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Direito_Administrativo_I_2002

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PROGRAMA DE DIREITO ADMINISTRATIVO DA UCSAL
DIREITO ADMINISTRATIVO I ( 60 HORAS-AULA )
1.	Administração Pública e poderes estatais. Função administrativa.
2. 	Submissão da Administração Pública ao direito. Formação histórica do direito administrativo. Sistemas de controle jurisdicional. O direito administrativo brasileiro. 
3.	Direito Administrativo. Conceito. Autonomia. Campo de aplicação. Posição do direito administrativo na ordem jurídica do sistema federativo. Relação com outros ramos do direito.
4.	Regime jurídico administrativo. Princípios da Administração Pública e do direito administrativo.
5.	Fontes do Direito Administrativo. Hierarquia. Codificação.
6.	Lei e Regulamento. O poder regulamentar.
7.	Ato administrativo. Caracterização. Classificação. Elementos e pressupostos. Atributos.
8.	Ato administrativo. Perfeição. Validade. Eficácia. Auto-executoriedade. Irretroatividade.
9.	Vícios do ato administrativo. Extinção. Revogação. Anulamento. 
10.	Teoria das nulidades no direito administrativo. Convalidação.
11.	Organização administrativa brasileira e personalidade jurídica do 	Estado. Pessoas jurídicas públicas. Descentralização. Descon-	centração.Entidades públicas: autarquias, fundações públicas, 	sociedades de economia mista e empresas públicas
12.	Órgãos públicos. Competência. Poderes administrativos.
13.	Técnica jurídica de direito público. Atos jurídicos. Situações jurí	-	dicas . Limites jurídicos à ação dos governantes.
14.	Relações jurídico-administrativas. Graus de aperfeiçoamento das situações jurídicas de poder. Direito público subjetivo, interesse 	legítimo, direito coletivo, direito difuso.
15.	Controles da Administração Pública.�
		DIREITO ADMINISTRATIVO I 
			BIBLIOGRAFIA DO CURSO 	
			LIVROS - TEXTOS BÁSICOS
CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO, Curso de Direito Administrativo. 
HELY LOPES MEIRELLES , Direito Administrativo Brasileiro.
MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO, Direito Administrativo 
DIOGENES GASPARINI, Direito Administrativo .
JOSÉ CRETELLA JR. - Direito Administrativo Brasileiro	
LUCIA VALLE FIGUEIREDO - Curso de direito Administrativo.
( As obras mencionadas devem ser de edição posterior às Emendas Constitucionais n.os. 19 e 20 }
LIVROS COMPLEMENTARES GERAIS
MANOEL RIBEIRO, Direito Administrativo - vol. I
CAIO TÁCITO, Temas de Direito Público. 
DIOGO DE FIGUEIREDO MOREIRA NETO, Curso de Direito Administrativo.
LAFAYETTE PONDE, Estudos de Direito Administrativo. 
VICENTE RÁO - O Direito e a Vida dos Direitos.
ODETE MEDAUAR - Direito Administrativo Moderno. 
OSWALDO ARANHA BANDEIRA DE MELLO, Princípios Gerais de Direito Administrativo.
JOSÉ CRETELLA JR. – Comentários à Constituição de 1988 – capítulo sobre Administração Pública
MATERIAL DE CONSULTA PERMANENTE E OBRIGATÓRIA
Constituição da República Federativa do Brasil (atualizada com as Emendas Constitucionais no. 1 a 38.
Constituição do Estado da Bahia 
Lei de Ação Popular - Lei federal no. 4.717, de 29/10/65
Lei de Processo Administrativo Federal - Lei federal no. 7.984, de 29 / 01 / 1999
Lei dos Atos de Improbidade Administrativa - Lei no. 8.429, de 2 de junho de 1992.
 MATERIAL PARA PESQUISAS EXTRA-CLASSE
Revista de Direito Administrativo - Fundação Getulio Vargas
Revista de Direito Público - Ed. Rev. dos Tribunais - n os. 1 a 100
Revista Trimestral de Direito Público - Ed. Revista dos Tribunais
Revista Ciência Jurídica
Revista Bahia Forense ( Tribunal de Justiça do Estado da Bahia )
Revista da Procuradoria Geral do Estado da Bahia
Revista Trimestral de Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
Revista de Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça
Revista JURÍDICA - Administração Municipal
Revista Interesse Público 
Boletim de Direito Administrativo - Editora NDJ
Sites JUS NAVIGANDI - NEÓFITO - CONSULTORIA JURÍDICA
Boletim Informativo IDAF - Editora Zënite 
LITERATURA ESPECÍFICA E LITERATURA ESTRANGEIRA
Estudos monográficos nacionais e textos de literatura especializada estrangeira poderão ser indicados para consulta a bibliotecas e para leitura complementar, nos pontos do programa. 
�
Direito Administrativo I
UCSAL 2002
Profa.Alice Gonzalez Borges
					ROTEIRO DE ESTUDOS
 ( OBS. Não se trata de apostila : apenas orientação para o estudo dos livros indicados na bibliografia, que não pode ser dispensado ). SUMÁRIO
1. Administração Pública e administração privada. Traços diferenciadores.
2. Conceituação da Administração Pública
3. Administração Pública. Poderes estatais. Funções estatais. Tripartição. Temperamentos.
4. Função administrativa. Importância da noção.
5. Caracterização da função administrativa, frente às demais funções estatais típicas
6. Formas de expressão da função administrativa
7. Função administrativa no direito positivo brasileiro
1. Administração Pública e administração privada. Traços diferenciadores.
ADMINISTRAÇÃO - vontade organizada, orientada para a consecução de um fim, econômico ou não, seja de natureza pública ou privada
Etimologia da palavra :
ad + MANUS + trahere = conduzir com a mão , dirigir, governar (CICERO , segundo GIANNINI ).
ad + MINistrare = servir, gerir, cuidar
raízes latinas :
 MANUS : comando, direção, 
 MINUS : subordinação, posição de orientado ou dirigido
Correspondência da dupla etimologia do termo ADMINISTRAÇÃO com o duplo aspecto da ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA :
manus ( COMANDO ) - em nome da supremacia do interesse público sobre o interesse privado 
minus ( SUBORDINAÇÃO ) - vinculação ao interesse público, como atividade serviente, de gerir a coisa alheia.
Distingue-se a Administração Pública pelos seguintes elementos diferenciadores , em relação à administração privada ( JEAN RIVERO):
FINALIDADE - de interesse público
MOTIVAÇÃO - desvinculada de qualquer interesse pessoal
MEIOS DE AÇÃO - emprego das prerrogativas de potestade pública e das sujeições de potestade pública, que compõem o regime de direito público
OBRIGATORIEDADE - da consecução dos objetivos de interesse público, e do exercício da própria competência do administrador.
2.	Conceituação da Administração Pública 
“atividade funcional concreta do Estado, que satisfaz as necessidades coletivas em forma direta, contínua e permanente, com sujeição ao ordenamento jurídico vigente “ ( DUEZ )
Elementos da conceituação :
	| atividade funcional
	| atividade do Estado, - ou de quem lhe faça a vezes
	| atividade concreta
	| destinação à satisfação das necessidades coletivas
	| atividade direta- contínua - permanente		
	| SUBMISSÃO AO DIREITO
Noção orgânica : conjunto de órgãos, pessoas e serviços, especificamente destinados à direção e execução da atividade administrativa.
Noção material : atividades , necessárias para a satisfação das necessidades coletivas de interesse geral, com utilização de prerrogativas e de sujeições de poder público .
3.	Administração Pública . Poderes estatais. Funções estatais. Tripartição. Temperamentos.
O poder do Estado é um só. O que se divide não é o poder: são as funções pelo mesmo exercidas, que se separam e se distinguem. Correntemente, costumam-se designar como Poderes do Estado os seus órgãos - pessoas ou corpos encarregados de desempenhar as funções estatais.
* Tripartição das funções estatais , segundo ARISTÓTELES :
 deliberação - mando - justiça
 * Concepção moderna da tripartição das funções estatais : 
 normativa - executiva - jurisdicional
* Não são somente estas as funções materiais que o Estado deve realizar, para satisfazer seus fins; mas, seguramente, há de ser através do exercício dessas funções que esses fins serão realizados”. (AGUSTIN GORDILLO) .	
* Idéias centrais do pensamento de MONTESQUIEU : 
 
 [ TITULARIDADE DISTINTA DAS FUNÇÕES ESTATAIS
 [ CONTENÇÃO DOS PODERES 
Temperamentos da tripartição tradicional dos poderes estatais
	 Sistema de freios e contrapesos: 
	 
 [multiplicaçãoe aperfeiçoamento dos controles recíprocos
	 [funções típicas
	 [funções atípicas
Funções estatais
	[ legislativa
	[ 
	[ EXECUTIVA [ função de governo
 |	 [ FUNÇÃO ADMINISTRATIVA
	[	
 	[ jurisdicional
Noção de função :
SANTI ROMANO : “ As funções são poderes que se exercem , não por interesse próprio, ou exclusivamente próprio, mas por interesse objetivamente estabelecido pelo ordenamento jurídico “
DROMI : “A função deve conceber-se como a ponte de ligação entre o poder e o fim “ 
CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO: “função é o exercício, no interesse de terceiro, de um poder de que se dispõe exclusivamente para cumprir o dever de atender a determinada finalidade, legalmente estabelecida “.
conseqüências :
	[exercício dessa potencialidade no interesse alheio
	[instrumento necessário ao cumprimento de um dever
	[predomínio da noção de dever sobre a de poder
	[vinculação da função a um fim
4.	Função administrativa. Importância da noção
	- autonomia da função administrativa, em relação às demais funções estatais
	- única função estatal que cria diretamente relações jurídicas entre o Poder Público e os administrados
	- existência de um ramo específico do direito, que é dedicado ao seu estudo : o DIREITO ADMINISTRATIVO
	
5.	Caracterização da função administrativa, frente às demais funções estatais típicas
ADMINISTRATIVA LEGISLATIVA JURISDICIONAL
\contínua				descontínua	 descontínua
concreta				abstrata		 concreta
direta				 indireta		 indireta	
imediata				mediata		 mediata	
independe de provocação 	 precisa provocação precisa provocação
SUBORDINA-SE ao 	 CRIA o MANTÉM o 
 ordenamento jurídico ordenamento jurídico ordenamento jurídico
	
	
6.	Formas de expressão da função administrativa
A atividade administrativa não é homogênea.
Expressa- se através de :
atos administrativos
atos materiais
normatividade secundária ( regulamentos e normas menores )
contratos administrativos
decisão de reclamações contra os atos da Administração 
7.	Função administrativa no direito positivo brasileiro
- compete, por excelência, em caráter típico e predominante, ao Poder Executivo
- é exercida atipicamente pelo Legislativo e pelo Judiciário, como forma de temperamento da divisão de poderes, e para preservação da independência e da harmonia entre os poderes estatais
- é exercida, juntamente com a função de governo, pelo Poder Executivo
- é exercida em caráter normativo secundário, através dos regulamentos, com submissão às leis ( art. 84, inc.IV- CF)
- pelas peculiaridades do ordenamento federativo brasileiro, exerce-se em três planos de competência : federal, estadual e municipal
	BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA PARA APROFUNDAMENTO E PESQUISA DO ASSUNTO 
OSWALDO ARANHA BANDEIRA DE MELLO - Princípios gerais de direito administrativo vol. I
CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO - Curso de Direito Administrativo
CARLOS SCHIMIDT DE BARROS JR. - Compêndio de Direito Administrativo - v. I
MANOEL RIBEIRO - Direito Administrativo - vol. I
AGUSTIN GORDILLO - Tratado de Derecho Administrativo
JEAN RIVERO - Direito Administrativo
JOSÉ CRETELLA JR. - Direito Administrativo Brasileiro- 1o. volume 
GARCIA DE ENTERRÍA & THOMÁS FERNANDEZ - Curso de Direito Administrativo 
�
Direito Administrativo I 
UCSAL - 2001.
Prof.a Alice Gonzalez Borges.
						ROTEIRO DE ESTUDOS
2. 	Submissão da Administração Pública ao direito. Formação histórica do direito administrativo. Sistemas de controle jurisdicional. O direito administrativo brasileiro. 
SUMÁRIO
1.	A Administração Pública como objeto do direito administrativo brasileiro.
2.	Evolução histórica da Administração Pública submetida ao direito
2.1.	Administração Pública no Estado de Polícia (POLIZEISSTAAT)
	2.2.	Doutrina do Fisco
	2.3.	Administração Pública e Estado de Direito ( RECHSTAAT )
	2.3.1. Elementos definidores do Estado de Direito
2.3.2.Caracterização da Administração Pública vinculada ao Estado de Direito
2.4. Administração Publica e Estado Social de Direito (SOZIALER RECHSTAAT ou WELFARE STATE )
2.5. Administração Pública e Estado Democrático de Direito
3. Problemas fundamentais que foram enfrentados, para a implantação da Administração submetida a direito.
4. Sistemas de controle da legalidade dos atos da Administração Pública
5. Sistema europeu-continental ( sistema francês de jurisdição especial )
	5.1. Evolução histórica ( França )
	5.2. Traços característicos do sistema francês de jurisdição especial.
	6. Sistema anglo-saxão ( jurisdição única )
	7. Peculiaridades do sistema norte-americano de jurisdição única.
	8. Sistemas "mistos".
	9. Formação do direito administrativo brasileiro.
1.	A Administração Pública como objeto do direito administrativo brasileiro.
Objeto do direito administrativo :
- estudar as regras que regem e disciplinam as atividades da Administração Pública submetida ao direito 
- “o exercício da função administrativa e a proteção judicial do administrado, quando ela se dê ilegal ou abusivamente” ( AGUSTIN GORDILLO ).
2.	Evolução histórica da Administração Pública submetida ao direito
“A Administração Pública é de todos os tempos e de todas as idades”(POSADA DE HERRERA)
“Nenhum Estado , por mais primitivo e simples que seja o seu ordenamento, pode deixar de ter uma função administrativa e órgãos para ela delegados, mas nem todos os Estados apresentam um direito administrativo “( ZANOBINI )
2.1.	Administração Pública no Estado de Polícia ( POLIZEISSTAAT)
expedição de regras de convivência social, \ditas de polícia, obrigatórias para os agentes da Administração e para os administrados
inexistência de qualquer vinculação dos governantes à obediência de regras obrigatórias
regras não conhecidas de todos, modificáveis segundo a vontade dos governantes
inexistência de relações jurídicas ( com reciprocidade de direitos e obrigações), entre os governantes e os administrados
inexistência de direito dos administrados a reclamar a observância das regras pelos governantes e pelos seus agentes
ausência de qualquer responsabilidade dos governantes, pelos danos que sua atuação venha a causar aos administrados.
2.2.	Doutrina do Fisco
marca a transição entre o Estado de Polícia e o Estado de Direito 
criação teórica dos juristas alemães, chamados “cameralistas”, ligados aos “déspotas esclarecidos “ ( secs. XVII e XVIII )
fundamento na teoria da dupla personalidade do Estado :
		Estado - Poder [ detenção do poder de império
 	 [ não - sujeição a regras jurídicas
			 [ não - sujeição a controles de legalidade
			 [responsabilidade por danos causados aos 				 [ administrados
Estado - Fisco	[ sujeito de direitos privados
			[ prática de atos estatais de mera gestão patrimonial
			[ propriedade dos bens do Estado
			[ sujeição ao direito civil
			[ possibilidade de ser acionado, como sujeito privado
			[ responsabilidade pela repercussão patrimonial dos 		 [ atos do Estado - Poder
2.3.	Administração Pública e Estado de Direito ( RECHSTAAT )
“O Estado de Direito é o que assegura o império da lei como expressão da vontade popular “ ( Constituição da Espanha- Preâmbulo )
2.3.1. Elementos definidores do Estado de Direito
submissão dos poderes do Estado ao princípio da legalidade
partilha das funções estatais, com mútuas limitações, fiscalização e controle
membros do governo responsáveis por seus atos, perante terceiros
Legislativo vigilante
Judiciário independente
primazia do interesse público sobre o interesse privado
respeito aos direitos individuais e às liberdades fundamentais dos cidadãos.
2.3.2. Caracterização da Administração Pública vinculada ao Estado de Direito
produção de regrasobrigatórias, uniformes, conhecidas de todos, para obediência pelos governantes, pelos agentes públicos e por todos os cidadãos
garantia da reclamação dos administrados contra a violação das regras jurídicas pelos governantes e por seus agentes
atuação dos governantes limitada pelo respeito aos direitos subjetivos e interesses legítimos dos cidadãos
responsabilização da Administração Pública pelos danos causados a terceiros com suas atividades
2.4.	Administração Publica e Estado Social de Direito ( SOZIALER RECHSTAAT ou WELFARE STATE )
multiplicação de atividades estatais de intervenção na ordem econômica e social
direcionamento da atividade administrativa para assegurar a prestação de serviços de utilidade pública aos cidadãos
direcionamento da atividade administrativa para assegurar, além dos direitos e liberdades fundamentais, a garantia dos direitos sociais e do bem-estar dos cidadãos
2.5.	Administração Pública e Estado Democrático de Direito
Constituição da República :
Art. 1o. - “A República Federativa do Brasil...constitui-se em Estado Democrático de Direito”..........................
Parágrafo único - “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição “ 
exercício da chamada democracia participativa :
atuação do cidadão, diretamente , na gestão e no controle da Administração Pública, mediante o exercício do controle participativo, como, por exemplo,
 
 atuação do cidadão, diretamente , na gestão e no controle da Administração Pública, mediante o exercício do controle participativo, como, por exemplo,
| iniciativa de projetos de lei
|direito de reclamação contra atos da |Administração, perante o Executivo ( art. 37, |§ 3o- - CF). o Legislativo ( ar. 58, inc. IV- CF), |e o Tribunal de Contas. (art. 74, § 2 o.- CF) 		
| controle da legalidade e da moralidade dos |atos da Administração perante o Judiciário		
| participação em audiências públicas ( art. 58, |inc. II - CF) perante as comissões legislativas	 
| fiscalização das contas públicas do Município |(art.31, § 2o-CF.), e participação no |planejamento municipal ( art.29,inc.XII - CF)
|participação popular em diversos órgãos |públicos de consulta e decisão
3. Problemas fundamentais que foram enfrentados, para a implantação da Administração submetida a direito.
		- QUAL O CONTEÚDO DAS REGRAS DE DIREITO APLICÁVEIS ?
		- QUEM CONTROLA OS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ? 
	Tais problemas foram solucionados de maneira diferente, dando lugar à implantação de diferentes SISTEMAS de controle dos atos da Administração Pública.
4.	Sistemas de controle da legalidade dos atos da Administração Pública
||controle por órgãos julgadores pertencentes ao próprio |Executivo 	(sistema 	europeu - continental, ou sistema |francês)
	|
	| controle pelo Poder Judiciário (sistema anglo-saxão)
	|
	| sistemas “mistos” ( Alemanha, Itália, Bélgica )
	| ( combinação de traços característicos do sistema francês e 	| do sistema anglo-saxônico)
5.	Sistema europeu-continental ( sistema francês de jurisdição especial )
5.1. Evolução histórica ( França)
Lei de 18-24 de agosto de 1790 ( art. 13 ) :
“As funções judiciárias são distintas e permanecerão sempre separadas das funções administrativas. Os juízes não poderão, sob pena de prevaricação, perturbar, de modo algum , as operações dos corpos administrativos, nem citar perante si os administradores, em razão de suas funções “.
Lei de l6 Fructidor do ano III da Revolução Francesa :
“ Proibições reiteradas são feitas aos tribunais , de conhecer de atos de administração de qualquer espécie, sob as penas do direito “ .
Constituição francesa revolucionária de 3/08/91: consagração dos mesmos princípios consagrados na Lei de 16 Fructidor.
Constituição Francesa do ano VIII da Revolução Francesa ( 1800 ) : criação do CONSELHO DE ESTADO FRANCÊS, com poder de “justiça retida “ ( submissão das decisões à deliberação final do Ministro da Justiça )
1872 - reforma das atribuições do Conselho de Estado, com o poder de “justiça delegada “ ( as decisões do Conselho de Estado passam a ser definitivas, sem nenhum controle final do Chefe do Executivo )
5.2.Traços característicos do regime francês de jurisdição especial
controle da legalidade dos atos da Administração Pública, por uma jurisdição contenciosa especializada dos próprios quadros da Administração, completamente distinta e independente do Poder Judiciário ( contencioso administrativo )
estruturação de tribunais especializados em questões administrativos, cuja Corte suprema é o Conselho de Estado
poder de julgamento definitivo das questões, sem recurso ao Poder Judiciário
distribuição de competências entre a jurisdição especial administrativa e o Poder Judiciário, através de um Tribunal de Conflitos, de composição paritária
construção jurisprudencial, pelo Conselho de Estado, de normas jurídicas autônomas, distintas do direito comum aplicável às relações entre particulares		
surgimento, a partir da construção pretoriana do Conselho de Estado, de um novo ramo do direito , próprio das relações jurídicas da Administração Pública : 	o direito administrativo
6 .	Sistema anglo-saxão ( jurisdição única )
igual submissão de todos - particulares e Estado - às mesmas regras jurídicas do COMMON LAW
submissão de todos os litígios - inclusive os administrativos - ao princípio UNA LEX, UNA JURISDICTIO , mediante apreciação pelo Poder Judiciário
negação da possibilidade da existência de regras especiais de direito administrativo, com fundamento nas prerrogativas e privilégios de potestade pública
formal oposição a que os litígios sobre questões administrativas possam ser excluídos da apreciação do Poder Judiciário e a que se atribua ã Administração Pública, através de seus órgãos, o poder de julgar da legalidade dos próprios atos
estruturação de Tribunais Administrativos , com poderes quase - judiciais, cabendo apreciação final de suas decisões pelo Poder Judiciário
fiscalização da legalidade dos atos da Administração pelos Tribunais comuns, através do emprego de remédios heróicos (WRITS)
surgimento tardio do direito administrativo
7.	Peculiaridades do sistema norte-americano de jurisdição única
existência de uma constituição escrita e rígida
multiplicação de órgãos de justiça administrativa, dotados de poder de decisão quase - judicial ( sujeita à apreciação final do Poder Judiciário ) : courts - agencies - commissions
exigência do prévio esgotamento dos recursos cabíveis na esfera administrativa, antes de recorrer-se ao Judiciário
regulamentação administrativa intensiva dos serviços e atividades de utilidade pública 			
regulamentação do processo administrativo ( Federal Administrative Procedure Act - 1946 )		
controle jurisdicional da constitucionalidade das leis
uso dos remédios heróicos ( writs ) para fiscalização da legalidade dos atos da Administração Pública 
8.	Sistemas “mistos “ 
controle dos atos da Administração por Tribunais especializados 	administrativos, com recurso final ao Poder Judiciário - Itália, Bélgica
controle dos atos da Administração por tribunais administrativos 	especializados, integrantes do Poder Judiciário - Alemanha. 		
9.	Formação do direito administrativo brasileiro
	-
	INFLUÊNCIA DO SISTEMA ANGLO-SAXÃO ( Estados Unidos ) :	
| sistema de controle dos atos da Administração Pública 	 	|unicamente pelo Poder Judiciário ( sistema de jurisdição |única )
	| ( art. 5o., inc. XXV- CF )
	| organização constitucional semelhante à dos Estados Unidos
	| controle da constitucionalidade das leis pelo Poder Judiciário
| utilização de remédios heróicos ( writs ) para a fiscalização da |legalidade dos 	atos das autoridades administrativas pelo |Poder Judiciário
| inspiração nas administratives agencies para a criação das |modernas agências reguladoras dos serviços públicos 
	INFLUÊNCIA DO SISTEMA EUROPEU-CONTINENTAL( França, Espanha, Portugal, Alemanha, Itália ,Bélgica )
legislação, doutrina e jurisprudência baseadas na aplicação das regras especiais do direito administrativo, estruturadas a partir das decisões da justiça especializada administrativa do sistema francês e dos chamados “sistemas mistos” 
			
			BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA 
		 ( para aprofundamento e pesquisa )
MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO - Direito Administrativo
HELY MEIRELLES - Direito Administrativo Brasileiro
CRETELLA JR. - Direito Administrativo Comparado
LAFAYETTE PONDÉ - Estudos de Direito Administrativo ( capítulo “O Direito Administrativo na República “)
EDUARDO LOBO GUALAZZI -Justiça Administrativa
JOÃO GUILHERME ARAGÃO - O contencioso administrativo no Estado de Direito - Revista de Direito Administrativo no.132, pg.1
CAIO TÁCITO - A presença norte-americana no direito brasileiro - Temas de Direito Público - 1.o volume , pgs. 13 a 25.
�
Direito Administrativo I
UCSAL 2002
Prof.a Alice Gonzalez Borges
						
3.	Direito Administrativo. Conceito. Autonomia. Campo de aplicação. Posição do direito administrativo na ordem jurídica do sistema federativo. Relação com outros ramos do direito.
			
SUMÁRIO
1. Direito administrativo e Estado de Direito.
2. Autonomia científica do direito administrativo
3. Problemas que o direito administrativo é chamado a resolver.
4. Características do direito administrativo.
5. Elementos para a conceituação do direito administrativo.
6. Algumas conceituações do direito administrativo.
7. Direito administrativo: as ideologias implícitas.
8. Relações do direito administrativo com outros ramos do direito.
9. Traços peculiares do direito administrativo brasileiro.
10. Posição do direito administrativo na ordem jurídica do sistema federativo.
1.	Direito administrativo e Estado de Direito
- surgimento do direito administrativo, quando as relações entre a Administração Pública e os administrados passam a ser jurídicas - com direitos e deveres recíprocos.
2.	Autonomia científica do direito administrativo
- objeto próprio
- institutos próprios
- métodos próprios
- princípios informativos próprios
Razões que justificam a autonomia do direito administrativo
- sujeição do poder público à norma jurídica e ao controle jurisdicional da legalidade dos seus atos
- supremacia do interesse público ( encarnado pela Administração Pública ) sobre o interesse privado
- inadequação do direito privado às relações jurídicas entre a Administração Pública e os administrados
3.	Problemas que o direito administrativo deve resolver ( WALINE ):
utilização dos poderes do Estado, apenas em proveito do bem comum
organização dos poderes do Estado para a satisfação das necessidades coletivas
limitação dos poderes do Estado, para a salvaguarda dos direitos fundamentais dos cidadãos
4.	Características do direito administrativo
direito novo
direito dinâmico
direito em constante renovação e ampliação
direito não codificado
5.	Elementos para a conceituação do direito administrativo
fontes 	| normas de direito positivo
		| conjunto de princípios teóricos ordenados e sistematizados
taxinomia - ramo do direito público interno
 
objeto, campo de aplicação e temas fundamentais do direito administrativo:
poderes de comando para garantir a execução da atividade administrativa, com o emprego de meios coercitivos, se e quando necessário
estruturação dos meios de ação ( órgãos - agentes- bens e equipamentos ) para a consecução dos fins de interesse coletivo
exercício da função administrativa em caráter normativo, para assegurar a fiel e uniforme aplicação das leis - poder regulamentar 
disciplinamento das relações jurídicas entre a Administração e os administrados, com o estabelecimento de direitos e obrigações mútuas
instrumentalização das técnicas intervencionistas estatais na ordem econômica e social, para garantia dos direitos sociais da coletividade
fomento e estímulo às realizações da iniciativa privada
proteção dos administrados contra o exercício ilegal ou abusivo da função administrativa 
atuação social na proteção dos interesses coletivos e difusos da comunidade
6.	Algumas conceituações do direito administrativo 
BASAVILBASO - “complexo de normas e princípios de direito público interno, que regulam as relações entre os entes públicos e os particulares, ou entre os órgãos públicos uns com os outros, para a satisfação concreta, direta e imediata das necessidades coletivas “
AGUSTIN GORDILLO - “ramo do direito público que estuda a função administrativa e a proteção judicial do administrado, quando ela se dê ilegal ou abusivamente”
HELY MEIRELLES - “conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas, tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado “ 
7.	Direito Administrativo : as ideologias implícitas.
as vertentes autocráticas do direito administrativo, com ênfase nas prerrogativas de poder público 
as tendências ideológicas modernas do direito administrativo:
extensão do controle jurisdicional sobre os atos da Administração
a era das parcerias público-privadas 
o interesse público como principal vetor da atividade administrativa
8.	Relações do direito administrativo com os demais ramos do direito
direito constitucional
direito civil
direito comercial
direito penal
direito trabalhista
direito internacional
direito financeiro
direito processual civil e penal
Novos ramos de direito que se destacaram do direito administrativo :
direito tributário
direito previdenciário
direito econômico
direito ambiental
direito urbanístico
9. 	Traços peculiares do direito administrativo brasileiro
- abranger as atividades das autoridades administrativas, inclusive em suas relações jurídicas sob o regime de direito privado
- abranger as atividades da função administrativa, quando exercida por qualquer dos poderes estatais
- excluir, de sua abrangência, os atos do Poder Executivo típicos de governo, no exercício de sua função política, regidos pelo direito constitucional
- desenvolver-se em três esferas constitucionais de competência : federal, estadual e municipal .
10.	Posição do direito administrativo na ordem jurídica do sistema federativo
Art. 1o. da Constituição Brasileira : “ A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito “.....
art. 18 - autonomia organizacional político-administrativa da União, dos Estados, Municípios e Distrito Federal.
Competência constitucional em matéria de direito administrativo, no Brasil :
UNIÃO 
 normas sobre organização dos serviços públicos federais
normas gerais de abrangência nacional, sobre matérias determinadas
normas de competência concorrente - ( União, Estados, Distrito Federal)
normas de competência própria ( arts. 21 e 22 - CF )
ESTADOS 
normas sobre organização dos serviços públicos estaduais
normas de competência própria, em matérias específicas
normas de competência remanescente 
normas de competência concorrente ( art. 24 - CF )
MUNICÍPIOS
normas sobre organização dos serviços públicos locais
normas de competência própria
normas de competência supletiva das leis federais e estaduais
UNIÃO , ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIOS
competências administrativas comuns - art. 23- CF
		BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA
MANOEL RIBEIRO - Direito Administrativo - 1o. volume
HELY LOPES MEIRELLES - Direito Administrativo Brasileiro
MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO - Direito Administrativo
DIOGENES GASPARINI- Direito Administrativo
JOSÉ CRETELLA JR. - Curso de Direito Administrativo
		 - Comentários à Constituição Brasileira de 1988
JOSÉ AFONSO DA SILVA - Direito Constitucional Positivo
CELSO RIBEIRO BASTOS - Comentários à Constituição do Brasil 
�
Direito Administrativo I 
UCSAL - 2002.
Prof.a Alice GonzalezBorges.
						ROTEIRO DE ESTUDOS
4.	Regime jurídico administrativo. Princípios da Administração Pública e do direito administrativo.
SUMÁRIO
1.	Regime jurídico - administrativo.
2. Princípios fundamentais do regime jurídico - administrativo.
3.	Princípios gerais de direito público em geral
4.	Princípios setoriais do direito administrativo.
5. 	Princípios setoriais derivados da supremacia 	do interesse público sobre o interesse individual.
6. Princípios setoriais derivados da indisponibilidade do interesse público .
7. Princípios constitucionais da Administração Pública.
8. Alguns desdobramentos dos princípios constitucionais da Administração Pública.
1.	Regime jurídico - administrativo. 
	- " ponto nuclear de convergência e articulação de todas as normas e princípios típicos do direito administrativo, dentro de uma relação lógica de coerência e unidade, compondo um sistema harmônico " ( CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO ).
2.	Princípios fundamentais do regime jurídico - administrativo 
	( CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO )
SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O INTERESSE PRIVADO 
INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO
3.	Princípios gerais de direito público em geral
	| princípio da legalidade - art. 5o. , inc. II - CF
	| primazia do interesse público
	| irretroatividade das leis - art. 5o., inc. XXXVI - CFR
	
4.	Princípios setoriais do direito administrativo.
	
	- são próprios, específicos do direito administrativo.
5. 	Princípios setoriais derivados da supremacia 	do interesse público sobre o interesse individual
	| princípio da hierarquia
	|
	| prerrogativas de potestade pública :
	|
| presunção de veracidade 	
| presunção de legitimidade 
| imperatividade dos atos administrativos
| exigibilidade dos atos administrativos
| auto-executoriedade dos atos administrativos
| prerrogativa expropriatória
| poder de requisitar bens e serviços
| poder de ocupar temporariamente o imóvel alheio
| poder de impor medidas de polícia
		 | privilégios especiais das pessoas públicas :
 | inversão do ônus da prova 
 | prazos processuais dilatados
 | privilégios creditícios
 | foro especial
 | imunidade tributárias
 | prazos especiais de prescrição das dívidas contra a 
 | Fazenda Pública
 	 |auto-tutela administrativa :
	
| poder revogatório dos próprios atos
| poder anulatório dos próprios atos
 ( Súmulas 346 e 473 do STF)
6. Princípios setoriais derivados da indisponibilidade do interesse público :
	| responsabilidade
	| obrigatoriedade do desempenho da atividade administrativa
| obrigatoriedade do exercício da competência das autoridades | públicas
	| continuidade do serviço público
	| especialidade 
	| controle ou tutela 
	| inalienabilidade dos bens públicos
 | PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA		
7.	Princípios constitucionais da Administração Pública.	 
 
	
	 	|legalidade
	 	|impessoalidade { igualdade
		|		 {finalidade	
		| moralidade
		| publicidade
	 | eficiência 
8. Alguns desdobramentos dos princípios constitucionais da Administração Pública
do princípio da legalidade 				
art. 5o., inc. II				
art. 5o., inc. LIV
art. 84, inc. IV
art. 87, par. único, inc. II
art. 85, inc. VII
art. 49, incs. V e XI		
do princípio da impessoalidade
art. 5o., caput				 
art. 37, ( 1o.
do princípio da igualdade 
| distribuição dos encargos públicos
| prestação de serviços públicos
| perante o uso dos bens públicos
| perante os tributos
| perante as tarifas públicas
| nas licitações e contratos
|na admissão a estabelecimentos |públicos
|no preenchimento de cargos públicos
do princípio da moralidade 
| art. 5o., LXXIII ( ação popular ) 	 |art. 37, II e ( 2 o.
| art. 37, ( 4 o. 
| art. 37, inc. XXI
| 70, par. único 
| 74, ( 2 o.
| 85, inc. V 
do princípio da publicidade 	 	 
| art. 5o., inc. XXXIII
| art. 5o., inc. XXXIV, b
| art. 5o., inc. LX
| art. inc. LXXII
do princípio da eficiência 
 | art. 37, § 8.o
					 | art. 74, inc. II
 | art. 41, § 1o, inc.III 
 
 
8.	Outros princípios a que se submete a Administração Pública 
( Lei 9.784, de 29/01/99 - Lei do Processo Administrativo Federal, art. 2.o )
	| razoabilidade
 | proporcionalidade
	| motivação dos atos administrativos
	| segurança jurídica 
 BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA 
CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO - Curso de Direito Administrativo
JOSÉ CRETELLA JR. - Tratado de Direito Administrativo - vol. X
- Comentários à Constituição de 1988 ( art. 37, caput)
LUCIA VALLE FIGUEIREDO - Curso de Direito Administrativo
JOSÉ AFONSO DA SILVA - Direito Constitucional Positivo
MANOEL RIBEIRO - Direito Administrativo, vol. I
CARMEN LUCIA ANTUNES ROCHA - Princípios Constitucionais da Administração Pública
Direito Administrativo I
UCSAL – 2002.
Prof.a Alice Gonzalez Borges
Ponto 5 - Fontes do Direito Administrativo.
SUMÁRIO
1. Fontes metajurídicas.
2. Fontes jurídicas.
3. Hierarquia das fontes jurídicas do direito administrativo
4. Constituição.
5. Lei
6. Costume.
7. Jurisprudência.
8. Princípios gerais de direito.
9. Doutrina.
10. Praxes administrativas.
11. Precedentes administrativos.
12. Equidade.
13. Analogia. 	
1.	Fontes metajurídicas
| economia política
| dados histórico - sociológicos
| ciência da administração
| ciências exatas
| ética
2.	Fontes jurídicas
formais	|constituição
diretas	|leis
positivas	|tratados internacionais
escritas	|regulamentos
		|normas regulamentares menores
		|estatutos autônomos e regulamentos corporativos
materiais	|costume
racionais	|jurisprudência
indiretas	|
		|princípios gerais de direito
		|doutrina
subjetivas	| atos administrativos
		| contratos administrativos
		
outras, 	| praxes administrativas
subsidiárias | precedentes administrativos
		| equidade
		| analogia
3.	Hierarquia das fontes jurídicas do direito administrativo 			
	- primazia das fontes formais
	- caráter subsidiário das fontes materiais
4.	Constituição	
- no sentido material : “conjunto de normas fundamentais, que regulam e determinam a organização do Estado e dos poderes públicos, e que definem as garantias, direitos e deveres dos indivíduos”( HECTOR ESCOLA)
- no sentido formal: - o conjunto de normas e princípios contidos em um documento solene, elaborado pelo Poder Constituinte, e somente modificável através de emenda, obedecendo a processos especiais, previstos em seu próprio texto.
5.	Lei.
- no sentido formal : todos os atos que contêm regras de direito, emanadas dos órgãos constitucionalmente competentes, conforme processo institucionalmente estabelecido.
- no sentido material : todo ato que cria e estabelece uma regra de direito geral, abstrata, uniforme, impessoal, objetiva, dotada de poder obrigatório, que inova originariamente na ordem jurídica, criando direitos e obrigações .
caracteres essenciais:
	| generalidade
	| obrigatoriedade
	| permanência
	| novidade
6.	Costume
- “regra de conduta criada espontaneamente pela consciência comum do povo, que a observa por modo constante e uniforme, e sob a convicção de corresponder a uma necessidade jurídica”( VICENTE RÁO)
Elementos 	| objetivo - repetição de comportamentos uniformes
		| subjetivo- convicção generalizada de sua obrigatoriedade 			| jurídica ( opinio juris vel necessitatis }
	
Espécies	| contra legem - derrogatório da lei
		| praeter legem - supletivo da lei ( Lei de Introdução ao 			| Código Civil, art. 4o.)
		| secundum legem - interpretativo da lei
					-objeto deremissão direta da lei
Valor do costume como fonte do direito administrativo :
no direito anglo-saxônico - papel criador do direito ( COMMON LAW )
				 - admissibilidade de sua invocação contra 					 legem 
no direito brasileiro :
- inadmissibilidade do costume contra legem 
- admissibilidade limitada do costume praeter legem 
- admissibilidade do costume secundum legem 
7.	Jurisprudência
- orientação uniforme dos juízos e tribunais, na decisão de casos semelhantes
- papel nacionalizador
- força moral dos julgados
“O direito de determinado país é o conjunto de soluções que, em dado momento, são reconhecidas pelos tribunais como regras de conduta social. O direito da jurisprudência é realmente o direito positivo aplicável” ( PEDRO GUILHERME ALTAMIRA)
Valor da jurisprudência como fonte do direito administrativo :
no direito anglo-saxão - princípio do stare decises
no direito francês: - 
-direito pretoriano criado pelo Conselho de Estado ( jurisdição especializada administrativa ), mediante construção jurisprudencial, na decisão das questões administrativas submetidas a seu exame
-estruturação dos principais institutos do direito administrativo
 
no direito brasileiro :
- impõe-se o valor da jurisprudência apenas pela força moral dos julgados
- valor das Súmulas da jurisprudência predominante dos tribunais superiores - poderosa contribuição indireta para a própria formação do direito administrativo brasileiro
8.	Princípios gerais de direito
- conjunto de conclusões teóricas, ordenadas e sistematizadas que, ainda que não formalizadas em texto escrito, defluem do ordenamento jurídico geral, como fruto da consciência jurídica alcançada em determinado estágio de desenvolvimento de um povo, impondo a sua observância.
Fontes dos princípios gerais de direito::
- lei e jurisprudência do país
- legislação comparada
- princípios comuns inspiradores da legislação dos povos cultos (sedimentação de cultura )
	( MANOEL RIBEIRO)	
9.	Doutrina
- fonte de conhecimento aprofundado
- ausência de imperatividade
- aplicabilidade decorrente da lógica e da racionalidade de suas proposições
- significativa influência na legislação e na jurisprudência 
“No direito administrativo, mais talvez do que em qualquer outro campo dos estudos jurídicos, a doutrina é o fio condutor de sua elaboração e da sistematização de seus conceitos e categorias, como um todo orgânico”(LAFAYETTE PONDÉ)
10.	Praxes administrativas 
- reiteração de práticas constantes, uniformes, da Administração, no trato de uma mesma relação jurídica
- esgotam-se no âmbito interno da Administração
11.	Precedentes administrativos
- decisões administrativas adotadas pelas autoridades administrativas na solução de determinados assuntos
- caráter não obrigatório
- não necessitam ser reiteradas para que constitúam um precedente
- são invocáveis em nome da aplicação do princípio da igualdade de tratamento 
12.	Equidade
- aplicação das normas jurídicas em obediência aos princípios morais, sociais e econômicos vigentes em um dado momento e em um local determinado, aceitos geralmente como os melhores, para regular as relações interindividuais ( HECTOR JORGE ESCOLA)
- fonte do direito nas instituições anglo-saxônicas ( EQUITY)
- sistema de adequação do direito, dentro de certos limites e finalidades
13.	Analogia
- fonte subsidiária do direito, segundo a Lei de Introdução ao Cód. Civil -art. 4o)
- aplicação de uma norma jurídica prevista para caso e situação determinada, integrante do mesmo ordenamento jurídico, para reger casos semelhantes, na ausência de norma legal específica
- controvérsia doutrinária sobre sua aplicabilidade como fonte do direito administrativo brasileiro
- pacífica é a impossibilidade de sua aplicação para restrições de direitos, imposição de sanções, imposição de encargos, outorga de exceções, vulneração de liberdades individuais.
BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA
VICENTE RÁO - “O direito e a vida dos direitos "
CRETELLA JR. -” Direito Administrativo Brasileiro”, Rio de Janeiro, Forense, 1983, vol. I, pg. 313
MANOEL RIBEIRO 	-”Direito Administrativo”, Salvador, Ed. Itapoã, 1964, vol. I
DIOGENES GASPARINI - “ Direito Administrativo “ - S.Paulo, Saraiva,1995, 4a. edição, pg. 16 .
DIOGO FIGUEIREDO MOREIRA NETO - " Curso de Direito Administrativo" .
�
Direito Administrativo I
UCSAL – 2002.
Prof.a Alice Gonzalez Borges
Ponto 6 - Lei e Regulamento. O poder regulamentar .
								
							ROTEIRO DE ESTUDOS.
1. 	Posição do regulamento e das normas regulamentares menores, na hierarquia do sistema normativo 
CONSTITUIÇÃO
|
LEI COMPLEMENTAR
|
LEI ORDINÁRIA
( lei delegada, medida provisória, decreto legislativo, resoluções do Poder Judiciário e do Poder Executivo ) 
|
REGULAMENTO
|
 NORMAS REGULAMENTARES MENORES
2.	Natureza jurídica do regulamento.
- ato administrativo ( HELY MEIRELLES )
- LEI, no sentido material ( DUGUIT, JÈZE ) 
- ato misto - GABINO FRAGA, MANOEL RIBEIRO :
	- ato administrativo, no sentido formal
	- lei, no sentido material
- Colocação doutrinária de SANTI ROMANO : 
	- ATO ADMINISTRATIVO, no sentido formal
	- ato de administração normativa, em relação aos demais atos administrativos
	- LEI, no sentido material
	- legislação secundária, relativamente à lei.
3.	Regulamento. Conceituação . Caracterização.
Regulamento - “legislação secundária, revelando uma força específica, reflexa e derivada da lei, cujo objeto consiste em desenvolver os princípios fixados pela lei, sem poder alterá-la, por qualquer modo”(VICENTE RÁO)
		 - “ato unilateral editado no exercício da função administrativa, que cria normas jurídicas gerais”( J. R. DROMI)
		 - “prescrições práticas que têm por fim preparar a execução das leis, completando-as em seus detalhes, sem lhes alterar, todavia, nem o texto, nem o espírito “ ( GEORGES ESMEIN)
caracteres essenciais :
	- exercício da função administrativa, em caráter normativo
	- norma de caráter secundário, em relação à lei
	- somente regula as leis de conteúdo administrativo. ( VICENTE 
 RÁO).
Fundamento constitucional do regulamento : art. 84, inc. IV- C.F.
4.	Domínio constitucional da lei 
RESERVAS DA LEI :
	 - matérias de competência formal, explicitada na Constituição
	 - matéria relativa à criação, modificação ou restrição de direitos e obrigações ( art.5o.,, inc.II, da Constituição)
	 - matéria de competência decorrente de delegação legislativa
 - matéria de que a lei se apossou, e somente por outra lei poderá ser ab - rogada
 - matéria retomada pela lei a um regulamento anterior.
5	Domínio constitucional do regulamento .
	- matéria constitucionalmente reservada ao regulamento
	- matéria não reservada constitucionalmente à lei
	- matéria de que a lei ainda não se apossou
	- domínio residual
	- domínio retomável, a qualquer tempo, pela lei
6	Delegação legislativa e habilitação legislativa, ou determinação de 	competência .
	DELEGAÇÃO LEGISLATIVA 
	 - em regra, é vedada em nosso ordenamento jurídico-constitucional
	 - é constitucionalmente permitida, unicamente, em relação à lei 
 delegada
	
	HABILITAÇÃO LEGISLATIVA, OU DETERMINAÇÃO DE COMPETÊNCIA
	- autorização conferida pelo legislador ao Executivo para que este, no exercício do poder regulamentar, complete e desenvolva diretrizes básicas fixadas pela lei
	- fixação, pela lei, de parâmetros e limites para a tarefa do regulamentador
	- não significa abdicação de poderes próprios do legislador
	- não se confunde com a delegação legislativa
7 	Normas regulamentares menores.
- representam também o exercício da função administrativa, em caráter normativo
- em regra, são de âmbito interno da Administração ( instruções – circulares – portarias – avisos ministeriais – ordens de serviço,etc.)
- devem fidelidade às leis e regulamentos
Fundamento constitucional : art. 87, par. único - C.F.
8.	Limites ao poder regulamentar
( PIMENTABUENO , PONTES DE MIRANDA, VITOR NUNES LEAL, BIELSA, VICENTE RÁO, CARLOS MAXIMILIANO }
Não pode o regulamento :
 
dispor sobre matéria de reserva da lei
dispor sobre matéria que não seja de caráter geral
ordenar ou proibir o que a lei não ordena, nem proíbe
ferir as normas de hierarquia e competência
ter eficácia retroativa
instituir formas diversas das exigidas pela lei
modificar, ampliar, restringir ou extinguir direitos e obrigações que a lei impõe, tais como :
-majorar tributos, ou criar novos,não instituídos por lei
-aplicar sanções restritivas de direitos individuais,sem amparo em lei
-suprir lacunas da lei
-infringir os princípios constitucionais
-consagrar, com força obrigatória, a interpretação da lei
-aumentar vencimentos
-aumentar despesas
-criar cargos públicos
-perdoar dívidas, 
				etc.
9.	Controle constitucional da legalidade dos regulamentos
- pelo Poder Judiciário : arts. 102, a, e 125, ( 2o.
-- pelo Poder Legislativo : art. 49, incs. V e XI
10.	Classificação dos regulamentos
10.1. Regulamentos de execução, ou subordinados
- fundamento no art. 84, inc. IV- CF
- independem de indicação expressa do legislador
-são ditados para facilitar ou assegurar a aplicação das leis, explicitando, detalhando e minudenciando suas disposições
- tornam explícito, o que se encontra implícito na lei ( MANOEL RIBEIRO )
- podem ser expedidos pelo Executivo , tantos quantos julgue necessários
- em caso de revogação da lei que regulamentam, podem subsistir, na parte em que não contrariem a lei superveniente
10.2. Regulamentos autônomos ou independentes
- admissibilidade controvertida , no direito positivo brasileiro
- disciplinam matéria sobre a qual ainda não foi editada nenhuma lei
- dispõem sobre área de reserva da Administração ( art. 84, inc. II - CF ), no uso de poderes discricionários conferidos pela Constituição à ação administrativa
( SÉRGIO FERRAZ )
- até mesmo quando sejam admitidos por alguns doutrinadores, será sempre com as seguintes limitações :
 não podem dispor sobre matéria de reserva de lei
ficam automaticamente sem efeito, se a lei se apossar da matéria neles disciplinada.
10.3.	Regulamentos autorizados.
- defluem da habilitação legislativa ou determinação de competência conferida pela lei
- contêm-se estritamente nos limites, parâmetros e condições da habilitação legislativa
- ficam automaticamente sem efeito, se revogada a lei que concedeu a habilitação legislativa
10.4. Regulamentos de emergência ou necessidade pública
- editados no uso de poderes outorgados pela Constituição, para atender a situações emergenciais ou perigosas
- tais poderes são limitados pela Constituição
-sujeição, no direito brasileiro, à imediata apreciação, pelo Congresso Nacional, das medidas adotadas pelo Executivo
-casos previstos pela Constituição : art. 136, ( 1o. ( estado de defesa ) e arts.138 e 139 ( estado de sítio ) 
11.	Regras de eficácia das leis que pedem regulamento.
1o. caso - A lei contém a ressalva final de que somente entrará em vigor após sua regulamentação .
		- a ressalva constitui delegação legislativa disfarçada , constitucionalmente vedada
2o. caso - A lei silencia, quanto a sua regulamentação
		- pode sempre o Executivo regulamentá-la, se e quando achar necessário, porque o poder regulamentar emana diretamente da Constituição
3o. caso - A lei prevê expressamente a expedição de seu regulamento, e fixa um prazo para que o Executivo o edite.
		- se o Executivo se omite em regulamentar a lei que assim o determina, configura-se sua responsabilidade pelo descumprimento da lei (art. 85, VII - CF )
		- se, com a omissão do Executivo em regulamentar a lei , se vier a impedir o gozo de uma garantia constitucional, pode ser caso de mandado de injunção
4o. caso - A lei declara, ao mesmo tempo, que entrará em vigor na data de sua publicação, e que deverá ser regulamentada dentro de certo prazo.
- se a lei é inteiramente auto-executável, entrará em vigor imediatamente, independentemente de sua regulamentação
- se a lei for só parcialmente auto-executável, entra em vigor imediatamente nas partes auto-executáveis; mas, as partes não auto-executáveis ficarão dependendo de sua regulamentação
- se a lei é não auto-executável e fixar a aquisição de direitos, tornam-se estes exigíveis, desde a publicação da lei, e a regulamentação futura, que os tornará eficazes, terá, neste caso, efeito retroativo.
12. 	Normas de natureza especial : regimentos das Casas Legislativas e dos Tribunais , e os estatutos autônomos ou corporativos
Regimentos das Casas Legislativas e dos Tribunais
- desenvolvem poder normativo conferido diretamente pela Constituição
- constituem lei no sentido material
- somente podem ser emendados, modificados ou derrogados , pelo mesmo Poder do qual emanam
- são normas consideradas interna corporis
Estatutos autônomos ou corporativos
- conjunto especial de normas, editadas por entes públicos - geralmente autárquicos - no uso de potestade normativa conferida por lei, com certas limitações
- sujeitam-se à aprovação do poder central, que exerce controle sobre tais 
entes públicos 
13. O poder normativo das agências reguladoras de serviços públicos.
Controvérsias doutrinárias.
Defluem de autorização de lei.
Devem obediência às leis e aos regulamentos.
14.	Cautelas da autoridade administrativa , ao expedir um regulamento , ou norma regulamentar menor
- verificar se existe previsão constitucional específica sobre a matéria
- verificar se as normas regulamentares violam princípio constitucional
- verificar se a regulamentação invade matéria de reserva da lei
- verificar a esfera constitucional de competência para dispor sobre a matéria, dentro do sistema federativo
- verificar se já existe lei específica sobre algum aspecto do regulamento, que deverá ser fielmente obedecida
- observar os limites e parâmetros da habilitação legislativa conferida à autoridade regulamentadora
no caso de norma regulamentar menor, verificar se a matéria já foi regulamentada por autoridade hierarquicamente superior
		Bibliografia específica
DIOGENES GASPARINI - Direito Administrativo
				 O Poder Regulamentar
MANOEL RIBEIRO - Direito Administrativo - vol. I
CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO - Atos administrativos e direitos dos administrados
VICENTE RÁO - O direito e a vida dos direitos
PONTES DE MIRANDA - Comentários à Constituição Federal de 1967 (art. 81) -vol. III.
MARÇAL JUSTEN FILHO - Agências Reguladoras.
�
Direito Administrativo II
UCSAL 2002.
Prof.a Alice Gonzalez Borges
							ROTEIRO DE ESTUDOS
Ponto 7.	Ato administrativo. Caracterização. Classificação. Elementos e pressupostos. Atributos.
SUMÁRIO.
1.	Importância da noção de ato administrativo.
2.	Conceituação. Caracterização.
3.	Tipicidade. Atributos que distinguem o ato administrativo do ato jurídico privado
4.	Elementos e pressupostos.
	4.1. Competência.
	4.2. Vontade. Manifestação tácita. Silêncio.
	4.3. Objeto ( conteúdo).
	4.4. Forma. Formalidades legais.
	4.5. Motivo. 
4.6. Finalidade.
	4.7. Causa.
	4.8. Mérito.
	4.9. Requisitos procedimentais.
5.	Classificações principais. 
1.	Importância da noção de ato administrativo
- pilar sobre o qual se estrutura o direito administrativo
- vinculação do ato administrativo :
- à atividade da Administração Pública e de outros órgãos estatais, enquanto exercem a função administrativa
- à mais ampla garantia dos direitos dos administrados, tendo em vista o princípio da legalidade imposto a tais atos
2.	Conceituação. Caracterização.
AGUSTIN GORDILLO : “declaração unilateral realizada no exercício da função administrativa, que produz efeitos jurídicos individuais, de forma imediata “ .
Caracterização do ato administrativo:
ato jurídico
ato de autoridade administrativa, ou de pessoa privada, com funções delegadas de poder público
relacionado à execução da lei, ou de poder derivado da Constituiçãonão é todo e qualquer ato praticado pelo Executivo
não é apenas praticado pelo Executivo
submete-se ao regime jurídico-administrativa, pois requer o emprego de processos especiais de poder público, através de prerrogativas e sujeições de potestade pública
3.	Tipicidade . Atributos que distinguem o ato administrativo do ato jurídico privado
Tipicidade, em relação aos atos jurídicos privados:
agente competente
finalidade de interesse público
forma legal
atuação da Administração Pública, no exercício de suas prerrogativas e limitada por sujeições especiais de potestade pública
produção de efeitos jurídicos dirigidos para a própria Administração Pública, para os seus agentes e para os administrados
Atributos :
legalidade
imperatividade
exigibilidade
auto-executoriedade
presunção de legitimidade	
4.	Elementos e pressupostos
elementos essenciais da estrutura do ato administrativo 
	[ sujeito
	[ objeto ou conteúdo
	[ forma
	
elementos previstos na Lei de Ação Popular ( no.4.617/65)
	[ competência
	[ objeto ( conteúdo )
	[ forma
	[ motivo
	[ finalidade
pressupostos ( sistematização de CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO)
	subjetivos	[sujeito
			[vontade
	objetivos	[ motivo
			[ requisitos procedimentais
	teleológico	[ finalidade
	lógico	[ causa
	formalístico [ formalidades legais
	
4.1.	Competência.
	- poder legal atribuído ao agente público, para o desempenho válido e eficaz de suas funções.
	- pressupostos da competência ( PIETRO VIRGA ) :
	
			capacidade da pessoa jurídica
			competência do órgão
			legitimação do agente público titular
	espécies :
			territorial
			hierárquica
			material
			temporal
4.2. 	Vontade. Manifestação tácita. Silêncio.
- manifestação do autor, necessária à produção do ato
- manifestação tácita: 
comportamento permitido e previsto pela lei, para expressar a vontade da administração, de modo implícito
comportamento deliberado, não casual, dirigido para expressar a vontade da autoridade administrativa
silêncio:
não - ato
inércia
omissão da autoridade legalmente obrigada a manifestar-se expressamente
descumprimento de obrigação jurídica imposta por lei
4.3.	Objeto ( conteúdo)
- resultado jurídico pretendido pelo ato administrativo; “a própria alteração da ordem jurídica produzida pelo ato “( CELSO ANTONIO )
LÍCITO
POSSÍVEL
CERTO
ESSENCIAL
 		 ACIDENTAL
4.4.	Forma. Formalidades legais.
	- revelação jurídica do conteúdo do ato
	- essencialidade 
	- proteção dos interesses gerais da coletividade e dos interesses 	 	 individuais afetados pelo ato
4.5. 	Motivo. 
- situação objetiva que autoriza ou exige a prática do ato
- matéria de fato ou de direito em que se fundamenta o ato
- circunstância em vista da qual o ato pode ou deve ser praticado 
	4.6. Finalidade.
 - conformidade do fim subjetivo, procurado pelo ato, com o fim objetivo, previsto pelo direito
4.7.	Causa. 
- o nexo lógico de pertinência entre o motivo invocado e o conteúdo do ato , em face da finalidade que a lei pretendeu fosse atendida ( CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO e ANDRÉ GONÇALVES PEREIRA).
4.8.	Mérito.
- 	elemento especial dos atos de conteúdo discricionário :
- escolha do objeto
- 	eleição do motivo
- 	obediência a razões de conveniência, oportunidade, a normas de boa administração, ou à equidade
- 	expressão da discricionariedade administrativa 
	4.9. Requisitos procedimentais. 
- atos jurídicos que, por imposição normativa, devem necessariamente preceder à expedição de determinado ato, sem o que este não poderá ser praticado. 
- podem ser produzidos pela própria Administração, ou por particulares. 
6.	Classificações principais
quanto à composição de vontades necessárias à sua formação 
|simples
|coletivos
| complexos
quanto à margem de liberdade decisória da Administração
| vinculados
| discricionários
quanto a seus efeitos jurídicos:
| constitutivos
| declaratórios
quanto à função da vontade administrativa:
| meros atos administrativos
| atos negociais 
 
Atos negociais ampliativos:
admissão
concessão
permissão
autorização 
licença
aprovação 
homologação 
Atos negociais restritivos :
ordens positivas
ordens negativas
punições
expropriação
requisição
- critérios para a classificação dos atos negociais:
	[vinculados
	[discricionários
	[ unilaterais
	[ bilaterais 
	[ definitivos
	[ precários
 BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA
CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO - Atos administrativos e direitos dos administrados
JOSÉ CRETELLA JR. - Atos Administrativos Especiais
			 - Anulação dos Atos Administrativos por Desvio de Poder
CARLOS ARI SUNDFELD – O Ato Administrativo Inválido
MANOEL RIBEIRO – Direito Administrativo
ANTONIO CARLOS CINTRA DO AMARAL – Extinção do ato administrativo
WEIDA ZANCANER - Da convalidação e da invalidação do ato administrativo
MIGUEL REALE - Revogação e Anulamento do Ato Administrativo
SEABRA FAGUNDES – O Controle dos Atos Administrativos pelo Poder Judiciário
ALMIRO COUTO E SILVA – Princípios da legalidade e da segurança jurídica no Estado de Direito
THEMÍSTOCLES CAVALCANTI – Teoria dos Atos Administrativos
LAFAYETTE PONDÉ - Estudos de Direito Administrativo
CAIO TÁCITO - Temas de Direito Público
�
Direito Administrativo I
UCSAL - 2002
Prof.a Alice Gonzalez Borges.
						ROTEIRO DE ESTUDOS
	 
8.	Ato administrativo. Perfeição. Validade. Eficácia. Auto-executoriedade. Irretroatividade.
1.	Perfeição. Validade. Eficácia. 
- trata-se de noções independentes
- distinção :
ato perfeito - o que já esgotou as operações necessárias a sua existência jurídica e completou o seu ciclo de formação ( LAFAYETTE PONDÉ)
- noção contraposta : ato inexistente.
ato eficaz - o que já se acha disponível para a plena produção de seus efeitos típicos
- noção contraposta : ato ineficaz
ato válido - o que foi expedido em conformidade com as exigências do sistema normativo
- noção contraposta : ato inválido
2.	Auto-executoriedade do ato administrativo .
( privilège du préalable - privilège d’action d’office- éxecution forcée)
- “faculdade de a Administração decidir e executar diretamente a sua decisão, sem intervenção do Judiciário “( HELY MEIRELLES )
- “qualidade pela qual o Poder Público pode compelir materialmente o administrado, sem precisão de buscar previamente as vias judiciais, ao cumprimento da obrigação que impôs e exigiu”( CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO )
requisitos do ato administrativo executório :
	[ perfeito
	[ eficaz
	[ imperativo
	[ exigível
quando cabe a auto-executoriedade:
	a) havendo disposição expressa de lei nesse sentido 
	b) quando a executoriedade é condição indispensável à eficácia do interesse público confiado à guarda da Administração Pública
	c) quando se tratar de medida urgente e inadiável
espécies :
	própria - a autoridade administrativa forma o título e procede a sua execução forçada
	imprópria - a autoridade administrativa forma o título, mas só pode executá-lo judicialmente.
	
3.	Irretroatividade do ato administrativo. Exceções.
- em princípio, o ato administrativo perfeito e eficaz não tem efeito retroativo.
Exceções ao princípio :
	quando se tratar de ato meramente declaratório
	quando o ato que se destine a anular atos inválidos
	para executar lei que confira ou conceda novos direitos aos admi	nistrados
	para retificar ato anterior irregular
	para convalidar atos administrativos viciados
	quando for um ato meramente interpretativo de outro anterior
	quando o ato se destina a dar cumprimento a uma lei retroativa
	
atos retroativos por natureza :
aprovação
homologação
reintegração de servidor público ilegalmente demitido
anulamento de ato inválido anterior.
�
							ROTEIRO DE ESTUDO
Ponto 9 - 	Vícios dos atos administrativos . Extinção. Revogação. Anulamento.
1. Vícios dos atos administrativos no direitobrasileiro.
2. Incompetência do agente.
3. Vício de forma.
5. Inexistência do motivo
5.1. Motivação do ato administrativo. 
5.2. Teoria dos motivos determinantes.
6. Desvio de finalidade ( Desvio de poder )
7. Sintomas denunciadores do desvio de poder. 	
8. Formas de extinção do ato administrativo.
9. Revogação e anulamento do ato administrativo.
1.	Vícios dos atos administrativos no direito brasileiro
(Lei de Ação Popular, art. 2o. )
incompetência do agente
vício de forma
ilegalidade do objeto
inexistência do motivo
desvio de finalidade ( desvio de poder).
2.	Incompetência do agente
aspectos especiais:
	funcionário de fato
	usurpação de função pública ( Cód. Penal, art. 328 )
	abuso ( excesso) de poder 
	gestão de negócio administrativa
espécies:
	territorial
	hierárquica
	material
	temporal
3.	Vício de forma.
- omissão ou observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou à seriedade do ato.
4.	Ilegalidade do objeto
- o resultado do ato importa em violação da lei, regulamento ou outro ato normativo
5.	Inexistência do motivo
- ocorre quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente, ou juridicamente inadequada ao resultado obtido.
5.1. Motivação do ato administrativo.
- a motivação dos atos administrativos é a enunciação expressa dos motivos de fato ou de direito que levaram à prática do ato. Também é chamado de fundamentação, ou justificativa do ato.
- a enunciação expressa dos motivos do ato propicia aos cidadãos - administrados o contrasteamento, ante o poder judiciário, da real existência ou da falsidade desses motivos
- a enunciação expressa dos motivos do ato torna este vinculado à real existência e à veracidade do motivo alegado, sob pena de nulidade
- a motivação expressa dos atos administrativos representa a realização do princípios constitucionais da publicidade ( art. 37, caput) e da motivação das decisões administrativas do Poder Judiciário ( art. 93, inc. X ).
- a expressa motivação dos atos da Administração representa uma garantia democrática da defesa dos direitos dos cidadãos
Nem todos os atos administrativos requerem expressa fundamentação ou motivação.
Quando a natureza do ato impõe sua expressa motivação :
atos que criem situações desfavoráveis para os administrados
atos que julgam recursos
decisões de órgãos colegiados
atos que mudam precedentes administrativos
atos limitadores da esfera jurídica de poderes do administrado
atos que revogam atos anteriores da Administração (e, Conseqüentemente, repercutem sobre os direitos dos administrados)
atos de autoridade administrativa que reformam decisões de autoridade hierarquicamente inferior
decisões que contrariam pareceres técnicos e elementos constantes do processo administrativo
atos que determinam comportamentos obrigatórios, positivos ou negativos
atos que aplicam sanções, em decorrência de processo administrativo
atos que aplicam sanções, em decorrência de processo administrativo disciplinar
atos que emitem opiniões, tais como os pareceres
	( OSWALDO ARANHA BANDEIRA DE MELLO )
5.2. Teoria dos motivos determinantes ( GASTON JÈZE)
l. quando um agente público é obrigado a motivar seu ato, a falta dessa motivação induz a nulidade do ato
2. quando a lei obriga o agente a motivar o seu ato, este deve fazê-lo de modo claro, exato e preciso.
3. quando o agente enuncia , em seu ato, os motivos que o levaram a agir, esses motivos se tornam determinantes, e vinculam o ato à sua real existência e veracidade.
4. quando os motivos do ato se tornam determinantes, são suscetíveis de apreciação pelo Poder Judiciário.
6.	Desvio de finalidade ( desvio de poder)
Caracterização:
- o ato é praticado pelo agente, visando a fim diverso do pretendido pela lei
- o fim subjetivo visado pelo agente se acha em desacordo com a finalidade objetiva do ato
- o fim visado pelo agente é legal, mas tem apoio em regra de direito objetivo diversa da que foi efetivamente aplicada 
7.	Sintomas denunciadores do desvio de poder
	( JEAN RIVERO: “feixes de indícios”)
motivação abundante, exagerada ou contraditória
contradição do ato praticado com atos anteriores ou posteriores, emanados da mesma autoridade administrativa
motivação insuficiente
alteração dos fatos
ilogicidade manifesta da motivação enunciada
injustiça do ato
disparidade de tratamento entre situações iguais
inexistência dos fatos alegados na motivação, deixando transparecer a persecução de outro fim, que é o verdadeiramente pretendido pela autoridade administrativa
circunstâncias locais antecedentes ao ato, reveladoras da real intenção do autor do ato.
8. Formas de extinção do ato administrativo. 
NATURAL | advento do termo extintivo previsto
		| exaurimento da execução material do ato
		| advento de condição resolutiva
PROVOCADA
| pelo próprio destinatário do ato	| renúncia 
|					| desistência
|
| por ato da Administração 	| revogação
|				| anulamento
9.	Revogação e Anulamento do Ato Administrativo. Distinção.
				REVOGAÇÃO		ANULAMENTO
sujeito ativo	a Administração 	 Administração/Judiciário
objeto			 ato válido			ato inválido
motivo			 conveniência do		vício do ato 
				serviço						
efeitos jurÍdicos		EX NUNC			EX TUNC
natureza do ato		constitutiva			declaratória
obrigatoriedade		não há : é faculdade	 há: é poder-dever
13.	Limites do poder de revogar
Não podem ser revogados:
os atos que a lei declare irrevogáveis
os atos já exauridos por sua execução material
os atos complexos
os atos vinculados
Em regra, podem ser revogados os atos discricionários, mas:
mesmo sendo discricionários, não são revogáveis os atos que já geraram direitos subjetivos
ainda quando hajam gerado direitos subjetivos, são revogáveis:
	| os atos que criem direitos conversíveis em justa indenização
	| os atos precedidos de processo administrativo regular, em que 
|se comprovem fatos que, por expressa disposição de lei, ensejam 
	| sua revogação ( cassação ) .
		( MANOEL RIBEIRO ).	
Revogação. Anulamento. Distinção.
				REVOGAÇÃO		ANULAMENTO
sujeito ativo	a Administração 	 Administração/Judiciário
objeto			ato válido			ato inválido
motivo			conveniência do		vício do ato 
				serviço						
efeitos jurÍdicos		EX NUNC			EX TUNC
natureza do ato		constitutiva			declaratória
obrigatoriedade		não há : é faculdade	há: é poder-dever
13.	Limites do poder de revogar
Não podem ser revogados:
os atos que a lei declare irrevogáveis
os atos já exauridos por sua execução material
os atos complexos
os atos vinculados
Em regra, podem ser revogados os atos discricionários, mas:
mesmo sendo discricionários, não são revogáveis os atos que já geraram direitos subjetivos
ainda quando hajam gerado direitos subjetivos, são revogáveis:
	| os atos que criem direitos conversíveis em justa indenização
	| os atos precedidos de processo administrativo regular, em que 	|se comprovem fatos que, por expressa disposição de lei, ensejam 
	| sua revogação ( cassação ) .
		( MANOEL RIBEIRO ).	
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Direito Administrativo I
UCSAL 2001
Prof.a Alice Gonzalez Borges.
Ponto 10 . Teoria das nulidades no direito civil.
Arts. 145 e 146 – Cód. Civil – atos nulos:
- pode ser argüida sua nulidade por qualquer interessado
- pode ser argüida sua nulidade pelo Ministério Público
- a nulidade deve ser pronunciada pelo Judiciário, de ofício ou mediante provocação
Arts. 147 a 152 – Cód. Civil – atos anuláveis:
- o ato pode ser anulável por vício de vontade (erro, dolo, coação, simulação ou fraude)
- o ato anulável pode ser ratificado pelas partes, salvo direito de terceiro
- em caso de ato anulável, a nulidade só pode ser alegada pelo interessado
- no caso de ato anulável, a nulidade não se pronuncia de ofício, nem tem efeito antes de julgada por sentença.
2.	Teoria das nulidades no direito administrativo.
Invalidação do ato administrativo: supressão,com efeito retroativo, de um ato administrativo, ou de relação jurídica deste nascida, por haverem sido produzidos em violação à ordem jurídica.
Manifesta impropriedade da teoria das nulidades em direito civil para reger relações travadas sob a égide do direito administrativo:
2.1. Posição do STF.
Súmula 346: A Administração Pública pode declarar a nulidade dos próprios atos.
Súmula 473: A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”
Súmula 6: A revogação ou anulação, pelo Poder Executivo, de aposentadoria, ou outro ato aprovado pelo Tribunal de Contas, não produz efeitos antes de aprovada por aquele Tribunal, ressalvada a competência revisora do Judiciário.
3. Atos inexistentes
- noção contraposta à de ato perfeito
- não reúnem o mínimo de pressupostos exigíveis para seu ingresso no mundo jurídico
- não se revestem, sequer, da aparência de legalidade
- contudo, mesmo assim, às vezes se torna necessária a declaração formal de sua inexistência
- correspondem a impossíveis jurídicos
4. Atos nulos
- revestem-se de certa aparência de legalidade
- sua incompatibilidade com a lei é objetivamente verificável
- vício ou falta de algum dos elementos essenciais ou pressupostos do ato administrativo
atos nulos por determinação de lei:
- nomeação ou contratação de servidor público sem concurso
- hipóteses previstas na lei de Ação Popular – art. 4º
- hipóteses previstas nas leis eleitorais: nulidade das nomeações e contratações de servidores públicos, no período do recesso eleitoral
- casos previstos na Lei de Licitações e contratos
- Necessitam de expedição de ato declaratório de nulidade, com efeito ex tunc.
- a nulidade dos atos administrativos pode ser decretada:
	| pela própria Administração
| pelo Judiciário, de ofício, por provocação do cidadão ou do |Ministério Público
- os atos administrativos nulos podem gerar efeitos jurídicos válidos?
	- os atos administrativos são revestidos de uma presunção geral de legitimidade e de veracidade
	- enquanto não declarada formalmente sua validade, produzem efeitos jurídicos
	- é de quem o alega o ônus de comprovar a nulidade do ato administrativo, se a Administração não tiver usado o seu poder de auto-tutela para declará-la. 
5. Podem existir atos administrativos anuláveis? Posições doutrinárias.
- posição de HELY MEIRELLES e de MANOEL RIBEIRO: ou o ato administrativo é válido ou é nulo, inexistindo meio termo
Posições doutrinárias a respeito da anulabilidade do ato administrativo
- colocação de MIGUEL REALE:
- os atos administrativos anuláveis dizem respeito aos vícios da vontade: erro – dolo – simulação – coação – fraude (Cód. Civil, art. 147, II);
- somente poderá ser decretado o anulamento de tais atos pelo Judiciário, após ampla apreciação dos elementos probatórios, pelo devido processo legal, e mediante provocação
- previsão legal: Lei de Ação Popular, art. 3º.
- posição doutrinária de SEABRA FAGUNDES:
- a gravidade do vício deve ser apurada concretamente, em face de sua repercussão para o interesse público e a certeza e segurança das relações no mundo jurídico.
- distinguem-se, entre os atos administrativos:
- atos irregulares (perduram apesar do vício)
- atos relativamente nulos (alguns de seus efeitos podem ser preservados, em atenção ao interesse público)
- os atos absolutamente nulos (fulmináveis de plano)
- posição mais recente, de CINTRA DO AMARAL E CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO:
	- não se pode falar, relativamente aos atos administrativos, em atos nulos e atos anuláveis, mas, sim, em ATOS CONVALIDÁVEIS e ATOS NÃO CONVALIDÁVEIS.
6. Convalidação dos atos administrativos. Natureza jurídica.
Convalidação: suprimento da invalidade de um ato, com efeitos retroativos.
- supre os defeitos do ato
- resguarda os efeitos já produzidos
- o ato de convalidação é na verdade um ato novo, com os seguintes pressupostos:
	- possibilidade de repetir, sem vícios, o ato inválido
	- possibilidade de que esse ato novo retroaja.
7. Regras para a convalidação dos atos administrativos:
1 a.. São atos anuláveis e convalidáveis:
- os atos que a lei assim declare
- os atos que possam legalmente ser repetidos sem vício:
	| atos praticados por sujeito incompetente
	| atos praticados com vício de vontade
	| atos praticados com vício de forma
2 a.. São atos nulos e não convalidáveis :
- os atos que a lei assim declare
- os atos que não poderiam ser convalidados sem vício:
	| OS ATOS DE CONTEÚDO ILEGAL
	| os atos praticados com desvio de poder
	| os atos praticados com vício de motivo
3 a.. Em qualquer caso, não são convalidáveis os atos que já forma objeto de impugnação, administrativa ou judicial
8. Formas de convalidação . “ Sanatória” dos atos inválidos
- “fala-se em sanatória do ato inválido, quando se procura remover o vício que desnatura o ato, a fim de que a manifestação volitiva possa continuar a produzir os efeitos que tinha em mira” (CRETELLA JR.)
Formas principais de convalidação (CRETELLA JR.)
RATIFICAÇÃO – ato administrativo que supre requisito ausente, ou sana vício existente de ato anterior, considerando-o íntegro, desde sua origem
REFORMA – ato administrativo pelo qual se rejeita a parte ilegal do ato anterior, e se conserva a sua parte não afetada de ilegalidade
CONVERSÃO – novo ato editado, perfeito, legal, estruturado com elementos válidos do anterior defeituoso.
	- trespasse do ato administrativo, com efeito retroativo, de uma categoria, na qual seria inválido, para outra, na qual será válido.
9. Razões determinantes para a convalidação dos atos inválidos. Obrigatoriedade. Posições doutrinárias. 
- tendência moderna para a não-radicalização das hipóteses de nulidade absoluta
- preservação da necessidade de segurança e certeza das relações jurídicas
- princípio da economia dos valores jurídicos
Posição doutrinária de WEIDA ZANCANER e CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO :
- sendo possível a convalidação do ato inválido, inexiste poder discricionário para convalidá-lo ou não : é obrigatória
- a única exceção consiste na hipótese de ato discricionário viciado de incompetência do agente, em que não é obrigatória a convalidação
Posicionamento da nova Lei Federal de Procedimentos Administrativos ( Lei 9.784/99) sobre a convalidação dos atos administrativos : 
" Art. 55 .Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração".
10. Limites à invalidação dos atos administrativos
- mesmo quando se trata de atos administrativos nulos, que não admitiriam qualquer convalidação, a jurisprudência de nossos tribunais vem admitindo limites ao dever de invalidar, decorrentes da aplicação dos princípios de segurança jurídica e de boa fé:
- situações irregulares consolidadas pelo decurso do tempo
- preservação dos interesses de terceiros de boa fé, atingidos pelos efeitos do ato inválido
- não se consolidam pelo decurso do tempo, entretanto, situações decorrentes de manifesta má fé do seu beneficiário.
Lei de Procedimentos Administrativos ( no. 9.784/99 ) 
“Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má fé”.)
- preservação dos interesses de terceiros de boa fé, atingidos pelos efeitos do ato inválido
11.	Extensão do controle jurisdicional sobre os atos administrativos . Tendências modernas.
apreciação dos motivos determinantes invocados
- apreciação da razoabilidade dos atos administrativos 
- apreciação da proporcionalidade de certos atos administrativos discricionários

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