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RELAÇÃO SOLO MÁQUINA PROPRIEDADES FÍSICAS E DINÂMICAS DO SOLO Prof. Veronildo Souza de Oliveira 2 1. PROPRIEDADES DINÂMICAS DO SOLO Estas propriedades determinam, em sua maior parte, a resistência do solo e dependem principalmente da quantidade de argila e do conteúdo de umi- dade do solo. 1.1. COESÃO SUPERFICIAL A água que se acumula em gotas por tensão superficial, exerce atração en- tre os agregados ou torrões. Atração entre torrões ou agregados por tensão superficial da água. Nesta ocasião a coesão superficial por número de interfases água/ar, diminui com maior umidade. L.P.I L.P.S COESÃO SUPERFICIAL CONTEÚDO DE UMIDADE DO SOLO 3 1.2. COESÃO MOLECULAR ÁGUA MENOR TEOR DE ÁGUA, MAIOR ATRAÇÃO MAIOR TEOR DE ÁGUA MENOR ATRAÇÃO L.P.I L.P.S COESÃO MOLECULAR CONTEÚDO DE UMIDADE NO SOLO LIMITE DE CONCENTRAÇÃO L.P.I VOLUME DO SOLO CONTEÚDO DE UMIDADE NO SOLO - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 4 RELAÇÃO ENTRE A ESTRUTURA E A ÁGUA NO SOLO A estrutura do solo exerce forte influência sobre a drenagem do mesmo. Esse ar- tigo pretende explicar a relação que a estrutura tem com a drenagem interna do solo. As partículas do solo (areia, silte e argila) se agregam formando o que se chama de estrutura do solo. Geralmente, os poros grandes do solo estão entre os agrega- dos enquanto os pequenos situam-se dentro dos agregados, ou seja, dentro da massa coesa que surge da associação de grãos de areia, silte e argila (estrutura). Os tipos de solos são caracterizados, entre outras coisas, por seu tipo de estrutu- ra. Solos que apresentam a estrutura do tipo granular e em grãos simples, geral- mente, por possuírem grande quantidade de poros, possuem drenagem classi- ficada entre alta a excessiva. Em outras palavras, grande quantidade de água consegue passar por entre os agregados devido à alta macroporosidade. Solos como os Neossolos Quartzarênicos (estrutura de grãos simples), Latossolos de textura média e Latossolos de textura argilosa (estrutura granular a microgra- nular) apresentam estes tipos de estrutura que permite drenagem muito boa (alta). Por outro lado, solo com estrutura prismática ou em blocos apresentam drena- gem moderada, pois apresentam poros em uma situação intermediária entre os solos bem drenados e os mal drenados. Cabe mencionar aqui que se os so- 5 los apresentarem estrutura prismática grande a muito grande, eles tenderão a serem solos mais mal drenados. Já os solos com estruturas do tipo maciça e laminar apresentam baixo espaço poroso entre agregados. Desse modo, tais solos geralmente apresentam pro- blemas de excesso de água devido à drenagem ser muito baixa, ou seja, lenta. Os gleissolos se encaixam do tipo de solo que apresenta estrutura maciça. Já solos compactados apresentam, em superfície, a estrutura laminar, o que pro- voca a formação de poças na sua superfície, devido ao intenso tráfico de veícu- los, pessoas e/ou animais. Os solos de estradas rurais geralmente apresentam este tipo de estrutura na superfície. Estes limites definem os valores de porcentagem mínimas e máximas do con- teúdo de umidade do solo em seu estado plástico. Denomina-se limite de plasticidade inferior e superior (L.P.I - L.P.S), respectivamente, e o valor da diferença entre eles é o índice de plasticidade (IP) OBS: L.P.S = LIMITE DE LIQUIDEEZ L.P.I = LIMITE DE PLASTICIDADE Quanto menor a diferença entre eles, mais facilmente um solo passará de uma condição para outra, ou seja, da condição de solo plástico para a condição de solo lubrificado. IP = L.P.S - L. P. I LIMITES DE ATTERBERG DE PLASTICIDADE 6 1. QUANTIDADE DE ARGILA PORCENTAGEM DE ARGILA Efeitos da porcentagem de argila e do conteúdo de umidade do solo sobre as propriedades dinâmicas de um solo. a) ADESÃO b) COESÃO c) RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO 2. TAMANHO DAS PARTÍCULAS DE ARGILA 3. CONTEÚDO DE MATÉRIA ORGÂNICA 4. TIPO DE ARGILA Argila com maior superfície específica pode formar mais uniões com a água e demonstram valores mais elevados dos limites de Atteberg. Do ponto de vista mecânico é conveniente definir os esforços, aos quais estão sujeito um solo, em termos de tensão, compressão e corte por cisalhamen- to. Normalmente, os solos são rompidos por esforços de corte, já que em de- terminado limite demonstram uma alta resistência a compressão e dificilmente podem ser submetidos a um esforço de tensão. O rompimento do solo devido a um implemento de preparo depende dos parâmetros de resistência na superfície, que constituem em uma interface so- lo/solo e outra solo/metal. FATORES QUE INFLUENCIAM NA MUDANÇA DE PLASTICIDADE À MEDIDA QUE AUMENTA O TEOR DE ARGILA NO SOLO, AUMENTA OS VALORES DE COESÃO NO SOLO. COMPORTAMENTO DE UM SOLO SOLICITADO 7 a) COESÃO; b) FRICÇÃO SOLO/SOLO (DEFINIDO COMO ÂNGULO DE ATRITO INTERNO DO SOLO); c) DENSIDADE APARENTE. a) ADESÃO b) FRICÇÃO SOLO/INTERFASE (DEFINIDO EM TERMOS DO ÂNGULO SOLO/INTERFASE) ESFORÇO MÁXIMO = FORÇA DE CORTE = COESÃO +FRICÇÃO DE CORTE ÁREA DA SUPERFÍCIE max. = C + tang Equação de Coulomb ONDE: = esforço máximo de corte C = coesão do solo = esforço normal da superfície do solo = ângulo de atrito interno do solo/solo max. = C + tang PARÂMETROS SOLO/SOLO PARÂMETROS SOLO/INTERFACE 8 C B C A Tensão aplicada LINHA A - REPRESENTA UM SOLO ARGILOSO QUE DEMONSTRA ALTA COESÃO, PO RÉM SEM NENHUMA FRICÇÃO (=0) LINHA B - REPRESENTA UM SOLO ARENOSO QUE DEMONSTRA PROPRIEDADES FRICCIONAIS, MAS SEM COESÃO (C = 0). LINHA C - REPRESENTA UM SOLO FRANCO, TANTO COM CARACTERÍSTICAS DE FRICÇÃO, COMO COESIVAS. ESFORÇO MÁXIMO = ADESÃO + FRICÇÃO DE DESLIZAMENTO DESLmax. = C + tang PARÂMETROS 9 L.C L.P.I L.P.S SOLO SOLO SOLO SECO FRIÁVEL PLÁSTICO FRICÇÃO FRICÇÃO E FRICÇÃO E SEM ADESÃO POUCA ADESÃO LUBRIFICAÇÃO ADESÃO CONTEÚDO DE UMIDADE NO SOLO Um solo agrícola para ser mobilizado deve estar na condição friável, isto é, quando seus torrões podem ser facilmente rompidos em frações entre os dedos, sem aderir aos mesmos. Essa condição acontece abaixo do L.P.I. SOLO SECO APRESENTA ALTA COESÃO, EXIGINDO POTENTES MÁQUINAS E IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS PARA A REALIZAÇÃO DO TRABALHO; NESSE ESTADO, O SOLO ROMPE-SE EM GRANDES TORRÕES. SOLO MOLHADO APRESENTA ESTADO MÁXIMO DE ADESÃO,COM FILMES DE ÁGUA AO REDOR DAS PARTÍCULAS, FUNCIONANDO COMO LUBRIFICANTE QUE FAVORECE A DEGRADAÇÃO PELA PRESSÃO EXERCIDA DAS MÁQUINAS E IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS: NESSE CASO, O SOLO, AO INVÉS DE TORNA- SE SOLTO, SOFRE COMPACTAÇÃO. QUAL O MELHOR MOMENTO PARA SE PREPARAR UM SOLO ???? 10 Segundo Baver (1966), no teor de água em que os solos são friáveis, as condições de trabalho são ótimas para as operações. Logo, esta faixa de umi- dade é definida como um índice de trafegabilidade para as operações agrícolas, sendo determinada pelos limites de plasticidade e de concentração. O mesmo autor define como índice de plasticidade, a faixa de umidade determinada pe- los limites de plasticidade e de liquidez. Observa-se que este índice pode ser empregado para avaliar o potencial de compactação de um solo, pois, quanto maior for este limite, menor será a faixa de umidade útil para as operações agrícolas. Outros autores, como Maia (1970), determinaram que o limite de plas- ticidade encontra-se acima da capacidade de campo, porém, próximo. Os limi- tes de consistência do solo são esquematizados pela figura. 11 Embora o solo não seja um meio contínuo, uma vez que possui poros e é um material granular, a hipótese de meio contínuo é utilizada em todas as considerações envolvendo tensões na sua distribuição no solo. Existem 4 tipos de falhas no solo que podem ser expressas em torno do comportamento tensão-deformação: 1 - COMPRESSÃO COMPACTAÇÃO DO SOLO 2 - TRAÇÃO 3 - CISALHAMENTO 4 - FLUXO PLÁSTICO COMPRESSÃO F F 2cm kgf A F TRAÇÃO - 2cm kgf A F t CISALHAMENTO 2cm kgf A F COMO: P = FORÇA/ÁREA TENSÃO - É FUNÇÃO DA APLICAÇÃO DE UMA FORÇA POR UNIDADE DE ÁREA. TENSÕES NO SOLO E SUA DISTRIBUIÇÃO 12 - TRAÇÃO DOS RODADOS DE ESTEIRAS E PNEUS - ESTABILIDADE DE TALUDES. SOLO DURO SOLO MÉDIO SOLO SOLTO P 0 R O F 10 U 1,0 1,01 N D 20 I D A 30 D E 40 NA PRÁTICA, AS TENSÕES NÃO SE DISTRIBUEM COMO NA FIGURA ACIMA. A figura faz um paralelo en- tre os rodados de pneu e esteiras, e mostra que a aplicação da força ao solo produz deformação. Fica evidenciado que a força, representada pela pressão vertical, ou seja, a compo- nente peso, tem efeito dire- to na compactação dos solos agrícolas. Nas condições reais de campo, as tensões aplicada em pneus de base larga, IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DAS TENSÕES NO SOLO 13 com baixa pressão, reduz o efeito da deformação, produzindo menor compactação ao solo. Pneus de alta flutuação
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