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EXERCÍCIOS PENAL

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Exercícios Direito Penal I:
1. Classifique como desistência voluntária ou arrependimento eficaz:
A dispara um projétil de arma de fogo contra B. Com a vítima já caída ao solo, em local ermo e com mais cinco cartuchos, no tambor de seu revólver, A desiste de efetuar outros tiros, quando podia fazê-los para ceifar a vida de B.
Desistência voluntária.
A mãe, desejando eliminar o pequeno da morte, deixa de alimentá-lo por alguns dias. Quando o infante está à beira da morte, sem ninguém para socorrê-lo, a mãe muda de ideia, e passa a nutri-lo, recuperando a sua saúde.
Arrependimento eficaz.
2. A resolve restituir a coisa a B, tendo em vista que cometera o crime de furto contra B. B nega-se a ter a coisa restituída. A pode ser beneficiado pelo instituto do arrependimento posterior?
Sim, a recusa não impede. Poderá até mesmo entregar a coisa à autoridade policial.
3.Qual a diferença encontrada abaixo no que tange ao crime cometido por A?
a)A se compromete perante B a auxiliá-lo a fugir e a escondê-lo, depois deste matar C.
É participação em homicídio: há a contribuição ciente e voluntária à consumação do delito.
b)Após a morte de C, A se compromete a auxiliá-lo a fugir e se esconder.
Será autor de delito autônomo: pois é posterior à consumação: não foi ajustado anteriormente: é crime de favorecimento pessoal 348
Observação: não se esqueça de que o concurso de pessoas independe de ajuste prévio. O relevante é a consciência para com o crime. (concurso de pessoas é a ciente e voluntária participação).
4.Quando o agente é o autor do crime, este responderá de forma mais grave que o partícipe sempre?
Não. Um exemplo é a autoria intelectual, na qual o partícipe terá a mesma pena que o autor, mas ainda com agravante do artigo 62, I. (genérica)
Ressalva-se, que de acordo com o Prof. Edvaldo, por meio da Teoria do Domínio do Fato, também se aceita que o mandante na autoria intelectual seria autor. É quem pode, em tese, interromper a execução do crime.
5.Responda acerca do crime cometido por A e por B.
A e B combinam a prática de furto de um carro estacionado em via pública. Chegam ao local, e quando tentavam abrir a porta do veículo, surge seu proprietário. A foge, mas B que trazia consigo um revólver (A não sabia) atira na vítima, matando-a.
A responde por tentativa de furto (crime menos grave) e B por latrocínio consumado. 
Na verdade, o liame subjetivo existia somente no que tange ao crime menos grave!
A e B combinam a prática de furto de um carro estacionado em via pública. Chegam ao local, e quando tentavam abrir a porta do veículo, surge seu proprietário.Contudo, A sabia que B andava armado e matava pessoas. (observação: é o mesmo exemplo acima, no que tange à consequência: a vítima é morta).
Responderá pela tentativa de furto com a pena aumentada, em face da previsibilidade do latrocínio.
Se o crime for previsível ao outro agente, ele responderá pelo MENOS GRAVE, mas com a pena aumentada. Responderá pela tentativa de furto com a pena aumentada, em face da previsibilidade do latrocínio.
6. A, com intenção de matar B, convence C a acelerar seu carro em uma curva, pois sabe que naquele instante B passará por ali de bicicleta. O motorista atinge a velocidade excessiva e atropela o ciclista, matando-o. Por qual(IS) crime(S) responderão A e C?
Não há participação dolosa em crime culposo: aqui A convenceu que produzisse resultado naturalístico culposo. A responde por homicídio doloso (121 CP) e C por homicídio culposo na direção de carro (302 CTB).
Perceba: a questão 6 versa sobre a participação em diferentes crimes: um culposo (homicídio culposo mediante direção de veículo automotor) e outro doloso (A com intenção de matar B).
7. Suponha um salva-vidas de um clube, que sem ação, assiste a uma criança morrer afogada na piscina, sob a alegação de que a água estava muito gelada e de que poderia contrair pneumonia. Ele está amparado pelo estado de necessidade? Por quê?
Não, porque ele tem o dever jurídico de enfrentar o perigo:13 §2º, CP. Cabe também a ausência do requisito do estado de necessidade: a ausência dr dever legal de enfrentar o perigo.
8. No caso de um carcereiro com o dever de liberar o recluso cuja pena já foi integralmente cumprida, mas, omitindo-se ilicitamente e agredindo um bem jurídico do preso, cabe a legítima defesa? Sim. É o caso de uma agressão praticada por meio de uma omissão: o não dever de agir.Esse exemplo é dado por Metzger, ao explicar que no caso, o carcereiro tinha um dever jurídico de agir. Com a sua omissão ilícita, inevitavelmente agride um bem jurídico do preso, autorizando a reação em legítima defesa. Observação: o agressão do carcereiro deve ser iminente ou atual.
9. O presente caso demonstra qual(IS) causa(S) de excludente de ilicitude?
A, para defender-se de B, que injustamente desejava mata-lo, subtrai uma arma de fogo pertencente a C, utilizando-a para matar o seu agressor.
Pode haver a existência simultânea de legítima defesa e estado de necessidade. Aqui, A, para repelir uma agressão injusta, pratica fato típico visando afastar uma situação de perigo contra bem jurídico próprio ou alheio.
10. Se A não era hierarquicamente inferior subalterno a B e podia livremente recusar o cumprimento de tarefa manifestamente ilegal, existirá culpabilidade deste em razão de cumprir ordem de B (mandante do homicídio). Operar-se-á concurso de agentes entre A e B?
O presente caso não apresenta uma dirimente (exclusão da culpabilidade), tendo em vista que não apresenta os requisitos da coação moral irresistível cujos requisitos são:
Requisitos:
Ameaça do coator: promessa de mal injusto e grave iminente, o qual o coagido não é obrigado a suportar
Inevitabilidade do perigo na posição em que se encontra o coagido: o perigo não pode ser evitado de outra forma
Caráter irresistível da ameaça: o mau prometido deve ser irresistivivel 
Presença de ao menos 3 pessoas envolvidas: coator, coagido e vítima do crime por este praticado, ou também apenas de duas: o coator funciona tb como vítima
E se coação moral resistível: remanesce o concurso de agentes e a culpabilidade (mas a pena do coagido é diminuída e a do coator aumentada).
11. Está-se diante de qual instituto do Direito Penal por meio da descrição abaixo?
A, compelido de grave e irresistível ameaça para praticar crime no futuro, premido de medo e sem outra forma de agir, mata quem o ameaça. 
Coação moral irresistível
12. Quais as diferenças entre crime impossível e tentativa?
Tentativa: há exposição do bem a dano/perigo: escolheu meios idôneos e o objeto material é suscetível de sofrer lesão/perigo de lesão
Impossível: meios ineficazes (O meio de execução é incapaz de produzir resultado, independente de reiteração) / ataque a objetos impróprios inviabilizam a produção do resultado, inexistindo situação de perigo ao bem jurídico e a consumação nunca pode ocorrer
Se a ineficácia dos meios ou a impropriedade do objeto forem relativos : é tentativa!
O agente em ambos (tanto na tentativa como no crime impossível) inicia a execução
13. Explique o motivo de os casos abaixo constituírem-se em tentativa, e não em crime impossível.
A, desejando matar o seu desafeto, nele efetua disparo de arma de fogo. O resultado naturalístico morte não se produz porque A estava com colete de proteção eficaz: há a tentativa, porque o meio é relativamente ineficaz.
Absolutamente ineficácia do meio dar-se-ia se se intentasse envenenar a pessoa por meio de açúcar. (observação: não estamos falando de uma pessoa diabética).
Um larápio que mediante destreza, coloca a mão no bolso direito da calça da vítima, com o proposito de furtar o telefone celular. Não obtém êxito, tendo em vista que estava no bolso esquerdo: é tentativa, devido à impropriedade relativa do objeto material.
O bolso é o objeto material (a conduta da subtração incidiu sobre ele. Se ambos os bolsos estivessem vazios, aí sim haveria a impropriedade absoluta do objeto).
Observação:
Crime impossível por impropriedade absoluta do objeto: 
É o objeto material: sobre o qual incide a conduta criminosa.Exemplo: esfaquearum cadáver. O cadáver é o objeto material.

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