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VICTÓRIA DAVID BRITO 3° PERÍODO 
SONS CARDÍACOS ALTERADOS 
A primeira bulha (B1) marca o início da sístole ventricular, sendo, portanto, relacionada ao fechamento das valvas 
atrioventriculares (mitral e tricúspide). Já a segunda bulha (B2) marca o início da diástole, quando ocorre o fechamento das valvas 
semilunares (aórtica e pulmonar) e a abertura das valvas atrioventriculares (mitral e tricúspide). 
Existem, basicamente, dois tipos de valvopatias: as estenoses (quando a valva não se abre adequadamente) e as insuficiências 
(quando a valva não se fecha adequadamente). Na sístole, esperamos que as valvas aórtica e pulmonar estejam abertas e as 
valvas mitral e tricúspide, fechadas. Na diástole, esperamos que as valvas aórtica e pulmonar estejam fechadas e as valvas mitral 
e tricúspide, abertas. 
 
 
ESTENOSE AÓRTICA 
A mais comum em idosos. A tríade clássica de sintomas da estenose aórtica grave é composta por precordialgia, síncope e 
dispneia. O exame físico dessa valvopatia refletirá as consequências de uma valva que limita a quantidade de sangue ejetado pelo 
coração, 
Achados: Sopro sistólico rude, ejetivo, em crescendo-decrescendo (diamante), que reduz com manobra de handgrip (apertar o 
dedo com a mão) e Valsalva, panprecordial, mais audível em foco aórtico, com irradiação para pescoço ou fúrcula. 
Diagnóstico: o eletrocardiograma deve evidenciar uma sobrecarga do ventrículo esquerdo e a radiografia de tórax pode ser 
normal; ecocardiograma. 
Tratamento: tratamento intervencionista(a cirurgia de troca valvar, em que se faz a substituição da valva nativa por uma prótese; o 
implante de prótese transcateter (TAVI), quando a valva é implantada de forma percutânea; e a valvoplastia por balão, em que 
apenas é feito um balonamento da valva estenótica). 
INSUFICIÊNCIA AÓRTICA 
Na insuficiência, o defeito é que a valva não se fecha totalmente durante a diástole e, dessa forma, ocorre uma regurgitação de 
sangue para dentro do ventrículo esquerdo proveniente da aorta. A maioria dos pacientes é assintomática. Quando os sintomas 
surgem, são de insuficiência cardíaca, principalmente dispneia. O maior marcador dessa valvopatia é a sobrecarga de volume do 
ventrículo esquerdo. Um dos achados mais marcantes dessa condição é a pressão arterial divergente, também chamada de 
pressão de pulso aumentada, ou seja, grande diferença entre a pressão sistólica e a diastólica. 
Achados: Sopro protodiastólico, aspirativo, em decrescendo, mais audível no 2o EIC esquerdo com o paciente inclinado para 
frente; Sopro sistólico ejetivo por hiperfluxo. 
Diagnóstico: Encontramos ao ECG, sobrecarga de átrio e ventrículo esquerdo e, à radiografia de tórax, aumento da área cardíaca. 
Ao ECO, graduaremos a insuficiência aórtica pela fração regurgitante e pelo orifício regurgitante. 
Tratamento: indicação cirúrgica se houver dispneia, paciente for assintomático, mas com disfunção ventricular. 
 
 
ESTENOSE MITRAL 
No Brasil, quase sempre tem origem reumática. nessa valvopatia, o fluxo de sangue proveniente do átrio esquerdo tem dificuldade 
de atingir o ventrículo esquerdo durante a diástole. Sendo assim, o átrio fica MUITO sobrecarregado, enquanto o ventrículo fica 
protegido. Portanto, ocorre uma sobrecarga atrial esquerda isolada, manifestando sintomas como dispneia, ortopneia e dispneia 
paroxística noturna, rouquidão e disfagia sendo que, arritmias (principalmente fibrilação atrial), esforço físico, estresse emocional, 
anemia, febre, hipertireoidismo e gestação são causas comuns de agravamento da estenose mitral. 
VICTÓRIA DAVID BRITO 3° PERÍODO 
Achados: B1 hiperfonética, Estalido de abertura da mitral (etiologia reumática), Sopro diastólico em ruflar com reforço pré-sistólico 
(melhor audível com a campânula) em foco mitral. 
Diagnóstico: A radiografia de tórax mostrará sinais de sobrecarga de átrio esquerdo com ventrículo esquerdo de tamanho normal e 
pode haver dilatação do tronco da artéria pulmonar; O ECG indica Sobrecarga de átrio esquerdo, Sobrecarga de câmaras direitas 
(por sobrecarga retrógrada) e Fibrilação atrial. 
Tratamento: Controle da FC com beta bloqueador; A fibrilação atrial com estenose mitral moderada-grave deve ser tratada, 
obrigatoriamente, com varfarina; Controle da volemia com diuréticos; Intervenção com valvoplastia percutânea com cateter balão 
(VMCB), comissurotomia cirúrgica e troca valvar. 
 
INSUFICIÊNCIA MITRAL 
É dita primária quando ligada a uma doença própria dos folhetos valvares ou da cordoalha tendínea, ou seja, o problema está 
diretamente relacionado à estrutura da valva, como ocorre nos casos de febre reumática, prolapso valvar mitral, endocardite e 
rotura de cordoalha. Já em pacientes com doença secundária, teremos uma perda de coaptação da valva devido a uma dilatação 
do anel mitral ou por insuficiência dos músculos papilares, como observamos na cardiomiopatia dilatada, doenças isquêmicas e 
cardiomiopatia hipertrófica. Os primeiros sintomas dessa doença são relacionados a uma síndrome de insuficiência cardíaca, que 
se manifesta com dispneia, ortopneia, dispneia paroxística noturna etc. 
Achados: Sopro holossistólico regurgitativo, em foco mitral, melhor audível em decúbito lateral esquerdo, irradiando para axila, B1 
pode ser hipofonética e pode haver presença de B3, Prolapso valvar mitral: sopro mesotelessistólico, clique mesossistólico e B1 
normo ou hiperfonética. 
Diagnóstico: O eletrocardiograma e a radiografia de tórax revelarão sinais de sobrecarga de átrio e ventrículo esquerdo; O 
ecocardiograma é o exame que avalia a gravidade e a etiologia da valvopatia. 
Tratamento: Intervenção cirúrgica (a plastia valvar, a cirurgia de troca valvar e a clipagem percutânea; plastia valvar é o melhor 
procedimento cirúrgico) em IM aguda importante e sintomática, IM crônica grave primária em paciente sintomático. 
ESTENOSE TRICÚSPIDE 
é uma valvopatia rara e, assim como a estenose mitral, tem como principal etiologia a febre reumática. A apresentação mais 
comum é associada a outras valvopatias, principalmente, mitral e aórtica. Os pacientes só desenvolverão sintomas em casos 
graves. Geralmente, as queixas são de fadiga e a apresentação clínica é de uma insuficiência cardíaca direita, com turgência 
jugular, hepatomegalia, edema de membros inferiores, refluxo hepatojugular etc. 
Achados: sopro em ruflar diastólico, com reforço pré-sistólico, B1 hiperfonética e estalido de abertura. 
INSUFICIÊNCIA TRICÚSPIDE 
Podemos dividir as etiologias dessa valvopatia entre primárias (lesões diretas do aparato valvar) ou secundárias (causadas por 
dilatação do anel ou por incompetência dos músculos papilares). As insuficiências secundárias são muito mais comuns. A maioria 
dos pacientes acometidos por essa valvopatia são assintomáticos. Quando os sintomas surgem, tendem a refletir sinais de 
insuficiência cardíaca direita, com fadiga e dispneia, associados à turgência jugular, hepatomegalia, edema de membros inferiores 
e até anasarca. 
Achados: holossistólico, regurgitativo, porém mais audível em borda esternal baixa (pode ser à direita ou à esquerda), geralmente, 
sem irradiação para axila, que piora com manobra de Rivero-Carvallo (inspiração profunda). 
Tratamento: podemos lançar mão de diuréticos e de restrição salina, como forma de minimizar os sintomas congestivos. Quando 
houver uma insuficiência tricúspide moderada-grave secundária (por dilatação do anel valvar) e outra valvopatia for receber 
abordagem cirúrgica, é possível fazer uma anuloplastia tricúspide. 
VICTÓRIA DAVID BRITO 3° PERÍODO

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