Buscar

Puberdade

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MÓDULO II : EMBRIOLOGIA – SÍNTESE PROBLEMA 1
	Na discussão sobre a puberdade, estabelecemos que ele é um período, relativamente curto, que dura de 2 a 5 anos, caracterizados por fenômenos biológicos, antes embrionários, que são mais evidentes na transição da infância para a vida adulta, na adolescência. Além de eventos biológicos, existem mudanças neurológicas, hormonais e físicas que resultam da maturação sexual. Esse período no desenvolvimento sexual, de homens e mulheres, capacitam o corpo para a procriação, em que surgem as características sexuais secundárias. O início da puberdade, parte de uma sequência que começa na vida embrionária, e depende de fatores genéticos, ambientais, nutricionais e psicossociais.
	É na puberdade que serão expressadas uma série de modificações no eixo hipotálamo-hipofisário-gonadal (HHG), responsável pela secreção de hormônios sexuais caracterizando a maturação sexual nas mulheres, através da menarca, e nos homens, pela primeira ejaculação e diversas modificações corporais. Não existe um único evento disparador da puberdade. Acredita-se que esse eixo seja estimulado por neurotransmissores, desde a vida embrionária, para a definição do sexo da criança pela secreção de hormônios. No entanto, as gônadas, tanto masculinas como femininas, não alcançam um alto grau de maturação, pois ainda não possuem receptores necessários em suas células capaz de ativarem o eixo HHG a fim de se começarem secretar hormônios como a testosterona, nos homens, e progesterona e estrógeno, nas mulheres. 
	Quando o nível de receptores das células se tornam suficientes, a ponto de estimular o eixo HHG, este inicia um processo que envolve tanto a hipófise quanto as gônadas masculinas e femininas. Inicialmente, o hipotálamo começa a secretar o hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) para dentro da circulação. Esse GnRH age sobre a adenohipófise (ou hipófise anterior), onde o GnRH estimula as células produtoras de gonadotrofinas (gonadotrofos) na hipófise promovendo a síntese e a liberação do hormônio luteinizante (LH) e do hormônio folículo-estimulante. Estas gonadotrofinas agirão sobre as gônadas: ovários, nas mulheres, e testículos, nos homens. Nas gônadas femininas, o LH estimulará as células da teca interna (uma das camadas de células que envolvem o folículo ovariano) a produzirem progesterona e andrógenos; e o FSH e também o LH estimularão as células da granulosa (células que envolvem os ovócitos) a produzirem estrógeno e inibina. Além dessa função, o FSH também estimula a atividade da aromatase, que converte andrógenos, produzidos na teca, em estrógenos, na mulher. Já nas gônadas masculinas, o LH estimulará as células de Leydig (células instersticiais que se encontram entre os túbulos seminíferos dos testículos) que produzirão testosterona; e o FSH estimulará as células de Sertoli (células instersticiais dos túbulos seminíferos) que controlarão a espermatogênese e também secretarão inibina. 
	Já no processo de retroalimentação negativa, os esteroides sexuais e a inibina atuam sobre o hipotálamo e a hipófise, promovendo a redução da secreção de GnRH e LH/FSH. Essa atividade inibitória é inversamente proporcional aos níveis circulantes desses hormônios e eh denominada feedback negativo. Todos esses esteroides sexuais serão responsáveis pelas profundas mudanças biológicas e psicológicas a que os adolescentes serão submetidos. Tais mudanças seriam: passagem da mentalidade infantil para a adulta, moldagem da personalidade, reencontro da identidade física e psicológica, aquisição de intimidade e autonomia, conflitos emocionais e pessoais, busca pela independência, rebeldia contra autoridade, aumento do desejo sexual e a definição da sua sexualidade. Além dessas modificações, estão evidentes também as mudanças físicas, que seriam: desenvolvimento das mamas; dos pelos; aumento do quadril, nas mulheres, e dos ombros, nos meninos; alteração da voz, acúmulo de gordura na região das nádegas, nas mulheres; aumento da estatura e alterações na pele como acnes.
	No período da puberdade, ocorrem estas mudanças hormonais, físicas ou genitais em meninos e meninas, mudanças tais que apresentam uma sequência cronológica bastante constante na grande maioria dos jovens. Foi então que se elaboraram gráficos e curvas que são utilizadas na monitoração do desenvolvimento normal, bem como nos desvios da normalidade. James M. Tanner elaborou uma descrição baseada na evolução do crescimento mamário femininos, dos órgãos genitais masculinos e dos pelos pubianos em ambos. 
São descritos 5 estágios: T1 refere-se ao corpo infantil sem sinais puberais; T2/T3/T4 são estágios intermediários e caracterizam a puberdade inicial/média/final; e o T5 descreve o desenvolvimento puberal completo, típico de adultos.
	Concomitante aos eventos marcantes da puberdade, nas meninas, destaca-se muito a maturação de suas gônadas, os ovários, e da primeira menstruação (a menarca). O ciclo se inicia quando há o primeiro dia de fluxo menstrual. Nesse dia, há liberação hipofisária de pequenas quantidades de LH e FSH, que juntos provocam o crescimento e o amadurecimento dos folículos ovarianos. O crescimento destes folículos induz o aumento da produção de estrógeno. Este é secretado em uma taxa crescente, estimulando a produção endometrial. A concentração alta de estrógeno, inicialmente, reduz o pulso de LH e FSH e, logo em seguida, provoca um aumento súbito (surto pré-ovulatório) destes 2 hormônios, estimulando a ovulação (ruptura do folículo e liberação do óvulo), a qual ocorre após o pico de LH. Os 3 dias antes da ovulação e os 3 dias depois da mesma são considerados o período fértil da mulher. Após a ovulação, os elementos residuais do folículo rompido formam o desenvolvimento do corpo lúteo, o qual secreta estrogênio e quantidades elevadas de progesterona com objetivo de manter a gestação. Não havendo fecundação, os níveis de progesterona e estrogênio caem, provocando a diminuição da produção de LH e FSH, de modo que o corpo lúteo regrida (fase luteínica) reduzindo por sua vez a produção de progesterona e estrogênio e fazendo com que o endométrio descame, ocorrendo a menstruação e dando início a um novo ciclo. 
	A primeira menstruação da menina, a menarca, pode ter suas etapas adiadas ou antecipadas decorrentes de fatores como o peso e a luminosidade. Por exemplo, em meninas acima do peso há grande quantidade de gordura, ou seja, grandes quantidades de tecido adiposo. Este tecido produzirá o hormônio leptina, o qual irá estimular o eixo HHG, que produzirá o FSH e o LH pela hipófise. Assim, a menarca ocorre antecipadamente em meninas obesas/gordas e tardiamente em meninas anoréxicas. Já o fator luz age de acordo com o ciclo circadiano, que irá aumentar a frequência cardíaca e respiratória da pessoa pelo hormônio cortisol, agindo de maneira oposta ao hormônio do sono, que funciona na ausência de luz, a melatonina. Assim a menarca é influenciada pela luminosidade e meninas que vivem em países tropicais menstruam antes que meninas que vivem nos pólos.
Todos os eventos de maturação sexual estimuladas pela ativação do eixo HHG envolvem, também, a ação das células germinativas, tanto masculinas quanto femininas. Estas são essenciais e sua formação representa a fertilidade nos homens e nas mulheres.
O nome dado ao processo de formação e desenvolvimento de células geradoras especializadas denominadas gametas ou células germinativas é gametogênese, o qual, em homens a gametogênese é chamada espermatogênese (e da origem ao gameta masculino, o espermatozoide) e em mulheres, ovogênese (e da origem ao gameta feminino, o ovócito).
O processo de gametogênese masculina ocorre no interior da gônada masculina, o testículo, nos túbulos seminíferos, uma série de túbulos enovelados que contém tecido conjuntivo intersticial entre eles. É nesse processo, iniciado na puberdade, que as espermatogônias tipo B são transformadas em espermatozoides maduros. As espermatogônias permanecem adormecidas nos túbulos seminíferos dos testículos durante os períodosfetal e pós-natal, aumentando em número durante a puberdade. Após várias divisões mitóticas, as espermatogônias crescem e sofrem modificações. As espermatogônias são transformadas em ovócitos primários, as maiores células germinativas nos túbulos seminíferos. Cada espermatócito primário sofre uma divisão reducional (1ª meiose) para formar 2 espermatócitos secundários haploides. Em seguida, os espermatócitos secundários sofrem a segunda divisão reducional (2ª meiose) para formar 4 espermátides haploides. Estas últimas, em um processo chamado espermiogênese. 
Na espermiogênese, a espermátide perde a maior parte do seu citoplasma e organelas, transformando-se em 1 célula contendo: núcleo (com metade do número de cromossomos), e uma organela especial, o acrossomo. No interior do acrossomo existem importantes enzimas para a fertilização do ovócito. Quando a ESPERMIOGÊNESE é completada, os espermatozoides permanecem na luz dos túbulos seminíferos. As células de Sertoli que revestem os túbulos seminíferos são as responsáveis pela nutrição e proteção para os espermatozoides e também regulam o processo de espermatogênese. Os espermatozoides são transportados passivamente dos túbulos seminíferos ao epidídimo, ducto longo e espiralado localizado na borda superior do testículo, onde são armazenados e se tornam maduros os suficiente para, posteriormente, serem eliminados através dos ductos deferentes durante a ejaculação.
O processo homólogo que ocorre nas mulheres, a ovogênese, se diferencia da espermatogênese no fato de ter se iniciado ainda no período pré-natal e termina depois do fim da puberdade, ou seja, da maturação sexual na menopausa. Na vida intra-uterina ainda , quando as gônadas se diferenciam em ovários, nas meninas, as células germinativas primordiais se diferenciam em ovogônias. No início da vida fetal já, as ovogônias se proliferam por mitose e ainda antes do nascimento, todas crescem formando ovócitos primários e iniciam a primeira divisão meiótica (1ª meiose) e, até a puberdade, os ovócitos primários permanecem em prófase da meiose 1. Processo este denominado MATURAÇÃO PRÉ-NATAL. Na puberdade, pela ação dos hormônios FSH e LH liberados pela hipófise anterior na ativação do eixo HHG, o ovócito primário, originado de uma ovogônia, aumenta de tamanho e termina a primeira divisão meiótica pouco antes da ovulação, porém, a divisão gera duas células de tamanhos desiguais: o ovócito secundário fica com quase todo o citoplasma e a maioria das organelas, a outra célula, chamada de corpúsculo polar é bem menor e logo se degenera. Durante o processo de ovulação (liberação do ovócito do ovário), o ovócito inicia sua segunda divisão meiótica (2ª meiose) e fica suspensa, dessa vez, na metáfase e irá se completar apenas durante a fecundação com a penetração do espermatozoide. Ocorrendo a fecundação, o ovócito secundário termina a segunda divisão meiótica e recebe o nome de oócito maduro. Processo este denominado MATURAÇÃO PÓS-NATAL. 
No processo que ocorre dentro do ovário, denominado FORMAÇÃO DO FOLÍCULO OVARIANO, desde o período pré-natal até o pós-natal, o folículo ovariano, localizado no córtex da gônada, é constituído pela célula germinativa, o ovócito (oócito), envolto pelas células foliculares (estas células são derivadas do estroma do ovário). No momento em que é formado o ovócito primário a partir da ovogônia, ele é envolto por uma camada de células foliculares, que têm forma achatada. O folículo agora é denominado folículo primordial. Na puberdade, o ovócito primário cresce as células epiteliais aumentam de tamanho constituindo, assim, o folículo primário. Nessa fase, o ovócito é envolto por uma camada de material amorfo, acelular, a zona pelúcida. As células foliculares proliferam e constituem várias camadas envolvendo o ovócito. Nessa fase o folículo é chamado folículo em desenvolvimento/crescimento. Essa proliferação das células foliculares é estimulada pelas Gonadotropinas hipofisárias, especialmente o FSH. O folículo aumenta de tamanho e, devido ao crescimento desigual das células foliculares, assume uma forma oval surgindo em um dos pólos uma cavidade entre as células foliculares, cheia de líquido, o antro folicular. O ovócito rodeado por um grupo de células fica localizado em um dos pólos da estrutura, o cumulus oophorus. Com o desenvolvimento do folículo, uma nova camada de células passa a envolver o folículo e logo se organiza em 2 camadas: teca externa, responsável pelo envoltório do folículo e teca interna, responsável pela produção dos hormônios femininos, ESTRÓGENO E PROGESTERONA. Aproximadamente na metade do ciclo ovariano, o folículo encontra-se pronto para eliminar o ovócito, e é chamado de folículo maduro ou folículo de Graaf. 
Durante o processo de OVULAÇÃO, determinado pelas produções hormonais, é eliminado do ovário, o ovócito secundário, circundado pela zona pelúcida e rodeado por uma ou mais camadas de células foliculares que se dispõem radialmente, formando a corona radiata, além do líquido folicular, sendo então captado pelas tubas uterinas. A parede do folículo ovariano que permanece no ovário, se diferencia em uma estrutura chamada de corpo lúteo e que produz hormônios, principalmente progesterona que prepara o endométrio para receber o embrião.
Observamos, então, que a gametogênese masculina se diferencia da feminina, pois:
A espermatogênese é um processo contínuo, enquanto a ovogênese está relacionada ao ciclo reprodutivo da mulher. 
Na espermatogênese, cada espermatogônia produz 4 espermatozoides. Na ovogênese, cada ovogônia da origem a apenas um ovócito e células inviáveis denominadas corpúsculos polares.
A produção de gametas masculinos é um processo que se continua até a velhice, enquanto que a produção de gametas femininos cessa com a menopausa.
O espermatozoide é uma célula pequena e móvel, enquanto que o ovócito é uma célula grande e sem mobilidade.
Existem dois tipos de espermatozoides: 23,X ou 23,Y. A mulher só produz um tipo de gameta: 23,X.
Todas essas mudanças ocorridas no corpo de um adolescente durante a puberdade causam um impacto psicológico e emocional muito grande. A ação dos hormônios leva a uma oscilação muito grande de humor e ainda gera dúvidas sobre o que estaria acontecendo no seu organismo. Tais questionamentos devem ser debatidos, tanto em casa, na escola quanto em consultas médicas, pare que se esclareçam tudo o que for pertinente nesse processo de desenvolvimento sexual. Entra então um papel muito importante do profissional médico de modo a orientar o jovem quanto à sua orientação sexual, libertá-lo de suas inseguranças, diminuir sua vulnerabilidade e expor os riscos aos quais ele está submetido, como gravidez e DSTs. A sexualidade depende de aprendizado, isso justifica a importância também da informação e dos exemplos que os pais e educadores constituem para os adolescentes. Os pais, ao estabelecerem uma conversa franca e honesta com seus filhos sobre sexualidade permite que ocorra uma aproximação maior entre eles, facilitando assim a comunicação e a relação familiar que demonstram responsabilidade, honestidade, preocupação, confiança e amor para com eles.
Uma eficiente orientação do médico engloba a prevenção contra as doenças sexualmente transmissíveis e a disponibilidade dos métodos contraceptivos ao jovem que iniciará sua vida sexual. Os métodos contraceptivos são o DIU e o SIU; a injeção anticoncepcional; o coito interrompido; o anel vaginal; a camisinha; o espermaticida; a ligadura de trompas/laqueadura; a vasectomia; adesivo; a pílula anticoncepcional e o diafragma. Todos esses fatores estão ligados ao conceito de sexo seguro: que é o sexo sem o risco de ser contaminado ou de contaminar o seu parceiro com doenças sexualmente transmissíveis.
REFERÊNCIAS PROBLEMA 1 MÓDULO 2 PUBERDADE
http://www.medipedia.pt/home/home.php?module=artigoEnc&id=706
http://www.bibliomed.com.br/bibliomed/bmbooks/ginecolo/livro4/cap/cap04.htm
http://www.adolescenciaesaude.com/detalhe_artigo.asp?id=52
http://www.gineco.com.br/saude-feminina/metodos-contraceptivos/http://www.dst.com.br/seguro.htm
http://www.ufrgs.br/espmat/disciplinas/midias_digitais_II/modulo_II/fisiologia2.htm
https://jaogustavo.wordpress.com/2008/09/09/aula-teorica-3-e-4-gametogenese-masculina-e-feminina/

Outros materiais