especiais, como tempos de guerra, de grave crise econômica, etc.) e temporárias (que consistem em diplomas legais que são editados para vigorar por tempo determinado e previamente estabelecido pela própria lei) a ultratividade será sempre impositiva. Pra simplificar, a ideia é a seguinte: 01. A ultratividade de leis regulares dependerá dos efeitos (gravosos ou benéficos) que por ela possam ser produzidos. 02. A lei temporária e a lei excepcional serão sempre ultra-ativas (leia-se: serão sempre aplicáveis aos fatos que ocorreram durante o seu império). Isto ocorre, porque ao regulamentar a aplicação das leis temporárias e excepcionais no tempo, o legislador estabeleceu que: Art. 3º do Código Penal. A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência É necessário notar que as leis penais temporárias e/ou excepcionais não revogam as leis que lhe antecederam; elas apenas suspendem os efeitos delas, durante o tempo de sua duração ou da persistência da situação excepcional, naquilo que regulamentarem de forma semelhante. Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 17 | Logo, se em razão de calamidade pública, uma lei penal excepcional (“b”) é editada para o fim de desestimular a prática de roubos (que se encontrava incriminada pela lei “a”) através da exasperação das sanções penais dos referidos crimes, nesta hipótese: 01. Se o roubo houver sido praticado em data anterior à da vigência da lei “b”, ser-lhe-ão aplicadas as sanções da lei “a”; 02. Se o roubo houver sido praticado durante a da vigência da lei “b”, ser-lhe- ão aplicadas as sanções da lei “b”, independentemente de ter cessado ou não a circunstância excepcional que justificou a edição da norma; e 03. Se o roubo houver sido praticado em data posterior à da vigência da lei “b”, ser-lhe-ão aplicadas as sanções da lei “a”. Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 18 | 5 Anotações de Aula (Slide) Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 19 | Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 20 | 6 Mapa de Conteúdos Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 21 | Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 22 | Com isto, fechamos a nossa aula de hoje, e, como eu sei que vocês foram sublinhando/grifando os pontos centrais da matéria que foi exposta até aqui, convido- os a correr, rapidamente, os olhos pelos excertos destacados e a realizar os exercícios (extras) que estou deixando na parte final deste material! Façam isso para consolidar o conteúdo na memória! Dito isto, vamos às questões! Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 23 | 7 QUESTÕES PARA TREINAR Questão 01 - Em tema de lei penal no tempo, é correto se afirmar que, A) se o agente praticou crime na vigência de lei mais benéfica, que, durante a ação penal, acabou derrogada por lei mais severa, deverá ser julgado na forma desta última. B) em qualquer fase do processo ou mesmo da execução da pena, deve ser imediatamente aplicada a retroatividade da norma que retira a tipicidade de qualquer fato. C) prolatada sentença condenatória no período de vacatio de nova lei penal, não se admite a ultratividade da lei derrogada, mesmo que esta se mostre mais favorável ao réu. D) havendo sentença condenatória transitada em julgado, a lei posterior mais benéfica ao agente não é retroativa nem ultrativa. E) não pode ser utilizada lei intermediária e que surgiu depois da prática do fato criminoso, mas que foi revogada antes de o juiz proferir a sentença condenatória, ainda que mais benigna. Questão 02 -. A lei penal aplica-se retroativamente quando: A) a contravenção penal torna-se crime. B) o crime torna-se contravenção penal. C) a pena de detenção torna-se de reclusão. D) a pena de multa torna-se de detenção.E) ocorrer a prescrição da pretensão punitiva. Questão 03 - A lei excepcional ou temporária não se aplica ao fato praticado durante sua vigência, se decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram. Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 24 | Questão 04 - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. ( ) Certo ( ) Errado Questão 05 - A lei brasileira não se aplica aos crimes contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público, se praticados no estrangeiro. ( ) Certo ( ) Errado Questão 06 - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. ( ) Certo ( ) Errado Questão 07 - Aplica-se a lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, aos crimes contra a administração pública praticados por qualquer pessoa. ( ) Certo ( ) Errado Questão 08 - A respeito da Lei penal no tempo e no espaço considere: I. Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. II. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. III. Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 25 | embarcações brasileiras de natureza pública, privada ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem. IV. Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes contra o patrimônio ou a fé pública de autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público. De acordo com o Código Penal brasileiro, está correto o que consta APENAS em: A) II, III e IV. B) I, II e III. C) I, II e IV. D) III e IV. E) I e II. Questão 09 - Considerando apenas a regra constitucional sobre os efeitos da lei penal no tempo, imagine a situação em que determinado cidadão comentou com colegas de trabalho que vez ou outra tinha vontade de matar sua ex-esposa. Duas semanas após a conversa, foi editada lei definindo como crime o ato de pensar em delinquir. O cidadão acima mencionado A) poderá ser processado, mas terá a pena reduzida porque praticou a conduta antes de ter ciência de sua tipificação como crime. B) deverá ser processado pela prática de crime, uma vez que a confissão foi feita em intervalo inferior a 30 (trinta) dias antes da edição da lei. C) deverá ser processado pela prática de crime, uma vez que a lei mais severa retroage para atingir o delinquente, em prol da segurança pública. D) não poderá ser processado, uma vez que a tipificação de conduta como crime exige prévia lei assim definindo. E) não poderá ser processado, uma vez que a lei não pode retroagir para beneficiar ou prejudicar a pessoa que praticou a conduta. QUESTÃO 10 - Sobre as fontes do Direito Penal, a interpretação da Lei Penal, bem como seu âmbito de eficácia e sua aplicação no tempo e no espaço, marque a alternativa CORRETA. Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 26 | A) Em razão do caráter fragmentário do Direito Penal, este deverá ser preferencialmente observado para a solução de conflitos, devendo abranger a tutela do maior número de bens jurídicos possível. B) O princípio da Legalidade obriga a que toda deliberação referente ao Direito Penal, incriminador ou não incriminador, seja feita por meio de lei. C) O nosso Código Penal, quanto ao tempo do crime, acolheu a teoria do resultado. D) A lei penal nova mais benéfica retroage para abarcar também os fatos ocorridos antes de sua vigência, devendo aplicar-se inclusive aos processos com decisão já transitada em julgado, cabendo ao juízo da execução a sua aplicação. QUESTÃO 11 - Assinale a alternativa correta em relação à lei penal no tempo e no espaço. A) Se Carlos foi preso após a prática de crime contra os costumes e, quando da prolação da sentença, o magistrado observou que havia sido publicada nova lei, com pena mínima inferior, que entraria em vigor no prazo de 45 dias, então esse fato caracteriza uma novatio legis in mellius no período de vacatio legis, que, ao entrar em vigor, provocará um abolitio criminis. B) A extra-atividade da lei ocorre quando a lei nova regula situações fora de seu período de vigência, seja passado ou futuro, e ocorrerá conflito intertemporal quando a lei nova regular inteiramente a matéria veiculada na anterior. C) A abolitio criminis poderá gerar os seguintes efeitos: 1 - se a denúncia ainda não foi recebida, o processo não pode ser iniciado; 2 - se o processo está em andamento ou o réu está cumprindo a pena, deve ser decretada a extinção da punibilidade; 3 - havendo sentença condenatória transitada em julgado, a pretensão executória não pode ser iniciada, e o nome do réu será riscado do rol dos culpados, permanecendo, em qualquer desses casos, os efeitos civis da condenação. D) Os princípios da territorialidade, da nacionalidade, da defesa e da justiça penal universal auxiliam a determinar a aplicação da lei penal no tempo, face a teoria da atividade adotada no ordenamento penal material em vigor. E) A novatio legis in pejus confunde-se com a novatio legis incriminadora porque ambas prejudicam a situação do réu. QUESTÃO 12 - Quanto à regulamentação do Código Penal para a aplicação da lei Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 27 | penal no tempo, assinale a alternativa correta: a) Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. b) A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores somente quando ainda não houver sentença penal condenatória transitada em julgado. c) Com base no princípio da continuidade típico-normativo, a conduta deixa de ser criminosa para o direito penal. d) A retroatividade da lei penal mais benéfica não se aplica para os acasos de abolitio criminis. QUESTÃO 13 - A revogação expressa de um tipo penal incriminador conduz a abolitio criminis, ainda que seus elementos passem a integrar outro tipo penal, criado pela norma revogadora. CERTO ( ) ERRADO ( ) QUESTÃO 14 - Em virtude da seca que assola o país, considere a hipótese em que seja promulgada uma Lei Federal ordinária que estabeleça como crime o desperdício doloso ou culposo de água tratada, no período compreendido entre 01 de novembro de 2030 e 01 de março de 2031. Em virtude do encerramento da estiagem e volta à normalidade, não houve necessidade de edição de nova lei ou alteração no prazo estabelecido na citada legislação. Nessa hipótese, o indivíduo A que em 02 de março de 2031 estiver sendo acusado em um processo criminal por ter praticado o referido crime de “desperdício de água tratada”, durante o período de vigência da lei: a) poderá ser condenado pelo crime de “desperdício de água tratada” ainda que o período indicado na lei que previu essa conduta esteja encerrado. b) não poderá ser punido pelo crime de “desperdício de água tratada”. c) só poderá ser punido pelo crime de “desperdício de água tratada” se houver nova edição da lei no próximo período de seca. d) poderá ser condenado pelo crime de “desperdício de água tratada”, no entanto esta condenação não poderá ser executada. Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 28 | QUESTÃO 15 - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-seao fato praticado durante a sua vigência. CERTO ( ) ERRADO ( ) 7.1 Gabarito 01 B 02 B 03 ERRADO 04 CERTO 05 ERRADO 06 CERTO 07 ERRADO 08 C 09 D 10 D 11 C 12 A 13 ERRADO 14 A 15 CERTO Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 29 |