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CONSTRUÇÕES
RURAIS
PROF. ANTONIO APARECIDO LOPES
PROF. ME. DIEGO VIEIRA RAMOS
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica
Maria Albertina Ferreira do 
Nascimento
Diretoria EAD:
Prof.a Dra. Gisele Caroline
Novakowski
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Edson Dias Vieira
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Camila Cristiane Moreschi
Danielly de Oliveira Nascimento
Fernando Sachetti Bomfim
Luana Luciano de Oliveira
Patrícia Garcia Costa
Renata Rafaela de Oliveira
Produção Audiovisual:
Adriano Vieira Marques
Márcio Alexandre Júnior Lara
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção: 
Cristiane Alves
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de 
Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios 
não vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande 
responsabilidade sobre as escolhas que 
fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida 
acadêmica e profissional, refletindo diretamente 
em nossa vida pessoal e em nossas relações 
com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade 
é exigente e busca por tecnologia, informação 
e conhecimento advindos de profissionais que 
possuam novas habilidades para liderança e 
sobrevivência no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a 
Distância, a proporcionar um ensino de qualidade, 
capaz de formar cidadãos integrantes de uma 
sociedade justa, preparados para o mercado de 
trabalho, como planejadores e líderes atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................4
1. CONCEITOS BÁSICOS ..............................................................................................................................................5
1.1 PROGRAMA ..............................................................................................................................................................6
1.2 ESCOLHA DO LOCAL ...............................................................................................................................................6
1.3 PROJETO .................................................................................................................................................................. 7
1.3.1 ETAPA DESCRITIVA DO PROJETO (MEMORIAIS E CÁLCULOS) ......................................................................8
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................... 13
CONSTRUÇÕES RURAIS 
(CONCEITOS BÁSICOS)
PROF. ANTONIO APARECIDO LOPES
PROF. ME. DIEGO VIEIRA RAMOS
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
CONSTRUÇÕES RURAIS
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Olá, aluno(a), as construções rurais são uma parte da Agronomia importante para o 
planejamento e fomento de atividades agropecuárias. Observa-se que, nas últimas décadas, as 
culturas e criações alcançaram índices de produtividade promissores. Essa ascensão deixa claro 
o quanto o mercado rural brasileiro tem potencial de expansão e crescimento. Outra coisa a se 
levar em consideração é o ritmo de utilização de tecnologia, que tem atingido o setor industrial 
urbano e o setor industrial agrícola e tem facilitado o manejo de informações face aos avanços 
tecnológicos. 
As atividades rurais no Brasil têm se desenvolvido e passado por um processo de 
diversificação de sua qualidade e variação dos produtos oferecidos. Por isso, os custos de produção 
assumem papel fundamental no setor agrícola, exigindo do meio técnico científico soluções a 
curto, médio e longo prazos, que propiciem maior rendimento com menor custo. Exatamente 
daí é que vem a importância de se atentar às melhores práticas e sempre ir melhorando o negócio 
com o tempo.
No que diz respeito aos projetos de edificações destinadas à zona rural, observa-se que 
eles apresentam especificidades que merecem tratamentos diferenciados (tendo em vista suas 
finalidades de uso). Aspectos como o conforto térmico, os tipos de ações acidentais a serem 
consideradas e o método construtivo ligado à escolha do sistema estrutural precisam ser analisados 
sob a ótica da Engenharia. O planejamento funcional, a ser estabelecido por um profissional da 
área, deve nortear o delineamento do conhecimento construtivo.
Tendo em vista a formação do engenheiro agrônomo, verifica-se que esse profissional 
reúne condições para desenvolver as atividades do projeto arquitetônico e da execução para as 
edificações frequentemente encontradas no meio rural. 
Nesse contexto, a primeira unidade da nossa disciplina visa apresentar informações 
essenciais para a compreensão dos conceitos da engenharia aplicados às construções e instalações 
rurais. São demonstrados elementos como materiais, sistemas construtivos, tipologia e ambiência 
para elaborar a execução de projetos (ou assessoramento de outros profissionais na definição 
de parâmetros técnicos adequados). É importante ressaltar que, nesta unidade, discutiremos 
alguns tópicos que são baseados em normativas da Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT) e que sofrem alterações periódicas. Portanto, ao utilizar tais conceitos em suas atividades 
profissionais, você deve verificar as mudanças ocorridas nas referidas normativas. Vale destacar 
que, nesta disciplina, não temos a pretensão de esgotar o tema, de tal forma que, caso deseje se 
aprofundar no assunto, é importante consultar outras fontes de informação a respeito. 
Boa leitura! 
 
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1. CONCEITOS BÁSICOS
As construções rurais em uma fazenda ou empresa rural são fundamentais para o 
sucesso das produções agrícola e animal. Será sempre preciso construir, fazer a manutenção e 
adaptar desde grandes obras (como silos, currais, baias e galpões) até uma pequena composteira 
ou reservatório de água. Em se tratando de instalações rurais, existem aquelas destinadas às 
atividades agrícolas (galpões de armazenamento, de beneficiamento, as edificações destinadas 
ao armazenamento de agrotóxicos, adjuvantes e produtos afins, viveiros, estufas) e as instalações 
destinadas à produção animal, que são as instalações zootécnicas. Fatores econômicos e técnicos, 
bem como a preferência por um determinado sistema, irão influenciar o produtor na escolha do 
tipo de instalação de acordo com o seu sistema de produção. 
Dessa maneira, é fundamental ser capaz de aplicar conhecimentos básicos quanto aos 
materiais de construção, resistência dos materiais, ambiência e bem-estar animal, noções básicas 
de instalações hidrossanitárias e elétricas para elaboração de um projeto de construção rural. Esses 
conhecimentos permitirão a você, estudante, projetar e organizar as diversas construções rurais 
de forma a otimizar a produção, favorecendo a administração mais eficiente e sustentável. As 
construções compreendem o conjunto de prédios que o produtor deve possuir para racionalizar 
sua produção e sua criação. Em geral, devem obedecer às seguintes condições básicas: 
• Serem simples e funcionais; 
• Serem bem orientadas no terreno; 
• Serem higiênicas: terem água disponível e destino adequado dos resíduos; 
• Serem duráveis e seguras: utilização de materiais e técnicas construtivas adequadas; 
• Serem racionais: rapidez e eficiência no uso de materiais e mão de obra;funções diversificadas nas diferentes regiões do País. No Sul 
e Sudeste, é empregada em pequenas instalações com finalidade estética. Já na região norte, é 
utilizada na construção de galpões, casas, salões, barracões etc.
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2.6.2 Procedimentos para dimensionamento dos telhados (resolução da forma e 
inclinação)
Como procedimento para a resolução da geometria do telhado, existem alguns 
procedimentos importantes a serem adotados na metodologia projetual, tais como:
• A partir de um esboço da vista superior da instalação, deve-se formar uma série de 
quadrados ou retângulos;
• Após traçá-los, os espigões devem ser determinados a partir da maior figura geométrica 
em um ângulo de 45º. Em seguida, deve ser ligada às duas tacaniças formadas, fazendo 
a linha da cumeeira. Quadrados ou retângulos de mesma largura terão cumeeiras com a 
mesma altura;
• Após esses passos, traça-se o restante dos espigões a 45º e as cumeeiras, onde os pontos de 
encontro entre os traços formam os rincões e espigões. Na Figura 20, são exemplificados 
os procedimentos descritos.
Figura 20 - Traçado de um telhado. Fonte: Canejo (2017).
O dimensionamento de um telhado envolve ainda a definição do grau de inclinação a ser 
adotado no posicionamento das telhas. Deve ser realizado de maneira a garantir a drenagem das 
águas pluviais, evitar o acúmulo de detritos e a indeslocabilidade das telhas. É necessário que a 
declividade seja compatível com a especificação do fabricante do tipo de telhas escolhido (varia 
conforme tipo de telha, sendo maior para peças com canais de escoamento pequenos). O valor 
mínimo e máximo para cada tipo de cobertura é definido pela correspondência entre percentual 
e ângulo, conforme exposto na Tabela 4.
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Tabela 4 - Tipos de telhas e inclinação recomendada.
Fonte: Canejo (2017).
Para determinar a declividade da estrutura da cobertura, aplicam-se os procedimentos 
matemáticos descritos nas Equações 17 e 18 e na Figura 21. 
Equação 17: Inclinação mínima e máxima recomendada para os principais tipos de telha.
Figura 21 - Dimensões equivalentes a X e Y. Fonte: Souza (1997).
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Equação 18: Ângulo de inclinação de uma instalação ou desenho de uma cobertura.
As declividades indicadas anteriormente para as telhas de barro podem ser superadas, 
devendo-se, nesse caso, promover a amarração das telhas à estrutura de apoio. Tal amarração deve 
ser feita com arames resistentes à corrosão (latão, cobre etc.), utilizando-se, para tanto, furações 
inseridas em pontos apropriados das telhas durante o processo de fabricação. O esquema de 
fixação das telhas para declividades entre 45% e 100% consiste em fixar uma telha a cada 5 telhas 
assentadas.
2.6.3 As cargas atuantes na estrutura do telhado e os procedimentos de 
armazenamento de materiais
Nos telhados com telhas cerâmicas, elas apoiam-se nas ripas; estas, nos caibros; e estes, nas 
terças. As terças estão sobre os pontaletes, tesouras ou vigas, que se encarregam de transmitirem 
a carga permanente e acidental da cobertura sobre os pilares, paredes ou vigas. As ripas, caibros 
e as terças são solicitadas à flexão e são dimensionadas como vigas.
Em caso de telhas leves, tipo onduladas (cimento-amianto, zinco, alumínio, fibra-de-vidro 
etc.), o apoio deve ser no sentido do seu comprimento sobre as terças, e estas sobre pontaletes, 
tesouras ou vigas de sustentação. As terças são solicitadas à flexão e são dimensionadas como 
vigas. Como subsídio ao projeto estrutural e tomando-se por base a maior massa e a máxima 
absorção de água admitida para as telhas cerâmicas, indica-se, na Tabela 5, o peso próprio dos 
diferentes tipos de telhados e o número de telhas por m². Na tabela, é demonstrado o peso próprio 
de cada um dos tipos de telhas.
Tabela 5 - Peso próprio dos telhados cerâmicos.
Fonte: Souza (1997).
Observação:
• peso de uma cobertura completa de telha do tipo francesa: 150 kg/m2;
• peso de uma cobertura completa de telha do tipo ondulada: 100 kg/m2;
• sobrecarga devido a vento, carga de pessoas etc.: 60 kg/m2.
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No entanto, a perfeita execução das coberturas está condicionada (além do 
dimensionamento das estruturas) ao correto manuseio e armazenamento dos materiais. No 
Quadro 4, podem ser verificados os cuidados que devem ser tomados.
PROCEDIMENTO FINALIDADE
●	 Inspecionar o terreno contra cupins
●	 Remover todas as fontes potenciais de infecção tais como entu-
lhos,	raízes	e	sobras	de	madeira	que	se	encontrem	nas	proximida-
des
Prevenir a contaminação 
da	 madeira	 no	 período	 de	
construção da obra, deve-
-se 
●	 Escolher madeiras resistente ao apodrecimento e ataque de insetos
Garantir	a	qualidade	final	
da obra
●	 Evitar madeiras que sofreram esmagamento, com alto teor de umi-
dade, com defeitos nos nós, que não se adaptam as ligações e que 
possuem sinal de deteriorização.
Garantir	a	qualidade	final	
da obra
●	 Peças	e	componentes	presentes	no	local	da	obra	antes	do	início	da	
montagem
Garantir a qualidade do 
processo construtivo
●	 Peças e componentes manuseados com cuidado
Evita quebra ou outros 
danos
●	 Peças de madeira recebidas com alto teor de umidade (peças ain-
da “verde”) ou ainda impregnadas com preservativos solúveis em 
água, devem ser estocadas em galpões providos de aberturas e de 
forma a deixar espaços vazios entre elas, possibilitando uma ven-
tilação	eficiente.
Garantir	a	qualidade	final	
da obra
●	 Estocagem	a	céu	aberto	deve	ser	feito	em	períodos	curtos,	a	30cm	
do solo, empilhadas de forma a permitir a ventilação, proteção de 
intempéries com lonas têxteis (ou plástica).
Garantir	a	qualidade	final	
da obra
●	 As peças cumpridas devem ser apoiadas para prevenir o empena-
mento.
Garantir	a	qualidade	final	
da obra
●	 As	superfícies	de	topo	das	peças	de	madeira	da	estrutura	do	telha-
do, expostas ao ambiente exterior, devem ser tratadas pela aplica-
ção de pinturas impermeabilizantes, como por exemplo tinta a óleo 
ou esmalte sintético.
Garantir	a	qualidade	final	
da obra
●	 Vigas	de	madeira	empregadas	como	suportes	para	caixas	d’água	
devem receber pintura impermeabilizante, com exceção daquelas 
constituídas	por	madeira	cuja	espécie	não	necessitam	de	tratamen-
to contra fungos ou insetos
Evitar ação de fungos ou 
deterioração da peça.
●	 Peça	tratada	e	cortadas	na	obra,	na	superfície	de	corte	deve	ser	no-
vamente tratada ou pintada;
Evitar ação de fungos ou 
deterioração da peça.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
●	 Componentes metálicos usados na estrutura devem ser protegidos 
das intempéries 
Proteger contra corrosão 
e ferrugem.
●	 Armazenamento vertical das telhas
Evitar deteriorização do 
material.
●	 A argamassa, quando empregada no emboçamento das telhas e das 
peças complementares (cumeeira, espigão, arremates e eventual-
mente rincão), deve possuir boa capacidade de retenção de água, 
ser impermeável, ser insolúvel em água a apresentar boa aderência 
com o material cerâmico. Consideram-se como adequadas as arga-
massas	de	traço	1:2:9	ou	1:3:12	(cimento,	cal,	areia)	ou	quaisquer	
outras argamassas com propriedades equivalentes. Não devem ser 
empregadas argamassas de cimento e areia
Garantir	a	qualidade	final	
da obra.
Quadro 4 - Procedimentos de armazenamento dos componentes de telhados. Fonte: Adaptado de ABDI (2015).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 
Olá, aluno(a), chegamos ao final da Unidade 2. Aqui, falamos dos elementos construtivos 
de uma edificação, como os aspectos normativos, as fundações, as paredes, os componentes do 
sistema estrutural (viga,pilar e laje) e as partes que formam a cobertura (dimensionamento, 
treliças, cumeeira, calhas, entre outros). Verificamos que a ABNT oferece uma importante 
contribuição para a adoção de boas práticas no processo construtivo por meio da proposição de 
parâmetros técnicos a serem adotados como referência.
As recomendações contemplam elementos como a execução e o dimensionamento 
de fundações, de parede (de concreto e cerâmica) e a construção de telhados. No caso das 
fundações, nota-se a existência das tipologias rasas, profundas, diretas e indiretas, cuja aplicação 
está condicionada às particularidades do solo local (deve-se observar o comportamento de cada 
tipo) e ao dimensionamento das estruturas empregadas (ou mesmo à tipologia, por exemplo, 
concreto armado, madeira, metálica etc.). São componentes responsáveis por receberem as cargas 
provindas das demais peças da estrutura (pilar, viga, laje e cobertura) e distribuí-las no solo a fim 
de garantir a estabilidade da edificação.
Fazem parte desse processo também as paredes, que exercem a função de vedação, 
responsáveis por realizarem o fechamento da estrutura e receberem o acabamento final da obra. 
Observamos, ao longo do texto, que elas podem ser realizadas com concreto (bloco de concreto, 
com e sem função estrutural) ou material cerâmico (tijolos). O emprego da cerâmica também 
está presente nas lajes (laje cerâmica) e nos revestimentos (pisos e azulejos). Também são parte 
do sistema construtivo os pilares, vigas e lajes. Os primeiros são um elemento estrutural vertical, 
esbeltos (altura maior que largura) e responsáveis por suportarem cargas verticais e vigas-mestras. 
Trabalham à compressão (em alguns casos, à tração) e possuem o dimensionamento destinado a 
resistir aos deslocamentos das cargas.
A viga é um elemento linear em que o movimento de flexão é preponderante, cujo 
comprimento longitudinal supera a secção transversal. Seu dimensionamento está condicionado 
ao tipo de sistema adotado e ao vão a ser vencido. Já a laje é construída para suportar as cargas 
verticais transmitidas a um plano horizontal.
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03
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................................................50
1. AGREGADOS ............................................................................................................................................................. 51
2. AGLOMERANTES HIDRÁULICOS E ARGAMASSAS ..............................................................................................53
3. CONCRETOS ............................................................................................................................................................55
3.1 PRODUÇÃO E TRANSPORTE .................................................................................................................................58
3.2 CONCRETO ARMADO E O AÇO ............................................................................................................................59
4. MATERIAIS CERÂMICOS........................................................................................................................................60
5. O USO DA MADEIRA NA CONSTRUÇÃO (PROPRIEDADES FÍSICAS E MECÂNICAS) .......................................63
6. MATERIAIS ALTERNATIVOS NA CONSTRUÇÃO (SOLO-CIMENTO E FERRO-CIMENTO) ................................65
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................................................68
PRINCIPAIS MATERIAIS UTILIZADOS NAS 
EDIFICAÇÕES RURAIS
PROF. ANTONIO APARECIDO LOPES
PROF. ME. DIEGO VIEIRA RAMOS
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
CONSTRUÇÕES RURAIS
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Olá, aluno(a), estamos iniciando a terceira unidade do nosso material didático, em 
que falaremos das particularidades contidas nos processos construtivos das edificações. Nessa 
etapa, serão expostos pontos ligados aos agregados, ao preparo e ao desempenho do concreto, 
ao uso de materiais cerâmicos e madeiras. O objetivo é fornecer informações que potencializem 
o seu processo de aprendizagem para que você esteja capacitado(a) a desenvolver projetos de 
edificações rurais.
O estudo dos agregados na disciplina justifica-se pelo seu papel na execução de uma 
edificação. Isso porque eles têm ganhado espaço no mercado da construção civil em virtude de não 
terem reações químicas de grande complexidade quando misturados à água. O material tem sido 
usado para dar volume ao concreto, com o preenchimento de espaços deixados na mistura. No 
entanto, o aprofundamento das pesquisas tem demonstrado que esse elemento exerce influência 
nas propriedades da pasta (como o endurecimento, o custo e a trabalhabilidade da mistura). São 
classificados em miúdo e graúdo. O primeiro consiste em um dos elementos mais utilizados nos 
processos construtivos, empregado nas etapas de execução das edificações (AZEVEDO et al., 
2017).
No caso dos materiais cerâmicos, eles possuem características que permitem sua utilização 
em diversas etapas do processo construtivo de uma edificação. São dotados de leveza, dureza e 
baixa tenacidade. Obtidos por meio de argila, dotados das cores branca ou vermelha, fazem parte 
da cultura da construção civil, com ampla utilização. Dentre os principais materiais presentes 
nesse grupo, estão os blocos construtivos (como tijolos) e as peças de revestimentos (pisos e 
azulejos).
A madeira é material de construção que sempre esteve presente no desenvolvimento da 
sociedade. É um material que faz parte da maioria das etapas da obra, o que torna o setor da 
construção civil um dos maiores consumidores desse recurso. Historicamente, representa um 
material de construção utilizado pelo homem (desde épocas pré-históricas) e, no século XX, 
foi empregado nas mais importantes obras de engenharia (frequentemente, combinado a outros 
materiais). Desempenha papel decisivo na construção de casas, silos, estradas, pontes, teatros, 
templos e barragens. Assim, a madeira tem sido destinada a atender aos anseios da humanidade, 
que, desde a Antiguidade, vem moldando a natureza à sua capacidade de edificar (PALVA FILHO 
et al., 2018). A partir do entendimento do seu papel para o processo construtivo, veremos, ao 
longo do texto, o desempenho de cada um dos materiais e sua aplicação na realização da obra. 
Boa leitura!
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1. AGREGADOS
É considerado agregado o material granular, sem forma e volume definidos, geralmente 
inerte (não reage com o cimento), de dimensões e propriedades adequadas para uso em obras 
de engenharia. Pode ser obtido por meio de rochas britadas, os fragmentos rolados no leito dos 
cursos d’água e os materiais encontrados em jazidas, provenientes de alterações de rochas. São 
utilizados em lastros de vias férreas, bases para calçamentos, pistas de rolamento das estradas, 
revestimento betuminoso e como material granuloso e inerte para a confecção de argamassas e 
concretos.
Em argamassas e concretos, os agregados são importantes do ponto de vista econômico e 
técnico e exercem influência benéfica sobre algumas características importantes, como: retração, 
aumento da resistência aos esforços mecânicos, pois os agregados de boa qualidade têm resistência 
mecânica superior à da pasta de aglomerante. Sua classificação pode ocorrer de maneira variável, 
como quanto à origem (naturais ou artificiais), à massa específica aparente (leves, pesados ou 
normais) e quanto aos diâmetros (agregado miúdo, graúdo ou mesclado).
Têm como forma de obtenção a extração direta do leito dos rios por meio de dragas (areias 
e seixos) e minas de areias. Posteriormente, passam por um processo de beneficiamento (lavageme classificação). São classificados como pedras britadas, areia, agregado miúdo, agregado graúdo e 
aglomerante. As pedras britadas são obtidas por redução de pedras maiores (trituração com uso 
de britadores). Nessa etapa, os britadores devem ser adaptados às condições das rochas, possuir a 
capacidade desejada de produção e ser de fáceis funcionamento, conservação e reparação.
A areia é obtida por meio da desagregação das rochas até formar grãos de tamanhos 
variados. Pode ser classificada de acordo com sua dimensão (areia grossa, média e fina). As areias 
devem sempre ser isentas de sais, graxas, materiais orgânicos, barro ou qualquer outro elemento 
que prejudique a sua utilização. O agregado miúdo é resultante do britamento de rochas estáveis, 
com tamanhos de partículas tais que, no máximo, 15% fiquem retidos na peneira de 4,8 mm. Na 
Tabela 1, é demonstrada a classificação das areias.
Tabela 1 - Classificação das areias.
Fonte: Portal Concreto (2021).
O agregado graúdo é o pedregulho natural, seixo rolado ou pedra britada, proveniente 
do britamento de rochas estáveis, com um máximo de 15% passando na peneira de 4,8 mm. Na 
Tabela 2, é demonstrada a classe das britas e a sua dimensão nominal, em mm.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Tabela 2 - Classificação das britas.
Fonte: Portal Concreto (2021).
Os aglomerantes ou aglutinantes são produtos empregados para rejuntar alvenarias ou 
para a execução de revestimentos de peças estruturais. Apresentam-se sob a forma pulverulenta 
e, quando misturados com água, formam pasta capaz de endurecer por simples secagem 
(geralmente, em consequência de reações químicas), aderindo às superfícies com as quais foram 
postos em contato. Podem ser quimicamente inertes (barro cru) e quimicamente ativos (cal, gesso 
e cimento). Tais aglomerantes podem ser classificados como aéreos (gesso e cal) e hidráulicos 
(cimento Portland).
O gesso tem como matéria-prima a gipsita (um sulfato de cálcio, com duas moléculas de 
água), acompanhada de impurezas (não ultrapassando 6%). O gesso é chamado de estucador, que 
encontra uso sob a forma de pasta em revestimento e decorações interiores. Sua obtenção ocorre 
no cozimento da gipsita a uma temperatura de 150 a 250° C. Logo após, são moídas e é feita a 
pasta de utilização. Sua pega é determinada pela quantidade de água adicionada à mistura (quanto 
menor a quantidade de água (25%), mais rápida será a pega). Apresenta como resistência à tração 
14 kgf/cm2 e à compressão 70 kgf/cm2. Não possui função estrutural e deve ser empregado em 
ambientes internos para cobrir paredes, chapas para paredes e tetos.
A cal aérea consiste no resultado da “queima” da pedra calcária em fornos e é denominada 
“cal viva” ou “cal virgem”. É distribuída aos consumidores em forma de pedras ou mesmo moída 
e ensacada. Não tem aplicação direta em construções, sendo necessário, antes de usá-la, fazer a 
“extinção” ou “hidratação”, pelo menos, 48 horas antes do uso. Tem como principal matéria-prima 
o calcário (carbonato de cálcio), com teor desprezível de argila. Sua fabricação acontece a partir 
da calcinação de pedras calcárias em fornos a uma temperatura inferior à de fusão (cerca de 900º 
C), suficiente para a dissociação do calcário e produzindo-se óxido de cálcio e gás carbônico. Sua 
hidratação acontece com a adição de dois ou três volumes de água para cada volume de cal, com 
desprendimento de calor. Pedras se fendem e esfarelam, transformando-se em pasta branca (cal 
extinta ou apagada).
Quer entender melhor como o aço é produzido? A Votorantim 
Siderurgia mostra todo o processo de produção do material no 
vídeo Processo Produção do Aço - Votorantim Siderurgia, disponível 
em https://youtu.be/F2azAmgMZC0.
https://youtu.be/F2azAmgMZC0
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A cal resiste a uma força de 2 a 5 kgf/cm2 (quando submetida à tração) e 30 kgf/cm2 em 28 
dias (compressão). Sua utilização ocorre sob a forma de pasta ou mistura com areia (argamassa), 
aplicada na execução de revestimento e rejuntamento de alvenarias.
2. AGLOMERANTES HIDRÁULICOS E ARGAMASSAS
Os aglomerantes hidráulicos resistem satisfatoriamente quando empregados dentro 
d’água, cujo processo de endurecimento resulta da ação de tais condições. Nessa categoria de 
materiais, estão os materiais que necessitam ser moídos depois do cozimento, como é o caso do 
cimento Portland. Ele consiste em um material pulverulento, constituído de silicatos e aluminatos 
de cálcio. Esses silicatos e aluminatos complexos, ao serem misturados com água, hidratam-se e 
produzem o endurecimento da massa, que oferece, então, elevada resistência mecânica.
O cimento Portland é obtido a partir do cozimento da mistura calcário-argilosa, 
convenientemente proporcionada, até a fusão parcial (cerca de 1.450º C), seguida de moagem 
e de pequena adição de gesso para regular a pega. Consta de silicatos e aluminatos de cálcio, 
praticamente sem cal livre, predominando em quantidade e importância os silicatos.
Os tipos de cimento disponíveis no mercado são diferenciados por sua composição, cuja 
comercialização está condicionada à compatibilidade com as exigências impostas pelas normas 
técnicas relacionadas ao tema. Sua diferenciação visual ocorre por meio da identificação do nome 
e das siglas, estampada na embalagem. Na Tabela 3, é possível verificar os principais tipos de 
cimentos Portland aplicados no meio rural.
Tabela 3 - Tipos de cimento Portland.
 
Fonte: Portal Concreto (2021).
Sua utilização deverá obedecer às boas práticas de transporte, armazenamento e cura. 
Assim, durante o transporte, o cimento deve ser mantido em temperatura ambiente, protegido 
de intempéries (evitar que seja molhado por uma chuva inesperada). Recomenda-se, durante o 
armazenamento, o empilhamento dos sacos sobre um estrado de madeira afastado da parede 
(máximo de 10 unidades por pilha, caso permaneça nessa condição por mais de duas semanas). 
Desde que obedeça a tais condições, o cimento poderá permanecer armazenado por cerca de 3 
meses. Outro ponto importante na execução dessa etapa é que os sacos deverão ser dispostos de 
forma cruzada a fim de evitar deterioração da embalagem. Durante seu preparo, é importante 
considerar que o produto apresenta as seguintes condições para a “pega”:
• Pega rápida: 60 minutos.
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A ocorrência da pega é influenciada por fatores como a quantidade de água empregada, 
a quantidade ou presença de alguns compostos, a temperatura e a quantidade de gesso. O tempo 
de cura é ainda um fator condicionado ao alcance da resistência total ou parcial. A Tabela 4 
demonstra a relação presente entre a classe do material, o tempo de cura e o alcance da resistência 
(quando submetido à compreensão).
Tabela 4 - Resistência da pasta de cimento à compressão.
 
Fonte: Portal Concreto (2021).
As argamassas são materiais constituídos pela mistura de aglomerantes, agregado miúdo 
e água. Contam ainda com outros produtos que são adicionados para melhorar determinadas 
propriedades do conjunto. Podem ser utilizados isoladamente ou combinados com materiais 
inertes, como pastas e natas. A pasta é material resultante da união de um aglomerante e água, 
cujo uso é restrito às obras devido ao elevado custo e aos efeitos secundários (como a retração). 
No caso das natas, observa-se a existência de natas de cal e natas de cimento. A primeira é aplicada 
no assentamento de revestimentos e na realização de pinturas. A segunda, destinada à ligação de 
argamassas, concretos e injeções.
As argamassas são utilizadas em atividades de assentamento (revestimentos como pedras, 
tijolos e blocos nas alvenarias, onde favorecem a distribuição dos esforços), acabamentos em tetos 
e pisos, reparos de obras de concreto,entre outros aspectos. São classificadas de acordo com o 
seu emprego e o tipo de aglomerante presente. Segundo o emprego, estão presentes em atividades 
comuns (rejuntamento, revestimento e pisos) e refratárias (resiste a elevadas temperaturas). 
Quando associadas a aglomerante, estão distribuídas nas categorias aéreas (aérea e gesso), 
hidráulicas (hidráulica e cimento) e mistas (aéreas mais hidráulicas).
Argamassas de cal aérea possuem boa trabalhabilidade, dotadas de maior coesão que as 
de cimento de mesmo traço (retêm durante mais tempo a água de amassamento). A literatura 
referente ao tema indica que o traço recomendado deve obedecer à proporção 1:4, em que, a cada 
1 parte de cal, usam-se 4 partes de areia. No entanto, haverá casos em que será necessário realizar 
o dimensionamento da proporção segundo particularidades da atividade que será realizada. Para 
isso, deve-se aplicar a fórmula disposta na equação 01.
Equação 01: Argamassa de cal em pó.
Em que:
C = quantidade de cal extinta em pó por m3 de argamassa (m3);
a = partes de areia (ou material inerte) no traço;
A = quantidade de areia (ou material inerte) por m3 de argamassa (m3).
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O gesso é empregado em todos os revestimentos internos e, ao contrário de outros 
aglomerantes, não necessita da adição de um agregado (quando realizado, é com o objetivo de 
diminuir o custo). Quando puro, é empregado na execução de placas, blocos para paredes internas 
e corpos ocos para lajes nervuradas. Na forma de argamassa, é usado para o revestimento de tetos 
e paredes (revestimentos especiais). Possui resistência ligada à adição de areia, sendo que, quanto 
maior a mistura, menor será o desempenho final à resistência (bom desempenho ao fogo). Na 
forma pura, possui como traço recomendado a proporção 10 kg para 6 ou 7 litros de água. Como 
argamassa, recomenda-se o traço 5:4 para tetos, 1:1 ou 1:3 para paredes e 1:1,5 para revestimentos 
especiais.
=Assim como acontece com o gesso e a argamassa de cal, a argamassa de concreto exige 
cuidados em seu preparo, como o dimensionamento do traço a ser adotado. Na equação 02, são 
demonstrados os procedimentos de cálculo a serem considerados.
Equação 02: Cálculo do traço da argamassa de concreto.
Em que:
C = quantidade de cimento por m3 de argamassa (m3);
a = partes de areia (ou material inerte) no traço;
A = quantidade de areia (ou material inerte) por m3 de argamassa (m3).
Uma consideração importante é que, para transformar o volume de cimento em peso, 
basta multiplicar o volume de cimento desejado pelo seu peso específico (1420 kg/m3).
3. CONCRETOS
Concreto é um material de construção resultante da mistura de um aglomerante (cimento) 
com agregado miúdo (areia grossa), agregado graúdo (brita ou cascalho lavado) e água, em 
proporções exatas e bem definidas, podendo-se adicionar aditivos. Seu uso nas construções em 
geral é bastante amplo, podendo as peças serem moldadas no local ou pré-moldadas. O concreto 
é dotado de boa trabalhabilidade (propriedade que identifica sua maior ou menor aptidão para 
ser empregado com determinada finalidade, sem perda de sua homogeneidade), mas possui sua 
propriedade condicionada a:
• Fatores internos: consistência: identificada pela relação água/cimento; proporção 
entre o agregado miúdo e graúdo: granulometria do concreto; traço: proporção entre 
cimento e agregado, forma do grão dos agregados e aditivos com finalidade de influir na 
trabalhabilidade.
• Fatores externos: tipos de mistura (manual ou mecânica), meio de transporte, lançamento 
(pequena ou grande altura), adensamento (manual ou vibratório), dimensões e armadura 
da peça a executar.
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No estado “fresco”, o concreto apresenta ainda o fenômeno de segregação (tendência de 
separação dos componentes da mistura), cujas causas conhecidas são a diferença do tamanho 
dos grãos dos componentes, diferença das massas específicas dos componentes e o manuseio 
inadequado do concreto, desde a mistura até o adensamento. Para evitá-lo, deve-se promover a 
escolha de granulometria adequada e o manuseio adequado do concreto.
Quando endurecido, o concreto passa a apresentar massa específica variando entre 2.300 
e 2.500 kg/m³ (em média), com variações condicionadas à sua tipologia, como são os casos do 
concreto simples (2.300 kgf/m³), do concreto armado (2.500 kgf/m³), dos concretos leves (1.800 
kgf/m³, com argila expandida) e dos concretos pesados (em torno de 3.700 kgf/m³, com brita).
Outra propriedade do concreto endurecido é a alta resistência (material que possui bom 
desempenho em relação aos esforços de compressão e mau desempenho aos esforços de tração), 
que pode ser determinada pelo cálculo proposto na equação 03.
Equação 03: Fórmula para o cálculo de resistência do concreto.
Apesar do bom desempenho à compreensão, percebe-se que o concreto não reage bem aos 
esforços de cisalhamento em virtude das tensões de distensão que, então, se verificam em planos 
inclinados. Os principais fatores que afetam a resistência são a relação água/cimento, a idade, a 
forma e a graduação dos agregados, o tipo de cimento, a forma e a dimensão dos corpos de prova. 
Assim, o dimensionamento das peças das estruturas em concreto armado deve obedecer à fração 
da resistência característica denominada resistência de cálculo (fcd), conforme demonstrado na 
equação 04 e na Tabela 5.
Equação 04: Resistência de cálculo (Fcd).
Em que:
fcd = resistência de cálculo do concreto (kg/cm2);
fck = resistência do concreto à compressão (kg/cm2);
l c = coeficiente de minoração para o qual a NBR 6118 estabelece o valor 1,4.
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Tabela 5 - Valores de resistência do concreto à compressão (fck), resistência de cálculo 
(fcd) e resistência do concreto aos vinte e oito dias (fc28).
Fonte: Camacho (2008).
O dimensionamento de estrutura em concreto deverá observar ainda propriedades como 
a permeabilidade, a absorção e a dosagem. A permeabilidade é a propriedade que identifica a 
possibilidade de passagem da água através do material. Essa passagem pode se dar por filtração 
sob pressão, por difusão através dos condutos capilares e capilaridade. No caso da absorção, 
considera-se o processo físico pelo qual o concreto retém água nos poros e condutos capilares. 
Os principais fatores que afetam a porosidade, absorção e permeabilidade são os tipos de 
materiais constituintes (água, cimento, agregados e adições), a preparação (mistura, lançamento, 
adensamento e acabamento) e posteriores (idade e cura). Já a dosagem dos concretos (traço) 
refere-se à maneira de exprimir a composição do concreto. O traço tanto pode ser indicado pelas 
proporções em peso como em volume ou, como frequentemente, adota-se uma indicação mista: 
o cimento em peso e os agregados em volume. Seja qual for a forma adotada, toma-se sempre o 
cimento como unidade e relacionam-se as demais quantidades à quantidade de cimento.
Assim, podem-se obter valores empíricos dos componentes por meio de fórmulas 
recomendadas pela sua simplicidade, cujo padrão de referência é composto pela produção de 1 
m³ de concreto. Nas equações 05 e 06, são demonstrados os procedimentos a serem considerados 
no processo de cálculo.
Equação 05:
Em que:
Pc = peso de cimento (kg) para fazer 1 m³ de concreto;
a = partes de areia no traço;
b = partes de brita no traço;
Ra/c = relação água/cimento (mínimo de 0,48 e máximo de 0,70).
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Equação 06: 
3.1 Produção e Transporte
A produção dos concretos compreende a mistura, o transporte, o lançamento, o 
adensamento e a cura desse material. A mistura, ou amassamento do concreto, consiste em 
fazer com que os materiais componentes entrem em contato íntimo de modo a obter-se um 
recobrimentode pasta de cimento sobre as partículas dos agregados, bem como uma mistura geral 
de todos os materiais. A principal exigência é que a mistura seja homogênea para permitir, assim, 
boas resistência e durabilidade. Assim, a mistura poderá ocorrer de forma manual e mecânica.
A mistura manual, conforme NB-6118, só pode ser empregada em obras de pequena 
importância. Como procedimento para sua realização, adota-se a mistura a seco, agregado 
miúdo e cimento até coloração uniforme; em seguida, mistura-se agregado graúdo e faz-se uma 
cratera, onde é colocada a água de amassamento. O processo conta ainda com a mistura até 
homogeneidade (nenhuma água deve escorrer), como sua realização sobre estrado ou superfície 
plana (3 x 3 m), impermeável e resistente (deve-se tomar cuidado para não argamassar mais de 
350 litros de cada vez).
No caso da mistura mecânica, usam-se máquinas especiais denominadas betoneiras 
(tambor ou cuba, fixa ou móvel, em torno de um eixo que passa pelo seu centro), e o tempo de 
mistura é contado a partir do instante em que todos os materiais tenham sido lançados na cuba. 
Observam-se como tempo para realização de concretos plásticos (segundos) os seguintes casos:
• Betoneiras inclinadas: tempo(s) = 120* diâmetro(m).
• Betoneiras eixo horizontal: tempo(s) = 60* diâmetro(m).
• Betoneira vertical: tempo(s) = 30* diâmetro(m).
• Ordem de colocação de materiais nas betoneiras (parte do agregado graúdo mais parte 
da água de amassamento, cimento mais o restante da água e a areia, além do restante do 
agregado graúdo).
O concreto deve ser transportado do local de amassamento para o de lançamento tão 
rapidamente quanto possível e de maneira tal, que mantenha sua homogeneidade, evitando-
se a segregação dos materiais (NB-6118). Essa etapa pode acontecer de maneira contínua e 
descontínua. No primeiro caso, usam-se calhas, correias, transportadoras e bombas. No segundo, 
tem-se o manuseio de vagonetas, carrinhos de mão, caçambas, carrinhos e lata. O ideal é que 
o meio de transporte tenha capacidade para uma amassada completa, pelo menos, evitando a 
segregação.
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O trato do concreto demanda ainda cuidados no lançamento, que deve ser realizado 
logo após a mistura, não permitindo, entre o amassamento e o lançamento, intervalo superior a 
uma hora, de forma a evitar a remistura. Recomendações antes do lançamento: a verificação das 
formas (dimensões, vedação, alinhamento e nível), do escoramento, a armação (posicionamento, 
bitolas, estribos etc.), as instalações embutidas (elétricas, sanitárias e hidráulicas) e as formas de 
madeira (devem ser engraxadas ou pinceladas com óleo queimado, permitindo desforma fácil).
Já para o lançamento, a recomendação é voltada a peças delgadas (a fim de se evitar a 
segregação, o concreto deve ser colocado através de canaletas de borracha ou tubos flexíveis), a 
altura máxima (que não deve ser superior a 2 m), a interrupção da concretagem (de preferência, 
dar-se em uma junta permanente, aproveitando-a como junta de construção) e a proximidade da 
posição final (não devendo fluir dentro das formas).
Após o lançamento, há a etapa de adensamento, que tem por objetivo deslocar, com 
esforço, os elementos que o compõem e orientá-los para se obter maior compacidade, obrigando 
as partículas a ocuparem os vazios e desalojarem o ar do material. Pode ocorrer de maneira 
manual e mecânica. A primeira é o modo mais simples de adensamento, que consiste em facilitar 
a colocação do concreto na forma e entre as armaduras, mediante uma barra metálica, cilíndrica 
e fina ou por meio de soquetes mais pesados. Já a segunda consiste na realização do adensamento 
por intermédio de vibrações (deve haver cuidado, pois o excesso de vibrações provoca segregação).
Na sequência, o trabalho com concreto conta com o processo de cura, que consiste em 
um conjunto de medidas com a finalidade de evitar a evaporação da água junto ao cimento, que 
rege a pega e seu endurecimento. Um ponto importante para a sua efetividade está presente na 
norma brasileira NB 6118, que exige que a proteção se faça nos 7 primeiros dias seguintes para 
se ter garantias contra o aparecimento de fissuras devido à retração. Para atingir o processo de 
cura, devem-se promover irrigações periódicas das superfícies, o recobrimento das superfícies 
com aresta ou sacos de aniagem, o recobrimento da superfície com papéis impermeabilizantes, o 
emprego de compostos impermeabilizantes de cura e o uso de serragem, areia e sacos de cimento 
molhado.
3.2 Concreto Armado e o Aço
É a união de concreto simples às armaduras de ferro. Sabe-se que o concreto simples 
resiste bem aos esforços de compressão e muito pouco aos de tração. No entanto, elementos 
estruturais com lajes, vigas, pilares são solicitados por outros esforços (tração, flexão e compressão), 
ultrapassando as características do concreto simples. Por isso, torna-se necessário juntar-se 
um material como o ferro, que resiste bem a esses esforços. Tal união é viabilizada por uma 
série de características, como o coeficiente de dilatação térmica praticamente igual (0,000001 e 
0,0000012), a boa aderência entre ambos e a preservação do ferro contra a ferrugem.
O concreto armado apresenta, como principais vantagens, a boa resistência ao fogo, 
a adaptação a qualquer forma, permitindo, inclusive, montarem-se peças esculturais, a 
possibilidade de dimensões reduzidas, o aumento da resistência aos esforços com o tempo, a boa 
resistência a choques e vibrações, a rápida execução e o material higiênico, por ser monolítico. 
Como desvantagens, observa-se a impossibilidade de sofrer modificações, a demolição de custos 
elevados e sem aproveitamento do material demolido. Sua utilização está também condicionada 
à compatibilidade com as propriedades do aço.
Os aços empregados se dividem em aços comuns e aços especiais. Há dois tipos de aços 
comuns usados no concreto armado, designados por CA-25 e CA-32. CA significa concreto 
armado, e o número representa o limite de escoamento em kg/mm². Este consiste na tensão a 
partir da qual um aço se deforma, mantendo constante sua tensão. O trecho do diagrama tensão-
deformação em que a tensão é constante chama-se patamar de escoamento.
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Os aços especiais são os que são laminados a quente e que possuem patamar de 
escoamento; os que são encruados sem patamar de escoamento são os aços comuns. Aqueles 
que possuem patamar de escoamento são designados por CA-40A, CA-50A, CA-60A, em que 
o número representa o limite de escoamento, e a letra A significa a existência de patamar de 
escoamento. Para os aços sem patamar de escoamento, define-se como escoamento convencional 
o ponto do diagrama tensão-deformação para o qual, se a carga for retirada, o diagrama segue 
uma linha reta, paralela ao diagrama de carregamento, deixando uma deformação residual de 2 
mm/m.
Os aços encruados sem patamar de escoamento são designados por CA-40B, CA-50B 
e CA-60B, em que os números 40, 50 e 60 representam os limites de escoamento convencional 
em kg/mm², e a letra B significa a inexistência de patamar de escoamento. Para os modelos 
de escoamento acima de 4.000kg/cm² (CA-50 ou CA-60), independentemente da presença do 
patamar de escoamento, é exigida a existência no aço de mossas ou saliências a fim de melhorar 
sua aderência. O limite de escoamento real ou convencional é designado por fY.
4. MATERIAIS CERÂMICOS
São materiais obtidos a partir de artificial provindo do processo de moldagem, secagem 
e cozedura de argilas ou de misturas contendo argilas. Em certos casos, pode ser suprimida 
alguma das etapas citadas, mas a matéria-prima é a argila. Nos materiais cerâmicos, a argila fica 
aglutinada por uma pequena quantidade de vidro, que segue pela ação do calor de cocção sobre 
os componentes da argila. Podem ser classificados como secos ao ar, debaixa vitrificação e de 
alta vitrificação. Este último, por sua vez, se subdivide em materiais de louça e materiais de grês 
cerâmicos.
Os materiais cerâmicos secos ao ar possuem composição granulométrica, não dependendo 
da quantidade de caulim somente. A argila com melhor resistência à compressão é a que tem 
cerca de 60% de argilominerais, ficando os 40% restantes igualmente distribuídos entre silte, areia 
fina e areia média.
Dos materiais cerâmicos secos ao sol, apenas o adobe e as argamassas de barro têm alguma 
importância na construção. O adobe é argila simplesmente seca ao ar, sem cozimento, e usada 
em construções rústicas. Ele pode resistir a tensões de compressão de até 70 kg/cm², o que é um 
bom índice, mas tem o inconveniente de, ao receber água, tornar-se novamente plástico. Por isso, 
as paredes desse material devem ser revestidas por camada isolante de umidade para que tenham 
alguma duração. Devido à alta resistência, a argila também é bastante empregada com argamassa 
de assentamento de tijolos. As vantagens e desvantagens são as mesmas citadas anteriormente. 
Os materiais de barro comum, usados correntemente na construção civil, são os tijolos, 
as telhas e as tijoleiras. A qualidade da argila empregada influenciará a qualidade dos produtos, 
classificados como de baixa resistência (5 kg/cm²) e alta resistência (120 kg/cm²). Dentre os 
elementos cerâmicos disponíveis no mercado, estão os tijolos comuns, as telhas, os ladrilhos e as 
tijoleiras. Os tijolos comuns são considerados um material de baixo custo, usados exclusivamente 
para fins de vedação e dotados de formatos variados. O modelo mais comum é o tijolo cheio 
(também chamado maciço ou burro), dividido em três grupos básicos: os tipos 1, 2 e 3. Nas 
Tabelas 6 e 7, são demonstrados os tamanhos disponíveis e a carga resistente por cada um deles 
(classificados em 1ª e 2ª categorias).
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Tabela 6 - Dimensões e carga máxima de compressão dos tijolos maciços.
Fonte: UFLA (2021).
Tabela 7 - Tipos de tijolos.
Fonte: UFLA (2021).
Na prática, costuma-se adotar, como carga de segurança, a metade das cargas de norma. 
Além desses tipos normalizados, e mesmo dentro deles, há grande variação de tipos. Em relação 
aos furos, por exemplo (e isso é importante!), há os de furos quadrados e os de furos cilíndricos. 
Normalmente, os tijolos de furos quadrados não servem para paredes de sustentação, pois têm 
as paredes finas. Os tijolos com furos redondos geralmente já têm resistência mais próxima à 
dos tijolos maciços. Entre os tijolos furados, há os de 2, 3, 4, 6 e mais furos. Um tipo que convém 
destacar são os tijolos para lajes mistas.
No caso das telhas, estão disponíveis as tipologias planas e curvas. No primeiro tipo 
(também conhecida por telhas francesas - Marselha), os encaixes são feitos nas laterais e nas 
extremidades. Possuem agarradeiras para fixação às ripas do madeiramento e com peso em torno 
de, aproximadamente, 2 kg. Devem ser consideradas 15 unidades por m² e inclinação usual de 
30º para a realização da cobertura. A EB-21 divide as telhas de barro tipo Marselha em duas 
classificações (primeira categoria dotada de resistência mínima de 85 kg e segunda categoria com 
resistência mínima de 70 kg) conforme sua resistência a uma carga aplicada sobre o centro da 
telha, estando estas sobre três apoios.
As tijoleiras e ladrilhos são tijolos de pequena espessura, usados em pavimentações e 
revestimentos, disponíveis nos formatos porosos, comuns e prensados (tijoleiras com os elementos 
de cerâmica comum e ladrilhos com as cerâmicas prensadas). As tijoleiras comuns são fabricadas 
usualmente nos formatos quadrado e retangular liso. Há também peças especiais para arremates, 
como peitoris, pingadeiras etc. Os ladrilhos prensados devem ter, na face inferior, rugosidades 
e saliências para aumentar a fixação (dotados de vitrificação). Essa vitrificação é comumente 
aumentada com uma pintura de silicato ou óxido entre duas cozeduras. Geralmente, têm de 5 a 
7 mm de espessura.
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Quando dotados de alto teor de vitrificação, são classificados em louça e o grês cerâmico 
(a diferença entre eles está na qualidade da textura interna). Os materiais de louça, também 
chamados faiança, embora impermeáveis na superfície, são mais porosos no interior. Dentre os 
grês cerâmicos, estão os azulejos, as pastilhas e louça sanitária, os tubos sanitários e a litocerâmica.
Os materiais de grês cerâmico são fabricados com argila bastante fusível, o que lhes dá a 
cor vermelha comum, embora essa cor possa variar desde o branco acinzentado até o vermelho 
carregado. A pasta não pode ser lavada, porque aqueles materiais se dissolveriam e, por isso, há 
dificuldade em se encontrar barro apropriado, já naturalmente limpo, sem torrões de areia ou 
organismos. Como esse barro é muito fusível, é marcante a vitrificação, o que a torna impermeável. 
Mas vem daí uma deformação acentuada, dando grande número de peças de refugo.
Nos tubos de grês, o vidrado é obtido por dois processos: um deles é a imersão, após a 
primeira cozedura, em um banho d’água com areia silicosa fina com zarcão. No recozimento, essa 
mistura vitrifica-se. O outro processo, mais comum, é lançar no forno, já à grande temperatura, sal 
de cozinha. Ele se volatilizará, formando uma película vidrada de silicato de sódio. A moldagem 
é feita em máquinas semelhantes às usadas para os tijolos (extrusão), com fieiras apropriadas. 
A pasta desce por gravidade até a mesa, onde existe um molde para o bocal, ou o bocal é feito 
posteriormente, com moldes de madeira. Na outra extremidade, devem ter ranhuras para 
aumentar a aderência da argamassa de rejuntamento. As normas (EB-5) classificam dois tipos: A, 
com vidrado interno e externo, e B, com vidrado só interno. Devem ter, no mínimo, três estrias 
circulares, de 3 mm de largura por 2 a 5 mm de profundidade na superfície interna da bolsa e na 
parte externa da ponta lisa.
Devem, também, trazer gravados o nome do fabricante ou a marca de fábrica. Os 
diâmetros variam desde 75 mm (3”) até 600 mm (240”), com comprimentos úteis desde 60 até 
150 cm (o usual é 60 cm). A norma dá tabelas de medidas das bitolas admitidas e respectivos 
comprimentos, tolerâncias etc. Os métodos MB-12, 13, 14 e 210 determinam como devem ser 
feitos os ensaios nesses estudos. Convém registrar que são fabricados também condutos duplos, 
triplos etc., condutos com secção quadrada ou retangular, condutos de alta ou de baixa vitrificacão 
etc. São fabricadas, além das peças retas, peças de conexão e desvio, semelhantes e com a mesma 
nomenclatura das peças de ferro fundido.
As manilhas para as instalações de água devem ter boa impermeabilidade, sendo 
estabelecida pelas normas uma absorção limite de 10% na média, ou 12% individual. Devem, 
também, resistir à pressão de 0,7 kg/cm² durante 2 minutos ou 2,0 kg/cm² instantânea, sem 
transpirar. Além disso, devem suportar uma determinada compressão, que varia de acordo com 
a bitola.
Os ladrilhos de grês cerâmico (litocerâmicos) são ladrilhos que se apresentam com massa 
quase vitrificada (mais compactos que a cerâmica vermelha), feitos com argila de grês, porém, 
sem o alto teor de ferro que têm as manilhas. Como são mais raras as jazidas e o material é de 
qualidade superior, neste tipo de ladrilhos, geralmente se faz esmaltação na face aparente, de 
maneira semelhante às louças. Há inúmeras formas, desenhos e cores.
Os artigos de louça branca são feitos com o pó de louça, ou seja, uma pasta feita com o 
pó de argilas brancas (caulim quase puro), dosadas com exatidão, que darão produtos duros, 
especiais, de granulometria fina e uniforme, com a superfície normalmente vitrificada. Há quatro 
tipos básicos de louça: a calcária (louça de mesa, louça artística), a feldspática (azulejos, cerâmica 
sanitária), a mista e a de talco.63WWW.UNINGA.BR
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A característica básica do caulim para pó de louça deve ser a ausência de ferro, sendo 
que o problema da sua fabricação é o vidrado, que geralmente apresenta coeficiente de dilatação 
diferente do da massa, resultando no trincamento comum. Além disso, não são dotados de 
homogeneidade, com variações de cor e espessura, transmitindo a impressão de ondulações na 
superfície. O tipo de material para vidrado deve variar de acordo com a temperatura em que 
será cozida a peça. O vidrado é aplicado após uma primeira cozedura, seguindo-se, então, o 
recozimento, quando se transforma em vidro.
Os azulejos são placas de louça, de pouca espessura, vidrados em uma das faces, onde 
levam corante. A face posterior e as arestas não são vidradas e possuem saliências para aumentar 
a fixação das argamassas de assentamento e rejuntamento. São classificados (loteados) na fábrica, 
por tamanho e cor, o que não dispensa novo loteamento na obra. A moldagem é feita a seco, 
com cozimento feito na temperatura de 1.250º C. O vidrado é feito com uma pintura, geralmente 
obtida com óxido de chumbo, areia finíssima de grande fusibilidade, calda de argila e, conforme 
o caso, corante. O azulejo comum tem, usualmente, 15 x 15 cm, precisando-se de 45 unidades 
para cobrir 1 metro quadrado. Há uma pequena variação conforme a fábrica. Está-se tornando 
comum também o azulejo de 10 x 10 cm.
Nos aparelhos sanitários, a moldagem é feita pelo sistema de barbotina, com o cozimento 
feito à temperatura de 1.310º C. Nesses aparelhos, o vidrado é obtido pela pintura com esmalte 
de bórax e feldspato ou calcário (há os aparelhos brancos e os coloridos). Também há muitos 
elementos decorativos de composição semelhante à louça sanitária. Citam-se os elementos 
vazados vitrificados, de inúmeros desenhos e cores. Outro tipo é a cerâmica refratária, que 
consiste em um dos ramos mais importantes e estudados das cerâmicas, mas que, aqui, somente 
será lembrado, porque é pouco usado nas construções prediais.
5. O USO DA MADEIRA NA CONSTRUÇÃO (PROPRIEDADES FÍSICAS E 
MECÂNICAS)
As madeiras utilizadas em construção são obtidas a partir do uso de troncos de árvores, 
cuja classificação acontece por meio do aspecto do material, podendo ser dura ou macia. A 
primeira é proveniente de árvores frondosas (com folhas achatadas e largas), com crescimento 
lento, como é o caso da peroba, do ipê, da aroeira, do carvalho etc. Já a segunda é proveniente, em 
geral, das árvores coníferas (com folhas em forma de agulhas ou escamas e sementes agrupadas 
em forma de cones), dotada de crescimento rápido, como o pinheiro-do-paraná, o pinheiro-
bravo ou pinheirinho, os pinheiros europeus e norte-americanos, entre outras. 
As árvores produtoras de madeira destinada ao setor da construção são do tipo exogênico, 
que crescem pela adição de camadas externas, sob a casca. Em sua secção transversal, são 
encontradas as camadas (de fora para dentro) da casca, do alburno (ou branco), o cerne (ou 
durâmem) e a medula. As tipologias usadas nos processos construtivos devem ser retiradas, de 
preferência, do cerne (mais durável), pois o alburno produz madeira imatura, não endurecida, 
mais sujeita à decomposição. Não existe, entretanto, uma relação consistente entre as resistências 
dessas duas partes do tronco nas diversas espécies vegetais. Para a sua correta utilização, é 
necessário conhecer a anisotropia e a umidade da madeira. 
A primeira propriedade está ligada à orientação das células, considerando como suas 
direções principais a longitudinal, a radial e a tangencial. No caso da segunda, é medida pelo peso 
de água, dividido pelo peso de amostra seca na estufa. No Brasil e na Europa, adota-se 15%; nos 
Estados Unidos, 12% como umidade padrão de referência.
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As madeiras utilizadas nas construções podem ser classificadas em madeiras maciças 
(bruta, falqueada e serrada) e industrializadas (laminada colada e compensadas). A madeira 
bruta ou roliça é a madeira empregada em forma de tronco, servindo para estacas, escoramentos, 
postes, colunas etc. As árvores devem ser abatidas, de preferência, na época da seca, quando 
o tronco tem menor teor de umidade. Após o abate, remove-se a casca, deixando-se o tronco 
secar em local arejado e protegido contra o Sol. As madeiras roliças que não passaram por um 
período mais ou menos longo de secagem ficam sujeitas a retrações transversais, que provocam 
rachaduras nas extremidades.
A madeira falqueada é aquela que tem as faces laterais aparadas a machado, formando 
secções maciças, quadradas ou retangulares; é utilizada em estacas, cortinas cravadas, pontes etc. 
No caso da madeira serrada, ela é destinada ao produto estrutural de madeira mais comum entre 
nós. O tronco é cortado nas serrarias, em dimensões padronizadas para o comércio, passando, 
depois, por um período de secagem. As madeiras serradas são vendidas em secções padronizadas, 
com bitolas nominais em polegadas. A Tabela 8 apresenta os principais perfis, obedecendo à 
nomenclatura da ABNT (Padronização PB-5).
Tabela 8 - Dimensões nominais comerciais das madeiras serradas.
Fonte: UFLA (2021).
A madeira laminada colada é o produto estrutural de madeira mais importante nos países 
industrializados. A madeira selecionada é cortada em lâminas de 15 mm (ou mais) de espessura, 
que são coladas sob pressão, formando grandes vigas, em geral, de secção retangular. As lâminas 
podem ser emendadas com cola nas extremidades, formando peças de grande comprimento. No 
caso da madeira compensada, é formada pela colagem de três ou mais lâminas finas, alternando-
se as direções das fibras em ângulo reto. Os compensados podem ter três, cinco ou mais lâminas, 
sempre em número ímpar.
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6. MATERIAIS ALTERNATIVOS NA CONSTRUÇÃO (SOLO-CIMENTO E 
FERRO-CIMENTO)
O solo-cimento é um material alternativo de baixo custo, obtido pela mistura de solo, 
cimento e um pouco de água. No início, essa mistura parece uma “farofa” úmida. Após ser 
compactada, ela endurece e, com o tempo, ganha resistência e durabilidade suficientes para 
diversas aplicações no meio rural. Uma das grandes vantagens do solo-cimento é que o solo, um 
material local, constitui justamente a maior parcela da mistura. São utilizados em tijolos ou blocos 
(produzidos em prensas, dispensando a queima em fornos). Apresentam grande resistência e 
excelente aspecto, parede maciça (compactada no próprio local, em camadas sucessivas, no sentido 
vertical, com o auxílio de formas e guias), pavimentação (compactada no local, com o auxílio 
de formas, mas em uma única camada). Eles constituem placas maciças, totalmente apoiadas 
no chão, e são ensacados (resultam da colocação da “farofa” úmida em sacos, que funcionam 
como formas). Depois, esses sacos são fechados e compactados no local de uso. Trabalhos do 
Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (CEPED), na Bahia, constataram que a granulometria e 
a plasticidade, para solo peneirado em malha de 4,8 mm, devem observar especificações básicas, 
como:
• Teor de areia: 45 a 85%;
• Teor de silte e argila: 20 a 55%;
• Teor de argila: 20%;
• Limite de liquidez:ter procedimento sequencial, como a passagem do solo por uma 
peneira de malha (abertura) de 4 mm a 6 mm (esparrame do solo sobre uma superfície lisa e 
impermeável, formando uma camada de 20 cm a 30 cm). Espalhe o cimento sobre o solo peneirado 
e revolva bem, até que a mistura fique com uma coloração uniforme, sem manchas de solo ou 
de cimento. Misture uma camada de 20 cm a 30 cm de espessura, adicionando água aos poucos 
(de preferência, usando um regador com “chuveiro” ou crivo) sobre a superfície. Misture tudo 
novamente e misture os materiais até que pareçam uma “farofa” úmida, de coloração uniforme, 
próxima da cor do solo utilizado.
No caso do ferro-cimento, é um material constituído de uma argamassa de cimento e 
areia, envolvendo um armado de vergalhões finos e telas. Apresenta como principais vantagens 
a facilidade de moldagem, a utilização de um aramado ao invés da armadura do concreto 
armado e a produção de peças mais finas, feitas artesanalmente e sem o auxílio de formas. Como 
desvantagens, tem-se a exigência de formatos arredondados. No Quadro 1, são apresentados 
alguns procedimentos a serem adotados durante a sua utilização.
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COMPONENTES E ETAPAS CARACTERÍSTICAS
Argamassa
Composição: Cimento, areia e água, com o traço de 1:4:1.
Aplicação: Feita diretamente sobre as telas, sem o uso de 
formas. Nesse caso, é preciso utilizar anteparo, que pode ser 
um pedaço de papelão ou um saco de cimento vazio dobrado 
ao meio. A argamassa dever ser comprimida com força, com 
a colher de pedreiro, contra esse anteparo, para que fique bem 
compactada e sem vazios no seu interior.
Cura: Peça recém-moldada, deve ser mantida úmida durante 
uma semana, malhada durante 2 ou 3 vezes por dia, e as 
superfícies expostas ao tempo devem ser cobertas com lona.
Aramado
Composição: Feita por vergalhões finos, de bitola 3,4 mm ou 
4,2 mm, amarrados com arame recozido nº 98 e duas telas 
de malha hexagonal, sobrepostas de forma desencontrada, 
deixando aberturas de 6 mm, no máximo. Na maioria dos 
casos, usa-se tela de pinteiro, feita com fio de aço nº 22 e 
malhas com aberturas de 12,5 mm (1/2 polegadas).
Montagem do aramado: O aramado do ferro-cimento é 
composto por uma malha de sustentação formada pelos 
vergalhões finos, dispostos nos dois sentidos (horizontal e 
vertical) e firmemente amarrados uns aos outros com arame 
recozido, formando o esqueleto da peça. O espaçamento entre 
os vergalhões pode variar de 5 cm a 15 cm, dependendo de 
sua posição e do tipo de construção. A malha de sustentação 
já tem a forma da peça desejada.
Quadro 1 - Componentes e etapas da utilização do sistema ferro-cimento. Fonte: Os autores.
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O concreto é um material formado por uma matriz de cimento, areia, brita e água. 
A substância apresenta vantagens, como a alta resistência à compressão e o 
desempenho em relação ao calor (quando comparado a outros tipos de materiais 
estruturais). Com o avanço da tecnologia e a necessidade de poluir menos o meio 
ambiente, surgiram pesquisas com o intuito de elevar sua propriedade e a relação 
com a sustentabilidade. Nesse quesito, pesquisas surgiram com o objetivo 
de conceder um destino viável para os resíduos sólidos e promover a melhoria 
da qualidade do material. Esse processo contou com experimentos, como a 
inserção da fibra de coco no processo de preparo. Foram realizados por diversos 
pesquisadores experimentos destinados a medir o desempenho da mistura 
(tração e compressão). Segundo alguns autores, os resultados obtidos mostram 
que o produto não é recomendado para atividades com fins de resistência, mas 
possui significativa contribuição para etapas que não possuem fins estruturais 
(TEIXEIRA NETO et al., 2021).
É possível atingir a sustentabilidade no processo construtivo de uma edificação 
rural? O uso da madeira pode agir de maneira negativa no alcance dessa questão? 
A sustentabilidade no setor da construção civil parte do pressuposto da adoção de 
procedimentos dotados de maior eficiência, com a eliminação dos desperdícios, da 
geração de resíduos e da melhora no tempo de execução da obra. Nesse sentido, 
o uso consciente da madeira, com a opção de espécies certificadas (provindas de 
reflorestamento) e o uso de materiais locais (sem a necessidade de transporte), 
são importantes estratégias pró-sustentabilidade.
Para mais informações a respeito da aplicabilidade da cerâmica 
nos processos construtivos, acesse o artigo Materiais cerâmicos 
na construção civil, de Araújo e Sales (2011), disponível em 
https://abceram.org.br/wp-content/uploads/area_associado/55/
PDF/17-049.pdf.
https://abceram.org.br/wp-content/uploads/area_associado/55/PDF/17-049.pdf
https://abceram.org.br/wp-content/uploads/area_associado/55/PDF/17-049.pdf
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final da Unidade 3. Foram expostos aspectos como o papel dos agregados no 
processo construtivo, a aplicabilidade do concreto nas edificações e o desempenho dos materiais 
cerâmicos e da madeira, além da aplicação de materiais alternativos, como o solo-cimento. 
Ao longo do texto, verificamos que os agregados são materiais granulares, cujas dimensões e 
propriedades são adequadas para uso em obras de engenharia. Utilizados em lastros de vias 
férreas, bases para calçamentos, pistas de rolamento das estradas, revestimento betuminoso e 
como material granuloso e inerte para a confecção de argamassas e concretos. Quando aplicados 
em argamassas e concretos, proporcionam ganhos sob o ponto de vista econômico e técnico. 
Apresentam benefícios, como a retração e o aumento da resistência aos esforços mecânicos 
devido à boa resistência mecânica (superior à da pasta de aglomerante).
Outro assunto abordado diz respeito ao concreto, suas propriedades, transporte, 
tipos, aplicabilidade e o resultado da combinação com o aço. Foram expostos pontos, como 
a trabalhabilidade ofertada pela mistura responsável pela origem do concreto, os fatores de 
resistência e dimensionamento das estruturas oriundas do seu uso. Abordamos as particularidades 
do concreto armado (junção do concreto com o aço).
A unidade trouxe também a discussão a respeito da função dos materiais cerâmicos na 
construção de uma edificação. Foi observado que tais materiais são obtidos a partir do processo 
de moldagem, secagem e cozedura de argilas ou de misturas contendo argilas. Podem ser 
encontrados em elementos como os blocos de fechamento, lajes, pisos, ladrilhos, azulejos, entre 
outros. Sua utilização deve obedecer a parâmetros de dimensionamento, resistência e dilatação. 
A unidade demonstrou ainda as particularidades contidas no uso da madeira em processos 
construtivos. Verificou-se a origem, o tipo e a aplicação desse material no processo construtivo 
de uma edificação. O texto apresentou os cuidados a serem tomados na seleção da madeira na 
confecção dos elementos destinados ao processo de execução das edificações, as recomendações 
técnicas presentes em normas, a menção às principais normas que regem o seu uso.
E, por último, foi comentado a respeito da disponibilidade e aplicação de materiais 
alternativos no processo construtivo, como o solo-cimento e o ferro-cimento. Sendo assim, 
conclui-se que a gama de materiais disponíveis oferece aos profissionais uma diversidade de 
possibilidades na elaboração e execução de projetos de edificações no ambiente rural. No entanto, 
tais alternativas demandam maior conhecimento técnico a respeito do desempenho dos materiais, 
comportamento das estruturas e cuidados adotados na manutenção da edificação.
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SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................................................70
1. AMBIÊNCIA ANIMAL (CONCEITOS E DEFINIÇÕES) ........................................................................................... 71
1.1 CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS PARA A CLIMATIZAÇÃO POR MEIOS NATURAIS (PRIMÁRIOS) ........ 72
1.2 CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS PARA A CLIMATIZAÇÃO POR MEIOS ARTIFICIAIS ............................ 74
1.3 ASPERSÃO DE ÁGUA SOBRE A COBERTURA E SISTEMA DE MATERIAL POROSO ACOPLADO A VENTILADORES 
E TUBOS DE DISTRIBUIÇÃO DE AR .......................................................................................................................... 75
CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................................................... 78
NOÇÕES DE AMBIÊNCIA ANIMAL
PROF. ANTONIO APARECIDO LOPES
PROF. ME. DIEGO VIEIRA RAMOS
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
CONSTRUÇÕES RURAIS
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INTRODUÇÃO
Olá, aluno(a), chegamos à última unidade de nosso material didático. Neste momento, 
falaremos a respeito das estratégias construtivas que podem ser adotadas em uma edificação para 
a garantia do conforto térmico. Assim, o texto apresentará aspectos da edificação que influenciam 
na ambiência animal, como as características construtivas para a garantia da climatização natural, 
os sistemas de climatização artificial e o funcionamento do sistema de aspersão de água sobre a 
cobertura.
A ambiência animal implica as condições que um determinado local exerce sobre o 
comportamento dos animais (conforto térmico ofertado pelas edificações que os abrigam). O 
conforto térmico engloba aspectos, como a interação entre o ambiente construído e o ambiente 
natural por meio de elementos como a umidade do ar e a temperatura. Está condicionado às 
características do solo, ao grau de sombreamento, à precipitação, à altitude local, entre outros. 
São fatores que exigem do profissional responsável pelos projetos das edificações rurais cuidado 
na escolha dos materiais e no posicionamento das aberturas (como portas), pois representam 
estratégias capazes de aumentar ou diminuir a temperatura incidente nessas edificações.
No entanto, quando o projeto não é planejado a partir das condicionantes ambientais, há 
dificuldades em se manter o interior da edificação em níveis adequados para o bem-estar animal. 
Nesses casos, é comum a adoção de estratégias de climatização artificial. No entanto, essa solução, 
apesar de demonstrar desempenho satisfatório, possui caráter pouco sustentável devido ao alto 
consumo energético. Esse sistema conta com elementos como a ventilação forçada (com o objetivo 
de aumentar a dissipação de calor por convecção e evaporação) e a nebulização ou aspersão de 
água junto com a ventilação (reduzir a temperatura interna do ar ambiente, favorecendo as trocas 
sensíveis de calor).
Uma estratégia para reduzir o impacto dessa estratégia é a adoção do sistema de aspersão 
com água (que poderá ser oriunda da captação de águas pluviais). Para que possa obter um 
resultado satisfatório na redução da temperatura e, consequentemente, da carga térmica de 
radiação sobre os animais, a água de aspersão tem de ser distribuída uniformemente sobre a 
cobertura, que deve possuir calhas para recolhimento e reaproveitamento da água, e deve-se 
evitar o umedecimento nos arredores das instalações.
Assim, o objetivo desta unidade é lhe apresentar os procedimentos a serem adotados na 
elaboração de um projeto de edificação rural. Aproveite este momento para se capacitar a atuar 
no mercado de trabalho. 
Bons estudos!
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1. AMBIÊNCIA ANIMAL (CONCEITOS E DEFINIÇÕES)
Ambiência diz respeito à relação bidirecional ambiente-objeto e ao conjunto de fatores 
capazes de tornar um ambiente mais ou menos agradável. Consiste no conjunto de condições e 
influências externas que atuam direta ou indiretamente sobre os animais, sem necessariamente 
o envolvimento de fatores genéticos. Em suma, pode ser entendida como o espaço físico e social 
no qual vive o animal e tudo o que nele se encontra incluso (inclusive o ser humano), ou seja, o 
ambiente em que vive o animal. 
Para fins didáticos, em sistemas de produção animal, a ambiência pode ser dividida em 
térmica, lumínica, acústica e aérea, e todas podem ser consideradas fatores importantes para que 
se atinja o máximo de produtividade que o potencial genético que cada espécie, raça ou animal 
pode expressar. No caso de animais não estabulados, criados ao ar livre, elementos climáticos 
(como temperatura e umidade relativa do ar, radiação solar, nebulosidade, ventos e pluviosidade) 
atuam separados ou simultaneamente no ambiente e, por consequência, nos animais. 
Uma das principais consequências da interação negativa entre animal e ambiente é a 
perda em produtividade devido ao estresse térmico. Entretanto, cabe ressaltar que ambiência não 
se restringe ao conforto térmico e também não é sinônimo de bem-estar animal, apesar de lhe 
estar ligado diretamente. 
A ideia de bem-estar animal é mais antiga que a sua pesquisa como um campo de trabalho 
científico. Hoje, existem diferentes concepções do termo, aplicáveis a todos os tipos de animais, 
dos silvestres aos cativos, passando pelos de companhia e experimentação. Sua importância pode 
ser observada pela preocupação de vários organismos internacionais em definir e incorporar o 
termo às suas agendas de prioridades. Em países mais avançados nesse entendimento, como os 
europeus, o conceito assume conotação, sobretudo, de “bem público”, com intervenções públicas 
normativas e concessão de benefícios sob forma de subsídios. Porém, nesses países, inserir o 
bem-estar animal como fator prioritário é um grande desafio e demanda mudanças que vão além 
de simples modificações nos modelos de sistemas produtivos já existentes. 
Para se entender melhor o conceito, três aspectos básicos devem ser considerados. O bem-
estar é uma característica do animal, e não algo que pode ser fornecido pelo homem. Consiste 
em conceito momentâneo, não estático, e pode variar em uma escala compreendida entre “muito 
ruim” e “muito bom”, podendo ser medido cientificamente.
Hughes (1976), em uma das primeiras tentativas de definir cientificamente o termo bem-
estar, refere-se a um “estado” em que o animal está em harmonia com a natureza ou com o seu 
ambiente. 
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1.1 Características Construtivas para a Climatização por Meios 
Naturais (Primários)
O bem-estar do animal está relacionado também ao seu contato com as edificações locais, 
sendo que, para sua implantação, devem-se evitar terrenos de baixada, dotados de alta umidade, 
baixa movimentação do ar e isolamento térmico no inverno. Assim, a implantação das instalações 
orientadas ao caminhamento solar (principalmente as abertas) é uma estratégia importante para 
garantir o desempenho térmico da edificação. No caso do Brasil, posicionado no Hemisfério Sul, 
as coberturas devem ser dispostas no sentido leste-oeste para que, no período do verão, ocorra a 
menor entrada de raios ultravioleta no interior das instalações.
O telhado é um dos principais fatores que influenciam na carga térmica radiante incidente 
e atua no ambiente interno em decorrência do material de cobertura, reduzindo o fluxo de calor 
no interior. O bom material para cobertura deve apresentar alta refletividade solar, associada à 
baixa emissividade térmica e absortividade. O melhor material que atua reduzindo a carga de 
radiação são as telhas de barro, seguidas das telhas de cimento amianto, pintadas de branco e 
alumínio, respectivamente. É indicado ainda o uso de materiais isolantes e aspersão de água sobre 
o telhado. No primeiro caso, os isolamentos térmicos da cobertura devem ser constituídos por 
materiais de baixa condutividade térmica. O segundopossibilita a redução da temperatura da 
telha e, consequentemente, a carga térmica radiante. O Quadro 1 apresenta outras especificidades 
a serem observadas no projeto das edificações. 
ESTRATÉGIA PROJETUAL CARACTERÍSTICAS
Inclinação do Telhado
Indicam-se valores entre 20 e 30°, visando mudar o coeficiente 
de forma correspondente às trocas de calor por radiação entre o 
animal e o telhado e modificando a altura entre as aberturas de 
entrada e saída de ar (lanternim). 
Forros
Atua como uma segunda barreira física, a qual permite a formação 
de uma camada de ar junto à cobertura, que contribui na redução da 
transferência de calor para o interior da construção. Os lanternins 
podem ajudar na ventilação do forro. 
Beirais
Devem ser projetados de forma a evitar, simultaneamente, a 
penetração de chuvas e raios solares, variando de 1,5 a 2,0 metros.
Lanternim
É uma abertura para saída do ar na cumeeira do telhado. É 
fundamental em galpões de largura igual ou superior a 8 metros. 
Tem função de permitir a saída de ar quente.
Altura da Cobertura
Influencia na ventilação natural e na quantidade de radiação solar 
que pode atingir o interior do galpão. A altura do pé-direito está 
relacionada à largura do galpão. Quanto mais largo, maior deverá 
ser a altura. 
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Oitões
As paredes laterais (oitões) que recebem o Sol frontalmente, de 
nascente e poente, devem ser protegidas pintando-se as paredes 
com cores claras, sombreando-as com vegetação ou beirais ou 
adotando paredes de grande capacidade calorífica. 
Ventilação Natural
Serve para renovar o ar dentro dos galpões, provendo O2 e 
eliminando os gases e odores, possibilitando, também, um certo 
controle da temperatura e umidade dentro das instalações. A 
localização e o tipo de abertura das instalações podem favorecer a 
ventilação natural, assim como o manejo das cortinas e lanternins. 
Nas regiões em que a temperatura se mantém quase sempre acima 
da requerida pelo conforto térmico, deve prevalecer uma ventilação 
baseada na razão térmica, e o projeto das instalações deverá estar 
orientado para essa necessidade de extrair o calor liberado pelos 
animais.
Temperatura de Água 
de Consumo Deve-se evitar que as caixas de água e as tubulações passem muito 
perto do telhado ou fiquem expostas ao Sol. 
Manejo da Cama
Aves e suínos criados sobre cama, com o aumento da densidade 
populacional e da temperatura ambiente, aumentam a quantidade 
de água ingerida e, como consequência, excretam o que pode gerar 
maior produção de calor pela cama por acentuar atividade dos 
microrganismos que são acompanhados da liberação de CO2 e 
formação de amônia. 
Arborização e 
Sombreamento
A arborização ajuda a reduzir e controlar a radiação solar, 
temperatura do ar, umidade relativa e velocidade do vento, em que 
a ação moderadora da vegetação mais se manifesta. Em relação 
à radiação solar, a vegetação tem um comportamento seletivo 
em relação aos comprimentos de ondas. Absorve cerca de 90% 
da radiação visível e 60% da infravermelha. Tem-se, assim, uma 
atenuação da radiação de onda curta, evitando o aquecimento das 
superfícies. Também, a evapotranspiração dos vegetais contribui 
para o rebaixamento da temperatura. Deve-se evitar que as árvores 
dificultem a ventilação natural.
Quadro 1 - Especificidades projetuais voltadas ao bem-estar animal. Fonte: Adaptado de Abreu (2003).
 
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1.2 Características Construtivas para a Climatização por Meios 
Artificiais
A climatização por meios artificiais é mais eficiente, porém, mais cara. Basicamente, é 
realizada por meio de ventilação forçada (com o objetivo de aumentar a dissipação de calor por 
convecção e evaporação) e nebulização ou aspersão de água junto com a ventilação (reduzir 
a temperatura interna do ar ambiente, favorecendo as trocas sensíveis de calor). A ventilação 
forçada (artificial ou mecânica) deve ser usada sempre que os meios naturais não proporcionam 
o índice de renovação de ar ou abaixamento de temperatura necessário. Já a ventilação mecânica 
não depende das condições atmosféricas, possibilita o tratamento do ar por meio da filtração, 
umidificação e secagem. 
O incremento na velocidade do ar tem efeito muito importante na sensação térmica e 
na redução do estresse calórico. O aumento da movimentação do ar sobre a superfície corporal 
facilita a perda de calor para o ambiente por processos convectivos, reduzindo a temperatura 
corporal e a taxa respiratória. Além de reduzir o estresse calórico, a ventilação é importante para 
regular a umidade do ar e eliminar a concentração de gases e poeira. Elevadas taxas de umidade 
diminuem a capacidade de dissipação de calor corporal por meio evaporativo e aumentam a 
viabilidade de agentes infecciosos nas partículas de ar. A falta ou pouca ventilação nas instalações 
pode aumentar a concentração de gases tóxicos produzidos dentro das instalações.
Na ventilação forçada, pode-se fazer uso de ventiladores isoladamente ou associados com 
exaustores. Basicamente, são dois tipos de ventilação forçada usada nas instalações: o sistema de 
pressão positiva e o de pressão negativa. No primeiro caso, o ar é forçado por meio de ventiladores 
de fora para dentro, consequentemente, o gradiente de pressão do ar é de fora para dentro da 
instalação. Pode-se usar o fluxo transversal ou longitudinal do ar. Os ventiladores devem estar 
dispostos no sentido do vento dominante para aumentar a sua eficiência. 
É necessário que estejam posicionados à altura média do pé-direito da construção, onde o 
ar é mais fresco, e com o jato direcionado levemente para baixo, sem incidir diretamente sobre a 
cabeça do animal. No sistema transversal, o ar é forçado para dentro do galpão, saindo pela outra 
lateral, e as cortinas permanecem sempre abertas. No caso de o fluxo por pressão positiva ser 
longitudinal, os ventiladores devem permanecer dispostos longitudinalmente no galpão. Nesse 
caso, o ar entra por uma das extremidades do galpão, sendo puxado para dentro por ventiladores 
que estão dispostos em todo o comprimento do galpão. O ar é forçado a sair pelos ventiladores 
posicionados na outra extremidade do galpão. As cortinas devem permanecer fechadas e vedadas 
para tornar a ventilação tipo túnel eficiente. O controle dos sistemas de ventilação pode ser obtido 
pelo uso de termostatos, umidostatos e cronômetros. 
Já no sistema de ventilação negativa, o ar é forçado por meio de exaustores de dentro 
para fora, criando um vácuo parcial dentro das instalações. Cria-se uma diferença de pressão do 
ar do lado de dentro e do lado de fora, e o ar sai por meio de aberturas. Podem-se usar entradas 
(aberturas) localizadas nas laterais do galpão, e os exaustores nas laterais opostas são projetados 
para ventilação de inverno (renovação do ar e retirada de gases, poeiras e umidade). A entrada de 
ar pode acontecer, ainda, por aberturas reguláveis nas paredes laterais. A pressão é negativa em 
sistemas de ventilação tipo túnel, onde os exaustores estão localizados em uma extremidade do 
galpão, e as entradas de ar, na outra extremidade, de modo que o ar flui ao longo do comprimento 
do galpão em uma velocidade relativamente alta, formando um túnel de vento ao longo de todo 
o comprimento do galpão. É importante que o galpão fique totalmente fechado para que seja 
evitada perda de carga por frestas.
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O resfriamento adiabático evaporativo consiste em mudar o ponto de estado psicrométrico 
do ar para maior umidade e menor temperatura mediante o contato do ar com uma superfície 
úmida ou líquida ou com água aspergida ou pulverizada. O ar a ser resfriado é posto em contato 
com água em temperatura igual à temperatura do bulbo úmido do ar. O calor sensível do ar 
inicial evapora a água, abaixando a temperatura• Permitirem expansão; 
• Serem de baixo custo. 
O princípio que deve nortear qualquer construção, grande ou pequena, é o de fazer uma 
obra praticamente perfeita no menor tempo possível e ao menor custo, aproveitando o máximo 
rendimento das ferramentas e da mão de obra. Para que ocorra a otimização das construções 
rurais, evitando complicações na implantação de estruturas ou na reforma de obras já existentes, 
é possível dividir as construções rurais em três fases bem definidas, sendo elas:
a. Fase preliminar: são os trabalhos iniciais que precedem a construção propriamente dita. 
É nesse momento que se define a finalidade que determinada obra vai atender, escolhe-se 
o local de implantação, organização do canteiro de obras, sondagens do solo e subsolo, 
execução de terraplenagem ou acerto do terreno, locação da obra, elaboram-se o projeto 
e o orçamento da obra.
b. Fase de execução: nesse momento, são estabelecidas as fundações, alicerces e baldrames. 
São produzidas também as obras de concreto armado e concreto simples, levantam-se as 
paredes, instalam-se coberturas e telhados, e são produzidos os pisos.
c. Fase de acabamento: nesta fase, as obras podem diferenciar-se bastante de acordo com 
o tipo de acabamento escolhido. Serão assentados pisos, cerâmicos e azulejos (quando 
necessários). Serão realizadas instalações hidrossanitárias e elétricas. Podem-se aplicar 
pinturas, fazer a limpeza geral.
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1.1 Programa
A evolução nas construções rurais acompanha as próprias mudanças na produção rural. 
A agropecuária, que, antes, tinha características de produção local, tomou características de 
agronegócio, exigindo que fosse criada uma estrutura funcional e de baixo custo para atender, de 
forma eficiente, a essa demanda.
Por outro lado, os pequenos agricultores rurais continuam produzindo alimentos em 
escalas menores, com o objetivo de realizarem o fornecimento para mercados locais. Esse tipo 
de produção exige obras menores, como currais e pequenas represas de água. Evoluíram, então, 
as normas para elaboração dessas obras e os materiais utilizados. Respeitando as legislações 
ambientais (que também evoluíram) e os princípios da economicidade e eficiência, esse tipo de 
obra é fundamental para o desenvolvimento das atividades rurais. Para projetar uma construção 
rural, devem-se levar em conta três fatores básicos:
• Conhecimento aprofundado do mecanismo de serviços que ali serão realizados;
• Lista dos componentes de que a obra irá necessitar;
• Existência de códigos normativos.
Conhecer as reais necessidades que a obra deve atender permite que o sistema seja 
otimizado, favorecendo a produção, armazenamento e comércio dos produtos agrícolas e animais. 
Obras sem planejamento mostram-se ineficientes e pouco úteis para a manutenção da 
atividade rural. Dessa maneira, as construções rurais podem apresentar tanta importância quanto 
a própria produção.
Sendo assim, é de grande importância que as construções rurais sejam devidamente 
planejadas e adequadas às condições e demandas produtivas da propriedade. O entendimento 
é que essas obras são fundamentais para o fluxo produtivo adequado, que deve ser sempre 
considerado nos diferentes sistemas de produções agrícola e animal.
1.2 Escolha do Local
Impõe-se uma série de averiguações a fim de que se possa tirar do local o máximo de 
vantagens. As principais são:
• Se não há impedimento legal para uso do terreno;
• Se a topografia permite implantação econômica da obra;
• Se a natureza do subsolo permite uma construção estável e pouco onerosa;
• Se permite um fluxo eficiente;
• Se oferece boas condições quanto a vias de acesso, direção de ventos, clima, pouco barulho;
• Se há possibilidade de escoamento de águas pluviais, águas servidas e dejetadas.
O ideal para construção é uma terra plana, mas, como existem diversos tipos de relevo, 
deve-se ficar bem atento à estrutura de sustentação da obra. Outro fator de suma importância é 
fazer a estrutura num lugar com baixa umidade, de preferência sendo o solo rochoso ou argiloso. 
Terrenos muito acidentados ou possíveis de inundação devem ser rejeitados em detrimento de 
outros que exijam menor movimento de terra e/ou drenagem e impermeabilizações.
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O terreno ideal é enxuto, firme, com leve inclinação, local calmo, bem arejado e isolado. 
Caso isso não seja possível, o profissional deverá recorrer a alguns artifícios que deixarão a 
obra mais cara. É importante também verificar a posição do Sol, a predominância dos ventos 
em relação ao terreno. Várias benfeitorias (galpão para criação de aves etc.) necessitam de uma 
proteção contra o Sol, ventos ou frio. Essa proteção pode ser feita mediante a localização correta 
das benfeitorias na área, por exemplo:
• Regiões quentes e úmidas: direção adequada leste-oeste: deve-se evitar a insolação 
direta no interior da instalação (quanto maior a latitude, maior o beiral para proteção de 
insolação direta). 
• Nas regiões de temperaturas amenas e umidade elevada: orientação norte-sul: deve-se 
evitar a insolação direta nas primeiras e últimas horas do dia. 
Em alguns casos, como na avicultura, o Sol não é imprescindível e, se possível, o melhor é 
evitá-lo dentro dos aviários. Assim, devem ser construídos com o seu eixo longitudinal orientado 
no sentido leste-oeste (Figura 1). Essa condição é de preferência, pois sabemos que nem sempre 
é possível executar essa orientação devido a uma série de fatores, como: topografia, ventos 
dominantes, outras instalações existentes etc. Nessa posição, nas horas mais quentes do dia, a 
sombra vai incidir embaixo da cobertura, e a carga calorífica recebida pelo aviário será a menor 
possível. 
Por mais que se oriente adequadamente o aviário em relação ao Sol, haverá incidência 
direta de radiação solar em seu interior em algumas horas do dia na face norte. Assim, podem-se 
utilizar alternativas como forma de evitar a incidência do Sol (árvores, beiral etc.).
Figura 1 - Orientação sentido leste-oeste. Fonte: Embrapa (2013).
1.3 Projeto
O processo de projeto contempla duas etapas importantes (além da fase de planejamento): 
a representação e a elaboração dos projetos complementares. O primeiro é responsável por realizar 
a comunicação das ideias propostas. Tal etapa é composta por planta baixa, cortes longitudinais 
e transversais (mínimo de dois cortes para cada pavimento), planta de situação e diagrama de 
cobertura, fachadas (norte, sul, leste e oeste) e o detalhamento de elementos específicos (como 
o revestimento de banheiro). Já a segunda etapa abrange plantas da instalação elétrica, sanitária 
e hidráulica. Na fase de composição do programa, o anteprojeto (estudo), que não passa de 
tentativas ou esboços inicialmente sem escala, busca ordenar os espaços e passar as ideias para o 
papel. Somente após o anteprojeto estar do agrado geral é que se inicia a elaboração do projeto. 
Esses projetos devem ser mantidos em arquivos, entregando-se aos clientes uma cópia deles.
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1.3.1 Etapa descritiva do projeto (memoriais e cálculos)
A etapa de memorial tem início com a elaboração do memorial descritivo, cuja função é 
fornecer para o projetista um espaço para apresentar a justificativa para as soluções propostas para 
o projeto. É composto por texto dissertativo (redação clara, direta e simples), com a demonstração 
da sequência de fases de construção. Dentre as etapas contidas, podem ser mencionados os 
trabalhos preliminares, trabalhos de execução e trabalhos de acabamento.
Outro tipo de memorial é aquele destinado a apresentar o processo de calculo do projeto. 
É destinado a indicar técnicas construtivas adotadas, os materiais empregados em cada item da 
construção e o quantitativo final da obra (custo da obra). No caso do último, observam-sede bulbo seco do ar e sendo convertido em calor 
latente no vapor adicionado. Pode ser alcançado por meio da nebulização associada à ventilação, 
a aspersão de água sobre a cobertura e o sistema de material poroso acoplado ao ventilador e 
tubos de distribuição de ar. 
A nebulização consiste na formação de gotículas extremamente pequenas, que aumentam 
muito a superfície de uma gota d’água exposta ao ar, o que assegura a evaporação mais rápida. É 
um sistema dos mais eficientes em promover o conforto térmico e, consequentemente, melhorar 
o desempenho dos animais. Deve ser usado sempre que a temperatura ultrapassa a do limite 
de conforto e permanecer em funcionamento enquanto a umidade relativa do ar for inferior 
à máxima tolerada (75 a 80%). Esse processo pode ser controlado automaticamente por um 
termostato umidostato. 
A movimentação do ar ocasionada pelos ventiladores acelera a evaporação e evita que 
a pulverização ocorra em um só local. Em sistemas de ventilação negativa, podem-se utilizar 
placas evaporativas (também chamadas de PAD COOLING) nas aberturas para resfriar o ar 
que entra nas instalações. O molhamento das placas evaporativas pode ocorrer por gotejamento 
ou escorrimento. Também o sistema de nebulização interna pode ser usado, mas as placas 
evaporativas são mais eficientes, por proporcionarem maior resfriamento e menor incremento de 
umidade relativa do ar interno das instalações. 
1.3 Aspersão de Água sobre a Cobertura e Sistema de Material Poroso 
Acoplado a Ventiladores e Tubos de Distribuição de Ar
Para que possa obter um resultado satisfatório na redução da temperatura e, 
consequentemente, da carga térmica de radiação sobre os animais, a água de aspersão tem de 
ser distribuída uniformemente sobre a cobertura, que deve possuir calhas para recolhimento 
e reaproveitamento da água, e evitar o umedecimento nos arredores das instalações. Outras 
alternativas são a implantação de um sistema de material poroso acoplado a ventiladores e tubos 
de distribuição de ar. Essa solução é usada em instalações abertas e consiste em forçar a passagem 
do ar por meio de ventilador por material poroso (madeira, celulose, carvão), umedecido por 
gotejador de água.
A proposta adotada nesta etapa é ampliar o seu conhecimento a 
respeito do conceito de ambiência animal e a sua influência para o 
comportamento do animal. Como sugestão, tem-se o vídeo O que 
é Ambiência Animal e Zona de Conforto Térmico?, disponível em 
https://www.youtube.com/watch?v=QwHNeJzonYA.
https://www.youtube.com/watch?v=QwHNeJzonYA
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Para mais informações a respeito das características projetu-
ais adotadas na produção de edificações rurais, acesse o artigo 
Arquitetura em edificações rurais: implantação de um núcleo de 
suinocultura no Município de Ponte Serrada (SC), disponível em 
https://portalperiodicos.unoesc.edu.br/siau/article/downlo-
ad/27915/16407.
A avaliação do conforto térmico e da qualidade do ar nas instalações agrícolas está 
associada à eficiência dos sistemas de controle ambiental, direcionados à saúde 
e ao bem-estar dos animais confinados e dos trabalhadores que desenvolvem 
suas atividades por um período de até 8 h por dia nesses ambientes. Condições 
térmicas acima da zona de conforto podem comprometer o desempenho 
dos animais de produção e contribuem para o desenvolvimento de problemas 
de saúde nos trabalhadores, que demandam atenção e agilidade na execução de 
tarefas, prejudicadas pela falta de concentração e fadiga, decorrentes do calor. O 
uso de abrigos com materiais adequados de cobertura promove a redução de até 
30% da carga térmica radiante quando comparado com situações de exposição 
à radiação solar direta, melhorando, assim, o estado de conforto térmico de seus 
ocupantes. 
A manutenção de sistemas de climatização natural é uma das premissas 
fundamentais para a obtenção de uma instalação eficiente energeticamente 
através de estratégias, como: especificação correta de materiais de construção 
que contribuam para a redução do ganho térmico e manutenção do conforto 
interno; utilização de sistemas passivos de climatização e iluminação natural dos 
ambientes internos; entre outros. Outra alternativa passível de ser utilizada para 
adequação dos elementos meteorológicos no interior de instalações agrícolas 
é a utilização do telhado verde. Esse tipo de telhado ajuda na diminuição da 
temperatura no interior da instalação, pois reduz a amplitude térmica, promovendo 
melhores confortos térmico e acústico para o ambiente interno (CARNEIRO et al., 
2015).
https://portalperiodicos.unoesc.edu.br/siau/article/download/27915/16407
https://portalperiodicos.unoesc.edu.br/siau/article/download/27915/16407
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Você sabe como funciona o processo de resfriamento a partir da ventilação 
natural? Ao movimentar o ar em um ambiente, as trocas térmicas são facilitadas, 
evitando a condensação superficial e a melhoria da sensação de conforto. 
Ao circular, o ar interno é trocado pelo externo, o que retira o excesso de calor 
produzido e a umidade do ar interno. Essa renovação mantém o ambiente livre 
de impurezas e odores indesejáveis. Os ventiladores são geradores de fluxo, que 
trabalham no estado gasoso e provocam a diferença de pressão necessária para 
forçar a circular do ar. Para trabalharem com um maior rendimento, eles devem 
ser devidamente instalados e receberem manutenção apropriada. Devem ainda 
ser dimensionados de acordo com necessidades do ambiente (BRAGA, 2007).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final da Unidade 4, em que foram verificados pontos ligados à ambiência 
animal e as influências das estratégias construtivas no desempenho térmico das edificações. O 
texto teve, como primeiro tópico, as características da ambiência animal, tendo-se constatado 
a presença de questões térmicas, lumínicas, acústicas e aéreas. São fatores essenciais para que 
se atinja o máximo de produtividade que o potencial genético que cada espécie, raça ou animal 
pode expressar. Nessa relação, foi debatida a influência das características construtivas de uma 
edificação em relação ao desempenho térmico. Falou-se dos sistemas de climatização natural e 
artificial. Ao considerar a climatização natural, considera-se o posicionamento das aberturas e o 
desempenho dos materiais empregados nas construções. Já os sistemas artificiais consideram 
procedimentos como as modalidades de ventilação, a troca de ar e a relação com a temperatura 
ambiente.
Assim, constatou-se que a qualidade da ambiência animal está ligada também ao 
desempenho térmico das edificações que estão em contato direto ou indireto com os animais de 
determinada propriedade. O que exige do profissional responsável pelo projeto e pela execução 
de projetos rurais domínio técnico dos sistemas de climatização, estratégias projetuais e qualidade 
dos materiais.
Expusemos, ainda, parâmetros básicos que devem ser considerados para a construção de 
edificações adequadas para atender às necessidades do meio rural (as atividades inerentes ao dia 
a dia das propriedades).
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ENSINO A DISTÂNCIA
REFERÊNCIAS
ABDI - Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial. Manual da Construção 
Industrializada. Brasília: ABDI, 2015. v. 1. Disponível em: http://www.abramat.org.br/datafiles/
publicacoes/manual-construcao.pdf. Acesso em: 28 out. 2021.
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR 6118: Projeto de estruturas 
de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2014. Disponível em: https://docente.ifrn.
edu.br/valtencirgomes/disciplinas/construcao-de-edificios/abnt-6118-projeto-de-estruturas-de-
concreto-procedimento. Acesso em: 28 out. 2021.
ABREU, P. G. Instalações. In: EMBRAPA. 2003. Disponível em: http://www.cnpsa.embrapa.br/
SP/aves/Inclina.html.Acesso em: 29 out. 2021.
AZEVEDO, F. F. et al. Agregados miúdos: A Importância dos Agregados Miúdos no Controle 
Tecnológico do Concreto. Revista Conexão Eletrônica, v. 14, n. 1, 2017.
BRAGA, L. C. Estudo de aspectos de eficiência energética de edificações com uma abordagem 
de automação predial. 2007. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) - Universidade 
Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, 2007.
CAMACHO, J. S. Introdução ao estudo do concreto armado. Ilha Solteira: Faculdade de 
Engenharia Civil de Ilha Solteira, Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho, 2008.
CANEJO, L. F. Cobertura das Instalações. In: Silo.Tips. 2017. Disponível em: https://silo.tips/
download/cobertura-das-instalaoes. Acesso em: 28 out. 2021.
CARNEIRO, T. A. et al. Condicionamento térmico primário de instalações rurais por meio de 
diferentes tipos de cobertura. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 19, n. 
11, 2015.
CREA - Conselho Regional de Engenharia e Agronomia. Manual orientativo de 
fiscalização câmara especializada de agronomia. Curitiba: CREA-PR, 2013. Disponível em: 
http://www.crea-pr.org.br/ws/wp-content/uploads/2016/12/manual-fiscalizacao-CEA-v2013.
pdf. Acesso em: 27 out. 2021.
EMBRAPA - Empresa Brasileira de Agropecuária. Suínos e Aves (Sistema de Produção). 
2013. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/viewer.
html?pdfurl=http%3A%2F%2Fwww.cnpsa.embrapa.br%2FSP%2Fsuinos5%2FSistema_de_
producao_familia.pdf&clen=7012310&chunk=true. Acesso em: 27 out. 2021.
PALVA FILHO, J. C. et al. Diagnóstico do uso da madeira como material de construção no 
município de Mossoró-RN/Brasil. Revista Matéria, v. 23, n. 3, 2018.
PORTAL CONCRETO. Argamassa. 2021. Disponível em: https://www.portaldoconcreto.com.
br. Acesso em: 28 out. 2021.
https://docente.ifrn.edu.br/valtencirgomes/disciplinas/construcao-de-edificios/abnt-6118-projeto-de-estruturas-de-concreto-procedimento.
https://docente.ifrn.edu.br/valtencirgomes/disciplinas/construcao-de-edificios/abnt-6118-projeto-de-estruturas-de-concreto-procedimento.
https://docente.ifrn.edu.br/valtencirgomes/disciplinas/construcao-de-edificios/abnt-6118-projeto-de-estruturas-de-concreto-procedimento.
http://www.cnpsa.embrapa.br/SP/aves/Inclina.html.
http://www.cnpsa.embrapa.br/SP/aves/Inclina.html.
http://www.crea-pr.org.br/ws/wp-content/uploads/2016/12/manual-fiscalizacao-CEA-v2013.pdf.
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ENSINO A DISTÂNCIA
REFERÊNCIAS
SOUZA, J. L. M. Manual de construções rurais. 3. ed. Curitiba: UFPR, 1997. Disponível em: 
http://www.moretti.agrarias.ufpr.br/publicacoes/man_1997_construcoes_rurais.pdf. Acesso em: 
27 out. 2021.
Tabelas de Composição de Preços para Orçamento (TPC14). São Paulo: Pini, 2012.
TEIXEIRA NETO, A. G. et al. Fabricação do concreto com adição de fibra de coco. Revista 
Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, v. 7, n. 1, 2021.
UFLA - Universidade Federal de Lavras. Materiais Cerâmicos. 2021. Disponível em: http://www.
engmateriais.deg.ufla.br/index.php/materiais_ceramicos/. Acesso em: 28 out. 2021.
http://www.moretti.agrarias.ufpr.br/publicacoes/man_1997_construcoes_rurais.pdf.
http://www.engmateriais.deg.ufla.br/index.php/materiais_ceramicos/.
http://www.engmateriais.deg.ufla.br/index.php/materiais_ceramicos/.duas 
práticas frequentes: na primeira, os construtores fazem uma estimativa baseada em sua prática 
(orçamento sumário), cujo método obedece à lógica da área de construção multiplicada por um 
custo arbitrário para mão de obra ou mesmo para o custo global da construção (orçamento não 
informal). Já o orçamento detalhado (formal) é um processo minucioso em que se avaliam os 
materiais, a mão de obra, as leis sociais, as despesas de projetos e aprovação e os serviços de 
escritório (administração e margem de lucro). 
Exige bastante prática, visão e atenção na hora de sua realização e, mesmo assim, estará 
ainda sujeito a erros. A quantificação dos materiais para o orçamento pode ser muitas vezes obtida 
por meio de expressões matemáticas ou com o auxílio de manuais que trazem uma listagem 
de tabelas de composições e quantificações de serviços na construção. Os manuais com tabelas 
para composição de serviços e custos são geralmente simplificados, sendo práticos e fáceis de 
consultar. 
As Tabelas de Composição de Preços para Orçamento (TCPO21) da PINI, por exemplo, 
trazem com detalhes os materiais e serviços necessários para cada etapa e/ou atividades 
construtivas, como serviços preliminares, infraestrutura, superestrutura, vedação, esquadrias 
de madeira, esquadrias metálicas, cobertura, instalações hidráulicas e elétricas, forros, 
impermeabilização e isolamento térmico, revestimentos de forros e paredes, pisos internos, 
vidros, pinturas, serviços complementares e custo horário de equipamentos. As Tabelas de 1 a 8 
apresentam alguns exemplos de elementos retirados da TPC, contendo apenas os principais itens 
utilizados nas construções rurais.
Tabela 1 - Elementos utilizados para orçamentação de construções rurais.
Fonte: Tabelas de Composição de Preços para Orçamento (TPC14) (2012).
Tabela 2 - Elementos utilizados para orçamentação de construções rurais.
Fonte: Tabelas de Composição de Preços para Orçamento (TPC14) (2012).
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Tabela 3 - Elementos utilizados para orçamentação de construções rurais.
Fonte: Tabelas de Composição de Preços para Orçamento (TPC14) (2012).
 
Tabela 4 - Elementos utilizados para orçamentação de construções rurais.
Fonte: Tabelas de Composição de Preços para Orçamento (TPC14) (2012).
Tabela 5 - Elementos utilizados para orçamentação de construções rurais.
Fonte: Tabelas de Composição de Preços para Orçamento (TPC14) (2012).
Tabela 6 – Elementos utilizados para orçamentação de construções rurais.
Fonte: Tabelas de Composição de Preços para Orçamento (TPC14) (2012).
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Tabela 7 - Elementos utilizados para orçamentação de construções rurais.
Fonte: Tabelas de Composição de Preços para Orçamento (TPC14) (2012).
Tabela 8 - Elementos utilizados para orçamentação de construções rurais.
Fonte: Tabelas de Composição de Preços para Orçamento (TPC14) (2012).
Para mais informações sobre orçamentação de obras rurais, é interessante 
consultar a própria Tabela de Composição de Preços para Orçamento (TPC14), 
da PINI. 
Quer entender melhor como é executada a construção de um curral? 
O Curso de construção de Curral, realizado pelo SENAR, mostra todo 
o processo de execução desta construção. Assista a ele em
https://globoplay.globo.com/v/3613433/.
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O Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Paraná 
(CREA-PR) estabeleceu e aprovou, em plenário de sua sessão ordinária Nº 722, de 
07/11/1995, os parâmetros para fiscalização profissional em obras de agronomia. 
As considerações realizadas foram: 
• As obras que se enquadrem nos parâmetros fixados na Tabela 
de parâmetros, deverão apresentar responsável(is) técnico(s) 
habilitado(s) para tal, que deverá proceder Anotação de 
Responsabilidade Técnica;
• As atividades que não constam na Tabela de parâmetros, mas 
que fazem parte das atribuições dos profissionais ligados à 
área da modalidade da Agronomia também deverão apresentar 
responsável(is) técnico(s) e proceder ART. Tal como vem sendo 
feito hoje;
• A elaboração e fiscalização dos projetos agropecuários vinculados 
aos Programas Oficiais de Crédito Rural se enquadrarão, da 
mesma forma, dentro da Tabela ou das atribuições, uma vez que 
para o CREA o mais importante é a responsabilidade sobre a obra 
e não a forma como se conseguiram os recursos (CREA, 1995).
O Quadro 1 apresenta os parâmetros para fiscalização profissional em obras de 
agronomia.
Obras de agronomia Parâmetros para projetos
Industrias Agro-Florestais Acima de 60 m2
Moradias Rurais Acima de 70 m2
Instalação para Suínos/Aves e Outros animais
Acima de 100 m2
Silos Trincheira (Forrageiro) Acima de 200 m3
Armazéns, Galpões e Similares Acima de 100 m2
Esterqueiras Acima de 50 m3
Sistema Viário para fins agrícolas Acima de 2 km
Geração de Energia através de Força hidráulica, 
Eólica Acima de 10 kVA (B.T.)
Barragens de Terra Qualquer altura
Biodigestores (por câmara individual de digestão)
Acima de 10 m3
Eletrificação Rural Baixa tensão infra-propriedade
Drenagem para fins Agropecuários Acima de 2 ha
Drenagem para fins Florestais Acima de 2 ha
Irrigação Acima de 1 ha
Sistematização de Várzeas Acima de 1 ha
Parques e Jardins Acima de 1000 m2
Desmatamento e Destoca Qualquer área
Conservação de Solos Qualquer área
Florestamento, Reflorestamento Acima de 12 ha
Exploração Florestal Qualquer área
Produção de Sementes e Mudas Qualquer área
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Exploração Agrícola
 - Culturas Temporárias
 - Culturas Permanentes
 - Cultura de Olerícolas
 - Cultura de Frutícolas
Acima de 50 ha
Acima de 30 ha
Acima de 1 ha
Acima de 1 ha
Exploração Pecuária
 - Avicultura de Corte
 - Avicultura de Postura
 - Bovinocultura e Bubalinocultura de leite
 - Suinocultura de corte
60.000 Aves/Ano
Acima de 2.000 poedeiras
Acima de 30 matrizes
 
 Acima de 50 matrizes ou 300
 cabeças em terminação
Bovinocultura e Bubalinocultura de corte:
 - Extensiva
 - Confinado Acima de 400 matrizes
Acima de 100 cabeças 
Ovinocultura Acima de 400 cabeças
Quadro 1 - Parâmetros para fiscalização profissional em obras de agronomia. Fonte: CREA (2013).
Na execução de construções rurais, deve-se buscar otimizar a utilização de 
recursos, atendendo às necessidades em proporções adequadas para as quais 
essas obras foram projetadas, buscando resultados que apresentem o mínimo de 
defeitos possível, em curto período de tempo, ao menor custo.
Então, responda: qual o material estrutural mais vantajoso para ser utilizado numa 
construção rural: o aço, o concreto ou a madeira? 
A resposta a essa pergunta é complexa e não é a mesma para cada situação. 
Isso porque o contexto em que se está inserido para a concepção estrutural 
da edificação influencia bastante na decisão, envolvendo aspectos como o 
planejamento estratégico da empresa, aceitação social e disponibilidade de 
material e mão de obra. Outro aspecto a se considerar são as características do 
projeto, que podem tornar mais viável determinada solução estrutural ao invés de 
outra.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, investigamos os conceitos básicos de engenharia aplicados às construções 
e instalações rurais, entendendo algumas das etapas para elaborar e executar projetos ou 
assessorar outros profissionais na definição de parâmetros técnicos adequados. Tais etapas nos 
ajudaram a compreender certas propriedades de técnicas, que nos serão relevantes nas próximas 
unidades, bem como as vantagens e desvantagens. Finalmente, compreendemos como devem ser 
consideradas em conjunto as ações atuantes nas edificações, que serãoum importante parâmetro 
para a execução de construções e instalações rurais, que discutiremos nas próximas unidades.
Este conhecimento é fundamental para a formação profissional do engenheiro agrônomo 
visto que ele é um dos principais profissionais responsáveis por esse processo. Contudo, vale 
ressaltar que o presente material abordou o assunto de forma básica, sem a intenção de esgotar 
as discussões sobre o tema. Caso se interesse pelo assunto, é recomendado que você busque mais 
informações a respeito, atentando-se às leis e normas vigentes durante o período de sua atuação 
profissional.
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SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................. 16
1. ASPECTOS NORMATIVOS ...................................................................................................................................... 17
2. FUNDAÇÕES ........................................................................................................................................................... 17
2.1 TIPOS DE FUNDAÇÕES ......................................................................................................................................... 18
2.1.1 CÁLCULO DAS FUNDAÇÕES (BLOCOS DE CONCRETO SIMPLES E SAPATA ISOLADA DE BASE QUADRADA, 
SUPORTANDO CARGA CENTRADA) .......................................................................................................................... 21
2.2 AS PAREDES E SEUS ELEMENTOS .................................................................................................................... 24
2.2.1 O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DAS PAREDES DE TIJOLOS (VERGAS, DIMENSIONAMENTO E 
EXECUÇÃO) ................................................................................................................................................................. 24
2.3 PILARES (TIJOLOS E CONCRETO ARMADO) ..................................................................................................... 26
CARACTERIZAÇÃO E DIMENSIONAMENTO 
SIMPLIFICADO DAS PARTES DE UMA 
EDIFICAÇÃO
PROF. ANTONIO APARECIDO LOPES
PROF. ME. DIEGO VIEIRA RAMOS
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
CONSTRUÇÕES RURAIS
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
2.4 VIGAS ..................................................................................................................................................................... 31
2.5 LAJES ..................................................................................................................................................................... 34
2.6 COBERTURA DAS INSTALAÇÕES (ELEMENTOS DA ESTRUTURA) ................................................................. 37
2.6.1 TIPOS DE TELHADOS E SEU DIMENSIONAMENTO ....................................................................................... 41
2.6.2 PROCEDIMENTOS PARA DIMENSIONAMENTO DOS TELHADOS (RESOLUÇÃO DA FORMA E 
INCLINAÇÃO) .............................................................................................................................................................. 43
2.6.3 AS CARGAS ATUANTES NA ESTRUTURA DO TELHADO E OS PROCEDIMENTOS DE ARMAZENAMENTO DE 
MATERIAIS .................................................................................................................................................................. 45
CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................................................... 48
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INTRODUÇÃO
Aluno(a), projetar uma estrutura significa estudar a associação de seus elementos e 
prepará-los para suportar os diferentes esforços a que estarão submetidos. Em construção, os 
elementos estruturais são: fundação, blocos, sapatas, paredes, pilares, vigas, lajes etc. Conforme 
a norma NBR 6118, o projeto estrutural pode ser conferido por um profissional habilitado, 
de responsabilidade do contratante. A conferência ou avaliação da conformidade do projeto 
deve ser realizada antes da fase de construção e, de preferência, simultaneamente ao projeto, 
como condição essencial para que os resultados da conferência se tornem efetivos e possam ser 
aproveitados. 
No projeto, visando à durabilidade das estruturas, devem ser considerados, ao menos, 
os mecanismos de envelhecimento e deterioração da estrutura, relativos ao concreto, ao aço e à 
própria estrutura. Para suportar as cargas verticais transmitidas a um plano horizontal, emprega-
se como material o concreto armado e executa-se uma placa desse material monolítico, a qual 
tem a denominação de laje. 
Como as lajes não devem ter espessura superior a um limite imposto pela prática, os seus 
vãos devem ser também limitados e, por isso, colocam-se peças de maior altura, em geral dispostas 
em duas direções perpendiculares, que vão servir de apoio às lajes e se denominam vigas. Então, 
as lajes repousam em um conjunto de vigas que formam a estrutura de cada pavimento. As vigas 
principais recebem as cargas transmitidas pelas lajes vizinhas, e as que são transmitidas pelas 
vigas secundárias se apoiam nos pilares ou paredes. 
Os pilares e as paredes transmitem as cargas recebidas para a fundação (direta ou indireta), 
que, finalmente, por sua vez, descarrega as cargas recebidas para o solo. 
Tendo em vista a formação do engenheiro agrônomo, verifica-se que esse profissional 
reúne condições para desenvolver as atividades do projeto estrutural e da execução para as 
edificações frequentemente encontradas no meio rural. 
Nesse contexto, a segunda unidade da nossa disciplina visa apresentar a você, aluno(a), 
informações essenciais para a compreensão, caracterização e dimensionamento simplificado 
das partes de uma edificação, que o ajudarão na definição de parâmetros técnicos adequados. 
É importante ressaltar que, nesta unidade, discutiremos alguns tópicos que são baseados em 
normativas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que sofrem alterações 
periódicas. Portanto, ao utilizar tais conceitos em suas atividades profissionais posteriormente, 
verifique as mudanças ocorridas nas referidas normativas. 
Boa leitura!
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1. ASPECTOS NORMATIVOS
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) possui uma normativa específica 
para abordar o dimensionamento dos sistemas estruturais em aço para edificações. Trata-se da 
NBR 6118:2014 – Projeto de estruturas de concreto – Procedimento (ABNT, 2014). Naturalmente, 
esse será o instrumento normativo que utilizaremos como referência para nossas discussões nos 
próximos tópicos. Contudo, vale ressaltar que existem aspectos da referida normativa que não se 
constituem como parte do escopo desta disciplina. 
2. FUNDAÇÕES
Fundações são elementos estruturais destinados a transmitirem ao solo as cargas da 
estrutura. Devem ter resistência adequada para suportar as tensões causadas pelos esforços 
solicitantes. É necessário conhecer todas as cargas que serão exigidas das fundações. Após as 
sondagens preliminares do terreno e do cálculo das cargas exigidas pela edificação, é possível 
determinar os melhores tipos de fundações a serem adotados. Com esses dados, passa-se à 
escolha do tipo de fundação a partir do entendimento de que as cargas da estrutura devem ser 
transmitidas às camadas de terrenos capazes de suportá-las sem ruptura. As deformações das 
camadas de solo devem ser compatíveis com as da estrutura. A execução das fundações não deve 
causar danos às estruturas vizinhas, e a escolha do tipo de fundação deve se atentar também ao 
aspecto econômico.
Além da normativa anterior, a fim de aprofundamento nos estudos relacionados a 
essa temática, recomenda-se a leitura do livro a seguir,considerado por diversos 
pesquisadores como sendo uma das principais referências literárias no tema do 
dimensionamento de estruturas de concreto:
BOTELHO, M. H. C.; MARCHETTI, O. Concreto Armado Eu Te Amo: dimensionamento 
prático. 10. ed. São Paulo: Blucher, 2019. v. 1/2.
Quando se observa uma grande construção rural, percebe-se toda a estrutura para 
que uma atividade rural seja desenvolvida. Muitas vezes, o que se observa são os 
materiais de acabamento e capacidade de atendimento da construção. Mas e se 
as fundações forem mal dimensionadas? O que é mais importante: o que você 
enxerga ou as fundações, que estão inseridas no solo?
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2.1 Tipos de Fundações
As fundações são classificadas em diretas ou rasas e indiretas ou profundas. As fundações 
diretas são as que transmitem a carga recebida pela estrutura diretamente ao solo. São valas 
relativamente rasas, que podem chegar ao máximo de 3.0 m de profundidade, podendo ser 
constituídas por viga de fundação, blocos, alicerces, sapatas e radiers. São responsáveis por 
receberem a distribuição de carga exercida pelos pilares da construção de forma pontual, 
distribuindo-a de forma que o solo seja capaz de suportá-la.
A viga de fundação, também conhecida como “viga baldrame”, é normalmente utilizada 
como fundações rasas, onde cargas são pequenas. É construída em uma vala pouco profunda, 
capaz de suportar as cargas de uma construção, transferindo-as para o solo. Sua execução passa 
pelo processo de enchimento das caixas e uso de brocas. Na Figura 1, verifica-se a representação 
esquemática de uma viga baldrame.
Figura 1 – Esquema de uma viga baldrame de alvenaria. Fonte: Souza (1997).
Vamos acompanhar e aprender um pouco mais sobre viga baldrame 
e ver uma concretagem totalmente prática, econômica e limpa? 
Assista ao vídeo disponível em 
https://www.youtube.com/watch?v=O3P5dQMAMkQ.
https://www.youtube.com/watch?v=O3P5dQMAMkQ
https://www.youtube.com/watch?v=O3P5dQMAMkQ
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O processo de enchimento das caixas é formado pelo interior dos baldrames. Deve-se 
aterrar, usando terra livre de matéria orgânica apiloada em camadas de 15 a 20 cm. No caso do 
uso de brocas, sua aplicação se justifica pela necessidade de não aprofundar as fundações diretas 
contínuas além de 0,60 m. Pode-se usar o artifício de alcançar leito de maior resistência com o 
auxílio de “brocas”. Elas são furos feitos com um trado de diâmetro de 20 cm, munido de tubo 
galvanizado 1”, de comprimento variável, por meio de luvas de união. As brocas são feitas a cada 
0,50 m até que fique “pesado” para aprofundar mais a broca. Enche-se de concreto ciclópico. As 
cabeças são cobertas com sapata armada.
Figura 2 - Esquema de utilização de “brocas”. Fonte: Souza (1997).
 Ainda no quesito fundações diretas, pode ser mencionada a modalidade 
descontínua, cuja utilização acontece quando a profundidade do leito resistente for superior a 1,5 
m e inferior a 5,0 m. Nesse caso, torna-se antieconômico fazerem-se valas contínuas, adotando-se 
sapatas, pilares e cintas. São indicadas para obras com mais de 1,5 m do nível do solo e, em caso 
específico de obras com cargas de telhado, lajes e alvenarias, possuem carregamento em vigas e 
estas aos pilares. É constituída por sapata em concreto armado ou ciclópico, toco de pilar em 
concreto armado ou esteio de madeira e viga baldrame, unindo os tocos de pilar. Na Figura 3, 
expõe-se essa tipologia.
Figura 3 - Fundações diretas descontínuas. Fonte: Souza (1997).
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Nessa tipologia de fundação, são utilizados pilares e sapatas (não obrigatoriamente) de 
secção quadrada, cujas dimensões serão compatíveis com as cargas e resistência do terreno.
As fundações indiretas têm sua utilização condicionada à presença de leito resistente em 
profundidade superior a 5,0 m. Geralmente, são empregadas em obras civis, em edificações com 
altura maior que 2 pavimentos. Sua execução exige mão de obra especializada e está condicionada, 
na maior parte das vezes, à realização de sondagens. Sob as alvenarias, são executadas ou 
cravadas estacas de madeira ou concreto à distância longitudinal de 0,8 a 1,5 m e transversal de, 
aproximadamente, 0,7 a 1,0 m, correspondendo cada estaca a 1 m² de fundação. Suas cabeças 
são ligadas por um maciço de viga de concreto armado (viga baldrame ou por uma sapata). No 
Quadro 1, são demonstradas as características das fundações indiretas.
Anteriormente, vimos aspectos gerais do processo de execução de valas em 
terrenos nivelados, mas ainda existem detalhes a serem considerados em análises 
mais aprofundadas. É o caso, por exemplo, de quando encontramos terrenos 
inclinados. Nesse caso, as valas devem ser abertas como exemplificado na Figura 
2. 
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FUNDAÇÕES INDIRETAS
TIPOS CARACTERÍSTICAS
Estacas de madeira
●	 Comprimento de até 8,0 m, cuja extremidade deverá conter anel 
e ponteira de aço.
●	 Possui diâmetro 0,20 + 0,02. H (H - altura em metros cravada 
com o bate-estacas).
Concreto
●	 Comprimento de até 14 m e seção de 25 x 25 a 40 x 40 cm. Na 
sua extremidade, é dispensável o uso da ponteira de aço.
●	 O comprimento da estaca é sempre superior ao necessário, 
quebrando-se a parte excedente e dobrando-se a ferragem para 
amarração com viga ou bloco.
Estacas moldadas 
no solo
●	 Possui cravação de invólucros especiais e concretagem, com 
recuperação dos invólucros (ex.: simples, straus e franki).
Tubulões
●	 Pode ser das modalidades a céu aberto ou pneumáticos.
●	 Sua execução é realizada por meio da concretagem de um poço 
aberto no terreno ou com a escavação interna de um tubo de 
concreto de aço (posteriormente, cheio de concreto simples ou 
armado). 
●	 O tipo mais elementar é o que resulta da abertura de um poço 
manualmente e a céu aberto (concretado a seguir). É indicado 
para	solos	coesivos	(firmes	acima	do	nível	d’água).
●	 Para terrenos, não se usa um esquema de “camisa” metálica, 
responsável por revesti-lo. Posteriormente, é realizada a 
concretagem.
●	 São contraindicadas em locais onde o lençol freático é raso ou o 
terreno é arenoso (devido ao risco de desabamento).
●	 Quando situado no lençol freático, deve-se optar pela modalidade 
pneumática (utiliza-se uma campânula de ar comprimido para 
garantir a segurança dentro do “buraco” durante o processo de 
escavação).
Estacas 
pré-moldadas
●	 Cavadas estaticamente.
●	 Cavadas dinamicamente: concreto, aço, madeira.
Quadro 1 - Fundações indiretas e suas características. Fonte: Os autores.
2.1.1 Cálculo das fundações (blocos de concreto simples e sapata isolada de base 
quadrada, suportando carga centrada)
O bloco é um elemento de fundação dimensionado para que as tensões de tração nele 
produzidas possam ser resistidas pelo concreto, sem a necessidade de armação. Pode ter as faces 
verticais, inclinadas ou escalonadas e apresentar planta de secção quadrada ou retangular. Os 
blocos de concreto simples são usados para carregamentos não superiores a 50 toneladas e para 
solos cujas taxas admissíveis não sejam inferiores a 2 kg/cm². A Figura 4 ilustra o exemplo de sua 
tipologia. 
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Figura 4 - Blocos de concreto simples. Fonte: Souza (1997).
O dimensionamento dos blocos de fundação é essencial para garantir o perfeito 
funcionamento das estruturas de concreto empregadas na execução do projeto de uma edificação. 
Seu dimensionamento é obtido a partir do cálculo demonstrado nas equações 01 e 02.
Equação 01: Cálculo da área de apoio do bloco.
Em que:
S = área de apoio do bloco (m2);
P = carga transmitida pela estrutura (kg);
s adm = tensão admissível do solo (kg/m2).
Equação 02: Cálculoda altura do bloco.
Em que:
h = altura do bloco (m);
L = largura do bloco (m);
a = menor largura do pilar (m).
Para o caso de blocos que suportam carregamento linear, de maiores proporções, é 
necessário verificar o comportamento do bloco quanto aos esforços de tração transversal, através 
da expressão indicada pela teoria Mörsch, conforme demonstrado na equação 03.
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Equação 03: Cálculo da tração transversal.
Em que:
Z = tensão (kg);
P = carga transmitida pela estrutura (kg);
L = largura do bloco (m);
a = menor largura do pilar (m);
h = altura do bloco (m).
A sapata isolada é conhecida por não ter associação com nenhuma outra sapata, cujo 
dimensionamento acontece a partir dos esforços contidos em um só pilar. Na Figura 5, é 
demonstrado um exemplo de sapata isolada de base suportando a carga centrada.
Figura 5 - Sapata isolada de base quadrada. Fonte: Souza (1997).
O dimensionamento desse tipo de fundação é realizado a partir das cargas incidentes na 
estrutura e por meio do cálculo de área de apoio, conforme demonstrado na equação 04.
Equação 04: Cálculo da área de apoio da sapata.
Em que:
S = área de apoio do bloco (m2);
P = carga transmitida pela estrutura (kg);
s adm = tensão admissível do solo (kg/m2);
L = largura da sapata (m).
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2.2 As Paredes e Seus Elementos
A parede é um dos elementos mais representativos do processo construtivo, cuja alvenaria 
representa o sistema de vedação mais popular no setor da construção civil brasileira. Ela pode ser 
formada por pedras ou blocos, naturais ou artificiais, ligadas entre si por juntas ou interposição 
de argamassa, formando um conjunto rígido e coeso. Sua colocação (ou dimensão das paredes 
de tijolos) pode ser classificada como cutelo, de meio tijolo e de um tijolo. As paredes de 1/4 de 
tijolo ou cutelo são tijolos assentados segundo a espessura e comprimento (maior). Não oferecem 
grande estabilidade e são empregadas para fechar pequenos vãos (como divisões e fundo de 
armários embutidos, box de banheiro).
Nas paredes de 1/2 tijolo, os tijolos são assentados segundo a maior face, de modo que 
a largura corresponda à espessura da parede. São utilizadas para vedação, divisões internas e 
servem para suporte (quando o comprimento for menor que 4 m). Para comprimento maior que 
4 m, usar pilar de reforço. Já nas paredes de 1 tijolo, os tijolos são colocados de forma que o seu 
comprimento (maior dimensão) seja a espessura da parede. São utilizadas em paredes externas 
por serem impermeáveis, possuírem maior resistência e capacidade para suportar cargas.
2.2.1 O processo de construção das paredes de tijolos (vergas, dimensionamento e 
execução)
Os vãos das portas e janelas devem ser protegidos por vergas na parte superior, com o 
objetivo de evitar deformações da esquadria e trincas no peitoril e nos cantos. As vergas, por 
sua vez, consistem em uma espécie de reforço, construído com material resistente à flexão e ao 
cisalhamento, em que o dimensionamento deve ultrapassar 0,30 m de cada lado do vão. Além 
das vergas, o dimensionamento das paredes está relacionado também à tensão admissível e à 
qualidade dos tijolos e da argamassa empregados em sua construção. 
Não se deve esquecer que as paredes de tijolo são construídas geralmente nas espessuras 
de 15, 25, 35, 45 cm etc. e, portanto, se, do cálculo, resultar um número intermédio entre dois 
desses valores, deve-se tomar o maior. Na Tabela 1, é apresentada a tensão admissível, em kg/
cm2, a que resistem algumas paredes de tijolos.
Tabela 1 - Tensão admissível para paredes de tijolo.
 Fonte: Souza (1997).
Assim, o dimensionamento da parede de tijolos é obtido a partir da seguinte equação:
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Equação 05: Cálculo da espessura da parede.
Em que:
E = espessura da parede (cm);
q = carga transmitida pela estrutura por metro linear (kg/m);
s adm parede = tensão admissível da parede (kg/cm2).
O processo de construção de uma parede de tijolos, além do dimensionamento (etapa de 
projeto), exige do profissional responsável pela sua execução cuidados, como:
 
• Molhar o tijolo para que ele não absorva a água da argamassa, conferência do nível na 
fase de ereção;
• Utilizar tijolos ocos sem qualquer inconveniente em paredes de carga sempre que se faça 
uma utilização total de tijolo no andar de que se trate;
• Alternar, em um mesmo andar, o tijolo maciço com o oco para evitar diferenças de 
assentamento no caso de alvenaria aparente (sem revestimento);
• Fazer com que o paramento aparente constitua um plano vertical liso (as irregularidades 
dos tijolos irão refletir na face a ser revestida);
• Garantir que o serviço seja iniciado pelos cantos principais, o que facilita o alinhamento 
da parede, pois se estica uma linha entre os cantos já levantados, fiada por fiada. As 
juntas dos tijolos devem ser desencontradas, possibilitando amarração e uma alvenaria 
resistente;
• Atingindo-se a altura de 1,5 m, deve-se prever a construção dos andaimes;
• Os vãos para portas e janelas são deixados na alvenaria;
• Sobre esses vãos, colocar vergas de concreto armado;
• Utilizar argamassas para assentamento, respeitando os traços para o cimento: areia (1:8) 
e cal-areia (1:4);
• O respaldo das alvenarias deve ser arrematado com uma cinta, evitando “aberturas” nos 
cantos.
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2.3 Pilares (Tijolos e Concreto Armado)
Os pilares são elementos estruturais verticais, esbeltos (altura maior que largura) e 
responsáveis por suportarem cargas verticais e vigas mestras. Resistentes, trabalham à compressão 
(em alguns casos, à tração), cujo dimensionamento é realizado para resistir aos deslocamentos 
das cargas. Devem ser evitadas situações em que o quociente ou relação altura/espessura são 
elevados, pois há o risco de flexão lateral (movimento denominado flambagem ou encurvadura). 
Sendo assim, o cálculo de dimensionamento varia de acordo com o tipo de material empregado 
em sua construção.
No caso de pilares de tijolo, determinar a secção é fundamental para compreender as 
cargas a serem suportadas (valor que se divide pela tensão admissível para encontrar a secção). Na 
prática, esse cálculo complica-se de certo modo por terem de intervir os coeficientes de redução 
de sobrecarga no caso de o pilar suportar a carga de mais de três andares (existe a possibilidade 
de flexão devido à existência de cargas descentradas). Também há de se levar em conta que essa 
tipologia construtiva conta com peças quadradas ou retangulares e que a forma dos seus lados 
é múltipla da largura do tijolo (ou seja, de 10 cm, a exemplo do que acontece com as paredes 
realizadas com esse mesmo material). 
No processo de dimensionamento da estrutura, é fundamental considerar o grau 
de esbeltez das peças. Este é um conceito designado a determinar a relação existente entre o 
comprimento de flambagem (considerado, para efeito prático, igual à altura do pilar) e o menor 
raio de giração. Se representarmos o comprimento de flambagem por “LFL” e a largura por “b”, 
o grau de esbeltez de um pilar quadrado ou retangular será dado pela equação 06. Nela, são 
apresentadas as tensões admissíveis para os pilares construídos com tijolo. São considerados o 
grau de esbeltez, o tipo das peças e da argamassa utilizada.
Equação 06: Fórmula do grau de esbeltez.
Como o raio de giração (i) do quadrado e do retângulo é igual a:
Substituindo o raio de giração na expressão da esbeltez, temos:
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O valor da esbeltez é adimensional e, para o dimensionamento de pilares de tijolo, não se 
admite valor maior do que 40. Na Tabela 2, demonstram-se valores de referência para a diferentecomposição dos materiais.
Tabela 2 - Tensão admissível para pilares de tijolo (Kg/cm2).
Fonte: Souza (1997).
A partir da consideração dos valores de referência para determinar o grau de esbeltez dos 
pilares, o cálculo da seção do pilar deve obedecer aos parâmetros propostos na equação 07. 
Equação 07: Cálculo da secção do pilar de tijolo.
Em que:
S pilar = área da secção transversal do pilar (cm2);
P = carga transmitida pela estrutura ao pilar (kg);
σ adm pilar = tensão admissível do pilar de tijolo (kg/cm2)
Os pilares de concreto armado são compostos por uma armadura longitudinal (de 
resistência), destinada a resistir aos esforços de compressão, e uma armadura transversal, voltada 
aos esforços de cisalhamento (mantém armadura longitudinal em sua projeção). A armadura 
também é comprimida, o que permite diminuir a seção de concreto. No entanto, quando disposta 
de maneira transversal, é constituída pelos estribos que envolvem os ferros da armadura, sendo 
amarrados a ele com um arame recozido. Na Figura 6, é ilustrada sua disposição no interior da 
peça.
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Figura 6 - Disposição das armaduras no interior do pilar de concreto armado. Fonte: Souza (1997).
O dimensionamento dos pilares em concreto armado deve levar em consideração, para 
determinar a geometria da peça (deve ser considerado o índice de esbeltez), o índice de esbeltez, 
o comprimento equivalente e o raio de giração. O índice de esbeltez é um parâmetro que busca 
avaliar o quão suscetível a barra comprimida é em relação ao efeito de flambagem. Esse índice 
consiste em uma medida mecânica, que permite determinar a facilidade que um determinado 
pilar tem de se encurvar. O índice de esbeltez depende, principalmente, do comprimento do 
pilar e da seção transversal. Isso porque a ANBT NBR 6118:2014 define índice de esbeltez como 
a razão entre o comprimento de flambagem e o raio de giração do pilar (conforme demonstrado 
na equação 07).
Equação 07: Fórmula de cálculo do índice de esbeltez dos pilares.
Em que:
λ = índice de esbeltez;
le = comprimento equivalente ou comprimento de flambagem;
i = raio de giração da peça em metros.
O comprimento equivalente de um pilar, ou também chamado de comprimento de 
flambagem, depende exclusivamente da distância entre os pontos em que o pilar esteja travado, 
seja por lajes ou vigas. A distância é dada pelos tipos de apoio presentes no pilar. A ABNT NBR 
6118:2014, tratando da análise de elementos estruturais isolados, especifica que, em casos nos quais 
o pilar é engastado na base e livre no topo, o valor de le é igual a duas vezes o seu comprimento e, 
nos demais casos, deve-se calcular obedecendo à seguinte relação (conforme equação 08).
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Equação 08: Fórmula para determinar o comprimento equivalente.
Em que:
l0 = distância entre as faces internas dos elementos estruturais, supostos horizontais, que 
vinculam o pilar;
h = altura da seção transversal do pilar, medida no plano da estrutura em estudo;
l = distância entre os eixos dos elementos estruturais aos quais o pilar está vinculado.
O raio de giração dos pilares é definido pela relação entre o momento de inércia do pilar 
e a área da seção transversal (conforme equação 09).
Equação 09: Fórmula de cálculo para determinar o raio de giração.
Em que:
i = raio de giração;
I = momento de inércia da seção transversal;
A = área da seção transversal.
Considerando um pilar retangular, com dimensões b e h, o valor do momento de inércia 
é obtido pela seguinte expressão (conforme Figura 7).
Figura 7 - Obtendo o momento de inércia. Fonte: ABNT (2014).
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Os pilares de uma edificação podem ser classificados de acordo com o índice de esbeltez, 
de acordo com os parâmetros demonstrados na Tabela 3.
Tabela 3 - Classificação dos tipos de pilares a partir do seu índice de esbeltez.
Fonte: ABNT (2014).
Para determinar o dimensionamento do pilar em concreto armado, é essencial que seja 
preestabelecido um roteiro com os procedimentos a serem seguidos ao desenvolver os cálculos 
necessários. Entre as etapas contidas nesse processo, está o cálculo da secção teórica e o cálculo 
da secção das armaduras, conforme as equações 10, 11 e 12.
Equação 10: Cálculo da secção de concreto teórica necessária.
Em que:
Ac1 = seção de concreto teoricamente necessária (cm2);
Pd = P. 1,4 = carga, multiplicada pelo coeficiente de segurança (kg);
fcd = fck/1,4 = resistência de cálculo do concreto (kg/cm2);
l s = porcentagem de ferro que a armadura longitudinal pode ter na secção transversal do 
pilar (0,8 a 6%);
f ‘yd = resistência de cálculo do aço na armadura comprimida (kg/cm2).
Para a realização do cálculo da secção de concreto teórica (Ac1), é adotada a secção de 
concreto (Ac) em duas situações possíveis. Na primeira, a secção de concreto adotada (Ac) é 
menor ou igual à secção de concreto teórica (Ac1), ou seja, Ac ≤ Ac1. Nesse caso, a secção da 
armadura a ser obtida supera a armadura mínima 0,008 x Ac1; por isso, calcula-se a secção da 
armadura (As) pela expressão (conforme equação 11).
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Equação 11: Cálculo de secção da armadura.
Em que:
AS = secção da armadura (cm2);
Pd = P . 1,4 = carga, multiplicada pelo coeficiente de segurança (kg);
fcd = fck/1,4 = resistência de cálculo do concreto (kg/cm2);
Ac = secção de concreto adotada (cm2);
f ‘yd = resistência de cálculo do aço na armadura comprimida (kg/cm2).
Na segunda situação, a secção de concreto adotada (Ac) é maior que a secção de concreto 
teórica (Ac1), ou seja, Ac > Ac1. Nesse caso, a secção da armadura utilizada deverá ser a mínima 
regulamentada. Para obter essa armadura, basta usar a expressão (equação 12).
Equação 12: Cálculo de obtenção da armadura.
Em que:
AS = seção da armadura (cm2);
Ac1 = seção de concreto teoricamente necessária (cm2).
2.4 Vigas
De acordo com a NBR 6118 (ABNT, 2014), vigas são “[...] elementos lineares em que a 
flexão é preponderante”, em que o comprimento longitudinal supera a secção transversal, sendo 
representados como barras. Apesar de o momento fletor ser a solicitação preponderante ou mais 
importante, em geral, nas vigas existe a ação conjunta do momento fletor e do esforço cortante. 
Seu pré-dimensionamento é realizado a partir da concepção estrutural elaborada pelo engenheiro, 
tendo como base o projeto arquitetônico. De modo geral, a largura da viga é definida em função 
da espessura das paredes acabadas (conforme NBR 6118, item 13.2.2, em que a largura mínima 
das vigas é igual a 12 cm), respeitando-se um mínimo absoluto de 10 cm em casos excepcionais. 
Já a altura das vigas depende de alguns fatores (resistência do concreto e deslocamento 
vertical, também conhecido como flecha), no entanto, uma maneira prática de efetuar o pré-
dimensionamento da altura é observar os vãos a serem vencidos pelas peças e determinar 10% 
do valor total (ou seja, altura será igual a 10% do vão). Em casos de vigas em balanço, a secção da 
peça será o equivalente a 20% do valor total do vão vencido. Cabe mencionar que, ao dimensionar 
as vigas, devem ser considerados valores (preferencialmente) múltiplos de 5, com altura mínima 
de 25 cm. 
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Para facilitar o cimbramento, procuram-se padronizar as medidas das peças, com o objetivo de 
tornar o projeto mais econômico (não é recomendável adotar mais de 5 alturas diferentes em um 
mesmo projeto). 
Ao final da verificação do estado limite último (E.L.U), os trechos mais carregados e, 
principalmente, os maiores vãos devem ser verificados para o estado limite de serviço (E.L.S), 
principalmente em relação à deformação excessiva (flecha). No Quadro 2, são demonstradosos 
diferentes tipos de cargas a que podem ser submetidas as peças que trabalham à flexão.
Quadro 2 - Tipos de cargas a que podem estar submetidas as vigas. Fonte: ABNT (2014).
Consideradas as diferentes formas em que podem apresentar-se as cargas, em uma 
peça submetida à flexão (vigas), é necessário classificá-las a partir da compatibilização com as 
características de cada tipo de apoio (conforme demonstrado no Quadro 3).
Quadro 3 - Tipos de vigas e a maneira como se apoiam. Fonte: ABNT (2014).
O dimensionamento da secção da viga e a determinação do tipo de apoio a ser considerado 
perpassam pela compreensão do comportamento das forças atuantes sobre a estrutura. Essas 
forças são determinadas por um comportamento denominado momento. O momento de uma 
força em relação a um ponto é o produto dessa força pela distância ao ponto considerado. A 
distância é medida sobre a reta que passa pelo ponto e é perpendicular à força. Na equação 13, é 
demonstrada a fórmula para a realização do cálculo.
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Equação 13: Fórmula momento.
Em que:
M = momento de uma força (kgf . m);
F = carga aplicada (kgf);
d = distância (m).
Um momento fletor é, na realidade, um momento estático que recebe o nome de fletor 
quando se aplica a uma peça de construção (viga, viga mestra, laje etc.), sempre que, pelas 
condições da sua situação e cargas, produz uma flexão na viga (dobra-se). Na equação 14, é 
demonstrada a fórmula empregada para calcular o momento fletor.
Equação 14: Fórmula de cálculo momento fletor.
Em que:
MFL = Momento fletor (kg. cm);
W = Momento Resistente (cm3);
sadm = Tensão admissível do material considerado (kg/cm2).
As vigas biapoiadas são peças que possuem somente dois pontos de apoio, responsáveis 
pela sustentação da própria viga e dos demais elementos que estejam apoiados sobre ela. Seu 
dimensionamento acontece a partir do cálculo dos esforços, dados pelas fórmulas para encontrar 
o momento fletor em conformidade com a forma de apoio das vigas e as cargas que sobre elas 
atuam e cálculo das reações de apoio, que irá depender do tipo de carga que está apoiada sobre a 
viga e de como está disposta essa carga sobre a mesma (conforme consta na Figura 8).
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Figura 8 - Momentos fletores máximos de vigas apoiadas e reações de apoio. Fonte: ABNT (2014).
2.5 Lajes
Para suportar as cargas verticais transmitidas a um plano horizontal, comumente se 
emprega como material o concreto armado associado a um outro elemento, com a finalidade de 
diminuir o custo e o peso. A execução de placas com esses materiais, adequadamente dispostas 
sobre vigas ou paredes, tem a denominação de laje. Elas não devem ter espessura superior a um 
limite imposto pela prática (vãos devem ser limitados e, por isso, colocam-se peças de maior 
altura), que, em geral, são dispostas em duas direções perpendiculares, que vão servir de apoio 
às lajes. As vigas repousam em um conjunto de vigas e formam a estrutura de cada pavimento. 
Para transmitir as cargas de um pavimento ou mais ao solo, dispõe-se de apoios verticais (paredes 
estruturais ou os pilares).
As lajes podem ser classificadas como maciças ou pré-fabricadas, sendo que as primeiras 
consistem em uma estrutura maciça, formada por concreto armado. Contêm armações de ferro 
em seu interior, que podem, de acordo com os vãos, ser armadas em formato de cruz ou em 
apenas uma direção. Na equação 15, é demonstrada a verificação do tipo de armação.
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Equação 15: Equação de verificação do tipo de armação.
A Figura 9 exemplifica os aspectos a serem considerados no processo de posicionamento 
das armaduras na execução da laje.
Figura 9 - Lajes armadas em cruz e em apenas uma direção. Fonte: Souza (1997).
A primeira operação do cálculo de uma laje é a determinação da carga que atua em cada 
metro quadrado, a qual se compõe de parcelas de carga acidental (q’) e carga permanente (q). 
No caso da carga permanente, considera-se o peso próprio da laje (qPP), peso do pavimento e 
revestimento (qPR) e peso das paredes (qP). Assim, as lajes armadas em uma direção irão gerar 
momentos de lajes isoladas e lajes contínuas. Na Figura 10, são exemplificados os momentos em 
lajes contínuas.
Figura 10 - Distribuição dos momentos em lajes contínuas. Fonte: Souza (1997).
Em casos de lajes armadas em formato de cruz, o cálculo de secção do aço deve considerar 
a verificação da altura da laje, o cálculo de secção de ferro e a secção dos ferros (AS):
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Equação 16: Momentos nas lajes armadas em cruz.
Em que:
AS = secção de ferro (cm2);
M = momento (kgm);
ao = coeficiente ao tabelado (adimensional);
d = altura útil da laje é h - 1 (cm).
As lajes pré-fabricadas são elementos estruturais produzidos por meio de processos 
industriais, cuja função é distribuir os esforços aos demais componentes da estrutura. Sua 
execução pode contar com vigotas e lajotas. As vigotas são peças estruturais em concreto armado, 
dimensionadas em função de cargas e vãos. São responsáveis pela estabilidade da laje. Já as lajotas 
são em cerâmica (ou concreto) furada, tendo como finalidade dar maior leveza ao conjunto. A 
solidez da armação é assegurada pelos aços de amarração e pelo capeamento das peças.
No processo de execução, é necessário observar a disposição das vigotas, que devem ser 
colocadas no sentido indicado pelo projeto estrutural ou pelos “croquis” ou desenho do fabricante. 
Nesse caso, a tendência normal é que sejam dispostas no sentido do menor vão. Na Figura 11, é 
exemplificada a disposição das vigotas dentro de um cômodo.
Figura 11 - Disposição das vigotas dentro de um cômodo. Fonte: Souza (1997).
Além do posicionamento das vigotas, é importante se atentar para o correto escoramento 
das lajes. Ele deve ser feito no sentido transversal aos palitos, por meio de tábuas em espelho 
fixadas em escoras (ex.: eucalipto, bambu etc.). A distância entre as tábuas em espelho (apoio 
dos palitos) deve ser de, no máximo, 1,6 metros, com escoras bem encunhadas e apoiadas em 
terreno firme (preferencialmente, no lastro impermeabilizante já concretado). Devem-se levar 
em consideração, ainda, os valores de contraflechas indicadas pelo fabricante e o nivelamento 
dos apoios. Para a correta cura, recomenda-se que os escoramentos sejam retirados antes de 
10 dias do lançamento da laje (tempo mínimo). Na Figura 12, é demonstrado um exemplo do 
procedimento de escoramento das vigotas.
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Figura 12 - Corte de uma laje pré-fabricada, ainda com escoras. Fonte: Souza (1997).
É necessário também, durante o processo de execução, tomar alguns cuidados, tais como:
• Posicionamento das lajotas: atenção no posicionamento de lajotas furadas para pontos 
de luz;
• Colocar tábuas: para andar em cima da laje;
• Arames de amarração: devem ser colocados no sentido transversal dos palitos (sobre 
eles), numa distância máxima de 50 cm;
• Colocação dos palitos: os palitos de lajes diferentes, que apoiam uma mesma parede de 
meio-tijolo, devem ser colocados de forma alternada;
• Verificação: das instalações embutidas elétricas e hidráulicas;
• Molhar bem a laje antes do capeamento;
• Execução do capeamento: deve ser de concreto no traço 1: 2 ½:3 ou 1:3:3 / cimento, areia 
grossa e brita zero, na espessura de 2 a 3 cm sobre os palitos;
• Cura: deve ser feita durante, pelo menos, 4 dias;
• O revestimento do teto: deve ser feito somente após o término do telhado.
2.6 Cobertura das Instalações (Elementos da Estrutura)
A cobertura consiste na parte superior da edificação, responsável por proteger o interior 
da edificação contra as intempéries externas. É constituída poruma parte resistente (laje, 
estrutura de madeira, estrutura metálica etc.) e por um conjunto de telhas com função de vedação 
(telhado), podendo apresentar ainda um forro e uma isolação térmica. Exerce ainda influência 
sobre questões de conforto térmico, com a formação de um colchão de ar entre o forro e a telha, 
possibilitando o controle da temperatura interna. Sua estrutura é constituída por tesouras, 
pontaletes ou por vigas (estrutura primária), responsáveis por garantir a sustentação do peso 
próprio. Há também ripas, caibros e terças, destinadas a promover o encaixe das telhas (estrutura 
secundária).
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A tesoura consiste em um tipo de treliça que pode ser formada por madeira ou elemento 
metálico, dotada de barras ligadas pelas extremidades, responsável por compor um conjunto 
rígido e suportar as cargas incidentes na cobertura. Os pontos de união das barras (denominados 
de nó da treliça) são admitidos rotulados (embora a ligação tenha alguma rigidez). Dentre os 
tipos mais comuns de treliças, podem ser mencionadas as formas planas.
As treliças denominadas isostáticas são aquelas cujos esforços nas barras podem ser 
determinados pelas três equações de equilíbrio da Estática. São classificadas como simples e 
compostas. As primeiras são dotadas de três barras ligadas em formato de triângulo e duas novas 
barras que se encontram em cada novo nó rotulado. No segundo caso, existe a ligação de duas ou 
mais treliças simples por meio de rótulas ou barras birrotuladas. Na Figura 13, são demonstrados 
os tipos de treliças planas, empregadas na construção dos telhados.
Figura 13 - Treliças planas isostáticas simples. Fonte: Canejo (2017).
As tesouras simples do tipo Howe são as mais empregadas nas instalações rurais, compostas 
por elementos em madeira ou metal e constituídas de barras que recebem designações próprias. 
Apresentam como componentes o banzo superior (perna, asna ou empena), banzo inferior (linha, 
tirante ou tensor), montante principal (pendural), suspensório (montante), diagonal (mão-
francesa), escora e ferragens. Para estruturas metálicas e de madeira onde são assentadas telhas 
do tipo onduladas, a estrutura secundária resume-se basicamente a terças, frechais e pontaletes. 
Na Figura 14, é ilustrado cada um dos componentes de uma treliça.
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Figura 14 - Estrutura principal de uma tesoura do tipo Howe. Fonte: Canejo (2017).
Os elementos secundários das estruturas de telhado possuem como características 
principais:
• Ripas: Peças de madeira pregadas sobre os caibros, atuando como apoio das telhas 
cerâmicas;
• Caibro: Peças de madeira, apoiadas sobre as terças, atuando como suporte das ripas;
• Terças: Peças de madeira ou metálicas, apoiadas sobre tesouras, pontaletes ou ainda sobre 
paredes, funcionando como sustentação dos caibros (caso das telhas cerâmicas) ou telhas 
onduladas (fibra de vidro, cimento-amianto, zinco, alumínio);
• Frechal: Viga de madeira ou metálica, colocada no topo das paredes com a função de 
distribuir as cargas concentradas provenientes de tesouras, vigas principais ou outras 
peças da estrutura. É comum, também, chamar de frechal a terça da extremidade inferior 
do telhado;
• Terça cumeeira: Terça da parte mais alta do telhado;
• Pontaletes: Peças dispostas verticalmente, constituindo pilares curtos sobre os quais se 
apoiam as vigas principais ou as terças;
• Chapuz: Calço de madeira, geralmente de forma triangular, que serve de apoio lateral 
para a terça;
• Contraventamento: Peça disposta de forma inclinada, ligando as tesouras, com a 
finalidade de travar a estrutura. Essa disposição aumenta a estabilidade das tesouras, pois, 
com o seu intermédio, há uma maior resistência à ação lateral do vento.
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Na Figura 15, é ilustrado o posicionamento de cada um dos elementos secundários 
mencionados.
Figura 15 - Estrutura secundária de uma cobertura. Fonte: Canejo (2017).
 
Outro ponto importante a ser considerado na montagem das treliças é o desempenho dos 
pontaletes e dos contraventamentos, conforme exemplificado na Figura 16.
Figura 16 - Pontaletes e contraventamento suportando uma cumeeira. Fonte: Canejo (2017).
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2.6.1 Tipos de telhados e seu dimensionamento
O telhado é a parte da cobertura constituída pelas telhas e peças complementares. Suas 
partes são denominadas água (superfície plana inclinada de um telhado), beiral (projeção para 
fora do alinhamento da parede), cumeeira (aresta delimitada pelo encontro entre duas águas, 
posicionada na parte mais alta do telhado), espigão (aresta inclinada, delimitada pelo encontro 
entre duas águas que formam um ângulo saliente), rincão (aresta inclinada, delimitada pelo 
encontro entre suas águas que formam um ângulo reentrante, conhecido como água furtada), 
rufo (peça complementar de arremate entre o telhado e uma parede), fiada (sequência de telhas 
na direção de sua largura), peças complementares (calhas, condutores e demais, destinadas a 
promover a ventilação e/ou iluminação) e tacaniça (água de um telhado em forma de triângulo, 
composta por dois espigões). Na Figura 17, são ilustrados os elementos mencionados.
Figura 17 - Partes componentes de um telhado. Fonte: Canejo (2017).
O telhado pode assumir formas diversas, condicionadas à organização dos ambientes no 
projeto da edificação. Pode assumir geometrias elementares, que, quando combinadas, resultam 
em tipologias complexas (ou até mesmo especiais para uma determinada atividade específica). 
No caso das formas elementares, pode ser mencionado o telhado de uma água (ou meia-água), 
de duas águas, de três águas, de quatro águas e complexas. O telhado de uma água é a forma mais 
simples, constituído por uma única água, dispensando a presença de cumeeira, espigão e rincão. 
O telhado de duas águas possui dois planos inclinados, que se encontram para formar a cumeeira. 
O telhado de três águas possui dois planos inclinados principais e um outro plano em forma de 
triângulo, que recebe o nome de tacaniça. Nesse caso, além da cumeeira, o telhado apresenta dois 
espigões. No caso do telhado de quatro águas, teremos duas águas mestras e duas tacaniças. Na 
Figura 18, é demonstrado o exemplo dessa tipologia.
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Figura 18 - Telhado de quatro águas. Fonte: Canejo (2017).
 
Existem ainda as formas complexas, resultantes de uma combinação de diferentes 
tipologias, resultando em uma outra forma única.
Além de formas complexas, pode ser verificada a existência de telhados dotados de forma 
especial, cujo objetivo é a melhoria do aspecto estético, da iluminação interna, do aproveitamento 
dos espaços internos, das condições do conforto térmico, entre outros. Como exemplos dessas 
tipologias, podem ser mencionadas Lanternim, Mansada, Shed e cobertura cônica. A Lanternim 
é recomendada para galpões destinados à criação de animais, pois possibilita melhor renovação 
do ar e melhores condições térmicas internas. No entanto, seu custo tem dificultado a difusão 
desse modelo. A Mansarda consiste em uma tipologia comum na América do Norte, cuja forma 
permite a criação de um vão destinado à armazenagem de feno.
A tipologia Shed (dente de serra, comum em fábricas de grande ponte) possibilita 
a melhoria das condições de conforto ambiental uma vez que suas aberturas são destinadas a 
potencializar a entrada de iluminação e ventilação naturais. Na Figura 19, é demonstrado um 
exemplo de edificação com o uso de tipologia Shed.
Figura19: Telhado do tipo Shed. Fonte: Canejo (2017).
Outra forma comum é a cobertura cônica (chapéu chinês). Utilizada em diferentes 
tipologias construtivas, adota

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