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AULA 5 
ELABORAÇÃO, GESTÃO E 
AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS 
PÚBLICAS 
Prof. Raphael Hardy Fioravanti 
 
 
2 
TEMA 1 – A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO 
Assim como qualquer outra atividade, o planejamento é parte fundamental 
do desenvolvimento de políticas públicas, pois possibilita justamente a diminuição 
de qualquer tipo de incerteza que pode estar presente no decorrer da atividade. O 
planejamento permite a construção de cenários futuros a partir de dados de 
informações que contemos no presente, quanto mais detalhado for o 
planejamento, menores poderão ser as alterações no decorrer do caminho. Isto 
só vai ser possível se estivermos munidos de dados que possibilitem clareza sobre 
o assunto da política pública. 
Vale lembrar que nenhum planejamento é estático ou imutável no decorrer 
do desenvolvimento de um projeto de políticas públicas e ações para melhor se 
adaptar à realidade que se dá no momento do processo de implementação. 
Contudo, o planejamento permitirá menores conflitos e distorções frente àquilo 
que se deseja e àquilo que efetivamente conseguimos atingir, demonstrando a 
eficiência e a eficácia da proposta da política pública. 
Como vimos anteriormente, o planejamento é uma das etapas do processo 
de desenvolvimento de políticas públicas. No ambiente político, o planejamento 
tem como objetivo estruturar os diversos elementos para que se alcance o cenário 
futuro dentro daquilo que se deseja para a agenda política. 
Para o planejamento, é fundamental a utilização de uma série de 
conhecimentos práticos e também teóricos que, quando ordenados, permitirá uma 
melhor interação com agilidade no desenvolvimento, envolvendo programas e 
estratégias bem como desenhando as ações necessárias para o cumprimento 
daquilo que se deseja com a política pública. 
Uma das vantagens de se fazer o planejamento é permitir justamente que 
a administração pública tenha conhecimento de todas os recursos necessários, 
bem como a análise do ambiente onde será desenvolvida a política pública, com 
isso, é possível fazer um melhor acompanhamento dos resultados da política 
pública com o cenário que foi desenhado. 
O planejamento também é fundamental no ambiente, o político poder emitir 
uma melhor tomada de decisão a partir de critérios técnicos claros e objetivos, 
independente do modelo de tomada de decisão que se estabeleça para aquela 
política pública. No planejamento de políticas públicas, podemos ter três tipos de 
planejamento: 
 
 
3 
• Planejamento estratégico: é um processo administrativo que possibilita a 
sustentação metodológica para ter clareza do melhor direcionamento. Em 
geral, fica sobre a responsabilidade dos níveis mais altos da hierarquia. É 
onde também são formulados os objetivos. Na administração pública, ela 
pode estar dentro do âmbito municipal estadual ou federal. 
• Planejamento tático: tem por objetivo otimizar uma determinada área de 
resultado, fazendo as especificações traçadas nos objetivos, estratégias e 
políticas estabelecidas pelo planejamento estratégico. Na administração 
pública, podemos identificar como sendo o planejamento setorial como de 
secretarias e ministérios. 
• Planejamento operacional: caracteriza-se por ser a formalização do 
planejamento. São documentos escritos com as metodologias de 
desenvolvimento e implementação, bem como com a descrição dos 
resultados que se pretende atingir com a política pública. Normalmente, são 
desenvolvidos pelas organizações funcionais inferiores. Foca-se nas 
atividades do dia a dia. Na administração pública, podemos identificar como 
sendo o detalhamento das políticas setoriais. 
Seja qual for o tipo de planejamento que estamos trabalhando, temos que 
ter ciência que dizem respeito a políticas públicas, consequentemente, existe toda 
uma série de regulamentações que determinam como deverão ser desenvolvidas 
tais planejamentos. 
Ou seja, na organização da gestão pública brasileira a necessidade de se 
estabelecer um referencial legal para elaboração, execução e pressão das 
políticas públicas. O referencial legal ou Marco Legal pode ser estabelecido por 
meio de uma legislação específica que vai orientar e regular cada política pública, 
de acordo com os parâmetros para a gestão de cada setor. Nós podemos 
reconhecer essas legislações por meio das leis orgânicas ou leis complementares. 
Poderemos ainda encontrar resoluções específicas, também conhecidas 
como NOB (Normas Operacionais Básicas), que junto com a nossa Constituição 
e legislação complementar formam o Marco Legal de cada política pública. 
Como exemplo de legislações específicas de políticas públicas, podemos 
citar a Lei Orgânica da Saúde (LOS), a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
(LDB), o Estatuto da Cidade e a Lei Orgânica da Assistência Social. Como você 
pode observar, essas legislações tratam de campos de conhecimento técnico 
muito específico. Com isso, cada política pública terá uma demanda de 
 
 
4 
conhecimento com pressupostos teóricos, legislação específica, formas de 
organização e estágios de desenvolvimento que serão exigidos para a 
implementação de uma política pública. 
Por isso, é necessário fazer o planejamento da política pública. Também é 
necessário ficar atento aos indicadores de cada setor, e como eles podem ser 
utilizados para justificar a política pública, bem como construir indicadores que 
permitiram verificar a efetividade da política pública proposta. Também observe 
que mesmo que uma política pública seja setorial, é bem provável que haja 
interfaces com outras políticas públicas de outras áreas, inclusive. 
Aqui, vamos procurar explorar alguns dos principais planos ou legislações 
que influenciam as demais políticas públicas no Brasil, independentemente do 
nível de organização governamental que nós estamos tratando. No Brasil, o 
processo do incrementalismo é o mais notório no desenvolvimento de políticas 
públicas. 
Isto quer dizer que uma política pública acaba por ser criada como uma 
extensão ou consequência de uma política pública que já tenha sido construída. A 
isso damos o nome de incrementalismo. Dificilmente encontraremos políticas 
públicas que, de alguma forma, se referenciam ou não são estimuladas por 
políticas e legislações já definidas. 
E isto não é ruim, pelo contrário. O desenvolvimento interdepende de 
políticas públicas permite que o Estado faça oferta de serviços públicos de forma 
contínua, independentemente de o governo que está no comando naquele tempo. 
Desta forma, dada a necessidade de pleitos eleitorais, não corremos o risco de 
termos paralisia do setor público a cada nova eleição. 
Isto também permite com que haja o processo de avaliação permanente 
das execuções de políticas públicas, que é fundamental não apenas para medir 
os seus avanços, mas também permitirá adoções de correções e melhorias que 
se fazem necessários ao longo do processo de implementação da política pública. 
A avaliação de políticas públicas é um processo contínuo que avalia, em primeiro 
lugar, a ação dos seus gestores, que são os responsáveis pela sua execução, mas 
também faz parte do processo de controle social e controle interno do Estado. 
Com isso, a partir de um planejamento bem estruturado, respaldado a partir 
da Constituição, legislações específicas, bem como outras políticas públicas 
anteriormente desenvolvidas e implementadas, permite o bom desenvolvimento 
de nossa sociedade. 
 
 
5 
TEMA 2 – PLANO PLURIANUAL 
O Plano Plurianual (PPA) é talvez o principal instrumento de planejamento 
orçamentário de médio prazo do governo federal brasileiro. Nele que estão 
apresentadas as diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública 
federal, demonstrando todas as suas despesas, investimentos, mais as atividades 
programadas, que tem uma duração continuada. 
O PPA é estabelecido com base legal e tem uma vigência de quatro anos. 
A sua principal característica é que ele precisainiciar no segundo ano do mandato 
de um presidente, e, assim, ele vai até o final do primeiro ano do mandato do seu 
sucessor. Isto torna a garantia de que não haja interrupções nos planos e 
programas que atendem a sociedade como um todo. 
No âmbito nacional, o plano plurianual deve estabelecer de forma 
organizada e também regionalizada as diretrizes, objetivos e metas que a 
administração pública federal irá estabelecer para organização de suas despesas, 
investimentos e também de programas de duração continuada. Isto foi 
estabelecido conforme o art. 165 da Constituição de 1988, que confere o papel 
central ao governo federal para esse planejamento. 
Vale também enfatizar que a Lei de Responsabilidade Fiscal dá destaque 
à necessidade de ação planejada e coerente, compatibilizando as diretrizes 
orçamentárias com plano plurianual. 
Um plano plurianual além de estabelecer os objetivos e metas pelo período 
de 4 anos, deve ser visto como um instrumento que visa melhorar o desempenho 
da gestão pública Brasileira e garantir a consecução das prioridades do governo. 
Um bom PPA deve considerar alguns princípios fundamentais, tais como: 
a. Fazer alocação de recursos dos investimentos em base territorial de forma 
equilibrada. 
b. Procurar sempre integrar as políticas e os programas e, com isso, utilizar 
os recursos públicos e dar foco em torno do público-alvo de cada ação. 
c. Procurar a melhoria contínua dos processos de monitoramento e avaliação 
de projetos e programas criados pelo governo. 
d. Procurar desenvolver parcerias com a iniciativa privada e, desta forma, 
ampliar os recursos disponíveis para financiamento das ações públicas. 
e. Ter uma visão estratégica sobre os projetos e programas que possam 
promover o desenvolvimento. 
 
 
6 
f. Procurar de forma incansável a transparência das aplicações dos recursos 
públicos, divulgando seus gastos e resultados de forma compreensível a 
sociedade. 
g. Procurar promover, sempre que possível, a participação social na 
elaboração do PPA. Desta forma, ele poderá se tornar uma ferramenta para 
o aperfeiçoamento de políticas públicas. 
Assim, podemos definir o PPA como uma das pedras fundamentais para a 
elaboração, planejamento e execução de políticas públicas no Brasil, pois, por 
exemplo, norteia a elaboração da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei 
Orçamentária Anual (LOA). A Constituição Federal determina que os planos e 
programas nacionais regionais e setoriais sejam elaborados em acordo com o 
PPA. 
No PPA, estão explicitados os programas que serão desenvolvidos com 
todo o seu detalhamento com os objetivos, metas e indicadores, tanto daqueles 
de ordem de investimento, como também dos programas que possuem uma 
duração continuada. O desdobramento do PPA nos permite alguns elementos 
fundamentais presentes nas políticas públicas, no que diz respeito ao seu 
desenvolvimento implementação. Vamos aproveitar esse momento para 
descrevê-los. 
• Programa: é um conjunto de atividades continuadas ou eventuais dos 
projetos. Não possui data de término predeterminado, que é comum em 
uma política pública. Em geral, são focados no atendimento de um direito 
ou necessidade social. 
• Projeto: é uma ação temporária destinada a criar novos produtos ou 
serviços, como a implementação de uma infraestrutura ou desenvolver 
novos processos. Caracteriza-se por ter um início, desenvolvimento, enfim 
previstos. 
• Atividade: é uma ação rotineira ou continuada. Ela é vista como um custeio 
não como investimento, pois se caracteriza pela necessidade da sua 
continuidade. 
O planejamento governamental deveria ser um exercício cotidiano 
intrínseco ao próprio ato de governar. Definir prioridades, coordenar sua 
implementação, articular apoios, bem como monitorar e avaliar as políticas 
públicas fazem parte do roteiro de planejamento governamental. A 
dimensão territorial brasileira, seu sistema federativo único e o também 
singular presidencialismo de coalização impõem desafios adicionais ao 
planejamento do governo federal. (Abranches, 2018) 
 
 
7 
Por fim, não confunda a criação do plano com o processo de planejamento. 
O planejamento é um exercício contínuo que gera recursos para a criação do PPA. 
TEMA 3 – LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS E LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL 
Fazer planos é bom em qualquer esfera da nossa vida, mas sem recursos 
financeiros não há planos que se sustentem. O mesmo corre na gestão pública e 
na criação de políticas públicas, se não definimos a origem dos recursos, 
garantimos a sua disponibilidade, qualquer política pública estará fadada ao 
fracasso. Por isso, a definição da origem dos recursos é obrigatória na criação de 
qualquer política pública. 
Entre as responsabilidades do Poder Executivo, está o planejamento e o 
orçamento, que definem os princípios básicos para elaboração e controle definidos 
pela Constituição Federal, em especial a Lei n. 4.320, que versa as normas gerais 
do direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da 
União, dos Estados, Municípios e Distrito Federal. 
Nesse sentido, nós temos a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) que 
regulamenta e cria um sistema de coordenação e planejamento para o PPA a ser 
discutido pelo Poder Executivo e Poder Legislativo. Essa lei determina, por 
exemplo, que os estados e municípios devem fazer as previsões de médio prazo 
das suas receitas e despesas, bem como fazer o acompanhamento mensal 
impossibilitar o controle das suas finanças e de suas dívidas. Com isso, a LRF 
transformou o processo orçamentário em um instrumento de planejamento efetivo. 
Outro aspecto interessante da LRF é que, caso as metas não sejam 
cumpridas, os governos precisarão realizar cortes de gastos a fim de fazer com que 
as suas metas sejam atingidas. Este é um dos principais mecanismos para se 
manter a boa saúde financeira do Estado brasileiro. 
Outro instrumento fundamental para a formulação de políticas públicas aqui 
no Brasil é a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), pois é ela que define as 
prioridades que devem ser inseridas na Lei Orçamentária Anual para o próximo ano 
fiscal vigente. 
Tudo começa quando o projeto de lei da LDO enviado pelo Poder Executivo 
ao Poder Legislativo e, com base na sua aprovação pela Secretaria de Orçamento, 
o organiza e consolida a proposta orçamentária de todos os órgãos do poder, 
Executivo, Legislativo e também Judiciário. 
 
 
8 
Se formos buscar o que diz a Constituição federal sobre a LDO, ela nos 
afirma que “as metas e prioridades para o exercício financeiro subsequente, orienta 
a elaboração do orçamento”, que é a Lei Orçamentária Anual, “Dispõe sobre 
alterações da legislação tributária e estabelece a política de aplicação das agências 
financeiras de fomento” (art. 165, parágrafo 2º). 
O encaminhamento do projeto de lei orçamentária anual ao poder legislativo 
é uma obrigação constitucional do governo federal e deve ser realizado todo ano 
até o último dia do mês de agosto de cada ano. Assim, as metas e diretrizes 
definidas, tanto no PPA, quanto na LDO, servem de base para os técnicos 
formularem o projeto de lei orçamentária anual. Com isso, todos os programas e 
ações do governo estarão lá detalhados, organizados e disciplinados. Nenhuma 
despesa pública poderá ocorrer sem estar considerada no orçamento. 
Observamos também que a LDO vai estabelecer quais serão as prioridades 
do governo, incluindo as despesas de capital e, desta forma, irá orientar as bases 
da elaboração da Lei Orçamentária Anual, sobre a qual falaremos mais adiante. 
Também veremos na LDO a busca pelo equilíbrio das receitas e despesas, 
de forma criteriosa, com as normas que irão reger o controle de custos e dos 
resultados dos programas que serão financiados ditando quais serão os recursos 
dos orçamentos. 
A LDO é formada, basicamente, por três documentos fundamentais: 
1. Apresentação: que explica ao Poder Legislativoa proposta orçamentária. 
2. Projeto de Lei: apresenta de forma ampla o conteúdo presente na PLO, 
explicando as suas prioridades e as metas da administração pública, como 
está organizado o orçamento que quais serão as diretrizes para a elaboração 
e execução do orçamento proposto. 
3. Disposições gerais: relacionamento das despesas com pessoal e encargos 
sociais. As receitas e possíveis mudanças na legislação tributária. A dívida 
pública e as considerações finais. 
Já a Lei Orçamentária Anual (LOA) é um outro instrumento de planejamento 
muito importante, pois nele estão as receitas de despesas dos diferentes órgãos 
públicos. Esse documento organiza os recursos orçamentários aos programas e 
ações de acordo com as previsões para o exercício do ano seguinte. Ele também 
deve estar compatível com aquilo que é apresentado no PPA e na LDO. 
Para tanto, deve conter quatro itens: 
 
 
9 
a. Demonstrativo de compatibilidade com as metas fiscais da LDO. 
b. Documento que irá apresentar como serão compensadas as possíveis 
renúncias fiscais e despesas obrigatórias de caráter continuado. 
c. Demonstração da provisão de reserva de contingência para garantir 
pagamentos de atividades entrevistas. 
d. Apresentação dos prazos para apreciação da LOA. Em geral, é até o último 
dia do mês de setembro. 
Assim, o orçamento anual e irá compreender o orçamento referente aos 
poderes do Estado, todos os seus fundos, órgãos e entidades da administração 
seja direta ou indireta. É claro que a Constituição Federal prevê a possibilidade que 
haja um emenda ao projeto de Lei Orçamentária Anual, desde que mantida a 
compatibilidade com o plano plurianual e a Lei de Diretrizes Orçamentárias. 
TEMA 4 – FORMAÇÃO DOS PLANOS 
Até agora, falamos de elementos fundamentais que influenciam a construção 
de políticas públicas no Brasil de uma forma mais ampla. Contudo, é interessante 
trabalharmos aqui, também, a alguns instrumentos fundamentais que acabam 
auxiliando o desenvolvimento das próprias cidades. 
4.1 Planos Diretores 
São instrumentos básicos da política de desenvolvimento e expansão 
urbana, estão previstos em Constituição Federal. Esses planos devem ser 
aprovados por meio de uma lei municipal, tornando-se parte integrante do processo 
de planejamento local. Assim sendo, é fundamental considerar, também, quando 
estamos desenvolvendo políticas públicas mais regionalizadas. 
No processo de criação do plano diretor, assim como o acompanhamento de 
sua implementação, precisa estar as garantidas, ter total transparência do 
processo, buscar mecanismos para a participação da população, das suas 
associações representativas, o que acontece geralmente por meio de audiências 
públicas e debates. 
O Plano Diretor é, por excelência, um documento tanto técnico quanto 
político, de natureza estratégica, pois propõem as possíveis transformações 
estruturais da cidade com o objetivo de atender as necessidades básicas da sua 
 
 
10 
população, contribuindo com aumento da eficiência económica, sem deixar de lado 
a qualidade ambiental e o resguardo do patrimônio coletivo, cultural-histórico. 
Ele também está previsto na Constituição e é obrigatório para todas as 
cidades que tenham mais de 20 mil habitantes, cidades que sejam integrantes de 
regiões metropolitanas, ou aglomerações urbanas, onde o poder público deseja 
utilizar os instrumentos que estão presentes no art. 182 da Constituição Federal, 
que podem ser áreas especiais para o turismo, o que tem alguma grande influência 
de empreendimento, ou, ainda, atividades com significativo impacto ambiental para 
o âmbito regional ou nacional. 
Embora a sua obrigatoriedade seja para a cidade com mais de 20000 
habitantes, os planos diretores têm sido vistos como de grande importância para 
qualquer organização de espaço urbano. Com isto, pequenos municípios também 
estão desenvolvendo planos diretores, pois se tivermos uma visão de longo prazo, 
o desenvolvimento urbano sem um planejamento poderá trazer no futuro resultados 
muito desagradáveis, tendo que promover realocações populacionais, gerando 
prejuízos tanto para a esfera privada quanto pública. Basta ver as principais e mais 
antigas cidades do Brasil, onde encontramos vários pontos em que a falta de um 
plano diretor dificulta o desenvolvimento de algumas regiões das cidades, o que 
impede o seu desenvolvimento econômico sustentável. 
4.2 Planejamento Setorial 
É um outro instrumento que o governo pode dispor no âmbito municipal, mas 
também no estadual e federal. Ele acaba sendo uma ferramenta utilizada pelo 
primeiro escalão do governo que foi eleito, pois nele estará presente os planos 
estratégicos para as principais demandas da sociedade, por exemplo, educação, 
saúde, indústria e comércio, cultura, e assim por diante. 
Cada responsável do primeiro escalão precisa fazer uma avaliação dos 
programas que estão já em andamento e dos recursos com os quais poderá contar. 
Desta forma, desenvolve o seu planejamento estratégico pensando em objetivos 
em metas de médio a longo prazo dentro do setor pelo qual está responsável. Ao 
criar esse plano, terá condições de defendê-lo diante do governante, pois nele 
estarão descritas todos os processos metodológicos, razões, bases que sustentam 
a sua visão para o setor. 
 
 
 
11 
TEMA 5 – PRÁTICAS E CAPTAÇÃO DE RECURSOS 
Até agora, falamos da organização e planejamento de políticas públicas de 
forma institucionalizada e respaldada a partir da Constituição Federal. Até esse 
momento, estamos discutindo que tais políticas públicas que possuem recursos 
oriundos do sistema fiscal seja estrutura do Estado. A descrição da origem dos 
recursos é fundamental em qualquer política pública. 
Mas como vimos na base teórica, é possível existir políticas públicas com 
uma certa independência do poder estatal. Ir para o seu desenvolvimento faz a 
necessidade de ter acesso a recursos para a sua viabilidade. O que propomos aqui, 
então, é apresentarmos diferentes práticas e processos para a captação de 
recursos, tanto por organizar ações da sociedade ou mesmo órgãos 
governamentais que estejam com todos os seus recursos destinados e alocados 
por meio de parcerias público-privadas, sendo possível ampliar o atendimento das 
necessidades da sociedade. 
A elaboração de políticas públicas com base na estruturação de projetos 
permite a apresentação com sucesso para os gestores dessas fontes de recursos, 
que podem, por exemplo, ser utilizados em projetos sociais, em consonância com 
uma política pública, ou fazendo parte desta. 
Os diferentes fundos federais para a liberação de recursos exigem o 
desenvolvimento de projetos. Há, também, diversas fontes internacionais que 
poderão ser acionadas, seja pelo poder federal, estadual ou municipal. Contudo, 
sempre será necessário que a proposta esteja muito bem estruturada. 
Em âmbito nacional, além dos fundos setoriais, é possível captar recursos 
junto à iniciativa privada por meio de leis de incentivo fiscal, de empresas que, em 
troca do financiamento, recebem benefícios no pagamento dos seus impostos. De 
qualquer forma, toda a política pública proposta terá que estar muito bem 
desenhada, planejada com seu processo metodológico definido, objetivos e metas 
estabelecidos, descrição das ações e tempos previstos. Como também quais são 
os seus indicadores de desempenho e como será feito o acompanhamento dos 
resultados da proposta. 
Como exemplo, podemos citar a Lei Rouanet, a Lei de Patrocínio, os fundos 
municipais dos direitos da criança e adolescente, o Fundo de Participação dos 
Municípios, o Fundo de Amparo ao Trabalhador, entretanto, o gestor público deve 
 
 
12 
estar atento à abertura dos editais para o encaminhamento de propostas de 
projetos e políticas públicas a serem financiadas por tais fundos. 
No âmbito internacional, vamos citar aqui algumas possíveis fontes de 
recursos: 
INSTITUIÇÃO ÁREA DE FINANCIAMENTOE/OU 
OBJETIVOS 
Ação Agrária Alemã Financiamento para projetos de 
desenvolvimento rural, integração social, 
desenvolvimento democrático, educação e 
treinamento vocacional. 
Agência de Cooperação Internacional do 
Japão (JICA) 
A JICA defende uma visão de 
“desenvolvimento dinâmico e inclusivo”. 
Para tornar essa visão realidade, a JICA está 
empenhada em quatro missões, quais sejam: 
(1) desafios que acompanham a globalização, 
tais como mudanças climáticas e questões 
relacionadas à água, alimentos e doenças 
infecciosas; (2) redução da pobreza e 
crescimento justo e; (3) melhoria da 
governança, como políticas e sistemas de 
governo de países em desenvolvimento; e (4) 
garantias da segurança humana. 
Agência Espanhola de Cooperação 
Internacional para o Desenvolvimento 
(AECID) 
A Agência Espanhola de Cooperação concede 
subsídios para ações de cooperação para o 
desenvolvimento. Os beneficiários são: ONGs, 
empresas, organizações internacionais, 
associações, fundações, administrações 
públicas de outros países etc. 
American Conservation Association, Inc. Preservação histórica, conservação e proteção 
dos recursos naturais, meio ambiente, área de 
financiamento, pesquisa, política pública, 
preservação e proteção da vida selvagem. 
American Express Foundation Financiamento de projetos em herança cultural, 
liderança e serviço comunitário. 
Banco Interamericano de Desenvolvimento 
(BID) 
Concede financiamento para países em 
desenvolvimento, complementando os 
investimentos privados e provendo a 
assistência técnica para a preparação, 
financiamento e execução de projetos e 
programas de desenvolvimento de médio e 
 
 
13 
grande porte. Áreas temáticas: a) redução de 
pobreza e promoção da equidade social; b) 
modernização do Estado; c) integração 
regional; d) meio ambiente 
Banco JP Morgan Área educacional com prioridade para atuação 
na formação para a cidadania. 
Charles Stewart Mott Foundation Financiamento de projetos para fortalecimento 
democrático, combate à pobreza, respeito aos 
direitos e diversidade, acesso equalitário a 
recursos, fortalecimento comunitário e proteção 
do meio ambiente. 
DFID – Departamento de Desenvolvimento 
Internacional do Reino Unido 
Departamento do governo britânico que 
trabalha em parceria com outros governos que 
têm como prioridades a promoção do 
desenvolvimento sustentável e a eliminação da 
pobreza. 
Fundación Avina Focada em projetos da América Latina, em 
especial o Bioma Amazônico, reciclagem, 
cidades sustentáveis e migrações. 
GLOBAL ENVIRONMENT FACILITY (GEF) – 
Fundo Global para o Meio Ambiente 
O fundo define diretrizes, políticas e temas 
prioritários e confia às agências 
implementadoras do GEF, ou apenas Agências 
GEF, a aplicação das regras a preparação e o 
monitoramento dos projetos que serão 
desenvolvidos pelas chamadas instituições 
executoras. 
Fundação Interamericana (IAF) Órgão independente do Governo dos Estados 
Unidos, foi criado pelo Congresso em 1969 
para canalizar a ajuda para o desenvolvimento 
diretamente às pessoas de baixa renda 
organizadas na América Latina e no Caribe. 
Misereor – Obra Episcopal de Cooperação 
para o Desenvolvimento 
É a obra episcopal da Igreja Católica da 
Alemanha para a cooperação ao 
desenvolvimento. 
PNUD – Programa das Nações Unidas para 
o Desenvolvimento/PNUD Brasil 
A ONU Meio Ambiente trabalha para 
disseminar, entre seus parceiros e a sociedade 
em geral, informações sobre acordos 
ambientais, programas, metodologias e 
conhecimentos em temas ambientais 
relevantes da agenda global e regional e, por 
outro lado, para promover uma participação e 
contribuição mais intensa de especialistas e 
 
 
14 
instituições brasileiras em fóruns, iniciativas e 
ações internacionais. 
UNESCO – Organização das Nações Unidas 
para a Educação, a Ciência e a Cultura 
As prioridades programáticas da UNESCO no 
país se definem pela identificação dos desafios 
conjunturais brasileiros, no quais a organização 
fundamenta seus objetivos estratégicos para 
cada uma de suas áreas temáticas: educação, 
ciências naturais, ciências humanas e sociais, 
cultura 
UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a 
Infância 
Universalizar os direitos de crianças e 
adolescentes. 
 
 
 
15 
REFERÊNCIAS 
ABRANCHES, S. Presidencialismo de coalização: raízes e evolução do sistema 
político brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 2018. 
BRASIL. Tribunal de Contas da União. Referencial básico de governança 
aplicável a órgãos e entidades da administração pública. Tribunal de Contas 
da União. Versão 2. Brasília: TCU, Secretaria de Planejamento, Governança e 
Gestão, 2014. 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de 
outubro de 1988. 13. ed. atualizada e ampliada. São Paulo: Saraiva, 1996. 
COUTO, L. F.; CARDOSO JUINOR, J. C. A função dos planos plurianuais no 
direcionamento dos orçamentos anuais: avaliação da trajetória dos PPAs no 
cumprimento da sua missão constitucional e o lugar do PPA 2020-2023. Brasília: 
IPEA, 2020. 
DIAS, R.; MATOS, F. Políticas públicas: princípios, propósitos e processos. São 
Paulo: Atlas, 2012. 
SECCHI, L. Políticas Públicas: conceitos, esquemas de análise, casos práticos. 
2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2013.