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A origem da Ciência da Informação (CI) remonta ao século XVI, mas se consolidou ao longo do tempo, com o termo "bibliografia" sendo utilizado pela primeira vez em 1802. A partir de então, diversos termos como "librarianship" (1818), "library science" (1851) e "documentation" (1903) foram introduzidos, refletindo o crescente interesse pela organização e disseminação do conhecimento. Em 1960, "information science" tornou-se a terminologia oficial, englobando todos os esforços que começaram em 1802.
A CI, como área do conhecimento, se originou após a Segunda Guerra Mundial, quando a revolução científica e técnica impulsionou o desenvolvimento de novas disciplinas. Vannevar Bush, figura-chave do momento, descreveu, em 1945, em seu artigo "As We May Think", o desafio da crescente massa de informações e a necessidade de novos meios para acessá-las e conectá-las. Ele propôs o conceito de "memex", um dispositivo que permitiria armazenar e relacionar informações, antecipando o desenvolvimento das tecnologias de informação, como a web e a inteligência artificial. A solução de Bush, de usar tecnologias emergentes para organizar o conhecimento, influenciou profundamente o campo da Ciência da Informação e o avanço de tecnologias como a internet e o hipertexto
Em julho de 1945, Vannevar Bush, um importante cientista e diretor do Escritório de Pesquisa Científica e Desenvolvimento dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial, publicou um artigo visionário intitulado "As We May Think". Nele, Bush especula sobre o futuro da ciência e da tecnologia após a guerra, com foco nas maneiras pelas quais os avanços poderiam transformar a forma de pensar e organizar o conhecimento humano.
Ele identificou o crescente desafio de lidar com a explosão de informações, especialmente nas áreas de ciência e tecnologia, e propôs uma solução: a criação de um dispositivo chamado "memex". Esse aparelho permitiria armazenar livros, registros e comunicações, permitindo que o usuário acessasse informações de forma rápida e criasse conexões entre elas. A ideia do "memex" antecipa os conceitos de hipertexto e inteligência artificial, fundamentais para a criação da web e da navegação por hyperlinks, que seriam materializados anos depois por Tim Berners-Lee e Theodore Nelson.
Bush também observou que a capacidade de conectar informações de diferentes áreas é um poder fundamental para a inovação. Ele via o "memex" como uma ferramenta para replicar e ampliar a capacidade humana de fazer essas conexões. Sua visão influenciou diretamente o desenvolvimento das primeiras tecnologias que levariam à criação da internet e à ideia de "inteligência aumentada", um conceito explorado por Douglas Engelbart, que também contribuiu para o surgimento da ARPANET e do mouse.
O artigo de Bush foi um marco histórico, antecipando muitas das tecnologias que moldariam o futuro da informação e que, ainda hoje, impactam nossas vidas cotidianas.
A Ciência da Informação surgiu após a Segunda Guerra Mundial, influenciada pela Revolução Científica e Técnica. Sua formação foi impactada por duas disciplinas principais: Documentação, que trouxe novas conceituações, e Recuperação da Informação, que possibilitou o desenvolvimento de sistemas automatizados para buscar informações.
A Revolução Industrial, no final do século XIX, gerou um aumento significativo na quantidade de informações registradas, motivando a criação de métodos para organizar e controlar esse conhecimento. Paul Otlet e Henri La Fontaine, com a ideia de criar uma biblioteca universal, propuseram uma abordagem que não se focava em reunir acervos, mas em organizar e classificar os produtos do conhecimento. Otlet, em seu Instituto Internacional de Bibliografia, desenvolveu um sistema de classificação para o conhecimento.
O Instituto Internacional de Bibliografia (IIB) foi transformado em 1931 no Instituto Internacional de Documentação (IID), com o objetivo de controlar os novos tipos de suportes de conhecimento. Em 1938, se tornou a Federação Internacional de Documentação (FID), e em 1986 passou a se chamar Federação Internacional de Informação e Documentação, mantendo a sigla FID. A FID é considerada um marco na gênese da Ciência da Informação (CI) e continua sendo um órgão importante na área.
Embora o projeto de Paul Otlet e Henri La Fontaine de criar uma biblioteca universal não tenha sido realizado, ele deixou um legado com novos conceitos como "documento", "bibliografia" e a Classificação Decimal Universal. A explosão da informação, que começou após a Segunda Guerra Mundial, gerou a necessidade de tornar o crescente volume de registros acessível, o que levou ao desenvolvimento da Recuperação da Informação.
A partir do final da década de 1940, a Ciência da Informação se consolidou como um campo científico, embora com equívocos iniciais sobre sua relação com a Biblioteconomia e a Informática. Como destacou Saracevic, a CI surgiu devido à crescente relevância dos problemas informacionais para a sociedade, com a responsabilidade social de transmitir o conhecimento. A evolução da CI foi um processo global, influenciado pela tecnologia e pelos desafios informacionais que surgiram ao longo do tempo.
QUEM FOI PAUL OTLET? Marília Cossich A web e a internet imaginadas em 1945 Nascido em Bruxelas, na Bélgica, em 1868, Paul Otlet foi advogado e um visionário na área de Ciência da Informação, que ele costumava chamar de “Documentação”. Também foi um idealista e ativista da paz, juntamente com seu parceiro e amigo Henri La Fontaine, engajado em ideias políticas de um novo mundo, promovendo a paz através da difusão global da informação. Juntos, em 1895, fundaram o Office International de Biographie, com o objetivo de organizar uma biografia universal, intitulado como Repertoire Bibliographique Universel (RBU). Com este projeto, um tanto quanto arrojado para a época, Otlet e La Fontaine, por meio de cartões de índices, reuniram dados sobre tudo o que já havia sido publicado para posterior recuperação. Em 1904, Otlet e La Fontaine criaram a CDU (Universal Decimal Classification) com base na CDD (Dewey Decimal Classification), um sistema de classificação que tinha sido inventado em 1876 por Melvil Dewey. Otlet escreveu diversos ensaios sobre a forma de organizar o mundo do conhecimento, resultando em dois livros, o Traité de documentation (1934) e Monde: Essai d’universalisme (1935). Fonte: http://biblioo.info/quem-foi-paul-otlet/. Acesso em: 21 ago. 2023.
3 DEFINIÇÕES DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO Já conhecemos o contexto em que a Ciência da Informação surgiu como área de estudo. Vamos aprender as definições relativas a essa área: O termo Ciência da Informação tem estado conosco algum tempo. [...] na Annual Review, Robert S. Taylor disponibiliza três definições da Ciência da Informação. Elas têm muitos pontos em comum, assim como diferenças em ênfase. A definição que vamos seguir é derivada da síntese dessas ideias.ACiência da Informação é uma disciplina que investiga propriedades e o comportamento da informação, as forças que governam o fluxo da informação, e isso significa os meios de processar a informação para uma otimização quanto à acessibilidade e usabilidade. Ela está preocupada com o corpo de conhecimento relacionando-a com a origem, coleta, organização, armazenamento, recuperação, interpretação, transmissão e utilização da informação. Isso inclui a investigação das representações da informação em ambos os sistemas: natural e artificial e o uso de códigos para transmissão eficiente da mensagem, e o estudo dos dispositivos e técnicas de processamento da informação, como os computadores e seus sistemas de programação. É uma ciência interdisciplinar derivada de/e relacionada com campos como o da matemática, lógica, linguística, psicologia,tecnologia computadorizada, operações de pesquisa, artes gráficas, comunicações, biblioteconomia, gestão, e outros campos de estudo similares. Possui ambos os componentes da ciência pura e das ciências aplicadas, o que implica no objeto sem desconsiderar sua aplicação e o desenvolvimento deserviços e produtos. Essa definição parece complicada, e é, porque o problema do objeto é complexo e multidimensional... (BORKO, 1968, p. 3).
A definição de Ciência da Informação proposta por Robert S. Taylor e sintetizada por Borko (1968) descreve a área como uma disciplina complexa e interdisciplinar, com os seguintes pontos principais:
1. Propriedades e Comportamento da Informação: A Ciência da Informação estuda as características da informação e como ela se comporta, incluindo as forças que governam o seu fluxo. Isso envolve investigar os meios de processar a informação de forma a torná-la acessível e útil.
2. Ciclo Informacional Completo: A área abrange todas as etapas relacionadas à informação, como a sua origem, coleta, organização, armazenamento, recuperação, interpretação, transmissão e uso. Também inclui o estudo das representações da informação, tanto nos sistemas naturais quanto artificiais, e o uso de códigos para transmitir as mensagens de forma eficiente.
3. Interdisciplinaridade e Aplicação: A Ciência da Informação é uma área interdisciplinar que se relaciona com campos como matemática, lógica, linguística, psicologia, tecnologia computacional, biblioteconomia, comunicação, gestão, entre outros. Ela combina aspectos da ciência pura (teórica) e aplicada, com foco não apenas no estudo da informação, mas também no desenvolvimento de serviços e produtos para lidar com ela de maneira eficaz.
Essa definição destaca a complexidade do campo, refletindo sua natureza multidimensional e seu foco em tanto no entendimento teórico quanto na aplicação prática da informação.
De acordo com Queiroz e Moura (2015, p. 33), o conceito de Ciência da Informação apresentado por Mikhailov e Giljarevskij enfatiza fortemente o caráter científico da área, com o termo "científico" aparecendo três vezes no conceito. Essa repetição reflete a ideia de que, como toda ciência, a Ciência da Informação está atrelada a teorias e padrões que fundamentam seu estudo.
No contexto brasileiro, Araújo (2003, p. 21) argumenta que a Ciência da Informação é tradicionalmente definida como uma "ciência social aplicada" dentro de instituições acadêmicas e classificações de agências como Capes e CNPq. No entanto, ele observa que, embora a dimensão social dos fenômenos informacionais seja amplamente discutida em programas de pós-graduação e em grupos de pesquisa (como "Informação e Sociedade" ou "Informação e Cultura"), essa inserção social não é necessariamente evidente no nível teórico e epistemológico da disciplina. A questão social da Ciência da Informação é reconhecida, mas nem sempre está claramente definida no campo teórico da área.
A Ciência da Informação (CI) interage com várias outras áreas do conhecimento, principalmente aquelas impulsionadas pela tecnologia da informação e comunicação, que têm a informação como base. Essas áreas apresentam diferentes conceitos que, muitas vezes, se sobrepõem ou divergem das concepções da CI, o que torna importante compreender os paradigmas e a epistemologia dessa disciplina.
A epistemologia da CI, que estuda os fundamentos do conhecimento e como ele é gerado, ajuda a identificar semelhanças e diferenças entre os conceitos da CI e de outras áreas do saber. Ela permite uma análise crítica e reflexiva sobre como a informação é tratada em diferentes contextos e campos.
Os paradigmas da CI, segundo Rafael Capurro (2003), são como modelos abstratos que permitem compreender e visualizar o objeto de estudo da Ciência da Informação a partir de diferentes perspectivas. Para Thomas Kuhn, um paradigma é um conjunto de conceitos, valores ou práticas que uma comunidade científica adota para entender seu objeto de estudo. Na CI, os principais paradigmas definidos por Capurro são:
1. Paradigma Físico: Este paradigma vê a informação de uma forma objetiva e material. Ele está relacionado à forma física dos documentos, ao armazenamento e à transmissão dos dados, e à infraestrutura necessária para o processamento da informação.
2. Paradigma Cognitivo: Focado na forma como a mente humana percebe, processa e interpreta a informação. Este paradigma considera o papel do ser humano como receptor e interpretador da informação, e investiga como os processos mentais influenciam a compreensão e o uso da informação.
3. Paradigma Social: Este paradigma considera o contexto social em que a informação circula. A informação é vista como um fenômeno que ocorre em interações sociais e culturais, influenciada por fatores políticos, econômicos e culturais. A CI, nesse paradigma, preocupa-se com como as pessoas e as comunidades acessam, compartilham e utilizam a informação.
Esses três paradigmas são fundamentais para a construção do conhecimento na área da Ciência da Informação, e cada um oferece uma perspectiva única sobre o que é informação e como ela deve ser tratada. Ao entender esses paradigmas, podemos compreender melhor as diferentes abordagens que existem dentro da área e como elas podem ser aplicadas na resolução das problemáticas informacionais.
A evolução da Ciência da Informação (CI) pode ser analisada de diferentes perspectivas, como visto nas contribuições de diversos autores ao longo das últimas décadas. Esses estudos focam nos diferentes momentos da evolução da disciplina, explorando como a área tem sido sistematizada e como ela lida com os aspectos físicos, cognitivos e sociais da informação. Vamos explorar as principais contribuições apresentadas:
1. Saracevic (1999), da Rutgers University, identificou três grandes conceitos de informação:
· Sentido restrito: Informação é vista como sinais ou mensagens simples, com pequeno ou nenhum processamento cognitivo. Pode ser estimada por probabilidades ou algoritmos.
· Sentido amplo: A informação envolve processamento cognitivo e compreensão, ocorrendo a partir da interação entre uma "mente" e um "texto". Nesse sentido, a informação é aquilo que altera um estado de conhecimento, dependendo da interpretação do receptor.
· Sentido ainda mais amplo: Aqui, a informação é entendida dentro de um contexto específico, envolvendo a situação e a ação em que ocorre a cognição. Envolve também a motivação e intencionalidade do indivíduo, interligados a um horizonte social, cultural e contextual.
2. Ørom (2000), da Royal School of Library and Information Science, introduziu a noção de um "pré-paradigma" e três paradigmas principais da Ciência da Informação:
· Paradigma físico: Iniciado na década de 1950, focando na recuperação de informação. A informação é vista como algo objetivo e imune aos processos cognitivos e sociais.
· Paradigma cognitivo: Expande o foco para o comportamento informacional humano e não se limita apenas à interação com sistemas de recuperação da informação. A informação, aqui, é moldada por fatores cognitivos, mas não considera os aspectos sociais.
· Abordagens alternativas (semiótica): Com base na teoria da comunicação e semiótica, este paradigma vê a informação como a construção de signos, considerando tanto a transmissão da mensagem quanto a construção de sentido nos contextos sociais e culturais.
3. Fernandéz Molina e Moya-Anegón (2002), da Universidad de Granada, propuseram três grandes modelos no estudo das Ciências da Documentação (área correlata à Ciência da Informação na Espanha):
· Modelo positivista: Abordagem fisicalista, considerando a informação como algo mensurável e neutro, com foco em sistemas de informação e busca de dados em um modelo determinista.
· Modelo cognitivo: Centrado no comportamento humano e nos processos mentais individuais, tratando da maneira como as pessoas produzem e utilizam a informação, mas com um risco de subjetivismo excessivo.
· Modelo sociológico: Baseado na Epistemologia Social, voltada para o estudo das relações de uma sociedade com os conhecimentos registrados que ela mesma cria e compartilha, com foco nos contextos sociais.
4. Silva e Ribeiro (2002), da Universidade do Porto, destacaram dois paradigmas na evolução da CI:
· Paradigma historicista, tecnicista e custodial: Correspondente aos campos de Arquivologiae Biblioteconomia, com foco no armazenamento e preservação dos documentos.
· Paradigma dinâmico, científico e informacional: Relacionado diretamente ao surgimento da Ciência da Informação, com ênfase nos aspectos informacionais e dinâmicos da informação.
5. Capurro (2003), da Stuttgart University, sistematizou a evolução da CI em três paradigmas:
· Paradigma físico: Focado na transmissão de informações como objetos físicos, conforme a Teoria Matemática de Shannon e Weaver.
· Paradigma cognitivo: Emergiu nos anos 1970, focando na relação entre informação e conhecimento, vendo a informação como algo que altera as estruturas de conhecimento do sujeito.
· Paradigma social: Relacionado à constituição social dos processos informacionais, com ênfase na crítica ao modelo cognitivo que via o usuário de forma isolada. Enfatiza o contexto social e cultural em que a informação ocorre.
6. Desenvolvimentos mais recentes: Outros pensadores, como Bernd Frohmann (2006) e Birger Hjorland (2007), contribuíram com novas abordagens da Ciência da Informação. Frohmann, por exemplo, introduziu os "regimes de informação", conectando a materialidade do documento aos condicionantes sociais, tecnológicos e culturais. Hjorland trouxe uma perspectiva pragmatista, definindo a informação como resultado de pressupostos compartilhados por um coletivo em ações específicas dentro de um contexto.
Em suma, os autores discutem a evolução da Ciência da Informação de uma visão fisicalista e técnica para uma abordagem cognitiva e, finalmente, social, refletindo a necessidade de entender a informação não apenas como algo transmitido ou processado, mas também como algo que emerge e é moldado em contextos sociais, culturais e interacionais complexos.

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