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1 Teoria da Contabilidade Prof. Me. Flaviano Costa Aula 1 Organização da Disciplina Conteúdos do curso • Aula 1 – História e Evolução do Pensamento Contábil • Aula 2 – Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade e evidenciações • Aula 3 – Ativos – Reconhecimento e Mensuração • Aula 4 – Passivos – Reconhecimento e Mensuração • Aula 5 – Patrimônio Líquido • Aula 6 – Receitas, Despesas, Ganhos e Perdas Organização da Aula Tópicos que serão abordados na aula Teoria da Contabilidade Breve História da Contabilidade Escolas do Pensamento Contábil Abordagens da Teoria Contábil Teoria Positiva x Teoria Normativa Teoria Contratual da Firma e Teoria da Agência Contextualização 2 “Uma teoria é um conjunto de constructos (conceitos), definições e proposições relacionadas entre si, que apresentam uma visão sistemática de fenômenos especificando relações entre variáveis, com a finalidade de explicar e prever fenômenos da realidade” (KERLINGER, 1991, p. 73). Mudanças com as Leis 11638/07 e 11.941/09 • Profissionais imbricados em um novo contexto • IFRS / CPC Surgem questões novas • Valor justo (fair value) • Intangível e goodwill • Contabilidade “principiológica” e de julgamento Em resposta a esses desafios, ressurgem dois conceitos: • subjetivismo responsável • primazia da essência sobre a forma Instrumentalização Evolução Histórica Contábil Primeiros registros são de aproximadamente 2.000 anos antes de Cristo Invenção da escrita Aritmética Propriedade privada 3 Moeda Comércio Crédito Capital Valor corporativo Começou a tomar corpo no século XIII, na Itália Século XV (1494) – obra de Frei Luca Pacioli Método das Partidas Dobradas A partir da obra de Pacioli, muitos e muitos tratadistas apareceram na Itália e em outros países, melhorando aqui e acolá um ou outro detalhe da obra do mestre Em 1840, Francesco Villa publica o primeiro tratado científico da Contabilidade Em 1891, Fabio Besta publica a obra tratando a Contabilidade como ciência do controle econômico Ascensão da escola inglesa, fato que ocorreu a partir da Revolução Industrial sucedida na Inglaterra Crise de 1929 nos Estados Unidos Escola europeia x americana: • ênfase no proprietário • autonomia patrimonial • exercícios sociais e continuidade • denominador comum monetário 4 E no Brasil? Em 1902 foi criada a Escola de Comércio Álvares Penteado Em 1946 foi criada a Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da USP com o curso de Ciências Contábeis Em 1964 o ensino da Contabilidade é adotado sob a égide norte-americana no Brasil, com influência do Prof. José da Costa Boucinhas Escolas do Pensamento Contábil Contismo Personalismo Controlismo Aziendalismo Patrimonialismo Século XXI: Neopatrimonialismo? Abordagens da Teoria Contábil Abordagem Ética Abordagem Comportamental Abordagem Sistêmica Teoria Normativa Teoria Positiva Teoria Contratual da Firma A empresa é um nexo de contratos Agentes econômicos são racionais e oportunistas Racionalidade limitada Contratos incompletos Renegociações Aproveitar-se de uma renegociação (oportunismo) Modelar uma estrutura de governança com a finalidade de minimizar condutas oportunistas por alguma das partes envolvidas nas transações 5 Teoria da Agência Agente principal Pode haver congruência ou conflitos Assimetria informacional Aplicação História e Evolução Contábil 1) Porque mesmo a Contabilidade tendo nascido na Itália, ela se desenvolveu e evoluiu mais nos países anglo-saxões? Teoria Contratual da Firma 2) O que caracteriza a Teoria Contratual da Firma? 3) O que é uma informação assimétrica? Teoria da Agência 4) O que preconiza a Teoria da Agência? 5) O que é um conflito de agência? Exemplifique. Síntese 6 Importância histórica da Contabilidade Evolução contábil: estágio atual Importância da pesquisa contábil Abordagens teóricas da Contabilidade Referências de Apoio LUZ, É. E. Teoria da Contabilidade. Curitiba: Intersaberes, 2015. 1 Teoria da Contabilidade Aula 2 Prof. Me. Flaviano Costa Organização da Aula Tópicos que serão abordados na aula Estrutura conceitual básica da contabilidade brasileira (CPC 0) Evidenciações contábeis Contextualização Estrutura Conceitual Contextualização CPC “zero” NBC-TG estrutura conceitual Demonstrações contábeis elaboradas dentro do que prescreve a estrutura conceitual objetivam fornecer informações que sejam úteis na tomada de decisões econômicas e avaliações por parte dos usuários em geral, não tendo o propósito de atender finalidade ou necessidade específica de determinados grupos de usuários Usuários da informação contábil: • Investidores • Empregados • Credores por empréstimos • Fornecedores • Clientes • Governo e suas agências • Público 2 Principais tomadas de decisões econômicas: • Decidir quando comprar, manter ou vender instrumentos patrimoniais • Avaliar a administração da entidade • Avaliar a capacidade de pagamento com os funcionários e credores • Determinar políticas tributárias • Lucros e dividendos Instrumentalização Postulados Contábeis Postulado da entidade Postulado da continuidade Destes advém todo o restante Pressupostos [Princípios] Contábeis Primazia da essência sobre a forma Competência Oportunidade Registro pelo valor original Características Qualitativas Contábeis Fundamentais: • Relevância Materialidade • Representação fidedigna 3 De melhoria: • Comparabilidade Consistência • Verificabilidade • Tempestividade • Compreensibilidade Questões Importantes Prudência foi retirada dos princípios contábeis por ser inconsistente com a neutralidade Accruals Elementos das Demonstrações Contábeis Patrimoniais: • Ativos • Passivos • Patrimônio líquido Desempenho: • Receitas e despesas Evidenciações Balanço patrimonial: • Posição patrimonial e financeira Demonstração de resultados: • Posição econômica Demonstração das mutações do patrimônio líquido Demonstração dos fluxos de caixa: • Direto • Indireto Demonstração do valor adicionado • Geração e distribuição da riqueza Notas explicativas 4 Aplicação Postulados 1.[Adaptado do Exame de Suficiência CRC]. Presume-se que a entidade não tem a intenção nem a necessidade de entrar em liquidação, nem reduzir materialmente a escala das suas operações; se tal intenção ou necessidade existir, as demonstrações contábeis têm que ser preparadas numa base diferente e, nesse caso, tal base deverá ser divulgada A afirmação tem por base o postulado da: a) Continuidade b) Oportunidade c) Prudência d) Relevância Pressupostos e Princípios 2.A característica prudência (conservadorismo) foi retirada da condição de aspecto da representação fidedigna por ser inconsistente com a neutralidade. Explique por que essas duas características qualitativas da informação contábil são inconsistentes entre si Características Qualitativas da Informação Contábil 3. [Adaptado do Exame de Suficiência CRC]. De acordo com a NBC TG Estrutura Conceitual, as características qualitativas se subdividem em característicasqualitativas fundamentais e características qualitativas de melhoria Não é considerada característica qualitativa de melhoria: a)Comparabilidade b)Compreensibilidade c)Conservadorismo d)Tempestividade 5 4. [Adaptado do Exame de Suficiência CRC]. De acordo com a NBC TG Estrutura Conceitual, para a informação contábil-financeira ser útil, ela precisa ter as seguintes características qualitativas fundamentais: a)Comparabilidade e valor justo b)Relevância e representação fidedigna c) Tempestividade e materialidade d)Verificabilidade e objetividade 5. [Adaptado do Exame de Suficiência CRC]. De acordo com a NBC TG Estrutura Conceitual, é condição necessária à caracterização de uma informação como relevante: a) Apresentar dados inéditos, não antecipados por outras fontes b) Privilegiar a essência sobre a forma, sem, no entanto, descuidar da característica qualitativa da prudência c) Ser capaz de fazer diferença nas decisões que possam ser tomadas pelos usuários d) Ser efetivamente utilizada por todos os usuários Síntese Estrutura conceitual básica Importância dos postulados, pressupostos e características qualitativas Evidenciações Todo esse arcabouço para ter uma informação útil e confiável para decisões 6 Referência de Apoio LUZ, Érico E. Teoria da Contabilidade. Curitiba: Intersaberes, 2015. 1 Teoria da Contabilidade Prof. Me. Flaviano Costa Aula 3 Organização da Aula Tópicos que serão abordados na aula Conceito de ativo Ativos circulantes Ativos não circulantes Reconhecimento e mensuração de ativos Contextualização Ativos “O ativo compreende, de forma simplificada, os bens e os direitos da entidade expressos em moeda.” (IUDÍCIBUS et al, 2006) Mas será que essa definição é adequada? • Tem algo que não é bem ou direito, mas é ativo? • Tem algo que não é ativo, mas é bem e direito? Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade 2 Logo, ativo está atrelado a: • recursos (diferente de bens + direitos) • controle • benefícios econômicos futuros Ao avaliar se um item se enquadra na definição de ativo, deve-se atentar para a sua essência subjacente e realidade econômica e não apenas para sua forma legal Instrumentalização Reconhecimento de Ativos Reconhecimento por meio de: • Benefícios econômicos futuros • Custo ou valor mensurado de forma confiável Subclassificação de Ativos Ativos circulantes Ativos não circulantes: • Ativo realizável em longo prazo • Investimentos • Imobilizado • Intangível Ativos Circulantes Espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido no decurso normal do ciclo operacional da entidade 3 Está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado Espera-se que seja realizado até doze meses após a data do balanço É caixa ou equivalente de caixa Ativos Não Circulantes –Imobilizado Direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens Formas de obtenção: • Aquisição de terceiros • Criação própria • Doação • Permuta • Comodato • Arrendamento mercantil • Integralização de capital Depreciação: • é a perda de valor dos bens pelo uso, desgaste, ou obsolescência Ativos Não Circulantes – Intangível Ativos sem substância física Necessitam de mensuração confiável para serem reconhecidos Exemplos: • Marcas e patentes, direitos autorais, goodwill Amortização é a alocação sistemática do valor amortizável de ativo intangível ao longo da sua vida útil. Todo ativo intangível deve ser amortizável? 4 Ativos Não Circulantes – Investimentos Cenários de Investimentos • Controle • Controle conjunto • Influência significativa • Pouca ou nenhuma influência Método da equivalência patrimonial: o conceito básico do método da equivalência patrimonial é fundamentado no fato de que os resultados sejam reconhecidos (contabilizados) na investidora no momento de sua geração na investida, independentemente de serem ou não distribuídos por esta Ativos Não Circulantes – Impairment Funciona também para os ativos circulantes Seu objetivo é assegurar que os ativos não estejam registrados contabilmente por um valor superior àquele passível de ser recuperado por uso ou por venda Mensuração de Ativos Valor justo de um ativo é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com ausência de fatores que pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação compulsória Aplicação Ativos 1) [Adaptado do Exame de Suficiência CRC] Conforme a NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, para que um recurso controlado por uma entidade atenda ao conceito de Ativo, é característica essencial a: 5 a) entrega ou promessa futura de entrega de caixa ou outros ativos financeiros para a aquisição. b) existência de documento que comprove o direito de propriedade da entidade. c) existência de substância física, material e corpórea, avaliada com base em documentação hábil. d) expectativa de geração de benefícios econômicos futuros para a entidade. 2) [Adaptado do Exame de Suficiência CRC] Classifique os métodos de avaliação do Ativo a seguir enumerados, como valor de entrada ou saída. a) Custo histórico b) Valor de liquidação c) Valor realizável líquido d) Custo corrente de reposição A sequência correta é: a) entrada, saída, entrada, entrada. b) entrada, saída, saída, entrada. c) saída, entrada, saída, entrada. d) saída, saída, saída, entrada. 3) A definição de ativo intangível requer que ele seja identificável, para diferenciá-lo do ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill). Contudo, o goodwill pode ser gerado internamente e externamente. (...) (...) Diferencie essas duas modalidades de goodwill, exemplifique-as e explique como eles são tratados contabilmente e o porquê do tratamento diferenciado. 6 Síntese Ativos são tratados como elementos centrais na teoria contábil Características essenciais: • controle • benefício econômico futuro Referências de Apoio LUZ, É. E. Teoria da Contabilidade. Curitiba: Intersaberes, 2015. 1 Teoria da Contabilidade Aula Interativa 3 Prof. Esp. Francisco Granatto 1 � O Conselho Federal de Contabilidade e o Comitê de Pronunciamentos contábeis são responsáveis pela elaboração das normas contábeis comumente aceitas. Sobre essas normas, julgue o item que se segue � De acordo com o princípio da competência, todas as variações patrimoniais devem ser registradas de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram Certo ou errado? Errado 2 � Art. 9o – O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento � Parágrafo único. O Princípioda Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas (redação dada pela Resolução CFC no 1282/10) � Art. 6o – O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas � Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação (redação dada pela Resolução CFC no 1.282/10) 2 � O princípio fundamental de contabilidade que estabelece que o reconhecimento das receitas deva ocorrer simultaneamente com o das despesas a ela correlacionadas denomina-se Princípio da: 3 A. Entidade B. Oportunidade C. Continuidade D. Competência E. Materialidade A. Entidade B. Oportunidade C. Continuidade D. Competência E. Materialidade � Art. 9o – O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento � Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas (redação dada pela Resolução CFC no 1.282/10) 3 � Quando, ao avaliar o estoque final de mercadorias, procuramos atender à recomendação “custo ou mercado, o que for menor”, estamos observando um princípio fundamental de contabilidade. Indique a seguir qual é esse princípio 4 A. Consistência B. Objetividade C. Oportunidade D. Materialidade E. Prudência A. Consistência B. Objetividade C. Oportunidade D. Materialidade E. Prudência 4 � A descrição “Pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância.” refere-se ao Princípio da: A. Competência B. Continuidade C. Entidade D. Oportunidade A. Competência B. Continuidade C. Entidade D. Oportunidade 5 5 � Em 22/12/2011, uma sociedade efetuou uma exportação de mercadorias, no valor de U$470.000,00, com recebimento previsto para 15 dias. Na data da transação, o valor da venda correspondia a R$900.000,00 � Considerando que o valor a receber da empresa varia de acordo com a cotação da moeda americana e, considerando, ainda, os Princípios de Contabilidade estabelecidos na Resolução 750/93 e alterações posteriores, é correto afirmar que o valor a receber: A. na data da transação será registrado pelo seu valor histórico e a diferença na variação da moeda deverá ser reconhecida no resultado somente na data da liquidação da operação com o recebimento do valor alterado A. na data da transação será registrado pelo seu valor histórico e a diferença na variação da moeda deverá ser reconhecida no resultado somente na data da liquidação da operação com o recebimento do valor alterado B. na data da transação deverá ser registrado, considerando a previsão da taxa de câmbio na data da liquidação e, dessa forma, se houver uma previsão na redução da taxa de câmbio a receita da venda a ser reconhecida será reduzida por esta variação 6 B. na data da transação deverá ser registrado, considerando a previsão da taxa de câmbio na data da liquidação e, dessa forma, se houver uma previsão na redução da taxa de câmbio a receita da venda a ser reconhecida será reduzida por esta variação C. deverá refletir os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional, devendo ser reconhecidos nos registros contábeis o ajuste em decorrência da alteração na taxa de câmbio de acordo com Princípio da Competência C. deverá refletir os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional, devendo ser reconhecidos nos registros contábeis o ajuste em decorrência da alteração na taxa de câmbio de acordo com Princípio da Competência D. deverá refletir os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda estrangeira, devendo ser reconhecidos nos registros contábeis o ajuste em decorrência da alteração na taxa de câmbio de acordo com Regime de Caixa D. deverá refletir os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda estrangeira, devendo ser reconhecidos nos registros contábeis o ajuste em decorrência da alteração na taxa de câmbio de acordo com Regime de Caixa 1 Teoria da Contabilidade Prof. Me. Flaviano Costa Aula 4 Organização da Aula Tópicos que serão abordados na aula: • Conceito de Passivo • Passivos Circulantes • Passivos Não Circulantes • Reconhecimento e Mensuração de Passivos • Provisões • Passivos Contingentes • Reconhecimento e Mensuração de Provisões e Passivos Contingentes Contextualização Passivos Contextualização • Obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos • Como falamos anteriormente, toda teoria contábil está atrelada ao conceito de ativo • Inclusive a definição de passivo 2 Provisões Contextualização • São passivos de prazo ou de valor incerto • Importante: Não pode haver provisões no ativo Instrumentalização Reconhecimento de Passivos Quando for provável que uma saída de recursos detentores de benefícios econômicos seja exigida em liquidação de obrigação presente Valor pelo qual essa liquidação se dará se puder ser mensurado com confiabilidade Subclassificação de Passivos Passivos Circulantes Passivos Não Circulantes • E o Patrimônio Líquido, ele é um Passivo? Passivos Circulantes Espera-se que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da entidade Mantido para finalidade de ser negociado Liquidado em até 12 meses após a data do balanço Entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do passivo durante pelo menos 12 meses após a data do balanço 3 Passivos • Fornecedores • Obrigações fiscais • Outras obrigações • IR e CS a pagar • Empréstimos e financiamentos • Debêntures e outros títulos de dívida • Provisões Circulante • Empréstimos e financiamentos • Debêntures e outros títulos de dívida • Retenções contratuais • IR e CS diferidos • Resgate de partes beneficiárias • Provisão para riscos fiscais e outros passivos contingentes • Provisão para benefícios a empregados • Programa de recuperação fiscal – REFIS Não Circulante Avaliação de Passivos Obrigações, encargos e risco conhecidos ou calculáveis: computados pelo valor atualizado até a data do balanço Obrigação em moeda estrangeira: convertidos pela taxa cambial em vigor na data do balanço Obrigações, encargos e risco classificados no PNC: ajuste a valor presente Principais Passivos: Fornecedores Contabilização em função da data de transmissão do direito de propriedade Separação entre nacionais e estrangeiros Compras no exterior: o valor do passivo = valor fatura x taxa de câmbio na data de transmissão da propriedade das mercadorias • Importante: Para as obrigações em moeda estrangeira, a dívida deve ser atualizada com base na taxa cambial na data do balanço e a variação cambial é considerada como despesa 4 Principais Passivos: Empréstimos eFinanciamentos Obrigações da empresa junto a instituições financeiras Registros: à medida que os recursos são recebidos pela empresa – data do contrato Qual a diferença entre empréstimo e financiamento? Qual a diferença entre juros e correção monetária? Principais Passivos: Empréstimos e Financiamentos (Composição) Passivo Circulante Passivo Não Circulante Parcela a curto prazo dos empréstimos e financiamentos Financiamentos bancários a CP: • desconto de duplicatas • desconto de notas promissórias Títulos a pagar Custos a amortizar (conta devedora) Encargos financeiros a transcorrer (conta devedora) Juros a pagar de empréstimos e financiamentos Empréstimos e financiamentos a LP: • em moeda nacional • em moeda estrangeira Títulos a pagar Custos a amortizar (conta devedora) Encargos financeiros a transcorrer (conta devedora) Juros a pagar de empréstimos e financiamentos Provisões Podem ser: • Legais – derivadas de lei; contrato (formalizadas) • não formalizadas – entidade indica a terceiros que aceitará responsabilidades (por meio de práticas passadas, políticas divulgadas, declarações) e cria expectativa É necessário haver reavaliação das provisões a cada data do balanço, devendo ser ajustadas para refletir a melhor estimativa Se não for mais provável a saída de recursos, a provisão deve ser revertida 5 • Para garantias de produtos, mercadorias e serviços • Para riscos fiscais, trabalhistas e cíveis • Para reestruturação • Para danos ambientais causados pela entidade • Para compensações ou penalidades por quebra de contratos • Obrigação por retirada de serviço de ativos de longo prazo • Para benefícios a empregados • Para contratos de construção Alguns exemplos: Passivos Contingentes Sua existência depende de um ou mais eventos futuros, o(s) qual(is) não esteja(m) sob controle da instituição Também devem ser reavaliados de forma periódica Provisões X Passivos Contingentes Obrigação Presente Provável? Sim Mensurável por estimativa confiável? Sim Provisão + Notas Explicativas Não Notas Explicativas Não Possível ou Remota? Possível Notas Explicativas Remota Não divulga Accrual Accruals: não existe grau de incerteza relevante, por isso difere da provisão. Já são caracterizados como passivos Exemplos de accruals: • férias • 13º salário Provisões (Mensuração) Valor reconhecido: melhor estimativa do desembolso exigido para liquidar a obrigação presente na data do balanço São determinadas por: • julgamento da administração da entidade • experiência de transações semelhantes • relatórios de peritos independentes 6 Aplicação Passivos (Adaptado do Exame de Suficiência CRC) Em relação ao Passivo, analise as proposições abaixo e, após, assinale a alternativa correta. I. Passivos podem decorrer de obrigações formais ou legalmente exigíveis. II. Existem obrigações que atendem ao conceito de passivo, mas não são reconhecidas por não ser possível mensurá-las de forma confiável. III.A extinção de um passivo pode ocorrer mediante a prestação de serviços. • Está(ão) correto(s) o(s) item(ns): a) I, II e III. b) I e II, apenas. c) II e III, apenas. d) III, apenas. Provisão e Passivo Contingente A Cia XPTO possui provisões para riscos trabalhistas, fiscais e cíveis. Com base na opinião dos seus advogados, em 31.12.X1, os processos possuíam as seguintes probabilidades de ocorrência: • Calcule o valor da Provisão e o valor do Passivo Contingente. Processos Desembolso Probabilidade de Ocorrência A R$ 80.000,00 Provável B R$ 200.000,00 Possível C R$ 1.000.000,00 Remota D R$ 60.000,00 Provável E R$ 400.000,00 Remota F R$ 250.000,00 Provável 7 Os processos A, D e F constituem uma obrigação presente provável; portanto, devem ser provisionados e detalhados em notas explicativas (390.000). O processo B tem uma probabilidade de ocorrência possível; portanto, deve ser detalhado em notas explicativas (200.000). Os processos C e E têm uma probabilidade de ocorrência remota; portanto, não precisam ser divulgados. Síntese Passivos são obrigações presentes, certas e líquidas Provisões são passivos com valores ou prazos incertos Passivo Contingente e Accrual Referência de Apoio LUZ, Érico E. Teoria da Contabilidade. Curitiba: Intersaberes, 2015. 1 Teoria da Contabilidade Prof. Me. Flaviano Costa Aula 5 Organização da Aula � Tópicos que serão abordados na aula • Conceito • Constituição • Reconhecimento • Mensuração do PL Contextualização Patrimônio Líquido � É o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos � É o valor contábil pertencente aos acionistas � As mudanças no PL são todas definidas em termos de mudanças em ativos e passivos � O elemento que dá equilíbrio ao Balanço Patrimonial é o Patrimônio Líquido 2 Instrumentalização Constituição � Capital Social � Reservas de Capital � Ajustes de Avaliação Patrimonial � Reservas de Lucros � Ações em Tesouraria � Prejuízos Acumulados Capital Social � Investimento realizado na empresa pelos proprietários � Pode incluir parte do lucro e outras reservas � PL < 0 = Capital Social corroído pelos prejuízos � Nomenclaturas • Autorizado • Subscrito • Integralizado • Realizado � Exemplo: Patrimônio Líquido R$ Capital Autorizado 6.000 (–) Capital a Subscrever (2.000) Capital Subscrito 4.000 (–) Capital a Integralizar (3.600) Capital Realizado 400 Reservas de Capital � Valores recebidos pela firma e que não transitam pelo resultado, como receitas, por se referirem a valores destinados a reforço de seu capital, sem terem como contrapartida qualquer esforço da empresa em termos de entrega de bens ou de prestação de serviços 3 � Ágio na emissão de ações � Reserva especial de ágio na incorporação � Alienação de partes beneficiárias � Alienação de bônus de subscrição � Adiantamento para futuro aumento de capital � Destinação • Absorver prejuízos • Incorporação ao capital • Resgate, reembolso ou compra de ações • Resgate de partes beneficiárias • Pagamento de dividendos cumulativos e ações preferenciais Ajuste de Avaliação Patrimonial � Recebe as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo e do passivo, em decorrência de sua avaliação a valor justo, enquanto não computados no resultado do exercício Reservas de Lucros � Reservas de lucros são as contas de reservas constituídas pela apropriação de lucros da companhia � O prejuízo do exercício será obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva de capital, nessa ordem � O saldo das reservas de lucros, exceto as para contingências, de incentivos fiscais e de lucros a realizar, não poderá ultrapassar o capital social � Atingindo esse limite, a assembleia deliberará sobre aplicação do excesso na integralização ou no aumento do capital social ou na distribuição de dividendos � Reserva Legal � Reserva Estatutária � Reserva para Contingências � Reserva de Lucros a Realizar � Reserva de Lucros para Expansão � Reserva de Incentivos Fiscais � Reserva Especial para Dividendo Obrigatório Não Distribuído 4 Reserva Legal � Tem o objetivo de proteger o credor � 5% do lucro líquido do exercício até alcançar 20% do capital social realizado � A companhia pode deixar de registrá-la se, somando a reserva legal às reservasde capital, o valor ultrapassar 30% do capital social Reserva Estatutária � O estatuto poderá criar reservas desde que: • indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade • fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos que serão destinados à sua constituição • estabeleça o limite máximo da reserva Reserva para Contingências � Tem o objetivo de segregar uma parcela de lucros, inclusive com a finalidade de não distribuí- -la como dividendo, correspondente a prováveis perdas extraordinárias futuras, que acarretarão diminuição dos lucros (ou até surgimento de prejuízos) em exercícios futuros X Provisão para Riscos Fiscais e Outras Contingências Reserva para Contingência � Fato não incorrido � Não afeta o resultado do exercício � Fato incorrido � Influencia o resultado do exercício 5 Reserva Especial para Dividendo Obrigatório Não Distribuído � Deverá ser constituída quando houver dividendo obrigatório a distribuir, mas sem condições financeiras para o pagamento � O dividendo deixa de ser pago no referido exercício e é apropriado à Reserva Especial para Dividendo Obrigatório Não Distribuído Dividendos � É a remuneração do capital próprio � Montante do lucro que se divide pelo número de ações � Regulado pelo estatuto social em consonância com a Lei das S.A. � Dividendos partem do princípio da integridade do capital social 1.Sócio investe 2.Empresa tem resultado econômico positivo 3.Sócio recebe sua remuneração por ter investido capital Aplicação Reservas de Capital � Uma empresa possui 5.000 ações com valor nominal de R$ 1,00 por ação. Vendeu mais 2.000 ações no mercado pelo valor unitário de R$ 1,80. Como deve-se contabilizar essa transação? 6 � Capital Social: 5.000 x 1,00 = R$ 5.000,00 � Venda de ações: 2.000 x 1,00 = R$ 2.000,00 [Capital Social] � 2.000 x 0,80 = 1.600,00 [Reserva de Capital] � D – Caixa ................ 3.600,00 � C – Capital Social ..... 2.000,00 � C – Ágio na Emissão .. 1.600,00 • Ações Reserva de Capital Reserva Legal Patrimônio Líquido Ano 1 Capital Social 150.000 Reserva de Capital 20.000 Reserva Legal 20.000 Lucro Líquido do Exercício 100.000 Reserva Legal Calculada no Período (5%) 5.000 Reserva Legal Constituída no Período 5.000 Limites 1 – 20% do Capital Social 30.000 2 – Reserva Legal + Reserva de Capital 40.000 30% do Capital Social 45.000 Obrigatória Ano 2 150.000 20.000 25.000 110.000 5.500 5.000 30.000 45.000 45.000 Facultativa Ano 3 150.000 10.000 30.000 115.000 5.750 0 30.000 40.000 45.000 Proibida Síntese � Patrimônio Líquido � Reservas � Reservas de Reavaliação � Lucros Acumulados Referência de Apoio � LUZ, Érico E. Teoria da Contabilidade. Curitiba: Intersaberes, 2015. 1 Teoria da Contabilidade Aula 6 Prof. Me. Flaviano Costa Organização da Aula Tópicos que serão abordados na aula � Conceitos � Receitas e despesas � Ganhos e perdas � Reconhecimento � Mensuração Contextualização Contas de Desempenho � Antigamente chamávamos de contas de resultado � Agora são contas de desempenho: • receitas • despesas � Têm sua origem no início dos exercícios econômicos e são encerradas ao término deles � Ao contrário das contas patrimoniais, não estão no Balanço Patrimonial, e sim na Demonstração de Resultados � Importante salientar que não chama-se mais de DRE – Demonstração do Resultado do Exercício, visto que detalha também o Resultado Abrangente � Então utiliza-se somente DR 2 Instrumentalização Receita: Conceito Amplo � Produto gerado por uma empresa � Mensurada em termos de preços correntes de troca � Reconhecida após um evento crítico, ou assim que a maior parte do processo de venda tenha sido concluída � Os ganhos distinguem-se das receitas por serem periféricos às atividades da empresa (HENDRIKSEN e VAN BREDA, 1999) Receitas: Natureza � Quanto à natureza das receitas, há definições diferenciadas: • alguns autores definem receitas a partir dos efeitos destas no patrimônio ou ativo líquido • outros autores defendem a ideia de que as receitas estão relacionadas à entrega de bens e serviços aos clientes Receita como Produto da Empresa � “Receita de uma empresa durante um período de tempo representa a mensuração do valor de troca dos produtos (bens ou serviços) durante aquele período.” (SPROUSE; MOONITZ, 1962 apud IUDÍCIBUS, p. 164) 3 � Não condiciona a receita aos elementos patrimoniais (ATIVO e PASSIVO + PL) Receita pelos Efeitos Patrimoniais � “Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil, sob a forma da entrada de recursos ou do (...) (...) aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultam em aumentos do patrimônio líquido, e que não estejam relacionados com a contribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais” (CPC – Pronunciamento Conceitual Básico – R1) Duas definições, por quê? � “Receita é o ingresso bruto de benefícios econômicos durante o período proveniente das atividades ordinárias da entidade que resultam no aumento do seu patrimônio líquido, exceto as contribuições dos proprietários.” (CPC 30 – Receitas) � Tal definição parece uma tentativa de abranger as duas naturezas aqui discutidas Reconhecimento das Receitas � Transferência de riscos e benefícios � Não manter envolvimento continuado na gestão dos bens vendidos 4 � O valor da receita pode ser confiavelmente mensurado � Provável recebimento de benefícios econômicos � Despesas associadas à transação podem ser confiavelmente mensuradas � O ponto usual de reconhecimento da receita é o ponto em que os produtos ou serviços são transferidos ao cliente, porque: • nesse ponto, usualmente, a maior parte do esforço para obter a receita já foi desenvolvida • o ponto de transferência do produto é o ponto ideal para a obtenção do valor de mercado para a transação • nesse ponto, normalmente se conhece todos os custos e despesas associadas a essa receita, mesmo que o desembolso ocorra em períodos posteriores � A teoria aceita casos em que a receita é reconhecida antes ou após o ponto de transferência: • receitas que acrescem em proporção direta ao decurso do tempo • receitas por valorização dos estoques • produtos ou serviços de longo prazo de maturação • receitas reconhecidas após o ponto de venda Mensuração das Receitas � O montante da receita proveniente de uma transação é geralmente acordado entre a entidade e o comprador ou usuário do ativo e é (...) 5 (...) mensurado pelo valor justo da contraprestação recebida, deduzida de quaisquer descontos comerciais e/ou bonificações concedidos pela entidade ao comprador Despesas: Conceito Amplo � Produto de custos assumidos para gerar receitas � Devem ser reconhecidos no mesmo momento em que as receitas que geram � Pela dificuldade de associação entre receitas e despesas algumas regras relativamente arbitrárias são criadas � São mensuradas tanto em termos históricos quanto em valores correntes de troca � As perdas são periféricas às atividades da empresa (HENDRIKSEN e VAN BREDA, 1999) Despesas � Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil, sob a forma da saída de recursos ou da redução de ativos ou assunção de passivos, (...) (...) que resultam em decréscimo do patrimônio líquido, e que não estejam relacionados com distribuiçõesaos detentores dos instrumentos patrimoniais 6 � As despesas devem ser reconhecidas na demonstração do resultado com base em dois momentos: Vinculação com as receitas Enfoque de ativos e passivos Despesas: Vinculação com as Receitas � As despesas devem ser reconhecidas na demonstração do resultado com base na associação direta entre elas e os itens correspondentes de receita Receitas DespesasX Regime de competência Despesas: Enfoque de Ativos e Passivos � A despesa deve ser reconhecida imediatamente na demonstração do resultado quando o gasto não produzir benefícios econômicos futuros ou quando, e na (...) (...) extensão em que, os benefícios econômicos futuros não se qualificarem, ou deixarem de se qualificar, para reconhecimento no balanço patrimonial como ativo � “Os contadores, todavia, tendem a ativar indevidamente gastos quando antes deles o resultado da empresa já era negativo ou no caso de ficar negativo ao serem considerados como despesa certos gastos.” (IUDÍCIBUS, 2006) 7 Mensuração das Despesas � As medidas mais comuns de despesas são: • custo histórico • medidas correntes, tais como o custo de reposição • custos de oportunidade de equivalentes correntes de caixa Ganhos � “Especificamente, um ganho representa um resultado líquido favorável resultante de transações ou eventos não relacionados às operações normais do empreendimento.” (IUDÍCIBUS, 2006, p. 175) Perdas � “Trata-se do efeito líquido desfavorável que não surge das operações normais do empreendimento.” (IUDÍCIBUS, 2006, p. 175) Aplicação Ganhos e Perdas � Uma máquina registrada contabilmente pelo custo de aquisição de R$ 70.000,00 e possuía uma depreciação acumulada de R$ 24.000,00 foi vendida por R$ 52.000,00 � Esta operação gerou ganho ou perda para a empresa? � Custo de Aquisição: 70.000,00 � (–) Depreciação Acumulada: 24.000,00 � (=) Valor Contábil: 46.000,00 8 � Valor de Venda: 52.000,00 � (–) Valor Contábil: 46.000,00 � (=) Ganho: 6.000,00 Síntese � Receitas � Despesas � Ganhos � Perdas Referências de Apoio � LUZ, Érico E. Teoria da Contabilidade. Curitiba: Intersaberes, 2015. 1 Aula Interativa 6 Prof. Esp. Francisco Granatto Teoria da Contabilidade Ativo e Passivo Ativo CPC 00 Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-financeiro 4.8 � O benefício econômico futuro incorporado a um ativo é o seu potencial em contribuir, direta ou indiretamente, para o fluxo de caixa ou equivalentes de caixa para a entidade � Tal potencial pode ser produtivo, quando o recurso for parte integrante das atividades operacionais da entidade 2 � Pode também ter a forma de conversibilidade em caixa ou equivalentes de caixa, ou pode ainda ser capaz de reduzir as saídas de caixa, como no caso de processo industrial alternativo que reduza os custos de produção 4.9 � A entidade geralmente emprega os seus ativos na produção de bens ou na prestação de serviços, capazes de satisfazer os desejos e as necessidades dos consumidores � Tendo em vista que esses bens ou serviços podem satisfazer esses desejos ou necessidades, os consumidores se predispõem a pagar por eles e a contribuir assim para o fluxo de caixa da entidade � O caixa por si só rende serviços para a entidade, visto que exerce um comando sobre os demais recursos 4.10 � Os benefícios econômicos futuros incorporados a um ativo podem fluir para a entidade de diversas maneiras. Por exemplo, o ativo pode ser: a) usado isoladamente ou em conjunto com outros ativos na produção de bens ou na prestação de serviços a serem vendidos pela entidade 3 b) trocado por outros ativos c) usado para liquidar um passivo d) distribuído aos proprietários da entidade 4.11 � Muitos ativos, por exemplo, itens do imobilizado, têm forma física. Entretanto, a forma física não é essencial para a existência de ativo � Assim sendo, as patentes e os direitos autorais são considerados ativos, caso deles sejam esperados que benefícios econômicos futuros fluam para a entidade e caso eles sejam por ela controlados 4.12 � Muitos ativos, como contas a receber e imóveis, estão associados a direitos legais, incluindo o direito de propriedade. Ao determinar a existência do ativo, o direito de propriedade não é essencial � Assim, um imóvel objeto de arrendamento mercantil será um ativo, caso a entidade controle os benefícios econômicos que são esperados que fluam da propriedade � Embora a capacidade de a entidade controlar os benefícios econômicos normalmente resulte da existência de direitos legais, o item pode, contudo, satisfazer à definição de ativo, mesmo quando não houver controle legal 4 � Por exemplo, o conhecimento (know-how) obtido por meio da atividade de desenvolvimento de produto pode satisfazer à definição de ativo quando, mantendo esse conhecimento em segredo, a entidade controlar os benefícios econômicos que são esperados que fluam desse ativo 4.13 � Os ativos da entidade resultam de transações passadas ou de outros eventos passados. As entidades normalmente obtêm ativos por meio de sua compra ou produção, mas outras transações ou eventos podem gerar ativos � Por exemplo, um imóvel recebido de ente governamental como parte de programa para fomentar o crescimento econômico de dada região ou a descoberta de jazidas minerais � Transações ou eventos previstos para ocorrer no futuro não dão origem, por si só, ao surgimento de ativos. Desse modo, por exemplo, a intenção de adquirir estoques não atende, por si só, a definição de ativo 4.14 � Há uma forte associação entre incorrer em gastos e gerar ativos, mas ambas as atividades não são necessariamente indissociáveis � Assim, o fato de a entidade ter incorrido em gasto pode fornecer uma evidência de busca por futuros benefícios econômicos, mas não é prova conclusiva de que um item que satisfaça à definição de ativo tenha sido obtido 5 � De modo análogo, a ausência de gasto relacionado não impede que um item satisfaça à definição de ativo e se qualifique para reconhecimento no balanço patrimonial. Por exemplo, itens que foram doados à entidade podem satisfazer à definição de ativo Passivo 4.15 � Uma característica essencial para a existência de passivo é que a entidade tenha uma obrigação presente. Uma obrigação é um dever ou responsabilidade de agir ou de desempenhar uma dada tarefa de certa maneira � As obrigações podem ser legalmente exigíveis em consequência de contrato ou de exigências estatutárias. Esse é normalmente o caso das contas a pagar por bens e serviços recebidos � Entretanto, obrigações surgem também de práticas usuais do negócio, de usos e costumes e do desejo de manter boas relações comerciais ou agir de maneira equitativa � Desse modo, se, por exemplo, a entidade que decida, por questão de política mercadológica ou de imagem, retificar defeitos em seus produtos, mesmo quando tais defeitos tenham se tornado conhecidos depois da expiração do período da garantia, as importâncias que espera gastar com os produtos já vendidos constituem passivos 6 4.16 � Deve-se fazer uma distinção entre obrigação presente e compromisso futuro. A decisão da administração de uma entidade para adquirir ativos nofuturo não dá origem, por si só, a uma obrigação presente � A obrigação normalmente surge somente quando um ativo é entregue ou a entidade ingressa em acordo irrevogável para adquirir o ativo. (...) (...) Nesse último caso, a natureza irrevogável do acordo significa que as consequências econômicas de deixar de cumprir a obrigação, como em função da existência de penalidade contratual significativa, deixam a entidade com pouca, caso haja alguma, liberdade para evitar o desembolso de recursos em favor da outra parte 4.17 � A liquidação de uma obrigação presente geralmente implica a utilização, pela entidade, de recursos incorporados de benefícios econômicos, a fim de satisfazer a demanda da outra parte. A liquidação de uma obrigação presente pode ocorrer de diversas maneiras, como por meio de: a) pagamento em caixa b) transferência de outros ativos c) prestação de serviços d) substituição da obrigação por outra e) conversão da obrigação em item do patrimônio líquido � A obrigação pode também ser extinta por outros meios, tais como pela renúncia do credor ou pela perda dos seus direitos 7 4.18 � Passivos resultam de transações ou outros eventos passados. Assim, a aquisição de bens e o uso de serviços dão origem a contas a pagar (a não ser que pagos adiantadamente ou na entrega) e o recebimento de empréstimo bancário resulta na obrigação de honrá-lo no vencimento � A entidade também pode ter a necessidade de reconhecer como passivo os futuros abatimentos baseados no volume das compras anuais dos clientes. Nesse caso, a venda de bens no passado é a transação que dá origem ao passivo 4.19 � Alguns passivos somente podem ser mensurados por meio do emprego de significativo grau de estimativa. No Brasil, denominam-se esses passivos de provisões � A definição de passivo constante do item 4.4 segue uma abordagem ampla. Desse modo, caso a provisão envolva uma obrigação presente e satisfaça os demais critérios da definição, ela é um passivo, ainda que seu montante tenha que ser estimado � Exemplos concretos incluem provisões para pagamentos a serem feitos para satisfazer acordos com garantias em vigor e provisões para fazer diante de obrigações de aposentadoria Questão � Conforme a NBG TG Estrutura Conceitual — Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, para que um recurso controlado por uma entidade atenda ao conceito de ativo, é característica essencial a: 8 a) Entrega ou promessa futura de entrega de caixa ou outros ativos financeiros para a aquisição b) Existência de documento que comprove o direito de propriedade da entidade c) Existência de substância física, material e corpórea, avaliada com base em documentação hábil d) Expectativa de geração de benefícios econômicos futuros para a entidade � Os elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição patrimonial e financeira são os ativos, os passivos e o patrimônio líquido. Estes são definidos como segue: a) Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade Site para consulta � Comitê de Pronunciamentos Contábeis — Pronunciamento Conceitual Básico (R1). Disponível em: <http://static.cpc.mediagroup.c om.br/Documentos/147_CPC00_ R1.pdf>.
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