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HISTÓRIA DO DIREITO NO BRASIL - Aulas 14-15 . A CONSTITUCIONALIZAÇÃO DOS DIREITOS E O DIREITO NO BRASIL ATUAL
* DISPONÍVEL NA BIBLIOTECA VIRTUAL DOS PROFESSORES DA ESTÁCIO DE SÁ. * Adaptado Profa. Dra. Raquel Hogemann 
A GÊNESE DOS DIREITOS SOCIAS
 Historicamente o direito positivado sempre visou atuar nos conflitos de direito individual, isto acentuado no século XIX com a influência da Revolução Francesa. 
As necessidades puramente individuais deram lugar às necessidades de categorias sociais, haja vista que a própria revolução industrial tecnológica demonstrou que as organizações corporativas ganharam dimensões de importância destacada, não se admitindo mais a solução de problemas sociais sem o olhar coletivo. 
A noção dos direitos sociais como direitos fundamentais de segunda geração, correspondem assim aos direitos que exigem do Poder Público uma atuação positiva, uma forma atuante na implementação da igualdade social dos hipossuficientes. São eles os direitos econômicos, sociais e culturais. 
DIREITOS FUNDAMENTAIS
1ª DIMENSÃO (DIREITOS CIVIS): as liberdades públicas e os direitos políticos são fruto do arbítrio governamental.(Estado Liberal-burguês) = LIBERDADE.
Ex.: liberdade de voto, de culto, de planejamento familiar.
 2ª. DIMENSÃO (DIREITOS SOCIAIS): a fase ditada em face dos desníveis sociais, com os direitos econômicos e sociais (Estado do Bem-Estar Social). = IGUALDADE
Ex.: direito ao trabalho, à seguridade social (art. 5º, XIII e art. 6º CRFB/1988).
3ª DIMENSÃO (DIREITOS DIFUSOS): a defesa dos interesses difusos, com os direitos de solidariedade.(Pós-2ª. Guerra Mundial) FRATERNIDADE.
Ex.: proteção ao patrimônio histórico e cultural do povo (art. 5º, inc. LXXIII CRFB/1988), a defesa coletiva dos direitos do consumidor (art. 81, inc. III CDC); direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (art. 225 CRFB/1988); 
4ª DIMENSÃO: o direito a ser diferente (momento atual). 
Ex.: recusar tratamento à saúde (art. 15 CC/2002); não discriminação ou direito à diferença.
OS DIREITOS SOCIAIS NO BRASIL
No Brasil, a primeira Constituição a reconhecê-los foi a de 1934, ao consagrar o bem-estar e a justiça social.
Se a primeira geração visava afirmar direitos políticos e civis individuais (as chamadas liberdades públicas) contra abusos do Estado, a segunda geração, inspirada no valor da igualdade (contraposta ao que se considerava liberdades meramente formais dos direitos civis e políticos), buscava a conquista de direitos substanciais capazes de garantir o exercício efetivo das liberdades públicas pelas classes sociais menos favorecidas. 
Os direitos sociais, no Brasil, desenvolveram-se tardiamente, haja vista o peso histórico das grandes instituições da colônia que formaram um legado de entraves ao seu desenvolvimento.
AS NOVAS DEMANDAS SOCIAIS 
Ações Afirmativas
"Ações afirmativas são medidas especiais e temporárias, tomadas pelo Estado e/ou pela iniciativa privada, espontânea ou compulsoriamente, com o objetivo de eliminar desigualdades historicamente acumuladas, garantindo a igualdade de oportunidade e tratamento, bem como compensar perdas provocadas pela discriminação e marginalização, por motivos raciais, étnicos, religiosos, de gênero e outros". (Ministério da Justiça, 1996, GTI Popular Negra) 
DIREITO SOCIAIS E POLÍTICAS PÚBLICAS
No Brasil, os direitos sociais e as políticas públicas daí decorrentes passam a encontrar fundamento constitucional com a Carta de 1934, sendo paulatinamente incrementados e estruturados nos textos seguintes, até chegarmos ao que atualmente disciplina a Constituição de 1988. 
Nesse sentido, a base fundamental para a efetivação de políticas sociais no Brasil é extraída na atual Constituição, não apenas nos tradicionais arts. 6º a 11, mais também, e em grande medida, nos arts. 193 a 232 CRFB.
OS DIREITOS DIFUSOS
 Direito difuso é um direito transindividual (transcende o indivíduo, ultrapassando os limites de direito e deveres individuais):
 A) Tem um objeto indivisível ( de natureza indivisível, já que, mesmo pertencendo a todos, ninguém, em específico, o possui).
B) Caracteriza-se pela pluralidade de titulares (indeterminados e interligados por circunstâncias de fato). 
O direito difuso possui um alcance abrangente, indeterminado, sobre o qual não se sabe ou não se determina a extensão. 
OS DIREITOS DIFUSOS NA CF/88
* Direito Ambiental
O Art. 225 exerce na Constituição o papel de principal norteador do meio ambiente, devido a seu complexo teor de direitos, mensurado pela obrigação do Estado e da Sociedade na garantia de um meio ambiente ecologicamente equilibrado, já que se trata de um bem de uso comum do povo que deve ser preservado e mantido para as presentes e futuras gerações. O direito ao meio ambiente saudável pertence a todos os cidadãos e não a uma ou outra pessoa ou conjunto de pessoas determinadas. 
* Estatuto da Criança e do Adolescente
 A Lei 8.069, de 13 de julho de 1990, Estatuto da Criança e do Adolescente, é o primeiro instituto legal que passou a tratar a criança e o adolescente não mais como objetos, mas sim como sujeitos do Direito. Esta referida lei se fundamenta nos artigos 227 a 229 da Constituição Federal vigente.
 O ECA se apresenta como um microsistema jurídico, que regulamenta um direito difuso – criança e adolescente – por abordar questões pertinentes aos aspectos civil (adoção, tutela, curatela), penal (tipicidade dos atos infracionais) e trabalhista (proteção ao mercado de trabalho na condição de aprendiz ou empregado). Considera-se como direito difuso porque exige que todos os segmentos - família, escola, governo e demais sociedades civis – venham a atuar para a efetividade desse dispositivo legal.
 Merecem destaque os capítulos referentes à convivência familiar e comunitária, às medidas específicas de proteção, às garantias processuais e às medidas sócio-educativas. 
O direito à liberdade da criança e adolescente tem características especificas, já que são pessoas em desenvolvimento e por serem imaturas muitas vezes se encontram em situação de vulnerabilidade. Mas não é por essa condição peculiar que não tem direito à liberdade, aliás esse direito se altera conforme o desenvolvimento vai se completando. O art. 16 do ECA, esclarece que o direito à liberdade abrange o direito de locomoção, de expressão, de crença, de diversão, de participação da vida familiar, comunitária e política (nos termos da lei) e de refúgio.
O direito ao respeito, conforme art. 17 do ECA, consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente. Para tanto deve-se preservar a imagem, a identidade, a autonomia, os valores, as idéias e as crenças, os espaços e os objetos pessoais.
A criança e adolescente, conforme determina o art. 18 do ECA deve estar protegida de todo e qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório e constrangedor, garantindo assim sua dignidade.
UM NOVO MILÊNIO, UM NOVO CÓDIGO CIVIL 
Em 11 de janeiro de 2003, entrou em vigor o novo Código Civil (Lei nº 10.406, de 10.01.2002), depois de tramitar por décadas no Congresso Nacional (desde 1968).
Representa a consolidação das mudanças sociais e legislativas surgidas nas últimas nove décadas, incorporando outros novos avanços na técnica jurídica.
* Três princípios fundamentais do novo Código Civil:
Socialidade - representa a prevalência dos valores coletivos sobre os individuais, sem olvidar-se o valor supremo da pessoa humana; 
Eticidade - funda-se no valor da pessoa humana como fonte de todos os demais valores, priorizando a equidade, a boa-fé, a justa causa, o equilíbrio econômico etc. 
Operabilidade - que se traduz da efetivação do direito, uma vez que o direito é feito para ser operado e ser eficaz Exemplos: distinções mais claras entre prescrição e decadência e os casos em que são aplicadas; a diferença objetiva entre associação e sociedade, servindo a primeira para indicar as entidades de fins não econômicos, e a última para designar as de objetivos econômicos.
* Como o Novo CódigoCivil trata a família ?
A Constituição de 1988, refletindo as mudanças nas relações familiares ocorridas ao longo do século XX deu um novo perfil aos institutos do direito de família.
Assim o novo CC teve que adaptar-se aos novos ditames constitucionais aprofundando-os:
União Estável - reconhecida;
Maioridade Civil – aos 18 anos;
Regime de bens – pode ser alterado por acordo entre os cônjuges;
Exames de DNA para comprovação de paternidade – a recusa implica em reconhecimento da filiação ;
Filhos nascidos fora do casamento – não há mais distinção entre filhos;
Guarda dos filhos em caso de separação - os filhos podem ficar com o pai ou a mãe;
Testamento – não mais precisa ser feito à mão pelo testador;
Sucessão - o cônjuge passa a ser herdeiro necessário.
* A função social da propriedade
A Constituição Federal deu uma fisionomia funcional social ao direito de propriedade, que no seu art. 5º, inciso XII, ao lado de garantir o direito de propriedade, logo em seguida no inciso XXIII. 
A funcionalização do direito de propriedade importa em dar-lhe uma determinada finalidade, que na propriedade rural significa ser produtiva (art. 186) e na urbana quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressa no plano diretor (art. 182, § 2º) .
Tal novidade acabou por refletir-se na elaboração do novo Código Civil, em seu art. 1228, o que se mostra coerente com a inscrição de novos princípios norteadores, especialmente o da Socialidade, que vem tentar a superação do caráter manifestamente individualista do Diploma revogado, reflexo mesmo da publicização do Direito Civil, admitindo ainda a propriedade pública dos bens cuja apreensão individual configuraria um risco para o bem comum.
De lapidar redação, o § 1.º do art. 1228 estabelece que "O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas." Também digno de transcrição o § 2.º: "São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem."
Referências
Bibliografia / Jurisprudência:
CASTRO, Flávia Lages. História do Direito, Geral e Brasil. 6. ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2008. (Capítulo XIX – p. 561 A 564)

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