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TRF4 NÃO CONHECE RECURSO INSS GENÉRICO

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Poder Judiciário
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO
APELAÇÃO CÍVEL Nº 5001837-92.2017.4.04.7135/RS
RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL ALEXANDRE GONÇALVES LIPPEL
RELATÓRIO
A parte autora propôs ação de procedimento comum em face do
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, postulando a
concessão do benefício de aposentadoria especial ou por tempo de contribuição,
desde a data de entrada do requerimento - DER, mediante o reconhecimento da
especialidade e a averbação de períodos laborados em condições especiais, com
a sua respectiva conversão em tempo comum, sem a incidência do fator
previdenciário.
Sobreveio sentença (evento 135, SENT1) que julgou parcialmente
procedentes os pedidos formulados na inicial, nos seguintes termos:
(...)
Ante o exposto, deixo de resolver o mérito do pedido de cômputo de "todos os
períodos trabalhados registrados em CTPS, CNIS e Carnês" (CPC, artigos
485, X, 322 e 324), e resolvo o mérito dos demais pedidos, indeferindo a
prescrição e julgando-os parcialmente procedentes (CPC, art. 487, I, II), para
condenar o INSS a:
a) averbar os tempos de contribuição, como empregado, de 02/06/1976 a
17/09/1976, 09/06/1980 a 25/11/1980, 15/04/1981 a 25/08/1981, 05/06/1984 a
14/11/1984, 11/08/1987 a 30/05/1988 e 09/04/1985 a 31/12/1985 (Arcompri
Engenharia de Ar Comprimido Ltda, Serraria Mariani Ltda., Saligna - Serviços
de Corte de Madeira Ltda. e R. Silva de Oliveira & Cia Ltda.);
b) averbar como tempo especial e converter para comum pelo fator 1,4 os
períodos de 27/09/1973 a 09/02/1974, 06/05/1974 a 17/02/1975, 06/03/1975 a
17/09/1976, 18/11/1976 a 18/02/1977, 04/01/1979 a 12/03/1979, 09/06/1980 a
25/11/1980, 15/04/1981 a 25/08/1981, 01/10/1981 a 13/01/1983, 05/06/1984 a
14/11/1984, 02/01/1985 a 08/04/1985, 09/04/1985 a 31/12/1985, 11/08/1987 a
30/05/1988, 13/03/1989 a 04/01/1991, 02/05/1991 a 31/05/1992, 01/04/1993 a
02/10/1995, 17/03//1997 a 01/06/1997, 01/11/1998 a 08/11/2002, 11/09/2008 a
09/11/2008, 19/10/2009 a 16/01/2010, 21/06/2010 a 20/09/2010, 17/08/2011 a
31/10/2011 e 04/05/2015 a 01/12/2015;
c) pagar à parte autora (CONCESSÃO), com RMI a calcular, a aposentadoria
integral por tempo de contribuição, NB 42/175.231.437-6, com DER/DIB em
10/02/2017, garantido o direito a não incidência do fator previdenciário, nos
termos da fundamentação.
13/03/2025, 08:52 Documento:40004881728
https://eproc-jur.trf4.jus.br/eproc2trf4/externo_controlador.php?acao=jurisprudencia@jurisprudencia/download_inteiro_teor&doc=40004881729&… 1/20
Com base no Tema 810 do STF, no Tema 905 do STJ, na jurisprudência do E.
TRF4 e no artigo 3º da EC 113, publicada em 09/12/2021, tem-se os seguintes
critérios para atualização monetária e juros de mora das rendas de benefícios
previdenciários concedidos judicialmente:
a) correção monetária: a partir do vencimento de cada prestação, (i) pelo
mesmo índice utilizado para o reajustamento dos benefícios do RGPS, sendo o
INPC desde 04/2006 até 11/2021 (artigo 41-A na Lei n° 8.213/1991), (ii) a
partir de 01/12/2021, "para fins de atualização monetária, de remuneração do
capital e de compensação da mora, inclusive do precatório, haverá a
incidência, uma única vez, até o efetivo pagamento, do índice da taxa
referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic),
acumulado mensalmente" (EC 113/2021; TRF4, AC 5086250-
51.2014.4.04.7100, Sexta Turma, Relatora Taís Schilling Ferraz, juntado aos
autos em 17/12/2021);
b) juros de mora: desde a citação, em regra, (i) pelos índices oficiais de
remuneração básica e juros aplicáveis à caderneta de poupança a partir de
01/07/2009 até 11/2021, posteriormente, já estão contemplados na Selic; (ii)
para o período anterior é devida, se for o caso, a taxa de 1% ao mês; (iii) ou
desde o vencimento da prestação mais antiga, se posterior à citação; ou (iv)
desde o descumprimento do prazo de 45 dias para a implantação do benefício,
se deferida a reafirmação da DER (Tema 995 do STJ; ED do INSS no REsp
1727063/SP, julg. em 19/05/2020).
Considerando a natureza continuada das relações previdenciárias e a
proibição da desaposentação (LBPS, art. 18 e STF, RE 381367, rel. Min. Marco
Aurélio; REs 661256 e 827833, rel. Min. Luís Roberto Barroso, julg. em
26/10/2016), se implantada uma aposentadoria diversa da discutida nesta lide,
das espécies por tempo de contribuição, por idade e especial, a parte autora
deverá escolher entre a manutenção desse benefício ou a substituição pela
aposentadoria deferida nos presentes autos, procedendo-se ao encontro de
contas da integralidade das prestações, já que são inacumuláveis. Ou seja,
deverá a parte autora escolher entre o benefício aqui deferido e o recebimento
das respectivas prestações vencidas e vincendas ou a manutenção da
aposentadoria implantada pelo INSS, hipótese em que nada será devido pelo
benefício discutido neste processo, nem mesmo a título de honorários, afinal
não terá havido proveito econômico.
Honorários nos termos da fundamentação.
Sem custas, porque a parte autora é beneficiária da AJG e o INSS é isento (Lei
n° 9.289/1996, art. 4°, I).
Condeno o INSS ao ressarcimento de 2/3 dos honorários periciais adiantados
pela Seção Judiciária do Rio Grande do Sul (Evento 133). A parte autora
responde por 1/3 desses honorários, mas a execução fica suspensa em virtude
da AJG.
Publique-se e intimem-se.
(...)
A parte autora apelou, requerendo a reforma da sentença (evento
140, APELAÇÃO1). Alega, em síntese: i) que sejam observados os Temas
905/STJ, 96/STF e 810/STF, ou seja declarada, em sede de controle difuso, a
13/03/2025, 08:52 Documento:40004881728
https://eproc-jur.trf4.jus.br/eproc2trf4/externo_controlador.php?acao=jurisprudencia@jurisprudencia/download_inteiro_teor&doc=40004881729&… 2/20
inconstitucionalidade do art. 3º da EC 113/2021; ii) que a sua sucumbência foi
mínima, devendo o INSS arcar integralmente com as verbas sucumbenciais; e
iii) a inaplicabilidade das Súmulas 76/TRF4 e 111/STJ ao caso dos autos.
O INSS também apelou (evento 141, APELAÇÃO1). Alega, em
síntese: i) preliminarmente, impugna o valor atribuído à causa; ii) erro de cálculo
quanto ao cômputo do período de 11/08/1987 a 30/05/1988 (contagem em
duplicidade); e iii) no mérito, a ausência de comprovação da especialidade dos
períodos de 09/06/1980 a 25/11/1980, 15/04/1981 a 25/08/1981, 05/06/1984 a
14/11/1984, 11/08/1987 a 30/05/1988, 02/01/1985 a 08/04/1985, 09/04/1985 a
31/12/1985, 13/03/1989 a 04/01/1991, 02/05/1991 a 31/05/1992, 01/04/1993 a
02/10/1995, 17/03/1997 a 01/06/1997, 01/11/1998 a 08/11/2002, 11/09/2008 a
09/11/2008, 19/10/2009 a 16/01/2010, 27/09/1973 a 09/02/1974 e 06/05/1974 a
17/02/1975.
Com contrarrazões, vieram os autos a esta Corte.
É o relatório.
VOTO
Admissibilidade
Recursos adequados e tempestivos. Apelantes isentos de custas,
nos termos do art. 4º, I e II, da Lei 9.289/1996.
Ausência de impugnação específica dos fundamentos da
sentença
Os arts. 1.010 e seguintes do Código de Processo Civil
estabelecem que:
Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro
grau, conterá:
(...) III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade; (...)
Art. 1.011. Recebido o recurso de apelação no tribunal e distribuído
imediatamente, o relator:
I - decidi-lo-á monocraticamente apenas nas hipóteses do art. 932, incisos III
a V ; (...)
Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria
impugnada.
Já o art. 932, inc. III, do Código de Processo Civil, por sua vez,
dispõe que:
Art. 932. Incumbe ao relator:
13/03/2025, 08:52 Documento:40004881728
https://eproc-jur.trf4.jus.br/eproc2trf4/externo_controlador.php?acao=jurisprudencia@jurisprudencia/download_inteiro_teor&doc=40004881729&… 3/20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art932iii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art932iii
(...) III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha
impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida;
Com efeito, nãoatende aos requisitos legais a apelação que deixa
de expor as razões do pedido de reforma da sentença, ou seja, os fundamentos de
fato e de direito que a parte entende aptos a afastar os argumentos adotados na
sentença.
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é firme no sentido
de que não se deve conhecer de recurso que não ataca especificamente os
fundamentos da decisão recorrida (Segunda Turma, AgInt no REsp 1915599/PE,
Rel. Min. Og Fernandes, DJe 25/08/2021; Quarta Turma, AgInt no AREsp
1845871/RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, DJe de 25/11/2021).
Também nesse sentido julgados desta Corte:
PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO
ESPECÍFICA DOS FUNDAMENTOS DA SENTENÇA. NÃO
CONHECIMENTO DO RECURSO. TUTELA ESPECÍFICA. 1. Não deve ser
conhecida a apelação interposta exclusivamente com alegações genéricas, sem
impugnação especifica de nenhum fundamento da sentença. (...) (TRF4, AC
5020630-81.2021.4.04.9999, SEXTA TURMA, Relator JOÃO BATISTA PINTO
SILVEIRA, juntado aos autos em 30/09/2022)
PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO GENÉRICA. NÃO
CONHECIMENTO. LABOR EXERCIDO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS.
DIREITO ADQUIRIDO. RUÍDO. METODOLOGIA DE AFERIÇÃO.
HIDROCARBONETOS. SUBST NCIAS CANCERÍGENAS. EPI. INEFICÁCIA.
SERVIÇOS GERAIS EM INDÚSTRIA CALÇADISTA. APOSENTADORIA
ESPECIAL. TERMO INICIAL DO BENEFÍCIO. DER. AFASTAMENTO DA
ATIVIDADE. TEMA 709 STF. ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA.
REDISTRIBUIÇÃO. 1. Não se conhece do recurso da apelação do INSS por
não expressar as razões de fato e de direito que ensejaram a sua
inconformidade com a decisão prolatada, sob pena de ofensa ao estatuído no
art. 1010 do CPC/2015 (ou art. 514 do CPC/1973). (...) (TRF4, AC 5003201-
54.2015.4.04.7108, QUINTA TURMA, Relator ROGER RAUPP RIOS, juntado
aos autos em 02/08/2022)
PROCESSO CIVIL. TRIBUTÁRIO. APELAÇÃO. INADMISSIBILIDADE.
REMESSA NECESSÁRIA. IMUNIDADE. PIS. ENTIDADES BENEFICENTES.
REQUISITOS. CEBAS. ART. 14 DO CTN E ART. 29 DA LEI 12.101/09. ADI
4.480 E RE 566.622 (TEMA 32). ÔNUS PROBATÓRIO. 1. É inadmissível a
apelação que não impugna especificamente os fundamentos da decisão
recorrida (CPC, art. 932, III, in fine). (...) (TRF4, AC 5003444-
16.2020.4.04.7013, SEGUNDA TURMA, Relator ALEXANDRE ROSSATO DA
SILVA ÁVILA, juntado aos autos em 19/05/2022)
PROCESSUAL. APELAÇÃO. FUNDAMENTOS DA SENTENÇA
INATACADOS. NÃO CONHECIMENTO. Se a parte não impugna os
fundamentos da sentença, não há como conhecer da apelação, por
descumprimento do art. 1010, II, do CPC. (TRF4, AC 5002708-
08.2018.4.04.7000, TERCEIRA TURMA, Relator ROGERIO FAVRETO,
juntado aos autos em 15/02/2022)
CIVIL. ADMINISTRATIVO. APELAÇÃO. RAZÕES DISSOCIADAS DOS
FUNDAMENTOS ADOTADOS NA SENTENÇA RECORRIDA. NÃO
CONHECIMENTO. Não tendo as razões do apelo impugnado especificamente
13/03/2025, 08:52 Documento:40004881728
https://eproc-jur.trf4.jus.br/eproc2trf4/externo_controlador.php?acao=jurisprudencia@jurisprudencia/download_inteiro_teor&doc=40004881729&… 4/20
os fundamentos adotados na sentença recorrida, inviável o conhecimento do
recurso, que traz razões dissociadas da decisão atacada, consoante dispõe o
art. 932, III do CPC. Precedentes. (TRF4, AC 5005056-12.2017.4.04.7201,
QUARTA TURMA, Relatora VIVIAN JOSETE PANTALEÃO CAMINHA,
juntado aos autos em 23/07/2022)
PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO.
REMESSA EX OFFICIO. INEXISTÊNCIA. AUDITORIA. AUXÍLIO-DOENÇA.
EXERCÍCIO DE ATIVIDADE LABORAL. NÃO COMPROVADO.
RESSARCIMENTO AO ERÁRIO. INDEVIDO. APELAÇÃO NÃO
CONHECIDA. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECIFICADA.
FUNDAMENTOS PARA REFORMA NÃO APONTADOS. ALEGAÇÕES
GENÉRICAS. DISSOCIADAS DO CASO CONCRETO. CONSECTÁRIOS DA
SUCUMBÊNCIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. FIXAÇÃO. (...) 2. Nos
termos do art. 1.010, II e III, do CPC, a apelação deve conter a exposição do
fato e do direito e as razões do pedido de reforma. Essas exigências não se
satisfazem com meras alegações abstratas, sem cotejo com o caso concreto. 3.
Não conhecida a apelação que não impugna especificamente os fundamentos
da sentença (art. 932, III, do CPC). (...) (TRF4, AC 5008037-
54.2016.4.04.7005, DÉCIMA TURMA, Relator FERNANDO QUADROS DA
SILVA, juntado aos autos em 28/10/2020)
Da simples leitura do recurso observa-se que o apelante limita-se a
discorrer genericamente sobre a legislação incidente ao tempo do labor especial
nos períodos de 09/06/1980 a 25/11/1980, 15/04/1981 a 25/08/1981, 05/06/1984
a 14/11/1984, 11/08/1987 a 30/05/1988, 02/01/1985 a 08/04/1985, 09/04/1985 a
31/12/1985, 13/03/1989 a 04/01/1991, 02/05/1991 a 31/05/1992, 01/04/1993 a
02/10/1995, 17/03/1997 a 01/06/1997, 01/11/1998 a 08/11/2002, 11/09/2008 a
09/11/2008 e 19/10/2009 a 16/01/2010, e aos requisitos exigidos para seu
reconhecimento, não investindo, propriamente contra os fundamentos adotados
na sentença ou indicando em que ponto a argumentação enseja reforma.
Veja-se que o mero arrolamento dos períodos de atividade especial
não tem o condão de contrapor a análise da prova feita pelo julgador singular,
diante do conjunto probatório produzido.
Quanto ao ponto, portanto, não conheço do recurso do INSS por
ausência de impugnação específica dos fundamentos da decisão recorrida.
Da impugnação ao valor da causa
 O INSS apresenta impugnação ao valor atribuído à causa,
sustentando que o valor arbitrado é excessivo, sendo utilizado para fins
exclusivos de deslocamento da competência do Juizado Especial Federal para o
rito comum.
A questão foi objeto de análise pelo juízo de origem, que rejeitou a
impugnação (evento 23, DESPADEC1). Intimado, o INSS deixou de agravar da
decisão, recurso cabível no presente caso, em razão do Tema 988 do STJ.
O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de
aplicar o princípio da fungibilidade recursal quando preenchidos os seguintes
requisitos: (i) existência de dúvida objetiva quanto ao recurso a ser interposto;
(ii) inexistência de erro grosseiro; e (iii) tempestividade do recurso interposto
13/03/2025, 08:52 Documento:40004881728
https://eproc-jur.trf4.jus.br/eproc2trf4/externo_controlador.php?acao=jurisprudencia@jurisprudencia/download_inteiro_teor&doc=40004881729&… 5/20
erroneamente, considerando-se também o prazo daquele que seria o correto
(EAREsp 871.145/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, CORTE ESPECIAL,
julgado em 16/02/2022, DJe 25/02/2022).
Com efeito, o instrumento recursal escolhido pelo recorrente é
inadequado, não sendo o caso de aplicação de fungibilidade, à vista da ausência
do preenchimento dos critérios acima referidos.
Dessa forma, não conheço da apelação do INSS, no ponto.
Do erro de cálculo (contagem em duplicidade)
No caso, sustenta o INSS que o período de 11/08/1987 a
30/05/1988 foi computado em duplicidade na totalização de tempo constante da
sentença (evento 135, SENT1).
Com efeito, conforme se observa do resumo de tempo de
contribuição elaborado pelo INSS na ocasião do pedido administrativo (evento
18, RESPOSTA2), é possível verificar que o período em questão foi
devidamente computado como tempo comum naquela oportunidade.
Assim sendo, devem ser excluídos 09 meses e 20 dias da
totalização da sentença, comportando provimento a apelação do INSS, no ponto.
Atividade Especial
O reconhecimento da atividade laborativa como especial obedece à
disciplina legal vigente à época em que esta foi exercida, passando a integrar,
como direito adquirido, o patrimônio jurídico do trabalhador. Desse modo, uma
vez prestado o serviço sob a vigência de certa legislação, o segurado adquire o
direito à contagem na forma estabelecida, bem como à comprovação das
condições de trabalho como então exigido, não se aplicando retroativamente lei
nova que venha a estabelecer restrições à admissão do tempo de serviço especial.
Feitas estas observações, tendo em vista a sucessão legislativa
tratando da matéria é necessário definir inicialmente a legislação incidente no
caso concreto, ou seja, qual estava em vigor no momento da prestação da
atividade pelo segurado.
Tem-se, então, a seguinte evolução legislativa quanto ao tema:
a) até 28 de abril de 1995, quandoesteve vigente a Lei 3.807/60
(LOPS) e suas alterações e, posteriormente, a Lei 8.213/91 (LBPS), em sua
redação original (arts. 57 e 58), era possível o reconhecimento da especialidade
do trabalho mediante a comprovação do exercício de atividade prevista como
especial nos decretos regulamentadores e/ou na legislação especial ou, ainda,
quando demonstrada a sujeição do segurado a agentes nocivos por qualquer
meio de prova, exceto para os agentes nocivos ruído, calor e frio, em relação
aos quais sempre foi necessário a mensuração de seus níveis por meio de perícia
técnica, documentada nos autos ou informada em formulário emitido pela
13/03/2025, 08:52 Documento:40004881728
https://eproc-jur.trf4.jus.br/eproc2trf4/externo_controlador.php?acao=jurisprudencia@jurisprudencia/download_inteiro_teor&doc=40004881729&… 6/20
empresa, a fim de verificar a nocividade dos agentes envolvidos. Para o
enquadramento das categorias profissionais, devem ser considerados os Decretos
53.831/64, 72.771/73 e 83.080/79
b) a partir de 29 de abril de 1995, data da vigência da Lei
9.032/95, foi definitivamente extinto o enquadramento por categoria
profissional, em razão das alterações introduzidas no art. 57 da LBPS, tornando-
se necessária a demonstração efetiva de exposição, de forma permanente, não
ocasional, nem intermitente, a agentes prejudiciais à saúde ou à integridade
física, por qualquer meio de prova, considerando-se suficiente, para tanto, a
apresentação de formulário-padrão preenchido pela empresa, sem a exigência de
embasamento em laudo técnico, ressalvados os agentes nocivos ruído, calor e
frio, como referido anteriormente. Para o enquadramento dos agentes nocivos,
devem ser considerados os Decretos 53.831/64 , 72.771/73 e 83.080/79;
c) a partir de 6 de março de 1997, data da entrada em vigor do
Decreto 2.172/97, que regulamentou as disposições introduzidas no art. 58 da
LBPS pela Medida Provisória 1.523/96 (convertida na Lei 9.528/97), passou-se
a exigir, para fins de reconhecimento de tempo de serviço especial, a
comprovação da efetiva sujeição do segurado a agentes agressivos por meio da
apresentação de formulário-padrão, embasado em laudo técnico, ou por
meio de perícia técnica. Para o enquadramento dos agentes nocivos, devem ser
considerado os Decretos 2.172/97 (Anexo IV) e 3.048/99, ressalvado o agente
nocivo ruído, ao qual se aplica também o Decreto nº 4.882/03.
d) a partir de 1º de janeiro de 2004, o Perfil Profissiográfico
Previdenciário (PPP) tornou-se indispensável para a comprovação do
período cuja especialidade for postulada (art. 148 da IN 99 do INSS, publicada
no DOU de 10/12/2003). Tal documento substituiu os antigos formulários (SB-
40, DSS-8030, ou DIRBEN-8030) e, desde que corretamente preenchido,
inclusive com a indicação dos profissionais responsáveis pelos registros
ambientais e pela monitoração biológica, exime a parte da apresentação do laudo
técnico em juízo.
Saliente-se que é sempre possível a verificação da especialidade da
atividade no caso concreto, por meio de perícia técnica, nos termos da Súmula
198 do extinto Tribunal Federal de Recursos (STJ, AGREsp 228832/SC, Rel.
Min. Hamilton Carvalhido, Sexta Turma, DJU de 30/6/2003).
Ressalte-se, ainda, que o STJ firmou a seguinte tese no Tema 534:
As normas regulamentadoras que estabelecem os casos de agentes e atividades
nocivos à saúde do trabalhador são exemplificativas, podendo ser tido como
distinto o labor que a técnica médica e a legislação correlata considerarem
como prejudiciais ao obreiro, desde que o trabalho seja permanente, não
ocasional, nem intermitente, em condições especiais (art. 57, § 3º, da Lei
8.213/1991).
Acerca da conversão do tempo especial em comum, a Terceira
Seção do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do recurso especial
repetitivo 1151363, em 23/3/2011, do qual foi Relator o Ministro Jorge Mussi,
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pacificou o entendimento de que é possível a conversão mesmo após 28/5/1998,
nos seguintes termos:
PREVIDENCIÁRIO. RECONHECIMENTO DE ATIVIDADE ESPECIAL APÓS
1998. MP N. 1.663-14, CONVERTIDA NA LEI N. 9.711/1998 SEM
REVOGAÇÃO DA REGRA DE CONVERSÃO. 1. Permanece a possibilidade de
conversão do tempo de serviço exercido em atividades especiais para comum
após 1998, pois a partir da última reedição da MP n. 1.663, parcialmente
convertida na Lei 9.711/1998, a norma tornou-se definitiva sem a parte do texto
que revogava o referido § 5º do art. 57 da Lei 8.213/91. 2. Precedentes do STF
e STJ.
Assim, possível a conversão de tempo de serviço especial em
comum até 13 de novembro de 2019, uma vez que com o advento da EC
103/2019 restou vedada a conversão em relação ao labor posterior a esta data,
nos termos do seu art. 25, §2º.
O fator de conversão do tempo especial em comum a ser utilizado
é o previsto na legislação vigente na data concessão do benefício. Com efeito,
implementados os requisitos para aposentadoria na vigência da Lei nº
8.213/1991 o fator de conversão deverá ser 1,2 para as mulheres (25 anos de
especial para 30 de comum) e 1,4 para os homens (25 anos de especial para 35
anos de comum).
Habitualidade e Permanência
Saliente-se que a exigência de comprovação da habitualidade e
permanência da exposição aos agentes nocivos para configuração de atividade
especial foi introduzida pela Lei 9.032/95, que alterou do §3º do art. 57 da Lei
8.213/91. Porém, a referida exigência não pressupõe a exposição contínua ao
agente nocivo durante toda a jornada de trabalho. A exposição, no entanto, deve
ser ínsita ao desenvolvimento das atividades cometidas ao trabalhador, integrada
à sua rotina de trabalho, e não de ocorrência eventual ou ocasional. Interpretação
diversa levaria à ineficácia da norma protetiva, pois em raras atividades a
sujeição direta ao agente nocivo se dá durante toda a jornada de trabalho e, em
muitas delas, a exposição em tal intensidade seria absolutamente impossível
(TRF4, EINF 00039295420084047003, Terceira Seção, Rel. Rogério Favreto,
DE 24/10/2011; TRF, EINF 200771000466887, Terceira Seção, Rel. Celso
Kipper, DE 07/11/2011).
Acresça-se, ainda, que o Decreto nº 3.048/99, na redação dada pelo
Decreto nº 8.123/13, ao tratar da aposentadoria especial, em seu art. 65, passou a
considerar trabalho permanente, não ocasional nem intermitente, em condições
especiais, aquele cuja exposição ao agente nocivo seja indissociável da
produção do bem ou da prestação do serviço.
Equipamentos de Proteção Individual - EPI
A Medida Provisória 1.729/98 (convertida na Lei 9.732/98) alterou
o §2º do art. 58 da Lei 8.213/1991, passando a determinar que o laudo técnico
contenha i) informação sobre a existência de tecnologia de proteção individual
que diminua a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância, e ii)
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recomendação sobre a sua adoção pelo estabelecimento respectivo. Por essa
razão, a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) nas atividades
exercidas no período anterior a 03/12/1998 (data da publicação da Medida
Provisória anteriormente citada), é irrelevante para o reconhecimento das
condições especiais, prejudiciais à saúde ou à integridade física do trabalhador.
O próprio INSS já adotou esse entendimento na IN 45/2010 (art. 238, §6º).
Após 03/12/1998, foi reconhecida a repercussão geral pelo
Supremo Tribunal Federal quanto ao tema 555. No julgamento do ARE 664335
(Tribunal Pleno, Rel Min. Luiz Fux, DJe 12/02/2015), o Supremo fixou duas
teses:
1) o direito à aposentadoria especial pressupõe a efetiva exposição do
trabalhador a agente nocivo à sua saúde, de modo que, se o EPI for realmente
capaz de neutralizar a nocividade não haverá respaldo constitucional à
aposentadoria especial;
2) na hipótesede exposição do trabalhador a ruído acima dos limites legais de
tolerância, a declaração do empregador, no âmbito do Perfil Profissiográfico
Previdenciário (PPP), no sentido da eficácia do Equipamento de Proteção
Individual (EPI), não descaracteriza o tempo de serviço especial para
aposentadoria.
Assim, a exposição habitual e permanente a ruído acima dos
limites de tolerância sempre caracteriza a atividade como especial,
independentemente da utilização ou não de EPI, ou de menção em laudo pericial
à neutralização de seus efeitos nocivos, uma vez que os equipamentos de
proteção eventualmente utilizados não são capazes de evitar a progressão das
lesões auditivas decorrentes.
Em relação aos demais agentes nocivos, a utilização de EPIs obsta
o reconhecimento da natureza especial da atividade, desde que esteja
comprovado, no caso concreto, a existência de controle e periodicidade do
fornecimento dos equipamentos, a sua real eficácia na neutralização da
insalubridade e, ainda, que o respectivo uso era, de fato, obrigatório e fiscalizado
pelo empregador.
A questão foi examinada por esta Corte no Incidente de Resolução
de Demandas Repetitivas 5054341-77.2016.4.04.0000/SC (IRDR Tema 15). O
acórdão foi assim ementado:
PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. INCIDENTE DE RESOLUÇÃO
DE DEMANDAS REPETITIVAS. EPI. NEUTRALIZAÇÃO DOS AGENTES
NOCIVOS. PROVA. PPP. PERÍCIA. 1. O fato de serem preenchidos os
específicos campos do PPP com a resposta 'S' (sim) não é, por si só, condição
suficiente para se reputar que houve uso de EPI eficaz e afastar a
aposentadoria especial. 2. Deve ser propiciado ao segurado a possibilidade de
discutir o afastamento da especialidade por conta do uso do EPI, como
garantia do direito constitucional à participação do contraditório. 3. Quando o
LTCAT e o PPP informam não ser eficaz o EPI, não há mais discussão, isso é,
há a especialidade do período de atividade. 4. No entanto, quando a situação é
inversa, ou seja, a empresa informa no PPP a existência de EPI e sua eficácia,
deve se possibilitar que tanto a empresa quanto o segurado, possam questionar
- no movimento probatório processual - a prova técnica da eficácia do EPI. 5.
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O segurado pode realizar o questionamento probatório para afastar a
especialidade da eficácia do EPI de diferentes formas: A primeira (e mais
difícil via) é a juntada de uma perícia (laudo) particular que demonstre a falta
de prova técnica da eficácia do EPI - estudo técnico-científico considerado
razoável acerca da existência de dúvida científica sobre a comprovação
empírica da proteção material do equipamento de segurança. Outra
possibilidade é a juntada de uma prova judicial emprestada, por exemplo, de
processo trabalhista onde tal ponto foi questionado. 5. Entende-se que essas
duas primeiras vias sejam difíceis para o segurado, pois sobre ele está todo o
ônus de apresentar um estudo técnico razoável que aponte a dúvida científica
sobre a comprovação empírica da eficácia do EPI. 6. Uma terceira
possibilidade será a prova judicial solicitada pelo segurado (após analisar o
LTCAT e o PPP apresentados pela empresa ou INSS) e determinada pelo juiz
com o objetivo de requisitar elementos probatórios à empresa que comprovem a
eficácia do EPI e a efetiva entrega ao segurado. 7. O juízo, se entender
necessário, poderá determinar a realização de perícia judicial, a fim de
demonstrar a existência de estudo técnico prévio ou contemporâneo
encomendado pela empresa ou pelo INSS acerca da inexistência razoável de
dúvida científica sobre a eficácia do EPI. Também poderá se socorrer de
eventuais perícias existentes nas bases de dados da Justiça Federal e Justiça
do Trabalho. 8. Não se pode olvidar que determinada situações fáticas, nos
termos do voto, dispensam a realização de perícia, porque presumida a
ineficácia dos EPI´s. (TRF4, Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas
(Seção) 5054341-77.2016.404.0000, 3ª Seção, Rel. Des. Federal Jorge Antônio
Maurique, 11.12.2017)
Como se vê, prevaleceu nesta Corte o entendimento sobre a
necessidade de comprovação da neutralização dos agentes agressivos, sendo
relacionados ainda outras hipóteses em que a utilização de EPI não
descaracteriza o labor especial (além do ruído, já afastado pela decisão do STF),
consoante o seguinte trecho do voto condutor.
Cumpre ainda observar que existem situações que dispensam a
produção da eficácia da prova do EPI, pois mesmo que o PPP indique a adoção
de EPI eficaz, essa informação deverá ser desconsiderada e o tempo considerado
como especial (independentemente da produção da prova da falta de eficácia)
nas seguintes hipóteses:
a) Períodos anteriores a 3 de dezembro de 1998:
Pela ausência de exigência de controle de fornecimento e uso de EPI em
período anterior a essa data, conforme se observa da IN INSS 77/2015 -Art.
279, § 6º:
'§ 6º Somente será considerada a adoção de Equipamento de Proteção
Individual - EPI em demonstrações ambientais emitidas a partir de 3 de
dezembro de 1998, data da publicação da MP nº 1.729, de 2 de dezembro de
1998, convertida na Lei nº 9.732, de 11 de dezembro de 1998, e desde que
comprovadamente elimine ou neutralize a nocividade e seja respeitado o
disposto na NR-06 do MTE, havendo ainda necessidade de que seja assegurada
e devidamente registrada pela empresa, no PPP, a observância: (...)'
b) Pela reconhecida ineficácia do EPI:
b.1) Enquadramento por categoria profissional: devido a presunção da
nocividade (ex. TRF/4 5004577-85.2014.4.04.7116/RS, 6ª Turma, Rel. Des.
Fed. João Batista Pinto Silveira, em 13/09/2017)
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b.2) Ruído: Repercussão Geral 555 (ARE 664335 / SC)
b.3) Agentes Biológicos: Item 3.1.5 do Manual da Aposentadoria Especial
editado pelo INSS, 2017.
b.4) Agentes nocivos reconhecidamente cancerígenos: Memorando-Circular
Conjunto n° 2/DIRSAT/DIRBEN/INSS/2015:
Exemplos: Asbesto (amianto): Item 1.9.5 do Manual da Aposentadoria Especial
editado pelo INSS, 2017; Benzeno: Item 1.9.3 do Manual da Aposentadoria
Especial editado pelo INSS, 2017.
b.5) Periculosidade: Tratando-se de periculosidade, tal qual a eletricidade e
vigilante, não se cogita de afastamento da especialidade pelo uso de EPI. (ex.
APELAÇÃO/REMESSA NECESSÁRIA Nº 5004281-23.2014.4.04.7000/PR, Rel.
Ézio Teixeira, 19/04/2017)
Resumidamente, a tese fixada por esta Corte no IRDR 15:
- quando o LTCAT e o PPP informam a ineficácia do EPI, há a
especialidade do período de atividade;
- quando a empresa informa no PPP a existência de EPI eficaz,
há possibilidade de questionar judicialmente sua eficácia;
- a utilização de EPI não afasta a especialidade do labor: i) em
períodos anteriores a 3.12.1998; ii) quando há enquadramento legal pela
categoria profissional; iii) em relação aos agentes nocivos: ruído, biológicos,
cancerígenos (como asbestos, benzeno, hidrocarbonetos aromáticos, etc.) e
periculosos (como eletricidade, etc.).
Deve ser consignado que os riscos à saúde ou a exposição ao
perigo não podem ser gerados pelo próprio trabalhador, ou que se tenha na
conduta do trabalhador o fator fundamental de agravamento de tais riscos. Tal
entendimento, aplica-se, especialmente, aos profissionais autônomos que
negligenciam com seus ambientes de trabalho, não curando com seus próprios
interesses, e, posteriormente, imputam ao Estado os ônus de tal negligência.
Construção Civil. Poeiras Minerais (sílica, carvão, cimento,
asbesto e talco)
As atividades relacionadas à construção civil, compreendendo os
trabalhadores em edifícios, barragens, pontes e torres eram reconhecidas como
especiais por enquadramento na categoria profissional, até 28/04/1995, Decreto
nº 53.831/64 (Código 2.3.3).
Após a extinção do enquadramento por categoriaprofissional,
quando comprovada a exposição habitual e permanente do trabalhador a poeiras
minerais, tais como sílica, carvão, cimento, asbesto e talco, é possível o
reconhecimento da especialidade da atividade, com base no Decreto nº
53.831/64, Anexo, Código 1.2.10 e Decreto n° 83.080/79, Anexo I, Código
1.2.12.
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Nesse sentido, cito precedentes desta Quinta Turma:
PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. TRANSFORMAÇÃO DE APOSENTADORIA
POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO EM APOSENTADORIA ESPECIAL.
CABIMENTO. AFASTAMENTO COMPULSÓRIO. TEMA STF 709.
REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. REVISÃO DA RENDA MENSAL
INICIAL DA APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO.
CABIMENTO. TEMPO ESPECIAL. AGENTES NOCIVOS. ÁLCALIS
CÁUSTICOS. RECONHECIMENTO. CONSECTÁRIOS LEGAIS. CORREÇÃO
MONETÁRIA. TEMAS 810 DO STF E 905 DO STJ. JUROS DE MORA.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SÚMULA 76 TRF4. ARTIGO 85 CPC.
CUSTAS PROCESSUAIS. ISENÇÃO. 1. Comprovada a exposição do segurado
a agente nocivo, na forma exigida pela legislação previdenciária aplicável à
espécie, possível reconhecer-se a especialidade da atividade laboral por ele
exercida. 2. O reconhecimento da atividade especial em virtude da exposição
às poeiras de cal e cimento não fica limitada somente a fabricação desses
produtos, mas também pode ocorrer em razão do manuseio rotineiro e
habitual recorrente nas atividades de pedreiro, auxiliar, servente e mestre de
obras, tendo em vista a nocividade da sua composição. (...) (TRF4, AC
5017250-21.2019.4.04.9999, QUINTA TURMA, Relator FRANCISCO
DONIZETE GOMES, juntado aos autos 03/06/2022) grifei
PREVIDENCIÁRIO. LABOR EXERCIDO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS.
DIREITO ADQUIRIDO. SERVENTE E PEDREIRO. CIMENTO. 1.
Comprovado o exercício de atividade especial, conforme os critérios
estabelecidos na lei vigente à época do exercício, o segurado tem direito
adquirido ao cômputo do tempo de serviço como tal. 2. Até 28/04/1995, é
admissível o reconhecimento da especialidade do trabalho por categoria
profissional; a partir de 29/04/1995, necessária a demonstração da efetiva
exposição, de forma não ocasional nem intermitente, a agentes prejudiciais à
saúde, por qualquer meio de prova; e, a contar de 06/05/1997 a comprovação
deve ser feita por formulário-padrão embasado em laudo técnico ou por
perícia técnica. 3. Até 28 de abril de 1995, as atividades de pedreiro e de
servente, exercidas em obra de construção civil, enquadram-se como especiais,
pela categoria profissional, em conformidade com o código 2.3.3 do Decreto nº
53.831/1964. 4. Acaso conste dos autos perícia técnica apontando a
nocividade do contato com o cimento (ou com as substâncias presentes na
sua composição, como, p. ex., álcalis cáusticos) no desempenho das
atividades de operário da construção civil, não há por onde restringir-se a
especialidade apenas às atividades ligadas à produção do cimento ou que
envolvam inalação excessiva de sua poeira, como anteriormente previsto
pelos decretos regulamentadores da matéria. (TRF4, AC 5013914-
08.2017.4.04.7112, QUINTA TURMA, Relator ROGER RAUPP RIOS, juntado
aos autos em 05/04/2022)
Caso concreto
A controvérsia cinge-se à especialidade - ou não - dos períodos de
27/09/1973 a 09/02/1974 e 06/05/1974 a 17/02/1975, laborados na empresa
CONSTRUTORA BRASÍLIA GUAÍBA LTDA.
Nesses períodos, o PPP e a CTPS descrevem as atividades do autor
nos seguintes termos (evento 1, PROCADM11 e evento 1, PROCADM13):
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A sentença examinou as provas e decidiu a questão nos seguintes
termos (evento 135, SENT1):
(...)
Passo ao exame, em separado, de cada um dos períodos controvertidos nesta
ação, com base nos elementos contidos nos autos e nas razões acima expostas,
para concluir pelo cabimento ou não do reconhecimento da natureza especial
da atividade desenvolvida.
Períodos 1 27/09/1973 a 09/02/1974
06/05/1974 a 17/02/1975
Empregador CONSTRUTORA BRASÍLIA GUAÍBA LTDA.
Atividade/função Servente (de obra).
Agente nocivo Atividade de trabalhador na construção civil.
Prova PPP (Evento 1, PROCAMD11, p. 1); CTPS (Evento 1, PROCADM13, p. 28)
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Enquadramento Atividade em edifícios, barragens ou pontes: código 2.3.3 do Quadro Anexo ao
Decreto nº 53.831/1964.
Conclusão SIM, é reconhecida a natureza especial da atividade.
(...)
Nesse contexto, a sentença deve ser confirmada pelos seus próprios
fundamentos, pois apreciou os períodos controversos em consonância com o
entendimento desta Corte, nos termos da fundamentação supra, considerando o
enquadramento por categoria profissional, durante os períodos impugnados
(27/09/1973 a 09/02/1974 e 06/05/1974 a 17/02/1975).
Resta desprovida, destarte, a apelação do INSS, no ponto.
Requisitos para concessão de aposentadoria
O afastamento do cômputo do tempo comum de 11/08/1987 a
30/05/1988 não prejudica o direito à aposentadoria, reconhecido na sentença.
Correção monetária e juros de mora
A partir do julgamento definitivo pelo Supremo Tribunal Federal
do tema 810 da repercussão geral (RE 870947), o Superior Tribunal de Justiça
firmou tese no julgamento do tema 905 dos recursos repetitivos (REsp 1495146)
no sentido de que as condenações judiciais de natureza previdenciária sujeitam-
se à atualização monetária e aos juros de mora da seguinte forma:
3.2 Condenações judiciais de natureza previdenciária.
As condenações impostas à Fazenda Pública de natureza previdenciária
sujeitam-se à incidência do INPC, para fins de correção monetária, no que se
refere ao período posterior à vigência da Lei 11.430/2006, que incluiu o art.
41-A na Lei 8.213/91. Quanto aos juros de mora, incidem segundo a
remuneração oficial da caderneta de poupança (art. 1º-F da Lei 9.494/97, com
redação dada pela Lei n. 11.960/2009).
Com base em tal entendimento, a correção monetária das parcelas
vencidas dos benefícios previdenciários será calculada da seguinte forma:
- IGP-DI de 05/96 a 03/2006 (art. 10 da Lei n.º 9.711/98, combinado com o
art. 20, §§5º e 6º, da Lei n.º 8.880/94);
- INPC a partir de 04/2006 (art. 41-A da lei 8.213/91) até o advento da EC
113/2021.
Os juros de mora, por sua vez, incidentes desde a citação (súmula
204 do STJ), de forma simples (não capitalizada), devem observar os seguintes
índices e períodos:
- 1% ao mês até 29/06/2009;
- a partir de 30/06/2009, haverá a incidência uma única vez, até o efetivo
pagamento, dos índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à
caderneta de poupança (art. 1º-F da Lei 9.494/97, com redação dada pela Lei
n. 11.960/2009) até o advento da EC 113/2021.
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A partir de 09/12/2021, para fins de atualização monetária e
juros de mora, deve ser observada a redação dada ao art. 3º da EC 113/2021, a
qual estabelece que, nas discussões e condenações que envolvam a Fazenda
Pública, independentemente de sua natureza e para fins de atualização
monetária, de remuneração do capital e de compensação da mora, inclusive do
precatório, haverá a incidência, uma única vez, até o efetivo pagamento, do
índice da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia
(SELIC), acumulado mensalmente. As eventuais alterações legislativas
supervenientes devem ser igualmente observadas.
Ressalte-se, a fim de evitar recorrentes embargos declaratórios, que
não há que se cogitar de violação aos Temas 810/STF e 905/STJ em razão da
aplicação da SELIC, uma vez que o julgamento da questão pelos tribunaissuperiores não impede a alteração pelo poder constituinte derivado, cujo poder
de reforma está limitado materialmente apenas às hipóteses previstas no art. 60,
§4º, da Constituição Federal.
Nego provimento à apelação da parte autora, no ponto.
Honorários advocatícios - Sucumbência recíproca
O acolhimento parcial do pedido, em razão da improcedência do
pedido de indenização por danos morais, caracteriza a sucumbência recíproca,
nos termos do artigo 86 do Código de Processo Civil.
Esse, gize-se, foi o entendimento da Terceira Seção desta Corte,
quando decidiu que o acolhimento do pedido principal e a rejeição da pretensão
de pagamento de danos morais implica reconhecimento de sucumbência
recíproca (TRF4, Terceira Seção, EINF 5000062-27.2011.404.7014, Relator p/
Acórdão Celso Kipper, 13/09/2013).
Nesse sentido, os seguintes aresto:
PREVIDENCIÁRIO. DISTRIBUIÇÃO DOS ÔNUS SUCUMBENCIAIS.
HONORÁRIOS. TERMO FINAL. SÚMULAS 76 DESTE TRF4 E 111 DO STJ.
CPC/15. CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS DE MORA. IMPLANTAÇÃO. 1.
Mantido o reconhecimento da ocorrência de sucumbência recíproca,
notadamente diante do fato de que, além do pedido de concessão de benefício,
a autora deduziu também pedido de condenação do ente público ao
pagamento de danos morais, o qual restou desprovido. 2. Quanto ao termo
final da base de cálculo dos honorários nas ações previdenciárias, registro que
o CPC/2015 não inovou nas regras que justificaram a tradicional
jurisprudência sobre o tema, havendo compatibilidade entre ambos. Por essa
razão, não se cogita em afastamento da limitação imposta pela Súmula 76
deste TRF4 e pela Súmula 111 do STJ à base de cálculo dos honorários
advocatícios. 3. Diante do reconhecimento da inconstitucionalidade do uso da
TR como índice de correção monetária (Tema 810 do STF), aplicam-se, nas
condenações previdenciárias, o IGP-DI de 05/96 a 03/2006 e o INPC a partir
de 04/2006. Por outro lado, quanto às parcelas vencidas de benefícios
assistenciais, deve ser aplicado o IPCA-E. 4. Os juros de mora incidem a
contar da citação, no percentual de 1% ao mês até 29/06/2009 e, a partir de
então, segundo a remuneração oficial da caderneta de poupança, calculados
sem capitalização. 5. A partir de 09/12/2021, para fins de atualização
monetária e juros de mora, deve incidir o art. 3º da Emenda Constitucional n.º
13/03/2025, 08:52 Documento:40004881728
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113, segundo o qual, nas discussões e nas condenações que envolvam a
Fazenda Pública, independentemente de sua natureza e para fins de
atualização monetária, de remuneração do capital e de compensação da mora,
inclusive do precatório, haverá a incidência, uma única vez, até o efetivo
pagamento, do índice da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e
de Custódia (SELIC), acumulado mensalmente. As eventuais alterações
legislativas supervenientes devem ser igualmente observadas. 6. Apelação
desprovida. Consectários ajustados de ofício. Determinada a imediata
implantação do benefício. (TRF4, AC 5004246-20.2020.4.04.7108, QUINTA
TURMA, Relator ROGER RAUPP RIOS, juntado aos autos em 14/09/2022)
grifei
PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DA RENDA MENSAL INICIAL DA
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. CABIMENTO.
TEMPO ESPECIAL AGENTES NOCIVOS. RECONHECIMENTO.
CONSECTÁRIOS LEGAIS. CORREÇÃO MONETÁRIA. TEMAS 810 DO STF
E 905 DO STJ. JUROS DE MORA. DANO MORAL NÃO CONFIGURADO.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA.
OCORRÊNCIA. 1. Comprovada a exposição do segurado a agente nocivo, na
forma exigida pela legislação previdenciária aplicável à espécie, possível
reconhecer-se a especialidade da atividade laboral por ele exercida. 2.
Preenchidos os requisitos legais, tem o segurado direito à revisão da
aposentadoria por tempo de contribuição, com o cálculo que for mais
favorável, a contar da data de entrada do requerimento administrativo. 3. A
correção monetária das parcelas vencidas dos benefícios previdenciários será
calculada conforme a variação do IGP-DI de 05/96 a 03/2006, e do INPC, a
partir de 04/2006. 4. Os juros de mora devem incidir a contar da citação
(Súmula 204 do STJ), na taxa de 1% (um por cento) ao mês, até 29 de junho de
2009. A partir de 30 de junho de 2009, os juros moratórios serão computados,
uma única vez (sem capitalização), segundo percentual aplicável à caderneta
de poupança. 5. Não havendo a comprovação do prejuízo moral que alega ter
sofrido, conforme posição jurisprudencial predominante, a negativa de
concessão de benefício previdenciário em sede administrativa não autoriza
indenização por dano moral. 6. O acolhimento do pedido de concessão/revisão
de benefício previdenciário e a rejeição do pedido de indenização por danos
morais implicam no reconhecimento da sucumbência recíproca. (TRF4, AC
5013863-43.2016.4.04.7108, QUINTA TURMA, Relator ALTAIR ANTONIO
GREGÓRIO, juntado aos autos em 27/05/2020) (grifei)
Assim, deve ser mantidos os honorários advocatícios fixados pelo
juízo de origem.
Honorários Recursais
Incabível a majoração de honorários, na forma do art. 85, § 11, do
Código de Processo Civil, quando provido o recurso, ainda que parcialmente,
visto que esta regra incide apenas nos casos de não conhecimento ou
desprovimento do recurso.
Saliente-se que a questão foi objeto de apreciação pela Corte
Especial do STJ no recente julgamento do Tema 1059, em 09/11/2023, que fixou
a seguinte tese:
A majoração dos honorários de sucumbência prevista no art. 85, § 11, do CPC
pressupõe que o recurso tenha sido integralmente desprovido ou não conhecido
pelo tribunal, monocraticamente ou pelo órgão colegiado competente. Não se
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Identificações de pessoas físicas foram ocultadas
aplica o art. 85, § 11, do CPC em caso de provimento total ou parcial do
recurso, ainda que mínima a alteração do resultado do julgamento e limitada a
consectários da condenação.
Prequestionamento
O enfrentamento das questões suscitadas em grau recursal e a
análise da legislação aplicável são suficientes para prequestionar, às instâncias
superiores, os dispositivos que as fundamentam. Desse modo, evita-se a
necessidade de oposição de embargos de declaração para esse exclusivo fim, o
que evidenciaria finalidade de procrastinação do recurso, passível, inclusive, de
cominação de multa, nos termos do art. 1.026, §2º, do CPC.
Tutela Específica
Deixo de determinar a implantação do benefício nesta instância,
uma vez que a parte autora possui benefício previdenciário ativo.
Conclusão
- apelação da parte autora desprovida;
- apelação do INSS conhecida em parte e, nessa extensão,
parcialmente provida para afastar o cômputo do tempo comum do período de
11/08/1987 a 30/05/1988;
Dispositivo
Ante o exposto, voto por conhecer em parte da apelação do INSS e,
nessa extensão, dar-lhe parcial provimento e negar provimento à apelação da
parte autora.
Documento eletrônico assinado por ALEXANDRE GONÇALVES LIPPEL, Desembargador Federal
Relator, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª
Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no
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Poder Judiciário
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO
APELAÇÃO CÍVELNº 5001837-92.2017.4.04.7135/RS
RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL ALEXANDRE GONÇALVES LIPPEL
EMENTA
PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO.
APELAÇÃO COM ARGUMENTOS GENÉRICOS OU
DISSOCIADOS DO CASO CONCRETO. NÃO
CONHECIMENTO. IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA.
NÃO CONHECIMENTO. ATIVIDADE ESPECIAL.
AGENTES NOCIVOS. CONSTRUÇÃO CIVIL.
RECONHECIMENTO. CONVERSÃO.
1. Não se conhece da apelação no ponto em que apenas tece
considerações genéricas sobre a matéria, sem desincumbir-se do ônus da
impugnação específica ao julgado, ou que apresenta argumentos dissociados do
caso concreto.
2. Não se conhece da apelação no ponto em que reitera a
impugnação ao valor da causa, rejeitada pelo juízo de origem, pois o recurso
cabível é o agravo, conforme o Tema 988 do STJ.
3. A lei em vigor quando da prestação dos serviços define a
configuração do tempo como especial ou comum, o qual passa a integrar o
patrimônio jurídico do trabalhador, como direito adquirido.
4. Até 28/04/1995 admite-se o reconhecimento da especialidade do
trabalho por categoria profissional; a partir de 29/04/1995 necessário a
comprovação da efetiva exposição aos agentes prejudiciais à saúde, de forma
não ocasional nem intermitente, por qualquer meio de prova; a contar de
06/05/1997 a comprovação deve ser feita por formulário-padrão (PPP) embasado
em laudo técnico (LTCAT) ou por perícia técnica.
5. A atividade em construção civil dos trabalhadores em edifícios,
barragens, pontes e torres, considerada perigosa, esta prevista no item 2.3.3 do
Quadro Anexo ao Decreto nº 53.831/64, podendo ser considerada especial por
enquadramento profissional.
ACÓRDÃO
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Identificações de pessoas físicas foram ocultadas
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas,
a Egrégia 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região decidiu, por
unanimidade, conhecer em parte da apelação do INSS e, nessa extensão, dar-lhe
parcial provimento e negar provimento à apelação da parte autora, nos termos do
relatório, votos e notas de julgamento que ficam fazendo parte integrante do
presente julgado.
Porto Alegre, 25 de fevereiro de 2025.
Documento eletrônico assinado por ALEXANDRE GONÇALVES LIPPEL, Desembargador Federal
Relator, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª
Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no
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Signatário (a): ALEXANDRE GONÇALVES LIPPEL
Data e Hora: 27/02/2025, às 15:05:04
5001837-92.2017.4.04.7135 40004881729 .V5
Poder Judiciário
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO
EXTRATO DE ATA DA SESSÃO VIRTUAL DE 18/02/2025 A
25/02/2025
APELAÇÃO CÍVEL Nº 5001837-92.2017.4.04.7135/RS
RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL ALEXANDRE GONÇALVES LIPPEL
PRESIDENTE: DESEMBARGADOR FEDERAL ALEXANDRE GONÇALVES LIPPEL
PROCURADOR(A): VITOR HUGO GOMES DA CUNHA
Certifico que este processo foi incluído na Pauta da Sessão Virtual, realizada no período
de 18/02/2025, às 00:00, a 25/02/2025, às 16:00, na sequência 491, disponibilizada no
DE de 07/02/2025.
Certifico que a 5ª Turma, ao apreciar os autos do processo em epígrafe, proferiu a
seguinte decisão:
13/03/2025, 08:52 Documento:40004881728
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Conferência de autenticidade emitida em 13/03/2025 08:52:11.
Identificações de pessoas físicas foram ocultadas
A 5ª TURMA DECIDIU, POR UNANIMIDADE, CONHECER EM PARTE DA
APELAÇÃO DO INSS E, NESSA EXTENSÃO, DAR-LHE PARCIAL
PROVIMENTO E NEGAR PROVIMENTO À APELAÇÃO DA PARTE AUTORA.
RELATOR DO ACÓRDÃO: DESEMBARGADOR FEDERAL ALEXANDRE GONÇALVES LIPPEL
VOTANTE: DESEMBARGADOR FEDERAL ALEXANDRE GONÇALVES LIPPEL
VOTANTE: DESEMBARGADOR FEDERAL HERMES SIEDLER DA CONCEIÇÃO JÚNIOR
VOTANTE: JUIZ FEDERAL FRANCISCO DONIZETE GOMES
PAULO ROBERTO DO AMARAL NUNES
Secretário
13/03/2025, 08:52 Documento:40004881728
https://eproc-jur.trf4.jus.br/eproc2trf4/externo_controlador.php?acao=jurisprudencia@jurisprudencia/download_inteiro_teor&doc=40004881729… 20/20

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