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1 Administração Estratégica Orientada para Resultados em um Município de Minas Gerais: a Busca pela Excelência na Administração Pública Municipal Autoria: Vânia Aparecida Rezende de Oliveira, Bruno Alves Ramos Resumo Nas últimas décadas a administração pública, sob a ótica de diversas economias, sinaliza certa decadência e a necessidade de mudanças na estruturação do Estado Moderno. No contexto brasileiro essa mudança foi marcada por planos governamentais visando modernizar a administração pública, dentro desse debate a literatura versa as dificuldades de um Estado que teve seu processo de evolução marcado pelo patrimonialismo. No bojo dessa discussão o papel do Estado é questionado e novas posturas de gestão surgem em busca de novos paradigmas. Uma nova visão de administração com enfoque estratégico se delineia como um caminho possível de desenvolvimento da administração pública, apesar das críticas, a reforma gerencialista proposta nos anos 1990 gerou mudanças significativas. Concomitantemente a este debate a descentralização e o enfoque municipal ganham força na busca de um desenvolvimento da gestão pública. Considerando a importância do âmbito municipal brasileiro e a emergência de novas estratégias na administração pública, este ensaio visa investigar na cidade de Lavras em Minas Gerais a implantação do programa “Gestão Estratégica Orientada para Resultados na Prefeitura de Lavras”. O projeto municipal tem como objetivo primordial atender às necessidades da sociedade buscando capacitar os servidores para que os mesmos contribuam para que a prefeitura exerça o seu papel com mais eficiência e profissionalismo. A pesquisa em seu primeiro momento tem uma abordagem qualitativa tendo o estudo de caso como uma modalidade de análise, além de contar como o suporte da pesquisa bibliográfica. A revisão teórica buscou abordar o pensamento estratégico clássico e sua evolução enfocando sua transposição do setor privado para o setor público, além propor uma reflexão teórica envolvendo a administração pública municipal. Sem a pretensão de apresentar respostas definitivas sobre a temática discutida o trabalho buscou contribuir para o desenvolvimento do debate no âmbito da administração pública municipal, como resultados prévios pode-se afirmar que é evidente a importância e necessidade que os gestores municipais possuem de utilizarem técnicas de planejamento estratégico. No entanto, a busca por uma gestão mais profissionalizada e voltada para resultados mostra limitações, o gerencialismo e sua visão instrumental devem ser vistos como fatores que auxiliam a gestão pública e sua modernização, mas não pode ser responsabilizado e apontado como a “solução para todos os males” vividos pelo setor público. A formação do Estado brasileiro e todas suas dificuldades não podem ser considerados entraves impossíveis de serem rompidos em busca de uma excelência organizacional, é preciso que uma nova visão de desenvolvimento supere os ultrapassados debates que atribuem todos os problemas brasileiros à sua história e herança colonial, pensar em uma sociedade justa e desenvolvida requer muito mais que simples práticas gerenciais, requer um esforço conjunto para que todas as áreas envolvidas e responsáveis pelos âmbitos de gestão de pública, sejam eles quais forem, reúnam forças e atitudes em ações que identifiquem de fato a gênese dos problemas sociais. 2 1 Introdução A administração pública sob a ótica de diversas economias sinaliza, desde os anos de 1980, certa decadência, especificamente na década de 1990 houve um grande debate mundial acerca da modernização do Estado Moderno, no Brasil essa mudança é incorporada pelo governo Fernando Henrique Cardoso onde o um Plano Diretor foi elaborado e implantado com intuito de subsidiar a discussão e esforços no visando modernizar a administração pública. Essa estratégia trazia para o contexto brasileiro o modelo gerencial de administração pública que já vinha sendo implantado em vários países do mundo. No contexto da administração pública brasileira a literatura sinaliza a composição de um Estado que teve seu processo de evolução marcado por práticas institucionais que o denominaram como uma grande instituição garantidora dos privilégios sociais e econômicos de uma elite rural e aristocrática. A emergência de uma nova postura política é uma conquista considerada recente, a sociedade civil iniciou uma luta social nos anos de 1970 que culminou na Constituição de 1988, fato que abriu novas perspectivas para uma consolidação democrática. A era Fernando Henrique Cardoso foi o início da tentativa de buscar no setor privado mecanismos de gestão que auxiliassem o melhoramento das formas de gestão pública, relembrando que se tratava de um grande desafio estruturar um contexto marcado por práticas patrimonialistas herdadas pelo processo de formação e desenvolvimento do Estado. A partir desse momento histórico várias formas de democratização surgiram e estimularam movimentos que passaram a exigir dos agentes públicos uma nova postura que privilegiasse a cidadania. A sociedade, até então, marginalizada da vida política, modifica sua postura e passa a ter um papel com certo destaque na vida política. Pensando contemporaneamente, as grandes transformações na sociedade originadas pela abertura mundial, sejam elas tecnológica, social, cultural, política ou econômica culminou em uma mudança de comportamento e uma necessidade crescente de reorganização, seja ela no âmbito privado ou público. As pressões impostas pelo dinamismo atual exigiram das instituições uma nova postura onde uma visão estratégica poderia ser crucial e desafiante para se pensar em desenvolvimento. No bojo dessa discussão o papel do Estado é colocado em xeque, uma nova identidade é cobrada para que um cenário propício seja criado para uma adequação do poder público frente à realidade que se desenha. A visão estratégica esperada no novo papel do Estado é versada pela literatura que defende a interdisciplinaridade dentro da administração pública. No entanto, ao se pensar na evolução do pensamento estratégico uma diversidade conceitual é apresentada demonstrando uma divergência literária sobre os conceitos que cerceiam esse tema, fato pode causar uma fragmentação de idéias dentro deste campo. Historicamente é constatada uma mudança dentro da administração, seja ela privada ou pública, mudança que privilegiou uma abordagem voltada ao planejamento estratégico. O posicionamento estratégico passou a ser visto com uma abrangência maior, um modelo de gestão que teria condições de pressupor a existência de variáveis ambientais externas e internas, pontos fracos e pontos fortes que permitiriam um suporte para estruturar modelos de gestão. Em épocas recentes o planejamento estratégico voltado para a administração pública ganhou força na tentativa de buscar resultados para o setor público, dentro do contexto brasileiro a década de 70 é marcada como um período onde o Estado sofreu pressões para assumir um novo papel perante a sociedade, a Constituição promulgada na década seguinte marca o início de um avanço e evolução da administração pública brasileira, a reforma gerencialista proposta nos anos seguintes gera mudanças significativas na gestão pública que até então havia tido poucas reformas que realmente mudaram o contexto dominado pelo patrimonialismo, característico do país. Ainda hoje o modelo gerencial sofre duras críticas 3 sendo acusado de ser limitado para enfrentar as novas demandas dos cidadãos, no entanto, deve-se ressaltar seu mérito e caracteriza-lo como um primeiro momento na tentativa de profissionalizar a administração pública do país. Esse período marcado por profundas mudanças trouxe a tona a discussão sobre a descentralização, a atual Constituição garantiu aos municípios autonomia política e administrativa. Os municípios passaram a ser considerados co-parceiros na distribuição/HRV (Za stvaranje Adobe PDF dokumenata najpogodnijih za visokokvalitetni ispis prije tiskanja koristite ove postavke. Stvoreni PDF dokumenti mogu se otvoriti Acrobat i Adobe Reader 5.0 i kasnijim verzijama.) /HUN /ITA /JPN /KOR /LTH /LVI /NLD (Gebruik deze instellingen om Adobe PDF-documenten te maken die zijn geoptimaliseerd voor prepress-afdrukken van hoge kwaliteit. 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A configuração geográfica do Brasil ressalta a importância do pequeno município no país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) o Brasil atualmente é composto por 5.564 municípios sendo que mais de 70% deles possuí uma população estimada em 20.000 habitantes, perante estes dados as pesquisas academicamente realizadas dentro do âmbito municipal são cruciais para que a administração pública brasileira se consolide como um processo participativo e democrático onde uma nova cultura política seja desenvolvida, utilizando a interdisciplinaridade (como demonstrado neste artigo) para que seja possível uma articulação governamental e social considerando as inúmeras diversidades territoriais que um país tão singular como o Brasil oferece. Diante do exposto o presente estudo visa investigar no âmbito publico municipal da cidade de Lavras no estado de Minas Gerais a implantação do programa “Gestão Estratégica Orientada para Resultados na Prefeitura de Lavras”. O projeto tem como objetivo primordial atender às necessidades da sociedade buscando capacitar os servidores para que os mesmos contribuam para que a prefeitura exerça o seu papel com mais eficiência e profissionalismo. O intuito dos gestores públicos é fazer com que os benefícios cheguem mais rápidos e com mais qualidade para a população. Esse ensaio teórico, realizado no início da implementação do programa pode ser um instrumento de controle social ao, futuramente, voltar à campo para investigar se os resultados prospectados foram alcançados e quais foram os avanços obtidos. Para fins de realização deste trabalho, optou-se por uma abordagem qualitativa, segundo Godoy (1995), apesar de ter sido regularmente utilizada pelos antropólogos e sociólogos, somente nos últimos trinta anos começou a ganhar um espaço reconhecido em outras áreas, como a psicologia, a educação e a administração de empresas. Entre as diversas modalidades de pesquisa qualitativa, este trabalho se caracteriza como sendo um estudo de caso, apoiado em uma pesquisa bibliográfica e na utilização de dados secundários. A segunda fase da pesquisa contará com dados primários referentes às entrevistas com os coordenadores responsáveis por cada etapa do plano estratégico em desenvolvimento. Sem a pretensão de apresentar respostas definitivas sobre a temática discutida, este ensaio teórico busca contribuir para o debate no âmbito da administração pública que se vê em um momento de desenvolvimento e evolução perante novas demandas da sociedade civil organizada. Para tal, além desta introdução o trabalho resgata o pensamento estratégico em uma breve recapitulação de sua evolução e conceitos. Em seguida apresenta uma reflexão acerca do planejamento estratégico enfocando o setor privado e público, essa reflexão é seguida por uma reflexão teórico-conceitual sobre administração pública municipal. Em sequência apresenta-se o plano “Gestão Estratégica Orientada para Resultados na Prefeitura de Lavras”. Finalizando o trabalho são apresentadas as considerações finais bem como uma posição sobre a imersão empírica em andamento. 2 Pensamento estratégico – evolução e conceitos A administração estratégica hoje já é considerada uma disciplina independente dentro do meio acadêmico, foi na década de 1980 que essa disciplina ganhou força e a literatura nessa área cresceu consideravelmente, mas foi nas décadas de 60 e 70 que ela começou ser 4 incorporada no mundo dos negócios, sua origem é vinculada pelos pesquisadores ao âmbito militar. Mintzberg et al (2000) em seu livro Sáfari de Estratégias, afasta-se de uma visão tradicional de estratégia e emerge na tentativa de promover uma avaliação mais equilibrada para a área. Os autores, utilizando metáforas e desenvolvendo a discussão por meio das dez escolas de pensamento estratégico, apresentam uma discussão sobre os desdobramentos da estratégia empresarial e abrem uma proposta criativa sobre as concepções estratégicas predominantes. A literatura mostra muitas divergências sobre os conceitos que cerceiam a estratégia, a diversidade conceitual na discussão pode causar uma fragmentação da área, é o que Volberda (2004) mostra ao retratar que o campo da estratégia é repleto de prescrições e diretrizes concorrentes tendo como meta alcançar performances de sucesso, o autor defende a necessidade de uma síntese no campo da estratégia, o que significa o domínio de um paradigma. Nesse mesmo sentido Albino e Gonçalves (2008) apresentam um artigo onde discutem a perspectiva da “Estratégia como Prática” enquanto proposta de síntese paradigmática no campo dos estudos sobre estratégia, os autores citando Whittington (2002) elucidam que a concepção de “estratégia como prática” surge dentro de um movimento maior das teorias sociais contemporâneas (“practice turn”), que vem ganhando espaço desde os anos 1980, a partir da influência de autores como Pierre Bourdieu, Michael de Certeau, Michael Foucault e Anthony Giddens. Essa perspectiva chama a atenção por suas pautas de pesquisa que envolve temas onde se busca compreender como os campos sociais definem as práticas. Anselmo (2007) mostra uma revisão teórica onde a importância da estratégia é destacada como um fator crucial para a sobrevivência das empresas, mesmo perante suas limitações. Assim como Mintzberg et al (2000) o autor defende a necessidade das empresas buscarem equilibrar o uso de princípios e técnicas de gestão estratégica planejada e emergente além da necessidade de considerar o grau de dinamismo e imprevisibilidade do ambiente, ou seja, um hibridismo do processo estratégico. Corroborando com autores acima citados, Toscani e Staneir Neto (2007) mostram que os processos de formulação e implementação da estratégia resultam em um processo contínuo de aprendizagem em que surgem estratégias criativas e eficazes. Mesmo perante às controvérsias sobre os modelos e implementações de estratégias deliberadas a literatura mostra que a utilização dos mesmos acontecem e são demonstradas em várias pesquisas. Costa e Silva (2002) em um ensaio sobre as tipologias estratégicas questionam se realmente é possível caracterizar as decisões estratégicas das empresas, e, por conseguinte, seu desempenho superior, por meio de um modelo de tipologias de estratégias genéricas. Os autores constatam que há uma dificuldade de se encontrar um modelo que atenda, de forma concomitante, aos requisitos classificatórios requeridos, e, portanto, que mereça irrestrita aceitação científica. Algumas críticas são apresentadas pelos autores, entre elas se destacam: crítica quanto à exclusividade (a estratégia de uma empresa pode ser classificada de mais de uma forma), quanto à estabilidade (o conjunto de estratégias viáveis é limitado pelas características do ambiente), quanto à parcimônia (a estratégia extremamente especializada pode ser desastrosa), quanto à homogeneidade interna (existe uma série de condições do ambiente produto-mercado que determinam a viabilidade de cada um dos tipos estratégicos), quanto à exaustividade (crítica quanto à capacidade de exaurir todas as possibilidades). O estudo das estratégias genéricas requer um rigoroso apoio na literatura existente sobre o tema, ao sistematizar e ordenar o pensamento cria-se um instrumento para que os gestores possam usufruir e aplicar os conceitos dentro do âmbito organizacional fazendo com que o desenvolvimento das estratégias ocorra da maneira mais eficiente possível. Para isso o entendimento do posicionamento competitivo das empresas se torna crucial para que decisões sejam tomadas considerando uma visão macro. Essa necessidade de uma visão contingencial 5 tendo o apoio de diferentes enfoques teóricos deve ser vista como um ponto positivo dentro de uma área múltipla de caminhos e conceitoscomo a da estratégia. Porém é importante estar atento para que não haja uma banalização conceitual e um uso indiscriminado de teorias, isso levaria a uma aplicação superficial no campo empírico. 3 Planejamento estratégico: de instituições privadas para instituições públicas Os conceitos de estratégia já amplamente discutidos na literatura pertinente sofrem muitas críticas e são acusadas de apresentarem abordagens que banalizam a discussão sobre o tema. Para Whittington (2002) o próprio volume de literatura disponível é um indício que se os princípios da estratégia fossem tão simples não seria tão difícil tomar decisões nessa área. Juntamente com essa polêmica segue a discussão sobre o planejamento estratégico, para o autor supracitado as abordagens clássicas da estratégia envolvem algum tipo de investimento e planejamento. O planejamento estratégico que teve como pioneiros, dentre outros, Ansoff e Porter, tem a preocupação de ressaltar a importância da influência do ambiente externo nos processos internos das organizações, indicando para a organização o quê mudar e por quê mudar. A dificuldade semântica da área de estratégia é colocada por Bethlem (2004) como um problema extra para que o planejamento estratégico seja bem sucedido, assim, tendo acesso ao turbilhão de conceitos débeis e imprecisos somos levados a um processo de dificuldade de aprendizagem o que conseqüentemente levará a um trabalho falho, dessa maneira, o processo deve se iniciar com a imposição dos desejos e aspirações da estrutura do poder que podem estar explícitos ou implícitos, reforça o autor. Ao se falar em planejamento inevitavelmente Michael Porter é relembrado, duramente criticado pelos pesquisadores, ainda assim é considerado um dos pioneiros ao oferecer modelos que auxiliassem o planejamento estratégico. Uma das críticas mais ferrenhas à Michel Porter é apresentada por Aktouf (2002), segundo o autor o “porterismo” tornou-se mais do que uma simples teoria, ou um decálogo de normas para o uso de gerentes que querem crer-se estratégicos. O autor alerta que seu modelo analítico passou a ser um molde generalizado de concepção de análise, uma visão de mundo, uma ideologia plena e inteira. Sobre a debilidade de que é acusado o planejamento estratégico, Whittington (2002) utilizando a obra de Mintzberg (1994), mostra quatro grandes falácias no planejamento estratégico clássico. São elas: a falácia da predeterminação onde se esperar que os planejadores sejam capazes de elaborar previsões exatas, a falácia da imparcialidade onde se alega que os planejadores trazem objetividade e a falácia da formalização onde há a crença de que a inovação e a diferença são geradas por análise e estrutura. Nesse sentido Bethlem (2004) defende que ao pensar em planejamento estratégico necessariamente em um primeiro momento há uma definição da missão, metas e objetivos da organização, ao contrário de uma tarefa simples e fácil, essa etapa é complexa pelo processo individual cognitivo dos envolvidos. Thompson e Strickland (2000) discutem o processo de planejamento e implantação da estratégia, para os autores para que tal processo se concretize duas tarefas são cruciais, sendo elas: a criação de uma cultura corporativa de suporte da estratégia e a necessidade de exercer a liderança interna necessária para prosseguir com a implementação. Ao se falar em formar uma cultura corporativa de apoio à estratégia, os autores, ressaltam que cada empresa tem sua maneira particular de definir sua cultura organizacional, sendo assim, o planejamento estratégico que na maioria das vezes significa mudanças é um processo que terá a cultura da organização como aliada ou como um fator de dificuldade. Ainda sobre as críticas sofridas pelo planejamento estratégico Mendes et al (2006) mostra que dentre os diversos temas que compõem o campo de estudos de estratégia 6 empresarial, o planejamento estratégico tem sido um dos que chamam a atenção pelo volume de discussões. Para os autores esse ataque ganhou força nos anos 80 o que não o qualifica como fenômeno recente. Um dos motivos identificados pelos autores de tais questionamentos surgiu do acúmulo de evidências acerca de frustrações resultantes de estratégias e/ou de implementações ineficientes. O velho planejamento estratégico, como é chamado por Zacarelli (1995), já é considerado ultrapassado, a discussão hoje defende que há a necessidade do planejamento, no entanto, com um enfoque diferente, o ambiente se tornou um dos grandes e importantes focos de análise na administração estratégica. Ao levarmos a discussão para o âmbito da administração pública Gaj (1995) aborda seis elementos que a estratégia deve considerar dentro desse contexto, sendo eles: postura de mudança e uma atitude adequada à reforma administrativa, o enfoque social, ou seja, o homem público, a revisão das finalidades dos órgãos e das organizações públicas, a eficácia do sistema como exigência da comunidade, o desenvolvimento organizacional (aumentar a percepção e capacitação e reduzir resistências) e a administração de conflitos que deve ser discutida acima dos individualismos e voltada para a educação para as relações interpessoais. Para o autor uma das principais preocupações dos “homens de Estado” reside na melhoria do nível de vida, tendo as implicações políticas relevantes e ao mesmo tempo um significado de realização. Gaj (1995) em seu trabalho defende que o porfólio empresarial que consiste no resultado do trabalho estratégico (os produtos e mercados são definidos) também pode ser aplicado às empresas estatais e à própria administração direta do Estado. Na transição desse enfoque do ambiente privado para o ambiente público, o planejamento estratégico passa a ser visto como planejamento estratégico participativo. Para o autor o princípio básico desse método de administração, que ele chama de integrativo (humanístico), reside no fato de como o indivíduo, se afirma perante os administradores e deixa de ser uma partícula impotente que não tem participação ativa no processo. Para Carvalho (2000) o primeiro aspecto para adaptação de um modelo de administração estratégica para a administração pública é a compreensão do ambiente e como tratar as informações que dele oriunda. O autor mostra que construir um modelo de administração estratégica e implantar sua metodologia no setor público, vai além da definição clara de todas as etapas referentes ao processo e do domínio das ferramentas de análise estratégica. Faz-se necessária a adoção de um sistema de crenças gerencias fundamentadas na descentralização do processo decisório, no sentido do comprometimento das pessoas com as estratégias de longo prazo. Isto requer da administração estratégica um sistema de gerenciamento participativo o que a distancia dos modelos da administração tradicional. O autor encara de forma positiva a prática da administração estratégica nas organizações públicas, defende que essa atitude representa um avanço na construção de um serviço público de qualidade e que atenda as expectativas da sociedade. Percebendo o planejamento como uma ferramenta que se propõe a tomar decisões hoje com vistas a estados futuros desejados pode-se esperar uma excelência pública organizacional, segundo o autor. Na visão de Barreto e Estrada (2006) embora o planejamento estratégico tenha origem na iniciativa privada é preciso estar atentos às especificidades e considerar as diferenças na aplicação do processo. Essa transposição de disciplinas de um setor para o outro deve acontecer em consonância com diversas questões, a estratégia vista como uma disciplina isolada não contribuirá da maneira duradoura, um dos grandes equívocos da administração pública e desprezar o conjunto de disciplinas e ciências que, utilizadas de forma criteriosa, podem formar um arcabouço teórico e metodológico no auxílio da administração pública brasileira. Ao reportarmos a discussão para o setor públicobrasileiro é preciso esclarecer que nas últimas décadas a administração pública brasileira tem sido marcada pela adoção de práticas gerenciais voltadas para administração por objetivos que busca, entre outros pontos, 7 resultados. Deve-se lembrar que o Brasil é um país que tem seu setor público marcado pelas heranças coloniais e ainda apresenta grandes traços de patrimonialismo em sua gestão pública, ainda assim, podemos constatar que o setor busca uma reformulação na metodologia de planejamento das ações governamentais. Esse novo paradigma de gestão pública é marcado pela idéia de um governo que busca no setor privado ferramentas gerenciais que podem auxiliar as ações dos gestores públicos. A descentralização administrativa pela qual o Estado brasileiro tem passado nos últimos anos é um reflexo da necessidade de um novo modo de pensar a administração pública. Os municípios são considerados hoje um eixo de desenvolvimento em potencial, considerando que o Brasil é um país de dimensões geográficas enormes o pensamento de desenvolvimento local e municipal se torna atrativo para o poder público. Vários fatores são decisivos quando se analisa o nível municipal, o desenvolvimento de cada município inclui peculiaridades próprias que irão determinar um maior ou menor avanço na busca pela excelência na gestão pública. 4 Administração pública municipal: a busca por uma excelência organizacional Pensar o município e seu entorno significa considerar todos os atores que tem influência direta ou indireta no desenvolvimento local. Para Caldas et al (2008) as ideias e visões sobre desenvolvimento local ainda são distorcidas, para os autores, diante das polêmicas que envolvem o tema, é preciso fortalecer o entendimento sobre o desenvolvimento local e suas possibilidades. “O ‘local’ não pode ser entendido a partir de um recorte restritivamente administrativo, uma vez que as dinâmicas sócio-econômico-territoriais configuram-se no espaço de maneira própria, condicionada mas não determinada pela jurisdição dos órgãos públicos.... o local não se refere ao tamanho, mas abarca o conjunto de relações que existem em um determinado ambiente territorial, seja ele uma microrregião ou uma cidade, considerando as heterogeneidades e especificidades deste território.” (CALDAS et al., 2008, p.1). A relação sociedade civil e Estado é a base para a evolução de um tipo de administração que privilegia o desenvolvimento local e a participação onde cada ator tem seu papel na cena política. No entanto vale ressaltar que o poder público tem o papel determinante como promotor de desenvolvimento, seja articulando externamente com os diversos órgãos interessados no desenvolvimento local ou internamente elaborando planos de governo estratégicos que promovam uma gestão pública eficiente. Wosniak e Rezende (2008) enfatizam a importância que o âmbito municipal vem ganhando no decorrer do tempo, os autores revisando diversos estudos, em especial Fachin e Chanlat (1998), mostram que o espaço local através dos municípios tende a tomar cada vez mais importância na vida dos cidadãos. Um ponto observado por Rezende e Frey (2005) é quanto a uma peculiaridade do espaço local, os autores alertam que é necessário encontrar respostas e soluções rápidas para problemas cujas causas ficam, muitas vezes, fora da esfera de influência do administrador público, mas cujas conseqüências precisam ser enfrentadas pelo poder local. A literatura relata pesquisas realizadas no âmbito municipal onde o planejamento estratégico tem sido adotado na busca por uma transformação dos moldes tradicionais da gestão pública. Dentro dessa visão essa disciplina passa a ser vista como um meio promissor e possível neste desafio. No entanto é válido ressaltar que a estratégia não está imune às transformações ocorridas no campo como um todo. No terceiro volume do livro Handbook de 8 estudos organizacionais, Whipp (2006) afirma que, em estratégia, há três áreas indicativas de grandes possibilidades futuras, a saber: i) a natureza dos ramos (setores industriais); ii) operações globais e iii) o setor público. A terceira grande área proposta por Whipp (2006) reforça o debate que o setor público é um espaço em que a visão estratégia tende a se fortalecer. Os serviços públicos vêm sendo reorganizados mediante a privatização, a descentralização e pelo uso de contratos e legislação que os aproximam do mercado. As mudanças vêm ocorrendo concomitantemente com crises financeiras governamentais e pela mudança de filosofia e comportamento da sociedade cidadã. Esse processo de mudança dentro do campo público acontece juntamente com novos anseios que surgem perante um processo de politização que vive a sociedade, ainda que, de forma tímida e incipiente. O poder público está sendo cada vem mais pressionado a desenvolver um modelo de gerenciamento que contemple as transformações contemporâneas, dessa maneira, a sociedade civil organizada, o setor privado, o público não-estatal são instâncias que cada vez mais exigem uma administração pública profissionalizada, dentro desta perspectiva a proposta de um poder público que busca em diversas disciplinas recursos teóricos e metodológicos de desenvolvimento é uma ideia cada vez mais atrativa. A visão estratégia é um caminho que já se delineia no âmbito público e tende a crescer, o gerencialismo iniciado nos anos 1990 no país é um exemplo de como a inserção dos conceitos estratégicos gerenciais advindos do setor privado são transportados para o setor público. Partindo de uma visão mais ampla e focando o nível municipal, a descentralização concedida aos municípios os tornou responsáveis pela educação, saúde, assistência social, serviços públicos e segurança nas áreas sob sua jurisdição. Para Melo (2002) essa descentralização tem duas vertentes: a primeira, utilizada por tendências democratizantes, considera a descentralização uma possibilidade de tornar o governo mais acessível ao cidadão, aumentando a participação e o controle social; e a segunda, focalizando apenas os processos de modernização gerencial da gestão pública, entende a descentralização como a possibilidade de aumento da eficiência do governo local. Torres (2004) analisa que, com a vitória de Fernando Henrique Cardoso em 1994, ocorria em uma boa parte do mundo discussão sobre as reformas do Estado moderno, o que colocou a reforma do Estado na agenda política brasileira. Foi criado o Ministério da Administração e Reforma do Estado (MARE), sob o comando do então ministro Bresser Pereira, e elaborado um documento de enorme importância que subsidiou a discussão e esforços no sentido de modernizar a administração pública. Em 1995, o presidente Fernando Henrique Cardoso apresentou à sociedade o Plano Diretor da Reforma do Estado, no qual estava vinculado o modelo gerencial de administração pública que já vinha sendo implantado em vários países, tendo como modelo EUA e Inglaterra (governos Reagan e Thatcher). O modelo gerencial está voltado para o cliente cidadão, faz os controles por resultados, aposta na descentralização da ação estatal, configurando uma administração pública mais compatível com as inovadoras técnicas de administração utilizadas pelas empresas. O modelo gerencial é analisado por Paes de Paula (2005), a autora sintetiza as características da nova administração pública: descentralização do aparelho do Estado, que separou as atividades de planejamento e execução do governo e transformou as políticas públicas em monopólio dos ministérios; privatização das estatais; terceirização dos serviços públicos; regulação estatal das atividades públicas conduzidas pelo setor privado e o uso das idéias e ferramentas gerenciais advindas do setor privado. Nesse contexto, essa autora destaca as seguintes crenças nas quais se baseia o gerencialismo: o progresso social ocorre pelos contínuos aumentos na produtividade econômica; a produtividade aumenta principalmentemediante a aplicação de tecnologias cada vez mais sofisticadas de organização e informação; a aplicação de tecnologias realiza-se por meio de uma força de trabalho disciplinada segundo o ideal da produtividade; a management 9 desempenha um papel crucial no planejamento e na implementação das melhorias necessárias à produtividade e os gerentes têm direito de administrar. Tendo em vista as mudanças dos paradigmas da administração pública nos últimos anos há uma discussão sobre uma nova visão do setor público, visão que enfatiza a participação da sociedade. A administração pública gerencial se fundamenta nos pressupostos no pensamento organizacional do setor empresarial privado, no qual a gestão estratégica (monológica) é o determinante das relações produtivas e cujas dimensões são pautadas pelo setor econômico-financeiro, esclarece Paes de Paula (2005), na contramão, a vertente societal, como é chamada pela autora, é o tipo de administração pública que promove a participação popular, por sua vez, tem como princípio a intersubjetividade das relações sociais, de uma gestão social (dialógica) na qual se destaca a dimensão sociopolítica do processo de tomada de decisão. Oliveira (2007) defende o ponto de vista que essa é uma tendência dentro contexto atual da administração pública, pensar em um modelo que promova a participação de fato e a inserção da sociedade dentro de seu real papel de atores sociais, no entanto, a sociedade brasileira precisa assumir um papel mais ativo no processo político, assumindo responsabilidades da administração pública por meio de mecanismos de participação, como por exemplo, os conselhos gestores e o orçamento participativo, de forma que a estrutura de governança tenha maior estabilidade e possa, com isso, superar ou amenizar os problemas sociais vivenciados no cotidiano. “A crescente complexidade das necessidades, a escassez de recursos e as novas aspirações das populações têm exigido, cada vez mais, a introdução de critérios científicos no processo de tomada de decisões governamentais. A necessidade de atuar racionalmente nos assuntos governamentais, de decidir com plena consciência sobre suas alternativas e resultados, de levar adiante as mudanças estruturais necessárias, traduz um espírito que dá impulso à imaginação do futuro e da concretização de aspirações e interesses.” (SANTOS, 2008, p.3). O desenvolvimento municipal por meio um planejamento estratégico é um dos pontos do debate quanto ao poder público municipal, se apropriar de ferramentas gerenciais consolidadas no setor privado e adaptá-las para o setor público é um grande desafio que exige critérios e zelo em sua implementação. Essa preocupação é reforçada pela citação abaixo. “...os instrumentos de desenvolvimento econômico local não são universais e, portanto, não podem ser utilizados em qualquer contexto. Além disso, não têm uma materialidade metafísica que permita sua aplicação por meio da simples repetição de práticas, com resultados replicáveis. Devem ser entendidos como parte do repertório à disposição dos atores, que se valem deles de acordo com o contexto em que se encontram, com seus objetivos e estratégias na disputa por conteúdos, meios e resultados dos processos de desenvolvimento local e, por fim, de acordo com seus acúmulos e capacidades.” (CALDAS et al., 2008, p.14). Reforçando a importância da ação estratégica Grzeszczeszyn e Vier Machado (2008) acreditam que são as políticas públicas que estabelecem a conexão entre a sociedade civil e o poder público, haja vista que as políticas interferem, de forma inevitável, na conformação da dinâmica sócio-econômica local. Para os autores as políticas públicas são a base para a materialização dos objetivos do poder público frente à sociedade. Assim para Pereira et al (2009), sob o suporte de diversos pesquisadores, 10 “A sociedade passa a ter uma maior capacidade de controle sobre as ações públicas, já que os sistemas de monitoramento e avaliação do planejamento estratégico contribuem para aperfeiçoar os mecanismos de controle da gestão pública, reduzindo a distância entre as informações dos cidadãos e do setor público no que se refere aos resultados das políticas públicas.” (PEREIRA, et al, 2008, p.1). Pensar em uma administração estratégica no âmbito da administração pública municipal significa pensar uma gestão integrada que contempla planejamento, implementação e controle possibilitando um redirecionamento futuros das ações presentes. O nível municipal permite aos gestores públicos uma melhor compreensão dos fenômenos sociais, econômicos, políticos e culturais. Há que se considerar que o desenvolvimento local tem inúmeras variáveis que irão determinar o sucesso ou fracasso de uma ação, no entanto, as vantagens deste âmbito de ação são visíveis e favoráveis ao poder público. 5 Gestão estratégica na prefeitura municipal de Lavras – a implantação do programa “Administração Estratégica Orientada para Resultados” De acordo com dados do IMRS (2005), o município de Lavras, localizado no sul do estado de Minas Gerais, conta atualmente com uma população total de 85.380 habitantes. A realidade atual do município passa por transformações, na data de 22 de junho de 2009 foi assinado pelo poder público municipal um conjunto de acordos que compõem o plano “Gestão Estratégica Orientada para Resultados na Prefeitura de Lavras”. Esse avanço na administração pública municipal é a formalização dos compromissos assumidos entre todos os envolvidos na implementação do projeto. Essa é uma tentativa de profissionalizar a administração pública local, para a prefeita da cidade, “A gestão é aquela em que estipulamos metas que devem ser cumpridas dentro de um prazo estabelecido. O setor público fica mais profissional, adotando práticas já existentes na iniciativa privada, o que otimiza os trabalhos e faz com que os benefícios chegam mais depressa até o cidadão.” (disponível no site da prefeitura municipal de Lavras – Minas Gerais). O programa já foi empregado na prefeitura de Belo Horizonte, Lavras é o primeiro município do interior do Estado a adotar a Gestão Estratégica Orientada para Resultados. A prefeita ressalta que “A Gestão por Resultados é a maneira mais eficiente de administrar, estipulando metas e focando em resultados. É um salto de desempenho para a Prefeitura de Lavras” (site da prefeitura municipal de Lavras – Minas Gerais). O plano de governo da campanha eleitoral foi a base utilizada para essa implementação, foi denominada a carteira de projetos estratégicos que envolve as áreas de saúde, mobilidade e educação para a formulação da carteira estratégica que data até 2012 como um prazo para os resultados esperados. A intenção do poder local é expandir a “Gestão por Resultados” para toda prefeitura. A princípio dentro desse primeiro programa foram desenvolvidos sete projetos que atendem às áreas selecionadas. A idéia que norteia esse programa é que os projetos sejam monitorados em tempo real, ou seja, serão acompanhados por um sistema informatizado e por reuniões periódicas. A intenção é que seja dado um suporte para o avanço do programa. A área da saúde é composta por três programas, o primeiro é o Saúde + Perto de Você - Atendimento Básico de Qualidade, tendo um gestor denominado especificamente para o mesmo. Esse programa tem o objetivo de melhorar e agilizar o atendimento da atenção primária em saúde, da população do município, estruturando, ampliando e construindo novas 11 Unidades de Atenção Primária à Saúde. Os resultados esperados são: a construção e reforma de 11 Unidades de Atenção Primária à Saúde, até dezembro de 2012 e na mesma data ter pelo menos 90% dos usuários das unidades básicas, satisfeitos com o atendimento realizado. Os investimentos estão expostos abaixo. Investimentos Valores Governo do Estado de Minas Gerais 345.000,00 Secretaria Municipal de Saúde 2.545.000,00 Total 2.890.000,00Quadro 1: Investimentos na área de saúde do Plano Estratégico Municipal Fonte: Elaborado pelos autores segundo dados da Prefeitura Municipal de Lavras – MG. O segundo programa na área de saúde é o AMES – Atendimento Médico Especializado em Saúde tendo um segundo gestor indicado para gerenciá-lo. Neste programa o objetivo é a ampliação do atendimento em saúde aos usuários da zona norte da cidade por meio da construção de um ambulatório especial, atendimento de fisioterapia e centro de especialidades médicas. Os beneficiados são os usuários do SUS residentes nessa região que necessitam do serviço especializado no AMES. Os resultados esperados são: ampliar em 80% a capacidade de atendimento especializado até dezembro de 2011 e ter um centro de especialidades (ame, centro de fisioterapia e ambulatório especial) na zona norte construído até dezembro de 2010. Os investimentos podem ser conferidos abaixo. Investimentos Secretaria Municipal de Saúde 1.000.000,00 Total 1.000.000,00 Quadro 2: Investimentos na área de saúde do Plano Estratégico Municipal Fonte: Elaborado pelos autores segundo dados da Prefeitura Municipal de Lavras – MG. O terceiro programa na área é o Abrace – Humanização no Atendimento da Saúde sob a responsabilidade de uma determinada gestora, o objetivo é melhorar a qualidade no atendimento ao usuário do sistema de saúde Municipal, tornando-o mais humanizado, atencioso e promovendo uma transformação na cultura organizacional, revisão das formas, posturas e políticas de atendimento da instituição na busca constante para maior valorização e comprometimento de todos os profissionais envolvidos. Os resultados esperados são: elevar em 100% a satisfação do colaborador no desenvolvimento de suas atividades e tarefas em relação ao atendimento dos usuários do SUS, até dezembro de 2010 e capacitar, até dezembro de 2010, 100% dos Servidores da Secretaria de Saúde – Municipais, Estaduais e Federais Municipalizados, em relação ao atendimento aos usuários do SUS. Os investimentos estão expostos no quadro abaixo. Investimento Secretaria Municipal de Saúde 21.550,00 Total 21.550,00 Quadro 3: Investimentos na área de saúde do Plano Estratégico Municipal Fonte: Elaborado pelos autores segundo dados da Prefeitura Municipal de Lavras – MG. Na educação dois programas foram elaborados, o primeiro é o “Viva Infância” onde o objetivo é ampliar a oferta de vagas e melhorar a qualidade na educação infantil e ensino fundamental, construindo, reformando e ampliando Unidades Educacionais na Rede 12 Municipal de Educação e capacitação de profissionais que atuam na Educação Infantil do Município. O público alvo principal são os alunos do berçário ao 9ºano, (zero aos 14 anos) moradores dos bairros: Vila Rica, Cascalho, Vale do Sol, Baunilha, Cruzeiro do Sul, Jardim Floresta, Vista Alegre, Bela Vista, Magnólia, Nova Lavras e Zona Norte da cidade e professores da educação infantil da rede municipal de ensino. Os resultados esperados são: ter 100% dos educadores de Educação Infantil capacitados até dezembro de 2010, aumentar de 1.700 para aproximadamente 3.500 o número de vagas na educação infantil e fundamental, na região do público alvo, até dezembro de 2011 e a construção, reforma e ampliação de 8 unidades educacionais até dezembro de 2011. Os investimentos estão expostos no quadro abaixo. Investimentos Gerais 9.920.000,00 Total 9.920.000,00 Quadro 4: Investimentos na área de educação do Plano Estratégico Municipal Fonte: Elaborado pelos autores segundo dados da Prefeitura Municipal de Lavras – MG. O segundo projeto na área da educação é o “Escola Melhor” cujo objetivo é melhorar a qualidade da gestão escolar e do ensino através da capacitação do corpo de profissionais da educação, com projetos que visem a melhoria dos resultados da escola. Os resultados esperados são: ter pelo menos 80% dos planos de ação implementados em 2011 e capacitar 100% dos diretores e coordenadores das escolas e creches municipais até 2010. abaixo segue os investimentos. Investimentos Secretaria Municipal de Educação 20.000,00 Total 20.000,00 Quadro 5: Investimentos na área de educação do Plano Estratégico Municipal Fonte: Elaborado pela autora segundo dados da Prefeitura Municipal de Lavras – MG. A área da mobilidade teve dois programas elaborados. O primeiro Lavras em Movimento – Melhoria da Mobilidade tendo como objetivo melhorar a fluidez do trânsito nas principais vias do Município de Lavras, bem como a segurança do pedestre, por meio de implantação de um conjunto de ações elaboradas a partir de um plano de circulação e de ações voltadas para melhoria das vias públicas. Os resultados esperados são: - Ter 100% da área urbana pavimentada até 2010. - Implantar 100% do Plano de Circulação até dezembro de 2012. - Recapear 100% dos pontos críticos das vias urbanas do município ate 2011. - Alargamento dos três viadutos até dezembro de 2012. Investimentos Prefeitura Municipal de Lavras 5.560.000,00 Total 5.560.000,00 Quadro 6: Investimentos na área de mobilidade do Plano Estratégico Municipal Fonte: Elaborado pelos autores segundo dados da Prefeitura Municipal de Lavras – MG. O segundo programa é o “Educat – Educação no Trânsito”, a idéia norteadora desse projeto é educar os usuários das vias públicas através de palestras, campanhas educativas de trânsito e eventos para que sejam cidadãos conscientes no uso das vias públicas. Os resultados esperados são a redução dos autos de infração emitidos diariamente em 80% até 2012 e elevar 13 o nível de satisfação dos usuários das vias públicas para 90% até dezembro de 2012. Com os seguintes investimentos: Investimentos Assessoria de Defesa Social e Trânsito 106.000,00 Assessoria de Defesa Social e Trânsito 65.000,00 Total 171.000,00 Quadro 7: Investimentos na área de mobilidade do Plano Estratégico Municipal Fonte: Elaborado pelos autores segundo dados da Prefeitura Municipal de Lavras – MG. Para Santos (2008) o planejamento estratégico que se reflete no todo de um município tende a ser de responsabilidade dos prefeitos e seus assessores, no qual tomarão decisões presentes que irão produzir efeitos no futuro, para o autor, os efeitos positivos ou negativos, dependendo exclusivamente de um planejamento abrangente e uma decisão acertada. O autor ressalta que é necessário que os planejadores municipais apliquem técnicas de planejamento estratégico que envolva a comunidade ou de planejamento participativo, a fim de que os problemas enfrentados possam ser atacados com uma definição de uma estratégia mais adequada ao município. Para Caldas et al (2008) é preciso que haja uma articulação simultânea entre instrumentos e atores, na forma de estratégias situacionais de desenvolvimento local, sempre absolutamente singulares no tempo e no espaço. Freitas Jr. (2009) mostra resultados que acrescentam um desafio maior a esse tipo de programa, o autor em uma dissertação de mestrado constata que esse tipo de gestão pública encontra-se mais difundido em municípios de médio e grande porte. O autor sugere que esse tipo de modelo deveria ser construído de forma mais efetiva considerando a complexidade da abordagem e julgando a realidade como mais subjetiva e interpretativa do que linear e objetiva. Essa posição do autor poderá ser conferida futuramente com a implementação do programa por resultados. 6 Considerações finais Apesar da iniciativa de profissionalização da administração pública datar de quase duas décadas, ainda hoje, sua implantação se apresenta como um desafio para grande parte dos municípios brasileiros. O fator cultural ainda é um grande empecilho nas mudanças propostas no setor público devido ao próprio tipo de desenvolvimento que a sociedade brasileira vivenciou. As características de sua colonização denotaram ao povo brasileiro traços de uma cultura não participativa mostrando o longo caminho que o país tem pela frente. Nocaso da cidade em análise esse fator de interferência na implantação do programa estratégico poderá ser conferido nos resultados da pesquisa empírica, considerando a tradição não participativa da cidade pressupõe-se que a população local, caso tenha participado, se inseriu de maneira tímida nas ações do governo municipal. (FREITAS, JR., 2009, OLIVEIRA, 2008, OLIVEIRA, et al, 2008). Importantes pesquisas científicas têm demonstrado que vários movimentos acontecem na contramão desta dificuldade histórica e tendem a tomar força para mudar esse quadro. Em busca de novos paradigmas que não excluem os existentes, a administração pública brasileira tem se esforçado, mesmo que debilmente, para um avanço administrativo. O exemplo explorado neste trabalho sinaliza que o planejamento estratégico e a busca por uma gestão mais profissionalizada e voltada para resultados se mostram como alternativas na elaboração de novos modelos de gestão pública. É uma tentativa de uma nova postura em que seja possível delinear um futuro onde o Estado seja estruturado, politicamente e economicamente forte para alcançar a excelência organizacional. 14 Um dos grandes desafios no futuro será especificar as dimensões e os indicadores de análise dentro dessa perspectiva teórica, o trabalho de Freitas Jr. (2009) mostra com propriedade que essa fragilidade dos estudos na área da administração pública, alerta para a relevância de estudos qualitativos que permitem a identificação e criação de novos indicadores, observação que aumenta a responsabilidade e importância do presente estudo ao ser finalizado. Atualmente os autores deste ensaio acompanham a implementação do programa de governo municipal, no entanto, a iniciativa desta interação partiu dos próprios pesquisadores, já que, não existe uma aproximação entre a academia e a administração pública municipal. Essa é uma realidade que se apresenta em muitos contextos acadêmicos, a distância entre acadêmicos e gestores municipais é uma grande lacuna a ser superada por ambas as partes. Vale ressaltar que houve grande receptividade para que a pesquisa fosse realizada. Pretende- se acompanhar a evolução deste plano estratégico da gestão municipal e futuramente divulgar nos meios acadêmicos destinados à pesquisa na área de administração pública os resultados obtidos para que sirva de inspiração para a academia e gestores municipais no desenvolvimento da administração pública e a busca por sua excelência. O debate atual da área pública busca compreender formas em que a administração pública participativa se desenvolva, esse é um dos principais pontos a ser investigado. Como acontece a participação da sociedade civil neste programa de governo municipal? O programa da prefeitura foi elaborado respeitando as peculiaridades e necessidades locais ou houve uma busca de uma fórmula pronta? Houve uma integração com o plano diretor já elaborado na cidade em anos anteriores? Essas questões, entre outras, serão elucidadas no trabalho empírico e podem explicar alguns resultados do Plano Diretor adotado pela gestão pública municipal da cidade analisada bem como do Plano Estratégico em execução na atualidade. A literatura tem aborda com veemência as dificuldades que a administração pública brasileira encontra para a busca de uma excelência na sua gestão. No entanto alguns pontos precisam ser relevados, é crucial considerar que a luta do país e da sociedade civil por uma democracia participativa é um grande desafio perante nossa herança cultural patrimonialista e isenta de uma tradição democrática, no entanto, esse fator histórico não pode ser considerado como um entrave impossível de ser rompido pelas instâncias que são responsáveis pelo desenvolvimento do Brasil, seja a sociedade civil organizada, o mercado ou o Estado. É preciso que uma nova visão de desenvolvimento supere os ultrapassados debates que atribuem todos os problemas brasileiros à sua história e herança colonialista. O gerencialismo e sua visão instrumental devem ser vistos como fatores que auxiliam a gestão pública e sua modernização, mas não se pode criar um pensamento utópico que espere deste processo a “solução de todos os males” vividos pelo setor público. Pensar em uma sociedade justa e desenvolvida requer muito mais que simples práticas gerenciais, requer um esforço conjunto para que todas as áreas envolvidas e responsáveis pelos âmbitos de gestão de pública, sejam eles quais forem, reúnam forças e atitudes em ações que identifiquem de fato a gênese dos problemas sociais. Vale terminar com o precioso pensamento de Jessé de Souza. “O atual estágio do debate intelectual e público brasileiro apenas contribui para o desconhecimento sistemático do grande drama histórico da sociedade brasileira desde o início de seu processo de modernização: a continuação da reprodução de uma sociedade que “naturaliza” a desigualdade e aceita produzir “gente” de um lado e “subgente” de outro. Isso não é culpa apenas de governos. São os consensos sociais vigentes, dos quais todos nós participamos, que elegem os temas dignos de debate na esfera pública, assim como elegem a forma de (não) compreende-los.” (SOUZA, 2009, p. 24) 15 Bibliografia AKTOUF, O. Governança e pensamento estratégico: uma crítica a Michael Porter. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 42, n. 3, p. 43-53, jul./set. 2002. ALBINO, J. C. de A.; GONÇALVES, C. A. Estratégia como Prática: Uma Proposta de Síntese?. In: XXXII Encontro da ANPAD, 2008, Rio de Janeiro. 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