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ESPECÍFICO (ENDEMIAS) FLÁVIO BACHA (ACS 2023– PMC) 
Doenças mais comuns na comunidade: doenças 
transmissíveis e não transmissíveis (tuberculose, 
hanseníase, DST/AIDS, hipertensão arterial, diabetes, 
saúde mental. 
 
1. Doença transmissível: é qualquer doença causada por um 
agente infeccioso específico ou seus produtos tóxicos, que se 
manifesta pela transmissão deste agente ou de seus produtos, 
de um reservatório a um hospedeiro suscetível, seja 
diretamente de uma pessoa ou animal infectado, ou 
indiretamente por meio de um hospedeiro intermediário, de 
natureza vegetal ou animal, de um vetor ou do meio ambiente 
inanimado. 
 
1.1- Tuberculose: 
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que 
afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer 
outros órgãos e/ou sistemas. A doença é causada 
pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch. 
 Quais são as manifestações clínicas? 
 
A forma pulmonar, além de ser mais frequente, é 
também a mais relevante para a saúde pública, principalmente 
a positiva à baciloscopia, pois é a principal responsável pela 
manutenção da cadeia de transmissão da doença. 
A forma extrapulmonar, que acomete outros órgãos que não o 
pulmão, ocorre mais frequentemente em pessoas que vivem 
com o HIV, especialmente entre aquelas com 
comprometimento imunológico. 
 
Sintomas: O principal sintoma da tuberculose pulmonar é a 
tosse na forma seca ou produtiva. Por isso, recomenda-se que 
todo sintomático respiratório, que é a pessoa com tosse por 
três semanas ou mais, seja investigado para tuberculose. Há 
outros sinais e sintomas que podem estar presentes, como: 
▪ Febre vespertina 
▪ Sudorese noturna 
▪ Emagrecimento 
▪ Cansaço/fadiga 
Obs: Caso a pessoa apresente sintomas de tuberculose, é 
fundamental procurar a unidade de saúde mais próxima da 
residência para avaliação e realização de exames. Se o 
resultado for positivo para tuberculose, deve-se iniciar o 
tratamento o mais rápido possível e segui-lo até o final. 
 
Diagnóstico: Para o diagnóstico da tuberculose são utilizados 
os seguintes exames: 
▪ Bacteriológicos 
▪ Baciloscopia 
▪ Teste rápido molecular para tuberculose 
▪ Cultura para micobactéria 
▪ Por imagem (exame complementar) 
▪ Radiografia de tórax 
 
Obs: A radiografia de tórax deve ser realizada em todas as 
pessoas com suspeita clínica de tuberculose pulmonar. 
Juntamente com as radiografias de tórax, sempre devem ser 
realizados exames laboratoriais (baciloscopias e/ou teste 
rápido molecular e cultura) na tentativa de buscar o diagnóstico 
bacteriológico. 
 
Frequência da doença 
 
Cerca de 10 milhões de pessoas adoecem por 
tuberculose no mundo, e a doença leva mais de um milhão de 
pessoas a óbito anualmente. A forma pulmonar, além de ser 
mais frequente, é também a mais relevante para a saúde 
pública, principalmente a forma positiva à baciloscopia, pois é 
a principal responsável pela manutenção da cadeia de 
transmissão da doença. 
Transmissão 
A tuberculose é uma doença de transmissão aérea e 
se instala a partir da inalação de aerossóis oriundos das vias 
aéreas, durante a fala, espirro ou tosse das pessoas com 
tuberculose ativa (pulmonar ou laríngea), que lançam no ar 
partículas em forma de aerossóis contendo bacilos. 
Calcula-se que, durante um ano, em uma comunidade, um 
indivíduo que tenha baciloscopia positiva pode infectar, em 
média, de 10 a 15 pessoas. 
Bacilos que se depositam em roupas, lençóis, copos e outros 
objetos dificilmente se dispersam em aerossóis e, por isso, não 
têm papel importante na transmissão da doença. 
 
Tratamento 
O tratamento da tuberculose dura no mínimo seis 
meses, é gratuito e está disponível no Sistema Único de Saúde 
(SUS), devendo ser realizado, preferencialmente, em regime 
de Tratamento Diretamente Observado (TDO). 
São utilizados quatro fármacos para o tratamento dos casos 
de tuberculose que utilizam o esquema básico: rifampicina, 
isoniazida, pirazinamida e etambutol. 
O TDO é indicado como principal ação de apoio e 
monitoramento do tratamento das pessoas com tuberculose e 
pressupõe uma atuação comprometida e humanizada dos 
profissionais de saúde. 
Além da construção do vínculo entre o profissional de 
saúde e a pessoa com tuberculose, o TDO inclui a ingestão 
dos medicamentos pelo paciente realizada sob a observação 
de um profissional de saúde ou de outros profissionais 
capacitados, como profissionais da assistência social, entre 
outros, desde que supervisionados por profissionais de saúde. 
O TDO deve ser realizado, idealmente, em todos os 
dias úteis da semana. O local e o horário para a realização do 
TDO devem ser acordados com a pessoa e com o serviço de 
saúde. 
A pessoa com tuberculose necessita ser orientada, de 
forma clara, quanto às características da doença e do 
tratamento a que será submetida. O profissional de saúde deve 
informá-la sobre a duração e o esquema do tratamento, bem 
como sobre a utilização dos medicamentos, incluindo os 
benefícios do seu uso regular, as possíveis consequências do 
seu uso irregular e os eventos adversos associados. 
Todas as pessoas com tuberculose devem fazer o tratamento 
até o final. 
 
Prevenção: 
▪ Vacinação com BCG 
A vacina BCG (bacilo Calmette-Guérin), ofertada no 
Sistema Único de Saúde (SUS), protege a criança das formas 
mais graves da doença, como a tuberculose miliar e a 
tuberculose meníngea. A vacina está disponível nas salas de 
vacinação das unidades básicas de saúde e maternidades. 
Essa vacina deve ser dada às crianças ao nascer, ou, no 
máximo, até os quatro anos, 11 meses e 29 dias. 
 
Tratamento da Infecção Latente pelo Mycobacterium 
tuberculosis 
O tratamento da Infecção Latente da Tuberculose 
(ILTB) é uma importante estratégia de prevenção para evitar o 
desenvolvimento da tuberculose ativa, especialmente nos 
contatos domiciliares, nas crianças e nos indivíduos com 
condições especiais, como imunossupressão pelo Vírus da 
Imunodeficiência Humana (HIV), comorbidades associadas ou 
uso de alguns medicamentos. 
Para isso, é importante que a equipe de saúde realize 
a avaliação dos contatos de pessoas com tuberculose e 
ofereça o exame para diagnóstico da ILTB aos demais grupos 
populacionais, mediante critérios para indicação do tratamento 
preventivo. 
 
 
 
 
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ESPECÍFICO (ENDEMIAS) FLÁVIO BACHA (ACS 2023– PMC) 
Controle de infecção: O emprego de medidas de controle de 
infecção também faz parte das ações de prevenção da doença, 
tais como: manter ambientes bem ventilados e com entrada de 
luz solar; proteger a boca com o antebraço ou com um lenço 
ao tossir e espirrar (higiene da tosse); e evitar aglomerações. 
 
Populações vulneráveis 
 
Além dos fatores relacionados ao sistema 
imunológico de cada pessoa e à exposição ao bacilo, o 
adoecimento por tuberculose, muitas vezes, está ligado às 
condições precárias de vida. Assim, alguns grupos 
populacionais podem apresentar situações de maior 
vulnerabilidade. O quadro abaixo traz algumas dessas 
populações e os seus respectivos riscos de adoecimento em 
comparação com a população em geral. 
 
 
 
Fonte: SES/MS/SINAN, IBGE 
*Fonte: TBWEB, SP, 2015 e Pessoa em Situação de Rua: Censo São Paulo, capital 
(FIPE, 2015). 
 
Para o diagnóstico da tuberculose entre as populações mais 
vulneráveis, é recomendado que toda pessoa que apresente 
tosse e/ou radiografia de tórax sugestiva para tuberculose seja 
avaliada pela equipe de saúde e realize coleta de escarro para 
baciloscopia ou Teste Rápido Molecular para Tuberculose, 
cultura e teste de sensibilidade. 
 
1.2- Hanseníase 
 
Quanto mais cedo for o diagnóstico da hanseníase 
melhor, porque o tratamento cura a doença, interrompe a 
transmissão e previne as sequelas. É muito importante 
procurar um serviço de saúde quando há sintomas e espalhar 
essas informações para que todos saibam se cuidar. 
 
A hanseníase é uma doença crônica, causada pela 
bactéria Mycobacterium leprae, que pode afetar qualquer 
pessoa. Caracteriza-se por alteração, diminuição ou perdada 
sensibilidade térmica, dolorosa, tátil e força muscular, 
principalmente em mãos, braços, pés, pernas e olhos e pode 
gerar incapacidades permanentes. Diagnosticar cedo é o 
elemento mais importante para evitar transmissão, 
complicações e deficiências. 
 
Diagnóstico 
 
A baciloscopia é um exame auxiliar e pode ser 
positiva ou negativa, dependendo da fase da doença, por isso 
seu resultado negativo não afasta o diagnóstico, que se baseia 
principalmente em sintomas clínicos e epidemiologia. 
Transmissão 
 
Através de gotículas de saliva eliminadas na fala, 
tosse ou espirro de pessoas não tratadas e em fases mais 
adiantadas da doença. Com o início do tratamento, a 
transmissão é interrompida. A maioria das pessoas têm 
resistência à bactéria - a cada dez, apenas uma adoece. Em 
geral, é preciso uma relação próxima e frequente para que a 
doença se instale, por isso todas as pessoas que convivem 
com o doente devem ser examinadas. O contato com a pele 
ou objetos não transmite a doença. 
 
Sintomas 
 
Os nervos periféricos vão sendo afetados lentamente, 
por isso é preciso atenção a si mesmo para notar as alterações 
desde o início. Pode levar anos para os sintomas se tornarem 
evidentes: 
▪ Manchas em qualquer parte do corpo, com perda ou 
alteração de sensibilidade ao calor, dor ou tato (se queima 
ou machuca sem perceber); 
▪ Formigamentos, choques, agulhadas, câimbras ou 
dormência nos braços e pernas; 
▪ Diminuição da força muscular, dificuldade para pegar 
objetos, segurar chinelos nos pés; 
▪ Nervos engrossados e doloridos, feridas difíceis de curar, 
principalmente em pés e mãos; 
▪ Áreas da pele muito ressecadas, que não suam, com 
queda de pelos, (especialmente nas sobrancelhas), 
caroços pelo corpo; 
▪ Coceira ou irritação nos olhos; 
▪ Entupimento, sangramento ou ferida no nariz. 
 
Tratamento 
 
São comprimidos, distribuídos gratuitamente nas 
unidades de saúde, que devem ser tomados diariamente. Se a 
hanseníase não for tratada, pode causar lesões severas e 
irreversíveis! O tratamento cura a doença, interrompe sua 
transmissão e previne incapacidades físicas. Quanto mais 
cedo for iniciado, melhor. 
 
Hanseníase em números 
 
Em 2019 o Brasil registrou 27.864 novos casos de 
hanseníase. É o primeiro no mundo em incidência (quantidade 
de doentes em relação ao número de pessoas) e segundo em 
número de casos, depois da Índia. 
No Paraná o maior problema é o desconhecimento da doença, 
que faz com que os casos, sejam detectados tardiamente, 
muitas vezes apenas pelas sequelas que já apresentam. 
 
 
 
 
 
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ESPECÍFICO (ENDEMIAS) FLÁVIO BACHA (ACS 2023– PMC) 
 
1.3- Dst/aids 
 
Infecções Sexualmente Transmissíveis 
As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são 
causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. São 
transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual 
(oral, vaginal, anal) sem o uso de camisinha masculina ou 
feminina, com uma pessoa que esteja infectada. 
A transmissão de uma IST pode acontecer, ainda, da mãe 
para a criança durante a gestação, o parto ou a 
amamentação. O tratamento das pessoas com IST melhora 
a qualidade de vida e interrompe a cadeia de transmissão 
dessas infecções. O atendimento e o tratamento são 
gratuitos nos serviços de saúde do SUS. 
A terminologia Infecções Sexualmente 
Transmissíveis (IST) passa a ser adotada em substituição à 
expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), 
porque destaca a possibilidade de uma pessoa ter e 
transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas. 
 
Aids 
A aids é a doença causada pela infecção do Vírus 
da Imunodeficiência Humana (HIV é a sigla em inglês). Esse 
vírus ataca o sistema imunológico, que é o responsável por 
defender o organismo de doenças. As células mais atingidas 
são os linfócitos T CD4+. O vírus é capaz de alterar o DNA 
dessa célula e fazer cópias de si mesmo. Depois de se 
multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para 
continuar a infecção. 
O HIV é um retrovírus, classificado na subfamília dos 
Lentiviridae e é uma Infecção Sexualmente Transmissível. 
Esses vírus compartilham algumas propriedades comuns, 
como por exemplo: 
▪ período de incubação prolongado antes do surgimento 
dos sintomas da doença; 
▪ infecção das células do sangue e do sistema nervoso; 
▪ supressão do sistema imune. 
 
Transmissão 
 A transmissão do HIV e, por consequência da AIDS, 
acontece das seguintes formas: 
▪ Sexo vaginal sem camisinha. 
▪ Sexo anal sem camisinha. 
▪ Sexo oral sem camisinha. 
▪ Uso de seringa por mais de uma pessoa. 
▪ Transfusão de sangue contaminado. 
▪ Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no 
parto e na amamentação. 
▪ Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados. 
▪ Condutas que não transmitem a Aids; 
▪ Durante a gestação e no parto, pode ocorrer a 
transmissão do HIV. O HIV também pode ser transmitido 
durante a amamentação 
 
É importante quebrar mitos e tabus, esclarecendo que a 
pessoa infectada com HIV ou que já tenha manifestado a 
AIDS não transmitem a doença das seguintes formas: 
▪ Sexo, desde que se use corretamente a camisinha. 
▪ Masturbação a dois. 
▪ Beijo no rosto ou na boca. 
▪ Suor e lágrima. 
▪ Picada de inseto. 
▪ Aperto de mão ou abraço. 
▪ Sabonete/toalha/lençóis. 
▪ Talheres/copos. 
▪ Assento de ônibus. 
▪ Piscina. 
▪ Banheiro. 
▪ Doação de sangue. 
▪ Pelo ar. 
 
Diagnóstico 
Conhecer o quanto antes a sorologia positiva para o 
HIV aumenta muito a expectativa de vida de uma pessoa que 
vive com o vírus. Quem se testa com regularidade, busca 
tratamento no tempo certo e segue as recomendações da 
equipe de saúde ganha muito em qualidade de vida. 
Por isso, se você passou por uma situação de risco, 
como ter feito sexo desprotegido ou compartilhado seringas, 
faça o teste anti-HIV. O diagnóstico da infecção pelo HIV é 
feito a partir da coleta de sangue ou por fluido oral. No Brasil, 
temos os exames laboratoriais e os testes rápidos, que 
detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos. 
Esses testes são realizados gratuitamente pelo Sistema 
Único de Saúde (SUS), nas unidades da rede pública e nos 
Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). 
Os exames podem ser feitos de forma anônima. 
Nesses centros, além da coleta e da execução dos testes, há 
um processo de aconselhamento para facilitar a correta 
interpretação do resultado pelo(a) usuário(a). Também é 
possível saber onde fazer o teste pelo Disque Saúde (136). 
Além da rede de serviços de saúde, é possível fazer 
os testes por intermédio de uma Organização da Sociedade 
Civil, no âmbito do Programa Viva Melhor Sabendo. Em 
todos os casos, a infecção pelo HIV pode ser detectada em, 
pelo menos, 30 dias a contar da situação de risco. Isso 
porque o exame (o laboratorial ou o teste rápido) busca por 
anticorpos contra o HIV no material coletado. Esse é o 
período chamado de janela imunológica. 
 
Sintomas: 
Quando ocorre a infecção pelo vírus causador da 
aids, o sistema imunológico começa a ser atacado. E é na 
primeira fase, chamada de infecção aguda, que ocorre a 
incubação do HIV (tempo da exposição ao vírus até o 
surgimento dos primeiros sinais da doença). Esse período 
varia de três a seis semanas. E o organismo leva de 30 a 60 
dias após a infecção para produzir anticorpos anti-HIV. Os 
primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, 
como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa 
despercebida. 
A próxima fase é marcada pela forte interação entre 
as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do 
vírus. Mas isso não enfraquece o organismo o suficiente para 
permitir novas doenças, pois os vírus amadurecem e morrem 
de forma equilibrada. Esse período, que pode durar muitos 
anos, é chamado de assintomático. 
Com o frequente ataque, as células de defesa 
começam a funcionar com menos eficiência até serem 
destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e 
vulnerável a infecções comuns. A fase sintomática inicial é 
caracterizada pela alta reduçãodos linfócitos T CD4+ 
(glóbulos brancos do sistema imunológico) que chegam a 
ficar abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue. Em adultos 
saudáveis, esse valor varia entre 800 a 1.200 unidades. Os 
sintomas mais comuns nessa fase são: febre, diarreia, suores 
noturnos e emagrecimento. 
A baixa imunidade permite o aparecimento de 
doenças oportunistas, que recebem esse nome por se 
aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se 
o estágio mais avançado da doença, a aids. Quem chega a 
essa fase, por não saber da sua infecção ou não seguir o 
tratamento indicado pela equipe de saúde, pode sofrer de 
hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e 
alguns tipos de câncer. Por isso, sempre que você transar 
sem camisinha ou passar por alguma outra situação de risco, 
procure uma unidade de saúde imediatamente, informe-se 
sobre a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) e faça o teste. 
 
http://www.aids.gov.br/pt-br/acesso_a_informacao/servicos-de-saude
http://www.aids.gov.br/pt-br/acesso_a_informacao/servicos-de-saude
https://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/tuberculose
https://antigo.saude.gov.br/toxoplasmose
https://antigo.saude.gov.br/cancer
 
 
 
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ESPECÍFICO (ENDEMIAS) FLÁVIO BACHA (ACS 2023– PMC) 
Tratamento: 
Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na 
década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no 
organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o 
enfraquecimento do sistema imunológico. Por isso, o uso 
regular dos ARV é fundamental para aumentar o tempo e a 
qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir 
o número de internações e infecções por doenças 
oportunistas. 
Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente os ARV 
a todas as pessoas vivendo com HIV que necessitam de 
tratamento. Atualmente, existem 22 medicamentos, em 38 
apresentações farmacêuticas. 
 
Prevenção: 
O preservativo, ou camisinha, é o método mais 
conhecido, acessível e eficaz para se prevenir da infecção 
pelo HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis 
(IST), como a sífilis, a gonorreia e também alguns tipos de 
hepatites. Além disso, ele evita uma gravidez não planejada. 
Existem dois tipos de camisinha: a masculina, que é 
feita de látex e deve ser colocada no pênis ereto antes da 
penetração; e a feminina, que é feita de latex ou borracha 
nitrílica e é usada internamente na vagina, podendo ser 
colocada algumas horas antes da relação sexual, não sendo 
necessário aguardar a ereção do pênis. 
 
2. Doenças não transmissíveis: 
Uma doença não transmissível ou DNT; doenças 
não infecciosas; são patologias caracterizadas pela ausência 
de microrganismos infeccioso, ou seja é 
uma doença não infecciosa como por exemplo a hipertensão, 
diabetes etc.... 
 
2.1- Hipertensão: 
A hipertensão arterial ou pressão alta é uma doença 
crônica caracterizada pelos níveis elevados da pressão 
sanguínea nas artérias. Ela acontece quando os valores das 
pressões máxima e mínima são iguais ou ultrapassam os 
140/90 mmHg (ou 14 por 9). A pressão alta faz com que o 
coração tenha que exercer um esforço maior do que o normal 
para fazer com que o sangue seja distribuído corretamente 
no corpo. A pressão alta é um dos principais fatores de risco 
para a ocorrência de acidente vascular cerebral, enfarte, 
aneurisma arterial e insuficiência renal e cardíaca. 
O problema é herdado dos pais em 90% dos casos, 
mas há vários fatores que influenciam nos níveis de pressão 
arterial, como os hábitos de vida do indivíduo. 
Causas da pressão alta 
Essa doença é herdada dos pais em 90% dos casos, 
mas há vários fatores que influenciam nos níveis de pressão 
arterial, entre eles: 
▪ Fumo 
▪ Consumo de bebidas alcoólicas 
▪ Obesidade 
▪ Estresse 
▪ Elevado consumo de sal 
▪ Níveis altos de colesterol 
▪ Falta de atividade física; 
Além desses fatores de risco, sabe-se que a incidência 
da pressão alta é maior na raça negra, em diabéticos, e 
aumenta com a idade. 
 
Sintomas: 
Os sintomas da hipertensão costumam aparecer 
somente quando a pressão sobe muito: podem ocorrer dores 
no peito, dor de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido, 
fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal. 
Tratamento: 
A pressão alta não tem cura, mas tem tratamento e 
pode ser controlada. Somente o médico poderá determinar o 
melhor método para cada paciente. 
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente 
medicamentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e pelo 
programa Farmácia Popular. Para retirar os remédios, basta 
apresentar um documento de identidade com foto, CPF e 
receita médica dentro do prazo de validade, que são 120 
dias. A receita pode ser emitida tanto por um profissional do 
SUS quanto por um médico que atende em hospitais ou 
clínicas privadas. 
 
Diagnóstico 
Medir a pressão regularmente é a única maneira de 
diagnosticar a hipertensão. Pessoas acima de 20 anos de 
idade devem medir a pressão ao menos uma vez por ano. Se 
houver casos de pessoas com pressão alta na família, deve-
se medir no mínimo duas vezes por ano. 
Prevenção 
Além dos medicamentos disponíveis atualmente, é 
imprescindível adotar um estilo de vida saudável: 
▪ Manter o peso adequado, se necessário, mudando 
hábitos alimentares; 
Não abusar do sal, utilizando outros temperos que ressaltam o 
sabor dos alimentos; 
▪ Praticar atividade física regular; 
▪ Aproveitar momentos de lazer; 
▪ Abandonar o fumo; 
▪ Moderar o consumo de álcool; 
▪ Evitar alimentos gordurosos; 
▪ Controlar o diabetes. 
 
2.2- Diabetes 
Diabetes é uma doença causada pela produção 
insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula 
a glicose no sangue e garante energia para o organismo. 
A insulina é um hormônio que tem a função de 
quebrar as moléculas de glicose(açúcar) transformando-a 
em energia para manutenção das células do nosso 
organismo. 
O diabetes pode causar o aumento da glicemia e as 
altas taxas podem levar a complicações no coração, nas 
artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos. Em casos mais 
graves, o diabetes pode levar à morte. 
De acordo com a Sociedade Brasileira de 
Diabetes, existem atualmente, no Brasil, mais de 13 milhões 
de pessoas vivendo com a doença, o que representa 6,9% 
da população nacional. 
A melhor forma de prevenir é praticando atividades 
físicas regularmente, mantendo uma alimentação saudável e 
evitando consumo de álcool, tabaco e outras drogas. 
Comportamentos saudáveis evitam não apenas o diabetes, 
mas outras doenças crônicas, como o câncer. 
A causa do tipo de diabetes ainda é desconhecida e 
a melhor forma de preveni-la é com práticas de vida 
saudáveis (alimentação, atividades físicas e evitando álcool, 
tabaco e outras drogas). 
 
Tipos mais comuns de diabetes 
O diabetes mellitus pode se apresentar de diversas 
formas e possui diversos tipos diferentes. Independente do 
tipo de diabetes, com aparecimento de qualquer sintoma é 
fundamental que o paciente procure com urgência o 
atendimento médico especializado para dar início ao 
tratamento. 
 
Diabetes tipo 1 
Sabe-se que, via de regra, é uma doença crônica 
não transmissível, hereditária, que concentra entre 5% e 
10% do total de diabéticos no Brasil. Cerca de 90% dos 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7a
https://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7a_infecciosa
https://antigo.saude.gov.br/assistencia-farmaceutica/programa-farmacia-popular
https://antigo.saude.gov.br/assistencia-farmaceutica/programa-farmacia-popular
https://antigo.saude.gov.br/assistencia-farmaceutica/programa-farmacia-popular
https://www.diabetes.org.br/
https://www.diabetes.org.br/
 
 
 
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ESPECÍFICO (ENDEMIAS) FLÁVIO BACHA (ACS 2023– PMC) 
pacientes diabéticos no Brasil têm esse tipo. Ele se manifesta 
mais frequentemente em adultos, mas crianças também 
podem apresentar. 
O diabetes tipo 1 aparece geralmente na infância 
ou adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos 
também. Pessoas com parentes próximos que têm ou tiveram 
a doença devem fazer exames regularmente para 
acompanhar a glicose no sangue. 
O tratamento exige ouso diário de insulina e/ou 
outros medicamentos para controlar a glicose no sangue. 
A causa do diabetes tipo 1 ainda é desconhecida e 
a melhor forma de preveni-la é com práticas de vida 
saudáveis (alimentação, atividades físicas e evitando álcool, 
tabaco e outras drogas). 
 
Diabetes tipo 2 
O diabetes tipo 2 ocorre quando o corpo não 
aproveita adequadamente a insulina produzida. A causa do 
diabetes tipo 2 está diretamente relacionado 
ao sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos 
elevados, hipertensão.e hábitos alimentares 
inadequados. 
Por isso, é essencial manter acompanhamento 
médico para tratar, também, dessas outras doenças, que 
podem aparecer junto com o diabetes. 
 
Diabetes Latente Autoimune do Adulto (LADA): 
Atinge basicamente os adultos e representa um agravamento 
do diabetes tipo 2. 
Caracteriza-se, basicamente, no desenvolvimento de um 
processo autoimune do organismo, que começa a atacar as 
células do pâncreas. 
 
Pré-diabetes 
Pré-diabetes é quando os níveis de glicose no 
sangue estão mais altos do que o normal, mas ainda não 
estão elevados o suficiente para caracterizar um Diabetes 
Tipo 1 ou Tipo 2. É um sinal de alerta do corpo, que 
normalmente aparece em obesos, hipertensos e/ou pessoas 
com alterações nos lipídios. 
Esse alerta do corpo é importante por ser a única etapa do 
diabetes que ainda pode ser revertida, prevenindo a evolução 
da doença e o aparecimento de complicações, incluindo o 
infarto. 
No entanto, 50% dos pacientes que têm o 
diagnóstico de pré-diabetes, mesmo com as devidas 
orientações médicas, desenvolvem a doença. 
A mudança de hábito alimentar e a prática de 
exercícios são os principais fatores de sucesso para o 
controle. 
 
Sintomas: 
Os principais sintomas do diabete são: fome e sede 
excessiva e vontade de urinar várias vezes ao dia. 
Sintomas do diabetes tipo 1: 
▪ Fome frequente; 
▪ Sede constante; 
▪ Vontade de urinar diversas vezes ao dia; 
▪ Perda de peso; 
▪ Fraqueza; 
▪ Fadiga; 
▪ Mudanças de humor; 
▪ Náusea e vômito. 
 
Sintomas do diabetes tipo 2: 
▪ Fome frequente; 
▪ Sede constante; 
▪ Formigamento nos pés e mãos; 
▪ Vontade de urinar diversas vezes; 
▪ Infecções frequentes na bexiga, rins, pele e infecções de 
pele; 
▪ Feridas que demoram para cicatrizar; 
▪ Visão embaçada. 
 
Prevenção 
A melhor forma de prevenir o diabetes e diversas 
outras doenças é a prática de hábitos saudáveis 
▪ Comer diariamente verduras, legumes e, pelo menos, três 
porções de frutas. 
▪ Reduzir o consumo de sal, açúcar e gorduras. 
▪ Parar de fumar. 
▪ Praticar exercícios físicos regularmente, (pelo menos 30 
minutos todos os dias). 
▪ Manter o peso controlado. 
 
2.3- Saúde Mental: 
A Saúde Mental de uma pessoa está relacionada à 
forma como ela reage às exigências da vida e ao modo como 
harmoniza seus desejos, capacidades, ambições, ideias e 
emoções. 
A maior parte das pessoas, quando ouve falar em 
“Saúde Mental”, pensa em “Doença Mental”. Mas, a saúde 
mental implica muito mais que a ausência de doenças mentais. 
Pessoas mentalmente saudáveis compreendem que ninguém 
é perfeito, que todos possuem limites e que não se pode ser 
tudo para todos. Elas vivenciam diariamente uma série de 
emoções como alegria, amor, satisfação, tristeza, raiva e 
frustração. São capazes de enfrentar os desafios e as 
mudanças da vida cotidiana com equilíbrio e sabem procurar 
ajuda quando têm dificuldade em lidar com conflitos, 
perturbações, traumas ou transições importantes nos 
diferentes ciclos. 
Ter saúde mental é: 
▪ Estar bem consigo mesmo e com os outros 
▪ Aceitar as exigências da vida 
▪ Saber lidar com as boas emoções e também com aquelas 
desagradáveis, mas que fazem parte da vida 
▪ Reconhecer seus limites e buscar ajuda quando 
necessário; 
 
A importância da saúde mental para o bem-estar 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que 
o conceito de saúde é bem mais abrangente que a simples 
ausência de doença: é um completo estado de bem-estar 
físico, mental e social e, dessa forma, merece atenção em 
todos as suas vertentes. 
Assim como a física, a saúde mental é uma parte integrante e 
complementar à manutenção das funções orgânicas. Nesse 
contexto, a promoção da saúde mental é essencial para que o 
indivíduo tenha a capacidade necessária de executar suas 
habilidades pessoais e profissionais. 
Sumariamente, o bom estado mental confere ao homem o 
amplo exercício de seus direitos sociais e de cidadania. 
Assegura ainda as condições de interação social para uma 
convivência familiar mais harmônica e segura. 
Desse modo, entender a importância da estabilidade mental e 
sua intensa relação com o bem-estar é fundamental. 
Possibilita, assim, a compreensão da importância de utilizar a 
capacidade individual para a percepção de valores e virtudes 
inerentes à construção da coletividade. 
 
Mitos e verdades que envolvem a saúde mental 
Um dos problemas que merecem atenção são 
os mitos e verdades que envolvem a saúde mental. Alguns 
estigmas e preconceitos ainda são muito presentes na 
realidade de quem enfrenta problemas em relação à saúde 
mental. 
Familiares e pacientes são muitas vezes 
incompreendidos ou até mesmo marginalizados devido à 
https://hospitalsantamonica.com.br/conheca-alguns-mitos-e-verdades-em-saude-mental/
 
 
 
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expressão de ideias baseadas em conceitos mal formulados 
ou não esclarecidos. 
É preciso compreender que as disfunções orgânicas 
podem acontecer por diversos motivos e, por isso, as 
desordens mentais e físicas podem surgir. Logo, os problemas 
mentais como o transtorno bipolar, tendências depressivas e 
picos de ansiedade se expressam como um reflexo de fatores 
internos e externos. Tais questões não podem ser 
interpretadas como sinal de fraqueza ou falha de caráter. A 
verdade é que surgem por influência genética ou oriundas de 
alterações clínicas, sociais e de problemas familiares 
originados na infância ou na adolescência. 
Contextualmente, a maior verdade sobre a saúde mental é a 
necessidade de superar esses mitos e conceitos errôneos. A 
falta de conhecimento pode ser muito prejudicial à 
recuperação do paciente, porque impede a busca de soluções 
adequadas para minimizar os efeitos do problema. 
Assim, é preciso ter cuidado com ideias falaciosas e que 
colocam em xeque o trabalho de profissionais capacitados e 
dedicados à recuperação da saúde mental. Dentre os 
conceitos equivocados mais preocupantes destacam-se: 
doenças mentais são frutos da imaginação de quem tem a 
mente confusa; todos os distúrbios psicológicos levam à 
loucura; 
nem adianta procurar ajuda psiquiátrica, pois nenhum 
desajuste mental tem cura; 
pacientes com problemas mentais são todos igualmente 
imprevisíveis ou perigosos. 
Logo, é necessário combater o quanto antes a disseminação 
desses estigmas e mitos, pois eles colaboram para aumentar 
a discriminação associada à doença mental. Por conseguinte, 
muitas pessoas que precisam de orientação ou de tratamento 
são ignoradas ou desencorajadas à busca de auxílio. 
Vale destacar que quanto mais precoce for o tratamento, 
melhor e mais rápida será a superação da doença. Ainda que 
sejam problemas graves, com o auxílio profissional adequado, 
há possibilidade de encontrar uma solução eficaz e melhorar a 
qualidade de vida. 
 
Aspectos determinantes da saúde mental 
Os transtornos mentais surgem pela influência de 
múltiplos fatores sociais, genéticos, psicológicos e ambientais. 
As pressões socioeconômicas influenciam continuamente os 
riscos para a saúde mental individual e coletiva, sobretudo 
sobre as camadas mais populares. 
Uma saúde mental debilitada também colabora para 
significativas alterações sociais e condições de trabalho 
precárias. Também acentua a exclusão social e expõe o 
indivíduo ao risco de violência em virtude da incapacidade 
mental de autodefesa. 
Questões psicológicas e de personalidade também 
tornam as pessoas mais susceptíveis aos desequilíbrios 
mentais. Alémdisso, as causas biológicas também contribuem 
para a desordem química das células cerebrais e aumentam a 
ocorrência da doença. 
Nesse sentido, os familiares precisam buscar ajuda e 
encaminhar a pessoa para o tratamento mais adequado. De 
igual modo, as instituições também são responsáveis pela 
promoção da saúde mental de seus funcionários. 
Como os colaboradores são os ativos mais importantes das 
empresas, manter uma visão estratégica sinaliza um 
diferencial competitivo em termos de produtividade. Assim, a 
saúde mental nas empresas deve ser considerada como um 
critério singular e fundamental à saúde individual e corporativa. 
 
Aspectos biológicos dos neurotransmissores e suas 
respetivas sensações 
 
 
 
Endemias: dengue, esquistossomose, leishmaniose, 
leptospirose - noções básicas, prevenção primária, 
classificação dos agentes transmissores e causadores, 
combate aos agentes transmissores, conforme 
estratégias e normas vigentes do Ministério da Saúde. 
 
Conceitos Básicos em Parasitologia 
 
▪ Parasitologia é a especialidade da biologia que estuda 
os parasitas, os seus hospedeiros e relações entre eles: 
 
CONCEITOS BÁSICOS: 
▪ Agente etiológico ou causador: 
▪ Agente infeccioso: 
▪ Agente transmissor ou vetor: 
▪ Ciclo biológico ou evolutivo: 
▪ Hospedeiro: 
▪ Ciclo monoxênico: 
▪ Ciclo heteroxênico: 
▪ Hospedeiro intermediário: 
▪ Hospedeiro definitivo: 
▪ Transmissão: 
▪ Profilaxia: 
▪ Endemias ➔ moléstias que afetam um grande número de 
pessoas em uma região, rotineiramente, como por 
exemplo malária, doença de Chagas, doença do sono, 
esquistossomose. 
▪ Epidemias ➔ doenças que aparecem subitamente, com 
grande incidência de casos, em uma determinada área, 
como por exemplo poliomielite, meningite, caxumba. 
▪ Pandemias ➔ doenças que se alastram rapidamente por 
todo um país, continente ou até mesmo por todo o mundo, 
como a gripe espanhola. 
 
OBS: Epidemiologia: é o estudo da frequência e distribuição 
dos eventos de saúde e dos seus determinantes nas 
populações humanas, e a aplicação deste estudo na 
prevenção e controle dos problemas de saúde. 
 
1. DENGUE 
Dengue é uma doença tropical infecciosa causada pelo vírus 
da dengue, um arbovírus da família Flaviviridae, 
gênero Flavivírus e que inclui quatro tipos imunológicos: DEN-
1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. 
 
https://hospitalsantamonica.com.br/afinal-quais-sao-os-sintomas-do-transtorno-bipolar/
https://hospitalsantamonica.com.br/saude-mental-o-impacto-e-desafios-nas-empresas/
https://hospitalsantamonica.com.br/saude-mental-o-impacto-e-desafios-nas-empresas/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Biologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Parasita
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hospedeiro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7a_tropical
https://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%ADrus_da_dengue
https://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%ADrus_da_dengue
https://pt.wikipedia.org/wiki/Arbov%C3%ADrus
https://pt.wikipedia.org/wiki/Flaviviridae
https://pt.wikipedia.org/wiki/Flaviv%C3%ADrus
 
 
 
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Sintomas: 
▪ Debre; 
▪ Dor de cabeça; 
▪ Dores musculares e articulares e; 
▪ Uma erupção cutânea característica que é semelhante à 
causada pelo sarampo. 
▪ Em uma pequena proporção de casos, a doença pode 
evoluir para a dengue hemorrágica com risco de morte, 
resultando em sangramento, baixos níveis de plaquetas 
sanguíneas, extravasamento de plasma no sangue ou 
até diminuição da pressão arterial a níveis perigosamente 
baixos. 
Transmissão: 
A dengue é transmitida por várias espécies 
de mosquito do gênero Aedes, principalmente o Aedes 
aegypti. O vírus tem quatro tipos diferentes e a infecção por 
um deles dá proteção permanente para o mesmo sorotipo 
e imunidade parcial e temporária contra os outros três. Um 
contágio subsequente por algum tipo diferente do vírus 
aumenta o risco de complicações graves no paciente. Como 
não há vacina disponível no mercado, a melhor forma de evitar 
a epidemia é a prevenção, através da redução ou destruição 
do habitat e da população de mosquitos transmissores e da 
limitação da exposição a picadas. 
Hospedeiro: 
A dengue tem como hospedeiros vertebrados o ser 
humano e outros primatas, mas somente o primeiro apresenta 
manifestação clínica da infecção e período de viremia de 
aproximadamente sete dias. Nos demais primatas, a viremia é 
baixa e de curta duração. Atualmente, a dengue é 
a arbovirose mais comum que atinge a humanidade, sendo 
responsável por cerca de 100 milhões de casos/ano em uma 
população de risco de 2,5 a 3 bilhões de seres humanos. 
Tratamento: 
 Reidratação oral ou intravenosa para os casos leves ou 
moderados e fluidos intravenosos e transfusão de sangue para 
os casos mais graves. 
Atribuições de um agente de combate a endemias 
▪ Visitar residências e verificar locais e objetos que 
possam se transformar em criadouros, sempre 
acompanhado do dono da casa; 
▪ Orientar e ensinar o responsável sobre como acabar com 
os focos de desenvolvimento do transmissor; 
▪ Vistoriar e tratar com aplicação de larvicida os pontos 
estratégicos e remover ovos e larvas de forma mecânica 
caso seja necessário. 
2. Esquistossomose: 
 
A esquistossomose, popularmente conhecida como 
xistose, barriga d´água ou mal do caramujo, é uma doença 
infecciosa causada pelo parasita Schistosoma mansoni, que 
pode ser encontrado em água de rios e lagos e que pode 
penetrar na pele, causando vermelhidão e coceira na pele, 
fraqueza e dores musculares, por exemplo. 
A esquistossomose é mais frequente em ambientes 
tropicais onde não existe saneamento básico e onde existe 
uma grande quantidade de caramujos, já que esses animais 
são considerados hospedeiros do parasita Schistosoma, ou 
seja, o parasita precisa passar um tempo no caramujo para se 
desenvolver e chegar no estágio em que consegue infectar as 
pessoas. 
Veja mais sobre a esquistossomose e outras doenças 
causadas por parasitas: 
 
 
 
Principais sinais e sintomas 
Na maioria dos casos, a esquistossomose é 
assintomática, no entanto a pessoa infectada pelo parasita 
pode desenvolver sinais e sintomas iniciais que caracterizam 
a primeira fase da doença, também chamada de fase aguda: 
Vermelhidão e coceira no local que o parasita penetrou; 
▪ Febre; 
▪ Fraqueza; 
▪ Tosse; 
▪ Dores musculares; 
▪ Falta de apetite; 
▪ Diarreia ou prisão de ventre; 
▪ Enjoos e vômitos; 
▪ Calafrios. 
À medida que o parasita 
se desenvolve no corpo e se 
desloca para a circulação do 
fígado, podem surgir outros 
sinais e sintomas mais graves, 
caracterizando a segunda fase 
da doença, também chamada 
de fase crônica: 
▪ Presença de sangue nas 
fezes; 
▪ Cãibras; 
▪ Dor abdominal; 
▪ Tonturas, 
▪ Emagrecimento; 
▪ Inchaço da barriga, também chamado de barrida d´água; 
▪ Palpitações; 
▪ Endurecimento e aumento do fígado; 
▪ Aumento do baço. 
Para evitar o aparecimento dos sintomas mais graves da 
esquistossomose, é importante que o diagnóstico seja feito, de 
preferência, ainda na fase aguda da doença. 
 
Diagnóstico 
O diagnóstico é feito através do exame de fezes de 3 
dias, em que são pesquisados ovos de Schistosoma 
mansoni. Além disso, pode ser solicitada a realização de 
hemograma e dosagem das enzimas hepáticas, como ALT e 
AST, que normalmente estão alterados, além de exames de 
imagem, como o ultrassom abdominal, por exemplo, com o 
objetivo de verificar o aumento e funcionamento do fígado e do 
baço. 
 
Ciclo de vida da esquistossomose 
 
 
A infecção pelo Schistosoma mansoni acontece a 
partir do contato com água contaminada, especialmente 
em locais em que há grande quantidade de caramujos. Dessa 
forma, agricultores, pescadores, mulheres e crianças são mais 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Febre
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dor_de_cabe%C3%A7a
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sarampo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Trombocitopenia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Trombocitopenia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Choque_circulat%C3%B3rio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Choque_circulat%C3%B3rio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mosquitohttps://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%AAnero_(biologia)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aedes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aedes_aegypti
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aedes_aegypti
https://pt.wikipedia.org/wiki/Infec%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imunidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Habitat
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hospedeiro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vertebrado
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ser_humano
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ser_humano
https://pt.wikipedia.org/wiki/Primata
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cl%C3%ADnica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Viremia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Arbovirose
https://pt.wikipedia.org/wiki/Transfus%C3%A3o_de_sangue
 
 
 
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vulneráveis a ter esta doença após pescar, lavar roupa ou 
tomar banho em águas poluídas. 
O ciclo de vida da esquistossomose é complexo e 
ocorre da seguinte forma: 
▪ Os ovos de Schistosoma mansoni são liberados nas fezes 
das pessoas contaminadas; 
▪ Os ovos, ao alcançarem a água, eclodem, devido à 
temperatura elevada, luz intensa e quantidade de oxigênio 
da água, e liberam o miracídio, que é uma das 
primeiras formas do Schistosoma mansoni; 
▪ Os miracídios presentes na água são atraídos até os 
caramujos devido a substâncias liberadas por 
esses animais; 
▪ Ao chegarem aos caramujos, os miracídios perdem 
algumas de suas estruturas e desenvolvem-se até o 
estágio de cercária, sendo novamente liberadas na água; 
▪ As cercárias que são liberadas na água 
conseguem penetram na pele das pessoas; 
▪ No momento da penetração, as cercárias perdem a cauda 
e transformam-se em esquistossômulos, que atingem a 
circulação sanguínea; 
▪ Os esquistossômulos migram até a circulação portal do 
fígado, onde sofrem maturação até a fase adulta; 
▪ Os vermes adultos, machos e fêmeas, migram até o 
intestino, onde é feita a colocação dos ovos pelas fêmeas; 
▪ Os ovos demoram cerca de 1 semana para estarem 
maduros; 
▪ O ovo maduro é, então, liberado nas fezes e, quando em 
contato com a água, eclode, dando origem a um novo 
ciclo. 
Por isso, nos locais onde não há saneamento básico 
é comum que várias pessoas da mesma comunidade estejam 
contaminadas com a esquistossomose, principalmente se na 
região tiver grande quantidade de caramujos, já que esse 
animal possui papel fundamental no ciclo de vida do parasita. 
Para quebrar este ciclo e impedir que outras pessoas fiquem 
contaminadas deve-se evitar o contato com águas poluídas e 
eliminar o excesso de caramujos. 
 
Tratamento: 
O tratamento geralmente é feito com remédios 
antiparasitários como Praziquantel ou Oxamniquina durante 1 
ou 2 dias, que matam e eliminam o parasita. Além disso, o 
médico pode recomendar o uso de pomadas corticoides para 
aliviar a coceira na pele, sendo indicado também ficar de 
repouso, manter boa hidratação, ingerindo água. Além 
disso, remédios analgésicos, para baixar a febre e para as 
cólicas, também podem ser indicados. 
Nas pessoas que desenvolvem a fase crônica 
da esquistossomose podem ainda ser 
usados betabloqueadores e remédios para controlar a diarreia, 
além de ser recomendada a escleroterapia das varizes do 
esôfago. 
 
Esquistossomose tem cura? 
A esquistossomose tem cura quando o diagnóstico é 
feito logo na fase inicial da doença e o tratamento é iniciado o 
mais cedo possível, pois assim é possível eliminar o parasita e 
evitar o surgimento de complicações, como aumento do fígado 
e do baço, anemia e atraso no desenvolvimento da criança, 
por exemplo. Por isso em caso de suspeita de que a pessoa 
está com vermes deve-se iniciar a toma dos remédios o mais 
rápido possível. 
Para saber se realmente a pessoa ficou curada o médico pode 
solicitar que seja feito um novo exame de fezes na 6ª e na 12ª 
semana depois de ter iniciado o tratamento. Em alguns casos, 
para não haver dúvidas o médico solicita uma biópsia retal 6 
meses depois do início do tratamento. 
No entanto, mesmo que seja verificada a cura da 
esquistossomose, a pessoa não adquire imunidade, podendo 
ser infectada novamente pelo parasita caso entre em contato 
com águas contaminadas. 
Profilaxia 
A prevenção da esquistossomose pode ser feita 
através de medidas básicas de higiene como: 
▪ Evitar o contato com a água das chuvas e enchentes; 
▪ Não andar descalço na rua, na terra ou em riachos de 
água doce; 
▪ Beber somente água potável, filtrada ou fervida. 
Estes cuidados devem ser feitos principalmente nos lugares 
onde não há saneamento adequado e o esgoto corre a céu 
aberto. 
 
3. Leishmaniose 
Leishmaniose é um tipo de doença infecciosa 
causada por um protozoário do gênero leishmania, 
considerado um parasita. 
 
Transmissão 
Sua transmissão se dá por meio da picada do 
mosquito-palha e essa condição é considerada 
majoritariamente tropical, sendo mais comum em países de 
clima quente e úmido, como certas regiões do Brasil. 
 
Há a leishmaniose humana e a leishmaniose canina, que 
afeta cachorros. 
 
Sintomas: 
Considera-se que existem dois tipos de leishmaniose: 
a leishmaniose visceral e a leishmaniose cutânea. 
A leishmaniose visceral também é conhecida como 
calazar. Esse tipo de leishmaniose afeta os órgãos das 
vísceras, como o baço e o fígado, além da medula óssea. Os 
sintomas da leishmaniose visceral incluem febre, tosse, dor 
abdominal, anemia, perda de peso, diarreia, fraqueza, 
aumento do fígado e do baço, além de inchaço nos 
linfonodos. 
De forma geral, a leishmaniose visceral pode atingir 
crianças até os dez anos de idade e é considerada a forma 
mais aguda da doença. Se seus sintomas não forem tratados, 
ela pode evoluir e causar o óbito dos pacientes. 
A leishmaniose cutânea também é chamada de 
ferida brava, ou de leishmaniose tegumentar, e causa feridas 
na pele, que podem evoluir para feridas nas mucosas, como a 
boca e o nariz. As feridas causadas pela leishmaniose 
tegumentar são avermelhadas, ovaladas e com bordas 
delimitadas. 
A leishmaniose tegumentar é a forma mais comum da 
doença, sendo que, dependendo do tipo, ela pode se curar de 
forma espontânea. 
 
Tratamento da leishmaniose 
Uma vez que a leishmaniose foi diagnosticada, com 
a ajuda, por exemplo, do médico infectologista, o tratamento 
pode ser feito com diferentes medicamentos, no caso da 
leishmaniose visceral. 
Os remédios podem ser combinados ou não, e o 
objetivo é conter o parasita para que a pessoa possa voltar a 
ter sua qualidade de vida. 
Para a leishmaniose cutânea, é preciso realizar um 
acompanhamento e uma boa higiene para evitar o 
 
 
 
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surgimento de úlceras e infecções, mas muitas vezes as 
feridas se curam de forma espontânea. 
 
4. Leptospirose 
A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda 
que resulta da exposição direta ou indireta a urina de animais 
(principalmente ratos) infectados pela bactéria Leptospira; 
Transmissão 
sua transmissão se dar pela penetração da bactéria 
na pele com lesões ou pele íntegra imersa por longos 
períodos em água contaminada ou através de mucosas. 
Incubação 
O período de incubação, ou seja, tempo entre a 
infecção da doença até o momento que a pessoa leva para 
manifestar os sintomas, pode variar de 1 a 30 dias e 
normalmente ocorre entre 7 a 14 dias após a exposição a 
situações de risco. 
Sintomas 
As manifestações clínicas variam desde formas 
assintomáticas e subclínicas até quadros graves, associados 
a manifestações fulminantes. São divididas em duas fases: 
fase precoce e fase tardia. 
A doença apresenta elevada incidência em 
determinadas áreas além do risco de letalidade, que pode 
chegar a 40% nos casos mais graves. Sua ocorrência está 
relacionada às condições precárias de infraestrutura sanitária 
e alta infestação de roedores infectados. 
 
sintomas da fase precoce são: 
▪ Febre 
▪ Dor de cabeça 
▪ Dor muscular, principalmente nas panturrilhas 
▪ Falta de apetite 
▪ Náuseas/vômitos 
Podem ocorrer diarreia, dor nas articulações, 
vermelhidãoou hemorragia conjuntival, fotofobia, dor ocular, 
tosse; mais raramente podem manifestar exantema, aumento 
do fígado e/ou baço, aumento de linfonodos e sufusão 
conjuntival. 
 
Manifestações na fase tardia: 
▪ Síndrome de Weil - tríade de icterícia, insuficiência renal 
e hemorragias 
▪ Síndrome de hemorragia pulmonar - lesão pulmonar 
aguda e sangramento maciço 
▪ Comprometimento pulmonar - tosse seca, dispneia, 
expectoração hemoptoica 
▪ Síndrome da angustia respiratória aguda – SARA 
Manifestações hemorrágicas – pulmonar, pele, 
mucosas, órgãos e sistema nervoso central 
Complicações da Leptospirose 
▪ Insuficiência renal aguda - não oligúrica e hipocalêmica 
▪ Insuficiência renal oligúrica por azotemia pré-renal 
▪ Necrose tubular aguda 
▪ Miocardite - acompanhada ou não de choque e arritmias 
por distúrbios eletrolíticos 
▪ Pancreatite 
▪ Anemia 
▪ Distúrbios neurológicos (confusão, delírio, alucinações e 
sinais de irritação meníngea) 
 
Diagnóstico: 
Diagnóstico laboratorial Exames específicos 
 
Tratamento da Leptospirose 
Para os casos leves, o atendimento é ambulatorial, 
mas, nos casos graves, a hospitalização deve ser imediata, 
visando evitar complicações e diminuir a letalidade. A 
automedicação não é indicada. Ao suspeitar da doença, a 
recomendação é procurar um serviço de saúde e relatar o 
contato com exposição de risco. 
A antibioticoterapia está indicada em qualquer 
período da doença, mas sua eficácia costuma ser maior na 
1ª semana do início dos sintomas. Na fase precoce, são 
utilizados Doxiciclina ou Amoxicilina; para a fase tardia, 
Penicilina cristalina, Penicilina G cristalina, Ampicilina, 
Ceftriaxona ou Cefotaxima. 
 
Situação epidemiológica da Leptospirose 
No Brasil, a leptospirose é uma doença endêmica, 
tornando-se epidêmica em períodos chuvosos, 
principalmente nas capitais e áreas metropolitanas, devido às 
enchentes associadas à aglomeração populacional de baixa 
renda, às condições inadequadas de saneamento e à alta 
infestação de roedores infectados. 
Algumas profissões facilitam o contato com as leptospiras, 
como trabalhadores em limpeza e desentupimento de 
esgotos, garis, catadores de lixo, agricultores, veterinários, 
tratadores de animais, pescadores, militares e bombeiros, 
dentre outros. Contudo, a maior parte dos casos ainda ocorre 
entre pessoas que habitam ou trabalham em locais com 
infraestrutura sanitária inadequada e expostas à urina de 
roedores. 
Existem registros de leptospirose em todas as unidades da 
federação, com um maior número de casos nas regiões sul e 
sudeste. A doença apresenta uma letalidade média de 9%. 
Entre os casos confirmados, o sexo masculino com faixa 
etária entre 20 e 49 anos estão entre os mais atingidos, 
embora não exista uma predisposição de gênero ou de idade 
para contrair a infecção. Quanto às características do local 
provável de infecção (LPI), a maioria ocorre em área urbana, 
e em ambientes domiciliares. 
 
Prevenção a Leptospirose 
A prevenção da Leptospirose ocorre por meio de 
medidas como: 
Obras de saneamento básico (drenagem de águas paradas 
suspeitas de contaminação, rede de coleta e abastecimento de 
água, construção e manutenção de galerias de esgoto e águas 
pluviais, coleta e tratamento de lixo e esgotos, 
desassoreamento, limpeza e canalização de córregos), 
melhorias nas habitações humanas e o controle de roedores. 
Evitar o contato com água ou lama de enchentes e 
impedir que crianças nadem ou brinquem nessas águas. 
Pessoas que trabalham na limpeza de lama, entulhos e 
desentupimento de esgoto devem usar botas e luvas de 
borracha (ou sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e 
nos pés). 
A água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%) mata as 
leptospiras e deve ser utilizada para desinfetar reservatórios 
de água: um litro de água sanitária para cada 1.000 litros de 
água do reservatório. Para limpeza e desinfecção de locais e 
objetos que entraram em contato com água ou lama 
contaminada, a orientação é diluir 2 xícaras de chá (400ml) de 
água sanitária para um balde de 20 litros de água, deixando 
agir por 15 minutos. 
 
5. Doença de chagas 
 
A doença de Chagas (ou Tripanossomíase 
americana) é a infecção causada pelo 
protozoário Trypanosoma cruzi. Apresenta uma fase aguda 
(doença de Chagas aguda – DCA) que pode ser sintomática 
ou não, e uma fase crônica, que pode se manifestar nas formas 
indeterminada (assintomática), cardíaca, digestiva ou 
cardiodigestiva. 
 
 
 
 
 
 
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ESPECÍFICO (ENDEMIAS) FLÁVIO BACHA (ACS 2023– PMC) 
SINTOMAS 
 A doença de Chagas pode apresentar sintomas distintos 
nas duas fases que se apresenta, que são a aguda e a crônica. 
 
Na fase aguda, os principais sintomas são: 
• febre prolongada (mais de 7 dias); 
• dor de cabeça; 
• fraqueza intensa; 
• inchaço no rosto e pernas. 
No caso de picada do barbeiro, pode aparecer uma lesão 
semelhante a um furúnculo no local 
 
Após a fase aguda, caso a pessoa não receba tratamento 
oportuno, ela pode desenvolver a fase crônica da doença, 
inicialmente sem sintomas (forma indeterminada), 
podendo, com o passar dos anos, apresentar 
complicações como: 
• problemas cardíacos, como insuficiência cardíaca; 
• problemas digestivos, como megacólon e megaesôfago 
 
FORMAS DE TRANSMISSÃO 
 
As principais formas de transmissão da doença 
de Chagas são: 
• Vetorial: contato com fezes de triatomíneos* infectados 
após o repasto/alimentação sanguínea. A ingestão de 
sangue no momento do repasto sanguíneo estimula a 
defecação e, dessa forma, o contato com as fezes. 
• Oral: ingestão de alimentos contaminados com parasitos 
provenientes de triatomíneos infectados ou suas excretas. 
• Vertical: ocorre pela passagem de parasitos de mulheres 
infectadas por T. cruzi para seus bebês durante a 
gravidez ou o parto. Transfusão de sangue ou transplante 
de órgãos de doadores infectados a receptores sadios. 
• Acidental: pelo contato da pele ferida ou de mucosas 
com material contaminado durante manipulação em 
laboratório ou na manipulação de caça. 
O período de incubação da doença de Chagas, ou seja, o 
tempo que os sintomas começam a aparecer a partir da 
infecção, é dividido da seguinte forma: 
• Transmissão vetorial – de 4 a 15 dias. 
Transmissão transfusional/transplante – de 30 a 40 dias ou 
mais. 
• Transmissão oral – de 3 a 22 dias. 
• Transmissão acidental – até, aproximadamente, 20 dias. 
• Transmissão vertical – tempo indeterminado, a 
transmissão pode ocorrer em qualquer período da 
gestação ou durante o parto. 
 
Triatomíneos - são insetos popularmente conhecidos 
como barbeiro, chupão, procotó ou bicudo. O seu ciclo de vida 
é composto pelos estágios de ovo, ninfa (cinco estádios 
ninfais) e adulto. Tanto as ninfas como os adultos, de ambos 
os sexos, alimentam-se de sangue e, portanto, se infectados, 
podem transmitir o T. cruzi. 
 
DIAGNÓSTICO 
Na fase aguda da doença de Chagas, o diagnóstico 
se baseia na presença de sinais e sintomas sugestivos da 
doença e na presença de fatores epidemiológicos compatíveis, 
como a ocorrência de surtos. 
 
Já na fase crônica, a suspeita diagnóstica também é 
baseada nos achados clínicos e na história 
epidemiológica, porém como parte dos casos não 
apresenta sintomas, devem ser considerados os 
seguintes contextos de risco e vulnerabilidade: 
• Ter residido, ou residir, em área com relato de presença 
de vetor transmissor (barbeiro) da doença de Chagas ou 
ainda com reservatórios animais (silvestres ou 
domésticos) com registro de infecção por T. cruzi; 
• Ter residido ou residir em habitação onde possa ter 
ocorrido o convívio com vetor transmissor (principalmente 
casas de estuque, taipa, sapê, pau-a-pique, madeira, 
entre outros modos de construção que permitam a 
colonização por triatomíneos); 
• Residir ou ser procedente de área com registro de 
transmissão ativa de T. cruzi ou com histórico 
epidemiológico sugestivo da ocorrência da transmissão da 
doença no passado; 
• Ter realizado transfusão de sangue ou hemocomponentesantes de 1992; 
• Ter familiares ou pessoas do convívio habitual ou rede 
social que tenham diagnóstico de doença de Chagas, em 
especial mãe e irmão (s). 
 
Atenção especial deve ser dada a gestantes com os 
fatores de risco acima, devendo ser realizado o exame 
para doença de Chagas durante o pré-natal. 
Importante: Para confirmação laboratorial é necessária a 
realização de exame de sangue (parasitológico e/ou 
sorológico, a depender da fase da doença) que é realizado 
gratuitamente pelo SUS. É importante que você procure um 
médico para que ele possa solicitar os exames e interpretá-los 
adequadamente, além de avaliar caso a caso os sintomas e 
sinais clínicos de cada pessoa. 
 
TRATAMENTO 
O tratamento da doença de Chagas deve ser 
indicado por um médico, após a confirmação da doença. O 
remédio, chamado benznidazol, é fornecido gratuitamente 
pelo Ministério da Saúde, mediante solicitação das Secretarias 
Estaduais de Saúde e deve ser utilizado em pessoas que 
tenham a doença aguda assim que ela for diagnosticada. 
Para as pessoas na fase crônica, a indicação desse 
medicamento depende da forma clínica e deve ser avaliada 
caso a caso. Em casos de intolerância ou que não respondam 
ao tratamento com benznidazol, o Ministério da Saúde 
disponibiliza o nifurtimox como alternativa de tratamento, 
conforme indicações estabelecidas em Protocolo Clínico e 
Diretrizes Terapêuticas. 
Independentemente da indicação do tratamento com 
benznidazol ou nifurtimox, as pessoas na forma cardíaca e/ou 
digestiva devem ser acompanhadas e receberem o tratamento 
adequado para as complicações existentes. 
O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da 
doença de Chagas estabelece, com base em evidências, as 
diretrizes para diagnóstico, tratamento e acompanhamento de 
pessoas afetadas pela infecção por Trypanosoma cruzi em 
suas diferentes fases (aguda e crônica) e formas clínicas, além 
de situações especiais como gestantes e condições de 
imunossupressão, servindo de subsídio a gestores, 
profissionais e usuários do SUS, visando garantir a assistência 
terapêutica integral. 
 
PREVENÇÃO 
A prevenção da doença de Chagas está intimamente 
relacionada à forma de transmissão e uma das formas de 
controle é evitar que o inseto “barbeiro” forme colônias dentro 
das residências, por meio da utilização de inseticidas residuais 
por equipe técnica habilitada. 
Em áreas onde os insetos possam entrar nas casas 
voando pelas aberturas ou frestas, podem-se usar 
mosquiteiros ou telas metálicas. Também recomenda-se usar 
medidas de proteção individual (repelentes, roupas de mangas 
longas, etc.) durante a realização de atividades noturnas 
(caçadas, pesca ou pernoite) em áreas de mata. 
 
TRIATOMÍNEOS NO DOMICÍLIO 
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/doenca-de-chagas/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-doenca-de-chagas-_-relatorio-de-recomendacao.pdf/view
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/doenca-de-chagas/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-doenca-de-chagas-_-relatorio-de-recomendacao.pdf/view
 
 
 
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ESPECÍFICO (ENDEMIAS) FLÁVIO BACHA (ACS 2023– PMC) 
Quando o morador encontrar triatomíneos no 
domicílio: 
• Não esmagar, apertar, bater ou danificar o inseto; 
• Proteger a mão com luva ou saco plástico; 
Os insetos deverão ser acondicionados em recipientes 
plásticos, com tampa de rosca para evitar a fuga, 
preferencialmente vivos; 
Amostras coletadas em diferentes ambientes (quarto, 
sala, cozinha, anexo ou silvestre) deverão ser acondicionadas 
separadamente. 
 
PREVENÇÃO DA TRANSMISSÃO ORAL 
Em relação à transmissão oral, as principais 
medidas de prevenção são: 
• Intensificar ações de vigilância sanitária e inspeção, em 
todas as etapas da cadeia de produção de alimentos 
suscetíveis à contaminação, com especial atenção ao 
local de manipulação de alimentos. 
• Instalar a fonte de iluminação distante dos equipamentos 
de processamento do alimento para evitar a contaminação 
acidental por vetores atraídos pela luz. 
• Realizar ações de capacitação para manipuladores de 
alimentos e de profissionais de informação, educação e 
comunicação. 
 
Atribuições dos agentes de combate às endemias e ações 
complementares dos agentes comunitários de saúde 
 Conforme preconizado pela Política Nacional de 
Vigilância em Saúde e pela Política Nacional de Atenção 
Básica, a integração entre as ações de Vigilância em Saúde e 
de Atenção Básica é fator essencial para o atendimento das 
reais necessidades de saúde da população. Nesse sentido, o 
trabalho conjunto e complementar entre os Agentes de 
Combate às Endemias (ACE) e os Agentes Comunitários de 
Saúde (ACS), em uma base territorial comum, é estratégico e 
desejável para identificar e intervir oportunamente nos 
problemas de saúde-doença da comunidade, facilitar o acesso 
da população às ações e serviços de saúde e prevenir 
doenças. Integrar implica discutir ações a partir da realidade 
local, aprender a olhar o território e identificar prioridades, 
assumindo o compromisso efetivo com a saúde da população, 
desde o planejamento e definição de prioridades, 
competências e atribuições até o cuidado efetivo das pessoas, 
sob a ótica da qualidade de vida (BRASIL, 2008). 
 
De acordo com o art. 3º da Lei Federal nº 13.595, de 5 de 
janeiro de 2018 (BRASIL, 2018a), as atribuições dos ACE 
consistem em: 
▪ Desenvolver ações educativas e de mobilização da 
comunidade relativas à prevenção e ao controle de 
doenças e agravos à saúde; 
▪ Realizar ações de prevenção e controle de doenças e 
agravos à saúde, em interação com os ACS e as equipes 
de Atenção Básica; 
▪ Identificar casos suspeitos de doenças e agravos à saúde 
e encaminhá-los, quando indicado, à unidade de saúde de 
referência, assim como comunicar o fato à autoridade 
sanitária responsável; 
▪ Divulgar, entre a comunidade, informações sobre sinais, 
sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e 
sobre medidas de prevenção coletivas e individuais; 
▪ Realizar ações de campo para pesquisa entomológica e 
malacológica e coleta de reservatórios de doenças; 
▪ Cadastrar e atualizar a base de imóveis para 
planejamento e definição de estratégias de prevenção e 
controle de doenças; 
▪ Executar ações de prevenção e controle de doenças, com 
a utilização de medidas de controle químico e biológico, 
manejo ambiental e outras ações de controle integrado de 
vetores; 
▪ Executar ações de campo em projetos que visem a avaliar 
novas metodologias de intervenção para a prevenção e 
controle de doenças; 
▪ Registrar informações referentes às atividades 
executadas, de acordo com as normas do SUS; 
▪ Identificar e cadastrar situações que interfiram no curso 
das doenças ou que tenham importância epidemiológica, 
relacionada principalmente aos fatores ambientais; 
▪ Mobilizar a comunidade para desenvolver medidas 
simples de manejo ambiental e outras formas de 
intervenção no ambiente para o controle de vetores. 
A Lei Federal nº 13.595, de 5 de janeiro de 2018 (BRASIL, 
2018a), também define algumas ações a serem desenvolvidas 
de forma integrada com os ACS (art. 4º-A), em especial no 
âmbito das atividades de mobilização social por meio da 
educação popular, dentro das respectivas áreas geográficas 
de atuação, a saber: 
▪ Orientação da comunidade quanto à adoção de medidas 
simples de manejo ambiental para o controle de vetores, 
de medidas de proteção individual e coletiva e de outras 
ações de promoção à saúde para a prevenção de doenças 
infecciosas, zoonoses, doenças de transmissão vetorial e 
agravos causados por animais peçonhentos; 
▪ Planejamento, programação e desenvolvimento de 
atividades de vigilância em saúde, de forma articulada 
com as Equipes de Saúde da Família; 
▪ Identificação e comunicação, à unidade de saúde de 
referência, de situações que, relacionadas a fatores 
ambientais, interfiram no curso de doenças ou tenham 
importância epidemiológica;▪ Realização de campanhas ou de mutirões para o combate 
à transmissão de doenças infecciosas e outros agravos. 
 
EXERCÍCIOS 
 
01. (ACS – PMC 2018) A Dengue é uma doença viral aguda, 
que pode ser de curso benigno ou grave, dependendo da forma 
como ela se apresente. É importante medida de controle a ser 
orientada por todos os profissionais que fazem parte da equipe 
de saúde da família: 
(A) Fazer o correto manejo do hospedeiro. 
(B) Fazer o isolamento por até 24 horas após o término do 
tratamento, em caso de pacientes internados. 
(C) Não fazer uso de ácido acetilsalicílico. 
(D) Promover ações que visem à eliminação do mosquito 
transmissor. 
 
02. (ACS – PMC 2018) A Tuberculose é um grande problema 
de saúde pública, devido ao grande número de mortes que 
ocorrem anualmente. Ocorre com maior frequência em áreas 
de grande concentração populacional e precárias condições 
socioeconômicas e sanitárias. São medidas de controle da 
tuberculose: 
I. Diagnóstico precoce, controle de comunicantes e tratamento 
da doença. 
II. Vacinação BCG. 
III. Quimioprofilaxia. Está CORRETO o que se afirma em: 
(A) I, II e III. 
(B) I e II, apenas. 
(C) I e III, apenas, 
(D) II e III, apenas. 
 
03. (ACS – PMC 2018) No acompanhamento das condições 
crônicas, principalmente a Hipertensão Arterial e Diabetes 
mellitus, o ACS deverá atuar em conformidade com o 
planejamento da equipe local de saúde, no sentido de 
empoderar os indivíduos, as famílias e a coletividade para o 
reconhecimento dos fatores de risco. Em relação a atuação do 
ACS no contexto dessas doenças, analise as afirmativas abaixo, 
 
 
 
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ESPECÍFICO (ENDEMIAS) FLÁVIO BACHA (ACS 2023– PMC) 
identificando-as com V ou F, conforme sejam verdadeiras ou 
falsas: 
I. ( ) Atuar junto às pessoas com doenças crônicas e suas 
famílias, reconhecendo as implicações destas em suas vidas 
cotidianas e suas demandas para o autocuidado em saúde, 
potencializando os recursos das famílias e comunidade na 
promoção da saúde, no cuidado integral em saúde e na 
prevenção das complicações das doenças crônicas. 
II. ( ) Atuar de forma interdisciplinar na detecção precoce das 
doenças crônicas, com a identificação de fatores de risco no 
espaço domiciliar e no território, articulando ações de 
promoção da saúde da população para a prevenção das 
doenças crônicas e suas complicações. 
III. ( ) Acompanhar pessoas com doenças crônicas na 
perspectiva da implementação de planos terapêuticos, na 
identificação precoce das complicações e na promoção do viver 
saudável. 
IV. ( ) Articular estratégias de educação em saúde que 
considerem a realidade de saúde das pessoas do território e 
que promovam a participação das pessoas e sua autonomia 
para o cuidado em saúde. Está CORRETO o que se afirma em: 
(A) I, II, III e IV. 
(B) I e III apenas. 
(C) I e IV, apenas. 
(D) II e III, apenas.

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