Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PROGRAMA DE DIREITO ADMINISTRATIVO DA UCSAL DIREITO ADMINISTRATIVO I ( 60 HORAS-AULA ) 1. Administração Pública e poderes estatais. Função administrativa. 2. Submissão da Administração Pública ao direito. Formação histórica do direito administrativo. Sistemas de controle jurisdicional. O direito administrativo brasileiro. 3. Direito Administrativo. Conceito. Autonomia. Campo de aplicação. Posição do direito administrativo na ordem jurídica do sistema federativo. Relação com outros ramos do direito. 4. Regime jurídico administrativo. Princípios da Administração Pública e do direito administrativo. 5. Fontes do Direito Administrativo. Hierarquia. Codificação. 6. Lei e Regulamento. O poder regulamentar. 7. Ato administrativo. Caracterização. Classificação. Elementos e pressupostos. Atributos. 8. Ato administrativo. Perfeição. Validade. Eficácia. Auto-executoriedade. Irretroatividade. 9. Vícios do ato administrativo. Extinção. Revogação. Anulamento. 10. Teoria das nulidades no direito administrativo. Convalidação. 11. Organização administrativa brasileira e personalidade jurídica do Estado. Pessoas jurídicas públicas. Descentralização. Descon- centração.Entidades públicas: autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas 12. Órgãos públicos. Competência. Poderes administrativos. 13. Técnica jurídica de direito público. Atos jurídicos. Situações jurí - dicas . Limites jurídicos à ação dos governantes. 14. Relações jurídico-administrativas. Graus de aperfeiçoamento das situações jurídicas de poder. Direito público subjetivo, interesse legítimo, direito coletivo, direito difuso. 15. Controles da Administração Pública.� DIREITO ADMINISTRATIVO I BIBLIOGRAFIA DO CURSO LIVROS - TEXTOS BÁSICOS CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO, Curso de Direito Administrativo. HELY LOPES MEIRELLES , Direito Administrativo Brasileiro. MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO, Direito Administrativo DIOGENES GASPARINI, Direito Administrativo . JOSÉ CRETELLA JR. - Direito Administrativo Brasileiro LUCIA VALLE FIGUEIREDO - Curso de direito Administrativo. ( As obras mencionadas devem ser de edição posterior às Emendas Constitucionais n.os. 19 e 20 } LIVROS COMPLEMENTARES GERAIS MANOEL RIBEIRO, Direito Administrativo - vol. I CAIO TÁCITO, Temas de Direito Público. DIOGO DE FIGUEIREDO MOREIRA NETO, Curso de Direito Administrativo. LAFAYETTE PONDE, Estudos de Direito Administrativo. VICENTE RÁO - O Direito e a Vida dos Direitos. ODETE MEDAUAR - Direito Administrativo Moderno. OSWALDO ARANHA BANDEIRA DE MELLO, Princípios Gerais de Direito Administrativo. JOSÉ CRETELLA JR. – Comentários à Constituição de 1988 – capítulo sobre Administração Pública MATERIAL DE CONSULTA PERMANENTE E OBRIGATÓRIA Constituição da República Federativa do Brasil (atualizada com as Emendas Constitucionais no. 1 a 38. Constituição do Estado da Bahia Lei de Ação Popular - Lei federal no. 4.717, de 29/10/65 Lei de Processo Administrativo Federal - Lei federal no. 7.984, de 29 / 01 / 1999 Lei dos Atos de Improbidade Administrativa - Lei no. 8.429, de 2 de junho de 1992. MATERIAL PARA PESQUISAS EXTRA-CLASSE Revista de Direito Administrativo - Fundação Getulio Vargas Revista de Direito Público - Ed. Rev. dos Tribunais - n os. 1 a 100 Revista Trimestral de Direito Público - Ed. Revista dos Tribunais Revista Ciência Jurídica Revista Bahia Forense ( Tribunal de Justiça do Estado da Bahia ) Revista da Procuradoria Geral do Estado da Bahia Revista Trimestral de Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal Revista de Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça Revista JURÍDICA - Administração Municipal Revista Interesse Público Boletim de Direito Administrativo - Editora NDJ Sites JUS NAVIGANDI - NEÓFITO - CONSULTORIA JURÍDICA Boletim Informativo IDAF - Editora Zënite LITERATURA ESPECÍFICA E LITERATURA ESTRANGEIRA Estudos monográficos nacionais e textos de literatura especializada estrangeira poderão ser indicados para consulta a bibliotecas e para leitura complementar, nos pontos do programa. � Direito Administrativo I UCSAL 2002 Profa.Alice Gonzalez Borges ROTEIRO DE ESTUDOS ( OBS. Não se trata de apostila : apenas orientação para o estudo dos livros indicados na bibliografia, que não pode ser dispensado ). SUMÁRIO 1. Administração Pública e administração privada. Traços diferenciadores. 2. Conceituação da Administração Pública 3. Administração Pública. Poderes estatais. Funções estatais. Tripartição. Temperamentos. 4. Função administrativa. Importância da noção. 5. Caracterização da função administrativa, frente às demais funções estatais típicas 6. Formas de expressão da função administrativa 7. Função administrativa no direito positivo brasileiro 1. Administração Pública e administração privada. Traços diferenciadores. ADMINISTRAÇÃO - vontade organizada, orientada para a consecução de um fim, econômico ou não, seja de natureza pública ou privada Etimologia da palavra : ad + MANUS + trahere = conduzir com a mão , dirigir, governar (CICERO , segundo GIANNINI ). ad + MINistrare = servir, gerir, cuidar raízes latinas : MANUS : comando, direção, MINUS : subordinação, posição de orientado ou dirigido Correspondência da dupla etimologia do termo ADMINISTRAÇÃO com o duplo aspecto da ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA : manus ( COMANDO ) - em nome da supremacia do interesse público sobre o interesse privado minus ( SUBORDINAÇÃO ) - vinculação ao interesse público, como atividade serviente, de gerir a coisa alheia. Distingue-se a Administração Pública pelos seguintes elementos diferenciadores , em relação à administração privada ( JEAN RIVERO): FINALIDADE - de interesse público MOTIVAÇÃO - desvinculada de qualquer interesse pessoal MEIOS DE AÇÃO - emprego das prerrogativas de potestade pública e das sujeições de potestade pública, que compõem o regime de direito público OBRIGATORIEDADE - da consecução dos objetivos de interesse público, e do exercício da própria competência do administrador. 2. Conceituação da Administração Pública “atividade funcional concreta do Estado, que satisfaz as necessidades coletivas em forma direta, contínua e permanente, com sujeição ao ordenamento jurídico vigente “ ( DUEZ ) Elementos da conceituação : | atividade funcional | atividade do Estado, - ou de quem lhe faça a vezes | atividade concreta | destinação à satisfação das necessidades coletivas | atividade direta- contínua - permanente | SUBMISSÃO AO DIREITO Noção orgânica : conjunto de órgãos, pessoas e serviços, especificamente destinados à direção e execução da atividade administrativa. Noção material : atividades , necessárias para a satisfação das necessidades coletivas de interesse geral, com utilização de prerrogativas e de sujeições de poder público . 3. Administração Pública . Poderes estatais. Funções estatais. Tripartição. Temperamentos. O poder do Estado é um só. O que se divide não é o poder: são as funções pelo mesmo exercidas, que se separam e se distinguem. Correntemente, costumam-se designar como Poderes do Estado os seus órgãos - pessoas ou corpos encarregados de desempenhar as funções estatais. * Tripartição das funções estatais , segundo ARISTÓTELES : deliberação - mando - justiça * Concepção moderna da tripartição das funções estatais : normativa - executiva - jurisdicional * Não são somente estas as funções materiais que o Estado deve realizar, para satisfazer seus fins; mas, seguramente, há de ser através do exercício dessas funções que esses fins serão realizados”. (AGUSTIN GORDILLO) . * Idéias centrais do pensamento de MONTESQUIEU : [ TITULARIDADE DISTINTA DAS FUNÇÕES ESTATAIS [ CONTENÇÃO DOS PODERES Temperamentos da tripartição tradicional dos poderes estatais Sistema de freios e contrapesos: [multiplicaçãoe aperfeiçoamento dos controles recíprocos [funções típicas [funções atípicas Funções estatais [ legislativa [ [ EXECUTIVA [ função de governo | [ FUNÇÃO ADMINISTRATIVA [ [ jurisdicional Noção de função : SANTI ROMANO : “ As funções são poderes que se exercem , não por interesse próprio, ou exclusivamente próprio, mas por interesse objetivamente estabelecido pelo ordenamento jurídico “ DROMI : “A função deve conceber-se como a ponte de ligação entre o poder e o fim “ CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO: “função é o exercício, no interesse de terceiro, de um poder de que se dispõe exclusivamente para cumprir o dever de atender a determinada finalidade, legalmente estabelecida “. conseqüências : [exercício dessa potencialidade no interesse alheio [instrumento necessário ao cumprimento de um dever [predomínio da noção de dever sobre a de poder [vinculação da função a um fim 4. Função administrativa. Importância da noção - autonomia da função administrativa, em relação às demais funções estatais - única função estatal que cria diretamente relações jurídicas entre o Poder Público e os administrados - existência de um ramo específico do direito, que é dedicado ao seu estudo : o DIREITO ADMINISTRATIVO 5. Caracterização da função administrativa, frente às demais funções estatais típicas ADMINISTRATIVA LEGISLATIVA JURISDICIONAL \contínua descontínua descontínua concreta abstrata concreta direta indireta indireta imediata mediata mediata independe de provocação precisa provocação precisa provocação SUBORDINA-SE ao CRIA o MANTÉM o ordenamento jurídico ordenamento jurídico ordenamento jurídico 6. Formas de expressão da função administrativa A atividade administrativa não é homogênea. Expressa- se através de : atos administrativos atos materiais normatividade secundária ( regulamentos e normas menores ) contratos administrativos decisão de reclamações contra os atos da Administração 7. Função administrativa no direito positivo brasileiro - compete, por excelência, em caráter típico e predominante, ao Poder Executivo - é exercida atipicamente pelo Legislativo e pelo Judiciário, como forma de temperamento da divisão de poderes, e para preservação da independência e da harmonia entre os poderes estatais - é exercida, juntamente com a função de governo, pelo Poder Executivo - é exercida em caráter normativo secundário, através dos regulamentos, com submissão às leis ( art. 84, inc.IV- CF) - pelas peculiaridades do ordenamento federativo brasileiro, exerce-se em três planos de competência : federal, estadual e municipal BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA PARA APROFUNDAMENTO E PESQUISA DO ASSUNTO OSWALDO ARANHA BANDEIRA DE MELLO - Princípios gerais de direito administrativo vol. I CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO - Curso de Direito Administrativo CARLOS SCHIMIDT DE BARROS JR. - Compêndio de Direito Administrativo - v. I MANOEL RIBEIRO - Direito Administrativo - vol. I AGUSTIN GORDILLO - Tratado de Derecho Administrativo JEAN RIVERO - Direito Administrativo JOSÉ CRETELLA JR. - Direito Administrativo Brasileiro- 1o. volume GARCIA DE ENTERRÍA & THOMÁS FERNANDEZ - Curso de Direito Administrativo � Direito Administrativo I UCSAL - 2001. Prof.a Alice Gonzalez Borges. ROTEIRO DE ESTUDOS 2. Submissão da Administração Pública ao direito. Formação histórica do direito administrativo. Sistemas de controle jurisdicional. O direito administrativo brasileiro. SUMÁRIO 1. A Administração Pública como objeto do direito administrativo brasileiro. 2. Evolução histórica da Administração Pública submetida ao direito 2.1. Administração Pública no Estado de Polícia (POLIZEISSTAAT) 2.2. Doutrina do Fisco 2.3. Administração Pública e Estado de Direito ( RECHSTAAT ) 2.3.1. Elementos definidores do Estado de Direito 2.3.2.Caracterização da Administração Pública vinculada ao Estado de Direito 2.4. Administração Publica e Estado Social de Direito (SOZIALER RECHSTAAT ou WELFARE STATE ) 2.5. Administração Pública e Estado Democrático de Direito 3. Problemas fundamentais que foram enfrentados, para a implantação da Administração submetida a direito. 4. Sistemas de controle da legalidade dos atos da Administração Pública 5. Sistema europeu-continental ( sistema francês de jurisdição especial ) 5.1. Evolução histórica ( França ) 5.2. Traços característicos do sistema francês de jurisdição especial. 6. Sistema anglo-saxão ( jurisdição única ) 7. Peculiaridades do sistema norte-americano de jurisdição única. 8. Sistemas "mistos". 9. Formação do direito administrativo brasileiro. 1. A Administração Pública como objeto do direito administrativo brasileiro. Objeto do direito administrativo : - estudar as regras que regem e disciplinam as atividades da Administração Pública submetida ao direito - “o exercício da função administrativa e a proteção judicial do administrado, quando ela se dê ilegal ou abusivamente” ( AGUSTIN GORDILLO ). 2. Evolução histórica da Administração Pública submetida ao direito “A Administração Pública é de todos os tempos e de todas as idades”(POSADA DE HERRERA) “Nenhum Estado , por mais primitivo e simples que seja o seu ordenamento, pode deixar de ter uma função administrativa e órgãos para ela delegados, mas nem todos os Estados apresentam um direito administrativo “( ZANOBINI ) 2.1. Administração Pública no Estado de Polícia ( POLIZEISSTAAT) expedição de regras de convivência social, \ditas de polícia, obrigatórias para os agentes da Administração e para os administrados inexistência de qualquer vinculação dos governantes à obediência de regras obrigatórias regras não conhecidas de todos, modificáveis segundo a vontade dos governantes inexistência de relações jurídicas ( com reciprocidade de direitos e obrigações), entre os governantes e os administrados inexistência de direito dos administrados a reclamar a observância das regras pelos governantes e pelos seus agentes ausência de qualquer responsabilidade dos governantes, pelos danos que sua atuação venha a causar aos administrados. 2.2. Doutrina do Fisco marca a transição entre o Estado de Polícia e o Estado de Direito criação teórica dos juristas alemães, chamados “cameralistas”, ligados aos “déspotas esclarecidos “ ( secs. XVII e XVIII ) fundamento na teoria da dupla personalidade do Estado : Estado - Poder [ detenção do poder de império [ não - sujeição a regras jurídicas [ não - sujeição a controles de legalidade [responsabilidade por danos causados aos [ administrados Estado - Fisco [ sujeito de direitos privados [ prática de atos estatais de mera gestão patrimonial [ propriedade dos bens do Estado [ sujeição ao direito civil [ possibilidade de ser acionado, como sujeito privado [ responsabilidade pela repercussão patrimonial dos [ atos do Estado - Poder 2.3. Administração Pública e Estado de Direito ( RECHSTAAT ) “O Estado de Direito é o que assegura o império da lei como expressão da vontade popular “ ( Constituição da Espanha- Preâmbulo ) 2.3.1. Elementos definidores do Estado de Direito submissão dos poderes do Estado ao princípio da legalidade partilha das funções estatais, com mútuas limitações, fiscalização e controle membros do governo responsáveis por seus atos, perante terceiros Legislativo vigilante Judiciário independente primazia do interesse público sobre o interesse privado respeito aos direitos individuais e às liberdades fundamentais dos cidadãos. 2.3.2. Caracterização da Administração Pública vinculada ao Estado de Direito produção de regrasobrigatórias, uniformes, conhecidas de todos, para obediência pelos governantes, pelos agentes públicos e por todos os cidadãos garantia da reclamação dos administrados contra a violação das regras jurídicas pelos governantes e por seus agentes atuação dos governantes limitada pelo respeito aos direitos subjetivos e interesses legítimos dos cidadãos responsabilização da Administração Pública pelos danos causados a terceiros com suas atividades 2.4. Administração Publica e Estado Social de Direito ( SOZIALER RECHSTAAT ou WELFARE STATE ) multiplicação de atividades estatais de intervenção na ordem econômica e social direcionamento da atividade administrativa para assegurar a prestação de serviços de utilidade pública aos cidadãos direcionamento da atividade administrativa para assegurar, além dos direitos e liberdades fundamentais, a garantia dos direitos sociais e do bem-estar dos cidadãos 2.5. Administração Pública e Estado Democrático de Direito Constituição da República : Art. 1o. - “A República Federativa do Brasil...constitui-se em Estado Democrático de Direito”.......................... Parágrafo único - “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição “ exercício da chamada democracia participativa : atuação do cidadão, diretamente , na gestão e no controle da Administração Pública, mediante o exercício do controle participativo, como, por exemplo, atuação do cidadão, diretamente , na gestão e no controle da Administração Pública, mediante o exercício do controle participativo, como, por exemplo, | iniciativa de projetos de lei |direito de reclamação contra atos da |Administração, perante o Executivo ( art. 37, |§ 3o- - CF). o Legislativo ( ar. 58, inc. IV- CF), |e o Tribunal de Contas. (art. 74, § 2 o.- CF) | controle da legalidade e da moralidade dos |atos da Administração perante o Judiciário | participação em audiências públicas ( art. 58, |inc. II - CF) perante as comissões legislativas | fiscalização das contas públicas do Município |(art.31, § 2o-CF.), e participação no |planejamento municipal ( art.29,inc.XII - CF) |participação popular em diversos órgãos |públicos de consulta e decisão 3. Problemas fundamentais que foram enfrentados, para a implantação da Administração submetida a direito. - QUAL O CONTEÚDO DAS REGRAS DE DIREITO APLICÁVEIS ? - QUEM CONTROLA OS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ? Tais problemas foram solucionados de maneira diferente, dando lugar à implantação de diferentes SISTEMAS de controle dos atos da Administração Pública. 4. Sistemas de controle da legalidade dos atos da Administração Pública ||controle por órgãos julgadores pertencentes ao próprio |Executivo (sistema europeu - continental, ou sistema |francês) | | controle pelo Poder Judiciário (sistema anglo-saxão) | | sistemas “mistos” ( Alemanha, Itália, Bélgica ) | ( combinação de traços característicos do sistema francês e | do sistema anglo-saxônico) 5. Sistema europeu-continental ( sistema francês de jurisdição especial ) 5.1. Evolução histórica ( França) Lei de 18-24 de agosto de 1790 ( art. 13 ) : “As funções judiciárias são distintas e permanecerão sempre separadas das funções administrativas. Os juízes não poderão, sob pena de prevaricação, perturbar, de modo algum , as operações dos corpos administrativos, nem citar perante si os administradores, em razão de suas funções “. Lei de l6 Fructidor do ano III da Revolução Francesa : “ Proibições reiteradas são feitas aos tribunais , de conhecer de atos de administração de qualquer espécie, sob as penas do direito “ . Constituição francesa revolucionária de 3/08/91: consagração dos mesmos princípios consagrados na Lei de 16 Fructidor. Constituição Francesa do ano VIII da Revolução Francesa ( 1800 ) : criação do CONSELHO DE ESTADO FRANCÊS, com poder de “justiça retida “ ( submissão das decisões à deliberação final do Ministro da Justiça ) 1872 - reforma das atribuições do Conselho de Estado, com o poder de “justiça delegada “ ( as decisões do Conselho de Estado passam a ser definitivas, sem nenhum controle final do Chefe do Executivo ) 5.2.Traços característicos do regime francês de jurisdição especial controle da legalidade dos atos da Administração Pública, por uma jurisdição contenciosa especializada dos próprios quadros da Administração, completamente distinta e independente do Poder Judiciário ( contencioso administrativo ) estruturação de tribunais especializados em questões administrativos, cuja Corte suprema é o Conselho de Estado poder de julgamento definitivo das questões, sem recurso ao Poder Judiciário distribuição de competências entre a jurisdição especial administrativa e o Poder Judiciário, através de um Tribunal de Conflitos, de composição paritária construção jurisprudencial, pelo Conselho de Estado, de normas jurídicas autônomas, distintas do direito comum aplicável às relações entre particulares surgimento, a partir da construção pretoriana do Conselho de Estado, de um novo ramo do direito , próprio das relações jurídicas da Administração Pública : o direito administrativo 6 . Sistema anglo-saxão ( jurisdição única ) igual submissão de todos - particulares e Estado - às mesmas regras jurídicas do COMMON LAW submissão de todos os litígios - inclusive os administrativos - ao princípio UNA LEX, UNA JURISDICTIO , mediante apreciação pelo Poder Judiciário negação da possibilidade da existência de regras especiais de direito administrativo, com fundamento nas prerrogativas e privilégios de potestade pública formal oposição a que os litígios sobre questões administrativas possam ser excluídos da apreciação do Poder Judiciário e a que se atribua ã Administração Pública, através de seus órgãos, o poder de julgar da legalidade dos próprios atos estruturação de Tribunais Administrativos , com poderes quase - judiciais, cabendo apreciação final de suas decisões pelo Poder Judiciário fiscalização da legalidade dos atos da Administração pelos Tribunais comuns, através do emprego de remédios heróicos (WRITS) surgimento tardio do direito administrativo 7. Peculiaridades do sistema norte-americano de jurisdição única existência de uma constituição escrita e rígida multiplicação de órgãos de justiça administrativa, dotados de poder de decisão quase - judicial ( sujeita à apreciação final do Poder Judiciário ) : courts - agencies - commissions exigência do prévio esgotamento dos recursos cabíveis na esfera administrativa, antes de recorrer-se ao Judiciário regulamentação administrativa intensiva dos serviços e atividades de utilidade pública regulamentação do processo administrativo ( Federal Administrative Procedure Act - 1946 ) controle jurisdicional da constitucionalidade das leis uso dos remédios heróicos ( writs ) para fiscalização da legalidade dos atos da Administração Pública 8. Sistemas “mistos “ controle dos atos da Administração por Tribunais especializados administrativos, com recurso final ao Poder Judiciário - Itália, Bélgica controle dos atos da Administração por tribunais administrativos especializados, integrantes do Poder Judiciário - Alemanha. 9. Formação do direito administrativo brasileiro - INFLUÊNCIA DO SISTEMA ANGLO-SAXÃO ( Estados Unidos ) : | sistema de controle dos atos da Administração Pública |unicamente pelo Poder Judiciário ( sistema de jurisdição |única ) | ( art. 5o., inc. XXV- CF ) | organização constitucional semelhante à dos Estados Unidos | controle da constitucionalidade das leis pelo Poder Judiciário | utilização de remédios heróicos ( writs ) para a fiscalização da |legalidade dos atos das autoridades administrativas pelo |Poder Judiciário | inspiração nas administratives agencies para a criação das |modernas agências reguladoras dos serviços públicos INFLUÊNCIA DO SISTEMA EUROPEU-CONTINENTAL( França, Espanha, Portugal, Alemanha, Itália ,Bélgica ) legislação, doutrina e jurisprudência baseadas na aplicação das regras especiais do direito administrativo, estruturadas a partir das decisões da justiça especializada administrativa do sistema francês e dos chamados “sistemas mistos” BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA ( para aprofundamento e pesquisa ) MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO - Direito Administrativo HELY MEIRELLES - Direito Administrativo Brasileiro CRETELLA JR. - Direito Administrativo Comparado LAFAYETTE PONDÉ - Estudos de Direito Administrativo ( capítulo “O Direito Administrativo na República “) EDUARDO LOBO GUALAZZI -Justiça Administrativa JOÃO GUILHERME ARAGÃO - O contencioso administrativo no Estado de Direito - Revista de Direito Administrativo no.132, pg.1 CAIO TÁCITO - A presença norte-americana no direito brasileiro - Temas de Direito Público - 1.o volume , pgs. 13 a 25. � Direito Administrativo I UCSAL 2002 Prof.a Alice Gonzalez Borges 3. Direito Administrativo. Conceito. Autonomia. Campo de aplicação. Posição do direito administrativo na ordem jurídica do sistema federativo. Relação com outros ramos do direito. SUMÁRIO 1. Direito administrativo e Estado de Direito. 2. Autonomia científica do direito administrativo 3. Problemas que o direito administrativo é chamado a resolver. 4. Características do direito administrativo. 5. Elementos para a conceituação do direito administrativo. 6. Algumas conceituações do direito administrativo. 7. Direito administrativo: as ideologias implícitas. 8. Relações do direito administrativo com outros ramos do direito. 9. Traços peculiares do direito administrativo brasileiro. 10. Posição do direito administrativo na ordem jurídica do sistema federativo. 1. Direito administrativo e Estado de Direito - surgimento do direito administrativo, quando as relações entre a Administração Pública e os administrados passam a ser jurídicas - com direitos e deveres recíprocos. 2. Autonomia científica do direito administrativo - objeto próprio - institutos próprios - métodos próprios - princípios informativos próprios Razões que justificam a autonomia do direito administrativo - sujeição do poder público à norma jurídica e ao controle jurisdicional da legalidade dos seus atos - supremacia do interesse público ( encarnado pela Administração Pública ) sobre o interesse privado - inadequação do direito privado às relações jurídicas entre a Administração Pública e os administrados 3. Problemas que o direito administrativo deve resolver ( WALINE ): utilização dos poderes do Estado, apenas em proveito do bem comum organização dos poderes do Estado para a satisfação das necessidades coletivas limitação dos poderes do Estado, para a salvaguarda dos direitos fundamentais dos cidadãos 4. Características do direito administrativo direito novo direito dinâmico direito em constante renovação e ampliação direito não codificado 5. Elementos para a conceituação do direito administrativo fontes | normas de direito positivo | conjunto de princípios teóricos ordenados e sistematizados taxinomia - ramo do direito público interno objeto, campo de aplicação e temas fundamentais do direito administrativo: poderes de comando para garantir a execução da atividade administrativa, com o emprego de meios coercitivos, se e quando necessário estruturação dos meios de ação ( órgãos - agentes- bens e equipamentos ) para a consecução dos fins de interesse coletivo exercício da função administrativa em caráter normativo, para assegurar a fiel e uniforme aplicação das leis - poder regulamentar disciplinamento das relações jurídicas entre a Administração e os administrados, com o estabelecimento de direitos e obrigações mútuas instrumentalização das técnicas intervencionistas estatais na ordem econômica e social, para garantia dos direitos sociais da coletividade fomento e estímulo às realizações da iniciativa privada proteção dos administrados contra o exercício ilegal ou abusivo da função administrativa atuação social na proteção dos interesses coletivos e difusos da comunidade 6. Algumas conceituações do direito administrativo BASAVILBASO - “complexo de normas e princípios de direito público interno, que regulam as relações entre os entes públicos e os particulares, ou entre os órgãos públicos uns com os outros, para a satisfação concreta, direta e imediata das necessidades coletivas “ AGUSTIN GORDILLO - “ramo do direito público que estuda a função administrativa e a proteção judicial do administrado, quando ela se dê ilegal ou abusivamente” HELY MEIRELLES - “conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas, tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado “ 7. Direito Administrativo : as ideologias implícitas. as vertentes autocráticas do direito administrativo, com ênfase nas prerrogativas de poder público as tendências ideológicas modernas do direito administrativo: extensão do controle jurisdicional sobre os atos da Administração a era das parcerias público-privadas o interesse público como principal vetor da atividade administrativa 8. Relações do direito administrativo com os demais ramos do direito direito constitucional direito civil direito comercial direito penal direito trabalhista direito internacional direito financeiro direito processual civil e penal Novos ramos de direito que se destacaram do direito administrativo : direito tributário direito previdenciário direito econômico direito ambiental direito urbanístico 9. Traços peculiares do direito administrativo brasileiro - abranger as atividades das autoridades administrativas, inclusive em suas relações jurídicas sob o regime de direito privado - abranger as atividades da função administrativa, quando exercida por qualquer dos poderes estatais - excluir, de sua abrangência, os atos do Poder Executivo típicos de governo, no exercício de sua função política, regidos pelo direito constitucional - desenvolver-se em três esferas constitucionais de competência : federal, estadual e municipal . 10. Posição do direito administrativo na ordem jurídica do sistema federativo Art. 1o. da Constituição Brasileira : “ A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito “..... art. 18 - autonomia organizacional político-administrativa da União, dos Estados, Municípios e Distrito Federal. Competência constitucional em matéria de direito administrativo, no Brasil : UNIÃO normas sobre organização dos serviços públicos federais normas gerais de abrangência nacional, sobre matérias determinadas normas de competência concorrente - ( União, Estados, Distrito Federal) normas de competência própria ( arts. 21 e 22 - CF ) ESTADOS normas sobre organização dos serviços públicos estaduais normas de competência própria, em matérias específicas normas de competência remanescente normas de competência concorrente ( art. 24 - CF ) MUNICÍPIOS normas sobre organização dos serviços públicos locais normas de competência própria normas de competência supletiva das leis federais e estaduais UNIÃO , ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIOS competências administrativas comuns - art. 23- CF BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA MANOEL RIBEIRO - Direito Administrativo - 1o. volume HELY LOPES MEIRELLES - Direito Administrativo Brasileiro MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO - Direito Administrativo DIOGENES GASPARINI- Direito Administrativo JOSÉ CRETELLA JR. - Curso de Direito Administrativo - Comentários à Constituição Brasileira de 1988 JOSÉ AFONSO DA SILVA - Direito Constitucional Positivo CELSO RIBEIRO BASTOS - Comentários à Constituição do Brasil � Direito Administrativo I UCSAL - 2002. Prof.a Alice GonzalezBorges. ROTEIRO DE ESTUDOS 4. Regime jurídico administrativo. Princípios da Administração Pública e do direito administrativo. SUMÁRIO 1. Regime jurídico - administrativo. 2. Princípios fundamentais do regime jurídico - administrativo. 3. Princípios gerais de direito público em geral 4. Princípios setoriais do direito administrativo. 5. Princípios setoriais derivados da supremacia do interesse público sobre o interesse individual. 6. Princípios setoriais derivados da indisponibilidade do interesse público . 7. Princípios constitucionais da Administração Pública. 8. Alguns desdobramentos dos princípios constitucionais da Administração Pública. 1. Regime jurídico - administrativo. - " ponto nuclear de convergência e articulação de todas as normas e princípios típicos do direito administrativo, dentro de uma relação lógica de coerência e unidade, compondo um sistema harmônico " ( CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO ). 2. Princípios fundamentais do regime jurídico - administrativo ( CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO ) SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O INTERESSE PRIVADO INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO 3. Princípios gerais de direito público em geral | princípio da legalidade - art. 5o. , inc. II - CF | primazia do interesse público | irretroatividade das leis - art. 5o., inc. XXXVI - CFR 4. Princípios setoriais do direito administrativo. - são próprios, específicos do direito administrativo. 5. Princípios setoriais derivados da supremacia do interesse público sobre o interesse individual | princípio da hierarquia | | prerrogativas de potestade pública : | | presunção de veracidade | presunção de legitimidade | imperatividade dos atos administrativos | exigibilidade dos atos administrativos | auto-executoriedade dos atos administrativos | prerrogativa expropriatória | poder de requisitar bens e serviços | poder de ocupar temporariamente o imóvel alheio | poder de impor medidas de polícia | privilégios especiais das pessoas públicas : | inversão do ônus da prova | prazos processuais dilatados | privilégios creditícios | foro especial | imunidade tributárias | prazos especiais de prescrição das dívidas contra a | Fazenda Pública |auto-tutela administrativa : | poder revogatório dos próprios atos | poder anulatório dos próprios atos ( Súmulas 346 e 473 do STF) 6. Princípios setoriais derivados da indisponibilidade do interesse público : | responsabilidade | obrigatoriedade do desempenho da atividade administrativa | obrigatoriedade do exercício da competência das autoridades | públicas | continuidade do serviço público | especialidade | controle ou tutela | inalienabilidade dos bens públicos | PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 7. Princípios constitucionais da Administração Pública. |legalidade |impessoalidade { igualdade | {finalidade | moralidade | publicidade | eficiência 8. Alguns desdobramentos dos princípios constitucionais da Administração Pública do princípio da legalidade art. 5o., inc. II art. 5o., inc. LIV art. 84, inc. IV art. 87, par. único, inc. II art. 85, inc. VII art. 49, incs. V e XI do princípio da impessoalidade art. 5o., caput art. 37, ( 1o. do princípio da igualdade | distribuição dos encargos públicos | prestação de serviços públicos | perante o uso dos bens públicos | perante os tributos | perante as tarifas públicas | nas licitações e contratos |na admissão a estabelecimentos |públicos |no preenchimento de cargos públicos do princípio da moralidade | art. 5o., LXXIII ( ação popular ) |art. 37, II e ( 2 o. | art. 37, ( 4 o. | art. 37, inc. XXI | 70, par. único | 74, ( 2 o. | 85, inc. V do princípio da publicidade | art. 5o., inc. XXXIII | art. 5o., inc. XXXIV, b | art. 5o., inc. LX | art. inc. LXXII do princípio da eficiência | art. 37, § 8.o | art. 74, inc. II | art. 41, § 1o, inc.III 8. Outros princípios a que se submete a Administração Pública ( Lei 9.784, de 29/01/99 - Lei do Processo Administrativo Federal, art. 2.o ) | razoabilidade | proporcionalidade | motivação dos atos administrativos | segurança jurídica BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO - Curso de Direito Administrativo JOSÉ CRETELLA JR. - Tratado de Direito Administrativo - vol. X - Comentários à Constituição de 1988 ( art. 37, caput) LUCIA VALLE FIGUEIREDO - Curso de Direito Administrativo JOSÉ AFONSO DA SILVA - Direito Constitucional Positivo MANOEL RIBEIRO - Direito Administrativo, vol. I CARMEN LUCIA ANTUNES ROCHA - Princípios Constitucionais da Administração Pública Direito Administrativo I UCSAL – 2002. Prof.a Alice Gonzalez Borges Ponto 5 - Fontes do Direito Administrativo. SUMÁRIO 1. Fontes metajurídicas. 2. Fontes jurídicas. 3. Hierarquia das fontes jurídicas do direito administrativo 4. Constituição. 5. Lei 6. Costume. 7. Jurisprudência. 8. Princípios gerais de direito. 9. Doutrina. 10. Praxes administrativas. 11. Precedentes administrativos. 12. Equidade. 13. Analogia. 1. Fontes metajurídicas | economia política | dados histórico - sociológicos | ciência da administração | ciências exatas | ética 2. Fontes jurídicas formais |constituição diretas |leis positivas |tratados internacionais escritas |regulamentos |normas regulamentares menores |estatutos autônomos e regulamentos corporativos materiais |costume racionais |jurisprudência indiretas | |princípios gerais de direito |doutrina subjetivas | atos administrativos | contratos administrativos outras, | praxes administrativas subsidiárias | precedentes administrativos | equidade | analogia 3. Hierarquia das fontes jurídicas do direito administrativo - primazia das fontes formais - caráter subsidiário das fontes materiais 4. Constituição - no sentido material : “conjunto de normas fundamentais, que regulam e determinam a organização do Estado e dos poderes públicos, e que definem as garantias, direitos e deveres dos indivíduos”( HECTOR ESCOLA) - no sentido formal: - o conjunto de normas e princípios contidos em um documento solene, elaborado pelo Poder Constituinte, e somente modificável através de emenda, obedecendo a processos especiais, previstos em seu próprio texto. 5. Lei. - no sentido formal : todos os atos que contêm regras de direito, emanadas dos órgãos constitucionalmente competentes, conforme processo institucionalmente estabelecido. - no sentido material : todo ato que cria e estabelece uma regra de direito geral, abstrata, uniforme, impessoal, objetiva, dotada de poder obrigatório, que inova originariamente na ordem jurídica, criando direitos e obrigações . caracteres essenciais: | generalidade | obrigatoriedade | permanência | novidade 6. Costume - “regra de conduta criada espontaneamente pela consciência comum do povo, que a observa por modo constante e uniforme, e sob a convicção de corresponder a uma necessidade jurídica”( VICENTE RÁO) Elementos | objetivo - repetição de comportamentos uniformes | subjetivo- convicção generalizada de sua obrigatoriedade | jurídica ( opinio juris vel necessitatis } Espécies | contra legem - derrogatório da lei | praeter legem - supletivo da lei ( Lei de Introdução ao | Código Civil, art. 4o.) | secundum legem - interpretativo da lei -objeto deremissão direta da lei Valor do costume como fonte do direito administrativo : no direito anglo-saxônico - papel criador do direito ( COMMON LAW ) - admissibilidade de sua invocação contra legem no direito brasileiro : - inadmissibilidade do costume contra legem - admissibilidade limitada do costume praeter legem - admissibilidade do costume secundum legem 7. Jurisprudência - orientação uniforme dos juízos e tribunais, na decisão de casos semelhantes - papel nacionalizador - força moral dos julgados “O direito de determinado país é o conjunto de soluções que, em dado momento, são reconhecidas pelos tribunais como regras de conduta social. O direito da jurisprudência é realmente o direito positivo aplicável” ( PEDRO GUILHERME ALTAMIRA) Valor da jurisprudência como fonte do direito administrativo : no direito anglo-saxão - princípio do stare decises no direito francês: - -direito pretoriano criado pelo Conselho de Estado ( jurisdição especializada administrativa ), mediante construção jurisprudencial, na decisão das questões administrativas submetidas a seu exame -estruturação dos principais institutos do direito administrativo no direito brasileiro : - impõe-se o valor da jurisprudência apenas pela força moral dos julgados - valor das Súmulas da jurisprudência predominante dos tribunais superiores - poderosa contribuição indireta para a própria formação do direito administrativo brasileiro 8. Princípios gerais de direito - conjunto de conclusões teóricas, ordenadas e sistematizadas que, ainda que não formalizadas em texto escrito, defluem do ordenamento jurídico geral, como fruto da consciência jurídica alcançada em determinado estágio de desenvolvimento de um povo, impondo a sua observância. Fontes dos princípios gerais de direito:: - lei e jurisprudência do país - legislação comparada - princípios comuns inspiradores da legislação dos povos cultos (sedimentação de cultura ) ( MANOEL RIBEIRO) 9. Doutrina - fonte de conhecimento aprofundado - ausência de imperatividade - aplicabilidade decorrente da lógica e da racionalidade de suas proposições - significativa influência na legislação e na jurisprudência “No direito administrativo, mais talvez do que em qualquer outro campo dos estudos jurídicos, a doutrina é o fio condutor de sua elaboração e da sistematização de seus conceitos e categorias, como um todo orgânico”(LAFAYETTE PONDÉ) 10. Praxes administrativas - reiteração de práticas constantes, uniformes, da Administração, no trato de uma mesma relação jurídica - esgotam-se no âmbito interno da Administração 11. Precedentes administrativos - decisões administrativas adotadas pelas autoridades administrativas na solução de determinados assuntos - caráter não obrigatório - não necessitam ser reiteradas para que constitúam um precedente - são invocáveis em nome da aplicação do princípio da igualdade de tratamento 12. Equidade - aplicação das normas jurídicas em obediência aos princípios morais, sociais e econômicos vigentes em um dado momento e em um local determinado, aceitos geralmente como os melhores, para regular as relações interindividuais ( HECTOR JORGE ESCOLA) - fonte do direito nas instituições anglo-saxônicas ( EQUITY) - sistema de adequação do direito, dentro de certos limites e finalidades 13. Analogia - fonte subsidiária do direito, segundo a Lei de Introdução ao Cód. Civil -art. 4o) - aplicação de uma norma jurídica prevista para caso e situação determinada, integrante do mesmo ordenamento jurídico, para reger casos semelhantes, na ausência de norma legal específica - controvérsia doutrinária sobre sua aplicabilidade como fonte do direito administrativo brasileiro - pacífica é a impossibilidade de sua aplicação para restrições de direitos, imposição de sanções, imposição de encargos, outorga de exceções, vulneração de liberdades individuais. BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA VICENTE RÁO - “O direito e a vida dos direitos " CRETELLA JR. -” Direito Administrativo Brasileiro”, Rio de Janeiro, Forense, 1983, vol. I, pg. 313 MANOEL RIBEIRO -”Direito Administrativo”, Salvador, Ed. Itapoã, 1964, vol. I DIOGENES GASPARINI - “ Direito Administrativo “ - S.Paulo, Saraiva,1995, 4a. edição, pg. 16 . DIOGO FIGUEIREDO MOREIRA NETO - " Curso de Direito Administrativo" . � Direito Administrativo I UCSAL – 2002. Prof.a Alice Gonzalez Borges Ponto 6 - Lei e Regulamento. O poder regulamentar . ROTEIRO DE ESTUDOS. 1. Posição do regulamento e das normas regulamentares menores, na hierarquia do sistema normativo CONSTITUIÇÃO | LEI COMPLEMENTAR | LEI ORDINÁRIA ( lei delegada, medida provisória, decreto legislativo, resoluções do Poder Judiciário e do Poder Executivo ) | REGULAMENTO | NORMAS REGULAMENTARES MENORES 2. Natureza jurídica do regulamento. - ato administrativo ( HELY MEIRELLES ) - LEI, no sentido material ( DUGUIT, JÈZE ) - ato misto - GABINO FRAGA, MANOEL RIBEIRO : - ato administrativo, no sentido formal - lei, no sentido material - Colocação doutrinária de SANTI ROMANO : - ATO ADMINISTRATIVO, no sentido formal - ato de administração normativa, em relação aos demais atos administrativos - LEI, no sentido material - legislação secundária, relativamente à lei. 3. Regulamento. Conceituação . Caracterização. Regulamento - “legislação secundária, revelando uma força específica, reflexa e derivada da lei, cujo objeto consiste em desenvolver os princípios fixados pela lei, sem poder alterá-la, por qualquer modo”(VICENTE RÁO) - “ato unilateral editado no exercício da função administrativa, que cria normas jurídicas gerais”( J. R. DROMI) - “prescrições práticas que têm por fim preparar a execução das leis, completando-as em seus detalhes, sem lhes alterar, todavia, nem o texto, nem o espírito “ ( GEORGES ESMEIN) caracteres essenciais : - exercício da função administrativa, em caráter normativo - norma de caráter secundário, em relação à lei - somente regula as leis de conteúdo administrativo. ( VICENTE RÁO). Fundamento constitucional do regulamento : art. 84, inc. IV- C.F. 4. Domínio constitucional da lei RESERVAS DA LEI : - matérias de competência formal, explicitada na Constituição - matéria relativa à criação, modificação ou restrição de direitos e obrigações ( art.5o.,, inc.II, da Constituição) - matéria de competência decorrente de delegação legislativa - matéria de que a lei se apossou, e somente por outra lei poderá ser ab - rogada - matéria retomada pela lei a um regulamento anterior. 5 Domínio constitucional do regulamento . - matéria constitucionalmente reservada ao regulamento - matéria não reservada constitucionalmente à lei - matéria de que a lei ainda não se apossou - domínio residual - domínio retomável, a qualquer tempo, pela lei 6 Delegação legislativa e habilitação legislativa, ou determinação de competência . DELEGAÇÃO LEGISLATIVA - em regra, é vedada em nosso ordenamento jurídico-constitucional - é constitucionalmente permitida, unicamente, em relação à lei delegada HABILITAÇÃO LEGISLATIVA, OU DETERMINAÇÃO DE COMPETÊNCIA - autorização conferida pelo legislador ao Executivo para que este, no exercício do poder regulamentar, complete e desenvolva diretrizes básicas fixadas pela lei - fixação, pela lei, de parâmetros e limites para a tarefa do regulamentador - não significa abdicação de poderes próprios do legislador - não se confunde com a delegação legislativa 7 Normas regulamentares menores. - representam também o exercício da função administrativa, em caráter normativo - em regra, são de âmbito interno da Administração ( instruções – circulares – portarias – avisos ministeriais – ordens de serviço,etc.) - devem fidelidade às leis e regulamentos Fundamento constitucional : art. 87, par. único - C.F. 8. Limites ao poder regulamentar ( PIMENTABUENO , PONTES DE MIRANDA, VITOR NUNES LEAL, BIELSA, VICENTE RÁO, CARLOS MAXIMILIANO } Não pode o regulamento : dispor sobre matéria de reserva da lei dispor sobre matéria que não seja de caráter geral ordenar ou proibir o que a lei não ordena, nem proíbe ferir as normas de hierarquia e competência ter eficácia retroativa instituir formas diversas das exigidas pela lei modificar, ampliar, restringir ou extinguir direitos e obrigações que a lei impõe, tais como : -majorar tributos, ou criar novos,não instituídos por lei -aplicar sanções restritivas de direitos individuais,sem amparo em lei -suprir lacunas da lei -infringir os princípios constitucionais -consagrar, com força obrigatória, a interpretação da lei -aumentar vencimentos -aumentar despesas -criar cargos públicos -perdoar dívidas, etc. 9. Controle constitucional da legalidade dos regulamentos - pelo Poder Judiciário : arts. 102, a, e 125, ( 2o. -- pelo Poder Legislativo : art. 49, incs. V e XI 10. Classificação dos regulamentos 10.1. Regulamentos de execução, ou subordinados - fundamento no art. 84, inc. IV- CF - independem de indicação expressa do legislador -são ditados para facilitar ou assegurar a aplicação das leis, explicitando, detalhando e minudenciando suas disposições - tornam explícito, o que se encontra implícito na lei ( MANOEL RIBEIRO ) - podem ser expedidos pelo Executivo , tantos quantos julgue necessários - em caso de revogação da lei que regulamentam, podem subsistir, na parte em que não contrariem a lei superveniente 10.2. Regulamentos autônomos ou independentes - admissibilidade controvertida , no direito positivo brasileiro - disciplinam matéria sobre a qual ainda não foi editada nenhuma lei - dispõem sobre área de reserva da Administração ( art. 84, inc. II - CF ), no uso de poderes discricionários conferidos pela Constituição à ação administrativa ( SÉRGIO FERRAZ ) - até mesmo quando sejam admitidos por alguns doutrinadores, será sempre com as seguintes limitações : não podem dispor sobre matéria de reserva de lei ficam automaticamente sem efeito, se a lei se apossar da matéria neles disciplinada. 10.3. Regulamentos autorizados. - defluem da habilitação legislativa ou determinação de competência conferida pela lei - contêm-se estritamente nos limites, parâmetros e condições da habilitação legislativa - ficam automaticamente sem efeito, se revogada a lei que concedeu a habilitação legislativa 10.4. Regulamentos de emergência ou necessidade pública - editados no uso de poderes outorgados pela Constituição, para atender a situações emergenciais ou perigosas - tais poderes são limitados pela Constituição -sujeição, no direito brasileiro, à imediata apreciação, pelo Congresso Nacional, das medidas adotadas pelo Executivo -casos previstos pela Constituição : art. 136, ( 1o. ( estado de defesa ) e arts.138 e 139 ( estado de sítio ) 11. Regras de eficácia das leis que pedem regulamento. 1o. caso - A lei contém a ressalva final de que somente entrará em vigor após sua regulamentação . - a ressalva constitui delegação legislativa disfarçada , constitucionalmente vedada 2o. caso - A lei silencia, quanto a sua regulamentação - pode sempre o Executivo regulamentá-la, se e quando achar necessário, porque o poder regulamentar emana diretamente da Constituição 3o. caso - A lei prevê expressamente a expedição de seu regulamento, e fixa um prazo para que o Executivo o edite. - se o Executivo se omite em regulamentar a lei que assim o determina, configura-se sua responsabilidade pelo descumprimento da lei (art. 85, VII - CF ) - se, com a omissão do Executivo em regulamentar a lei , se vier a impedir o gozo de uma garantia constitucional, pode ser caso de mandado de injunção 4o. caso - A lei declara, ao mesmo tempo, que entrará em vigor na data de sua publicação, e que deverá ser regulamentada dentro de certo prazo. - se a lei é inteiramente auto-executável, entrará em vigor imediatamente, independentemente de sua regulamentação - se a lei for só parcialmente auto-executável, entra em vigor imediatamente nas partes auto-executáveis; mas, as partes não auto-executáveis ficarão dependendo de sua regulamentação - se a lei é não auto-executável e fixar a aquisição de direitos, tornam-se estes exigíveis, desde a publicação da lei, e a regulamentação futura, que os tornará eficazes, terá, neste caso, efeito retroativo. 12. Normas de natureza especial : regimentos das Casas Legislativas e dos Tribunais , e os estatutos autônomos ou corporativos Regimentos das Casas Legislativas e dos Tribunais - desenvolvem poder normativo conferido diretamente pela Constituição - constituem lei no sentido material - somente podem ser emendados, modificados ou derrogados , pelo mesmo Poder do qual emanam - são normas consideradas interna corporis Estatutos autônomos ou corporativos - conjunto especial de normas, editadas por entes públicos - geralmente autárquicos - no uso de potestade normativa conferida por lei, com certas limitações - sujeitam-se à aprovação do poder central, que exerce controle sobre tais entes públicos 13. O poder normativo das agências reguladoras de serviços públicos. Controvérsias doutrinárias. Defluem de autorização de lei. Devem obediência às leis e aos regulamentos. 14. Cautelas da autoridade administrativa , ao expedir um regulamento , ou norma regulamentar menor - verificar se existe previsão constitucional específica sobre a matéria - verificar se as normas regulamentares violam princípio constitucional - verificar se a regulamentação invade matéria de reserva da lei - verificar a esfera constitucional de competência para dispor sobre a matéria, dentro do sistema federativo - verificar se já existe lei específica sobre algum aspecto do regulamento, que deverá ser fielmente obedecida - observar os limites e parâmetros da habilitação legislativa conferida à autoridade regulamentadora no caso de norma regulamentar menor, verificar se a matéria já foi regulamentada por autoridade hierarquicamente superior Bibliografia específica DIOGENES GASPARINI - Direito Administrativo O Poder Regulamentar MANOEL RIBEIRO - Direito Administrativo - vol. I CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO - Atos administrativos e direitos dos administrados VICENTE RÁO - O direito e a vida dos direitos PONTES DE MIRANDA - Comentários à Constituição Federal de 1967 (art. 81) -vol. III. MARÇAL JUSTEN FILHO - Agências Reguladoras. � Direito Administrativo II UCSAL 2002. Prof.a Alice Gonzalez Borges ROTEIRO DE ESTUDOS Ponto 7. Ato administrativo. Caracterização. Classificação. Elementos e pressupostos. Atributos. SUMÁRIO. 1. Importância da noção de ato administrativo. 2. Conceituação. Caracterização. 3. Tipicidade. Atributos que distinguem o ato administrativo do ato jurídico privado 4. Elementos e pressupostos. 4.1. Competência. 4.2. Vontade. Manifestação tácita. Silêncio. 4.3. Objeto ( conteúdo). 4.4. Forma. Formalidades legais. 4.5. Motivo. 4.6. Finalidade. 4.7. Causa. 4.8. Mérito. 4.9. Requisitos procedimentais. 5. Classificações principais. 1. Importância da noção de ato administrativo - pilar sobre o qual se estrutura o direito administrativo - vinculação do ato administrativo : - à atividade da Administração Pública e de outros órgãos estatais, enquanto exercem a função administrativa - à mais ampla garantia dos direitos dos administrados, tendo em vista o princípio da legalidade imposto a tais atos 2. Conceituação. Caracterização. AGUSTIN GORDILLO : “declaração unilateral realizada no exercício da função administrativa, que produz efeitos jurídicos individuais, de forma imediata “ . Caracterização do ato administrativo: ato jurídico ato de autoridade administrativa, ou de pessoa privada, com funções delegadas de poder público relacionado à execução da lei, ou de poder derivado da Constituiçãonão é todo e qualquer ato praticado pelo Executivo não é apenas praticado pelo Executivo submete-se ao regime jurídico-administrativa, pois requer o emprego de processos especiais de poder público, através de prerrogativas e sujeições de potestade pública 3. Tipicidade . Atributos que distinguem o ato administrativo do ato jurídico privado Tipicidade, em relação aos atos jurídicos privados: agente competente finalidade de interesse público forma legal atuação da Administração Pública, no exercício de suas prerrogativas e limitada por sujeições especiais de potestade pública produção de efeitos jurídicos dirigidos para a própria Administração Pública, para os seus agentes e para os administrados Atributos : legalidade imperatividade exigibilidade auto-executoriedade presunção de legitimidade 4. Elementos e pressupostos elementos essenciais da estrutura do ato administrativo [ sujeito [ objeto ou conteúdo [ forma elementos previstos na Lei de Ação Popular ( no.4.617/65) [ competência [ objeto ( conteúdo ) [ forma [ motivo [ finalidade pressupostos ( sistematização de CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO) subjetivos [sujeito [vontade objetivos [ motivo [ requisitos procedimentais teleológico [ finalidade lógico [ causa formalístico [ formalidades legais 4.1. Competência. - poder legal atribuído ao agente público, para o desempenho válido e eficaz de suas funções. - pressupostos da competência ( PIETRO VIRGA ) : capacidade da pessoa jurídica competência do órgão legitimação do agente público titular espécies : territorial hierárquica material temporal 4.2. Vontade. Manifestação tácita. Silêncio. - manifestação do autor, necessária à produção do ato - manifestação tácita: comportamento permitido e previsto pela lei, para expressar a vontade da administração, de modo implícito comportamento deliberado, não casual, dirigido para expressar a vontade da autoridade administrativa silêncio: não - ato inércia omissão da autoridade legalmente obrigada a manifestar-se expressamente descumprimento de obrigação jurídica imposta por lei 4.3. Objeto ( conteúdo) - resultado jurídico pretendido pelo ato administrativo; “a própria alteração da ordem jurídica produzida pelo ato “( CELSO ANTONIO ) LÍCITO POSSÍVEL CERTO ESSENCIAL ACIDENTAL 4.4. Forma. Formalidades legais. - revelação jurídica do conteúdo do ato - essencialidade - proteção dos interesses gerais da coletividade e dos interesses individuais afetados pelo ato 4.5. Motivo. - situação objetiva que autoriza ou exige a prática do ato - matéria de fato ou de direito em que se fundamenta o ato - circunstância em vista da qual o ato pode ou deve ser praticado 4.6. Finalidade. - conformidade do fim subjetivo, procurado pelo ato, com o fim objetivo, previsto pelo direito 4.7. Causa. - o nexo lógico de pertinência entre o motivo invocado e o conteúdo do ato , em face da finalidade que a lei pretendeu fosse atendida ( CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO e ANDRÉ GONÇALVES PEREIRA). 4.8. Mérito. - elemento especial dos atos de conteúdo discricionário : - escolha do objeto - eleição do motivo - obediência a razões de conveniência, oportunidade, a normas de boa administração, ou à equidade - expressão da discricionariedade administrativa 4.9. Requisitos procedimentais. - atos jurídicos que, por imposição normativa, devem necessariamente preceder à expedição de determinado ato, sem o que este não poderá ser praticado. - podem ser produzidos pela própria Administração, ou por particulares. 6. Classificações principais quanto à composição de vontades necessárias à sua formação |simples |coletivos | complexos quanto à margem de liberdade decisória da Administração | vinculados | discricionários quanto a seus efeitos jurídicos: | constitutivos | declaratórios quanto à função da vontade administrativa: | meros atos administrativos | atos negociais Atos negociais ampliativos: admissão concessão permissão autorização licença aprovação homologação Atos negociais restritivos : ordens positivas ordens negativas punições expropriação requisição - critérios para a classificação dos atos negociais: [vinculados [discricionários [ unilaterais [ bilaterais [ definitivos [ precários BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO - Atos administrativos e direitos dos administrados JOSÉ CRETELLA JR. - Atos Administrativos Especiais - Anulação dos Atos Administrativos por Desvio de Poder CARLOS ARI SUNDFELD – O Ato Administrativo Inválido MANOEL RIBEIRO – Direito Administrativo ANTONIO CARLOS CINTRA DO AMARAL – Extinção do ato administrativo WEIDA ZANCANER - Da convalidação e da invalidação do ato administrativo MIGUEL REALE - Revogação e Anulamento do Ato Administrativo SEABRA FAGUNDES – O Controle dos Atos Administrativos pelo Poder Judiciário ALMIRO COUTO E SILVA – Princípios da legalidade e da segurança jurídica no Estado de Direito THEMÍSTOCLES CAVALCANTI – Teoria dos Atos Administrativos LAFAYETTE PONDÉ - Estudos de Direito Administrativo CAIO TÁCITO - Temas de Direito Público � Direito Administrativo I UCSAL - 2002 Prof.a Alice Gonzalez Borges. ROTEIRO DE ESTUDOS 8. Ato administrativo. Perfeição. Validade. Eficácia. Auto-executoriedade. Irretroatividade. 1. Perfeição. Validade. Eficácia. - trata-se de noções independentes - distinção : ato perfeito - o que já esgotou as operações necessárias a sua existência jurídica e completou o seu ciclo de formação ( LAFAYETTE PONDÉ) - noção contraposta : ato inexistente. ato eficaz - o que já se acha disponível para a plena produção de seus efeitos típicos - noção contraposta : ato ineficaz ato válido - o que foi expedido em conformidade com as exigências do sistema normativo - noção contraposta : ato inválido 2. Auto-executoriedade do ato administrativo . ( privilège du préalable - privilège d’action d’office- éxecution forcée) - “faculdade de a Administração decidir e executar diretamente a sua decisão, sem intervenção do Judiciário “( HELY MEIRELLES ) - “qualidade pela qual o Poder Público pode compelir materialmente o administrado, sem precisão de buscar previamente as vias judiciais, ao cumprimento da obrigação que impôs e exigiu”( CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO ) requisitos do ato administrativo executório : [ perfeito [ eficaz [ imperativo [ exigível quando cabe a auto-executoriedade: a) havendo disposição expressa de lei nesse sentido b) quando a executoriedade é condição indispensável à eficácia do interesse público confiado à guarda da Administração Pública c) quando se tratar de medida urgente e inadiável espécies : própria - a autoridade administrativa forma o título e procede a sua execução forçada imprópria - a autoridade administrativa forma o título, mas só pode executá-lo judicialmente. 3. Irretroatividade do ato administrativo. Exceções. - em princípio, o ato administrativo perfeito e eficaz não tem efeito retroativo. Exceções ao princípio : quando se tratar de ato meramente declaratório quando o ato que se destine a anular atos inválidos para executar lei que confira ou conceda novos direitos aos admi nistrados para retificar ato anterior irregular para convalidar atos administrativos viciados quando for um ato meramente interpretativo de outro anterior quando o ato se destina a dar cumprimento a uma lei retroativa atos retroativos por natureza : aprovação homologação reintegração de servidor público ilegalmente demitido anulamento de ato inválido anterior. � ROTEIRO DE ESTUDO Ponto 9 - Vícios dos atos administrativos . Extinção. Revogação. Anulamento. 1. Vícios dos atos administrativos no direitobrasileiro. 2. Incompetência do agente. 3. Vício de forma. 5. Inexistência do motivo 5.1. Motivação do ato administrativo. 5.2. Teoria dos motivos determinantes. 6. Desvio de finalidade ( Desvio de poder ) 7. Sintomas denunciadores do desvio de poder. 8. Formas de extinção do ato administrativo. 9. Revogação e anulamento do ato administrativo. 1. Vícios dos atos administrativos no direito brasileiro (Lei de Ação Popular, art. 2o. ) incompetência do agente vício de forma ilegalidade do objeto inexistência do motivo desvio de finalidade ( desvio de poder). 2. Incompetência do agente aspectos especiais: funcionário de fato usurpação de função pública ( Cód. Penal, art. 328 ) abuso ( excesso) de poder gestão de negócio administrativa espécies: territorial hierárquica material temporal 3. Vício de forma. - omissão ou observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou à seriedade do ato. 4. Ilegalidade do objeto - o resultado do ato importa em violação da lei, regulamento ou outro ato normativo 5. Inexistência do motivo - ocorre quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente, ou juridicamente inadequada ao resultado obtido. 5.1. Motivação do ato administrativo. - a motivação dos atos administrativos é a enunciação expressa dos motivos de fato ou de direito que levaram à prática do ato. Também é chamado de fundamentação, ou justificativa do ato. - a enunciação expressa dos motivos do ato propicia aos cidadãos - administrados o contrasteamento, ante o poder judiciário, da real existência ou da falsidade desses motivos - a enunciação expressa dos motivos do ato torna este vinculado à real existência e à veracidade do motivo alegado, sob pena de nulidade - a motivação expressa dos atos administrativos representa a realização do princípios constitucionais da publicidade ( art. 37, caput) e da motivação das decisões administrativas do Poder Judiciário ( art. 93, inc. X ). - a expressa motivação dos atos da Administração representa uma garantia democrática da defesa dos direitos dos cidadãos Nem todos os atos administrativos requerem expressa fundamentação ou motivação. Quando a natureza do ato impõe sua expressa motivação : atos que criem situações desfavoráveis para os administrados atos que julgam recursos decisões de órgãos colegiados atos que mudam precedentes administrativos atos limitadores da esfera jurídica de poderes do administrado atos que revogam atos anteriores da Administração (e, Conseqüentemente, repercutem sobre os direitos dos administrados) atos de autoridade administrativa que reformam decisões de autoridade hierarquicamente inferior decisões que contrariam pareceres técnicos e elementos constantes do processo administrativo atos que determinam comportamentos obrigatórios, positivos ou negativos atos que aplicam sanções, em decorrência de processo administrativo atos que aplicam sanções, em decorrência de processo administrativo disciplinar atos que emitem opiniões, tais como os pareceres ( OSWALDO ARANHA BANDEIRA DE MELLO ) 5.2. Teoria dos motivos determinantes ( GASTON JÈZE) l. quando um agente público é obrigado a motivar seu ato, a falta dessa motivação induz a nulidade do ato 2. quando a lei obriga o agente a motivar o seu ato, este deve fazê-lo de modo claro, exato e preciso. 3. quando o agente enuncia , em seu ato, os motivos que o levaram a agir, esses motivos se tornam determinantes, e vinculam o ato à sua real existência e veracidade. 4. quando os motivos do ato se tornam determinantes, são suscetíveis de apreciação pelo Poder Judiciário. 6. Desvio de finalidade ( desvio de poder) Caracterização: - o ato é praticado pelo agente, visando a fim diverso do pretendido pela lei - o fim subjetivo visado pelo agente se acha em desacordo com a finalidade objetiva do ato - o fim visado pelo agente é legal, mas tem apoio em regra de direito objetivo diversa da que foi efetivamente aplicada 7. Sintomas denunciadores do desvio de poder ( JEAN RIVERO: “feixes de indícios”) motivação abundante, exagerada ou contraditória contradição do ato praticado com atos anteriores ou posteriores, emanados da mesma autoridade administrativa motivação insuficiente alteração dos fatos ilogicidade manifesta da motivação enunciada injustiça do ato disparidade de tratamento entre situações iguais inexistência dos fatos alegados na motivação, deixando transparecer a persecução de outro fim, que é o verdadeiramente pretendido pela autoridade administrativa circunstâncias locais antecedentes ao ato, reveladoras da real intenção do autor do ato. 8. Formas de extinção do ato administrativo. NATURAL | advento do termo extintivo previsto | exaurimento da execução material do ato | advento de condição resolutiva PROVOCADA | pelo próprio destinatário do ato | renúncia | | desistência | | por ato da Administração | revogação | | anulamento 9. Revogação e Anulamento do Ato Administrativo. Distinção. REVOGAÇÃO ANULAMENTO sujeito ativo a Administração Administração/Judiciário objeto ato válido ato inválido motivo conveniência do vício do ato serviço efeitos jurÍdicos EX NUNC EX TUNC natureza do ato constitutiva declaratória obrigatoriedade não há : é faculdade há: é poder-dever 13. Limites do poder de revogar Não podem ser revogados: os atos que a lei declare irrevogáveis os atos já exauridos por sua execução material os atos complexos os atos vinculados Em regra, podem ser revogados os atos discricionários, mas: mesmo sendo discricionários, não são revogáveis os atos que já geraram direitos subjetivos ainda quando hajam gerado direitos subjetivos, são revogáveis: | os atos que criem direitos conversíveis em justa indenização | os atos precedidos de processo administrativo regular, em que |se comprovem fatos que, por expressa disposição de lei, ensejam | sua revogação ( cassação ) . ( MANOEL RIBEIRO ). Revogação. Anulamento. Distinção. REVOGAÇÃO ANULAMENTO sujeito ativo a Administração Administração/Judiciário objeto ato válido ato inválido motivo conveniência do vício do ato serviço efeitos jurÍdicos EX NUNC EX TUNC natureza do ato constitutiva declaratória obrigatoriedade não há : é faculdade há: é poder-dever 13. Limites do poder de revogar Não podem ser revogados: os atos que a lei declare irrevogáveis os atos já exauridos por sua execução material os atos complexos os atos vinculados Em regra, podem ser revogados os atos discricionários, mas: mesmo sendo discricionários, não são revogáveis os atos que já geraram direitos subjetivos ainda quando hajam gerado direitos subjetivos, são revogáveis: | os atos que criem direitos conversíveis em justa indenização | os atos precedidos de processo administrativo regular, em que |se comprovem fatos que, por expressa disposição de lei, ensejam | sua revogação ( cassação ) . ( MANOEL RIBEIRO ). � Direito Administrativo I UCSAL 2001 Prof.a Alice Gonzalez Borges. Ponto 10 . Teoria das nulidades no direito civil. Arts. 145 e 146 – Cód. Civil – atos nulos: - pode ser argüida sua nulidade por qualquer interessado - pode ser argüida sua nulidade pelo Ministério Público - a nulidade deve ser pronunciada pelo Judiciário, de ofício ou mediante provocação Arts. 147 a 152 – Cód. Civil – atos anuláveis: - o ato pode ser anulável por vício de vontade (erro, dolo, coação, simulação ou fraude) - o ato anulável pode ser ratificado pelas partes, salvo direito de terceiro - em caso de ato anulável, a nulidade só pode ser alegada pelo interessado - no caso de ato anulável, a nulidade não se pronuncia de ofício, nem tem efeito antes de julgada por sentença. 2. Teoria das nulidades no direito administrativo. Invalidação do ato administrativo: supressão,com efeito retroativo, de um ato administrativo, ou de relação jurídica deste nascida, por haverem sido produzidos em violação à ordem jurídica. Manifesta impropriedade da teoria das nulidades em direito civil para reger relações travadas sob a égide do direito administrativo: 2.1. Posição do STF. Súmula 346: A Administração Pública pode declarar a nulidade dos próprios atos. Súmula 473: A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial” Súmula 6: A revogação ou anulação, pelo Poder Executivo, de aposentadoria, ou outro ato aprovado pelo Tribunal de Contas, não produz efeitos antes de aprovada por aquele Tribunal, ressalvada a competência revisora do Judiciário. 3. Atos inexistentes - noção contraposta à de ato perfeito - não reúnem o mínimo de pressupostos exigíveis para seu ingresso no mundo jurídico - não se revestem, sequer, da aparência de legalidade - contudo, mesmo assim, às vezes se torna necessária a declaração formal de sua inexistência - correspondem a impossíveis jurídicos 4. Atos nulos - revestem-se de certa aparência de legalidade - sua incompatibilidade com a lei é objetivamente verificável - vício ou falta de algum dos elementos essenciais ou pressupostos do ato administrativo atos nulos por determinação de lei: - nomeação ou contratação de servidor público sem concurso - hipóteses previstas na lei de Ação Popular – art. 4º - hipóteses previstas nas leis eleitorais: nulidade das nomeações e contratações de servidores públicos, no período do recesso eleitoral - casos previstos na Lei de Licitações e contratos - Necessitam de expedição de ato declaratório de nulidade, com efeito ex tunc. - a nulidade dos atos administrativos pode ser decretada: | pela própria Administração | pelo Judiciário, de ofício, por provocação do cidadão ou do |Ministério Público - os atos administrativos nulos podem gerar efeitos jurídicos válidos? - os atos administrativos são revestidos de uma presunção geral de legitimidade e de veracidade - enquanto não declarada formalmente sua validade, produzem efeitos jurídicos - é de quem o alega o ônus de comprovar a nulidade do ato administrativo, se a Administração não tiver usado o seu poder de auto-tutela para declará-la. 5. Podem existir atos administrativos anuláveis? Posições doutrinárias. - posição de HELY MEIRELLES e de MANOEL RIBEIRO: ou o ato administrativo é válido ou é nulo, inexistindo meio termo Posições doutrinárias a respeito da anulabilidade do ato administrativo - colocação de MIGUEL REALE: - os atos administrativos anuláveis dizem respeito aos vícios da vontade: erro – dolo – simulação – coação – fraude (Cód. Civil, art. 147, II); - somente poderá ser decretado o anulamento de tais atos pelo Judiciário, após ampla apreciação dos elementos probatórios, pelo devido processo legal, e mediante provocação - previsão legal: Lei de Ação Popular, art. 3º. - posição doutrinária de SEABRA FAGUNDES: - a gravidade do vício deve ser apurada concretamente, em face de sua repercussão para o interesse público e a certeza e segurança das relações no mundo jurídico. - distinguem-se, entre os atos administrativos: - atos irregulares (perduram apesar do vício) - atos relativamente nulos (alguns de seus efeitos podem ser preservados, em atenção ao interesse público) - os atos absolutamente nulos (fulmináveis de plano) - posição mais recente, de CINTRA DO AMARAL E CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO: - não se pode falar, relativamente aos atos administrativos, em atos nulos e atos anuláveis, mas, sim, em ATOS CONVALIDÁVEIS e ATOS NÃO CONVALIDÁVEIS. 6. Convalidação dos atos administrativos. Natureza jurídica. Convalidação: suprimento da invalidade de um ato, com efeitos retroativos. - supre os defeitos do ato - resguarda os efeitos já produzidos - o ato de convalidação é na verdade um ato novo, com os seguintes pressupostos: - possibilidade de repetir, sem vícios, o ato inválido - possibilidade de que esse ato novo retroaja. 7. Regras para a convalidação dos atos administrativos: 1 a.. São atos anuláveis e convalidáveis: - os atos que a lei assim declare - os atos que possam legalmente ser repetidos sem vício: | atos praticados por sujeito incompetente | atos praticados com vício de vontade | atos praticados com vício de forma 2 a.. São atos nulos e não convalidáveis : - os atos que a lei assim declare - os atos que não poderiam ser convalidados sem vício: | OS ATOS DE CONTEÚDO ILEGAL | os atos praticados com desvio de poder | os atos praticados com vício de motivo 3 a.. Em qualquer caso, não são convalidáveis os atos que já forma objeto de impugnação, administrativa ou judicial 8. Formas de convalidação . “ Sanatória” dos atos inválidos - “fala-se em sanatória do ato inválido, quando se procura remover o vício que desnatura o ato, a fim de que a manifestação volitiva possa continuar a produzir os efeitos que tinha em mira” (CRETELLA JR.) Formas principais de convalidação (CRETELLA JR.) RATIFICAÇÃO – ato administrativo que supre requisito ausente, ou sana vício existente de ato anterior, considerando-o íntegro, desde sua origem REFORMA – ato administrativo pelo qual se rejeita a parte ilegal do ato anterior, e se conserva a sua parte não afetada de ilegalidade CONVERSÃO – novo ato editado, perfeito, legal, estruturado com elementos válidos do anterior defeituoso. - trespasse do ato administrativo, com efeito retroativo, de uma categoria, na qual seria inválido, para outra, na qual será válido. 9. Razões determinantes para a convalidação dos atos inválidos. Obrigatoriedade. Posições doutrinárias. - tendência moderna para a não-radicalização das hipóteses de nulidade absoluta - preservação da necessidade de segurança e certeza das relações jurídicas - princípio da economia dos valores jurídicos Posição doutrinária de WEIDA ZANCANER e CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO : - sendo possível a convalidação do ato inválido, inexiste poder discricionário para convalidá-lo ou não : é obrigatória - a única exceção consiste na hipótese de ato discricionário viciado de incompetência do agente, em que não é obrigatória a convalidação Posicionamento da nova Lei Federal de Procedimentos Administrativos ( Lei 9.784/99) sobre a convalidação dos atos administrativos : " Art. 55 .Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração". 10. Limites à invalidação dos atos administrativos - mesmo quando se trata de atos administrativos nulos, que não admitiriam qualquer convalidação, a jurisprudência de nossos tribunais vem admitindo limites ao dever de invalidar, decorrentes da aplicação dos princípios de segurança jurídica e de boa fé: - situações irregulares consolidadas pelo decurso do tempo - preservação dos interesses de terceiros de boa fé, atingidos pelos efeitos do ato inválido - não se consolidam pelo decurso do tempo, entretanto, situações decorrentes de manifesta má fé do seu beneficiário. Lei de Procedimentos Administrativos ( no. 9.784/99 ) “Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má fé”.) - preservação dos interesses de terceiros de boa fé, atingidos pelos efeitos do ato inválido 11. Extensão do controle jurisdicional sobre os atos administrativos . Tendências modernas. apreciação dos motivos determinantes invocados - apreciação da razoabilidade dos atos administrativos - apreciação da proporcionalidade de certos atos administrativos discricionários
Compartilhar