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CRIMES EM ESPÉCIE II 5º BLOCO – DIREITO – MATUTINO/NOTURNO 2025.1 11 DOS CRIMES CONTRA O CASAMENTO Bigamia Art. 235 – Contrair alguém, sendo casado, novo casamento: Pena – reclusão, de dois a seis anos. § 1º – Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de um a três anos. § 2º – Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que não a bigamia, considera-se inexistente o crime. Classificação doutrinária: crime simples (ofensa somente a um bem jurídico), próprio (só pode ser praticado por pessoas casadas), material (exige resultado naturalístico para a sua consumação), de dano (causa lesão ao casamento), de forma vinculada (o meio de execução está agregado ao que determina a lei civil), comissivo (exige uma ação), instantâneo de efeitos permanentes (consuma-se no momento em que homologado o casamento, mas seus efeitos se arrastam no tempo), plurissubjetivo (exige a presença de duas pessoas) e plurissubsistente (a execução pode ser fracionada). Núcleo do tipo: o crime consiste em contrair, ou seja, formalizar novas núpcias quando já se está casado. Segundo o Código Civil, não podem casar (art. 1.521): I – os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; II – os afins em linha reta; III – o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; IV – os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; V – o adotado com o filho do adotante; VI – as pessoas casadas; VII – o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. Caso, em qualquer das hipóteses, ciente do impedimento que gere a nulidade, a pessoa vier a se casar, o crime será o do art. 237 do CP (conhecimento prévio de impedimento), exceto na hipótese do inciso VI (as pessoas casadas), quando o crime será o do art. 235 (bigamia), por força do princípio da especialidade. Evidentemente, a poligamia também configura o delito em estudo – ou seja, a contração de três ou mais casamentos pela mesma pessoa. Nesta hipótese, no entanto, não haverá um único crime de bigamia, mas vários, em concurso (em continuidade delitiva, se atendidos os requisitos do art. 71 do CP, ou em concurso material, residualmente). União estável: não configurará o crime em hipótese alguma. Duas uniões estáveis, um casamento prévio e uma união estável posterior ou vice-versa. Não importa! A união estável jamais será relevante para o crime de bigamia. Somente ocorrerá o delito quando houver um casamento válido prévio. Por isso, trata-se de crime de forma vinculada, pois só pode CRIMES EM ESPÉCIE II 5º BLOCO – DIREITO – MATUTINO/NOTURNO 2025.1 12 ser praticado mediante a contração de segundo casamento, o qual depende do cumprimento de diversas formalidades legais. Da mesma forma, se o casamento religioso não observar o que dispõe os arts. 1.515 e 1.516 do CC, não haverá o que se falar em bigamia. Sujeito ativo: trata-se de crime próprio (para o caput do art.235). Tanto o homem quanto a mulher podem praticá- lo, mas é essencial que já sejam casados. Ademais, trata-se de crime plurissubjetivo, plurilateral ou de concurso necessário, pois o tipo penal exige a presença de duas pessoas. Sujeito passivo: imediatamente, o Estado. O cônjuge enganado é sujeito passivo mediato do delito. Elemento subjetivo: é o dolo. O crime não é punido se praticado a título de culpa. Erro de tipo: Como o dolo, no âmbito do crime de bigamia, deve necessariamente abranger a ciência da existência de impedimento para o matrimônio, o desconhecimento do agente acerca de tal circunstância caracteriza erro de tipo (CP, art. 20), acarretando a atipicidade do fato. Exemplo: Uma pessoa vem a se casar após ser enganada pelo seu advogado, que lhe cobra honorários sob o argumento de que prestou serviços correspondentes à decretação judicial do seu divórcio. Nesse exemplo, o agente incidiu em falsa percepção acerca de uma situação fática, nota marcante do erro de tipo, excludente do dolo. Vale destacar, porém, que a dúvida do agente no tocante ao seu estado civil configura o delito, a título de dolo eventual. (MASSON, Cleber. Direito Penal Esquematizado, vol. 3). Objeto jurídico: protege-se a instituição do casamento, constitucionalmente prevista e tutelada, e a organização familiar que dele decorre, estrutura fundamental do Estado, que são colocados em risco com o novo casamento. Consumação: por ser crime material, é essencial, para a sua consumação, que o segundo casamento venha a, de fato, ocorrer. Trata-se de crime instantâneo, que se consuma no momento do casamento, mas com efeitos permanentes, que se arrastam no tempo. A tentativa é possível. No entanto, há discussão sobre o momento em que é iniciada a execução do delito. Para uma primeira corrente, a execução do crime inicia com o consentimento do agente (ou seja, logo após o “sim”). Portanto, a tentativa só seria possível entre o “sim” e a homologação do casamento. Para uma segunda corrente, todavia, a execução é iniciada junto à celebração. Questão prejudicial: as questões prejudiciais são classificadas em: a) homogêneas: são as pertencentes ao mesmo ramo do direito. É o exemplo da receptação, em que, para a sua caracterização, é necessário que se prove que a coisa é oriunda de outro crime (roubo, furto etc.). Portanto, cabe o juiz criminal a solução desta questão prejudicial; b) heterogêneas: são as pertencentes a outro ramo do direito. É o caso da bigamia. O juiz criminal não pode decidir se o réu era ou não casado anteriormente, devendo remeter o debate ao juízo cível para sanar a dúvida. Nas heterogêneas, nas hipóteses do art. 93 do CPP, é possível a suspensão do processo criminal enquanto não resolvida a questão no juízo cível. Contudo, expirado o prazo sem que o juiz cível tenha proferido decisão, o juiz criminal fará prosseguir o processo, retomando sua competência para resolver, de fato e de direito, toda a matéria da acusação ou da defesa. A suspensão do processo também suspende a prescrição (CP, art. 116, I). CRIMES EM ESPÉCIE II 5º BLOCO – DIREITO – MATUTINO/NOTURNO 2025.1 13 Falsidade ideológica: para a prática da bigamia, o agente deve, necessariamente, praticar o crime de falsidade ideológica (CP, art. 299), pois, ao prestar declaração sobre a existência de impedimentos, terá de mentir para conseguir contrair novo casamento. Entretanto, por força do princípio da consunção, deve ocorrer a sua absorção pelo delito de bigamia. Nesse sentido, STJ: O delito de bigamia exige para se consumar a precedente falsidade, isto é: a declaração falsa, no processo preliminar de habilitação do segundo casamento, de que inexiste impedimento legal. 2. Constituindo-se a falsidade ideológica (crime-meio) etapa da realização da prática do crime de bigamia (crime-fim), não há concurso do crime entre estes delitos. 3. Assim, declarada anteriormente a atipicidade da conduta do crime de bigamia pela Corte de origem, não há como, na espécie, subsistir a figura delitiva da falsidade ideológica, em razão do princípio da consunção. 4. Ordem concedida para determinar a extensão dos efeitos quanto ao trancamento da ação penal do crime de bigamia, anteriormente deferido pelo Tribunal a quo, à figura delitiva precedente da falsidade ideológica. (HC 39583/MS, Relatora Ministra Laurita Vaz. J. 8.3.2005). Prescrição: A contagem do lapso prescricional da pretensão punitiva estatal nos delitos de bigamia e falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, enquanto não transitada em julgado o decisum condenatório, inicia-se na data em que o fato se tornou conhecido, ex vi do artigo 111, inciso IV, do Código Penal. (TJSP, Ap. Crim. N. 0001177- 98.2007.8.26.0116, Rel. Des. Silmar Fernandes. J. 8.9.2013). Casamentorealizado no exterior: O fato de não ter a apelante homologado o seu casamento firmado em solo americano no Brasil não retirou a sua condição de pessoa casada, levando-a a cometer o crime de bigamia quando contraiu as novas núpcias. A própria omissão da recorrente em relação ao primeiro casamento, quando efetuou os trâmites do segundo matrimônio, demonstra a sua condição dolosa, situação que afasta a hipótese de erro de tipo. Não tivesse o intuito doloso a acusada poderia ter se certificado junto ao Cartório de Ipatinga acerca da validade de seu primeiro casamento, evitando-se, assim, a ocorrência do crime. (TJMG, Ap. Crim. 2167812-11.2007.8.13.0313, Rel. Des. Doorgal Andrada. J. 31.8.2011). Bigamia privilegiada: nos termos do §1º, aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de um a três anos. Trata-se de exceção à teoria monista, regra do art. 29 do CP, pois a pessoa casada responderá pelo crime do caput, embora ambos tenham buscado o mesmo resultado, em concurso de pessoas. Ademais, como o § 1º fala em conhecendo essa circunstância, exige-se o dolo direto, não sendo possível a prática do delito quando a pessoa age com dolo eventual. Causa de exclusão da tipicidade: no § 2º, temos duas situações diversas de exclusão da tipicidade: a) se o primeiro casamento for anulado, por qualquer motivo; b) se o segundo casamento for anulado, desde que a anulação não se dê em virtude da própria bigamia. O dispositivo é aplicável tanto às causas de anulação quanto às de nulidade (arts. 1.521, 1.548 e 1.550 do CC). Entrementes, atenção: enquanto não ocorrer a anulação ou a declaração de nulidade, o agente poderá ser processado pela prática do delito. Ação penal: a bigamia é crime de ação penal pública incondicionada. CRIMES EM ESPÉCIE II 5º BLOCO – DIREITO – MATUTINO/NOTURNO 2025.1 14 DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO Registro de Nascimento Inexistente Art. 241 - Promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente: Pena — reclusão, de dois a seis anos. 1. OBJETO JURÍDICO: Sob a rubrica “Dos crimes contra o estado de filiação”, contempla o Código Penal os delitos que colocam em risco a estrutura jurídica da família. “São as ações dolosas pelas quais o agente procura destruir o liame, todo de ordem jurídica, que prende cada indivíduo a uma família determinada, seja legítima ou ilegítima. Por motivo da proteção especial concedida à família, recortam-se, para formar o presente capítulo, várias figuras de falsidade, cominando-se- lhes pena especial”. Tutela-se nesse capítulo, especificamente, o estado de filiação, bem como a fé pública dos documentos inscritos no registro civil. 2. ELEMENTOS DO TIPO 2.1. Ação nuclear: Consiste no verbo promover, isto é, provocar, diligenciar, requerer a inscrição no registro civil de nascimento inexistente. Considera-se inexistente o nascimento “quando se diz nascido filho de mulher que não deu à luz, quer por não se achar grávida, quer porque não houve ainda o délivrance; ou quando se declara o natimorto como tendo nascido vivo. Em ambos os casos não houve nascimento”. Há, portanto, falsa declaração da existência de um nascimento. Haveria na espécie o crime de falsidade ideológica (CP, art. 299), uma vez que o agente faz inserir em documento público declaração falsa, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. Contudo, o crime previsto no art. 241 é especial em relação ao falso documental, pois se refere especificamente à declaração falsa em registro de nascimento. 2.2. Sujeito ativo: Qualquer pessoa pode praticar o delito. Trata-se de crime comum. Assim, podem ser sujeitos ativos o oficial do registro civil que realiza a inscrição, os pais fictícios que a requerem etc. Nada impede a coautoria; cite-se como exemplo o médico ou as testemunhas que atestam falsamente o nascimento. 2.3. Sujeito passivo: É o Estado, bem como o indivíduo que venha a ser prejudicado com o registro. 3. ELEMENTO SUBJETIVO: É o dolo, consubstanciado na vontade livre e consciente de promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente. Não se exige qualquer finalidade específica (elemento subjetivo do tipo). O erro do agente quanto à existência do nascimento exclui o dolo e, portanto, o tipo penal (CP, art. 20). 4. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: Trata-se de crime instantâneo de efeitos permanentes, que se consuma com a efetiva inscrição do nascimento inexistente no registro civil. Assim, não basta a mera declaração falsa ao oficial do registro civil. Se este não realiza a inscrição, por circunstâncias alheias à vontade do agente, haverá a tentativa do crime. 5. AÇÃO PENAL. PRESCRIÇÃO. PROCEDIMENTO: a) Ação penal: é crime de ação penal pública incondicionada. Independe, portanto, de representação do ofendido ou de seu representante legal. b) Prescrição: de acordo com o art. 111, IV, do Código Penal, a prescrição, CRIMES EM ESPÉCIE II 5º BLOCO – DIREITO – MATUTINO/NOTURNO 2025.1 15 antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr nos crimes de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil da data em que o fato se tornou conhecido. Portanto, trata-se de exceção à regra de que a prescrição se inicia no dia em que o crime se consumou. c) Procedimento: no que se refere ao procedimento, vide art. 394 do CPP, com as alterações promovidas pela Lei n. 11.719/2008, que passou a eleger critério distinto para a determinação do rito processual a ser seguido. A distinção entre os procedimentos ordinário e sumário dar-se-á em função da pena máxima cominada à infração penal e não mais em virtude de esta ser apenada com reclusão ou detenção. ATIVIDADES 1. Quais os conceitos de FAMÍLIA perante a CF/88? 2. É possível a prática do crime de bigamia em casamentos homoafetivos? Explique! 3.Assista ao vídeo sobre Poliamor, disponível em: https://youtu.be/QjpLgKCH9ak?si=d3idp71dXxOzG-ba Em seguida, responda: Por que Adultério não é mais crime? CASE 01- Assunto: Bigamia Objetivo de aprendizagem do case: Questionar ao discente acerca dos elementos para o estudo do tipo penal. 1. Carlos, caminhoneiro, 44 anos, é há 20 anos casado com Maria, com quem tem dois filhos. A família vive em Recife/PE. Ocorre que há muito tempo na estrada, Carlos, conheceu Lucia, com quem convive há cerca de 15 anos numa união fática, conhecida de todos em Lauro de Freitas/BA. Há algum tempo, Lucia está desconfiada de que Carlos tem outro relacionamento. E de suas investigações, encontrou a família de Recife/PE. Extremamente chateada com a situação, Lucia procura você, advogado, para questionar se é possível o enquadramento de Carlos em algum tipo penal, uma vez que ele mantém há muitos anos dois relacionamentos estáveis. Qual a resposta que deve ser dada à referida cliente? Explique. QUIZ 01- Crimes contra a família Pergunta 01: É correto afirmar que a conduta de alguém que contrai, mesmo sendo casado, novo casamento: (A) Constituiu, anteriormente, crime de bigamia, mas atualmente não existe esse tipo penal, uma vez que foi revogado. (B) Encontra adequação típica formal no delito de bigamia, ainda que esteja separado judicialmente. (C) Constitui crime de bigamia, ainda que posteriormente venha a ser anulado o primeiro casamento. (D) Não constitui crime de bigamia, se ambos os contraentes souberem da condição do outro. Pergunta 02: O crime de registrar como seu o filho de outra pessoa: (A) Não admite a realização da transação penal de nenhuma forma. (B) Pode ser praticado através da inscrição, no registro civil, de nascimento inexistente. (C) É classificado como uma hipótese de falsidade ideológica. (D) Tem como termo inicial do prazo prescricional a ciência da falsidade pela pessoa fraudulentamente registrada. (E) Não admite concursode agentes. https://youtu.be/QjpLgKCH9ak?si=d3idp71dXxOzG-ba CRIMES EM ESPÉCIE II 5º BLOCO – DIREITO – MATUTINO/NOTURNO 2025.1 16 Pergunta 03: No que concerne aos crimes contra a família, assinale a resposta correta. (A) Aquele que falsifica documentos com o exclusivo objetivo de contrair novas núpcias, já sendo casado, comete crimes de bigamia e contra a fé pública, em concurso formal. (B) Aquele que falsifica documentos com o exclusivo objetivo de contrair novas núpcias, já sendo casado, comete crimes de bigamia e contra a fé pública, em concurso material. (C) O delito de bigamia exige a precedente falsidade, que é o processo preliminar de habilitação para o segundo casamento. Assim, o crime de falso é absorvido pela bigamia. (D) A subtração de incapazes é crime expressamente subsidiário, além de classificado pela doutrina como permanente, de modo que seu prazo prescricional tem termo inicial quando o incapaz é restituído. Pergunta 04: Sobre os crimes contra a família, é INCORRETO afirmar: (A) No crime de “registrar como seu filho de outrem”, que a doutrina denomina “adoção à brasileira”, admite-se, presente o motivo de reconhecida nobreza, reconhecimento de privilégio e até mesmo perdão judicial. (B) O crime de entrega de filho menor a pessoa inidônea admite formas dolosa e culposa. (C) Ao definir o crime de bigamia, houve por bem o direto brasileiro excepcionar a teoria monista, cominando ao concorrente para a sua prática pena mais branda que a atribuída ao autor. (D) Que o crime de induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento ao matrimônio é caso de ação penal privada personalíssima. Pergunta 05: Em relação aos crimes contra a família, assinale a opção correta. (A) Aquele que contrai casamento conhecendo a existência de impedimento que lhe cause nulidade absoluta ou mesmo relativa comete crime punido com reclusão. (B) Será considerado inexistente o crime de registar filho seu como de outrem se o acusado agir imbuído de motivo nobre. (C) Embora a conduta consistente em entregar filho menor de dezoito anos de idade a pessoa inidônea seja atípica, pode o pai que a praticar ser advertido pelo conselho tutelar e, eventualmente, perder o pátrio poder. (D) Considerar-se-á inexistente o crime de bigamia se o primeiro ou o segundo casamento for anulado, independentemente do motivo que embasar tal anulação. (E) A ação penal por crime de induzimento a erro essencial no casamento, para a qual é indispensável a queixa do contraente enganado, só poderá ser ajuizada após o trânsito em julgado da sentença que, por motivo de erro, tiver anulado o casamento. Pergunta 06: Registrar como seu o filho de outrem constitui crime cujo bem jurídico precípuo é: (A) A administração da Justiça. (B) O patrimônio. (C) A propriedade imaterial (D) A família. (E) A Administração Pública em geral.