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1 ESPECÍFICO (ENDEMIAS) FLÁVIO BACHA (ACS 2023– PMC) Doenças mais comuns na comunidade: doenças transmissíveis e não transmissíveis (tuberculose, hanseníase, DST/AIDS, hipertensão arterial, diabetes, saúde mental. 1. Doença transmissível: é qualquer doença causada por um agente infeccioso específico ou seus produtos tóxicos, que se manifesta pela transmissão deste agente ou de seus produtos, de um reservatório a um hospedeiro suscetível, seja diretamente de uma pessoa ou animal infectado, ou indiretamente por meio de um hospedeiro intermediário, de natureza vegetal ou animal, de um vetor ou do meio ambiente inanimado. 1.1- Tuberculose: A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas. A doença é causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch. Quais são as manifestações clínicas? A forma pulmonar, além de ser mais frequente, é também a mais relevante para a saúde pública, principalmente a positiva à baciloscopia, pois é a principal responsável pela manutenção da cadeia de transmissão da doença. A forma extrapulmonar, que acomete outros órgãos que não o pulmão, ocorre mais frequentemente em pessoas que vivem com o HIV, especialmente entre aquelas com comprometimento imunológico. Sintomas: O principal sintoma da tuberculose pulmonar é a tosse na forma seca ou produtiva. Por isso, recomenda-se que todo sintomático respiratório, que é a pessoa com tosse por três semanas ou mais, seja investigado para tuberculose. Há outros sinais e sintomas que podem estar presentes, como: ▪ Febre vespertina ▪ Sudorese noturna ▪ Emagrecimento ▪ Cansaço/fadiga Obs: Caso a pessoa apresente sintomas de tuberculose, é fundamental procurar a unidade de saúde mais próxima da residência para avaliação e realização de exames. Se o resultado for positivo para tuberculose, deve-se iniciar o tratamento o mais rápido possível e segui-lo até o final. Diagnóstico: Para o diagnóstico da tuberculose são utilizados os seguintes exames: ▪ Bacteriológicos ▪ Baciloscopia ▪ Teste rápido molecular para tuberculose ▪ Cultura para micobactéria ▪ Por imagem (exame complementar) ▪ Radiografia de tórax Obs: A radiografia de tórax deve ser realizada em todas as pessoas com suspeita clínica de tuberculose pulmonar. Juntamente com as radiografias de tórax, sempre devem ser realizados exames laboratoriais (baciloscopias e/ou teste rápido molecular e cultura) na tentativa de buscar o diagnóstico bacteriológico. Frequência da doença Cerca de 10 milhões de pessoas adoecem por tuberculose no mundo, e a doença leva mais de um milhão de pessoas a óbito anualmente. A forma pulmonar, além de ser mais frequente, é também a mais relevante para a saúde pública, principalmente a forma positiva à baciloscopia, pois é a principal responsável pela manutenção da cadeia de transmissão da doença. Transmissão A tuberculose é uma doença de transmissão aérea e se instala a partir da inalação de aerossóis oriundos das vias aéreas, durante a fala, espirro ou tosse das pessoas com tuberculose ativa (pulmonar ou laríngea), que lançam no ar partículas em forma de aerossóis contendo bacilos. Calcula-se que, durante um ano, em uma comunidade, um indivíduo que tenha baciloscopia positiva pode infectar, em média, de 10 a 15 pessoas. Bacilos que se depositam em roupas, lençóis, copos e outros objetos dificilmente se dispersam em aerossóis e, por isso, não têm papel importante na transmissão da doença. Tratamento O tratamento da tuberculose dura no mínimo seis meses, é gratuito e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), devendo ser realizado, preferencialmente, em regime de Tratamento Diretamente Observado (TDO). São utilizados quatro fármacos para o tratamento dos casos de tuberculose que utilizam o esquema básico: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. O TDO é indicado como principal ação de apoio e monitoramento do tratamento das pessoas com tuberculose e pressupõe uma atuação comprometida e humanizada dos profissionais de saúde. Além da construção do vínculo entre o profissional de saúde e a pessoa com tuberculose, o TDO inclui a ingestão dos medicamentos pelo paciente realizada sob a observação de um profissional de saúde ou de outros profissionais capacitados, como profissionais da assistência social, entre outros, desde que supervisionados por profissionais de saúde. O TDO deve ser realizado, idealmente, em todos os dias úteis da semana. O local e o horário para a realização do TDO devem ser acordados com a pessoa e com o serviço de saúde. A pessoa com tuberculose necessita ser orientada, de forma clara, quanto às características da doença e do tratamento a que será submetida. O profissional de saúde deve informá-la sobre a duração e o esquema do tratamento, bem como sobre a utilização dos medicamentos, incluindo os benefícios do seu uso regular, as possíveis consequências do seu uso irregular e os eventos adversos associados. Todas as pessoas com tuberculose devem fazer o tratamento até o final. Prevenção: ▪ Vacinação com BCG A vacina BCG (bacilo Calmette-Guérin), ofertada no Sistema Único de Saúde (SUS), protege a criança das formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar e a tuberculose meníngea. A vacina está disponível nas salas de vacinação das unidades básicas de saúde e maternidades. Essa vacina deve ser dada às crianças ao nascer, ou, no máximo, até os quatro anos, 11 meses e 29 dias. Tratamento da Infecção Latente pelo Mycobacterium tuberculosis O tratamento da Infecção Latente da Tuberculose (ILTB) é uma importante estratégia de prevenção para evitar o desenvolvimento da tuberculose ativa, especialmente nos contatos domiciliares, nas crianças e nos indivíduos com condições especiais, como imunossupressão pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), comorbidades associadas ou uso de alguns medicamentos. Para isso, é importante que a equipe de saúde realize a avaliação dos contatos de pessoas com tuberculose e ofereça o exame para diagnóstico da ILTB aos demais grupos populacionais, mediante critérios para indicação do tratamento preventivo. 2 ESPECÍFICO (ENDEMIAS) FLÁVIO BACHA (ACS 2023– PMC) Controle de infecção: O emprego de medidas de controle de infecção também faz parte das ações de prevenção da doença, tais como: manter ambientes bem ventilados e com entrada de luz solar; proteger a boca com o antebraço ou com um lenço ao tossir e espirrar (higiene da tosse); e evitar aglomerações. Populações vulneráveis Além dos fatores relacionados ao sistema imunológico de cada pessoa e à exposição ao bacilo, o adoecimento por tuberculose, muitas vezes, está ligado às condições precárias de vida. Assim, alguns grupos populacionais podem apresentar situações de maior vulnerabilidade. O quadro abaixo traz algumas dessas populações e os seus respectivos riscos de adoecimento em comparação com a população em geral. Fonte: SES/MS/SINAN, IBGE *Fonte: TBWEB, SP, 2015 e Pessoa em Situação de Rua: Censo São Paulo, capital (FIPE, 2015). Para o diagnóstico da tuberculose entre as populações mais vulneráveis, é recomendado que toda pessoa que apresente tosse e/ou radiografia de tórax sugestiva para tuberculose seja avaliada pela equipe de saúde e realize coleta de escarro para baciloscopia ou Teste Rápido Molecular para Tuberculose, cultura e teste de sensibilidade. 1.2- Hanseníase Quanto mais cedo for o diagnóstico da hanseníase melhor, porque o tratamento cura a doença, interrompe a transmissão e previne as sequelas. É muito importante procurar um serviço de saúde quando há sintomas e espalhar essas informações para que todos saibam se cuidar. A hanseníase é uma doença crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que pode afetar qualquer pessoa. Caracteriza-se por alteração, diminuição ou perdada sensibilidade térmica, dolorosa, tátil e força muscular, principalmente em mãos, braços, pés, pernas e olhos e pode gerar incapacidades permanentes. Diagnosticar cedo é o elemento mais importante para evitar transmissão, complicações e deficiências. Diagnóstico A baciloscopia é um exame auxiliar e pode ser positiva ou negativa, dependendo da fase da doença, por isso seu resultado negativo não afasta o diagnóstico, que se baseia principalmente em sintomas clínicos e epidemiologia. Transmissão Através de gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse ou espirro de pessoas não tratadas e em fases mais adiantadas da doença. Com o início do tratamento, a transmissão é interrompida. A maioria das pessoas têm resistência à bactéria - a cada dez, apenas uma adoece. Em geral, é preciso uma relação próxima e frequente para que a doença se instale, por isso todas as pessoas que convivem com o doente devem ser examinadas. O contato com a pele ou objetos não transmite a doença. Sintomas Os nervos periféricos vão sendo afetados lentamente, por isso é preciso atenção a si mesmo para notar as alterações desde o início. Pode levar anos para os sintomas se tornarem evidentes: ▪ Manchas em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade ao calor, dor ou tato (se queima ou machuca sem perceber); ▪ Formigamentos, choques, agulhadas, câimbras ou dormência nos braços e pernas; ▪ Diminuição da força muscular, dificuldade para pegar objetos, segurar chinelos nos pés; ▪ Nervos engrossados e doloridos, feridas difíceis de curar, principalmente em pés e mãos; ▪ Áreas da pele muito ressecadas, que não suam, com queda de pelos, (especialmente nas sobrancelhas), caroços pelo corpo; ▪ Coceira ou irritação nos olhos; ▪ Entupimento, sangramento ou ferida no nariz. Tratamento São comprimidos, distribuídos gratuitamente nas unidades de saúde, que devem ser tomados diariamente. Se a hanseníase não for tratada, pode causar lesões severas e irreversíveis! O tratamento cura a doença, interrompe sua transmissão e previne incapacidades físicas. Quanto mais cedo for iniciado, melhor. Hanseníase em números Em 2019 o Brasil registrou 27.864 novos casos de hanseníase. É o primeiro no mundo em incidência (quantidade de doentes em relação ao número de pessoas) e segundo em número de casos, depois da Índia. No Paraná o maior problema é o desconhecimento da doença, que faz com que os casos, sejam detectados tardiamente, muitas vezes apenas pelas sequelas que já apresentam. 3 ESPECÍFICO (ENDEMIAS) FLÁVIO BACHA (ACS 2023– PMC) 1.3- Dst/aids Infecções Sexualmente Transmissíveis As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. São transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja infectada. A transmissão de uma IST pode acontecer, ainda, da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação. O tratamento das pessoas com IST melhora a qualidade de vida e interrompe a cadeia de transmissão dessas infecções. O atendimento e o tratamento são gratuitos nos serviços de saúde do SUS. A terminologia Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) passa a ser adotada em substituição à expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), porque destaca a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas. Aids A aids é a doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV é a sigla em inglês). Esse vírus ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. O vírus é capaz de alterar o DNA dessa célula e fazer cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção. O HIV é um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae e é uma Infecção Sexualmente Transmissível. Esses vírus compartilham algumas propriedades comuns, como por exemplo: ▪ período de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença; ▪ infecção das células do sangue e do sistema nervoso; ▪ supressão do sistema imune. Transmissão A transmissão do HIV e, por consequência da AIDS, acontece das seguintes formas: ▪ Sexo vaginal sem camisinha. ▪ Sexo anal sem camisinha. ▪ Sexo oral sem camisinha. ▪ Uso de seringa por mais de uma pessoa. ▪ Transfusão de sangue contaminado. ▪ Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação. ▪ Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados. ▪ Condutas que não transmitem a Aids; ▪ Durante a gestação e no parto, pode ocorrer a transmissão do HIV. O HIV também pode ser transmitido durante a amamentação É importante quebrar mitos e tabus, esclarecendo que a pessoa infectada com HIV ou que já tenha manifestado a AIDS não transmitem a doença das seguintes formas: ▪ Sexo, desde que se use corretamente a camisinha. ▪ Masturbação a dois. ▪ Beijo no rosto ou na boca. ▪ Suor e lágrima. ▪ Picada de inseto. ▪ Aperto de mão ou abraço. ▪ Sabonete/toalha/lençóis. ▪ Talheres/copos. ▪ Assento de ônibus. ▪ Piscina. ▪ Banheiro. ▪ Doação de sangue. ▪ Pelo ar. Diagnóstico Conhecer o quanto antes a sorologia positiva para o HIV aumenta muito a expectativa de vida de uma pessoa que vive com o vírus. Quem se testa com regularidade, busca tratamento no tempo certo e segue as recomendações da equipe de saúde ganha muito em qualidade de vida. Por isso, se você passou por uma situação de risco, como ter feito sexo desprotegido ou compartilhado seringas, faça o teste anti-HIV. O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue ou por fluido oral. No Brasil, temos os exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos. Esses testes são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). Os exames podem ser feitos de forma anônima. Nesses centros, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento para facilitar a correta interpretação do resultado pelo(a) usuário(a). Também é possível saber onde fazer o teste pelo Disque Saúde (136). Além da rede de serviços de saúde, é possível fazer os testes por intermédio de uma Organização da Sociedade Civil, no âmbito do Programa Viva Melhor Sabendo. Em todos os casos, a infecção pelo HIV pode ser detectada em, pelo menos, 30 dias a contar da situação de risco. Isso porque o exame (o laboratorial ou o teste rápido) busca por anticorpos contra o HIV no material coletado. Esse é o período chamado de janela imunológica. Sintomas: Quando ocorre a infecção pelo vírus causador da aids, o sistema imunológico começa a ser atacado. E é na primeira fase, chamada de infecção aguda, que ocorre a incubação do HIV (tempo da exposição ao vírus até o surgimento dos primeiros sinais da doença). Esse período varia de três a seis semanas. E o organismo leva de 30 a 60 dias após a infecção para produzir anticorpos anti-HIV. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida. A próxima fase é marcada pela forte interação entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus. Mas isso não enfraquece o organismo o suficiente para permitir novas doenças, pois os vírus amadurecem e morrem de forma equilibrada. Esse período, que pode durar muitos anos, é chamado de assintomático. Com o frequente ataque, as células de defesa começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns. A fase sintomática inicial é caracterizada pela alta reduçãodos linfócitos T CD4+ (glóbulos brancos do sistema imunológico) que chegam a ficar abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue. Em adultos saudáveis, esse valor varia entre 800 a 1.200 unidades. Os sintomas mais comuns nessa fase são: febre, diarreia, suores noturnos e emagrecimento. A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids. Quem chega a essa fase, por não saber da sua infecção ou não seguir o tratamento indicado pela equipe de saúde, pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer. Por isso, sempre que você transar sem camisinha ou passar por alguma outra situação de risco, procure uma unidade de saúde imediatamente, informe-se sobre a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) e faça o teste. http://www.aids.gov.br/pt-br/acesso_a_informacao/servicos-de-saude http://www.aids.gov.br/pt-br/acesso_a_informacao/servicos-de-saude https://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/tuberculose https://antigo.saude.gov.br/toxoplasmose https://antigo.saude.gov.br/cancer 4 ESPECÍFICO (ENDEMIAS) FLÁVIO BACHA (ACS 2023– PMC) Tratamento: Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico. Por isso, o uso regular dos ARV é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas. Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente os ARV a todas as pessoas vivendo com HIV que necessitam de tratamento. Atualmente, existem 22 medicamentos, em 38 apresentações farmacêuticas. Prevenção: O preservativo, ou camisinha, é o método mais conhecido, acessível e eficaz para se prevenir da infecção pelo HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST), como a sífilis, a gonorreia e também alguns tipos de hepatites. Além disso, ele evita uma gravidez não planejada. Existem dois tipos de camisinha: a masculina, que é feita de látex e deve ser colocada no pênis ereto antes da penetração; e a feminina, que é feita de latex ou borracha nitrílica e é usada internamente na vagina, podendo ser colocada algumas horas antes da relação sexual, não sendo necessário aguardar a ereção do pênis. 2. Doenças não transmissíveis: Uma doença não transmissível ou DNT; doenças não infecciosas; são patologias caracterizadas pela ausência de microrganismos infeccioso, ou seja é uma doença não infecciosa como por exemplo a hipertensão, diabetes etc.... 2.1- Hipertensão: A hipertensão arterial ou pressão alta é uma doença crônica caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. Ela acontece quando os valores das pressões máxima e mínima são iguais ou ultrapassam os 140/90 mmHg (ou 14 por 9). A pressão alta faz com que o coração tenha que exercer um esforço maior do que o normal para fazer com que o sangue seja distribuído corretamente no corpo. A pressão alta é um dos principais fatores de risco para a ocorrência de acidente vascular cerebral, enfarte, aneurisma arterial e insuficiência renal e cardíaca. O problema é herdado dos pais em 90% dos casos, mas há vários fatores que influenciam nos níveis de pressão arterial, como os hábitos de vida do indivíduo. Causas da pressão alta Essa doença é herdada dos pais em 90% dos casos, mas há vários fatores que influenciam nos níveis de pressão arterial, entre eles: ▪ Fumo ▪ Consumo de bebidas alcoólicas ▪ Obesidade ▪ Estresse ▪ Elevado consumo de sal ▪ Níveis altos de colesterol ▪ Falta de atividade física; Além desses fatores de risco, sabe-se que a incidência da pressão alta é maior na raça negra, em diabéticos, e aumenta com a idade. Sintomas: Os sintomas da hipertensão costumam aparecer somente quando a pressão sobe muito: podem ocorrer dores no peito, dor de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal. Tratamento: A pressão alta não tem cura, mas tem tratamento e pode ser controlada. Somente o médico poderá determinar o melhor método para cada paciente. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente medicamentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e pelo programa Farmácia Popular. Para retirar os remédios, basta apresentar um documento de identidade com foto, CPF e receita médica dentro do prazo de validade, que são 120 dias. A receita pode ser emitida tanto por um profissional do SUS quanto por um médico que atende em hospitais ou clínicas privadas. Diagnóstico Medir a pressão regularmente é a única maneira de diagnosticar a hipertensão. Pessoas acima de 20 anos de idade devem medir a pressão ao menos uma vez por ano. Se houver casos de pessoas com pressão alta na família, deve- se medir no mínimo duas vezes por ano. Prevenção Além dos medicamentos disponíveis atualmente, é imprescindível adotar um estilo de vida saudável: ▪ Manter o peso adequado, se necessário, mudando hábitos alimentares; Não abusar do sal, utilizando outros temperos que ressaltam o sabor dos alimentos; ▪ Praticar atividade física regular; ▪ Aproveitar momentos de lazer; ▪ Abandonar o fumo; ▪ Moderar o consumo de álcool; ▪ Evitar alimentos gordurosos; ▪ Controlar o diabetes. 2.2- Diabetes Diabetes é uma doença causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo. A insulina é um hormônio que tem a função de quebrar as moléculas de glicose(açúcar) transformando-a em energia para manutenção das células do nosso organismo. O diabetes pode causar o aumento da glicemia e as altas taxas podem levar a complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos. Em casos mais graves, o diabetes pode levar à morte. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, existem atualmente, no Brasil, mais de 13 milhões de pessoas vivendo com a doença, o que representa 6,9% da população nacional. A melhor forma de prevenir é praticando atividades físicas regularmente, mantendo uma alimentação saudável e evitando consumo de álcool, tabaco e outras drogas. Comportamentos saudáveis evitam não apenas o diabetes, mas outras doenças crônicas, como o câncer. A causa do tipo de diabetes ainda é desconhecida e a melhor forma de preveni-la é com práticas de vida saudáveis (alimentação, atividades físicas e evitando álcool, tabaco e outras drogas). Tipos mais comuns de diabetes O diabetes mellitus pode se apresentar de diversas formas e possui diversos tipos diferentes. Independente do tipo de diabetes, com aparecimento de qualquer sintoma é fundamental que o paciente procure com urgência o atendimento médico especializado para dar início ao tratamento. Diabetes tipo 1 Sabe-se que, via de regra, é uma doença crônica não transmissível, hereditária, que concentra entre 5% e 10% do total de diabéticos no Brasil. Cerca de 90% dos https://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7a https://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7a_infecciosa https://antigo.saude.gov.br/assistencia-farmaceutica/programa-farmacia-popular https://antigo.saude.gov.br/assistencia-farmaceutica/programa-farmacia-popular https://antigo.saude.gov.br/assistencia-farmaceutica/programa-farmacia-popular https://www.diabetes.org.br/ https://www.diabetes.org.br/ 5 ESPECÍFICO (ENDEMIAS) FLÁVIO BACHA (ACS 2023– PMC) pacientes diabéticos no Brasil têm esse tipo. Ele se manifesta mais frequentemente em adultos, mas crianças também podem apresentar. O diabetes tipo 1 aparece geralmente na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos também. Pessoas com parentes próximos que têm ou tiveram a doença devem fazer exames regularmente para acompanhar a glicose no sangue. O tratamento exige ouso diário de insulina e/ou outros medicamentos para controlar a glicose no sangue. A causa do diabetes tipo 1 ainda é desconhecida e a melhor forma de preveni-la é com práticas de vida saudáveis (alimentação, atividades físicas e evitando álcool, tabaco e outras drogas). Diabetes tipo 2 O diabetes tipo 2 ocorre quando o corpo não aproveita adequadamente a insulina produzida. A causa do diabetes tipo 2 está diretamente relacionado ao sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados, hipertensão.e hábitos alimentares inadequados. Por isso, é essencial manter acompanhamento médico para tratar, também, dessas outras doenças, que podem aparecer junto com o diabetes. Diabetes Latente Autoimune do Adulto (LADA): Atinge basicamente os adultos e representa um agravamento do diabetes tipo 2. Caracteriza-se, basicamente, no desenvolvimento de um processo autoimune do organismo, que começa a atacar as células do pâncreas. Pré-diabetes Pré-diabetes é quando os níveis de glicose no sangue estão mais altos do que o normal, mas ainda não estão elevados o suficiente para caracterizar um Diabetes Tipo 1 ou Tipo 2. É um sinal de alerta do corpo, que normalmente aparece em obesos, hipertensos e/ou pessoas com alterações nos lipídios. Esse alerta do corpo é importante por ser a única etapa do diabetes que ainda pode ser revertida, prevenindo a evolução da doença e o aparecimento de complicações, incluindo o infarto. No entanto, 50% dos pacientes que têm o diagnóstico de pré-diabetes, mesmo com as devidas orientações médicas, desenvolvem a doença. A mudança de hábito alimentar e a prática de exercícios são os principais fatores de sucesso para o controle. Sintomas: Os principais sintomas do diabete são: fome e sede excessiva e vontade de urinar várias vezes ao dia. Sintomas do diabetes tipo 1: ▪ Fome frequente; ▪ Sede constante; ▪ Vontade de urinar diversas vezes ao dia; ▪ Perda de peso; ▪ Fraqueza; ▪ Fadiga; ▪ Mudanças de humor; ▪ Náusea e vômito. Sintomas do diabetes tipo 2: ▪ Fome frequente; ▪ Sede constante; ▪ Formigamento nos pés e mãos; ▪ Vontade de urinar diversas vezes; ▪ Infecções frequentes na bexiga, rins, pele e infecções de pele; ▪ Feridas que demoram para cicatrizar; ▪ Visão embaçada. Prevenção A melhor forma de prevenir o diabetes e diversas outras doenças é a prática de hábitos saudáveis ▪ Comer diariamente verduras, legumes e, pelo menos, três porções de frutas. ▪ Reduzir o consumo de sal, açúcar e gorduras. ▪ Parar de fumar. ▪ Praticar exercícios físicos regularmente, (pelo menos 30 minutos todos os dias). ▪ Manter o peso controlado. 2.3- Saúde Mental: A Saúde Mental de uma pessoa está relacionada à forma como ela reage às exigências da vida e ao modo como harmoniza seus desejos, capacidades, ambições, ideias e emoções. A maior parte das pessoas, quando ouve falar em “Saúde Mental”, pensa em “Doença Mental”. Mas, a saúde mental implica muito mais que a ausência de doenças mentais. Pessoas mentalmente saudáveis compreendem que ninguém é perfeito, que todos possuem limites e que não se pode ser tudo para todos. Elas vivenciam diariamente uma série de emoções como alegria, amor, satisfação, tristeza, raiva e frustração. São capazes de enfrentar os desafios e as mudanças da vida cotidiana com equilíbrio e sabem procurar ajuda quando têm dificuldade em lidar com conflitos, perturbações, traumas ou transições importantes nos diferentes ciclos. Ter saúde mental é: ▪ Estar bem consigo mesmo e com os outros ▪ Aceitar as exigências da vida ▪ Saber lidar com as boas emoções e também com aquelas desagradáveis, mas que fazem parte da vida ▪ Reconhecer seus limites e buscar ajuda quando necessário; A importância da saúde mental para o bem-estar A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que o conceito de saúde é bem mais abrangente que a simples ausência de doença: é um completo estado de bem-estar físico, mental e social e, dessa forma, merece atenção em todos as suas vertentes. Assim como a física, a saúde mental é uma parte integrante e complementar à manutenção das funções orgânicas. Nesse contexto, a promoção da saúde mental é essencial para que o indivíduo tenha a capacidade necessária de executar suas habilidades pessoais e profissionais. Sumariamente, o bom estado mental confere ao homem o amplo exercício de seus direitos sociais e de cidadania. Assegura ainda as condições de interação social para uma convivência familiar mais harmônica e segura. Desse modo, entender a importância da estabilidade mental e sua intensa relação com o bem-estar é fundamental. Possibilita, assim, a compreensão da importância de utilizar a capacidade individual para a percepção de valores e virtudes inerentes à construção da coletividade. Mitos e verdades que envolvem a saúde mental Um dos problemas que merecem atenção são os mitos e verdades que envolvem a saúde mental. Alguns estigmas e preconceitos ainda são muito presentes na realidade de quem enfrenta problemas em relação à saúde mental. Familiares e pacientes são muitas vezes incompreendidos ou até mesmo marginalizados devido à https://hospitalsantamonica.com.br/conheca-alguns-mitos-e-verdades-em-saude-mental/ 6 ESPECÍFICO (ENDEMIAS) FLÁVIO BACHA (ACS 2023– PMC) expressão de ideias baseadas em conceitos mal formulados ou não esclarecidos. É preciso compreender que as disfunções orgânicas podem acontecer por diversos motivos e, por isso, as desordens mentais e físicas podem surgir. Logo, os problemas mentais como o transtorno bipolar, tendências depressivas e picos de ansiedade se expressam como um reflexo de fatores internos e externos. Tais questões não podem ser interpretadas como sinal de fraqueza ou falha de caráter. A verdade é que surgem por influência genética ou oriundas de alterações clínicas, sociais e de problemas familiares originados na infância ou na adolescência. Contextualmente, a maior verdade sobre a saúde mental é a necessidade de superar esses mitos e conceitos errôneos. A falta de conhecimento pode ser muito prejudicial à recuperação do paciente, porque impede a busca de soluções adequadas para minimizar os efeitos do problema. Assim, é preciso ter cuidado com ideias falaciosas e que colocam em xeque o trabalho de profissionais capacitados e dedicados à recuperação da saúde mental. Dentre os conceitos equivocados mais preocupantes destacam-se: doenças mentais são frutos da imaginação de quem tem a mente confusa; todos os distúrbios psicológicos levam à loucura; nem adianta procurar ajuda psiquiátrica, pois nenhum desajuste mental tem cura; pacientes com problemas mentais são todos igualmente imprevisíveis ou perigosos. Logo, é necessário combater o quanto antes a disseminação desses estigmas e mitos, pois eles colaboram para aumentar a discriminação associada à doença mental. Por conseguinte, muitas pessoas que precisam de orientação ou de tratamento são ignoradas ou desencorajadas à busca de auxílio. Vale destacar que quanto mais precoce for o tratamento, melhor e mais rápida será a superação da doença. Ainda que sejam problemas graves, com o auxílio profissional adequado, há possibilidade de encontrar uma solução eficaz e melhorar a qualidade de vida. Aspectos determinantes da saúde mental Os transtornos mentais surgem pela influência de múltiplos fatores sociais, genéticos, psicológicos e ambientais. As pressões socioeconômicas influenciam continuamente os riscos para a saúde mental individual e coletiva, sobretudo sobre as camadas mais populares. Uma saúde mental debilitada também colabora para significativas alterações sociais e condições de trabalho precárias. Também acentua a exclusão social e expõe o indivíduo ao risco de violência em virtude da incapacidade mental de autodefesa. Questões psicológicas e de personalidade também tornam as pessoas mais susceptíveis aos desequilíbrios mentais. Alémdisso, as causas biológicas também contribuem para a desordem química das células cerebrais e aumentam a ocorrência da doença. Nesse sentido, os familiares precisam buscar ajuda e encaminhar a pessoa para o tratamento mais adequado. De igual modo, as instituições também são responsáveis pela promoção da saúde mental de seus funcionários. Como os colaboradores são os ativos mais importantes das empresas, manter uma visão estratégica sinaliza um diferencial competitivo em termos de produtividade. Assim, a saúde mental nas empresas deve ser considerada como um critério singular e fundamental à saúde individual e corporativa. Aspectos biológicos dos neurotransmissores e suas respetivas sensações Endemias: dengue, esquistossomose, leishmaniose, leptospirose - noções básicas, prevenção primária, classificação dos agentes transmissores e causadores, combate aos agentes transmissores, conforme estratégias e normas vigentes do Ministério da Saúde. Conceitos Básicos em Parasitologia ▪ Parasitologia é a especialidade da biologia que estuda os parasitas, os seus hospedeiros e relações entre eles: CONCEITOS BÁSICOS: ▪ Agente etiológico ou causador: ▪ Agente infeccioso: ▪ Agente transmissor ou vetor: ▪ Ciclo biológico ou evolutivo: ▪ Hospedeiro: ▪ Ciclo monoxênico: ▪ Ciclo heteroxênico: ▪ Hospedeiro intermediário: ▪ Hospedeiro definitivo: ▪ Transmissão: ▪ Profilaxia: ▪ Endemias ➔ moléstias que afetam um grande número de pessoas em uma região, rotineiramente, como por exemplo malária, doença de Chagas, doença do sono, esquistossomose. ▪ Epidemias ➔ doenças que aparecem subitamente, com grande incidência de casos, em uma determinada área, como por exemplo poliomielite, meningite, caxumba. ▪ Pandemias ➔ doenças que se alastram rapidamente por todo um país, continente ou até mesmo por todo o mundo, como a gripe espanhola. OBS: Epidemiologia: é o estudo da frequência e distribuição dos eventos de saúde e dos seus determinantes nas populações humanas, e a aplicação deste estudo na prevenção e controle dos problemas de saúde. 1. DENGUE Dengue é uma doença tropical infecciosa causada pelo vírus da dengue, um arbovírus da família Flaviviridae, gênero Flavivírus e que inclui quatro tipos imunológicos: DEN- 1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. https://hospitalsantamonica.com.br/afinal-quais-sao-os-sintomas-do-transtorno-bipolar/ https://hospitalsantamonica.com.br/saude-mental-o-impacto-e-desafios-nas-empresas/ https://hospitalsantamonica.com.br/saude-mental-o-impacto-e-desafios-nas-empresas/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Biologia https://pt.wikipedia.org/wiki/Parasita https://pt.wikipedia.org/wiki/Hospedeiro https://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7a_tropical https://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%ADrus_da_dengue https://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%ADrus_da_dengue https://pt.wikipedia.org/wiki/Arbov%C3%ADrus https://pt.wikipedia.org/wiki/Flaviviridae https://pt.wikipedia.org/wiki/Flaviv%C3%ADrus 7 ESPECÍFICO (ENDEMIAS) FLÁVIO BACHA (ACS 2023– PMC) Sintomas: ▪ Debre; ▪ Dor de cabeça; ▪ Dores musculares e articulares e; ▪ Uma erupção cutânea característica que é semelhante à causada pelo sarampo. ▪ Em uma pequena proporção de casos, a doença pode evoluir para a dengue hemorrágica com risco de morte, resultando em sangramento, baixos níveis de plaquetas sanguíneas, extravasamento de plasma no sangue ou até diminuição da pressão arterial a níveis perigosamente baixos. Transmissão: A dengue é transmitida por várias espécies de mosquito do gênero Aedes, principalmente o Aedes aegypti. O vírus tem quatro tipos diferentes e a infecção por um deles dá proteção permanente para o mesmo sorotipo e imunidade parcial e temporária contra os outros três. Um contágio subsequente por algum tipo diferente do vírus aumenta o risco de complicações graves no paciente. Como não há vacina disponível no mercado, a melhor forma de evitar a epidemia é a prevenção, através da redução ou destruição do habitat e da população de mosquitos transmissores e da limitação da exposição a picadas. Hospedeiro: A dengue tem como hospedeiros vertebrados o ser humano e outros primatas, mas somente o primeiro apresenta manifestação clínica da infecção e período de viremia de aproximadamente sete dias. Nos demais primatas, a viremia é baixa e de curta duração. Atualmente, a dengue é a arbovirose mais comum que atinge a humanidade, sendo responsável por cerca de 100 milhões de casos/ano em uma população de risco de 2,5 a 3 bilhões de seres humanos. Tratamento: Reidratação oral ou intravenosa para os casos leves ou moderados e fluidos intravenosos e transfusão de sangue para os casos mais graves. Atribuições de um agente de combate a endemias ▪ Visitar residências e verificar locais e objetos que possam se transformar em criadouros, sempre acompanhado do dono da casa; ▪ Orientar e ensinar o responsável sobre como acabar com os focos de desenvolvimento do transmissor; ▪ Vistoriar e tratar com aplicação de larvicida os pontos estratégicos e remover ovos e larvas de forma mecânica caso seja necessário. 2. Esquistossomose: A esquistossomose, popularmente conhecida como xistose, barriga d´água ou mal do caramujo, é uma doença infecciosa causada pelo parasita Schistosoma mansoni, que pode ser encontrado em água de rios e lagos e que pode penetrar na pele, causando vermelhidão e coceira na pele, fraqueza e dores musculares, por exemplo. A esquistossomose é mais frequente em ambientes tropicais onde não existe saneamento básico e onde existe uma grande quantidade de caramujos, já que esses animais são considerados hospedeiros do parasita Schistosoma, ou seja, o parasita precisa passar um tempo no caramujo para se desenvolver e chegar no estágio em que consegue infectar as pessoas. Veja mais sobre a esquistossomose e outras doenças causadas por parasitas: Principais sinais e sintomas Na maioria dos casos, a esquistossomose é assintomática, no entanto a pessoa infectada pelo parasita pode desenvolver sinais e sintomas iniciais que caracterizam a primeira fase da doença, também chamada de fase aguda: Vermelhidão e coceira no local que o parasita penetrou; ▪ Febre; ▪ Fraqueza; ▪ Tosse; ▪ Dores musculares; ▪ Falta de apetite; ▪ Diarreia ou prisão de ventre; ▪ Enjoos e vômitos; ▪ Calafrios. À medida que o parasita se desenvolve no corpo e se desloca para a circulação do fígado, podem surgir outros sinais e sintomas mais graves, caracterizando a segunda fase da doença, também chamada de fase crônica: ▪ Presença de sangue nas fezes; ▪ Cãibras; ▪ Dor abdominal; ▪ Tonturas, ▪ Emagrecimento; ▪ Inchaço da barriga, também chamado de barrida d´água; ▪ Palpitações; ▪ Endurecimento e aumento do fígado; ▪ Aumento do baço. Para evitar o aparecimento dos sintomas mais graves da esquistossomose, é importante que o diagnóstico seja feito, de preferência, ainda na fase aguda da doença. Diagnóstico O diagnóstico é feito através do exame de fezes de 3 dias, em que são pesquisados ovos de Schistosoma mansoni. Além disso, pode ser solicitada a realização de hemograma e dosagem das enzimas hepáticas, como ALT e AST, que normalmente estão alterados, além de exames de imagem, como o ultrassom abdominal, por exemplo, com o objetivo de verificar o aumento e funcionamento do fígado e do baço. Ciclo de vida da esquistossomose A infecção pelo Schistosoma mansoni acontece a partir do contato com água contaminada, especialmente em locais em que há grande quantidade de caramujos. Dessa forma, agricultores, pescadores, mulheres e crianças são mais https://pt.wikipedia.org/wiki/Febre https://pt.wikipedia.org/wiki/Dor_de_cabe%C3%A7a https://pt.wikipedia.org/wiki/Sarampo https://pt.wikipedia.org/wiki/Trombocitopenia https://pt.wikipedia.org/wiki/Trombocitopenia https://pt.wikipedia.org/wiki/Choque_circulat%C3%B3rio https://pt.wikipedia.org/wiki/Choque_circulat%C3%B3rio https://pt.wikipedia.org/wiki/Mosquitohttps://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%AAnero_(biologia) https://pt.wikipedia.org/wiki/Aedes https://pt.wikipedia.org/wiki/Aedes_aegypti https://pt.wikipedia.org/wiki/Aedes_aegypti https://pt.wikipedia.org/wiki/Infec%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Imunidade https://pt.wikipedia.org/wiki/Habitat https://pt.wikipedia.org/wiki/Hospedeiro https://pt.wikipedia.org/wiki/Vertebrado https://pt.wikipedia.org/wiki/Ser_humano https://pt.wikipedia.org/wiki/Ser_humano https://pt.wikipedia.org/wiki/Primata https://pt.wikipedia.org/wiki/Cl%C3%ADnica https://pt.wikipedia.org/wiki/Viremia https://pt.wikipedia.org/wiki/Arbovirose https://pt.wikipedia.org/wiki/Transfus%C3%A3o_de_sangue 8 ESPECÍFICO (ENDEMIAS) FLÁVIO BACHA (ACS 2023– PMC) vulneráveis a ter esta doença após pescar, lavar roupa ou tomar banho em águas poluídas. O ciclo de vida da esquistossomose é complexo e ocorre da seguinte forma: ▪ Os ovos de Schistosoma mansoni são liberados nas fezes das pessoas contaminadas; ▪ Os ovos, ao alcançarem a água, eclodem, devido à temperatura elevada, luz intensa e quantidade de oxigênio da água, e liberam o miracídio, que é uma das primeiras formas do Schistosoma mansoni; ▪ Os miracídios presentes na água são atraídos até os caramujos devido a substâncias liberadas por esses animais; ▪ Ao chegarem aos caramujos, os miracídios perdem algumas de suas estruturas e desenvolvem-se até o estágio de cercária, sendo novamente liberadas na água; ▪ As cercárias que são liberadas na água conseguem penetram na pele das pessoas; ▪ No momento da penetração, as cercárias perdem a cauda e transformam-se em esquistossômulos, que atingem a circulação sanguínea; ▪ Os esquistossômulos migram até a circulação portal do fígado, onde sofrem maturação até a fase adulta; ▪ Os vermes adultos, machos e fêmeas, migram até o intestino, onde é feita a colocação dos ovos pelas fêmeas; ▪ Os ovos demoram cerca de 1 semana para estarem maduros; ▪ O ovo maduro é, então, liberado nas fezes e, quando em contato com a água, eclode, dando origem a um novo ciclo. Por isso, nos locais onde não há saneamento básico é comum que várias pessoas da mesma comunidade estejam contaminadas com a esquistossomose, principalmente se na região tiver grande quantidade de caramujos, já que esse animal possui papel fundamental no ciclo de vida do parasita. Para quebrar este ciclo e impedir que outras pessoas fiquem contaminadas deve-se evitar o contato com águas poluídas e eliminar o excesso de caramujos. Tratamento: O tratamento geralmente é feito com remédios antiparasitários como Praziquantel ou Oxamniquina durante 1 ou 2 dias, que matam e eliminam o parasita. Além disso, o médico pode recomendar o uso de pomadas corticoides para aliviar a coceira na pele, sendo indicado também ficar de repouso, manter boa hidratação, ingerindo água. Além disso, remédios analgésicos, para baixar a febre e para as cólicas, também podem ser indicados. Nas pessoas que desenvolvem a fase crônica da esquistossomose podem ainda ser usados betabloqueadores e remédios para controlar a diarreia, além de ser recomendada a escleroterapia das varizes do esôfago. Esquistossomose tem cura? A esquistossomose tem cura quando o diagnóstico é feito logo na fase inicial da doença e o tratamento é iniciado o mais cedo possível, pois assim é possível eliminar o parasita e evitar o surgimento de complicações, como aumento do fígado e do baço, anemia e atraso no desenvolvimento da criança, por exemplo. Por isso em caso de suspeita de que a pessoa está com vermes deve-se iniciar a toma dos remédios o mais rápido possível. Para saber se realmente a pessoa ficou curada o médico pode solicitar que seja feito um novo exame de fezes na 6ª e na 12ª semana depois de ter iniciado o tratamento. Em alguns casos, para não haver dúvidas o médico solicita uma biópsia retal 6 meses depois do início do tratamento. No entanto, mesmo que seja verificada a cura da esquistossomose, a pessoa não adquire imunidade, podendo ser infectada novamente pelo parasita caso entre em contato com águas contaminadas. Profilaxia A prevenção da esquistossomose pode ser feita através de medidas básicas de higiene como: ▪ Evitar o contato com a água das chuvas e enchentes; ▪ Não andar descalço na rua, na terra ou em riachos de água doce; ▪ Beber somente água potável, filtrada ou fervida. Estes cuidados devem ser feitos principalmente nos lugares onde não há saneamento adequado e o esgoto corre a céu aberto. 3. Leishmaniose Leishmaniose é um tipo de doença infecciosa causada por um protozoário do gênero leishmania, considerado um parasita. Transmissão Sua transmissão se dá por meio da picada do mosquito-palha e essa condição é considerada majoritariamente tropical, sendo mais comum em países de clima quente e úmido, como certas regiões do Brasil. Há a leishmaniose humana e a leishmaniose canina, que afeta cachorros. Sintomas: Considera-se que existem dois tipos de leishmaniose: a leishmaniose visceral e a leishmaniose cutânea. A leishmaniose visceral também é conhecida como calazar. Esse tipo de leishmaniose afeta os órgãos das vísceras, como o baço e o fígado, além da medula óssea. Os sintomas da leishmaniose visceral incluem febre, tosse, dor abdominal, anemia, perda de peso, diarreia, fraqueza, aumento do fígado e do baço, além de inchaço nos linfonodos. De forma geral, a leishmaniose visceral pode atingir crianças até os dez anos de idade e é considerada a forma mais aguda da doença. Se seus sintomas não forem tratados, ela pode evoluir e causar o óbito dos pacientes. A leishmaniose cutânea também é chamada de ferida brava, ou de leishmaniose tegumentar, e causa feridas na pele, que podem evoluir para feridas nas mucosas, como a boca e o nariz. As feridas causadas pela leishmaniose tegumentar são avermelhadas, ovaladas e com bordas delimitadas. A leishmaniose tegumentar é a forma mais comum da doença, sendo que, dependendo do tipo, ela pode se curar de forma espontânea. Tratamento da leishmaniose Uma vez que a leishmaniose foi diagnosticada, com a ajuda, por exemplo, do médico infectologista, o tratamento pode ser feito com diferentes medicamentos, no caso da leishmaniose visceral. Os remédios podem ser combinados ou não, e o objetivo é conter o parasita para que a pessoa possa voltar a ter sua qualidade de vida. Para a leishmaniose cutânea, é preciso realizar um acompanhamento e uma boa higiene para evitar o 9 ESPECÍFICO (ENDEMIAS) FLÁVIO BACHA (ACS 2023– PMC) surgimento de úlceras e infecções, mas muitas vezes as feridas se curam de forma espontânea. 4. Leptospirose A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda que resulta da exposição direta ou indireta a urina de animais (principalmente ratos) infectados pela bactéria Leptospira; Transmissão sua transmissão se dar pela penetração da bactéria na pele com lesões ou pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada ou através de mucosas. Incubação O período de incubação, ou seja, tempo entre a infecção da doença até o momento que a pessoa leva para manifestar os sintomas, pode variar de 1 a 30 dias e normalmente ocorre entre 7 a 14 dias após a exposição a situações de risco. Sintomas As manifestações clínicas variam desde formas assintomáticas e subclínicas até quadros graves, associados a manifestações fulminantes. São divididas em duas fases: fase precoce e fase tardia. A doença apresenta elevada incidência em determinadas áreas além do risco de letalidade, que pode chegar a 40% nos casos mais graves. Sua ocorrência está relacionada às condições precárias de infraestrutura sanitária e alta infestação de roedores infectados. sintomas da fase precoce são: ▪ Febre ▪ Dor de cabeça ▪ Dor muscular, principalmente nas panturrilhas ▪ Falta de apetite ▪ Náuseas/vômitos Podem ocorrer diarreia, dor nas articulações, vermelhidãoou hemorragia conjuntival, fotofobia, dor ocular, tosse; mais raramente podem manifestar exantema, aumento do fígado e/ou baço, aumento de linfonodos e sufusão conjuntival. Manifestações na fase tardia: ▪ Síndrome de Weil - tríade de icterícia, insuficiência renal e hemorragias ▪ Síndrome de hemorragia pulmonar - lesão pulmonar aguda e sangramento maciço ▪ Comprometimento pulmonar - tosse seca, dispneia, expectoração hemoptoica ▪ Síndrome da angustia respiratória aguda – SARA Manifestações hemorrágicas – pulmonar, pele, mucosas, órgãos e sistema nervoso central Complicações da Leptospirose ▪ Insuficiência renal aguda - não oligúrica e hipocalêmica ▪ Insuficiência renal oligúrica por azotemia pré-renal ▪ Necrose tubular aguda ▪ Miocardite - acompanhada ou não de choque e arritmias por distúrbios eletrolíticos ▪ Pancreatite ▪ Anemia ▪ Distúrbios neurológicos (confusão, delírio, alucinações e sinais de irritação meníngea) Diagnóstico: Diagnóstico laboratorial Exames específicos Tratamento da Leptospirose Para os casos leves, o atendimento é ambulatorial, mas, nos casos graves, a hospitalização deve ser imediata, visando evitar complicações e diminuir a letalidade. A automedicação não é indicada. Ao suspeitar da doença, a recomendação é procurar um serviço de saúde e relatar o contato com exposição de risco. A antibioticoterapia está indicada em qualquer período da doença, mas sua eficácia costuma ser maior na 1ª semana do início dos sintomas. Na fase precoce, são utilizados Doxiciclina ou Amoxicilina; para a fase tardia, Penicilina cristalina, Penicilina G cristalina, Ampicilina, Ceftriaxona ou Cefotaxima. Situação epidemiológica da Leptospirose No Brasil, a leptospirose é uma doença endêmica, tornando-se epidêmica em períodos chuvosos, principalmente nas capitais e áreas metropolitanas, devido às enchentes associadas à aglomeração populacional de baixa renda, às condições inadequadas de saneamento e à alta infestação de roedores infectados. Algumas profissões facilitam o contato com as leptospiras, como trabalhadores em limpeza e desentupimento de esgotos, garis, catadores de lixo, agricultores, veterinários, tratadores de animais, pescadores, militares e bombeiros, dentre outros. Contudo, a maior parte dos casos ainda ocorre entre pessoas que habitam ou trabalham em locais com infraestrutura sanitária inadequada e expostas à urina de roedores. Existem registros de leptospirose em todas as unidades da federação, com um maior número de casos nas regiões sul e sudeste. A doença apresenta uma letalidade média de 9%. Entre os casos confirmados, o sexo masculino com faixa etária entre 20 e 49 anos estão entre os mais atingidos, embora não exista uma predisposição de gênero ou de idade para contrair a infecção. Quanto às características do local provável de infecção (LPI), a maioria ocorre em área urbana, e em ambientes domiciliares. Prevenção a Leptospirose A prevenção da Leptospirose ocorre por meio de medidas como: Obras de saneamento básico (drenagem de águas paradas suspeitas de contaminação, rede de coleta e abastecimento de água, construção e manutenção de galerias de esgoto e águas pluviais, coleta e tratamento de lixo e esgotos, desassoreamento, limpeza e canalização de córregos), melhorias nas habitações humanas e o controle de roedores. Evitar o contato com água ou lama de enchentes e impedir que crianças nadem ou brinquem nessas águas. Pessoas que trabalham na limpeza de lama, entulhos e desentupimento de esgoto devem usar botas e luvas de borracha (ou sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés). A água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%) mata as leptospiras e deve ser utilizada para desinfetar reservatórios de água: um litro de água sanitária para cada 1.000 litros de água do reservatório. Para limpeza e desinfecção de locais e objetos que entraram em contato com água ou lama contaminada, a orientação é diluir 2 xícaras de chá (400ml) de água sanitária para um balde de 20 litros de água, deixando agir por 15 minutos. 5. Doença de chagas A doença de Chagas (ou Tripanossomíase americana) é a infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. Apresenta uma fase aguda (doença de Chagas aguda – DCA) que pode ser sintomática ou não, e uma fase crônica, que pode se manifestar nas formas indeterminada (assintomática), cardíaca, digestiva ou cardiodigestiva. 10 ESPECÍFICO (ENDEMIAS) FLÁVIO BACHA (ACS 2023– PMC) SINTOMAS A doença de Chagas pode apresentar sintomas distintos nas duas fases que se apresenta, que são a aguda e a crônica. Na fase aguda, os principais sintomas são: • febre prolongada (mais de 7 dias); • dor de cabeça; • fraqueza intensa; • inchaço no rosto e pernas. No caso de picada do barbeiro, pode aparecer uma lesão semelhante a um furúnculo no local Após a fase aguda, caso a pessoa não receba tratamento oportuno, ela pode desenvolver a fase crônica da doença, inicialmente sem sintomas (forma indeterminada), podendo, com o passar dos anos, apresentar complicações como: • problemas cardíacos, como insuficiência cardíaca; • problemas digestivos, como megacólon e megaesôfago FORMAS DE TRANSMISSÃO As principais formas de transmissão da doença de Chagas são: • Vetorial: contato com fezes de triatomíneos* infectados após o repasto/alimentação sanguínea. A ingestão de sangue no momento do repasto sanguíneo estimula a defecação e, dessa forma, o contato com as fezes. • Oral: ingestão de alimentos contaminados com parasitos provenientes de triatomíneos infectados ou suas excretas. • Vertical: ocorre pela passagem de parasitos de mulheres infectadas por T. cruzi para seus bebês durante a gravidez ou o parto. Transfusão de sangue ou transplante de órgãos de doadores infectados a receptores sadios. • Acidental: pelo contato da pele ferida ou de mucosas com material contaminado durante manipulação em laboratório ou na manipulação de caça. O período de incubação da doença de Chagas, ou seja, o tempo que os sintomas começam a aparecer a partir da infecção, é dividido da seguinte forma: • Transmissão vetorial – de 4 a 15 dias. Transmissão transfusional/transplante – de 30 a 40 dias ou mais. • Transmissão oral – de 3 a 22 dias. • Transmissão acidental – até, aproximadamente, 20 dias. • Transmissão vertical – tempo indeterminado, a transmissão pode ocorrer em qualquer período da gestação ou durante o parto. Triatomíneos - são insetos popularmente conhecidos como barbeiro, chupão, procotó ou bicudo. O seu ciclo de vida é composto pelos estágios de ovo, ninfa (cinco estádios ninfais) e adulto. Tanto as ninfas como os adultos, de ambos os sexos, alimentam-se de sangue e, portanto, se infectados, podem transmitir o T. cruzi. DIAGNÓSTICO Na fase aguda da doença de Chagas, o diagnóstico se baseia na presença de sinais e sintomas sugestivos da doença e na presença de fatores epidemiológicos compatíveis, como a ocorrência de surtos. Já na fase crônica, a suspeita diagnóstica também é baseada nos achados clínicos e na história epidemiológica, porém como parte dos casos não apresenta sintomas, devem ser considerados os seguintes contextos de risco e vulnerabilidade: • Ter residido, ou residir, em área com relato de presença de vetor transmissor (barbeiro) da doença de Chagas ou ainda com reservatórios animais (silvestres ou domésticos) com registro de infecção por T. cruzi; • Ter residido ou residir em habitação onde possa ter ocorrido o convívio com vetor transmissor (principalmente casas de estuque, taipa, sapê, pau-a-pique, madeira, entre outros modos de construção que permitam a colonização por triatomíneos); • Residir ou ser procedente de área com registro de transmissão ativa de T. cruzi ou com histórico epidemiológico sugestivo da ocorrência da transmissão da doença no passado; • Ter realizado transfusão de sangue ou hemocomponentesantes de 1992; • Ter familiares ou pessoas do convívio habitual ou rede social que tenham diagnóstico de doença de Chagas, em especial mãe e irmão (s). Atenção especial deve ser dada a gestantes com os fatores de risco acima, devendo ser realizado o exame para doença de Chagas durante o pré-natal. Importante: Para confirmação laboratorial é necessária a realização de exame de sangue (parasitológico e/ou sorológico, a depender da fase da doença) que é realizado gratuitamente pelo SUS. É importante que você procure um médico para que ele possa solicitar os exames e interpretá-los adequadamente, além de avaliar caso a caso os sintomas e sinais clínicos de cada pessoa. TRATAMENTO O tratamento da doença de Chagas deve ser indicado por um médico, após a confirmação da doença. O remédio, chamado benznidazol, é fornecido gratuitamente pelo Ministério da Saúde, mediante solicitação das Secretarias Estaduais de Saúde e deve ser utilizado em pessoas que tenham a doença aguda assim que ela for diagnosticada. Para as pessoas na fase crônica, a indicação desse medicamento depende da forma clínica e deve ser avaliada caso a caso. Em casos de intolerância ou que não respondam ao tratamento com benznidazol, o Ministério da Saúde disponibiliza o nifurtimox como alternativa de tratamento, conforme indicações estabelecidas em Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas. Independentemente da indicação do tratamento com benznidazol ou nifurtimox, as pessoas na forma cardíaca e/ou digestiva devem ser acompanhadas e receberem o tratamento adequado para as complicações existentes. O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da doença de Chagas estabelece, com base em evidências, as diretrizes para diagnóstico, tratamento e acompanhamento de pessoas afetadas pela infecção por Trypanosoma cruzi em suas diferentes fases (aguda e crônica) e formas clínicas, além de situações especiais como gestantes e condições de imunossupressão, servindo de subsídio a gestores, profissionais e usuários do SUS, visando garantir a assistência terapêutica integral. PREVENÇÃO A prevenção da doença de Chagas está intimamente relacionada à forma de transmissão e uma das formas de controle é evitar que o inseto “barbeiro” forme colônias dentro das residências, por meio da utilização de inseticidas residuais por equipe técnica habilitada. Em áreas onde os insetos possam entrar nas casas voando pelas aberturas ou frestas, podem-se usar mosquiteiros ou telas metálicas. Também recomenda-se usar medidas de proteção individual (repelentes, roupas de mangas longas, etc.) durante a realização de atividades noturnas (caçadas, pesca ou pernoite) em áreas de mata. TRIATOMÍNEOS NO DOMICÍLIO https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/doenca-de-chagas/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-doenca-de-chagas-_-relatorio-de-recomendacao.pdf/view https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/doenca-de-chagas/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-doenca-de-chagas-_-relatorio-de-recomendacao.pdf/view 11 ESPECÍFICO (ENDEMIAS) FLÁVIO BACHA (ACS 2023– PMC) Quando o morador encontrar triatomíneos no domicílio: • Não esmagar, apertar, bater ou danificar o inseto; • Proteger a mão com luva ou saco plástico; Os insetos deverão ser acondicionados em recipientes plásticos, com tampa de rosca para evitar a fuga, preferencialmente vivos; Amostras coletadas em diferentes ambientes (quarto, sala, cozinha, anexo ou silvestre) deverão ser acondicionadas separadamente. PREVENÇÃO DA TRANSMISSÃO ORAL Em relação à transmissão oral, as principais medidas de prevenção são: • Intensificar ações de vigilância sanitária e inspeção, em todas as etapas da cadeia de produção de alimentos suscetíveis à contaminação, com especial atenção ao local de manipulação de alimentos. • Instalar a fonte de iluminação distante dos equipamentos de processamento do alimento para evitar a contaminação acidental por vetores atraídos pela luz. • Realizar ações de capacitação para manipuladores de alimentos e de profissionais de informação, educação e comunicação. Atribuições dos agentes de combate às endemias e ações complementares dos agentes comunitários de saúde Conforme preconizado pela Política Nacional de Vigilância em Saúde e pela Política Nacional de Atenção Básica, a integração entre as ações de Vigilância em Saúde e de Atenção Básica é fator essencial para o atendimento das reais necessidades de saúde da população. Nesse sentido, o trabalho conjunto e complementar entre os Agentes de Combate às Endemias (ACE) e os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), em uma base territorial comum, é estratégico e desejável para identificar e intervir oportunamente nos problemas de saúde-doença da comunidade, facilitar o acesso da população às ações e serviços de saúde e prevenir doenças. Integrar implica discutir ações a partir da realidade local, aprender a olhar o território e identificar prioridades, assumindo o compromisso efetivo com a saúde da população, desde o planejamento e definição de prioridades, competências e atribuições até o cuidado efetivo das pessoas, sob a ótica da qualidade de vida (BRASIL, 2008). De acordo com o art. 3º da Lei Federal nº 13.595, de 5 de janeiro de 2018 (BRASIL, 2018a), as atribuições dos ACE consistem em: ▪ Desenvolver ações educativas e de mobilização da comunidade relativas à prevenção e ao controle de doenças e agravos à saúde; ▪ Realizar ações de prevenção e controle de doenças e agravos à saúde, em interação com os ACS e as equipes de Atenção Básica; ▪ Identificar casos suspeitos de doenças e agravos à saúde e encaminhá-los, quando indicado, à unidade de saúde de referência, assim como comunicar o fato à autoridade sanitária responsável; ▪ Divulgar, entre a comunidade, informações sobre sinais, sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e sobre medidas de prevenção coletivas e individuais; ▪ Realizar ações de campo para pesquisa entomológica e malacológica e coleta de reservatórios de doenças; ▪ Cadastrar e atualizar a base de imóveis para planejamento e definição de estratégias de prevenção e controle de doenças; ▪ Executar ações de prevenção e controle de doenças, com a utilização de medidas de controle químico e biológico, manejo ambiental e outras ações de controle integrado de vetores; ▪ Executar ações de campo em projetos que visem a avaliar novas metodologias de intervenção para a prevenção e controle de doenças; ▪ Registrar informações referentes às atividades executadas, de acordo com as normas do SUS; ▪ Identificar e cadastrar situações que interfiram no curso das doenças ou que tenham importância epidemiológica, relacionada principalmente aos fatores ambientais; ▪ Mobilizar a comunidade para desenvolver medidas simples de manejo ambiental e outras formas de intervenção no ambiente para o controle de vetores. A Lei Federal nº 13.595, de 5 de janeiro de 2018 (BRASIL, 2018a), também define algumas ações a serem desenvolvidas de forma integrada com os ACS (art. 4º-A), em especial no âmbito das atividades de mobilização social por meio da educação popular, dentro das respectivas áreas geográficas de atuação, a saber: ▪ Orientação da comunidade quanto à adoção de medidas simples de manejo ambiental para o controle de vetores, de medidas de proteção individual e coletiva e de outras ações de promoção à saúde para a prevenção de doenças infecciosas, zoonoses, doenças de transmissão vetorial e agravos causados por animais peçonhentos; ▪ Planejamento, programação e desenvolvimento de atividades de vigilância em saúde, de forma articulada com as Equipes de Saúde da Família; ▪ Identificação e comunicação, à unidade de saúde de referência, de situações que, relacionadas a fatores ambientais, interfiram no curso de doenças ou tenham importância epidemiológica;▪ Realização de campanhas ou de mutirões para o combate à transmissão de doenças infecciosas e outros agravos. EXERCÍCIOS 01. (ACS – PMC 2018) A Dengue é uma doença viral aguda, que pode ser de curso benigno ou grave, dependendo da forma como ela se apresente. É importante medida de controle a ser orientada por todos os profissionais que fazem parte da equipe de saúde da família: (A) Fazer o correto manejo do hospedeiro. (B) Fazer o isolamento por até 24 horas após o término do tratamento, em caso de pacientes internados. (C) Não fazer uso de ácido acetilsalicílico. (D) Promover ações que visem à eliminação do mosquito transmissor. 02. (ACS – PMC 2018) A Tuberculose é um grande problema de saúde pública, devido ao grande número de mortes que ocorrem anualmente. Ocorre com maior frequência em áreas de grande concentração populacional e precárias condições socioeconômicas e sanitárias. São medidas de controle da tuberculose: I. Diagnóstico precoce, controle de comunicantes e tratamento da doença. II. Vacinação BCG. III. Quimioprofilaxia. Está CORRETO o que se afirma em: (A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) I e III, apenas, (D) II e III, apenas. 03. (ACS – PMC 2018) No acompanhamento das condições crônicas, principalmente a Hipertensão Arterial e Diabetes mellitus, o ACS deverá atuar em conformidade com o planejamento da equipe local de saúde, no sentido de empoderar os indivíduos, as famílias e a coletividade para o reconhecimento dos fatores de risco. Em relação a atuação do ACS no contexto dessas doenças, analise as afirmativas abaixo, 12 ESPECÍFICO (ENDEMIAS) FLÁVIO BACHA (ACS 2023– PMC) identificando-as com V ou F, conforme sejam verdadeiras ou falsas: I. ( ) Atuar junto às pessoas com doenças crônicas e suas famílias, reconhecendo as implicações destas em suas vidas cotidianas e suas demandas para o autocuidado em saúde, potencializando os recursos das famílias e comunidade na promoção da saúde, no cuidado integral em saúde e na prevenção das complicações das doenças crônicas. II. ( ) Atuar de forma interdisciplinar na detecção precoce das doenças crônicas, com a identificação de fatores de risco no espaço domiciliar e no território, articulando ações de promoção da saúde da população para a prevenção das doenças crônicas e suas complicações. III. ( ) Acompanhar pessoas com doenças crônicas na perspectiva da implementação de planos terapêuticos, na identificação precoce das complicações e na promoção do viver saudável. IV. ( ) Articular estratégias de educação em saúde que considerem a realidade de saúde das pessoas do território e que promovam a participação das pessoas e sua autonomia para o cuidado em saúde. Está CORRETO o que se afirma em: (A) I, II, III e IV. (B) I e III apenas. (C) I e IV, apenas. (D) II e III, apenas.