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Atendimento 
Educacional de alunos 
com Deficiência Física 
 
 
 
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1. Introdução 
2. Causas e Características da Deficiência Física e 
Motora 
3. Causas e Características da Paralisia Cerebral 
4. Acessibilidade e Recursos Pedagógicos para a 
Deficiência Física e Motora 
5. Avaliação para o Trabalho de Inclusão e o AEE 
6. Recursos da Tecnologia Assistiva na Educação 
Especial 
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1. INTRODUÇÃO 
Deficiência motora, também denominada de deficiência física, é uma limitação do 
funcionamento físico-motor de um indivíduo. Geralmente, os problemas se encontram 
no cérebro ou sistema locomotor, gerando um mau funcionamento ou paralisia dos 
membros inferiores e/ou superiores. 
A deficiência motora pode proceder de diversas etiologias, entre as quais estão os 
fatores genéticos, fatores neonatais, virais ou bacteriano, ou mesmo fatores 
traumáticos, principalmente os medulares. 
Os indivíduos que apresentam deficiência de ordem física ou motora demandam um 
atendimento fisioterápico, psicológico para auxiliar com os limites e dificuldades 
decorrentes da deficiência e simultaneamente desenvolver todas as possibilidades e 
potencialidades. 
A deficiência física é referente ao comprometimento do aparelho locomotor que 
compreende o sistema ósteo-articular, o sistema muscular, assim como o sistema 
nervoso. As doenças ou lesões que interferem em qualquer destes sistemas, 
isoladamente ou em conjunto, podem gerar quadros de limitações físicas de nível e 
gravidade variáveis, de acordo com os segmentos corporais afetados e o tipo de lesão 
presente. 
A paralisia cerebral (PC), por sua vez, é um distúrbio da postura e do movimento, 
consequente de encefalopatia não progressiva nos períodos pré, peri ou pós-natal, com 
localização única ou múltipla no cérebro imaturo. Esta lesão cerebral pode levar a 
comprometimentos neuro motores variados que, normalmente, estão associados à 
gravidade da sequela e à idade do indivíduo. 
A discussão da inclusão do deficiente físico e do aluno com paralisia cerebral no espaço 
escolar é essencial no mundo contemporâneo, já que o meio escolar demonstra não 
estar preparado para atender estudantes com necessidades educacionais especiais, no 
qual são necessárias adaptações do espaço físico para a acessibilidade e recursos 
pedagógicos adequados, para que estes estudantes possam ser incluídos no ambiente 
escolar. 
A escola surgiu com o intuito de trazer conhecimento a todos, garantindo que houvesse 
igualdade de oportunidades. No entanto, o conteúdo e os alunos foram tendendo a 
serem tratados de maneira homogênea, desconsiderando que alunos portadores de 
deficiências e com necessidades educacionais especiais poderiam vir a ser 
matriculados nessas instituições. 
Com o objetivo de incluir os alunos com necessidades educacionais especiais nas 
escolas tradicionais, a educação passou a ser regida pelo princípio da integração, ou 
seja, o aluno que possuía tais necessidades seria ajustado para conviver no ambiente 
escolar. Foi com o advento da inclusão que surgiram propostas para modificar a 
sociedade como um todo, a fim de permitir o pleno desenvolvimento das pessoas com 
deficiência. 
A educação inclusiva está se difundindo nas escolas de todo o país, sendo que há cada 
vez mais alunos com deficiência nas escolas de ensino regular. Entretanto, apenas a 
inserção desses alunos nas turmas não assegura que a inclusão esteja realmente se 
consolidando, sendo fundamental que sejam superadas muitas barreiras atitudinais e 
que se realize a mobilização da comunidade escolar como um todo. 
 
 
 
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No processo de inclusão dos estudantes com deficiência física e paralisia cerebral, é 
importante que o docente esteja consciente de sua importância, como um facilitador do 
rompimento de barreiras e promotor do acesso à educação de qualidade por seus 
alunos. É muito importante que o professor conheça bem as particularidades de seu 
aluno com deficiência física e paralisia cerebral a fim de proporcionar um aprendizado 
adequado e significativo. 
Para que o sucesso educativo aconteça de fato, a escola deve ajustar a sua prática 
educativa a todos os alunos, incluindo os que apresentam necessidades educacionais 
especiais. A construção da escola inclusiva passa pela responsabilização da escola por 
todos os estudantes, na perspectiva de uma educação para todos, demandando para a 
sua concretização outras estratégias e respostas a novos desafios. Portanto, deve haver 
uma alteração das práticas educacionais para atender à diversidade. 
Desta maneira, as escolas devem estar arquitetonicamente adaptadas às necessidades 
dos alunos que apresentam mobilidade reduzida, respeitando o direito à diferença e 
possibilitando, em igualdade de oportunidades, o sucesso escolar a todos os seus 
alunos. 
A inclusão do aluno com mobilidade reduzida, implica equipar as escolas com 
adaptações, meios e recursos pedagógicos facilitadores do seu processo de 
aprendizagem. A constatação do que efetivamente ocorre no espaço educativo no que 
concerne aos alunos com deficiência motora e paralisia cerebral que usam a cadeira de 
rodas para se movimentarem assume toda a centralidade no que diz respeito à 
compreensão mais aprofundada de como se processa o acesso arquitetônico nas 
escolas. 
 
 
 
 
 
 
 
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2. CAUSAS E CARACTERÍSTICAS DA DEFICIÊNCIA FÍSICA E MOTORA 
A função mais importante do sistema nervoso é coordenar e controlar a maior parte das 
funções do corpo. O Sistema Nervoso recebe muitas informações dos diversos órgãos 
sensoriais, unindo todas estas informações para determinar a resposta a ser efetuada 
pelo corpo. A resposta pode ser expressada pela fala, pelo movimento motor, por 
atividades mentais, pelo equilíbrio homeostático do corpo, entre outras funções. 
A deficiência física e motora tem como principais comprometimentos a falta de um 
membro, uma má-formação, deformação ou mesmo uma amputação (total ou parcial), 
ou seja, uma alteração que afeta o sistema esquelético e muscular gerando 
consequências na mobilidade do indivíduo afetado. 
Portanto, a deficiência física compromete o aparelho locomotor, que se trata do sistema 
Osteoarticular, do Sistema Muscular, assim como do Sistema Nervoso. As doenças ou 
lesões que afetam qualquer um desses sistemas, isoladamente ou conjuntamente, 
podem gerar grandes limitações físicas de graus e gravidades que podem ser variados, 
conforme os segmentos corporais afetados e o tipo de lesão ocorrida. 
Portanto, deficiência física e motora pode ser a alteração completa ou parcial de uma 
ou mais regiões do corpo humano, podendo comprometer a função física, 
apresentando-se sob a forma de hemiplegia, hemiparesia, monoparesia, monoplegia, 
ostomia, paraplegia, paraparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, 
amputação ou ausência de um membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com 
deformidade congênita ou adquirida, com exceção das deformidades estéticas e as que 
não causem dificuldades para o desempenho das funções físicas. 
A deficiência física possui causas diversas, podendo se apresentar de formas distintas 
como: epilepsia, paralisia cerebral, distrofia muscular, má formação congênita, entre 
outras. É conforme o grau de gravidade da paralisia cerebral que se classifica esta 
deficiência como severa ou leve, e se afeta áreas do cérebro responsáveis pelo 
desenvolvimento motor, evidenciando-se em perda total dos movimentos ou 
dificuldades na fala. 
As deficiências físicas e motoras que são de origem cerebral, são causadas por lesões 
que ocorrem no cérebro e afetam diferentes segmentos do corpo, acarretando 
monoplegia quando atinge um membro, diplegia quando atingem dois membros, 
triplegia se forem afetados três membros, quando forem afetados quatro membros será 
uma quadriplegia, e hemiplegia quando todoum lado do corpo é atingido. 
Os casos severos destas deficiências apresentam um fenótipo diferenciado. Muitos 
destes casos não apresentam comprometimento intelectual. Portanto, não se deve 
pensar que os portadores de deficiência motora severa não são capazes de aprender, 
já que é apenas seu corpo que o impossibilita de realizar trocas com o meio, e não o 
seu intelecto. 
É necessário distinguir os casos em que a deficiência tem graus evolutivos ou não, 
podendo haver situações nas quais a pessoa já nasce com limitações, por exemplo, 
lesão medular e paralisia cerebral, e outras em que a deficiência apresenta 
característica degenerativa, como em casos de distrofias musculares e tumores que 
atingem o sistema nervoso. 
Nos casos não evolutivos, conforme a pessoa é submetida a estímulos facilitadores de 
seu cotidiano, suas limitações tendem a se apresentarem atenuadas, conforme as 
 
 
 
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práticas e adaptações ao novo ambiente. Em se tratando dos casos evolutivos, os 
problemas de saúde vão se tornado mais graves, e os desafios encontrados em seu 
cotidiano acabam sendo cada vez mais problemáticos. 
Os deficientes físicos não são deficientes cívicos, portanto, como todos os cidadãos eles 
também têm direitos e deveres. Da mesma maneira que toda e qualquer criança tem o 
direito de brincar, ser feliz, e poder interagir com o meio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. CAUSAS E CARACTERÍSTICAS DA PARALISIA CEREBRAL 
A paralisia cerebral é uma síndrome classificada por uma lesão rara no cérebro, que 
atinge duas em cada mil crianças nascidas vivas no mundo todo. É caracterizada como 
a causa mais comum de deficiências graves na primeira infância. Esta lesão irreversível 
pode acometer bebês desde o momento da concepção até os dois anos de idade. A 
síndrome tem caráter não progressivo, ou seja, não agrava com o passar do tempo, 
mas, no entanto, é determinante para o surgimento de limitações de funcionalidade 
motora. 
Os problemas de origem motora podem surgir em conjunto com outros distúrbios 
relacionados com os campos sensorial, cognitivo, perceptivo e de ordens 
comunicacional e comportamental. Indivíduos que apresentam a síndrome também 
podem desenvolver epilepsia, assim como, outras complicações no esqueleto e nos 
músculos. 
No entanto, é importante salientar que embora o termo paralisia cerebral seja utilizado 
para nomear uma síndrome, os seus sinais e a gravidade dos comprometimentos muda 
de caso a caso e estão diretamente relacionados com a causa do problema. Outro fator 
importante, neste caso, é que nem todas os indivíduos apresentam complicações 
relacionadas ao campo cognitivo. 
A paralisia cerebral é classificada de três maneiras: 
• pelas suas causas; 
• pelos níveis de comprometimento motor na funcionalidade dos indivíduos 
afetados; 
• pela maneira e localização do corpo em que esses comprometimentos se 
distribuem. 
A partir destas classificações apresentadas, ocorrerem três subtipos para cada uma: 
3.1 Paralisia cerebral espástica 
 
Esta é a variação mais comum da síndrome e afeta a região do córtex motor do cérebro, 
responsável pelos movimentos. Nesta situação, os músculos apresentam a sua 
 
 
 
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capacidade de força afetada e o tônus elevado, o que causa enrijecimento. É comum 
que os indivíduos diagnosticados com este tipo têm o que os especialistas caracterizam 
como contraturas, que também são denominadas de encurtamentos musculares. As 
estruturas ósseas também apresentam comprometimento, provocando deformidades. 
Atividades normais de bebês como sentar sozinho, engatinhar e andar podem acontecer 
com atrasos. 
3.2 Paralisia cerebral extrapiramidal 
 
Estas lesões surgem em algumas localidades mais interiores do cérebro. Indivíduos que 
apresentam este tipo executam movimentos involuntários, que são também 
denominados de espasmos. Tais movimentações provocam o que os médicos 
denominam de distonia, nome científico dado quando ocorre uma mudança significativa 
no eixo corporal. Como na primeira variação, este tipo de paralisia cerebral também 
provoca deformidades e retardo em atividades-chave do marco do desenvolvimento da 
primeira infância. 
3.3 Paralisia cerebral atáxica 
Esta lesão é mais rara e atinge a região do cerebelo, fundamental no desenvolvimento 
de funções como a coordenação motora e o equilíbrio. Crianças com esta lesão 
apresentam sinais bem específicos, como incoordenação das extremidades como 
mãos, tronco e pés, além de apresentarem tremores. As crianças que conseguem 
caminhar não são capazes de manter o passo alinhado. Neste caso, é comum que 
ocorra atraso e alterações na fala, assim como certo grau de comprometimento mental. 
As regiões do corpo em que os comprometimentos dos movimentos surgem podem 
ser: 
Tetraparesia: É quando os membros superiores e inferiores apresentam 
comprometimento, com semelhante grau de gravidade. Como os atrasos no 
desenvolvimento motor são distribuídos, a dependência para realizar pequenas tarefas 
é extremamente grande. 
Diparesia: Os sinais de atraso do desenvolvimento acontecem, predominantemente, 
nos membros inferiores, como as pernas e os pés. Sendo assim, as possibilidades de 
desenvolver funções simples é maior com as mãos e os braços. 
 
 
 
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Hemiparesia: Ocorre quando somente um lado do corpo apresenta o comprometimento, 
o que vai depender de qual lado o cérebro apresenta a lesão. 
 
A paralisia cerebral pode ocorrer em três estágios da vida da criança e isso está 
relacionado diretamente às suas causas: 
3.4 Causas pré-natais 
 
 
 
 
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São lesões cerebrais que atingem os indivíduos antes do seu nascimento e, sendo 
assim, estão relacionadas em sua maioria à saúde materna, como pressão alta, 
diabetes, doença tireoidiana, infecções geradas por vírus como a rubéola, a 
toxoplasmose, a herpes, o descolamento prematuro de placenta e também tumores 
uterinos, além da utilização de substâncias tóxicas, que são contraindicadas no período 
da gestação, como tabaco, álcool e outras substancias. As malformações fetais que 
afetam o sistema nervoso central também fazem parte da lista. 
Algumas causas antecedem ainda o período pré-natal e podem ser classificadas como 
pré-concepcionais, ou seja, são fatores genéticos que estão presentes antes mesmo do 
momento da concepção, como o histórico familiar de doenças neurológicas ou 
convulsionais. 
3.5 Causas perinatais 
São causas que aparecem no momento em que a mulher entra em trabalho de parto e 
se desdobram em até seis horas depois do nascimento do bebê. Alguns fatores 
fundamentais e determinantes para o aparecimento da paralisia são: 
• redução da pressão parcial do oxigênio e da concentração de hemoglobina 
durante o parto; 
• prematuridade; 
• baixo peso ao nascer, 
• trabalho de parto longo; 
• choque hipovolêmico (perda considerável de sangue causada por um 
acidente, por exemplo); 
• nó do cordão umbilical. 
3.6 Causas pós-natais 
A lesão pode acontecer até que a criança chegue aos 2 anos de idade, principalmente 
devido a: Meningite viral, traumas na região do crânio, mal convulsivo e o aparecimento 
de tumores no sistema nervoso central. A partir dos 2 anos de idade, o sistema nervoso 
central já se desenvolveu completamente, o que impossibilita, portanto, o surgimento de 
comprometimentos motores ligados à paralisia cerebral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. ACESSIBILIDADE E RECURSOS PEDAGÓGICOS PARA A DEFICIÊNCIA FÍSICA 
E MOTORA 
São muitas as mudanças necessárias na estrutura física e nos recursos pedagógicos 
para atender os estudantes com deficiência física e motora. São necessárias certas 
adaptações para que possa ocorrer uma educação de qualidade, isto é, proporcionar a 
acessibilidade total do espaço escolar, seja ela física ou pedagógica. 
 As leis apontam que todas as escolasdevem proporcionar um ambiente acessível para 
todos, através da adequação dos espaços para que atendam à diversidade humana 
através da eliminação das barreiras arquitetônicas. Também foram promulgados 
Decretos que estabelecem normas gerais e critérios elementares para a possibilidade 
da acessibilidade dos indivíduos com deficiência ou com mobilidade reduzida. 
Muitos dos prédios das instituições de ensino não apresentam acessibilidade. E para os 
direitos à acessibilidade na escola serem respeitados é necessário lançar mão da 
legislação, para que seja possível de fato observar ambientes escolares passando a ser 
ambientes acessíveis e acolhedores. 
 
A acessibilidade espacial corresponde à possibilidade de poder chegar a algum lugar, 
com certa facilidade e independência, podendo compreender a organização e as 
relações espaciais que este lugar estabelece, e poder participar das atividades que ali 
se realizam fazendo uso dos equipamentos disponíveis. No caso de um cadeirante, o 
percurso deve se apresentar acessível através de rampas nos passeios e na entrada do 
edifício, dimensões adequadas dos corredores e travessias seguras, por exemplo. 
O aluno, ao entrar na escola, deve poder identificar o caminho a seguir conforme a 
atividade desejada, por meio da configuração espacial, ou mesmo através de 
informações adicionais, como por exemplo, a utilização de rampa para ir à biblioteca no 
segundo andar de um prédio. 
Já um aluno com deficiência visual deve poder adquirir informação por meio de mapas 
táteis e em braile, para encontrar sua trajetória com independência. Ao chegar em uma 
biblioteca, deve ser possível ao aluno acessar todos os livros e poder ler e estudar em 
condições de conforto e segurança. Portanto, prover acessibilidade espacial é, de 
qualquer forma, proporcionar alternativas de acesso e uso a todos os indivíduos, 
assegurando seu direito de ir e vir e sua condição de cidadania. 
 
 
 
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Os estudantes com deficiência motora apresentam dificuldades ao realizarem muitas 
atividades rotineiras no ambiente escolar, necessitando normalmente do auxílio de outra 
pessoa. Contudo, o aluno que não consegue realizar suas atividades se mantém em 
desvantagem, considerando que este não terá a oportunidade de evoluir com o restante 
da turma. 
 
São várias as situações difíceis encontradas no cotidiano escolar destes alunos, e que 
demandam algumas adaptações alternativas e recursos, não só de aspecto 
arquitetônico, mas também de material pedagógico. Na atividade em que o aluno 
necessita realizar recortes, por exemplo, pode-se recorrer a algumas adaptações, tais 
como tesoura adaptada com arame revestido, ou outro tipo de adaptação. Se mesmo 
assim o aluno não for capaz de utilizar este recurso, optasse por atividades coletivas 
em que os colegas adquirem a oportunidade de colaborarem e cooperarem uns com os 
outros, ajudando-se entre si. 
Na área de desenho, pintura e escrita, é possível lançar mão dos seguintes materiais 
adaptados: 
• aranha-mola (mola entre o dedo com o lápis no meio); 
• pulseira imantada (pulseira no braço do aluno); 
• engrossador de espuma (espuma grossa no lápis); 
• Órtese (uma bola de borracha na ponta do lápis). 
Podendo também serem utilizados os engrossadores de espumas em pinceis, cola, 
tintas, entre outros objetos escolares. 
As escolas inclusivas para todos têm como principais características respeitar, aceitar e 
acreditar no potencial de cada estudante com necessidades educacionais especiais, 
não apenas aos alunos com deficiência, mas sim todos, podendo então oferecer uma 
educação de qualidade e sem preconceitos. A escola inclusiva deve também garantir 
aos alunos condições de locomoção em todos os espaços da escola, providenciando 
banheiros adaptados, corrimãos, rampas, elevadores e pisos antiderrapantes, recursos 
que facilitarão o cotidiano escolar destes alunos. 
A escola tem que oferecer um ambiente acolhedor, confortável e agradável, em que os 
estudantes tenham condições de aprender, desenvolvendo-se e superando os desafios 
encontrados no dia a dia. Promovendo assim, meios facilitadores de aprendizagem e 
locomoção no ambiente escolar. 
 
 
 
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5. AVALIAÇÃO PARA O TRABALHO DE INCLUSÃO E O AEE 
No Plano Nacional de Educação (PNE) consta, entre as suas metas, o estabelecimento 
de uma meta específica, referente a Educação Inclusiva. Esta meta regulamenta o 
Atendimento Educacional Especializado (AEE) e direciona os educadores e as escolas 
sobre as políticas públicas voltadas para os alunos com necessidades educacionais 
especiais. 
Em se tratando da educação inclusiva, e do Atendimento Educacional Especializado 
(AEE) é recomendado que o educador tenha como ponto de partida a avaliação do aluno 
para diagnosticar suas singularidades, com o intuito de focar nas suas capacidades. 
A proposta curricular necessita ser a mesma para todos os alunos, sejam estes com 
necessidades educacionais especiais ou não, no entanto, é indispensável que as 
estratégias pedagógicas sejam diversificadas e baseadas nos interesses, capacidades 
e necessidades de cada aluno. 
As estratégias pedagógicas condizem com os diversos procedimentos elaborados e 
aplicados por professores com o intuito de alcançar suas metas de ensino e 
aprendizagem. Elas englobam metodologias, procedimentos e mecanismos que são 
experimentados como forma de alcançar, produzir e apresentar o conhecimento. 
 
Através desta perspectiva é possível a participação efetiva e inclusiva, oferecendo 
oportunidades para o desenvolvimento integral de todos os alunos, independente de 
apresentar ou não algum tipo de deficiência. 
Sendo assim, é necessário que o professor busque conhecer bem cada aluno, suas 
preferências e habilidades, principalmente os que apresentam algum tipo de 
necessidade educacional diferenciada. Quando o professor inicia o processo de ensino 
e aprendizagem a partir do interesse e habilidade de seus alunos o aprendizado se torna 
muito mais prazeroso, espontâneo e participativo. 
Deve-se salientar a importância de se observar as dificuldades, quando existentes, e 
assim lançar mão da criatividade e da diversidade de estratégias pedagógicas 
disponíveis. O professor do AEE tem a função de cooperar com esse processo. O AEE 
é uma estratégia de ensino formulada para atender as crianças com necessidades 
educacionais especiais que necessitam de maior atenção para terem a possibilidade de 
aprendizagem, socialização e inclusão na sociedade. A escola é uma das melhores 
 
 
 
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maneiras de oferecer para as crianças com deficiência a oportunidade para que isso 
aconteça. 
É importante enfatizar que o processo de inclusão deve partir da acessibilidade, através 
da eliminação de todas as possíveis barreiras, assim como dos preconceitos. Os 
professores da sala de AEE precisam estar capacitados para oferecer o atendimento 
especializado. Este atendimento educacional não pode ser visto apenas como um apoio 
ou mesmo reforço para complementar as atividades escolares. Através desta 
modalidade o professor deve lançar mão de subsídios para oferecer ao aluno 
oportunidade de aprendizagem em todas as disciplinas. 
As estratégias usadas na sala de AEE são métodos práticos de apresentação, formação 
e utilização de recursos assistidos, como a comunicação alternativa, e os recursos de 
informática por exemplo. São utilizados materiais pedagógicos e didáticos que possam 
ser acessíveis e complementares ao processo de aprendizagem dos alunos que 
demandam uma assistência complementar. 
 A escola tem a obrigação, por lei, de atender todos os alunos, tendo ou não algum 
tipo de deficiência. A avaliação escolar no processo de inclusão direciona a 
transformação da escola e das práticas pedagógicas, contribuindo para que todos 
tenham de fato o acesso à educação, que permaneçam e alcancem um aprendizado 
satisfatório,significativo e além de tudo socializador. 
 No contexto da inclusão é fundamental entender sobre os aspectos avaliativos e 
constatar a realidade sobre o processo em que se encontram os alunos com deficiência 
motora assim como com paralisia cerebral na sala regular de ensino. Entretanto, os 
educadores encontram muitos entraves no processo de ensino e aprendizagem. Mesmo 
quando as escolas, apresentam profissionais de educação especial, ainda demandam 
de conhecimentos sobre metodologias, estratégias e práticas que possam oferecer 
apoio ao aluno com deficiência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6. RECURSOS DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL 
A tecnologia assistiva é um campo de conhecimento interdisciplinar, englobando 
produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam 
promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com 
necessidades específicas, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e 
inclusão social. Pode ser também caracterizada como um recurso ou uma estratégia 
utilizada para expandir ou possibilitar a execução de uma ação necessária e desejada 
por uma pessoa com deficiência. 
A tecnologia lança mão de metodologias e práticas educativas, assim como, recursos e 
estratégias alternativas, com o intuito de otimizar a participação de pessoas com 
deficiência e mobilidade reduzida. Esta tecnologia tem como meta garantir maior 
autonomia e independência, assim como, proporcionar maior qualidade de vida e 
inclusão social das pessoas com deficiência. 
A inclusão escolar é um dos caminhos para garantir a diversidade e o respeito à 
diferença, através da construção de um espaço de convivência escolar, que apresente 
uma proposta e que solucione as necessidades de cada aluno. São grandes os desafios 
a serem alcançados, entretanto, as atuações e as alternativas encontradas pelos 
educadores são fundamentais para o encaminhamento deste processo. 
A tecnologia assistiva oferece aos educadores uma ampla variedade de recursos e 
ferramentas alternativos capazes de oferecer suportes que auxiliarão os educadores a 
trabalharem com alunos com necessidades educacionais especiais. Estes suportes 
podem ser, por exemplo, mecânicos, eletrônicos ou mesmo computadorizados, com 
uma série variável de adaptações, de aparelhos e equipamentos nas diversas áreas 
referentes às necessidades pessoais, como a comunicação, alimentação e educação, 
por exemplo. 
As modalidades que englobam as tecnologias assistivas são muitas e podem oferecer 
auxílios tanto para a vida diária quanto para a vida prática. Estas tecnologias oferecem 
materiais pedagógicos e escolares especiais como a comunicação aumentativa e 
alternativa, assim como recursos que oferecem maior acesso ao computador. A 
adequação postural e a mobilidade também são auxiliadas por esta tecnologia através 
de mobiliário e posicionamento. Projetos arquitetônicos para acessibilidade e 
adaptações em veículos escolares para facilitar a acessibilidade, também são auxiliados 
pelas tecnologias assistivas, dentre outros. 
Estes exemplos de auxílios técnicos são para algumas pessoas apenas um 
complemento, possibilitando que melhorem a maneira como desempenham as 
atividades. Já para outras pessoas são indispensáveis, visto que são através destes 
que seus intelectos conseguem se comunicar. Para estas pessoas, é esta tecnologia 
que torna possível a sua comunicação com os outros e com o mundo a sua volta, em 
todas as situações, sejam estas de educação ou ainda nas demais interações sociais. 
6.1 Exemplos de tecnologia assistiva: 
• Rampas de acesso a calçadas e a prédios; 
 
 
 
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• Andadores; 
 
 
 
 
 
 
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• Lupas manuais ou eletrônicas; 
 
 
• Softwares ampliadores de tela; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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• Aparelhos para surdez; 
 
 
Os exemplos de tecnologia assistiva na escola são os materiais escolares e 
pedagógicos acessíveis como, por exemplo: 
• Comunicação alternativa, 
• Recursos de acessibilidade ao computador, 
• Recursos para mobilidade, 
• Recursos para localização, 
Os recursos a serem disponibilizado aos alunos com paralisia cerebral podem ser 
fundamentais não só para as questões da aprendizagem escolar, mas também para o 
seu desenvolvimento global. Em consequência das várias alterações que o aluno com 
paralisia cerebral pode apresentar, como alterações cognitivas, sensoriais, perceptuais, 
motoras e de linguagem, os materiais devem apresentar características especificas e 
serem atraentes para facilitar um uso funcional. 
Os recursos adequados às especificidades dos alunos com paralisia cerebral são 
fundamentais para sua participação efetiva na atividade proposta, sendo de 
responsabilidade da escola disponibilizar aos alunos com necessidades educacionais 
especiais os recursos necessários. 
6.2 Comunicação Alternativa (CA) 
A aprendizagem oferecida no AEE é distinta do ensino escolar tradicional, e não pode 
se configurar apenas como um espaço de reforço escolar ou complementação das 
atividades de ensino convencional. Este espaço deve auxiliar na introdução e 
capacitação do aluno no uso de recursos de tecnologia assistiva, como a comunicação 
alternativa e os recursos de acessibilidade ao computador, ao desenvolvimento da 
orientação e da mobilidade, a preparação e disponibilização ao aluno de material 
pedagógico acessível, além de outras atividades. 
No âmbito da educação inclusiva, a tecnologia assistiva favorece a participação do aluno 
com deficiência, nas múltiplas atividades do dia-a-dia da escola, estando vinculada aos 
 
 
 
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objetivos educacionais comuns. O campo da tecnologia assistiva voltado 
especificamente para a ampliação de habilidades de comunicação é denominado de 
Comunicação Alternativa (CA). A comunicação alternativa é destinada a pessoas que 
não possuem o uso da fala ou da escrita funcional, ou pessoas que apresentam 
defasagem entre sua necessidade de se comunicar e sua habilidade de falar ou 
escrever. 
A CA pode ocorrer sem auxílios artificiais, valorizando a expressão do sujeito, a partir 
de outros meios de comunicação diferentes da fala, tais como os gestos, sons, 
expressões faciais e corporais, os quais podem ser usados e configurados socialmente 
para manifestar desejos, necessidades, opiniões ou posicionamentos da pessoa que se 
comunica. 
• Sinalização, 
• Mobiliário que atenda às necessidades posturais dos alunos, entre outros. 
Com o intuito de aumentar ainda mais o repertório comunicativo que engloba 
habilidades de expressão e compreensão, os educadores em AEE organizam e 
constroem meios de auxílio artificiais como: cartões de comunicação, pranchas de 
comunicação, pranchas alfabéticas e de palavras e vocalizadores. O próprio 
computador, por meio de software específico, pode ser uma ferramenta poderosa de 
voz e comunicação. Os recursos de comunicação para cada indivíduo são elaborados 
de forma totalmente personalizada, levando em consideração as diversas 
características que atendam às necessidades de cada aluno. 
A designação “Comunicação Aumentativa e Alternativa” foi traduzida do 
inglês Augmentative and Alternative Communication – AAC. Juntamente com o termo 
resumido “Comunicação Alternativa”, no Brasil se utiliza também as terminologias 
“Comunicação Ampliada e Alternativa – CAA” e “Comunicação Suplementar e 
Alternativa – CSA”. 
Sistema de Comunicação por Troca de Figuras – PECS (Picture 
Exchange Communication System) 
O Sistema de Comunicação por Troca de Figuras (PECS) foi desenvolvido em 1985 por 
Andrew S. Bondy e Lori Frost, como um método de intervenção aumentativa/alternativa 
de comunicação. Desde então, o PECS foi implementado com bastante sucesso no 
mundo todo, com alunos de todas as idades que apresentam várias dificuldades 
cognitivas, físicas e de comunicação. Portanto, o PECS temrecebido reconhecimento 
mundial por estar centrado nos componentes de iniciação de comunicação. 
O protocolo de ensino do PECS é fundamentado no livro de B.F. Skinner, 
Comportamento Verbal, e análise de comportamento aplicada do amplo espectro. É 
baseado em estratégias específicas de estímulo e reforço que são destinados à 
comunicação independente e são usadas em todo o protocolo. O protocolo também 
disponibiliza procedimentos sistemáticos de correção de erros para promover a 
aprendizagem se o erro acontecer. Dicas verbais não são utilizados, construindo 
iniciação imediata e evitando dependência. 
O PECS fundamenta-se em seis fases e inicia ensinando o aluno a dar uma única figura 
de um item ou ação desejada a um “parceiro de comunicação” que imediatamente 
responde a troca através de um pedido. O sistema prossegue ensinando a 
discriminação de figuras e como juntá-las para compor frases. Nas fases mais 
 
 
 
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avançadas, os alunos são ensinados a utilizar iniciadores, responder perguntas e 
comentar. 
A principal função do PECS é ensinar comunicação funcional. Alguns alunos que usam 
o PECS também podem desenvolver a fala. Outros podem fazer a transição para um 
vocalizador (SGD). 
O PECS não requer materiais complexos ou caros, tendo sido criado para os 
educadores, famílias e cuidadores, sendo assim, pode ser facilmente utilizado em 
múltiplas situações. De início, ensina-se uma pessoa a dar uma figura de um item 
desejado para um “parceiro de comunicação”, que considera a troca como um pedido. 
O sistema ensina, assim, a discriminar figuras e as combinar, formando sentenças. Nos 
estágios mais avançados, os alunos aprendem a responder perguntas e fazer 
comentários. 
As seis fases do PECS são: 
Fase I 
Como comunicar 
Os alunos aprendem a trocar imagens individuais por itens ou atividades que desejam. 
Fase II 
Distância e persistência 
Através ainda da utilização de imagens individuais, os alunos aprendem a generalizar 
esta nova competência por meio da sua utilização em lugares diferentes, com pessoas 
diferentes e a distâncias variadas. Também são ensinados a serem comunicadores mais 
persistentes. 
Fase III 
Discriminação de imagens 
Os alunos aprendem a escolher entre duas ou mais imagens para solicitar as suas 
coisas prediletas. As imagens se encontram em um dossiê de comunicação – uma pasta 
de argolas com tiras de velcro onde as imagens estão armazenadas e de onde são 
removidas com facilidade para comunicar. 
Fase IV 
Estrutura da frase 
Os alunos aprendem a formar frases simples em uma tira de frase destacável utilizando 
uma imagem “Eu quero” seguida de uma imagem do item que está sendo solicitado. 
Atributos e Expansão de vocabulário 
Os alunos aprendem a expandir as suas frases, adicionando adjetivos, verbos e 
preposições. 
Fase V 
Responder a perguntas 
Os alunos aprendem a utilizar o PECS para responder à pergunta: “O que você quer?” 
 
 
 
 
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Fase VI 
Comentar 
Nesta fase, os alunos aprendem a comentar em resposta a perguntas como: “O que 
vês?”, “O que ouves?” e “O que é isso?” Eles aprendem a compor frases começando 
por “Eu vejo”, “Eu ouço”, “Eu sinto”, “É um”, entre outras. 
A seguir estão alguns exemplos de PECS: 
• Simples: 
 
• Intermediário: 
 
 
 
 
 
 
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• Avançado: 
A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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