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P ág in a3 Introdução Este trabalho foi realizado no âmbito da Unidade Curricular Técnicas e Processos em Expressão Gráfica e Motora (vertente em expressão gráfica) e têm como objectivo a elaboração de um Dossiê de Técnicas inclua as etapas de desenvolvimento gráfico existentes até à adolescência (com ela inclusive), segundo Victor Lowenfeld. O dossiê consiste na explanação dos conteúdos teóricos das etapas de desenvolvimento gráfico e uma compilação de fichas técnicas (elaboradas durante o decorrer das aulas, por vários grupos) adequadas a essa etapas, tal como o resultado da sua execução. Estas fichas técnicas tinham como objectivo serem aplicadas a crianças nas suas diversas fases de crescimento, podendo por isso ser um recurso para a nossa futura profissão na educação. P ág in a4 Capítulo 1: 0-2 ANOS Esta fase caracteriza-se pela descoberta e exploração dos diferentes materiais. Aqui a criança manuseia-os, desenvolve a capacidade óculos - manual e constata que o uso dos materiais pode interferir no meio que a rodeia, por isso mesmo este estádio não tem uma diferenciação em termos gráficos, visto que se encontram num estado de iniciação desta vertente. Esta fase é muito importante, visto que é a base de toda a expressão gráfica futura das crianças. P ág in a5 Ficha Técnica 1: Digitinta Publico-alvo: 1 aos 12 anos. Material: Tinta em pó para cenografia ou corante alimentar; Varinha mágica ou colher; Panela; Água; Farinha. Procedimento: 1. A cada 5 copos de água juntar um copo de farinha, depois aquece e usa a varinha mágica ou colher; 2. Aplica tinta ou corante alimentar, dependendo da idade; 3. Volta a mexer com a varinha mágica ou com a colher; 4. No próprio dia coloca na mesa ainda morno, dentro de uma panela e deixa ficar assim durante a actividade. Competências a desenvolver: A espontaneidade e a criatividade são estimuladas neste tipo de actividades. Assim com a motricidade fina. Recomendações: Para as crianças mais pequenas é aconselhável optar pelo corante alimentar em vez de tinta em pó. P ág in a6 Actividade P ág in a7 Ficha Técnica 2: Massa de sal Publico-alvo: Dos 2 aos 12 anos. Material: 2 copos de Farinha 1 copo de Água 1 copo de sal Alguidar Colher de Pau Formas Rolo de cozinha Procedimento: 1. Deita-se a farinha e o sal num alguidar e mistura-se bem com a colher de pau. 2. Vai-se deitando água pouco a pouco. 3. A massa tem de ficar homogénea, pouco pegajosa. Se ficar agarrada às mãos juntar mais farinha, se ficar muito seca juntar mais água. 4. Quando a massa tiver uma boa consistência e textura está pronta para ser modelada. 5. Depois de modelar os objectos estes são pintados e envernizados. 6. Levar ao forno para cozer. Competências a desenvolver: Esta actividade tem como objectivos: estimular a criatividade, a curiosidade e experiência com novos materiais e sabores, desenvolver a preensão e a força das mãos e pulsos, apurar a motricidade fina e desenvolver o tacto. P ág in a8 Recomendações: A actividade deve ser supervisionada por um adulto ou jovem responsável uma vez que a composição da tinta ou do verniz não são adequadas para engolir. Também deve existir supervisão, devido ao facto de a criança não sujar o que está em redor. P ág in a9 Fotografia da Actividade P ág in a1 0 Capítulo 2: GARATUJAS Os movimentos corporais são uma das primeiras fontes de expressão e de comunicação que a criança usa para se manifestar. A criança quando chega aos 2 anos de idade começa a desenhar linhas no papel, no começo estes movimentos parecem ser incontrolados, estes não são tentativas de retratar o mundo visual. Mas após algum tempo, a criança descobrirá que pode controlar o que está criando, o lhe que causará grande satisfação, fazendo com que repita a experiência que produz, os desenhos tornam-se cada vez mais ordenados devido a uma crescente atenção da criança Esta experiência trás a criança uma grande segurança – trata-se de uma experiência primária. O desenhar riscos num pedaço de papel contribui para o domínio da coordenação das actividades motoras e visuais. Na fase das garatujas pode se distinguir 3 etapas. A primeira é a etapa da “garatuja desordenada”, em que a criança faz riscos em V sem olhar para o papel e não considera os limites da superfície onde desenha. A segunda etapa, “garatuja controlada”, é aquela em que as garatujas são círculos intencionais e a criança domina os seus movimentos e desenha especialmente formas fechadas. A última e terceira etapa é a da “garatuja identificada” em que a criança diz o que vai ou quer desenhar. P ág in a1 1 Ficha Técnica 3: Pintar com gelatina Publico alvo: aconselhado para crianças a partir dos 3 anos Material necessário: Gelatina em pó (sabores diversos pois a sua cor será importante) Uma colher Um recipiente (caixa ou tigela) Um pincel Água Folhas de papel cavalinho A3 ou A4 Procedimento: 1. A actividade inicia-se pela mistura da gelatina em pó com um pouco de água. 2. A mistura pode ser feita com o auxílio de uma colher ou de um pincel, no recipiente. A água deve ser em pouca quantidade para que o preparado fique o mais consistente possível ao invés de estar líquido. O objectivo de ficar consistente é para que depois de seco fique com um aspecto mais rugoso. P ág in a1 2 Duração: A duração da actividade é de acordo com aquilo que se pretende dinamizar. A sua preparação é fácil e de pouca duração. Competências a desenvolver: De acordo com o Currículo Nacional do Ensino Básico – Competências essenciais, com esta actividade pretende-se desenvolver as seguintes competências: Utilizar diferentes meios expressivos de representação; Desenvolver a motricidade na utilização de diferentes técnicas artísticas. Criar formas a partir da sua imaginação utilizando intencionalmente os elementos visuais. Objectivo da actividade: Aliar a criatividade à exploração dos sentidos. Valorizar a expressão espontânea. Participar, de uma forma activa, no processo de elaboração da produção artística. Desenvolver a motricidade fina a partir da utilização desta técnica. P ág in a1 3 Actividade ~ P ág in a1 4 Ficha Técnica 4: Pintar ao som da música Publico-alvo: Dos 2 aos 7 anos. Material: Lápis de cera; Folha de papel cavalinha (A3); Rádio; Música. Procedimento: 1. Põe a tocar um CD com três tipos de música diferentes por exemplo: 2 calmas e 1 ritmada; 2. Para cada música escolhe uma cor (por exemplo: para uma música mais calma usa o azul, para uma mais ritmada usa o vermelho), podes escolher a cor que queres; 3. Deixa a folha de papel cavalinho à tua frente; 4. Quando a primeira música começar a tocar pega num lápis de cera da cor que queiras, fecha os olhos e pinta ao som da música; 5. Repete este procedimento para os diferentes tipos de música. Competências a desenvolver: Promove a concentração e a espontaneidade. Estimula o movimento motor e trabalha também a motricidade fina. Recomendações: As músicas escolhidas deverão estar de acordo com a idade das crianças em questão. P ág in a1 5 Actividade P ág in a1 6 Ficha Técnica 5: Gravuras pré-históricas.Público-alvo: crianças dos 3 - 6 anos Material: Papel cenário ou lençol branco (1 folha grande de embrulho ou rolo) Cacau ou café 1 ovo Morangos, beterraba, espinafres, erva, flores roxas Rolhas de cortiça Farinha Especiarias: colorau, caril, açafrão, etc. Recipientes: pilão de madeira, tigelas, taças, colheres, etc. 1 folha de papel cavalinho Aventais Panos velhos Procedimentos: Breve apresentação da arte pré-histórica que ajuda as crianças a visualizar a criatividade e capacidade artística na época em que não existiam tintas, lápis, canetas, etc. Explicar: “Há muito, muito tempo, os homens viviam em grutas e fabricavam eles próprios as suas tintas…” Esta é também uma actividade amiga do ambiente e pode permitir ao educador sensibilizar as crianças para o aproveitamento dos recursos naturais e para a actual temática do desenvolvimento sustentável entre outras Depois propor às crianças que criem tintas a partir de matérias-primas e dar alguns exemplos de como fazê-lo. Desafia-las a fazerem o registo de situações significativas do seu quotidiano, primeiro individualmente nas folhas de papel cavalinho no papel de cenário e em seguida em grupo no papel de cenário que posteriormente ficará exposto na sala ou escola. P ág in a1 7 Competências a desenvolver: De acordo com o Currículo Nacional de Ensino Básico, é na exploração da expressão artística que as crianças potenciam competências específicas as quais se organizam em quatro eixos interligados. Nesta actividade sublinhamos as seguintes competências dentro das áreas assinaladas: A apropriação das linguagens elementares das artes como a “mobilização dos sentidos na percepção do mundo envolvente”; O desenvolvimento da capacidade de expressão e comunicação através da participação activa no processo de produção artística; A compreensão das artes no contexto, identificando características da arte de diferentes povos, culturas e épocas; O desenvolvimento da criatividade com a participação em momentos de improvisação no processo de criação artística. Objectivos da Actividade: A actividade tem como objectivo a manipulação de matérias-primas tendo em a vista o desenvolvimento da criatividade, imaginação e expressão artística da criança. Podendo ser adaptação a crianças de diferentes faixas etárias, possibilita a exploração de matérias-primas já conhecidas do seu quotidiano e a adequação da sua funcionalidade e aplicabilidade. Através desta actividade as crianças podem compreender que é possível criar cores com várias texturas e aromas diversos a partir de materiais que habitualmente têm outras funcionalidades. A estimulação dos sentidos (visão, olfacto e tacto) e o desenvolvimento do espírito criativo estão na base da expressão artística e dão uma dimensão mais rica à actividade. Além do prazer associado à expressão artística, temos também o desenvolvimento de competências ao nível da coordenação motora. P ág in a1 8 Fotografia da Actividade P ág in a1 9 Capítulo 3: PRÉ-ESQUEMÁTICO À medida que as crianças crescem, já não se satisfazem com a simples relação entre seus pensamentos imagísticos e o que desenha ou pinta. Pretende sim, estabelecer uma relação com o real, quanto mais sensível e alerta se torna, maior será a quantidade de coisas importantes para ela. À medida que as relações estabelecidas pelas crianças se tornam mais complexas, os seus desejos e pinturas vão sendo cada vez mais diferenciados. Desenham e pintam consoante a ordem a que se apresentam na sua mente. Contudo nesta idade as relações espaciais ainda não preocupamos autores dos desenhos, preocupasse essencialmente pelas características de alguns animais, como as vacas serem malhadas e terem chifres, e as girafas terem umas pernas e pescoço longos e finos, com o pescoço malhado etc. Regem as suas pinturas em torno dos laços emotivos. O desenho das crianças conduz-se segundo as experiências das crianças. È indiferente que as crianças efectuem algumas experiências um ano mais cedo ou mais tarde, o que realmente importa é que não fique frustrada com elas. Devemos deixa-las produzir o que pretendem sem induzir-lhes noções desconhecidas, possibilitando a sua autenticidade desde o início ao fim. Caso uma criança ainda esteja na fase da garatuja aos seis anos não significa que seja retardada, ela pode simplesmente ter precisado de todo esse tempo para estabelecer confiança nos seus movimentos. P ág in a2 0 Ficha Técnica 6: Técnica mista – Técnica do borrão e da reutilização Público-alvo: crianças entre os 4 e os 7 anos Material necessário: Folhas de papel cavalinho Guaches Pinceis Cápsulas de café nespresso Tesoura Cola líquida Procedimentos: Técnica do borrão 1. Dobra-se a folha de papel cavalinho ao meio, para que a marca do meio da folha fique visível. De um dos lados desenha-se metade do elemento que o aluno seleccionou; 2. Novamente, dobra-se a folha ao meio, com o intuito de que a metade desenhada se torne num desenho inteiro através da técnica do borrão; Nota: o aluno pode utilizar quantas cores quiser para a realização desta técnica. P ág in a2 1 Para complementar o desenho pode-se acrescentar a: Técnica da colagem/reutilização 1. Retira-se a película picotada da cápsula de café nespresso, por consequência procede-se à sua lavagem; 2. Com uma tesoura recorta-se a área que rodeia a base da cápsula; 3. Em seguida, cortam-se várias tiras nas laterais da cápsula (o tamanho das P ág in a2 2 tiras está ao critério de cada um); 4. Espalma-se o centro da cápsula, ou seja, coloca-se a cápsula com a parte colorida virada par cima e com um dedo calca-se no meio de forma a espalmar a mesma; 5. Por fim, com o pedaço que foi retirado no passo nº1 faz-se uma espiral e cola-se no centro da flor. Observações sobre a actividade: Esta actividade pode ser realizada com o intuito de comemorar a chegada da Primavera, o Dia da Mãe ou dos Avós, ou mesmo, uma forma divertida de utilizar materiais de forma a promover a reciclagem. A actividade promove a motricidade e estimula a criatividade das crianças. A nível do Currículo Nacional de Competências do Ensino Básico, esta actividade insere-se nas competências específicas: produção-criação, pois podem-se utilizar diferentes meios de representação, são, também utilizados diferentes modos de dar formas baseados na observação das criações da natureza e do Homem. Ainda em relação ao currículo, a actividade insere-se na comunicação visual no simples facto em que é explorada a relação imagem-texto na construção de narrativas visuais na medida em que é pedido que desenhem segundo uma descrição oral que irá dar origem a uma expressão visual plástica. P ág in a2 3 Fotografias da Actividade P ág in a2 4 Ficha Técnica 7: Painel de Outono Publico alvo: crianças 4- 5 anos de idades Situações de aprendizagem: Grande grupo Material necessário: Papel de cenário Cartolina (cor a escolha) Algodão Rolos de cartão Corda Tintas e pinceis Tesoura e cola Tecidos de cores outonais Procedimento: 1. Colar um fio de corda enrolada sobre a superfície de um rolo de cartão. 2. Recortar nuvens em cartolina e colá-las no papel de cenário, com um pouco de fita-cola, para que estas não deslizem quando passa o rolo por cima. 3. Com um pincel, espalhar tinta verde sobre 3 rolos pequenos envolvidos em corda e tinta azul sobre outros 3 rolos. As crianças pintam a superfíciedo papel de cenário fazendo deslizar os rolos com tinta- azul na vertical, para imitar a chuva a cair, e o verde na horizontal, para sugerir um outro plano (chão). 4. Fazer a silhueta de uma árvore colando vários fios de corda sobre a superfície de um rolo de cartão maior que os utilizados anteriormente. P ág in a2 5 5. Espalhar tinta castanha sobre os 3 rolos maiores e estampar várias vezes a forma da árvore no papel de cenário. Deixar secar um pouco. 6. Retirar as cartolinas com a forma de nuvens e colar algodão o seu lugar. 7. Recortar pequenas folhas em tecidos de cores outonais e colá-las nos ramos das árvores e algumas pelo chão. Duração: A elaboração do painel deve ter a duração de duas aulas de 45 minutos. Competências a desenvolver: De acordo com o Currículo Nacional do Ensino Básico – Competências essenciais, com esta actividade pretende-se desenvolver as seguintes competências: Apropriação das linguagens elementares das artes: Identificar conceitos em obras artísticas; Aplicar conhecimentos em novas situações; Identificar técnicas e instrumentos e ser capaz de os aplicar com correcção e oportunidade; Mobilizar todos os sentidos na percepção do mundo envolvente; Desenvolvimento da capacidade de expressão e comunicação: Ser capaz de interagir com os outros, sem perder a individualidade e autenticidade; Relacionar-se emotivamente com a obra de arte, manifestando preferências para além dos aspectos técnicos e conceptuais; Desenvolver a motricidade em diferentes aspectos artísticos; Participar em actividades no processo de produção artística; Desenvolvimento da criatividade: Valorizar a expressão espontânea; P ág in a2 6 Participar em momentos de improvisação no processo de criação artística; Objectivo da actividade: Vivenciar a estação do Outono Identificar/reconhecer as características e as cores da estação Sensibilizar a criança para a observação do mundo que a rodeia Aumentar e enriquecer a compreensão do mundo Fomentar a criatividade, espontaneidade e expressão artística da criança Desenvolver a acuidade visual, táctil e motora Dominar diferentes materiais Desenvolver a destreza manual e a motricidade fina Sensibilizar a criança à cor e à forma Contribuir para a socialização Estimular o espírito de entreajuda e o respeito mútuo Ao encontro dos objectivos enunciados podem afirmar que as actividades de expressão artística contribuem em larga escala para o desenvolvimento harmonioso da criança. Contudo é crucial o educador/professor adaptar as actividades às necessidades e interesses das crianças, bem como ao seu estádio de desenvolvimento. Recomendações: Recomenda-se que as crianças, em contexto sala de aula, estejam sentadas no chão e à volta do papel de cenário, durante o decorrer desta actividade. A silhueta das árvores e o recorte das folhas em tecido são tarefas realizadas pelo educador. P ág in a2 7 Fotografias da Actividade P ág in a2 8 Ficha Técnica 9: Marmorear Publico-alvo: Dos 2 aos 12 anos. Material: Tinta de cerâmica de várias cores ou tinta de óleo; Tina com água; Pincel; Papel cavalinho (A3). Procedimento: 7. Coloca a tinta cerâmica ou de óleo sob uma tina de água; 8. Utilizando o pincel, deixa cair algumas gotas na água; 9. Depois com uma folha de papel cavalinho, dobrar para ter o formato da tina, colocar sob água de forma a calcar a tinta na folha; 10. Retira a folha com cuidado; 11. Deixa secar durante 1 a 2 dias até as vezes 1 semana. Competências a desenvolver: Promove a criatividade de cada criança. Recomendações: A utilização da tinta deverá ser supervisionada por um adulto. P ág in a2 9 Actividade P ág in a3 0 Capítulo 4: ESQUEMÁTICO Este período é caracterizado não pela permanente necessidade de estabelecer novas relações e mais complexas, mas sim pela sensação que a criança sente ao provar a si mesma de que é capaz de desenhar, sendo mais exigente. A criança só mudará de concepção quando tiver algo bem definido para expressar. A dimensão: Para demonstrar que algo é importante para si, a criança, nos seus desenhos, aumenta a dimensão desse elemento. Por exemplo, se uma criança gosta muito de carros, nos seus desenhos os carros terão uma dimensão superior do que os outros elementos do desenho. Outra possibilidade para o aumento de dimensão nos seus desenhos, surge quando as emoções da criança são afectadas por alguma razão, fazendo com que esta mude as suas concepções e aumente o tamanho do elemento que foi emocionalmente atingido. Portanto, o aumento de dimensão ocorre quando a criança dá muito valor a algo ou a alguma sensação corporal. A linha na base do papel surge quando a criança determina uma ordem objectiva para os elementos que desenha, já não se contem em apenas enumerá- los. Este factor faz com que a criança sinta necessidade de desenhar uma linha na base da folha, pois esta representa o chão onde todos os elementos se encontram. Este novo elemento (a base) nos desenhos da criança marca uma nova experiência para esta, tomando percepção que pertence a um ambiente vasto e a relação que tem com esse mesmo ambiente. Relações: De acordo com o desenvolvimento saudável da criança, no período entre os 7 e os 10 anos, a criança sentirá necessidade de relacionar os objectos entre si. Caso tal não aconteça, neste período, poderá ter ocorrido alguma intervenção. P ág in a3 1 A linha de base é considerada uma dessas relações, porém a criança poderá encontrar outras formas de relacionar o seu ambiente, sem ser a linha de base. A criança, tal como a linha de base, desenha o céu pois não tem percepção do que vê, somente do significado de cada coisa que envolve o seu ambiente, logo com desenha a linha de base que representa o chão que pisa, desenha também o céu que se encontra acima dela. No ideal da criança, o sol pertence ao céu, portanto quando desenha o céu também desenha o sol, porém esta concepção modificará ao longo do tempo, quando a criança torna-se mais observadora e verifica que nem sempre se avista o sol. A criança tende a representar no seu desenho as experiências tal como as viveu, o que a faz desenhar de todos os ângulos. Isto é, normalmente a criança desenha um certo objecto segundo a perspectiva em que o visualizou. Neste período, a criança apenas faz distinção entre o valor emocional que cada elemento tem para si, no que respeita à diferença entre a realidade externa e as suas emoções a criança simplesmente desconhece. Ou seja, caso a parte interna e externa de uma casa tenham igual importância para a criança, esta desenhará ambas. A cor: Neste período, como já foi referido, a criança tende a repetir o mesmo conceito diversas vezes para provar a si mesmo que é capaz de o desenhar e melhorá-lo, o mesmo acontece em relação às cores, utilizando sempre a mesma cor para o mesmo conceito. A criança só modificará a cor de determinada para um certo conceito, quando experienciar algo novo, que lhe mostrará que não existe uma só cor para a sua concepção. Algumas crianças não misturam as cores, ou seja não controla muito bem a noção de cor, não fazendo uma grande distinção entre elas. P ág in a3 2 Ficha Técnica 10: Execução de velas de Parafina alusivas ao dia da mãe, dia dos avós ou ao Natal. Público-alvo: Para crianças entre os 7 e os 9 anos Material: 200 Gramas de Parafina Sólida por cada aluno; Lápis de cera (3 lápis de uma cor); Placa eléctrica; Um copo de iogurte de vidro ou um rolo de papel higiénico por cada aluno; 8 Cm de fio de Pavio por cada copo; Recipiente de metalpara derreter a parafina; Pincéis; Brilhantes; tintas de vitral; marcadores para vidro e entre outros materiais à escolha para decorarem o frasco. Procedimento: 1. Coloque a Placa eléctrica a aquecer; 2. Coloque a parafina sólida num recipiente metálico; 3. Assente na placa eléctrica o recipiente que contém a parafina, para que esta possa derreter; 4. Seguidamente, quando a parafina já estiver derretida, junta-se os lápis de cera para também derreter e dar cor ao preparado; 5. Esperar que o preparado arrefeça um pouco e, com cuidado, colocar o pavio no centro do copo de vidro, fixado por um lápis, e verter o preparado para o frasco; 6. Cada um decora o frasco a seu gosto. P ág in a3 3 Procedimento com registo fotográfico: Fig. 1: Aqueça a placa eléctrica e, dentro de um recipiente, derreta a parafina. Fig. 2: Depois de a parafina estar derretida junte os lápis de cera para derreter, dando cor ao preparado Fig. 3: Deixe que a parafina e os lápis de cera derretam e se misturem. Fig. 4: Verta, com cuidado, o preparado para o recipiente, segurando o pavio no centro deste. Por fim, decore a sua vela. Duração: A realização desta actividade tem a duração de, aproximadamente, 45 minutos. Contudo, este tempo poderá aumentar consoante o desempenho de cada criança e o que pretende criar, ou seja, o produto final, podendo prolongar- se por mais uma aula de 45 minutos para a sua decoração. Competências a desenvolver nas crianças: DESENVOLVIMENTO DA CAPACIDADE DE EXPRESSÃO E COMUNICAÇÃO Ser capaz de interagir com os outros sem perder a individualidade e a autenticidade; Ser capaz de se pronunciar criticamente em relação à sua produção e à dos outros; Relacionar-se emotivamente com a obra de arte, manifestando preferências para além dos aspectos técnicos e conceptuais; Desenvolver a motricidade na utilização de diferentes técnicas artísticas; P ág in a3 4 Ter em conta a opinião dos outros, quando justificada, numa atitude de construção de consensos como forma de aprendizagem em comum; Cumprir normas democraticamente estabelecidas para o trabalho de grupo, gerir materiais e equipamentos colectivos, partilhar espaços de trabalho e ser capaz de avaliar esses procedimentos. DESENVOLVIMENTO DE CRIATIVIDADE Valorizar a expressão espontânea; Participar em momentos de improvisação no processo de criação artística. Objectivos da actividade: Realizar uma vela, tendo em conta as competências que a criança desenvolve na sua realização; Relacionar possivelmente esta actividade a várias épocas festivas, ou seja, alusiva a um tema, como por exemplo: Natal; Dia da Mãe; Dia dos Avós. Recomendações: A actividade deve ser sempre supervisionada por um adulto; A parafina deve ser derretida e vertida para o copo de vidro pelo adulto; Ao verter o líquido para o copo, o adulto deve segurar o recipiente onde derreteu a parafina com umas luvas ou um pano; Cuidado ao verter o líquido para o copo, pois o mesmo estará quente; As velas devem estar afastadas das crianças enquanto arrefecem; O recipiente deve ser de vidro ou de material que não derreta; Decorar a vela no final da actividade; Enquanto a parafina derrete, o professor pode entreter as crianças com uma ficha em que os alunos podem pintar uma vela a seu gosto, ou até mesmo realizar o caminho de um labirinto. P ág in a3 5 Ficha Técnica 11: Bichinho trepador Público-alvo: Crianças dos 7-9 Anos; Material Necessário: Tesoura; Fios de lã; Canetas de feltro; Palhinhas (3); Moeda de 1 Cêntimo; Fita-cola; Cartão ou cartolina. Compasso; Algodão; Cola líquida; Canetas de feltro ou lápis de cera; Autocolantes (se quiserem). Bichinho trepador Procedimento: 1. Desenha a um animal que queiras num papel grosso, como por exemplo uma cartolina; 2. Depois pinta o animal que desenhaste e recorta-o com muito cuidado; P ág in a3 6 3. Corta um pedaço de fio ou de corda. Depois corta 2 pedaços de uma palhinha; 4. Vira o animal ao contrário e prende os pedaços de palhinha com fita-cola, mais ou menos a meio. Prende uma moeda de 1 cêntimo, ou até mesmo um íman também com fita-cola na zona mais baixa do animal; 5. Faz passar o fio por dentro das palhinhas, formando uma argola em cima. Também podes por nas pontas do fio umas missangas e dá um nó em cada ponta dos fios; 6. Pendura a argola do fio no puxador de uma porta, para fazeres o animal trepar; 7. Quando o animal estiver lá no topo do puxador da porta, solta os fios e o animal irá escorregar até as pontas de novo. P ág in a3 7 Cobra Ondeante Procedimentos: 1. Para fazer a cobra, desenha com o compasso (ajuda de um adulto) numa cartolina uma circunferência; 2. Recorta o círculo e a desenha a partir de uma parede do círculo uma espiral até ao meio da cartolina; 3. Vira o papel ao contrário, depois desenha ou cola pintas no círculo, tenta não por no centro do círculo porque ai irá ser a cabeça da cobra; 4. Vira o papel e recorta à volta da espiral até chegares ao centro; 5. Depois te recortares a cobra, pegas num pedaço de algodão e colas atrás da cabeça da cobra; 6. Com o algodão colocado, põe um pouco de cola numa ponta da palhinha e cola em cima do algodão; 7. Quando fizeres esses procedimentos iras ter um resultado engraçado. P ág in a3 8 Duração: Aproximadamente 35 minutos; Competências a desenvolver nas crianças: Segundo o Currículo Nacional do Ensino Básico, é através da pesquisa de técnicas de expressão artística que as crianças adquirem determinadas capacidades, relacionadas com a adaptação das linguagens elementares das artes, desenvolvendo a capacidade de compreender, comunicar e de se expressar, estimulando igualmente a sua criatividade no contexto das artes. Como exemplo dessas competências pode verificar-se a aplicação de conhecimentos como a das formas e modelos feitos e a valorização da expressão espontânea e tal como a identificação de características artísticas provenientes de diferentes visões científicas. Objectivos da actividade: A actividade procura desenvolver a criatividade, espontaneidade e expressão artística das crianças, dando a oportunidade de explorar novos materiais como fios de lã; compasso; algodão. Através destas actividades também é possível trabalhar além das cores, a forma, dando a conhecer os vários tipos de formas que podemos realizar com o papel, através de exemplos que possam criar para a realização da própria actividade. As actividades de expressão artística podem, para além de facilitar prazer na sua realização, promover competências que contribuam para o desenvolvimento artístico. Após desenvolver a actividade natural através do compasse, fios de lã ou algodão, a criança deve explorar a sua criatividade, procurando encontrar formas simbólicas ao construir o que estiver em mente. Recomendações: O professor deve prestar especial atenção às produções elaboradas, visto que as crianças estão com compasses, tesouras e até mesmo uma moeda pequena, uma vez que esta técnica relaciona a emotividade com a obra de arte. P ág in a3 9 Actividade P ág in a4 0 Ficha Técnica 12: Construção de um porquinho mealheiro Público-alvo: Crianças do 1º Ciclo (7-11 anos) Material: 1 Garrafa de plástico de 0,3 ou 0,5 l 4 Rolhas de cortiça ou 2 molas de madeira 30 Cm de papel crepe ou papel de alumínio ou plasticina X-acto Cola líquida Tinta cor-de-rosa (preferencialmente guache) Tinta preta (preferencialmenteguache) 1 Pincel Avental ou t-shirt. Procedimentos: 1. Coloca-se dentro da garrafa de plástico uma pequena porção de tinta e agita-se até se observar uma cor uniforme da garrafa. 2. Corta a garrafa em três partes, como na fotografia, eliminando a parte central. 1 1 2 1 3 1 P ág in a4 1 3. Cola-se as duas partes da garrafa, colocando a cola na parte que ficará por dentro. 4. Faz-se as orelhas e o rabo com papel de alumínio moldando a gosto e colando nos devidos lugares. 3 1 P ág in a4 2 5. Moldam-se dois círculos em plasticina, que iram ser os olhos. 6. Cola-se as 2 molas, fazendo o lugar das patas do porco, podendo-se pintar ou não. 7. Na parte superior da garrafa, recorta-se um pequeno rectângulo com cerca de 3 cm, o qual servirá de ranhura para introduzir as moedas. 8. Deixa-se a secar sem a rolha durante alguns dias. P ág in a4 3 Duração: A actividade está dividida em duas etapas: Primeiramente é construído o porco mealheiro e esta etapa tem uma duração aproximadamente 1 hora; A segunda etapa é a da secagem do mealheiro, na qual tem a duração de 2 dias. Competências a desenvolver nas crianças: Na realização de actividades plásticas tridimensionais, segundo o Currículo Nacional do Ensino Básico o aluno deve analisar diversos processos de escultura: talhe directo, modelação e colagem. Esta prática pode ser desenvolvida a partir de materiais naturais e sintéticos ou recuperados, tais como a madeira, cerâmica, pedra, metais, vidro, plásticos entre outros. Reconhecer e experimentar representações bidimensionais e tridimensionais. Relacionar as formas naturais e construídas com as suas funções e os materiais que as constituem. Objectivos da actividade: A actividade tem como objectivo a construção de um porco mealheiro. Nesta actividade está também incutido o valor do Reaproveitamento de materiais que consideramos importante, pois actualmente o lixo produzido é de um grande volume e o reaproveitamento destes é bastante útil, queremos também mostrar a importância de poupar, actualmente é fundamentais as crianças terem presentes esta realidade. Recomendações: O professor/educador deve fazer todos os cortes necessários com o X- acto; O professor/educador deve acompanhar o grupo durante toda a actividade, mantendo assim todos os alunos fora de perigo. P ág in a4 4 Ficha Técnica 13: Fabrico artesanal de papel. Público-alvo: Esta técnica está enquadrada na etapa do realismo nascente, na faixa etária dos 7 aos 12 anos. Material necessário: Papel de jornal; Alguidar com água; Varinha mágica; Armação/filtro; Lixívia; Vinagre; Um pano absorvente ou uma esponja. Procedimentos: 1. Cortar papel de jornal em pequenos pedaços e mergulhá-los no alguidar com água. Deixar de molho pelo menos 5 dias (Figura 1). 2. Com o auxílio da varinha mágica triturar o papel, de forma a obter uma pasta fina (Figura 2). Juntar um pouco de lixívia, para branquear. 3. Colocar a pasta numa rede própria, montada numa armação de madeira. Retirar-lhe, assim, o excesso de água (Figura 3). 4. Deixar escorrer toda a água sobre o alguidar, e tirar, com todo o cuidado, a armação que não tem a rede (Figura 4). 5. Virar a rede em conjunto com a folha de papel artesanal e removê-lo devagar (Figura 5). 6. Verifica-se assim que uma folha fina de papel fica sobre o pano. Deixar secar. P ág in a4 5 7. Depois de completamente secas, as folhas de papel reciclado estão prontas (Figura 6). Na realização da pasta pode-se incluir guaches, que vão colorir as folhas, ou mesmo, folhas ou flores secas, que vão dar texturas diferentes às folhas de papel reciclado. Figura 1 – Cortar papel de jornal em pequenos pedaços e mergulhá-los no alguidar com água. Deixar de molho alguns dias. Figura 2 – Triturar o papel com a varinha mágica até obter uma pasta fina. Figura 3 – Colocar a pasta num filtro próprio, montado numa armação de madeira. Retirar- lhe, assim, o excesso de água. Figura 4 – Deixar escorrer toda a água sobre o alguidar, e tirar, com todo o cuidado, a armação que não tem a rede. Figura 5 – Virar o filtro sobre um pano e removê-lo devagar. Figura 6 – Folhas de papel artesanal Duração: P ág in a4 6 A actividade divide-se em 2 etapas: a primeira que consiste em colocar os pequenos pedaços de papel em água, deixando-os de molho durante uma semana, dependendo do tipo de papel (caso seja jornal, deverá estar pelo menos uma semana, pelo contrário, se for papel higiénico ou de cozinha, é suficiente três a quatro dias); no que diz respeito à segunda etapa, sem incluir o tempo da preparação da pasta de papel (antes de triturar), estima-se que a actividade tenha a duração de quarenta e cinco minutos. Quanto ao tempo de secagem da folha, pode variar desde um dia a três dias, consoante o estado do tempo e a espessura do papel. Competências a desenvolver: (Currículo Nacional do Ensino Básico – Competências Essenciais) Ser capaz de interagir com os outros sem perder a individualidade e a autenticidade; Desenvolver a motricidade na utilização de diferentes técnicas artísticas; Intervir em iniciativas para a defesa do ambiente, do património cultural e do consumidor no sentido da melhoria da qualidade de vida. Objectivos da actividade: Fabrico de uma folha de papel artesanal por parte dos alunos, que possa ser decorada com diversificados elementos. Recomendações: Na realização da pasta pode-se incluir guaches, que vão colorir as folhas, ou mesmo, folhas ou flores secas, que vão dar texturas diferentes às folhas de papel reciclado. Quando se utiliza o jornal na composição da pasta de papel, é importante ter em atenção o uso da lixívia, uma vez que esta só deve ser aplicada após a pasta estar misturada e deve ser colocada por um adulto. P ág in a4 7 Relativamente à quantidade de pasta a ser colocada na armação ou filtro, esta tem que ser calculada de acordo com a espessura final pretendida para a folha, ou seja, quanto maior for a quantidade da pasta, maior será a espessura da folha. P ág in a4 8 Capítulo 5: REALISMO NASCENTE Na fase do realismo crescente as criações artísticas da criança começam progressivamente a tornar-se esquemas diferenciados. As suas garatujas ganham o rosto de pessoas conhecidas com características próprias. A criança tem uma maior preocupação em representar o real, aquilo que vê e sabe que existe. Nesta altura começam a surgir figuras humanas representadas de frente, de perfil e de esforço. Os objectos ganham proporções, tamanho, volume, distância e perspectiva. O rigor no pormenor resulta da necessidade que a criança demonstra em dar realismo às cenas. Sendo que os seus desenhos espontâneos vão dar lugar a um desenho mais elaborado e até aos 12 anos vão se tornando cada vez mais realistas. A criança começa a tornar os seus desenhos mais semelhantes àquilo que observa, podendo desagradar-se das suas criações e tentando copiar desenhos ou fazer simplesmente desenhos rigorosos. Neste caso, necessário será encorajá-la a continuar a desenhar salientando os aspectos positivos do seu trabalho e aconselhando-a a desenvolver as suas qualidades gráficas. Ensiná-la a observar os seus desenhos ajudá-la-á a ser capaz de transmitir as suas ideias e sentimentos para o material. Com o desenvolvimento das competências sociais, as possibilidades de cooperação em trabalhos de grupo com crianças da sua idade constituem uma etapa importante no seu desenvolvimento. É importante que pais e professores estimulem todas as actividades capazes de promovero desejo e a necessidade dos filhos de trabalhar em grupo. Esta etapa também é eficaz quando a criança, no final do trabalho, compreende que não poderia ter realizado sozinha o que o grupo conseguiu fazer. Cabe aos pais e educadores planejar momentos de criatividade dispondo os materiais adequados. Assim que se encontram servidos do material necessário verificamos que todo o grupo planeia construir algo. A construção é uma das mais desejáveis e úteis ocupações infantis neste período pois presta-se melhor que todas as outras actividades à participação do grupo. E o projecto é uma parte importante do sentimento empreendedor e de independência social a que as crianças nesta fase aspiram. P ág in a4 9 Nesta fase do realismo crescente, também conhecida como a “idade de grupo” a criança sente uma maior necessidade de agir por si mesma, mostra um grande desejo empreendedor e motivação para alcançar uma maior liberdade social em companhia dos seus pares. P ág in a5 0 Ficha Técnica 14: Técnica do Desenho Soprado e Técnica dos Berlindes Publico Alvo: Crianças a partir dos 9 anos Material Necessário: 1 Folha de papel cavalinho Guaches (cores facultativas) Água Pratos de plástico Copos de plástico Colher de sobremesa Avental Berlindes Caixa Procedimentos: Técnica do Desenho Soprado 1. Coloque meia colher de tinha guache no prato. 2. Sobre essa tinha coloque outra meia colher de água e misture os dois materiais. 3. Com a colher retire uma porção da mistura e coloque-a sobre a folha. P ág in a5 1 4. Sopre com a palhinha a tinha na direcção que preferir, e seja criativo. Técnica dos Berlindes 1. Coloque uma folha A4 numa caixa de cartão. 2. Reutilize as tintas da primeira técnica e nela mergulhe os berlindes. (Caso tenha inicialmente efectuado as técnicas em sequência. Se pretender realizar apenas a técnica dos berlindes, repita os procedimentos 1 e 2 da técnica do desenho soprado.) 3. Insira os berlindes no interior da caixa de cartão e movimente-a a seu gosto até obter o resultado desejado. P ág in a5 2 Duração: Aproximadamente 30 minutos Competências a desenvolver nas crianças: Segundo o Currículo Nacional do Ensino Básico, é através da exploração de técnicas de expressão artística que as crianças adquirem determinadas competências, relacionadas com a apropriação das linguagens elementares das artes, desenvolvendo a capacidade de compreender, comunicar e de se expressar, estimulando igualmente a sua criatividade no contexto das artes. Como exemplo dessas competências pode verificar-se a aplicação de conhecimentos como o das cores primárias e secundárias, identificação de técnicas e instrumentos, valorização da expressão espontânea (participando em momentos de improvisação) tal como a identificação de características artísticas provenientes de diferentes culturas. Objectivos a atingir com a actividade: A actividade procura desenvolver a criatividade, espontaneidade e expressão artística das crianças, facultando a oportunidade de explorar diversos materiais já conhecidos do seu quotidiano (como as palhinhas, berlindes e guaches). Esta opção permite que os autores atribuam várias funcionalidades aos materiais, de forma a desenvolver o sentido crítico e de aplicabilidade aos mesmos. Através desta actividade também é possível trabalhar as cores, dando a conhecer as cores primárias, secundárias e sua formação, através de exemplos que possam criar para a realização da própria actividade. P ág in a5 3 As actividades de expressão artística podem, para além de proporcionar prazer na sua realização, promover competências que contribuam para o desenvolvimento artístico e de coordenação motora do autor. Após desenvolver a actividade espontânea através do sopro nas palhinhas e utilização de berlindes, a criança deve explorar a sua criatividade, procurando encontrar formas simbólicas, ou seja, representações gráficas simples ou generalizadas, que sejam reconhecíveis (como por exemplo, uma bola; um livro; uma letra; uma árvore; uma televisão). Recomendações: A quantidade de água utilizada na mistura depende da espessura da tinta. Se for espessa, coloca-se uma ou mais colheres de água. Se for líquida, coloca-se meia colher de água. Caso pretenda que o desenho seja mais elaborado, misture as duas técnicas, utilizando a folha do desenho soprado como base do desenho com os berlindes. Aconselha-se que depois de qualquer uma das actividades, se encontrem símbolos e figuras nas entrelinhas, a fim de explorar a criatividade. Observações: O docente deve prestar especial atenção às produções elaboradas e às cores elegidas pelas crianças, uma vez que esta técnica relaciona a emotividade com a obra de arte, expondo preferências e sentimentos que garantem a individualidade do autor, e que passam para além de aspectos técnicos da produção. P ág in a5 4 Actividade P ág in a5 5 Ficha Técnica 15: Porta-moedas de cartão Público-alvo: Apesar de as crianças começarem desde cedo a compreender as questões da reutilização dos materiais, esta actividade só deve de ser realizada a partir dos 10 anos de idade devido a certos instrumentos utilizados (tesoura, e cola super forte). Material necessário: 1 Pacote de sumo que tenha uma tampa 1 Tesoura ou/e x-acto Régua Marcador Cola super forte Procedimento: 1. Abra, descolando, a parte de cima do pacote de sumo. Limpe o seu interior e guarde a tampa. 2. Corte o fundo do pacote. 3. Com a régua, meça uma das partes laterais do pacote, de forma a “fazer” o corpo da carteira. Meça, na vertical, cerca de 5 cm desde a parte superior e depois meça mais 3 cm. 4. Corte os lados do pacote, acima da marca dos 5 cm e abaixo da dos 3 cm. Deixe ficar o “rectângulo” entre os 5 cm e os 3 cm. P ág in a5 6 5. Puxe a parte de trás do cartão de forma a juntá-la à parte da frente, de forma a “dividir” os lados ao meio. 6. Faça mais duas divisões nesses lados, para que eles fiquem parecidos com um acordeão. 7. Puxe a parte de baixo do cartão para junto do corpo da carteira. 8. Corte a parte branca do cimo do cartão (o local onde está a validade do sumo). 9. Retire com um x-acto a parte da tampa que serve para enroscar a tampa plástica do pacote. P ág in a5 7 10. Coloque a parte onde estava a tampa (LADO A) com a outra parte (LADO B) para que o círculo agora vazio sirva de “molde” para desenhar outro círculo que falta fazer. Para tal, divida a parte superior do cartão em duas partes iguais e faça o círculo. Desenhe e corte a parte de dentro do círculo. 11. Coloque a parte que já tem o outro círculo em cima do corpo da carteira e desenhe outro círculo. Corte o interior do círculo, como no ponto anterior. 12. Coloque o suporte da tampa que retirou do pacote no ponto 8 no “buraco-círculo” que fez no ponto 11. 13. Cole a parte onde está o suporte da tampa ao corpo da carteira (à parte do “acordeão”). 14. Por fim, coloque a tampa e já está pronto. AVISO! Em anexo segue as imagens para melhor clarificação Duração: Esta actividade tem a duração de 45 minutos. P ág in a5 8 Objectivos da actividade: Consciencializar para a necessidade de reciclar e principalmente reutilizar os materiais. Desenvolve a motricidade fina e a destreza com os utensílios de corte. Estimula a criatividade, usar “lixo” para fazer carteiras Competências a desenvolver nas crianças: Desenvolver a personalidade da criança através do encorajamentode experimentar e criar um novo objecto a partir de materiais simples. Esta actividade também promove na criança a noção de não desperdiçar e de reaproveita materiais de modo a proteger o ambiente, a reciclar e, muito importante, a reutilizar. Por fim reforça também a auto-estima da criança pois esta vai construir por ela própria um objecto só seu. Recomendações: A embalagem de sumo/leite deve ter um tamanho mínimo para o sucesso desta actividade devido às várias dobragens que são necessárias bem como os cortes. A utilização de tesoura/x-acto e cola forte deve ser acompanhada por um adulto responsável. (Encarregado de Educação, Professor e/ou Educador). P ág in a5 9 Fotografia da Actividade P ág in a6 0 Capítulo 6: PSEUDO-NATURAIS Durante este período a criança começa a sentir uma necessidade para desenhar ou pintar de uma forma mais realista. Torna-se então importante que esta seja motivada para tal, como por exemplo realizar uma representação fotográfica. Contudo, é fundamental que, por vezes, a criança seja desviada desse desejo pois, sendo a arte, não só a representação das coisas, mas também a experiência que ela nos proporciona, a desviaremos da verdadeira criação e ainda a dificultaremos no desenvolvimento da sua imaginação. È também nesta altura que a criança se sente triste quando não consegue fazer um desenho “bem feito”, podendo até afirmar que desenha mal. Aqui, o adulto deve intervir. Por exemplo, se a criança não tiver satisfeito com uma árvore que desenha, então devemos dirigir a sua atenção para certas experiências que ela tenha tido com árvores: “Era um dia de tempestade? A árvore era sacudida com o vento?”, etc. Perguntas deste género, que se referem mais a uma experiencia definida do que a uma representação exacta, desviarão o interesse infantil da simples representação fotográfica. A criança é também quem deve decidir as proporções do que quer desenhar. Por isso, seria bom descobrir se as “proporções correctas” servem realmente às necessidades da criança, ou se são formas impostas de expressão. È neste contexto que a criança poderá ou não sentir-se restringida, e não ser-lhe permitido desenvolver os seus pensamentos criadores, a sua actividade artística e, simultaneamente, a sua personalidade. A criança deve de ir conseguindo descobrir por si própria as “proporções correctas” do que a rodeia. Quando a crianças pretende e/ou sente necessidade de expressar “distância” e “profundidade”, é provável que esta não seja emocionalmente envolvida nas suas expressões artísticas. A melhor motivação para as actividades artísticas encontra-se na vida diária e consiste em tornar a criança mais sensível em relação ao que a rodeia. Se a criança não cresceu num ambiente sensitivo, dela não se poderá conseguir obter muita coisa na escola, pois o papel que deve de ser desempenhado pelos pais é insubstituível. P ág in a6 1 Muitas crianças vivem no seu próprio mundo. O ambiente tem algum significado só quando faz mesmo sentido para elas. Por exemplo, quando a criança se sente afastada de algo e/ou sente saudade, ela pode tornar esse algo mais necessário na sua vida naquele momento, e isso irá intensificar-se na sua expressão artística, sendo representado, por exemplo, em tamanho maior. Assim, as crianças cada vez que pintam alguma coisa, o seu trabalho transmitem um sentimento emocional definido, e acaba por ser um pouco posta de parte a representação do real, as “proporções correctas”, etc. Nesta altura, os pais devem então motivar a criança a tornar as suas relações mais sensitivas. È necessário que estes também saibam que ambos os tipos de expressões são igualmente importantes, desde que atendam às necessidades da criança. Quando uma criança faz uma pintura abstracta ela pode estar apenas a querer brincar com as cores, as linhas e as formas. Deste modo, a criança descobre os atributos das cores, e identifica-se, inconscientemente com elas. Talvez a criança nem tenha uma ideia definida, mas, graças à distribuição das cores e às relações que cria no papel, pode chegar não só a alcançar uma forma muito pessoal de expressão, como também a desenvolver o seu sentido de organização. Neste período, a modelagem tem um significado bem preciso, porque ajuda a criança a recuperar a sua criatividade. Isto pode dever-se ao facto de que na modelagem conserva-se a percepção tridimensional que inclui profundidade e distância, visto que essa percepção reduz-se a duas dimensões. A aquisição de um novo meio de expressão, artística, é um estímulo fundamental num momento em que a criança precisa de se convencer que pode dominar, conscientemente um problema. Nesta fase, a crítica de um adulto, em relação aos seus trabalhos, fará aumentar a sua habilidade, não significando que deva atingir a perfeição de um adulto P ág in a6 2 Ficha Técnica 16: Pintar sobre tela Publico-alvo: Dos 12 aos 14anos. Material: Tela de tamanho médio 1 Folha A3 de papel cavalinho Lápis de carvão Recorte de um jornal ou revista de uma imagem Tintas de óleo ou acrílicas Pincéis adequados para tintas de óleo ou acrílicas Cola Aguarás Procedimento: 1. Idealizar, desenhando, na folha de papel cavalinho um desenho do que pretende desenhar na tela (ter atenção à imagem recortada que é para colar na tela); 2. Passar o desenho idealizado para a tela, desenhando com o lápis na tela; 3. Deixar espaço na tela para a imagem recortada; 4. Pintar com as tintas; 5. Colar a imagem recortada; 6. Deixar secar; 7. Lavar os pincéis com aguarás, bem como possíveis nódoas que tenham ficado nas mãos. Competências a desenvolver: Esta actividade tem como objectivo proporcionar um contacto com novas matérias de pintura, bem como criar um desenho imaginativo com o recurso a pintura e a colagem de algo que já está feito (recorte da imagem). P ág in a6 3 Recomendações: A actividade deve ser supervisionada por um adulto quando for para o jovem limpar os pincéis e as nódoas com aguarás. P ág in a6 4 Fotografia da Actividade P ág in a6 5 Capítulo 7: CRISE DA ADOLESCÊNCIA A adolescência caracteriza-se como sendo o período do desenvolvimento humano, a qual está entre a infância e a idade adulta. Essas alterações são geralmente acompanhadas por uma grande percepção do que significa o amadurecimento do corpo e da mente. A expressão gráfica da criança (agora adolescente) também muda. Porém, a sua imaginação ainda não se definiu tão claramente como a do adulto. Aumenta o seu lado auto-crítico e, por isso, aceitar os padrões infantis está fora de questão. O adulto não deve incentivar excessivamente o adolescente no sentido do profissionalismo. Acima de tudo, a arte deve fornecer-lhe oportunidades para expressar as suas ideias e emoções, pois essas são algumas necessidades específicas da adolescência. A ajuda dos pais deve continuar presente, pois ao compreenderem a sua missão no estímulo dos filhos adolescentes, estes podem usar a sua própria forma de expressão, livres de qualquer método quanto aos conceitos particulares de perfeição e, apenas assim, pode ser mantida a arte como um importante veículo de desenvolvimento, uma vez ultrapassado o período da infância. P ág in a6 6 Ficha Técnica 17: Desenhar em Perspectiva Publico-alvo: Dos 12 aos 15anos. Material: Folha A3 de papel cavalinho Lápis de grafite ou carvão Procedimento: 1. Pensar em quatro posições para um das mãos (direita se for esquerdino; esquerda se for destro); 2. Desenhar na folha a primeira posição idealizada. Quando terminar a primeira, passar para a segunda e depois para a terceira e por fim para a quarta posição; 3. Depoisde desenhar as quatro posições, elaborar todos os pormenores visíveis; 4. Sombrear de acordo com a perspectiva e a posição; Competências a desenvolver: Esta actividade tem como objectivo criar a noção de perspectiva, introduzindo esse conceito na expressão artística dos jovens, não apenas como algo abstracto e imaginário, mas como algo concreto, palpável e objectivo. Também tem como objectivo trabalhar o sombreado de acordo com a perspectiva observada e a elaboração pormenorizada de um objecto, neste caso a mão. Recomendações: O jovem deve ter atenção ao que está a realizar, não devendo mudar a posição da mão enquanto desenha essa posição, uma vez que se o fizer vai alterar a perspectiva da posição que está a desenhar. P ág in a6 7 Fotografia da Actividade P ág in a6 8 Conclusão Este dossier serviu para reunirmos informação sobre o desenvolvimento gráfico das crianças, bem como algumas actividades e técnicas a aplicar com elas. De uma forma bastante sintetizada foi possível organizar tudo isso neste dossier, que mais tarde irá ser bastante útil na profissionalização do nosso trabalho. É importante fundamentar cada actividade a realizar com as crianças, bem como perceber as intencionalidades educativas por detrás para um maior sucesso de ambas as partes (crianças e educadores/professores). P ág in a6 9 Bibliografia Telmo, Isabel Cottinelli, Linguagem Gráfica Infantil, Setúbal, Escola Superior da Educação – Instituto Politécnico de Setúbal, 4ªedição Lowenfeld, Viktor, A criança e a sua arte; um guia para os pais, São Paulo, Mestre Jou, 2ª edição, 1977 P ág in a7 0 Anexos P ág in a7 1 P ág in a7 2 Reflexão Individual Elsa Pinto A meu ver achei este trabalho muito pertinente, pois ajudou a consolidar os conteúdos teóricos das várias etapas de desenvolvimento gráfico e a elaborar Fichas Técnicas. Eu gostei de realizar este trabalho pois fez com que pouse-mos em pratica os conhecimentos por nos apreendidos, tanto na aula como na investigação feita para o trabalho, algo que considero ser essencial para o curso em que estamos inseridas. Em relação ao funcionamento do grupo, penso que foi um trabalho bem conseguido ambas as partes. Ambas contribuímos para a sua realização estando sempre com um espírito aberto às opiniões e ideias de cada uma. Joana Cruz Penso que este tipo de trabalhos são importantes no curso que estou a tirar, essencialmente devido ás características práticas que estão envolvidas. A prática é sempre uma boa via para compreender com mais eficácia as intencionalidades educativas que estão por detrás das actividades. A realização e organização de um dossier de técnicas de expressão gráfica é um bom meio de ter armazenado actividades e fundamentações teóricas que poderão, com certeza, ser úteis para a minha actividade futura como educadora e/ou professora e, quem sabe, como mãe, pois os com este trabalho aprendi que não são apenas os professores e educadores que têm um papel no desenvolvimento e ensino da expressão gráfica das crianças. Os pais também têm algo a dizer nesse assunto, ou pelo menos deveriam ter. Relativamente à realização do dossier, foi algo construído com empenho e interesse por ambas as partes.
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