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Um manual prático com as bases para a
construção de um manejo clínico leve e
descomplicado em Gestalt-terapia
O Essencial
Quero te desejar boas vindas a este e-book este material que você está
lendo, tem conexão com o nosso workshop: “A Gestalt-terapia na
prática: da teoria à realidade da clínica de forma descomplicada”
lá é importante que você leia, pois lá nós vamos nos aprofundar nessa
temática e acrescentar mais informações para que você tenha um
manejo clínico descomplicado e que flui no seu dia-a-dia de consultório. 
Se você está lendo este material, é sinal de que confiou no meu
trabalho. Por isso, desde já, quero agradecer e dar as boas-vindas!
Eu sou Ricardo Takaki, um psicoterapeuta e professor apaixonado pela
Gestalt-terapia. No consultório, atuo nessa abordagem há mais de 10
anos, atendendo e aprendendo cada dia mais com meus clientes.
Descobri que a Gestalt-terapia não precisa ser complexa e que os
clientes não pagam pelo seu conhecimento, mas sim por saber como
aplicá-lo. Por isso, resolvi contribuir ensinando métodos e formas de
utilizar a abordagem no dia-a-dia do seu consultório.
Prepare-se para colocar a "mão na massa" e aprender o que fazer na
prática com todo o seu conhecimento! Bora Gestaltecer?
Que bom te encontrar aqui!
02
Feito com muito
carinho por:
Ricardo Takaki
@gestaltecer
Este é um material para uso de Psicólogos ou
Estudantes de Psicologia.
Foi construído com base na experiência clínica e nos
estudos do autor.
Recomenda-se que seja utilizado para aplicação prática
em consultórios de Gestalt-terapia, com clientes/pacientes
que não estejam em estado de crise ou com contato
reduzido com a realidade. Avalie o nível de consciência
do seu cliente para a aplicação apropriada das
ferramentas ensinadas aqui.
O uso deste material é proibido para quaisquer fins
comerciais, plágio, pirataria ou compartilhamento.
Nosso Contrato
03
Sumário
Capítulo 1: A presença do psicoterapeuta ............................. 05
O ser Psicoterapeuta ........................................................... 06
Autenticidade do Psicoterapeuta ......................................... 07
Exercício de Ampliação 01 .................................................. 08
Como estar mais presente? ................................................. 09
Capítulo 2: A construção de uma relação terapêutica .......... 11
Como é a relação terapêutica na Gestalt-terapia? ............... 12
A vontade de atender e a vontade de ser atendido/a ........... 14
Dar contorno à relação: o contrato terapêutico .................... 16
Capítulo 3: Um método descomplicando: Fenomenologia ...18
Manejo Clínico em Gestalt-terapia ....................................... 19
Fenomenologia e Gestalt-terapia ......................................... 20
Postura para o Manejo: Epochè ........................................... 21
Manejo na Prática: Definindo o tema da sessão .................. 22
Exercício de Ampliação 2 .................................................... 23
Manejo na Prática: Explorando o tema ................................ 24
Exercício de Ampliação 3 .................................................... 25
Manejo na Prática: Encontrando sentido ............................. 26
Exercício de Ampliação 4 .................................................... 27
Encontrando Fluidez no Manejo .......................................... 28
Mensagem Final ........................................................................ 29
Algumas Referências ............................................................... 32
Capítulo 01
05
Antes de nos aprofundarmos nos temas sobre o manejo, eu
gostaria de te fazer algumas perguntas para ampliar nossas
reflexões:
Para que você se tornou um psicoterapeuta?
O que te motivou?
Qual é a sua história?
De onde você vem ou o que você já viveu?
Você já passou por um processo terapêutico? Como foi?
Você está em um processo terapêutico?
Tem buscado um contato mais íntimo consigo mesmo?
Tem conseguido ir além das próprias fronteiras para se
permitir uma abertura ao diferente? à outras pessoas?
Quero te convidar a ficar um pouco em cada uma dessas
questões, entrar em contato com sua experiência pessoal.
Eu não acredito que uma pessoa se torne psicoterapeuta,
especialmente um Gestalt-terapeuta, “do nada”. Há sempre
uma intencionalidade no que fazemos, e isso não é diferente
com o ser terapeuta.
Acolher a dor e o sofrimento do outro, ser guardião dos seus
segredos, tem um preço: a busca constante por estudar não só
a teoria, mas a si mesmo. Então qual é a sua intencionalidade?
O que te fez chegar aqui?
06
O ser psicoterapeuta
A autenticidade do psicoterapeuta é essencial no processo
terapêutico, pois cria um ambiente seguro e genuíno para o
cliente explorar suas próprias verdades. 
Na Gestalt-terapia, ser autêntico significa estar presente de
forma plena, permitindo que a relação seja uma troca real, onde
o terapeuta não se esconde atrás de técnicas, mas se envolve
com transparência.
Quando o terapeuta se mostra como é — com suas próprias
emoções, limites e humanidade —, ele convida o cliente a fazer
o mesmo, possibilitando um contato mais profundo.
A autenticidade rompe barreiras, desfaz defesas e permite
que o cliente se encontre com aquilo que é essencial em si.
Assim, o terapeuta é, ao mesmo tempo, testemunha e
participante, trazendo “permissão para ser” no campo
terapêutico, possibilitando uma relação viva e transformadora.
Essa postura é, em si, um convite à transformação e ao
encontro genuíno.
07
Autenticidade do psicoterapeuta
1 - Como estou me sentindo agora, em relação ao que está
acontecendo nesta sessão, e de que forma isso pode impactar
minha presença com o cliente?
2 - Quais são as minhas necessidades e limites neste
momento? Estou confortável em expressá-los de forma clara e
respeitosa?
3 - De que forma minha própria história e experiências
pessoais estão presentes aqui, e como posso utilizá-las de
maneira autêntica e útil para o processo terapêutico?
4 - O que está acontecendo na relação entre mim e o cliente
que estou relutante em trazer à tona, e como essa hesitação
pode estar influenciando nossa conexão?
5 - Estou reagindo ao cliente de uma forma automática ou
estou verdadeiramente presente com ele e suas necessidades
neste momento?
08
Exercício de ampliação 1
Logo abaixo vou deixar 5 perguntas que você pode se fazer
para aumentar a percepção do quanto você tem sido
autêntico/a nos processos que conduz. Você pode pensar em
um caso específico que você esteja atendendo, se imaginar
diante do cliente e responder:
Como estar mais Presente?
O ofício de ser psicoterapeuta, creio eu, nos exige um olhar
sobre o nosso tempo de trabalho de forma diferente:
precisamos ter tempo para estudar o caso, fazer supervisão,
cuidar do nosso próprio processo interno em terapia, também
ter tempo para se preparar, antes de um atendimento, e
também para respirar, tomar uma água após finalizar.
Pensando nisso, a sessão de terapia de fato é um evento ao
qual chamamos de ENCONTRO. Encontrar é tocar e ser
tocado pelo outro, como fazer isso com qualidade quando se
tem pressa? Ou quando sua cabeça está em outro lugar?
09
Para que o encontro aconteça da melhor maneira possível, é
recomendável (mas não obrigatório) que você busque:
Preparação Pessoal Antes da Sessão: Reserve alguns
minutos antes de cada sessão para respirar profundamente,
relaxar o corpo e se conectar com o momento presente. Isso
ajuda a transitar das demandas externas para o espaço
terapêutico.
Auto-observação: Durante a sessão, observe suas próprias
reações físicas e emocionais. Note como o corpo responde ao
que o cliente está dizendo, e use essas respostas como
indicadores para se manter conectado.
Escuta Ativa e Curiosa: Esteja plenamente atento ao que o
cliente diz, sem planejar respostas antecipadas. Pratique a
escuta ativa, onde cada palavra e gesto do cliente são
recebidoscom curiosidade e abertura.
Além disso, também é importante compreender que haverá
dias em que você não estará em condições de atender, por um
adoecimento, um mal estar, ou situações que saem do seu
controle, se for algo que impeça sua presença com o cliente,
então veja a possibilidade de remarcar a sessão, assim você
também poderá dedicar tempo ao seu autocuidado.
10
Capítulo 02
11
Todo processo psicoterápico tem 2 pilares: A relação
terapêutica e o processo diagnóstico.
Após a primeira entrevista, se o seu cliente decidir continuar no
processo, você precisará cultivar junto com ele essa relação.
Relação terapêutica em Gestalt-terapia é um meio que
favorece a mudança. Existe nessa relação sentimentos,
emoções, não só por parte do cliente, mas também do próprio
terapeuta.
Está tudo bem você como psicoterapeuta ter sentimentos. O
importante é lembrar que na sessão, o foco não é trabalhar os
seus sentimentos, mas compartilhar, quando oportuno, ajuda
no processo, humaniza, te mostra como alguém autêntico.
12
Como é a relação terapêutica
na Gestalt-terapia?
A Gestalt-terapia propõe um tipo específico de relação
terapêutica onde existe contato genuíno com a outra pessoa
chamada Relação Dialógica. Ela tem base no existencialismo
de Martin Buber em seu livro “EU-TU”.
A relação "Eu-Tu", segundo Martin Buber, é um encontro
autêntico e profundo entre dois seres, onde ambos se
reconhecem em sua totalidade e singularidade. É um contato
genuíno, sem julgamentos ou objetivos, marcado pela
presença e pelo envolvimento real. 
Na Gestalt-terapia, esse tipo de relação facilita a transformação
e o crescimento, pois valoriza o momento presente e a conexão
verdadeira. Então seu cliente não é um diagnóstico, não é uma
personalidade, não é nada que você tenha pré-determinado
sobre ele, acima de tudo é uma pessoa.
Por outro lado, a relação "Eu-Isso" é um encontro objetificado,
onde o outro é tratado como um objeto, algo a ser manipulado
ou categorizado, com foco na utilidade. Não há encontro pleno,
apenas uma relação instrumental.
Por isso a proposta é pensar: O cliente não é só mais um
número numa agenda cheia. É importante e observar o quão
cheia está sua agenda e se ela tem permitido que você vivencie
mais a relação “Eu-Tu” ou se ao final do dia, você já está em
esgotamento e acaba não podendo ficar tão presente diante
dos últimos clientes.
13
O título que escolhi para esse tópico poderia ser auto
explicativo, pois ele resume algo que é fundamental para que a
relação terapêutica aconteça, o que nós chamamos de: Aliança
de trabalho ou Aliança terapêutica.
Uma conexão de confiança e compreensão mútua do seu
trabalho, com os objetivos do processo terapêutico,
concordância com a estrutura de funcionamento.
Começa com o oferecimento de ajuda, apoio e compromisso
por parte do terapeuta.
É uma parceria ativa, ou seja, ambos colaboram para o
processo, o terapeuta com sua experiência, técnica, recursos
terapêuticos e o cliente com a disposição para participar do
processo.
Para manter a aliança terapêutica funcionando, é importante
fazer sessões de revisão em intervalos regulares, para verificar
com o cliente o quanto a relação terapêutica está funcionando,
sendo útil e efetiva (contar caso do Rafael, sentir que não
estava prestando atenção, caderno).
14
A vontade de atender e a
vontade de ser atendido/a
15
Podemos pensar a aliança terapêutica também como se fosse
uma dança: Ambos os parceiros, terapeuta e cliente, movem-
se juntos, ora conduzindo, ora sendo conduzidos. É preciso
confiança, sintonia e escuta mútua para que o ritmo se
estabeleça, permitindo que os passos fluam, criando um
movimento harmonioso de crescimento e transformação.
É ajustar o passo observando o cliente e suas reações diante
de uma intervenção para dosar a quantia de confrontação,
perceber se evitou questões importantes para o cliente ou se
foi rápido demais.
Lembrar ao cliente que ele tem liberdade em falar quando o
processo está indo rápido demais, difícil ou doloroso, ele
precisa estar a vontade para comunicar ao terapeuta, e verificar
se isto está acontecendo, é uma forma de avaliar como anda a
sua aliança de trabalho. O quanto ele está comprometido
com o processo? Ambos estão alinhados do objetivo do
processo juntos?
Faz parte da aliança terapêutica o contrato, nele é importante
estar incluído seus honorários, política de faltas e remarcação,
assiduidade, férias, tempo da sessão, sigilo profissional. A
seguir trarei alguns questionamentos para ampliar sua
percepção sobre o contrato terapêutico:
Honorários: qual é o preço da sua sessão? embora exista uma
tabela fixada pelo CFP, ainda acredito na importância de você
como gerente administrativo do próprio consultório, saiba
também precificar, levantar seus custos fixos, variáveis, férias,
13º, terapia e supervisão para chegar a um preço coerente com
sua realidade e que permita seu trabalho ser sustentável e que
também abra espaço, para, quando necessário e se sentir
necessidade fazer alguns atendimentos sociais.
Política de faltas e remarcação: as faltas serão cobradas? há
alguma regra que você queira estabelecer sobre isso? há
exceções? Aqui não existe um modelo perfeito, e sim o que
faça sentido para você.
Assiduidade: o que fazer em casos de atraso? com até quanto
tempo de atraso a serão acontecerá normalmente? 
16
Dar contorno à relação: o
contrato terapêutico
Férias: como irá acordar com o cliente sobre as férias do
cliente? E as suas férias? alguns cobram pelas férias, outros
não, como você pretende fazer?
Tempo da sessão: quanto tempo dura a sessão? Qual a
frequência?
Sigilo profissional: explicar ao cliente sobre o sigilo e as
situações nas quais você tem autorização para acionar: rede de
apoio, levar o caso para supervisão, etc.
Todas essas informações são fundamentais para dar contorno,
estabelecer como irá funcionar o processo terapêutico e dar
segurança ao cliente para construir uma boa relação
terapêutica. 
No meu curso: Formação Gestaltecer, disponibilizo aos meus
aluno um modelo editável de contrato. Embora seja comum o
contrato verbal, também considero importante um contrato
físico ou digital. Além desse documento, na Formação de
ensino a trabalhar com os prontuários e estudo de caso,
oferecendo inclusive modelos editáveis.
Para saber mais sobre a formação clique aqui.
17
https://formacaogestaltecer.com.br/
Capítulo 03
18
Manejo Clínico em Gestalt-terapia
19
Até aqui conversamos sobre ser terapeuta, sobre a importância
da construção de uma relação terapêutica, e talvez você esteja
se perguntando, o que isso tem a ver com manejo?
Eu te afirmo que sem uma relação terapêutica bem construída,
na qual haja comprometimento de ambas as partes no
processo terapêutico, e também sem que você enquanto
terapeuta esteja presente, nenhum manejo será eficaz.
Falar de manejo clínico é dar resposta à seguinte questão:
como fazer ou como aplicar a teoria na prática?
Em outras palavras, gosto de definir manejo como: o método
que eu utilizo para aplicar a teoria na prática.
E quero te desvelar agora ou revelar que, o essencial do
manejo em Gestalt-terapia é ter como base uma boa relação
terapêutica e então utilizar uma metodologia descomplicada
que leve o cliente a ampliar sua percepção sobre si mesmo, as
situações em que vive, seus conflitos e então poder
conscientemente descobrir que é possível fazer diferente,
mudar, se transformar.
Fenomenologia e Gestalt-terapia
20
 ritz Perls em seu livro “A Abordagem Gestáltica e a
Testemunha ocular da terapia” diz que: “Nossa esperança é
aumentar progressivamente sua percepção de si mesmo,
em todos os níveis”. E como poderemos fazer isso? Quais
manejos podem nos auxiliar a trabalhar dessa forma com
nosso clientes?
A resposta que encontrei, até o presente momento é: com
perguntas fenomenológicas.
E para chegarmos nelas, antes, preciso te dizer que a
Fenomenologia está na base filosóficada Gestalt-terapia, e que
de acordo com o método de Husserl (1907-1958), o objetivo da
Fenomenologia “é ser uma psicologia descritiva”. Por meio
da descrição chega-se o mais próximo possível da experiência
tal como é vivenciada pelo cliente.
Isso significa dizer que, ninguém a não ser o seu cliente,
sabe o que aconteceu e como experimentou a situação.
Portanto, a princípio, não cabe nós que estamos fora, fazermos
interpretações “a priori”, ou seja, com base no que achamos,
pensamos, mesmo antes de ouvir o cliente. 
Por isso, nosso manejo evita perguntas com “porquês”.
Uma vez que conduzem à uma explicação ou justificativa dos
fatos e não à uma descrição.
Postura para o Manejo: Epochè
21
É o que chamamos de “postura fenomenológica” ou “atitude
fenomenológica”.
Para que essa relação se torna terapêutica e profunda, devo
evitar julgá-lo, criticá-lo, ou interpretá-lo com base nas minhas
próprias crenças e pré-julgamentos.
Por isso podemos dizer que Epochè é um exercício de
suspensão de valores. Conseguimos 100%? Não! Afinal você
precisa lembrar do significado das palavras para poder falar,
então não é possível ficar 100% em epochè.
A ideia é fazer um exercício de não-julgamento, de permitir que
o cliente se expresse em sua totalidade sem criticá-lo ou fazer
algum juízo de valor sobre sua experiência.
É uma postura de abertura e curiosidade ativa, na qual tudo é
potencialmente importante, para então poder se aproximar do
fenêmeno que mais se destaca, a figura, o tema da sessão.
Manejo na Prática: Definindo o
tema da sessão
22
Seu cliente é livre para trazer qualquer conteúdo à sessão de
terapia. Tudo potencialmente pode ser trabalhado em uma
sessão.
Ao mesmo tempo, é comum que você possa ter
experimentando a seguinte situação: Seu cliente fala de tudo
quanto é assunto, não se aprofunda em nenhum, algumas
vezes até te deixando em estado de confusão por não saber
por onde “puxar o fio”, ou fica extremamente calado e te deixa
na angústia de “não saber por onde começar”.
Então definir um tema para iniciar a sessão é interessante,
desde que seja escolhido pelo cliente. Esse é o primeiro
manejo possível com base no método fenomenológico: ajudar
o cliente a afunilar sua experiência terapêutica,
responsabilizando-se pela escolha do que gostaria de olhar em
profundidade.
Como fazemos isso?
Por meio do “retorno às coisas mesmas”, com perguntas sobre
“O que” e/ou “qual”, veja a seguir como fazer na prática e
também já exercite essa habilidade!
Como sugestão de manejo, você pode fazer perguntas
iniciadas com “O QUE?” ou “QUAL?”. Veja alguns exemplos:
O que tem estado mais presente em sua mente
ultimamente?
Qual dessas situações está causando mais desconforto?
Dentre esses temas, qual lhe provoca uma emoção mais
intensa? Gostaria de falar sobre ele hoje?
Qual desses tópicos você acha que pode trazer mais
clareza ou alívio se for discutido hoje?
Diante da situação escolhida, pode perguntar: Vamos lá,
me conte melhor o que aconteceu, quem estava
envolvido?
Para exercitar: Crie mais 3 perguntas que você poderia fazer
utilizando “O que” e/ou “Qual”.
23
Exercício de ampliação 2
Imagine o seguinte caso hipotético: A cliente chega à terapia
visivelmente estressada. Primeiro, compartilha sua frustração
no trabalho por não conseguir dizer não às demandas
excessivas. Em seguida, fala sobre a pressão que sente em
sua vida social, preocupando-se em não desapontar os amigos
ao não participar de todos os eventos. Por fim, menciona
conflitos com a família, onde sente que suas opiniões não são
respeitadas, gerando sentimentos de tristeza e solidão. Esses
temas a deixam ainda mais ansiosa e cansada.
Manejo na Prática: Explorando o
tema
24
Chegamos ao X da questão, mas isso não é suficiente para
provocar mudanças no cliente. Precisamos ir mais fundo,
conhecer a percepção dele sobre essa questão, e ao fazer a
redução fenomenológica, vamos descobrir mais sobre o
sujeito, sobre a pessoa dele. É hora de falar dos sentimentos,
pensamentos, crenças, tudo que ele percebe fazer parte dessa
questão.
Costumamos usar a pergunta “Como?” e/ou “De que forma?”.
Veja alguns exemplos:
Como é isso para você?
Como você se sente ao me contar isso?
Como você gostaria que essa situação se desenrolasse?
Como você recebe isso que estou dizendo?
Como essa situação interfere na sua vida nesse momento?
Com essa pergunta, feita de diversas maneiras, vamos
compreender a forma como ele estrutura suas vivências, as
maneiras costumeiras dele ser no mundo, diante do outro, e as
formas com que ele lida com questões semelhantes a essa.
Como sugestão de manejo, você pode fazer perguntas
iniciadas com “Como?” ou “De que forma?”. Veja alguns
exemplos:
Como você se sente quando precisa assumir
responsabilidades que não são suas?
De que forma seus colegas reagem quando você tenta
estabelecer limites? Como isso te afeta?
Como essa sobrecarga no trabalho impacta sua vida fora
do escritório?
Para exercitar: Crie mais 3 perguntas que você poderia fazer
utilizando “Como?” ou “De que forma?”
25
Exercício de ampliação 3
Seguindo o caso hipotético, vamos supor que a cliente decidiu
falar sobre o trabalho: 
"Estou tão sobrecarregada no trabalho. Sinto que nunca
consigo dizer não às demandas dos meus colegas, e isso me
deixa exausta. Estou sempre preocupada em atender às
expectativas de todos, mas acabo me esquecendo de mim
mesma. Ontem, fiquei até tarde para finalizar um projeto que
nem era meu, e só me pergunto como vou continuar assim.
Estou realmente me sentindo perdida e sem energia."
Manejo na Prática: Encontrando
sentido
A intencionalidade faz parte da vida psíquica,
é um passo antes da ação ou do bloqueio da ação. Ela está
conectada às nossas necessidades e muitas vezes não temos
percepção disso.
Então chegar à intencionalidade, é o mesmo que chegar ao
sentido ou propósito que o cliente vê naquela situação que o
impulsiona a determinada ação ou o impede de agir como
gostaria.
Para chegar na intencionalidade, primeiro precisamos
encontrar a questão principal (o que), depois ter compreensão
sobre a visão do cliente sobre isso (como) e então investigar
qual sentido ele atribui a isso, perguntando “Para quê?” ou “A
que serve?” ou “qual o sentido”?
26
Como sugestão de manejo, você pode fazer perguntas
iniciadas com “Para quê?” ou “Qual sentido?” ou “A que
serve?” Veja alguns exemplos:
Para quê você acredita que continua assumindo essas
responsabilidades que não são suas?
Qual sentido faz para você priorizar as expectativas dos
outros em vez das suas? 
A que serve esse padrão de dizer sempre sim, mesmo
quando isso te prejudica?
Para exercitar: Crie mais 3 perguntas que você poderia fazer
utilizando “Para quê?” ou “Qual sentido?” ou “A que serve?”
27
Exercício de ampliação 4
Seguindo o caso hipotético, vamos supor que a cliente chegou
à seguinte percepção da sua experiência emocional:
"Eu me sinto ansiosa e culpada quando preciso assumir tarefas
que não são minhas. Às vezes, percebo que meus colegas não
reagem bem quando tento dizer não, como se estivessem
desapontados. Essa pressão me faz ficar estressada e afeta
meu sono. Se eu conseguisse dizer não, imagino que teria mais
tempo para mim e poderia me sentir mais equilibrada, mas é
tão difícil mudar esse hábito."
Encontrando Fluidez no Manejo
Gosto muito da afirmação feita por Fritz: “aprender é descobrir
que algo é possível”, e eu te digo que o manejo clínico também
é algo que se aprende. Colocar a teoria na prática não depende
só da sua experiência, mas do método certo para pensar a
teoria e ajustá-la à realidade de cada caso.
É importante destacar que, em algumas situações, você
precisará ir e voltar nas perguntas. Não há um passo a passo
rígido; a fluidez está em manter a curiosidade ativa diante do
cliente, explorando a verdade que ele traz. O conteúdo vem
dele, e você explora a experiência que ele tem com a temática,
buscando, junto com o cliente,os sentidos que ele atribui e os
aprendizados que descobriu por conta própria nessas
experiências.
O essencial do manejo foi entregue aqui. Vamos refinar a
compreensão desse essencial no workshop "A Gestalt-terapia
na Prática". Se você deseja enriquecer ainda mais, ampliando
seus repertórios clínicos, convido você a participar da minha
formação Gestaltecer. Nela, você terá à disposição inúmeras
maneiras de ampliar o uso desses manejos, seja através de
técnicas e experimentos, do uso do ciclo do contato, do
aprofundamento na teoria dialógica, da aplicação dos principais
conceitos da Gestalt-terapia, ou encontrando ainda mais fluidez
— desde os casos mais simples até os sofrimentos emocionais
mais complexos.
28
Concluir a escrita de um trabalho é sempre uma satisfação; ao
mesmo tempo, sinto que a experiência não se fecha
totalmente, afirmo isso por acreditar na impermanência. Tudo
se transforma o tempo todo.
Agora, ao encerrar essa versão do e-book, compilei o
mapeamento dos conhecimentos e experiências que tive com
essa temática. 
A ideia aqui não foi abarcar tudo sobre o assunto, mas te
oferecer o que considero essencial para que você possa desde
já melhorar a sua prática clínica.
Quero agradecer a você que confiou nesse trabalho e que
chegou até aqui. Espero que possamos nos conectar cada vez
mais!
Se a leitura foi agradável e você conseguiu aplicar os
ensinamentos deste manual, eu te peço para compartilhar
comigo, seja no direct do Instagram @gestaltecer ou pelo e-
mail: contato@gestaltecer.com.br. Será um prazer te ouvir!
29
Mensagem Final
30
31
Bora Gestaltecer!
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BUBER, Martin. Eu e Tu. 10ª Ed. São Paulo: Centauro, 2010.
CARDELLA, Beatriz Helena Paranhos. O amor na relação
terapêutica: uma visão gestáltica. São Paulo: Summus,
1994.
GINGER, Serge. Gestalt: uma terapia do contato. São
Paulo: Summus, 1995.
HYCNER, Richard. De pessoa a pessoa: psicoterapia
dialógica. São Paulo: Summus, 1995.
JOYCE, Phil. SILLS, Charlotte. Técnicas em Gestalt:
aconselhamento e psicoterapia. 3ª ed. Petrópolis: Vozes,
2016.
MARTÍN, Ángeles. Manual Prático de Psicoterapia Gestalt.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção.
São Paulo: Martins Fontes, 1999. 
PERLS, Fritz. A abordagem gestáltica e testemunha ocular
da terapia. 2 ed. Rio de Janeiro: LTC, 1978.
32
Algumas referências

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