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AULA 5 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTRATÉGICA – PLANEJAMENTO, FERRAMENTAS E IMPLANTAÇÃO Profª Letícia Mirella Fischer Campos 2 TEMA 1 – PLANEJAMENTO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA A busca pela excelência na gestão e por melhores resultados é uma preocupação constante de organização privadas. Otimizar o uso dos recursos disponíveis, entregar valor a um determinado público ou melhorar o desempenho de forma sistemática são exemplos básicos do que se espera de uma organização que atue de forma organizada e planejada. Na administração pública não deve ser diferente. A excelência na gestão deve ser uma obrigação dos governantes. Os cidadãos contribuem com o Estado por meio do pagamento de tributos e, por conseguinte, esperam como contrapartida serviços prestados com qualidade, que assegurem as garantias fundamentais estabelecidas pela Constituição Federal de 1988. Apesar de existirem certas limitações na aplicação do planejamento estratégico em órgãos públicos, tendo em vista que o foco não é o lucro nem a busca de vantagens competitivas e que não há concorrência da mesma maneira que se apresenta na esfera privada, esse tema tem sido abordado com frequência nos últimos anos, na medida em que a excelência na prestação dos serviços públicos passou a ser priorizada e cobrada pela população (Gonçalves; Silva, 2011). Assim, promover o desenvolvimento econômico e a justiça social em sua plenitude não é uma tarefa fácil. Para atender aos interesses da população, o governo busca adotar e implantar políticas públicas, tendo em vista que o aparato jurídico-estatal nem sempre é capaz de viabilizar que as demandas sociais dinâmicas sejam atendidas, em conformidade com as diretrizes constitucionais, sendo necessários outros meios para efetivar os direitos fundamentais. As políticas públicas surgem, portanto, como um conjunto de ações desenvolvidas pelo Poder Público que objetiva à satisfação da coletividade (Balestero, 2010), as quais não emergem como caráter facultativo do Estado, mas como meio necessário para que se possa alcançar a legitimidade do Estado Democrático de Direito. Além da visibilidade pelo cumprimento das atividades propostas no planejamento, a administração pública deve considerar alguns princípios para atender a seus objetivos e ao interesse coletivo: • Garantia de transparência em todo o processo, respeitando a legislação; 3 • Flexibilidade e capacidade de reagir rapidamente a mudanças no ambiente, apesar da morosidade com que muitas vezes é acometida a gestão pública pela burocracia; • Neutralidade política, evitando favorecimentos partidários (princípio não respeitado muitas vezes em virtude de arranjos políticos); • Eficácia operacional para alcançar resultados com o uso racional de recursos. Considerando a realidade da administração pública, no que tange ao planejamento estratégico, as organizações precisam definir alguns pontos: quais políticas devem ser priorizadas? Como aplicar os recursos disponíveis de maneira eficiente e eficaz? Como atender efetivamente os anseios coletivos e assegurar os direitos constitucionais? Essas são algumas das questões que o gestor público deve considerar nas suas práticas de gestão e tomada de decisão. Para auxiliar nesse processo, o planejamento é fundamental. É nesse contexto que consideraremos o processo de planejamento na administração pública, como instrumento essencial para promover a melhoria contínua dos serviços prestados à sociedade. Para que possa cumprir esse planejamento, Chiavenato (2012, p. 108) apresenta que, na administração pública gerencial, a estratégia tem alguns norteadores para os gestores públicos cumprirem o papel que lhes cabe nesta gestão: • A definição clara dos objetivos que o administrador público deverá atingir dentro de sua esfera e competências; • A garantia de autonomia na gestão dos recursos (humanos, materiais, financeiros) para atingimento dos objetivos traçados no planejamento; • O controle e verificação da concretização dos objetivos em resultados. Vamos conhecer nos próximos temas desta aula quais são os instrumentos, documentos e órgãos no Brasil responsáveis pelo desenvolvimento e implementação do planejamento estratégico. TEMA 2 – PLANEJAMENTO PÚBLICO NO BRASIL Embora no Brasil o planejamento público possa parecer algo relativamente novo, suas raízes datam do século XIX em um incipiente contexto de industrialização. Pagnussat e Giacomoni (2006) apontam que o processo de 4 planejamento no Brasil surge nos anos 1930 durante o processo de industrialização, resultante da crise externa e da crescente ação do Estado no sentido de ampliar da infraestrutura econômica e de criar uma estrutura industrial voltada para atender à demanda interna, antes abastecida por produtos importados. Para Souza (2004), as iniciativas que vigoraram durante esse período culminaram com uma forte intervenção do Estado na sociedade, por meio do planejamento governamental. O autor enfatiza que, inicialmente, coube ao Estado o papel de principal indutor e condutor da atividade de planejamento econômico, assim como à sua burocracia estatal o papel de implementação das ações governamentais que ainda prevalecem até os dias atuais. A partir da década de 1930 até o final da década de 1980, o processo de planejamento assumiu diferentes características, orientado pelos planos de governo que se seguiram e pelas dinâmicas de desenvolvimento experimentadas pelo país. Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, o planejamento na administração pública passou por transformações através da criação do Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e os Orçamentos Anuais, normatizados posteriormente pelo Decreto n. 2.829, de 29 de outubro de 1998. Atualmente, é pacífico o entendimento de que toda ação de planejamento governamental deve estar sujeita a prescrições constitucionais e legais, para que a ação e aplicação dos recursos públicos estejam absolutamente dentro da ótica da legalidade em seu sentido amplo e dos princípios básicos da gestão pública. Nesse sentido, passamos a seguir para compreensão dos principais instrumentos que orientam a elaboração do planejamento na administração pública: o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes orçamentária e a Lei de Orçamento Anual. Saiba mais CARDOSO JR., J. C. Planejamento governamental e gestão pública no Brasil: elementos para ressignificar o debate e capacitar o Estado. Brasília, IPEA, 2011. Disponível em: . Acesso em: 13 maio 2019. 5 2.1 Plano Plurianual De acordo com Brasil (2019a), o Plano Plurianual (PPA) é um planejamento de médio prazo, no qual são identificadas as prioridades para o período de quatro anos e os investimentos de maior porte. O art. 165, parágrafo 1º da Constituição Federal de 1988 dispõe que a lei que instituir o plano plurianual deve estabelecer de forma regionalizada as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. O PPA é destinado a organizar e viabilizar a ação pública, com vistas a cumprir os fundamentos e os objetivos da República. Por meio dele, é declarado o conjunto das políticas públicas do governo para um período de 4 (quatro) anos e os caminhos trilhados para viabilizar as metas previstas. Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos na Constituição devem ser elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional. O projeto do PPA deve ser encaminhado pelo Executivo ao Congresso até 31 de agosto do primeiro ano de cada governo, mas sua vigência tem início apenas no ano seguinte,e término ao final do primeiro ano do governo seguinte. Para Farah Junior (2012), no PPA deve estar refletida a noção de planejamento, que vai além dos aspectos meramente orçamentários de curto prazo. Para esse autor, o poder público deve elaborar um diagnóstico que reflita a realidade econômico financeira, seu nível de endividamento e sua consonância com a lei de responsabilidade fiscal, o volume de recursos para despesas de capital, as vinculações constitucionais, as atribuições metas, funções e necessidades de cada órgão, a identificação das principais prioridades a serem executadas pelo governo, a designação do órgão de planejamento, controle, acompanhamento e avaliação dos resultados de cada estrutura do governo responsável por implementar os programas, projetos e ações previstos (Farah Junior, 2012),. O Plano Plurianual (PPA) tem como princípios básicos a: • identificação clara dos objetivos e prioridades do Governo; • organização dos propósitos da administração pública em programas; • integração do plano com o orçamento, por meio dos programas; • transparência das ações de governo. O PPA está estruturado em três dimensões, assim definidas: 6 I. Estratégica: a dimensão fornece orientações baseadas nos macrodesafios e na visão de longo prazo; II. Tática: dimensão que define o caminho e dimensões para alcance dos objetivos e transformações estabelecidos na dimensão estratégica; III. Operacional – trata-se do nível de desempenho da ação governamental de modo eficiente, ou seja, relaciona-se com a aplicação ótima dos recursos disponíveis a fim de obter os melhores resultados. O Plano Plurianual elaborado para o período de 2016 a 2019 foi instituído por meio da Lei n. 13.249. O PPA 2016-2019 reflete as políticas públicas e orienta a atuação governamental por meio de Programas Temáticos e de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado, assim definidos: I. Programa Temático: organizado por recortes selecionados de políticas públicas, expressa e orienta a ação governamental para a entrega de bens e serviços à sociedade; e II. Programa de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado: expressa e orienta as ações destinadas ao apoio, à gestão e à manutenção da atuação governamental. Para esse período, foram estabelecidas como prioridades na administração pública federal: • As metas inscritas no Plano Nacional de Educação • O Programa de Aceleração do Crescimento - PAC • O Plano Brasil sem Miséria – PBSM 2.2 Exemplo de objetivo que consta no Plano Plurianual No exemplo a seguir apresenta-se um dos objetivos do Programa 2021 – Ciência, Tecnologia e Inovação. Com base nesse objetivo, as metas e as iniciativas são estabelecidas. Saiba mais O Plano Plurianual para o período 2016/2019 pode ser acessado na página do Ministério da Economia. Além do PPA, é possível acessar, na mesma página, os relatórios de monitoramento e avaliação, a regulamentação do PPA e suas atualizações. 7 BRASIL. Ministério da Economia. Plano Plurianual 2016-2019. Disponível em: . Acesso em: 13 maio 2019. • Objetivo 400 – Fomentar, incluindo ações internacionais, o processo de geração e aplicação de novos conhecimentos, dando especial atenção ao equilíbrio entre as regiões do país. Órgão responsável: Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. • Metas 2016-2019 00W0 – Apoiar anualmente 7 mil projetos de pesquisa pelas agências federais de fomento à ciência, tecnologia e inovação. Órgão responsável: Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. • 0400 – Apoiar 300 projetos de expansão, modernização e manutenção da infraestrutura de pesquisa nas instituições científicas e tecnológicas (ICT). Órgão responsável: Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações Iniciativas. • 04TH - Fortalecimento das atividades de cooperação nacional e internacional (regional, bilateral e multilateral) por meio de parcerias estratégicas. • 04TI - Ampliação do fomento de projetos em redes de pesquisa. • 05XS - Ao final do PPA 2016-2019, 35% dos projetos fomentados sejam oriundos das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. • 05XT - Promoção do avanço da ciência e da autonomia tecnológica nacional por meio do apoio a projetos de pesquisa de instituições científicas e tecnológicas (ICTs) brasileiras. • 06XD - Estimular a implantação de Centros de Tecnologia e Inovação na Região Norte e Nordeste. TEMA 3 – LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS Assim como o Plano Plurianual, as diretrizes orçamentárias são estabelecidas em lei de iniciativa do Poder Executivo devendo compreender as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente. Além disso, a Constituição 8 Federal também estabelece que as diretrizes orçamentárias devem orientar a elaboração da lei orçamentária anual, dispor sobre as alterações na legislação tributária e estabelecer a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. De acordo com Brasil (2019b), para estabelecer quais serão as metas e prioridades para o ano seguinte, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) tem como ações: • Fixar o montante de recursos que o governo pretende economizar; • Delinear regras, vedações e limites para as despesas dos Poderes; • Autorizar o aumento das despesas com pessoal; • Regulamentar as transferências a entes públicos e privados; • Disciplinar o equilíbrio entre as receitas e as despesas; • Indicar prioridades para os financiamentos pelos bancos públicos. Com base na LDO aprovada pelo Legislativo, a Secretaria de Orçamento Federal (SOF) elabora a proposta orçamentária para o ano seguinte, em conjunto com os Ministérios e as unidades orçamentárias dos Poderes Legislativo e Judiciário. Por determinação constitucional, o governo é obrigado a encaminhar o Projeto de Lei do Orçamento ao Congresso Nacional até 31 de agosto de cada ano. Saiba mais SENADO NOTÍCIAS. Disponível em: . Acesso em: 13 maio 2019. 3.1 Lei Orçamentária Anual A Lei Orçamentária Anual (LOA) estabelece os Orçamentos da União, por meio dos quais são estimadas as receitas e fixadas as despesas do governo federal. De acordo com o art. 165, parágrafo 5º, a lei orçamentária anual é compreendida pelos seguintes elementos: I. O orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II. O orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; 9 III. O orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público (Brasil, 2019b). A proposta de orçamento anual é elaborada pelo Poder Executivo e cabe ao Congresso Nacional avaliar e realizar os ajustes necessários. A LDO e a LOA são instrumentos importantes para elaboração do PPA para um período de quatro anos, por meio do qual se deve buscar a harmonia entre a visão de curto prazo e médio prazo. TEMA 4 – MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, DESENVOLVIMENTO E GESTÃO Com base na Medida Provisória n. 870, de 1º de janeiro de 2019, que criou o Ministério da Economia, as estruturas dos ministérios da Fazenda; do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; da Indústria, Comércio Exterior e Serviços; e do Trabalho passaram a integrar um novo ministério chamado Economia. Antes da publicação dessa Medida, o Ministério do Planejamento era o órgão responsável por planejar e coordenar as políticasde gestão da administração pública federal, para fortalecer as capacidades do Estado para promoção do desenvolvimento sustentável e do aprimoramento da entrega de resultados ao cidadão. O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão tinha, entre suas áreas de competência, diversos assuntos ligados ao planejamento governamental, tais como: 1. Participação na formulação do planejamento estratégico nacional; 2. Avaliação dos impactos socioeconômicos das políticas e programas do Governo federal e elaboração de estudos especiais para a reformulação de políticas; 3. Realização de estudos e pesquisas para acompanhamento da conjuntura socioeconômica; 4. Elaboração, acompanhamento e avaliação da lei que estabelece o Plano Plurianual; 5. Coordenação e gestão dos sistemas de planejamento e orçamento federal. Com a integração da estrutura do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão ao Ministério da Economia, os documentos e informações relativas ao planejamento governamental, ações e programas do governo, Plano Plurianual, estudos econômicos e outras informações relativas ao 10 planejamento passaram a ser disponibilizadas na plataforma do Ministério da Economia na aba “Assuntos > Planejamento de Assuntos Econômicos”. Saiba mais Para mais informações sobre a Medida Provisória n. 870 e sobre os assuntos de interesse econômico, acesse os links a seguir 1. BRASIL. MINISTÉRIO DA ECONOMIA. Disponível em: . Acesso em; 13 maio 2019. 2. BRASIL. MINISTÉRIO DA ECONOMIA – Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Disponível em: . Acesso em: 13 maio 2019c. 4.1 Secretaria de Planejamento e Assuntos Econômicos (SEPLAN) Dentro da estrutura ministerial, existe o órgão da Secretaria de Planejamento e Assuntos Econômicos, que, de acordo com o Decreto n. 9.035/2017, é de sua competência (Brasil, 2017): • Apreciar e emitir pareceres técnicos, nos seus aspectos econômicos, sobre projetos de legislação ou regulamentação, de iniciativa do Ministério ou submetidos à sua análise; • Acompanhar e projetar a evolução de indicadores econômicos e sociais selecionados e elaborar relatórios periódicos sobre a evolução da conjuntura econômica; • Elaborar e apreciar propostas de política econômica que tenham impacto sobre o desenvolvimento econômico e social, e de política fiscal, de iniciativas do Ministério ou a este submetidas, e proceder ao acompanhamento das medidas aprovadas e à avaliação dos resultados; • Participar, no âmbito do Ministério, da elaboração de estudos ou de propostas relacionados à modernização do Estado e ao planejamento e orçamento governamental; • Coordenar as ações de planejamento de governo, em articulação com os órgãos setoriais integrantes do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal; • Elaborar e coordenar mecanismos de participação social no planejamento; • Estabelecer diretrizes e normas, coordenar, orientar e supervisionar a elaboração, a implementação, o monitoramento e a avaliação do plano plurianual e do planejamento territorial; • Sistematizar e disponibilizar informações sobre a execução dos programas e das ações do Governo federal integrantes do plano plurianual; • Realizar estudos e análises para a formulação, a revisão e a avaliação de políticas públicas; • Coordenar as ações estratégicas de investimento governamental, quanto às dimensões econômica, social e territorial; • Exercer a supervisão da Carreira de Analista de Planejamento e Orçamento, em articulação com a Secretaria de Orçamento Federal, observadas as diretrizes do Comitê de Gestão das Carreiras do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; 11 • Assessorar o Ministro de Estado em sua participação no Conselho Monetário Nacional; • Assessorar os dirigentes do Ministério na discussão das opções estratégicas do País, considerada a conjuntura atual e o planejamento nacional de longo prazo; • Fornecer subsídios ao planejamento nacional de longo prazo; • Articular-se com o Governo federal e com a sociedade para formular a estratégia nacional de desenvolvimento de longo prazo; e • Elaborar subsídios para a preparação de ações de governo. São unidades desta Secretaria: • Departamento de Assuntos Macroeconômicos e Fiscais; • Departamento de Assuntos Microeconômicos e Regulatórios; • Departamento de Assuntos Financeiros; e • Departamento de Planejamento, Avaliação e Assuntos Sociais. Saiba mais SEPLAN – Secretaria de Planejamento e Assuntos Econômicos. Disponível em: . Acesso em: 13 maio 2019. TEMA 5 – CASO PRÁTICO DE ESTRUTURAÇÃO DE UM PLANEJAMENTO NA ESFERA PÚBLICA NO BRASIL Para finalizar esta aula, apresentamos abaixo como foi elaborado o planejamento da Controladoria Geral da União (CGU) para o período de 2016 a 2019. A elaboração do planejamento estratégico da CGU dividida em quatro fases e contou com a participação dos servidores ao longo de todas elas. Saiba mais Elaboração do Planejamento Estratégico da CGU O projeto de elaboração do planejamento estratégico da CGU para o período 2016-2019 (PE 2016-2019) tem por objetivo refletir sobre os desafios da Controladoria nos próximos anos e debater sobre o que pode ser aperfeiçoado no órgão. O projeto é uma oportunidade bastante especial de pararmos um pouco e refletirmos sobre como fazer com que a CGU possa vir a ser, ainda mais, uma referência para a Administração Pública brasileira e para a sociedade, que demanda cada vez mais pelos serviços que prestamos. A elaboração do PE 2016-2019 aconteceu de 20 de maio ao final de 2015 e está dividido em quatro fases. Na primeira fase, de diagnóstico situacional, todos os servidores foram convidados a discutir, por meio de oficinas presenciais e fórum online, sobre a análise ambiental da CGU e as principais questões que 12 afetam o desempenho da Controladoria. Foram dias de muita atividade, debates, reflexões e propostas. O resultado, um documento que reflete o diagnóstico situacional da instituição, está à disposição para análise dos servidores e balizará as discussões das fases seguintes do projeto. A definição da estratégia organizacional foi a segunda fase do projeto que teve por objetivo discutir a razão de ser a nossa instituição, os seus valores, a visão de futuro de ser, o que deve ser priorizado para alcançarmos os níveis de excelência exigidos. A terceira fase foi o desdobramento da estratégia que consistiu na construção dos objetivos, e suas respectivas métricas, a serem alcançados nos próximos quatro anos. A fase foi realizada por meio de oficinas com dirigentes e também contou com a participação dos servidores pela plataforma Colabora. A quarta fase definiu o alinhamento institucional. Cerca de 130 dirigentes e chefes de Regionais reuniram-se em Brasília, no 2º Encontro de Dirigentes, de 30/11/2015 a 04/12/2015, para discutir e consolidar o Planejamento Estratégico do órgão para os anos de 2016-2019. Foi o momento de concluir e consolidar a Missão, Visão e Valores do órgão. No dia 04/12/2015, durante o Encontro de Dirigentes, o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Valdir Simão, recebeu o Mapa Estratégico do órgão para os anos de 2016-2019. O documento é resultado das contribuições dos servidores ao longo de todas as fases de elaboração do Planejamento Estratégico do órgão. Ao final do encontro, todos os dirigentes e chefes de Regionais assinaram termo de compromisso para alcançar os resultados do Mapa Estratégico nos próximos anos e, o ministro-chefe da CGU, também formalizou a Portaria n. 50.223 que dispõe sobre o Planejamento Estratégico do órgão. Fonte: Brasil (2015a) Saiba mais BRASIL. CGU – Controladoria Geral da União. Planejamento Estratégico. CGU, 2019. Disponível em:informacao/governanca/planejamento-estrategico>. Acesso em: 13 maio 2019. 13 REFERÊNCIAS BALESTERO, G. S. O controle jurisdicional das políticas públicas e o papel do Estado: uma análise habermasiana. Revista do Direito Público (Londrina), v. 5, p. 117-132, 2010. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 5 out. 1988. _____. Lei n. 9.035, de 20 de abril de 2017. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 24 abr. 2017. BRASIL. Ministério da Economia. Plano Plurianual 2016-2019. Disponível em: . Acesso e BRASIL. Ministério Da Economia – Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Disponível em: . Acesso em: 13 maio 2019. BRASIL. CGU – Controladoria Geral da União. Elaboração. CGU, 2015a. Disponível em: . Acesso em: 13 maio 2019. BRASIL. Câmara dos Deputados. LOA - Lei Orçamentária Anual. Câmara dos Deputados, 2019. Disponível em: . Acesso em: 13 maio 2019. BRASIL, 2019. Ministério da Economia: O que é Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)? Ministério da Economia, 22 maio 2015b. Disponível em: . Acesso em 13 maio 2019. CHIAVENATO, I. Administração geral e pública. Barueri: Manole, 2012. FARAH JUNIOR, M. F. Orçamento público e gestão governamental. In: SILVA, C. L. (Org.). Políticas públicas e desenvolvimento local: instrumentos e proposições de análise para o Brasil. Petrópolis/RJ: Vozes, 2012, p. 39-67. PAGNUSSAT, J. L.; GIACOMONI, J. (Org.). Planejamento e orçamento governamental, v. 2. Brasília: ENAP, 2006. 14 REIS, R. C. S; MATOS, C. R. N. Perfil do gestor público: elementos para formação e mudanças. Anais eletrônicos I CIAGESI. I Encontro Científico do PNAP/UEG. p. 285, Goiânia, 22-23 de jun. 2012. SEPLAN – Secretaria de Planejamento e Assuntos Econômicos. Disponível em: . Acesso em: 13 maio 2019. SILVA, F. A.; GONCALVES, C. A. O processo de formulação e implementação de planejamento estratégico em instituições do setor público. Revista de Administração da UFSM, v. 4, p. 458-476, 2011. SOUZA, A. R. As trajetórias do planejamento governamental no Brasil: meio século de experiências na administração pública. Revista do Serviço Público (Brasília), Brasília, v. 4, p. 5-29, 2004.