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Adaptação das plantas ao ambiente terrestre

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Adaptação das plantas ao ambiente terrestre
Para alcançarem e se estabelecerem no ambiente terrestre as plantas precisaram enfrentar problemas que venceram com as seguintes soluções:
- Problema: Dessecação.
- Solução: Para evitar a dessecação, o surgimento da cutícula foi essencial. A cutícula, que é encontrada recobrindo a epiderme das plantas, é formada por substâncias lipofílicas e tem por função diminuir a transpiração.
- Problema: Trocas gasosas na atmosfera.
- Solução: Para a realização de trocas gasosas, o aparecimento de estômatos foi de fundamental importância. Os estômatos são constituídos por duas células-guarda e um orifício denominado ostíolo. Algumas plantas possuem, ainda, células circundando as células-guarda denominadas de células subsidiárias. Os estômatos são estruturas que estão relacionados à respiração, transpiração e fotossíntese.
- Problema: Sustentar-se fora da água.
- Solução: O problema da sustentação foi resolvido com o surgimento de duas estruturas: raízes e tecidos vasculares. As raízes estão relacionadas à fixação da planta ao substrato e à absorção de nutrientes e água do solo. Os tecidos vasculares estão relacionados principalmente com o transporte de seiva bruta e seiva elaborada, entretanto, as células do xilema, por apresentarem paredes lignificadas, conferem também à planta certa sustentação.
- Problema: Reprodução. 
- Solução: O problema da reprodução foi solucionado com o surgimento de esporos, que são considerados uma grande adaptação ao meio terrestre. Essas estruturas reprodutivas, muito resistentes, são levadas pelo vento e pela água. Além disso, outra adaptação relacionada à reprodução é a capacidade do zigoto de permanecer retido por algum tempo no gametófito, o que confere proteção ao embrião. Células vegetativas estéreis envolvem o zigoto e o gameta feminino dando-lhes proteção contra dessecação.
- A linhagem das estreptophytas incluem as plantas terrestres
- A conquista do ambiente terrestre se deu graças a: reserva de amido e presença de células vegetativas envolvendo o zigoto e o gameta protegendo contra dessecação.
- A absorção de nutrientes até então no ambiente marinho era feita por difusão uma vez que estava tudo dissolvido na água a qual era abundante por todos os lados, por isso, os organismos possuíam um envoltório semipermeável.
 A água 
- A propriedade da água de formar pontes de hidrogênio proporciona-lhe a Força de Coesão entre as moléculas (unem-se).
- É o solvente universal e base para a reação da fotossíntese.
- O organismo não gasta energia para absorver água.
 A água passa por transporte passivo para dentro do organismo de duas formas:
 Via Apoplástica: passando por espaços entre as células.
 Via Simplástica: passando por dentro das células atravessando as membranas.
- Através da via simplástica demora mais tempo para a água passar, pois tem que passar pela membrana, a qual é semipermeável e, portanto seletiva, assim por essa via, a água acaba sendo filtrada e os nutrientes que ela carrega melhor absorvidos pelas células por onde ela passa.
Grupos de transição:
- Vivem fora d’ água, porém com uma relação íntima com ela.
- Vivem em locais muito úmidos
 hepáticas
Briófitas: antóceros
 musgos
1° passo rumo à transição = câmaras aerificas que fazem trocas gasosas (algo semelhante aos futuros estômatos).
CO2 – captação para fotossíntese
O2 – para respiração e produto da fotossíntese 
Ainda obtém água por difusão (transporte passivo)
Apresentam tamanhos reduzidos
Pois não estão dentro da água, não possuem vascularização para transportar essa água internamente e não tem sistemas que combatam a dessecação (perdem muita água).
- Não seria possível ter plantas grandes como árvores sem a vascularização, ou seja, usar somente o sistema apoplástico ou simplástico é inviável, pois através deles a água sobe por capilaridade, porém não consegue atingir grandes alturas, uma vez que sofre com a evaporação.
- Para atingir tamanho maiores e a água chegar até as folhas (que são responsáveis por captar luz para a fotossíntese), as plantas possuem vascularização!
Xilema: da raíz para as folhas (células mortas)
- São células centrais no caule, são vazadas e tem ligação uma com as outras células. 
- A parede celular é impermeável, porque são células mortas, sendo assim, a única coisa que sobrou foi a parede celular.
- Somente há pequenos furos para a entrada de água com sais minerais que irá subir em direção às folhas.
- A conexão entre as células é feita antes que elas morram.
- Na zona de alongamento (meristema apical) é onde as células nascem e vão construindo o xilema.
- Cresce para baixo (as novas estão em contato com a terra, pois são mais permeáveis para absorver água e nutrientes).
- Formam como se fossem tubos por onde a água sobe.
- Os tubos precisam ser rígidos e espessos o suficiente para suportar a pressão da água, do contrário pode colar as paredes e mais nada passa.
- A água sobe porque a pressão interna no “cano” é menor que a externa.
Floema: após a fotossíntese a água com nutrientes desce 
Coifa = protege contra o atrito quando cresce para baixo.
Zona pilosa (zona de diferenciação) e Pêlos radiculares = absorção de água
- Próximo ao centro do caule as células estão mais juntas formando como uma cinta (estria de caspary), a única forma de passar água neste caso é pela via simpática = isso acontece para que a água acabe sendo filtrada evitando que passe ar, resíduos, bactérias para as células do xilema e que consequentemente prejudique os processos que ocorrem nas folhas (fotossíntese e respiração). 
- Depois que passa por esse cinto que envolve o xilema, a água entra no tubo e sobe.
- Se as moléculas de água não apresentassem a coesão graças às pontes de hidrogênio, a água não subiria.
- Se reduzimos muito a pressão interna, afastamos as moléculas que acabam virando vapor.
- Ser impermeável = Vantagem = faz com que a água durante a subida não se perca.
- Liguinina = substância que confere a impermeabilização.
Impermeabilização
Vantagem = não há perda de água durante a subida
Desvantagem = não permite que os gases essenciais como o CO2 e o O2 sejam absorvidos.
	
Solução com novo problema: Os estômatos são a única porta que permite troca gasosa, porém quando ela se abre perde água.
Sistema das plantas até 10,3 metros de altura
Abrem os estômatos
Entra o CO2 e sai água por transpiração
Criando uma pressão negativa nos túbulos
Promovendo uma sucção da água da raíz
- Os estômatos se abrem quando a planta precisa de gás carbônico para fazer a fotossíntese, por isso ocorre mais transpiração durante o dia.
- A transpiração forma a pressão negativa necessária para fazer a água da raiz subir. Transforma algo ruim (perda de água) em algo bom!
- Cactos abrem os estômatos à noite, pois é mais fresco e perde menos água. Absorve o CO2 e o transforma em moléculas de 4 carbonos.
- Estratégia: manter um equilíbrio entre a transpiração e a entrada de ar.
Sistema das plantas com mais de 10,3 metros de altura
- Por pressão negativa só é possível que a água suba 10,3 metros, alturas maiores que essa exigem uma pressão menor que transformaria a água dentro dos túbulos em vapor. 
- Para subir altas temperaturas = transporte ativo = com gasto de energia
- Em plantas maiores a estria de caspary gasta energia para introduzir íons no Xilema aumentando o fluxo deles.
- Com a presença de íons aumenta a entrada de água por osmose.
- Ocorre um aumento no volume de água entrando nas células, como a parte dos túbulos continua inflexível (não se amolda ao grande volume), uma pressão negativa é gerada internamente fazendo com que a água suba.
Pontos fortes:
Vasos condutores.
Substâncias impermeabilizantes como a lignina, cutículas e ceras.
Equilíbrio entre perda de água e entrada de gases.
 
Manguezais, Marismas e Estuários
- Ambientes entreo mar e a terra: transicionais com muitos seres fotossintéticos.
- Organismos engenheiros ecossistêmicos.
“Euri-“: suporta grande variação de determinado aspecto. 
 Sua vantagem é a abrangência que permite habitar locais variados e alterados (generalistas). 
 Sua desvantagem é não conseguir competir com “esteno” quando este está no ótimo.
- Ambientes dominados por generalistas (A) indica um ambiente alterado.
“Esteno-“: suporta pequena variação de determinado aspecto. 
 Sua vantagem é o seu ótimo, pois nele tem o melhor desempenho sendo muito competitivo e eficiente.
 Sua desvantagem é ser sensível a pequenas alterações do meio.
Zonação: vários organismos com seus ótimos que vão aparecendo conforme as condições ambientais. É a distribuição dos organismos em faixas bastante distintas de acordo com suas habilidades adaptativas relacionadas aos fatores abióticos (ambientais), e aos fatores bióticos (diversos níveis de interações biológicas e processos de obtenção de alimento).
Os organismos ocupam as faixas que possuem condições favoráveis para que desempenhem seu ótimo. Pois nelas apresentam vantagem competitiva sobre os outros. 
Aspectos que podem determinar a zonação: salinidade, temperatura, disponibilidade de alimento, etc...
Mangues:
- Presença de caranguejos que buscam seus alimentos no mangue.
- Água doce e salgada.
- Regiões tropicais.
- A formação vegetal do mangue (plantas e arbustos) possui raízes externas (aéreas). Como o solo do mangue é pobre em oxigênio, este é obtido pelas plantas fora do solo.
- Em função da diversidade da região, podemos dividir os mangues em: 
 mangue-vermelho (mais próximo da água = é o mais instável). 
 mangue siriúba (preto).
 mangue-branco (cristais de sal = expelem o sal ativamente pelas folhas).
- As plantas possuem sementes compridas, finas e pontudas. Isto ocorre para facilitar a reprodução, pois quando caem no solo úmido, podem se fixar com mais facilidade (substrato instável).
- O cheiro do mangue é bem característico, em função da presença de áreas salobras (com presença de sal). 
Marismas:
- Ecossistemas costeiros intermarés. 
- Regiões onde o nível do mar já foi alto e abaixou.
- Há lagoas onde a água não evaporou e, portanto é salgada.
- Há herbáceas, gramíneas e fanerógamas marinha (vascularizadas, tipo uma grama).
- Relevo pouco expressivo, em geral planícies ou depressões alagadas. 
- Ambientes com grande estresse de salinidade e temperatura, sendo usualmente hipersalinas.
- Adaptação à salinidade = folhas e glândulas.
- A vegetação que domina é composta de angiospermas herbáceas adaptadas a essas variações.
- Possuem uma zonação quanto à vegetação em função do grau e tempo de inundação de cada zona.
- Ecossistemas úmidos formados por depressões próximas à foz de um rio que sofrem inundação pelas marés e pela descarga fluvial, podendo estar associado a regiões estuarinas e deltaicas. 
 Marisma baixa: fica constantemente inundada, tem predominância de grama-alta macega-mol.
 Marisma média: inunda ocasionalmente, ocorre o predomínio de grama alta macega.
 Marisma alta: onde as inundações são pouco frequentes, o junco predomina.
- São ambientes onde existe uma grande quantidade de matéria orgânica que dá suporte a uma alta produtividade primária.
- Têm importante papel na atenuação dos processos erosivos costeiros e na oferta de abrigo para juvenis de diversas espécies de crustáceos, moluscos e peixes comerciais que utilizam esse ambiente para a reprodução, além de servir de local de repouso para aves migratórias.
- São ambientes recentes, pois na história houve muitas variações do nível do mar, sendo assim, são sistemas ainda instáveis, uma vez que estão em formação.
 
Estuários:
- É o destino final de um rio, onde ocorre a mistura da água salgada do mar e água doce do rio.
- Estão cercados de terras úmidas ou terrenos alagadiços, em alguns casos com árvores com raízes aéreas (para facilitar a respiração). 
- Área onde a água doce encontra a água salgada aumentando a produtividade em função da circulação que ocorre de nutrientes, plâncton e larvas. 
- Nos estuários considerados rasos onde a profundidade é de 1 metro à 2 metros, a entrada de luz forma uma planície de algas. 
- Pode ocorrer em água salgada onde predominam espécies adaptadas a salinidade e também em água doce ou em zonas com baixa salinidades.
- A vegetação principal é capim que são especialmente adaptadas para sobreviver em água salgada.
- Esses alagados são ricos em nutrientes trazidos do continente, por isso são os lugares de desova e de criação de muitas formas de vida marinha.

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