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* * Tecnologia da Biologia Celular e Molecular * * Confecção de cortes para estudo nos microscópios óptico e eletrônico Mesmo se podendo observar células vivas ao microscópio, há vantagens em se obter uma lâmina permanente onde as células ficam preservadas, isto é, fixadas e coradas, para melhor demonstração de seus componentes. * * Uma lâmina fixada deveria mostrar as células com a mesma estrutura microscópica e composição química que possuíam quando vivas. Entretanto, isto não é possível e todos os preparados apresentam artefatos, que são alterações produzidas nas células pelas técnicas utilizadas. 1a etapa Fixação * * Finalidades: evitar a autólise, que é a destruição da célula por suas próprias enzimas; impedir a atividade e a proliferação de bactérias; endurecer as células para que elas resistam melhor às etapas seguintes da técnica; aumentar a afinidade das estruturas celulares pelos corantes usados na microscopia óptica e aumentar o contraste na microscopia eletrônica. * * Química da fixação: complexa e pouco conhecida. Formol e aldeído glutárico (glutaraldeído) fixam as células (combinam com os grupamentos amínicos das proteínas). O tetróxido de ósmio e o glutaraldeído são os fixadores mais usados em microscopia eletrônica, porque coagulam proteínas, causando modifica-ções mínimas na estrutura celular. Cada fixador simples apresenta certos inconve-nientes e algumas qualidades desejáveis. Por isso foram elaboradas as misturas fixa-doras: proporções variáveis dos fixadores simples para compensar-lhes as deficiências. * * 2a etapa Microtomia Técnica que usa um aparelho para efetuar cortes de tecidos em fatias finas para exame no microscópio, o micrótomo. O fragmento de tecido fixado é geralmente protegido por um material que o envolve e nele penetra, e que deve possuir propriedades físicas que facilitem o corte. * * Cortes para MO devem ser incluídos em parafina ou em resinas plásticas especiais. Cortes para ME devem ser incluídos em resinas mais duras, como as do tipo epóxi (Araldite, Epon). Obs.: Os micrótomos que cortam tecidos incluídos em parafina utilizam navalhas de aço, e os que cortam tecidos incluídos em resinas usam navalham de vidro ou de diamante. * * 3a etapa Coloração Organelas e inclusões são quase sempre transparentes e incolores (dificulta seu estudo microscópico). Foram criados numerosos processos de coloração que tornam visíveis os diversos componentes celulares. Há corantes básicos (+) que coram estruturas ácidas. Ex.: hematoxilina, azul-de-toluidina e azul-de-metileno Há corantes ácidos (-) que coram estruturas básicas ou alcalinas. Ex.: eosina, orange G e fucsina ácida. * * O Microscópio Óptico * * A ampliação total dada por um microscópio é igual ao aumento da objetiva multiplicado pelo aumento da ocular. Poder de resolução: é a capacidade de separar detalhes em um sistema óptico. É expresso pelo limite de resolução → menor distância entre dois pontos para que eles apareçam individualizados. O Microscópio Óptico * * Microscópio de Polarização * * Microscópio de Polarização É semelhante ao MO comum, acrescido de dois prismas ou dois discos polaróides. Um desses elementos é colocado no condensador e funciona como polarizador; o outro é colocado na ocular e é chamado analisador. A função do polarizador é iluminar a célula com um feixe de luz polarizada. O analisador verifica o efeito das estruturas celulares sobre o feixe polarizado. * * Microscópio de Contraste de Fase * * Microscópio de Contraste de Fase É dotado de um sistema óptico especial que transforma diferenças de fase dos raios luminosos em diferenças de intensidade. Assim, as diferenças de fase, para as quais o olho não é sensível, tornam-se visíveis, pois são traduzidas em diferenças de intensidade luminosa, facilmente perceptível. O microscópio de contraste de fase pode ser usado de modo que as estruturas celulares apareçam, escuras (fase positiva) ou claras (fase negativa). * * Microscópio de Contraste de Fase As estruturas celulares têm quantidades diversas de matéria e causam atrasos diferentes na luz que as atravessa. O microscópio de contraste de fase é empregado em especial para o estudo de células vivas. É de grande utilidade para a observação de células cultivadas, cujo crescimento e divisão mitótica podem ser facilmente seguidos sem o emprego de corantes. * * Microscópio Confocal * * Microscópio Eletrônico * * Microscópio Eletrônico Visualização de estruturas celulares não visíveis no microscópio óptico → poder resolutivo é muito maior. Emprega feixes de elétrons que, acelerados, têm um comprimento de onda de 0,005 nm. Ainda não se consegue aproveitar inteiramente a capacidade resolutiva do ME por causa das dificuldades em preservar as células e, sobretudo, em obter cortes extremamente finos, imprescindíveis para o máximo de resolução. * * Citoquímica Compreende técnicas diversas para a identificação e localização das moléculas que constituem as células. Ácido desoxirribonucléico (DNA) o DNA é demonstrado citoquimicamente pela reação de Feulgen, técnica específica para o DNA e, como a intensidade de cor vermelha que se forma é proporcional à concentração de DNA, ela permite o estudo quantitativo deste ácido nucléico. Graças a esse processo, descobriu-se que a quantidade de DNA é fixa para cada espécie (se duplica na intérfase, e, ao entrar na prófase, a célula já contém uma quantidade dupla de DNA). * * Ácido ribonucléico (RNA) o estudo citoquímico do RNA é baseado em sua basofilia e nas propriedades da enzima ribonuclease, que ataca exclusivamente o RNA. Catecolaminas o formaldeído reage com as catecolaminas produzindo compostos fluorescentes. Deste modo, é possível a localização citoquímica das catecolaminas adrenalina e noradrenalina. * * Proteínas reações para demonstração das proteínas totais das células são baseadas em técnicas que identificam aminoácidos. Entre estas técnicas estão a de Millon, que tirosina; a do diaminoazobenzeno, para triptofano; e a de Sakaguchi para arginina. Polissacarídeos um exemplo é a técnica para evidenciação do glicogênio, conhecida como técnica do PAS (Periodic Acid Schiff). A reação baseia-se na oxidação, pelo ácido periódico, de grupamentos OH vizinhos, formando grupamentos aldeídicos que dão cor vermelha com o reativo de Schiff (fucsina básica descorada pelo anidrido sulfuroso). * * Enzimas algumas vezes, para impedir que o fixador inative a enzima, é preciso usar cortes de tecidos não fixados, obtidos por congelação. As desidrogenases e as fosfatases são exemplos de enzimas demonstráveis citoquimicamente. As desidrogenases retiram o H de um substrato, transferindo-o para outro composto. As fosfatases ácidas são enzimas que hidrolisam ésteres do ácido fosfórico em pH ácido. * * Microscopia de Fluorescência * * É geralmente aplicada com técnicas citoquímicas. As substâncias fluorescentes gozam da propriedade de emitir luz quando excitadas por radiações de certos comprimentos de onda. Alguns constituintes celulares são fluorescentes e podem ser identificados e localizados por meio da microscopia de fluorescência. Utilizam-se também corantes fluorescentes que se combinam e identificam certas substâncias não-fluorescentes. Um dos corantes fluorescentes mais usados é o alaranjado-de-acridina, que se combina com os ácidos nucléicos, permitindo a sua localização. * * Imunocitoquímica Tem técnicas que permitem o estudo da localização intracelular de proteínas específicas. A imunocitoquímica se baseia na reação antígeno-anticorpo. Pode ser direta ou indireta. * * Imunocitoquímica direta Consiste em se injetar um antígeno no indivíduo para que ele forme uma gamaglobulina (anticorpo) com a propriedade de se combinarem (reação antígeno-anticorpo). A seguir, utiliza-se marcadores que podem ser evidenciados por reações citoquímicas específicas e apropriadas. Os marcadores mais utilizados são a peroxidase (forma um composto corado e elétron-denso), ou um corante fluorescente (utiliza-se o microscópio de fluorescência), ou a ferritina (muito elétron-densa, vista ao ME). * * Imunocitoquímica indireta Nesta técnica a marcação é colocada em um antianticorpo, isto é, uma antigamaglobulina. A técnica indireta utiliza dois anticorpos: a gamaglobulina, obtida através da injeção do antígeno, e a antigamaglobulina, obtida pela injeção de gamaglobulina em um novo indivíduo. A antigamaglobulina pode ser evidenciada por conjugação com substâncias fluorescentes, ferritina ou peroxidase. * * Cromatografia em Coluna Baseia-se no fato de que, quando se faz uma mistura de proteínas dissolvidas em água passar por uma coluna constituída por uma matriz sólida e porosa, contida num tubo de vidro. A velocidade de migração das diferentes proteínas varia conforme a interação de cada uma delas com a matriz. Mantendo-se um fluxo contínuo de proteínas, que sai pela parte inferior da coluna, podem-se coletar separadamente as proteínas contidas na amostra inicial. * * Natureza do grau e do tipo de interação das proteínas com a matriz da coluna a) interação de troca iônica –a matriz é constituída por partículas com carga positiva ou negativa e na qual a separação das proteínas depende das cargas elétricas na superfície de suas moléculas; b) interação hidrofóbica – as partículas da matriz apresentam superfície hidrofóbica, retardando a migração das proteínas hidrofóbicas, que têm afinidade pelas partículas da matriz; c) filtração em gel – a matriz atua apenas como peneira, por onde as proteínas migram com velocidade variável, dependendo do tamanho e da forma de suas moléculas; d) interação por afinidade – muitas moléculas biológicas interagem com alto grau de especificidade, Ex.: enzimas e seus substratos, certos segmentos de DNA e RNA e antígenos e anticorpos. A técnica é muito usada para purificação de anticorpos. * * Eletroforese em gel de poliacrilamida * * É uma técnica de separação de moléculas que envolve a migração de partículas em um determinado gel durante a aplicação de uma diferença de potencial. As moléculas são separadas de acordo com o seu tamanho, pois as de menor massa irão migrar mais rapidamente que as de maior massa. Em alguns casos, o formato da moléculas também influi, pois algumas terão maior facilidade para migrar pelo gel. A eletroforese normalmente é utilizada para separar proteínas e moléculas de DNA e RNA. Eletroforese em gel de poliacrilamida * * Radioautografia * * Radioautografia Técnica citoquímica para a detecção de isótopos radioativos. Baseia-se na sensibilidade das emulsões fotográficas às radiações ionizantes. Como não existem átomos radioativos nas células, pela radioautografia, podem-se seguir, a incorporação e a migração de compostos radioativos introduzidos nas células com finalidades experimentais. Pode ser usada tanto para a MO como para o ME. * * Centrifugação * * Centrifugação Permite o fracionamento celular e a obtenção de frações relativamente puras de organelas. As organelas são separadas de um homogeneizado pela centrifuga-ção de células em que as MP são rompidas e os constituintes celulares dispersos em um meio líquido, geralmente contendo sacarose, evita a tendência de as organelas se aglutinarem quando as células se rompem. * * * * O isolamento de uma organela através da centrifugação depende do seu coeficiente de sedimentação, isto é, do seu tamanho, forma e densidade, bem como da densidade e viscosidade da solução em que está sendo centrifugada. Em geral utiliza-se a centrifugação fracionada, que consiste em uma série de centrifugações a velocidades crescentes. As organelas ou inclusões maiores e mais densas sedimentam primeiro, e o sobrenadante de cada centrifugação é centrifugado de novo, porém com velocidade maior. Centrifugação
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