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FÍ SI CA 72 2. Física térmica Ramo da Física que compreende o estudo das medidas de temperatura e de calor, dos processos de transferência de calor e suas implicações, das mudanças de fases das subs- tâncias e dos princípios da termodinâmica. A. Termometria A temperatura, que define o estado térmico de um corpo, é determinada pelo grau de agitação das partículas do corpo. Ela constitui uma medida da energia cinética média das partí- culas que compõem o corpo. Os termômetros são dispositivos utilizados para a deter- minação da temperatura de um corpo. Eles se baseiam na lei zero da termodinâmica: dois corpos em equilíbrio térmico apresentam a mesma temperatura. A.1. Escalas usuais de temperatura (Celsius, Fahrenheit e Kelvin) • Primeiro ponto fixo (1o PF): ponto de fusão do gelo à pressão normal de 1 atm (0 °C = 32 °F = 273 K); • Segundo ponto fixo (2o PF): ponto de vaporização da água à pressão normal de 1 atm (100 °C = 212 °F = 373 K). ∆θc 100 °C °F K 212 373 0 32 273 ∆θF ∆TK θ θc F KT 5 32 9 273 5 = − = − e ∆ ∆ ∆θ θc F KT 5 9 5 = = B. Dilatação térmica É o estudo das variações das dimensões de um sólido, ou do volume de um líquido, devido às variações de temperatura. B.1. Dilatação linear Uma única dimensão do sólido: comprimento, largura ou espessura. L0 θ1 θ2 L ∆L ∆ ∆ ∆ L L L L = ⋅ ⋅ = + ⋅( ) 0 0 1 α θ α θ a é o coeficiente de dilatação linear (depende do material). B.2. Dilatação superficial Duas dimensões do sólido: dilatação da área. θ0 θ A0 A ∆ ∆ ∆ A A A A = ⋅ ⋅ = + ⋅( ) = ⋅ 0 0 1 2 β θ β θ β α B.3. Dilatação volumétrica Três dimensões do sólido: dilatação do volume. V0 V θθ0 ∆ ∆ ∆ V V V V = ⋅ ⋅ = + ⋅( ) = ⋅ 0 0 1 3 γ θ γ θ γ α B.4. Dilatação dos líquidos Líquidos: volume definido e forma do recipiente. ∆Vap� (dilatação aparente) V0 Dilatação real = dilatação aparente + dilatação do recipiente ∆Vreal = ∆Vaparente + ∆Vrecipiente γreal = γap. + γrec. C. Calorimetria Calor é a energia térmica que flui espontaneamente de um corpo de maior temperatura para um corpo de menor tem- peratura, quando colocados em contato. C.1. Calor sensível É a quantidade de calor (Q) absorvido ou cedido por um corpo de massa m associada, exclusivamente, a uma varia- ção de temperatura (∆θ). Q = m · c · ∆θ Unidade no SI: [Q] = joule (J) • c = calor específico da substância que constitui o corpo. • Outras unidades: 1 cal = 4,18 J; 1 Cal = 4,18 · 103 J; 1 Btu = 1 055 J. C.2. Potência térmica É definida pela razão entre a quantidade de calor e o in- tervalo de tempo. P Q t = ∆ Unidades no SI: [P] = watt (W); cal/min C.3. Capacidade térmica (C) Constitui a razão entre a quantidade de calor (absorvida ou cedida) e a correspondente variação de temperatura. É dada também pelo produto da massa pelo calor específico. C Q m c= = ⋅∆θ Unidade no SI: [C] = J/K • Equivalência térmica − Dois corpos são termicamen- te equivalentes quando possuem a mesma capaci- dade térmica. 701360214 DB EM PV ENEM 91 AN LV 01 TE TEOR UN_MIOLO.indb 72 24/01/2019 09:05 MATERIA L D E U SO E XCLU SIV O SIS TEMA D E E NSIN O D OM B OSCO FÍ SI CA 73 C.4. Calor latente É a quantidade de calor (Q) absorvido ou cedido por um corpo de massa m associada, exclusivamente, a uma mudan- ça de fase (fusão, solidificação, vaporização, liquefação ou sublimação) do corpo. Q = m · L L = calor latente de fusão, vaporização, ... Solidi�cação Sublimação Fusão Vaporização Liquefação (condensação) • Em uma mudança de fase, a temperatura de uma substância pura é constante. C.5. Trocas de calor Em um sistema termicamente isolado, composto por vá- rios corpos, o somatório das quantidades de calor (cedidas por uns e absorvidas por outros) é igual a zero. Q =∑ 0 ⇒ QA + QB + QC + ... = 0 C.6. Propagação do calor A transferência de calor pode ocorrer por condução, con- vecção ou irradiação. Condução térmica É o processo de transporte de energia de partícula a par- tícula, sem transporte de matéria. Ocorre principalmente nos materiais sólidos, como na barra de comprimento (e), seção transversal de área (A), cujas extremidades são mantidas em diferentes temperatu- ras, conforme a figura. = – θ θ2 θ1 e Comprimento e θ2 θ1 A ∆θ θ θ2 1 • Fluxo de calor (Φ) − Consiste na razão entre a quanti- dade de calor (Q) que atravessa o condutor e o intervalo de tempo (∆t) correspondente. É diretamente propor- cional à área (A) e à variação de temperatura (∆θ) e in- versamente proporcional ao comprimento (e) da barra. Φ ∆= = ⋅ ⋅ −( )Q t k A e θ θ2 1 k é o coeficiente de condutibilidade térmica (depende do material). Unidade no SI: [Φ] = J/(s · m · K) Convecção térmica É o processo de transferência de energia por meio do transporte de matéria (massa fluida), devido a uma diferença de densidade. Ocorre nos fluidos: líquidos e gases. Irradiação térmica Constitui o processo de transferência de energia por meio de ondas (radiações) eletromagnéticas, sendo o único pro- cesso de transferência de calor que ocorre no vácuo. D. Diagrama de fases É a representação gráfica da pressão em função da tem- peratura. Determina a fase (sólido, líquido, vapor e gás) de uma substância. Modelo: água. p 1 217,5 atm Gás Vapor Líquido Sólido760 mmHg 4,58 mmHg θ (°C)0 100 374 0,01 2 Ponto crítico Ponto triplo3 1. Curva de fusão: equilíbrio entre as fases sólida e líquida; 2. Curva de vaporização: equilíbrio entre as fases líquida e de vapor; 3. Curva de sublimação: equilíbrio entre as fases sólida e de vapor. • Ponto triplo: encontro das três curvas; coexistência das três fases, em equilíbrio térmico. • Ponto crítico: acima da temperatura crítica, a substân- cia é gás; abaixo, é vapor. Um gás não pode ser lique- feito por compressão isotérmica. E. Gases As variáveis de estado, pressão (p), volume (V) e tempe- ratura (T), definem o estado termodinâmico de um gás. Mode- lo de gás perfeito (ideal): [gás submetido a baixa pressão e alta temperatura.] • Equação de Clapeyron: p · V = n · R · T 701360214 DB EM PV ENEM 91 AN LV 01 TE TEOR UN_MIOLO.indb 73 24/01/2019 09:05 MATERIA L D E U SO E XCLU SIV O SIS TEMA D E E NSIN O D OM B OSCO FÍ SI CA 74 E.1. Transformações gasosas A pressão, o volume e a temperatura variam (transformação genérica); uma delas pode ser constante (transformação par- ticular). Transformação Característica Equação (Temperatura em kelvin) Gráfico Isobárica Pressão constante V T V T 1 1 2 2 = V p1 p2 p3 T (K)0 Isométrica Volume constante p T p T 1 1 2 2 = p V1 V2 V3 T (K)0 Isotérmica Temperatura constante p1 · V1 = p2 · V2 p T1 T2 T3 T3 > T2 > T1 V0 Geral Pressão, volume e temperatura variam. p V T p V T 1 1 1 2 2 2 ⋅ = ⋅ F. Termodinâmica É o estudo das relações entre calor e trabalho nos sistemas termodinâmicos, como nas máquinas térmicas. F.1. Trabalho de um gás O trabalho realizado pela força de um gás depende da transformação sofrida por ele. p V pl pF VFVl f i A T = área do diagrama (p × V) Vf > Vi ⇒ T > 0 Vf