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WEB AULA 2 - Ética, Política e Sociedade

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WEB AULA 1 
Unidade 2 – Ética, Política e Sociedade 
 
Duas histórias em Platão 
Será que daqui a 2000 anos as pessoas ainda 
vão falar de Michael Jackson? As pessoas saberão quem é a banda 
que você gosta de ouvir hoje? Quem vai ser lembrado daqui tanto 
tempo? Já pensou se VOCÊ dissesse algo bom que daqui a 2000 anos 
as pessoas ainda estivessem comentando? Realmente são poucas as 
pessoas que têm esta experiência. Uma delas é Platão, discípulo de 
Sócrates. Apesar do nome diferente, Platão acabou influenciando 
tanto o mundo que suas ideias permanecem até hoje. Vou começar 
com uma história que Platão narrou e que tem tudo a ver com Ética e 
Moral. 
 
O anel de Giges 
Existia um determinado anel que tinha o poder de dar invisibilidade a 
quem conseguisse virá-lo para dentro e o utilizasse. O proprietário 
desse anel chama-se Giges. Assim, esse anel ficou conhecido como: o 
anel de Giges. Esse homem o conseguiu quando estava à serviço do 
rei da Lídia e, após ter se salvado de uma catástrofe, retirou o anel 
de um cadáver e, ao perceber que conseguiria ficar invisível quando 
bem entendesse, entrou no castelo, seduziu a rainha, tramou com ela 
a morte do rei e obteve poder. 
Essa lenda, ou mito, nos estimula a pensar sobre as razões que 
provocam ou inibem uma ação. Em outras palavras: quais são as 
verdadeiras razões que nos levam a fazer determinadas coisas e 
quais são as verdadeiras razões que nos desestimulam a fazer outras 
coisas. Se pudéssemos ficar invisíveis, o que faríamos? Entraríamos 
em um estabelecimento bancário e nos apropriaríamos de todo o 
dinheiro ali disponível? Entraríamos nas lojas e, da mesma forma, 
roubaríamos as roupas, calçados e outros utensílios? É dessa forma 
que muitas pessoas agem (quem sabe nós também agimos assim) 
como se dependêssemos sempre da aprovação de outros. 
Muitas vezes até utilizamos desses argumentos para educar nossos 
filhos dizendo assim: o que dirão os avós, os vizinhos, os amigos se 
os virem agindo assim ou de outra forma? Quantas vezes evitamos 
cometer infração no trânsito se soubermos que há patrulhamento 
policial no trecho que estamos trafegando? Essas questões nos 
remetem a pensarmos em nossas ações públicas e privadas. Mas 
existe uma segunda história narrada por Platão e que você já teve ter 
ouvido, chama-se a alegoria da caverna. 
Alegoria da caverna (ou mito da caverna) 
Imagine prisioneiros acorrentados voltados para a parede dentro de 
uma caverna. Imagine que eles nunca viram a luz do dia e que a 
claridade é projetada dentro da caverna por uma fogueira acesa atrás 
deles. Imagine agora escravos indo e vindo neste lugar. Passando 
entre aqueles que estavam acorrentados e a fogueira. Se você 
estivesse no lugar dos prisioneiros acorrentados e não pudesse nunca 
virar o seu rosto, tudo o que você veria seriam as sombras 
projetadas na parede pela fogueira. Em outras palavras, se você 
estive acorrentado e nunca pudesse olhar para a luz, como faria para 
saber se o que você está vendo é, de fato, a realidade? Você não 
veria a realidade, mas sombras da realidade. Imagine que alguém 
carregue a estátua de uma pessoa, como saber se é de fato uma 
estátua ou um ser vivo? Observe a imagem a seguir que vai ajudar 
você a se situar dentro do que está acontecendo dentro da caverna. 
 
Fonte: Alegoria... (2012). 
Está conseguindo imaginar melhor agora a caverna? Então vamos 
continuar: imagine agora que um destes prisioneiros consiga fugir e, 
pela primeira vez chegue à superfície. Como nunca olhou para a luz o 
que aconteceria com seus olhos? Com certeza ficaria ofuscado pelo 
sol... Mas mais do que isso, perceberia que nunca havia visto a 
realidade como ela realmente era, mas apenas sombras. Que estivera 
cego sua vida inteira ou que pensava que conhecia as coisas, mas 
agora vê a realidade como de fato é! Seria um choque e tanto. Ainda 
meio atordoado decide voltar a libertar seus colegas. A recepção que 
recebe, no entanto, não é das melhores, e acaba morto por seus 
colegas que não o entendem. 
Saiba mais: VEJA O VÍDEO A SEGUIR 
https://www.youtube.com/watch?v=Rft3s0bGi78&feature=related 
Bem, mas você pode estar agora se perguntando: será que isso é 
assim mesmo? Deixe-me responder a esta pergunta com outra 
pergunta: será que podemos acreditar em tudo o que vemos ou 
ouvimos. Assista o vídeo a seguir, que vai dar uma boa ideia do que 
estou dizendo. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=hibyAJOSW8U, 
Platão influenciou o mundo e se não podemos analisar todos os 
resultados do seu pensamento, podemos ver como eles atingiram seu 
discípulo mais ilustre: Aristóteles 
 
Aristóteles e o conceito de virtude 
Se você está imaginando que Aristóteles simplesmente seguiu as 
ideias de Platão, seu mestre, você se enganou completamente. 
Aristóteles foi seguidor de Platão, mas isso não quer dizer que ele 
não tenha desenvolvido sua própria maneira de pensar. Das muitas 
contribuições de Aristóteles o que nos interessa agora é sua ideia de 
virtude. 
Você já pensou em 
ganhar um milhão de reais, neste exato momento? Então imagine 
que (apenas imagine!) que eu acabei de dar um milhão de reais para 
você. Exatamente: um milhão de reais para cada pessoa que estiver 
lendo este texto. Imagine que o dinheiro está na sua conta bancária 
neste instante (se você não tiver conta bancária, então o dinheiro vai 
estar debaixo do seu colchão – apesar de eu achar que neste caso vai 
dar uma dor nas costas terrível caso você ainda queira dormir lá). O 
que você faria com um milhão de reais? Iria ao trabalho amanhã 
cedo? O que você faria de diferente do que tem feito hoje? Bem... 
daqui a pouco vou voltar a este um milhão de reais. 
Quando Aristóteles fala de virtude, chega à conclusão de que toda 
virtude é boa quando é controlada no seu excesso e na sua falta. Em 
outras palavras, seremos realmente felizes quando exercemos aquilo 
que temos de mais humano: a inteligência. E o que é a falta de 
equilíbrio? O vício! É a inteligência que nos torna verdadeiramente 
felizes, pois é ela que nos diferencia de todos os outros animais e nos 
livra dos vícios. O bem mais importante a ser adquirido, então, não 
são as riquezas, a honra, a fama, as glórias, os prazeres... isso tudo 
não levará à felicidade. Mas a vida humana não é apenas intelecto, 
pois seremos corremos o risco de ir de um extremo ao outro. Temos 
que ter equilíbrio! Procurando uma medida justa. 
Virtude é querer o bem, buscando tudo com 
equilíbrio. Vamos voltar agora ao milhão de reais de dois parágrafos 
atrás. Algumas pessoas saem do seu equilíbrio tão rápido por causa 
deste valor que em poucos meses (ou semanas!) já estão de volta à 
pobreza de onde partiram. Isto porque sua vida passa a ser 
governada não pela virtude, mas por vícios. A virtude consiste em 
dominar as paixões e permitir que a razão governe onde antes 
parecia haver um descontrole das paixões. A felicidade, na concepção 
de Aristóteles passa por aí! 
As ideias de Platão e Aristóteles foram uma grande influência no 
mundo todo. E serviram de base para grandes pensadores ao longo 
dos tempos. Você duvida? Vamos a um exemplo, o Cristianismo. 
 
A influência da moral cristã 
Observe atentamente o texto a seguir. Para ajudar 
na sua leitura, vou colocar em negrito a palavra “vício” que aparece 
no final do texto que, espero, vai lhe ajudar a lembrar de Aristóteles. 
Saiba mais: 
CONFISSÕES DE AGOSTINHO – LIVRO II 
 
1. POR QUAL MOTIVO AGOSTINHO RELEMBRA SUAS CULPAS 
 
Quero recordar as minhas torpezas passadas, as corrupções de minha 
alma, não porque as ame, ao contrário, para te amar, ó meu Deus. É 
por amor do teu amor que retorno ao passado,percorrendo os 
antigos caminhos dos meus graves erros. A recordação é amarga, 
mas espero sentir tua doçura, doçura que não engana, feliz e segura, 
e quero recompor minha unidade depois dos dilaceramentos 
interiores que sofri quando me perdi em tantas bagatelas, ao afastar-
me de tua Unidade (1). 
 
Desde a adolescência, ardi em desejos de me satisfazer em coisas 
baixas, ousando entregar-me como animal a vários e tenebrosos 
amores! Desgastou-me a beleza da minha alma e apodreci aos teus 
olhos, enquanto eu agradava a mim mesmo e procurava ser 
agradável aos olhos dos homens. 
 
2. NECESSIDADE DE AMOR E DE SEUS ILUSÓRIOS SUCEDÂNEOS 
 
E o que é que me encantava, senão amar e ser amado? (1) Mas, eu 
não ficava na medida justa das relações de alma para alma, dentro 
dos limites luminosos da amizade. Do lado dos desejos carnais e da 
própria natureza da puberdade emanavam vapores que me 
enevoavam e ofuscavam o coração, a ponto de não mais distinguir 
entre um amor sereno e as trevas de uma paixão. Um e outro ardiam 
confusamente em mim, arrastando a minha fraca juventude pelos 
despenhadeiros das paixões, e a submergiam num abismo de vícios. 
De onde vem este texto? Quem disse isso? Por que estava lutando 
contra seus vícios? Este é um texto de Agostinho de Hipona, ou Santo 
Agostinho para os menos íntimos. Ele viveu entre 354 e 430 d.C., no 
norte da África. Agostinho, depois de levar uma vida de pecados, se 
converte ao cristianismo e passa a ser um importante teólogo e 
escritor. Neste pequeno trecho é possível ver algumas influências dos 
pensadores gregos que analisamos há pouco. Você percebe como 
Agostinho menciona que não ficava na “medida justa das relações” e 
que sua vida era entregue aos vícios? Coincidência com o 
pensamento de Aristóteles? 
O pensamento de Agostinho se aproxima daqueles filósofos do 
passado. Não só de Aristóteles, mas, especialmente, de Platão. Isso 
mesmo! Mas como? Bem, para tratarmos disso precisamos falar um 
pouco sobre revelação. 
A importância da revelação 
Se eu pegasse um lenço e debaixo dele colocasse uma moeda, qual 
seria a chance de, na primeira tentativa, você acertar que moeda 
estou segurando? Por motivos óbvios, o lenço estaria atrapalhando 
você de acertar, porque ele está cobrindo a moeda. Tudo ficaria mais 
fácil se eu retirasse o lenço e você pudesse ver claramente a moeda, 
certo? Digamos assim que, sem o lenço, a sua chance de acertar 
seria muito, muito maior. 
Bem, é exatamente este o sentido de “revelação” – retirar o lenço e 
então ver claramente as coisas como elas são de fato (lembra um 
pouco Platão?). Assim como prisioneiros presos na caverna, vivemos 
presos aos nossos pecados dentro deste mundo. Aqueles que 
conseguem enxergar só o fazem porque o “véu” que encobria seus 
olhos foi retirado. A salvação é individual, daí o germe do 
individualismo que brotou no ocidente. Vamos ver um pouco sobre 
isto agora. 
 
A construção da individualidade, a ideia do dever e o valor da 
intenção 
Uma das grandes contribuições do cristianismo não foi apenas a 
religião, mas a noção de individualismo e subjetividade que vai sendo 
gestada com o passar do tempo associada à ideia do dever. Você já 
percebeu que hoje estamos à procura da nossa felicidade? 
Interessante que não estamos atrás da procura da felicidade do Brasil 
ou da humanidade como um todo, se assim podemos dizer. Sem 
querer fazer juízo de valores a respeito disso, podemos dizer que o 
individualismo não é tão óbvio a ponto de ter aparecido em todas as 
civilizações ao longo dos tempos e se manifesta em diferentes áreas: 
na economia, na educação, na política, etc... 
Individualismo: “toda doutrina moral ou política que reconheça ao 
individuo humano um preponderante valor de fim com relação à 
comunidade da qual faz parte”. ABBAGNANO, Nicola. p. 257 (em 
outras palavras: “primeiro o individuo, depois o grupo”). 
Contudo, a revelação divina também carrega uma noção de dever. 
Assim como o prisioneiro acorrentado que se libertou e fugiu da 
caverna, temos também um senso de dever envolvendo o 
conhecimento revelado. Ainda que a discussão sobre individualismo e 
dever seja muito importante, voltaremos a ele mais adiante. 
Resumindo: 
 Platão e o dualismo material x espiritual. Platão deu grandes 
contribuições para o mundo que vivemos hoje. Algumas de suas 
ideias podem ser resumidas na alegoria da caverna. A essência 
das coisas não está necessariamente no que vemos (que podem 
ser apenas sombras da realidade). 
 Heteronomia e Autonomia: a maturidade não está relacionada 
ao simples passar do tempo, mas do desenvolvimento da 
autonomia, da maioridade moral. 
 Aristóteles: entre a virtude e o vício. Virtude é uma disposição 
de caráter de querer o bem. Seremos verdadeiramente felizes 
quando escolhermos as virtudes em relação aos vícios. 
 Agostinho e a revelação divina: é a revelação divina quem dá 
o sentido da vida. Há um alinhamento entre um tipo específico de 
moral e ética que passam a moldar o pensamento ocidental. 
Agora, que você aprendeu sobre a diferença entre ética e moral, 
quero convidá-los para uma participação no fórum de discussão, sua 
opinião vai fazer muita diferença! 
Bibliografia 
PLATÃO, A república, AGOSTINHO, Confissões. 
 
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. São Paulo, Mestre Jou, 
1982. 
ARANHA, Maria Lucia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. 
Filosofando, introdução à Filosofia. São Paulo, Moderna, 1993. 
ALEGORIA da caverna. Sociobox Wordpress, 25 jun. 2012. Disponível 
em: < http://sociobox.wordpress.com/2012/06/25/alegoria-da-
caverna/ >. Acesso em: mar. 2013.

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