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ADMINISTRATIVO - RODRIGO MOTA

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DIREITO ADMINISTRATIVO – PROF. RODRIGO MOTTA
Instagram: @profrodrigomotta / Grupo no Facebook: Alunos do Professor Rodrigo Motta
INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL – PCERJ
PONTO 01 – ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Direito Público e Direito Privado
Direito Público
· Desigualdade jurídica – regula os interesses estatais e sociais
Prevalência do interesse público; prerrogativas estatais
Direito Privado
· Igualdade Jurídica – regula os interesses individuais
Coexistência das pessoas em sociedade
Direito Administrativo - Ramo do direito público
OBS: Dizer que o direito administrativo é um ramo do direito público não significa dizer que seu objeto está restrito a relações jurídicas regidas pelo direito público.
Elementos do Estado:
 	POVO
 ESTADO 	TERRITÓRIO
		 	 GOVERNO SOBERANO
Montesquieu – “O Espírito das Leis” (1748) – tripartição dos Poderes
São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário (Art. 2º, CF)
FUNÇÕES DO ESTADO
01) Função Legislativa => elaboração das leis. Exercida tipicamente pelo Poder Legislativo.
02) Função Jurisdicional => aplicação da lei aos casos concretos. Exercida tipicamente pelo Poder Judiciário.
03) Função Administrativa => administração da máquina pública. Exercida tipicamente pelo Poder Executivo.
Considerações importantes 
· Atipicamente os Poderes Legislativo e Judiciário também exercem uma função administrativa.
· O objeto de estudo do Direito Administrativo é a função administrativa.
· Embora o Poder Executivo também atue no desempenho de função política, tal função não é objeto de estudo do Direito Administrativo. 
Sistemas administrativos
· Jurisdição Una - sistema inglês – art. 5º, XXXV, CF (inafastabilidade da jurisdição). Sistema adotado no Brasil.
· Dualidade de jurisdição - Sistema do contencioso administrativo – sistema francês
CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, agentes e atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.[footnoteRef:1] [1: MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 39ª ed. São Paulo: Malheiros, 2013, p. 40.] 
Ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública.[footnoteRef:2] [2: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Atlas, 2014, p. 48.] 
FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO
· Lei (sentido amplo) – fonte primária do Direito Administrativo, abrangendo esta expressão desde a Constituição até os regulamentos executivos.
· Doutrina – Sistema teórico de princípios aplicáveis ao Direito Positivo.
· Jurisprudência – Reiteração dos julgamentos num mesmo sentido.
 OBS: EC 45/2004 – art. 103-A, CF – súmulas vinculantes
· Costumes – prática administrativa
Administração Pública
· sentido subjetivo, orgânico ou formal: é o conjunto de órgãos, agentes e entidades que exercem a função administrativa estatal.
Órgãos – unidades desprovidas de personalidade jurídica. Ex.: ministérios e secretarias
Entidades – estruturas dotadas de personalidade jurídica. Ex.: autarquias e fundações públicas.
Agentes – Pessoas que exercem atribuições públicas. Ex.: servidores públicos. 
· sentido objetivo, funcional ou material: atividade administrativa desempenhada pelo Estado, visando satisfazer as necessidades que a coletividade possui.
Polícia administrativa – limitações administrativas impostas por lei (ordens, autorizações, notificações, fiscalização e sanções)
Serviço Público – prestações concretas visando satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade (como o serviço postal e o serviço de telecomunicações)
Fomento – Incentivo à iniciativa privada (como favores fiscais e auxílios financeiros ou subvenções).
QUESTÕES RELACIONADAS AO PONTO 01
01) (ASSISTENTE SOCIAL / PC-ES / 2019 / INSTITUTO AOCP) Assinale a alternativa correta acerca de Estado, Governo e Administração Pública.
(A) Segundo a Constituição Federal, a tripartição de funções é absoluta no âmbito do aparelho do Estado.
(B) O estudo da administração pública, do ponto de vista subjetivo, abrange a maneira como o Estado participa das atividades econômicas privadas.
(C) O Estado constitui a nação politicamente organizada, enquanto a administração pública corresponde à atividade que estabelece objetivos do Estado, conduzindo politicamente os negócios públicos.
(D) Os conceitos de governo e administração não se equiparam; o primeiro refere-se a uma atividade essencialmente política, ao passo que o segundo, a uma atividade eminentemente técnica.
(E) Tradicionalmente, na Doutrina, os elementos apontados como constitutivos do Estado são: o povo, a uniformidade linguística e o governo.
RESPOSTA: LETRA D
(ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL / PC-PE / 2016 / CESPE) Acerca de conceitos inerentes ao direito administrativo e à administração pública, julgue os itens a seguir.
02 (	) O objeto do direito administrativo são as relações de natureza eminentemente privada.
03 (	) A divisão de poderes no Estado, segundo a clássica teoria de Montesquieu, é adotada pelo ordenamento jurídico brasileiro, com divisão absoluta de funções.
04 (	) A jurisprudência e os costumes não são fontes do direito administrativo.
RESPOSTA: ERRADO / ERRADO / ERRADO
05) (AGENTE DE POLÍCIA CIVIL / PC-PE / 2016 / CESPE) Considerando as fontes do direito administrativo como sendo aquelas regras ou aqueles comportamentos que provocam o surgimento de uma norma posta, assinale a opção correta.
A A lei é uma fonte primária e deve ser considerada em seu sentido amplo para abranger inclusive os regulamentos administrativos.
B O acordo é uma importante fonte do direito administrativo por ser forma de regulamentar a convivência mediante a harmonização de pensamentos.
C Os costumes, pela falta de norma escrita, não podem ser considerados como fonte do direito administrativo.
D A jurisprudência é compreendida como sendo aquela emanada por estudiosos ao publicarem suas pesquisas acerca de determinada questão jurídica.
E Uma doutrina se consolida com reiteradas decisões judiciais sobre o mesmo tema.
RESPOSTA: LETRA A
06) (DELEGADO DE POLÍCIA / PC-SP / 2014 / VUNESP) O conceito de Direito Administrativo é peculiar e sintetiza-se no conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado. A par disso, é fonte primária do Direito Administrativo
(A) a jurisprudência.			(B) os costumes.			(C) os princípios gerais de direito.
(D) a lei, em sentido amplo.		(E) a doutrina.
RESPOSTA: LETRA D
07) (OFICIAL DE CARTÓRIO / PCERJ / 2009 / FGV) É elemento do Estado:
(A) Governo Soberano.			(B) Poder Judiciário .		(C) Democracia.
(D) Estado-membro da Federação.	(E) Administração Pública Direta.
RESPOSTA: LETRA A
PONTO 02 – PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO
 Prerrogativas Sujeições
 
 
		 Supremacia do interesse público Indisponibilidade do interesse público
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
LEGALIDADE
· O administrador público está sujeitos aos mandamentos da lei no exercício da sua atividade funcional.
· Segundo Hely Lopes Meirelles, “na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal.Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza”.
· Não impede a prática de atos discricionários.
 
IMPESSOALIDADE
· Imparcialidade, neutralidade
· Vedação à promoção pessoal do agente público (art. 37, §1º CF)
Art. 37, § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
· Finalidade pública
· Teoria do órgão - Os atos não serão imputados ao agente que o pratica, mas ao órgão ou entidade em nome do qual ele atua.
MORALIDADE
· Atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé (art. 2º, § único, IV, Lei nº 9.784/99)
· Não se trata da moral comum, mas sim de uma moral jurídica, entendida como o conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina interior da Administração (Maurice Hauriou).
· A ação popular é um importante instrumento de controle da moralidade administrativa.
Art. 5º, LXXIII, CF - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
· Violação do dever de probidade.
Art. 37, § 4º, CF - Os atos de improbidade administrativa importarão à suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
	
· A prática do nepotismo viola, dentre outros, o princípio da moralidade.
SÚMULA VINCULANTE Nº 13 STF - A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
PUBLICIDADE
· Divulgação oficial dos atos para conhecimento público e início dos efeitos externos.
· Objetiva a transparência dos atos da Administração.
· Art. 5º, XXXIII, CF - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
· Lei de acesso à informação – Lei nº 12.527/2011 
· Não possui natureza absoluta, pois o sigilo é exceção
· Requisito de eficácia.
EFICIÊNCIA
· Tornou-se expresso com a Emenda Constitucional nº 19/98
· Perfeição, presteza e rendimento funcional
· Modo de atuação do agente / modo de estruturar, organizar e disciplinar a Administração Pública
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
· Rol meramente exemplificativo
· Alguns princípios constitucionalmente implícitos estão expressos em normas infraconstitucionais, como a motivação, razoabilidade, proporcionalidade e segurança jurídica.
Art. 2º, Lei 9.784/99 - A Administração Pública obedecerá, dentre outros, os princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE
· Proibição do excesso
· Compatibilidade entre os meios e os fins, de modo a evitar restrições desnecessárias ou abusivas por parte da Administração Pública.
Art. 2º, VI, Lei nº 9.784/99 – Adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público
AUTOTUTELA
· Controle dos próprios atos. Permite à Administração Pública rever seus próprios atos, anulando os ilegais e revogando os inconvenientes ou inoportunos.
· Anulação é extinção por razões de ilegalidade, com efeitos ex tunc. Revogação é extinção por razões de conveniência e oportunidade, com efeitos ex nunc.
Súmula n° 346 STF - A Administração Pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos.
Súmula n°473 STF - A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO
· Os serviços públicos não devem sofrer interrupção, ou seja, sua prestação deve ser contínua para evitar que a paralisação provoque, como às vezes ocorre, colapso nas múltiplas atividades particulares.
· Inerente ao interesse público.
 Art. 6º, Lei nº 8.987/95 - Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.
§ 1o Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.
§ 2o A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço.
§ 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:
 I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,
 II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
MOTIVAÇÃO
· Indicação dos pressupostos de fato e de direito que serviram de fundamento a prática do ato.
· Possui fundamento constitucional, ainda que não esteja expresso na Constituição Federal
Art. 93, X, CF - As decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
· Atenção: Não confundir motivo com motivação. 
· Em regra, os atos administrativos devem ser motivados.
Art. 50, Lei nº 9.784/99 - Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
§ 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. (...)
· Alguns atos não necessitam de motivação (Ex: nomeação e exoneração de cargos em comissão)
SEGURANÇA JURÍDICA
· Resguarda a estabilização das relações jurídicas. 
· Possui fundamento constitucional, ainda que não esteja expresso na Constituição Federal.
Art. 5º, XXXVI, CF – A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
· A lei de processo administrativo traz algumas situações em que há incidência do princípio da segurança jurídica. 
Art. 2º, XIII, Lei 9.784/99 - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedadaaplicação retroativa de nova interpretação.
Art. 54, Lei 9.784/99 - O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
QUESTÕES RELACIONADAS AO PONTO 02
01) (PERITO CRIMINAL / PC-ES / 2019 / INSTITUTO AOCP) O princípio pelo qual a Administração Pública exerce controle sobre seus próprios atos, tendo a possibilidade de anular os ilegais e de revogar os inoportunos, denomina-se
(A) Princípio da Legalidade.					(B) Princípio da Autotutela.
(C) Princípio da Motivação dos Atos Administrativos.		(D) Princípio da Continuidade Administrativa.
(E) Princípio da Moralidade Administrativa.
RESPOSTA: LETRA B
02) (PERITO CRIMINAL / PC-ES / 2019 / INSTITUTO AOCP) Para o Direito Administrativo, o princípio que determina privilégios jurídicos, sobrepondo o interesse público ao particular, privilegiando a administração pública em face dos administrados e garantindo à Administração Pública prerrogativas e obrigações não extensíveis aos administrados, é denominado
(A) princípio da supremacia do interesse público.	(B) princípio da indisponibilidade do interesse público.
(C) princípio da legalidade.				(D) princípio da impessoalidade.
(E) princípio da moralidade.
RESPOSTA: LETRA A
03) (INVESTIGADOR / PC-ES / 2019 / INSTITUTO AOCP) Tanto os agentes públicos quanto a Administração Pública devem agir conforme os preceitos éticos, já que tal violação implicará em uma transgressão do próprio Direito, o que caracterizará um ato ilícito de modo a gerar a conduta viciada em uma conduta invalidada. O enunciado refere-se ao Princípio da
(A) Legalidade.					(B) Impessoalidade.			(C) Moralidade.
(D) Supremacia do Interesse Público.		(E) Eficiência.
RESPOSTA: LETRA C
04) (AUXILIAR PERÍCIA MÉDICO LEGAL / PC-ES / 2019 / INSTITUTO AOCP) Qual princípio, dentro do Direito Administrativo, possui ligação com o seguinte conceito: “Os bens e interesses públicos não pertencem à Administração nem a seus agentes. Cabe-lhes apenas geri-los, conservá-los e por eles velar em prol da coletividade”?
(A) Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos.			(B) Princípio da Autotutela.
(C) Princípio da Supremacia do Interesse Público.			(D) Princípio da Segurança Jurídica.
(E) Princípio da Indisponibilidade.
RESPOSTA: LETRA E
05) (PERITO CRIMINAL / PC-ES / 2013 / FUNCAB) A proibição da contratação de parentes próximos para ocupar cargo em confiança, conhecida como nepotismo, ofende direta e intrinsecamente os seguintes princípios do Direito Administrativo:
A) publicidade e autotutela.		B) motivação e publicidade.		C) hierarquia e responsabilidade.
D) moralidade e impessoalidade.	E) segurança jurídica e continuidade.
RESPOSTA: LETRA D
06) (INVESTIGADOR / PC-SP / 2018 / VUNESP) Lei estadual que vede a realização de processo seletivo para o recrutamento de estagiários pelos órgãos e pelas entidades do poder público estadual fere o princípio da
(A) eficiência.				(B) legalidade.				(C) impessoalidade.
(D) segurança jurídica.			(E) continuidade do serviço público.
RESPOSTA: LETRA C
07) (AGENTE DE POLÍCIA CIVIL / PC-PI / 2018 / NUCEPE) Marcos, prefeito de uma cidade do Estado do Piauí, no mês anterior ao encerramento do seu mandato, congela o Imposto Predial e Territorial Urbano-IPTU. Segundo foi repassado pela assessoria de imprensa, o objetivo do congelamento foi o grande interesse social. Entretanto, todos sabem que o referido congelamento foi para inviabilizar a nova administração, e assim reduzir as receitas. Diante desta situação, pode-se dizer que Marcos feriu, precipuamente, o princípio administrativo:
a) Da legalidade.			b) Da publicidade.			c) Da eficiência.
d) Da moralidade.			e) Da continuidade.
RESPOSTA: LETRA D
09) (AGENTE DE POLÍCIA CIVIL / PC-PI / 2018 / NUCEPE) São, respectivamente, princípios da administração pública que propiciam: a) conhecimento público dos atos administrativos, oportunizado a utilização de mecanismos de controle, quando necessários à adequação do ato ao contexto da legalidade e da moralidade; e b) atos administrativos com conteúdo impessoal e que visam alcançar não a satisfação de interesses pessoais ou privados, mas estejam sempre voltados ao alcance coletivo:
a) moralidade e publicidade.		b) legalidade e impessoalidade.		c) publicidade e impessoalidade.
d) impessoalidade e eficiência.		e) moralidade e legalidade.
RESPOSTA: LETRA C
10) (ESCRIVÃO DE POLÍCIA / PC-MA / 2018 / CESPE) A conduta do agente público que busca o melhor desempenho possível, com a finalidade de obter o melhor resultado, atende ao princípio da
A eficiência.		B legalidade.		C impessoalidade.	D moralidade.		E publicidade.
RESPOSTA: LETRA A
11) (ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL / PC-SC / 2017 / FEPESE) Trata-se de princípio básico da administração pública, proclamando a igualdade de tratamento que deve ser dispensada aos administrados que se encontrem em situação jurídica idêntica:
a) Moralidade.		b) Publicidade.		c) Eficácia.		d) Legitimidade.	e) Impessoalidade.
RESPOSTA: LETRA E
12) (AGENTE DE POLÍCIA CIVIL / PC-SC / 2017 / FEPESE) Com base no texto da Constituição Federal, são princípios básicos da administração pública:
a) Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
b) Legalidade, pessoalidade, probidade, publicidade e eficiência.
c) Pessoalidade, probidade, sigilo, eficácia e legalidade.
d) Impessoalidade, legitimidade, moralidade, sigilo e eficiência.
e) Pessoalidade, moralidade, sigilo, eficácia e legitimidade.
RESPOSTA: LETRA A
13) (AGENTE DE POLÍCIA CIVIL / PC-SC / 2017 / FEPESE) Designa o princípio fundamental da administração pública, cujo núcleo é a busca de produtividade e economicidade, que impõe a execução de serviços públicos com presteza, perfeição e rendimento funcional, a fim de reduzir os desperdícios de dinheiro público:
a) Legalidade.		b) Probidade.		c) Eficiência.		d) Legitimidade.	e) Imparcialidade.
RESPOSTA: LETRA C
14) (DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL / PC-MS / 2017 / FAPEMS) De acordo com o texto a seguir o direito público tem como objetivo primordial o atendimento ao bem-estar coletivo.
[...] em primeiro lugar, as normas de direito público, embora protejam reflexamente o interesse individual, têm o objetivo primordial de atender ao interesse público, ao bem-estar coletivo. Além disso, pode-se dizer que o direito público somente começou a se desenvolver quando, depois de superados o primado do Direito Civil (que durou muitos séculos) e o individualismo que tomou conta dos vários setores da ciência, inclusive a do Direito, substituiu-se a ideia do homem como fim único do direito (própria do individualismo) pelo princípio que hoje serve de fundamento para todo o direito público e que vincula a Administração em todas as suas decisões [...].
Dl PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 30.ed. São Paulo: Atlas, 2017, p 96.
Diante disso, as "pedras de toque" do regime jurídico-administrativo são
A) a supremacia do interesse público sobre o interesse privado e a impessoalidade do interesse público.
B) a supremacia do interesse público sobre o interesse privado e a indisponibilidade do interesse público.
C) a indisponibilidade do interesse público e o princípio da legalidade.
D) a supremacia da ordem pública e o princípio da legalidade.
E) a supremacia do interesse público e o interesse privado e o princípio da legalidade.
RESPOSTA: LETRA B
15) (AGENTE DE POLÍCIA CIVIL / PC-AP / 2017 / FCC) Considere as seguintes afirmações a respeito dos princípios constitucionais da Administração pública:
I. Viola o princípio da ........ o ato administrativo incompatível com padrões éticos de probidade, decoro e boa fé.
II. Atende ao princípio da ........ o agente público que exerce suas atribuições do melhor modo possível, para lograr os melhores resultados para o serviço público.
III. Viola o princípio da ........ o ato administrativo praticado com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas.
 Os trechos acima transcritos tratam, respectivamente,dos princípios da
(A) I − moralidade, II − eficiência e III − impessoalidade.
(B) I − moralidade, II − eficiência e III − razoabilidade
(C) I − moralidade, II − razoabilidade e III − impessoalidade.
(D) I − dignidade da pessoa humana, II − eficiência e III − igualdade.
(E) I − dignidade da pessoa humana, II − razoabilidade e III − igualdade.
RESPOSTA: LETRA A
16) (AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL / PC-RS / 2013 / FDRH) Considere as afirmações abaixo sobre os princípios da Administração Pública.
I Segundo o princípio da legalidade, o administrador público está autorizado a fazer tudo aquilo que a lei não proíbe.
II O desvio de finalidade do alo administrativo configura ofensa ao princípio da impessoalidade.
III As chamadas cláusulas exorbitantes previstas nos contratos administrativos regidos pela Lei Federal n° 8.666/93 são manifestações concretas do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado.
IV O princípio da razoabilidade, por não constar de forma expressa na Constituição Federal de 1988, não tem qualquer relevância para o Direito Administrativo.
Quais estão corretas?
a) Apenas a I.			b) Apenas a I e a II.		c) Apenas a II e a III
d) Apenas a III e a IV.		e) Apenas a II, a III e a IV.
RESPOSTA: LETRA C
17) (OFICIAL DE CARTÓRIO / PCERJ / 2009 / FGV) Não é princípio da Administração Pública:
(A) hierarquia.			(B) especialidade.		(C) motivação.
(D) autotutela.			(E) universalidade.
RESPOSTA: LETRA E
PONTO 03 – ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA: ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA
Organização administrativa - Entidades políticas e Entidades administrativas
Entidades políticas – pessoas jurídicas que compõem a Federação, possuindo autonomia política, o que as possibilita a auto-organização (elaboração das próprias Constituições e Leis Orgânicas) e também capacidade de legislar, dentro das competências constitucionais.
União, Estados, Distrito Federal e Municípios são pessoas políticas. Possuem personalidade jurídica de direito público.
Entidades administrativas – pessoas jurídicas que não possuem autonomia política. Não possuem competências legislativas, possuindo apenas atribuições de natureza administrativa.
Autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista são pessoas jurídicas administrativas.
Centralização – Execução direta, por meio de órgãos e agentes integrantes da Administração direta.
Descentralização – Distribuição de competência para outra pessoa. Entidades distintas.
Concentração – Aglutinação de órgãos.
Desconcentração – Distribuição interna de competência. Ocorre entre órgãos
OBS: Não há hierarquia entre a Administração direta e indireta
DESCENTRALIZAÇÃO
Descentralização política – Ocorre quando o ente descentralizado exerce atribuições próprias que não decorrem do ente central; é a situação dos Estados-membros e Municípios. Possuem competência legislativa própria, que não decorre da União nem a ela se subordina, pois possui fundamento constitucional.
Descentralização administrativa – Ocorre quando as atribuições que os entes descentralizados exercem só têm o valor jurídico que lhes empresta o ente central; suas atribuições não decorrem, com força própria, da Constituição, mas do poder central.
OBS: Alguns doutrinadores também tratam da descentralização territorial ou geográfica (entidade dotada de personalidade jurídica de direito público, com capacidade administrativa genérica).
	DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
	OUTORGA
	DELEGAÇÃO
	Técnica, funcional ou por serviços
	Por colaboração
	Outorga legal (lei)
	Contrato ou ato unilateral
	Transfere titularidade e execução do serviço
	Transfere apenas a execução do serviço. 
*a titularidade permanece com o poder público.
	Ex: autarquias
	Ex: concessionárias de serviço público
Entidades da Administração Pública Indireta
Algumas características comuns
· São dotadas de personalidade jurídica
· Fruto de descentralização administrativa
· Especialização de fins e atividades
· Sujeitos a controle pelo ente instituidor
· Vinculadas à Administração direta
· Necessidade de concurso público para provimento de cargos e empregos públicos
· Proibição constitucional de acumulação de cargos públicos
· Sujeição a controle pelos Tribunais de Contas
· Necessidade de licitação, como regra, para contratação (compras, obras, serviços e alienações), salvo nos casos especificados na lei.
Personalidade Jurídica
· Autarquias – Pessoas jurídicas de direito público
· Fundações públicas – Pessoas jurídicas de direito público ou privado
Segundo o STF, as fundações públicas de direito público são espécie do gênero autarquia. São as chamadas fundações autárquicas ou autarquias fundacionais.
· Empresas públicas e Sociedades de economia mista – Pessoas jurídicas de direito privado
Art. 3º, Lei 13.303/2016 - “Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado...”
Art. 4º, Lei 13.303/2016 – “Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado...”
Atividades desempenhadas
· Autarquias – Atividades típicas do Estado
Art. 5º, DL 200/1967 – “Serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.”
· Fundações públicas – Patrimônio personalizado, com finalidade não lucrativa, de caráter social
· Empresas públicas e Sociedades de economia mista – Prestam serviço público ou desempenham atividade econômica
OBS: Dependendo da atividade exercida (prestação de serviço público ou desempenho de atividade econômica), pode haver a incidência de uma característica num caso e não no outro. 
Exemplo1: Responsabilidade Civil
Art. 37, §6º, CF – “As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”
Exemplo2: Bens
Art. 98, CC – “São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.”
OBS: Bens utilizados diretamente na prestação de serviço público sofrem restrições, como a impenhorabilidade.
Exemplo3: Imunidade Tributária
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...)
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; (...)
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
OBS: Em diversas ocasiões, o STF decidiu que, quando as empresas públicas e sociedades de economia mista prestassem serviços públicos, fariam jus à imunidade tributária, como no caso dos Correios (ECT) e Infraero.
Criação
Art. 37, XIX, CF – “somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.”
· Autarquias – Criadas por lei específica
· Fundações públicas – Depende da natureza. Se for de direito público, será criada por lei específica. Caso não, sendo de direito privado, a lei específica apenas autorizará a criação. Lei complementar definirá as áreas de atuação.
· Empresas públicas e Sociedades de economia mista – Lei específica apenas autoriza a criação. (Art. 3º e 4º da Lei 13.303/2016)
OBS: Sobre a criação de subsidiárias – art. 37, XX, CF - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada.
Lei 13.303/2016 – Estatuto jurídico das entidadesestatais
“Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. 
Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades da administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
 Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta.”
A edição da Lei nº 13.303/2016 é decorrência da previsão do art. 173, §1º da CF:
“Art. 173, § 1º, CF A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade;
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; 
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública; 
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários; 
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. (...)”
Regime Jurídico de Pessoal
Autarquias e fundações públicas de direito público – Regime estatutário
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN nº 2.135-4)
Empresas Públicas, fundações públicas de direito privado e Sociedades de Economia Mista - CLT
DIFERENÇAS ENTRE EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
	CAPITAL
	EMPRESAS PÚBLICAS
100% público
	SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
Majoritariamente público / minoria capital privado
	FORMA SOCIETÁRIA
	EMPRESAS PÚBLICAS
Qualquer forma admitida pelo direito
	SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
Somente Sociedade Anônima (S.A)
	FORO PROCESSUAL
	EMPRESAS PÚBLICAS
Justiça Federal (Art. 109, I, CF, se federais)
	SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
Justiça Estadual (súmula 556 STF)
“Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; (...)”
Súmula nº 556, STF - É competente a Justiça Comum para julgar as causas em que é parte sociedade de economia mista.
Alguns Exemplos de Entidades da Administração Indireta
· Autarquias - INSS, Banco Central, CVM, IBAMA
OBS:
1) Autarquias corporativas ou profissionais: Conselhos federais e regionais, fiscalizadores de profissões.
		*Segundo o STF, a OAB não se enquadra. Natureza “sui generis”
2) Consórcios públicos – Lei 11.107/05 – quando possuírem personalidade jurídica de direito público (associação pública), integrarão a administração indireta de cada um dos entes consorciados.
3) Agências Reguladoras – Autarquias em regime especial, que atuam na regulação de setor específico, como a ANATEL, ANEEL e ANP.
*Não confundir agência reguladora com agência executiva (autarquia ou fundação que celebra contrato de gestão com órgão da administração pública direta, com fixação de metas de desempenho, baseadas no princípio da eficiência - art. 37, §8º, CF)
· Fundações Públicas – FUNAI, FIOCRUZ, IBGE, FUNASA, CNPq
· Empresas Públicas – Caixa Econômica Federal (CEF), Correios (ECT), BNDES, SERPRO
· Sociedades de Economia Mista – Petrobras e Banco do Brasil
IMPORTANTE!
Entidades paraestatais não integram a Administração Pública direta nem indireta. Portanto, Organizações Sociais, OSCIP, Serviços sociais autônomos e Fundações de apoio são entidades do Terceiro Setor, e não da Administração Pública.
QUESTÕES RELACIONADAS AO PONTO 03
01) (ASSISTENTE SOCIAL / PC-ES / 2019 / INSTITUTO AOCP) Assinale a alternativa INCORRETA acerca do que preconiza o Direito Administrativo sobre a organização administrativa.
(A) Órgão Público pode ser definido como pessoa jurídica de natureza pública, com personalidade jurídica própria e com atribuições para atuar em prol do interesse público.
(B) As Secretarias de Estado são órgãos públicos que integram a administração direta.
(C) As áreas em que poderão atuar as fundações públicas são definidas e estabelecidas por lei complementar.
(D) As empresas públicas e as sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado.
(E) Um ministério criado no âmbito da União é órgão sem personalidade jurídica própria, sendo componente da administração direta.
RESPOSTA: LETRA A
02) (INVESTIGADOR / PC-ES / 2019 / INSTITUTO AOCP) Assinale a alternativa que corresponda a um órgão/entidade que pertença à Administração Pública Direta.
(A) Agência Reguladora.	(B) Agência Executiva.		(C) Departamento de Estradas e Rodagens – DER.
(D) Secretaria do Tesouro Nacional.	(E) Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ.
RESPOSTA: LETRA D
03) (INVESTIGADOR / PC-ES / 2019 / INSTITUTO AOCP) Dentro da organização da Administração Pública, pode-se conceituar o processo de desconcentração como
(A) a distribuição de competências entre órgãos dentro da mesma pessoa jurídica, a fim de permitir o mais adequado e racional desempenho das atividades estatais.
(B) o fenômeno inerente à Administração Indireta, que consiste na criação de entidades para atividades de fiscalização e regulação de um determinado setor.
(C) a prestação de serviço ao Poder Público, por meio de contrato de gestão ou termo de parceria com empresas do setor privado.
(D) a transferência de poderes e atribuições para um sujeito distinto e autônomo do ente federativo criador.
(E) o ato de criação de pessoas jurídicas meramente administrativas, sem a característica de ente político.
RESPOSTA: LETRA A
04) (ESCRIVÃO DE POLÍCIA / PC-ES / 2019 / INSTITUTO AOCP) A descentralização administrativa ocorre quando há a transferência da responsabilidade, pelo exercício de atividades administrativas pertinentes à Administração Pública, a pessoas jurídicas auxiliares por ela criadas com essa finalidade ou para particulares, podendo se dar por meio da outorga ou delegação de serviços públicos. A respeito da outorga e da delegação de serviços públicos, assinale a alternativa correta.
(A) É possível realizar a outorga por meio de lei, contrato administrativo ou ato administrativo.
(B) Na outorga, transfere-se a titularidade e a execução dos serviços públicos.
(C) A delegação pode se dar exclusivamente para as pessoas da Administração Pública Indireta.
(D) A outorga pode se dar para pessoas da Administração Pública Indireta ou para os particulares, dependendo do caso.
(E) Na delegação, transfere-se a titularidade e a execução dos serviços públicos.
RESPOSTA: LETRA B
05) (DELEGADO DE POLÍCIA / PC-MG / 2018 / FUMARC) A Lei n. 13.303/2016, em seu artigo 3º, traz o seguinte conceito: “entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios”. A entidade da administraçãoindireta conceituada é uma:
(A) Autarquia.		(B) Empresa pública.	(C) Fundação pública.	(D) Sociedade de economia mista.
RESPOSTA: LETRA B
06) (INVESTIGADOR / PC-BA / 2018 / VUNESP) O conjunto de órgãos que integram as pessoas federativas, aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de forma centralizada, das atividades administrativas do Estado denomina-se
(A) Administração Indireta.			(B) Administração Direta.			(C) Fundação Pública.
(D) Sociedade de Economia Mista.		(E) Empresa Pública.
RESPOSTA: LETRA B
07) (ESCRIVÃO DE POLÍCIA / PC-RO / 2014 / FUNCAB) Assinale a opção correta a respeito da administração pública direta e indireta.
A) As autarquias são criadas por lei com personalidade jurídica de direito público, não por destinação para o exercício de atividade econômica, mas sim de atividades típicas da administração pública.
B) As entidades da administração indireta criadas diretamente por lei específica são pessoas jurídicas de direito privado.
C) As sociedades de economia mista têm por destinação a exploração de atividade econômica e jamais podem atuar como prestadora de serviços públicos.
D) São de direito privado as empresas públicas, mas as sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito público.
E) Todo órgão, em Função do seu escalão hierárquico, goza de personalidade jurídica.
RESPOSTA: LETRA A
08) (ESCRIVÃO DE POLÍCIA / PC-SC / 2017 / FEPESE) A respeito das entidades integrantes da administração pública indireta, as pessoas jurídicas de direito público, criadas por lei, sem caráter econômico, para desempenho de funções próprias e típicas de Estado, são denominadas:
a) Autarquias.			b) Empresas públicas.			c) Fundações públicas.
d) Organizações sociais.		e) Sociedades de economia mista.
RESPOSTA: LETRA A
09) (AGENTE DE POLÍCIA / PC-SC / 2017 / FEPESE) Não constitui característica das sociedades de economia mista:
a) São criadas por autorização de lei.		b) Adotam a forma de sociedade anônima.
c) São pessoas jurídicas de direito público.	d) Controle acionário pertencente ao Poder Público.
e) Têm como objetivo a exploração de atividades econômicas ou a prestação de serviços públicos.
RESPOSTA: LETRA C
10) (DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL / PC-MS / 2017 / FAPEMS) Leia o texto a seguir.
O direito administrativo constitui uma seção, qualificada por seu conteúdo, da ordem jurídica total, aquela seção que se refere à administração, que regula a administração. Se introduzirmos nesta acepção brevíssima do conceito de direito administrativo o conceito de administração, o que significa como função de determinados órgãos, o direito administrativo se apresenta como aquela fração da ordem jurídica que deve ser aplicada por órgãos administrativos, isto é, órgãos executivos com competência para fixar instruções ou dever de obedecê-las. Se transpusermos a definição do orgânico ao funcional, poder-se-á definir o direito administrativo como conjunto de normas jurídicas que regulam aquela atividade executiva condicionável pelas instruções, ou - aceitando, por certo, que toda a atividade executiva está composta de funções jurídicas-, o conjunto de normas jurídicas que regulam aquelas funções jurídicas determináveis mediante as instruções.
MERKL. Adolf. Teoria general dei derecho administrativo. Granada: Cornares, 2004 apud ALMEIDA, Fernando Dias Menezes de. Conceito de direito administrativo. Tomo Direito Administrativo e Constitucional. (PUC-SP), 1. ed., p. 13, 2017
Quanto à administração pública indireta, assinale a alternativa correta.
A As fundações públicas de direito privado devem ser criadas por lei específica.
B As fundações públicas de direito público devem ser criadas por lei específica.
C A imunidade tributária recíproca não se estende às fundações.
D As sociedades de economia podem revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito.
E As empresas públicas só podem explorar diretamente atividade econômica, se tal exploração for necessária à segurança nacional ou relevante para o interesse coletivo, na forma de lei complementar.
RESPOSTA: LETRA B
11) (AGENTE DE POLÍCIA / PC-GO / 2016 / CESPE) A administração direta da União inclui
A a Casa Civil.		 B o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
C as agências executivas. D o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
E a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
RESPOSTA: LETRA A
12) (PERITO CRIMINAL / PC-DF / 2016 / IADES) Em relação às entidades que integram a administração indireta, assinale a alternativa correta.
(A) A empresa pública se submete à regra do concurso público, e o respectivo pessoal se sujeita ao regime estatutário.
(B) Autarquia é pessoa jurídica de direito público, que pode ser criada tanto para a execução de atividade típica de Estado quanto para participação estatal na atividade econômica.
(C) A sociedade de economia mista poderá adotar qualquer forma em direito admitida.
(D) Somente por lei específica poderá ser criada empresa pública.
(E) Somente por lei específica poderá ser autorizada a instituição de sociedade de economia mista.
RESPOSTA: LETRA E
13) (PERITO CRIMINAL / PC-DF / 2016 / IADES) No que se refere à organização administrativa e aos institutos da centralização, da descentralização e da desconcentração, assinale a alternativa correta.
(A) A desconcentração administrativa efetua-se quando uma entidade administrativa transfere a outra pessoa jurídica a execução de um serviço público.
(B) A descentralização administrativa acontece quando a Administração Pública reparte internamente os respectivos órgãos em órgãos menores, de modo a levar o serviço público a todos que dele precisam.
(C) O serviço público prestado por concessionárias ou permissionárias é considerado centralizado.
(D) A desconcentração ocorre no âmbito de uma única pessoa jurídica.
(E) A descentralização envolve apenas uma pessoa jurídica.
RESPOSTA: LETRA D
14) (PAPILOSCOPISTA / PCERJ / 2014 / IBFC) Segundo o entendimento pacificado pelo Supremo Tribunal Federal, os conselhos de fiscalização profissional possuem natureza jurídica de:
a) Organização Social.		b) Empresa Pública.		c) Consórcio Público.
d) Entidade paraestatal.	e) Autarquia.
RESPOSTA: LETRA E
15) (OFICIAL DE CARTÓRIO / PCERJ / 2009 / FGV) Não é uma característica comum às entidades da Administração Indireta:
(A) criação e extinção por lei.
(B) controle interno pelo Poder Executivo.
(C) desempenho de atividade de natureza econômica.
(D) contratação de obras e serviços mediante licitação pública.
(E) exigência de prévio concurso público para ingresso de pessoal efetivo.
RESPOSTA: LETRA C
PONTO 04 – ATOS ADMINISTRATIVOS
INTRODUÇÃO
Nem todo ato praticado no exercício da função administrativa pode ser considerado ato administrativo. Isso ocorre porque muitos atos praticados pela Administração Pública não são regidos pelo direito público, ou sequer expressam uma vontade. Desta forma, alguns autores utilizam, de forma mais genérica, o termo “atos da administração” para designar os atos praticados pela Administração Pública no exercício da função administrativa. Seu sentido é mais amplo que o de atos administrativos.
	Neste diapasão, percebe-se que o simples fato de ter sido praticado pela Administração Pública não induz à conclusão de tratar-se de um ato administrativo. É necessário que haja incidência de regime de direito público, constando as prerrogativas e restrições inerentes ao poder público. Há, naturalmente, um afastamento do direito privado, limitando o âmbito de enquadramento do ato instituído.
	Para a conceituação do ato administrativo, nota-se a necessidade do conhecimento da noção de ato jurídico, posto que, da mesma forma que este, aquele pode produzir efeitos no mundo jurídico. Há entre eles uma relação de gênero e espécie. O ato administrativo é uma espécie do gênero ato jurídico. Contudo, nem todo jurídico é ato administrativo, já que abrangem também outras disciplinas do Direito.
Importante!!!
Nem todo ato praticado no exercício da função administrativa pode ser consideradoato administrativo.
O ato administrativo é uma espécie do gênero ato jurídico.
Nem todo ato jurídico é um ato administrativo.
CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO
	Maria Sylvia Zanella Di Pietro leciona que o ato administrativo corresponde a uma “declaração do Estado ou de quem a represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário[footnoteRef:3]”. [3: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 31ª ed. São Paulo: Forense, 2018, p. 230.] 
O saudoso mestre Hely Lopes Meirelles fala em “toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.[footnoteRef:4]”. [4: MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 39ª ed. São Paulo: Malheiros, 2013, p. 159.] 
FATO ADMINISTRATIVO
Fato administrativo, segundo Hely Lopes Meirelles, é “toda realização material da Administração em cumprimento de alguma decisão administrativa”. Consiste na materialização da vontade administrativa. Pode também decorrer de um fato da natureza que venha a produzir consequências administrativas.
Ex: construção de uma ponte. A morte de uma servidor (gera a vacância do cargo)
ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
Atributos representam as características dos atos administrativos. São elas:
· Presunção de legitimidade e veracidade
· Autoexecutoriedade
· Imperatividade
· Tipicidade (citado por Di Pietro)
Presunção de legitimidade e veracidade
· Presunção de legitimidade: Presume-se, até prova em contrário, que os atos administrativos foram emitidos em conformidade com a lei.
· Presunção de veracidade: Presumem-se verdadeiros os fatos alegados pela Administração.
· A presunção é relativa (juris tantum).
Autoexecutoriedade
· Consiste na possibilidade que certos administrativos ensejam de imediata e direta execução pela própria Administração, independentemente de ordem judicial.
· Não está presente em todos os atos administrativos. Di Pietro (Direito Administrativo, pág. 234) afirma que a autoexecutoriedade só é possível:
1 – quando expressamente prevista em lei. Em matéria de contrato, por exemplo, a Administração Pública dispõe de várias medidas autoexecutórias, como a retenção de caução, a utilização dos equipamentos e instalações do contratado para dar continuidade à execução do contrato, a encampação etc.; também em matéria de polícia administrativa, a lei prevê medidas autoexecutórias, como a apreensão de mercadorias, o fechamento de casas noturnas, a cassação de licença para dirigir;
2 – quando se trata de medida urgente que, caso não adotada de imediato, possa ocasionar prejuízo maior para o interesse público; isso acontece no âmbito também da polícia administrativa, podendo-se citar, como exemplo, a demolição de prédio que ameaça ruir, o internamento de pessoa com doença contagiosa, a dissolução de reunião que ponha em risco a segurança de pessoas e coisas.
· Alguns autores o desdobram em dois: exigibilidade (meios indiretos de coação) e executoriedade (meios diretos de coação, compelindo materialmente o administrado, valendo-se, inclusive, da força, quando necessário).
Imperatividade 
· Imposição unilateral a terceiro, independentemente de sua concordância.
· Decorre do poder extroverso.
· Não está presente em todos os atos administrativos.
Tipicidade
· O ato administrativo deve corresponder a figuras previamente definidas pela lei como aptas a produzir determinados resultados.
· Decorrência direta do princípio da legalidade.
· Garantia para o administrado.
ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO
Correspondem aos requisitos necessários que o ato administrativo deve possuir. Temos como elementos ou requisitos do ato administrativo: competência, finalidade, forma, motivo e objeto. Ressalte-se que esta natureza quíntupla possui influência direta da Lei 4.717, de 29 de junho de 1965, que regula a ação popular, em seu artigo 2º.
· COmpetência
· FInalidade
· FOrma
· MOtivo
· OBjeto
OBS: Alguns doutrinadores, ao invés do termo “competência”, falam em “sujeito”.
OBS2: Alguns doutrinadores, quanto ao objeto, falam também em conteúdo.
Competência
· Caracteriza-se pelo poder legal que o agente possui para que pratique o ato administrativo. É atribuída pela lei, sendo irrenunciável e inderrogável, em função do princípio da indisponibilidade do interesse público.
· É elemento vinculado, já que a competência não pode ser objeto de margem de liberdade. Sua determinação é legal, devendo ser exercida por quem a lei lhe atribuiu como própria. É sempre elemento vinculado, porque decorre da lei e é por ela delimitado[footnoteRef:5]. [5: CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de Direito Administrativo. 10ª ed. rev. atual. e ampl. Salvador: Ed. Juspodivm, 2011, p. 108.] 
· Art. 11, Lei 9.784/99 - “A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.”
Finalidade
· É o resultado a ser alcançado pelo ato.
· É elemento que sucede o ato praticado.
· Deve necessariamente estar ligado ao interesse público.
· Está umbilicalmente atrelado à legitimidade, princípio que, ligado à moralidade e legalidade, formam a plêiade necessária para a atuação administrativa em conformidade com a ideia de juridicidade[footnoteRef:6], instituída no direito administrativo moderno. [6: MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. ob. cit., p. 85.] 
Forma
· Refere-se ao modo como o ato administrativo é exteriorizado. É como a Administração Pública manifesta a sua vontade.
· No direito privado, nota-se a liberdade das formas. No Direito Administrativo, contrapõe-se a referida ideia, devendo corresponder às formalidades necessárias para a seriedade e existência do ato.
Motivo
· Corresponde aos pressupostos que levam à prática do ato. A razão, o porquê. Não é elemento dos atos privados, posto que não interessa saber a razão da prática deste ato. Já nos atos administrativos, torna-se essencial, pois deve saber as razões que levam a Administração Pública a praticar o ato em questão.
· Funciona como um pressuposto de justificação, sendo certo que deve ser um pressuposto de fato (por corresponder a uma circunstância ou acontecimento) ou de direito (por ter como alicerce um dispositivo legal).
· Mesmo que o ato não tenha a obrigatoriedade da motivação, percebe-se que, caso haja a apresentação das razões, se não coadunam com o ato praticado, ainda assim o vício estará configurado. Imaginemos que um servidor seja exonerado de um cargo em comissão, de livre nomeação e exoneração[footnoteRef:7]. Não há a necessidade de motivação neste caso. Todavia, a Administração alega que a exoneração ocorre por falta de verba e, no dia seguinte, nomeia um servidor para a mesma vaga. Claro está que a tal “falta de verba” não é verdadeira. O motivo alegado não condiz com a realidade. Assim, mesmo a motivação não sendo obrigatória, a partir do momento em que ocorreu, passou a haver vinculação entre a razão exposta e a prática do ato. Uma vez alegados os motivos, estes passam a constituir pressuposto de validade na prática do ato administrativo. É a chamada Teoria dos Motivos Determinantes, definida didaticamente pelo professor Reinaldo Couto como a que “ilustra que os atos administrativos, ainda que independam de motivação, quando motivados ficam vinculados aos motivos ou causas expostos[footnoteRef:8]”. Neste sentido, entendeu o STJ que, pela Teoria dos Motivos Determinantes, “a validade do ato administrativo está vinculada à existência e à veracidade dos motivos apontados como fundamentos para a sua adoção, a sujeitar o ente público aos seus termos"[footnoteRef:9]. [7: Art. 37, II da Constituição Federal.] [8: COUTO, Reinaldo. Curso de Direito Administrativo: segundo a jurisprudência do STJ e STF. São Paulo: Atlas, 2011, p. 172.] [9: STJ - MS 19.374/DF, Rel. Ministro ARNALDOESTEVES LIMA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 25/09/2013, DJe 02/10/2013.] 
Objeto
· É o efeito jurídico gerado pelo ato, o seu conteúdo.
· Pode consistir na “criação, modificação ou comprovação de situações jurídicas concernentes a pessoas, coisas ou atividades sujeitas à ação do Poder Público[footnoteRef:10]”. [10: MEIRELLES, Hely Lopes. ob. cit., p. 164.] 
· Deve ser lícito, possível e determinado (ou determinável)[footnoteRef:11], pois não pode haver a prática de ato em que há desconformidade com a lei, impalpável na esfera de fatos e do direito ou ainda indefinido quanto a quem se destina. [11: Art. 104, II, Código Civil.] 
· Versa ainda Di Pietro que, além do acima exposto, deve ser moral, ou seja, “em consonância com os padrões comuns de comportamento, aceitos como corretos, justos, éticos”[footnoteRef:12]. [12: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. ob. cit., p. 216.] 
VÍCIOS NOS ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO
Art. 2º, Lei 4.717/1965 - “São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de:
 a) incompetência;
 b) vício de forma;
 c) ilegalidade do objeto;
 d) inexistência dos motivos;
 e) desvio de finalidade. 
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas:
 a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou;
 b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato;
 c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo;
 d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido;
 e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.”
VINCULAÇÃO E DISCRICIONARIEDADE
· ATOS VINCULADOS – Não há faculdade de opção para o administrador. A lei determina todos os elementos necessários à sua prática, sem que haja margem de liberdade para a Administração.
· ATOS DISCRICIONÁRIOS – A Administração possui certa margem de liberdade, havendo liberdade de decisão no caso concreto. Pauta-se na conveniência e oportunidade.
OBS: Cabe controle judicial sobre o ato administrativo discricionário. Entretanto, não cabe controle judicial sobre o mérito do ato. O controle exercido pelo Poder Judiciário é de legalidade.
	 
	Ato 
Vinculado
	Ato Discricionário
	Competência
	V
	V
	Finalidade
	V
	V
	Forma
	V
	V
	Motivo
	V
	D
	Objeto
	V
	D
EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
ANULAÇÃO
· É a extinção do ato por motivo de ilegalidade.
· Pode ser feita pela própria Administração Pública pautada pelo princípio da autotutela OU ser anulado pelo Poder Judiciário pautado no princípio da inafastabilidade da jurisdição. (art. 5º, XXXV, CF)
· Art. 5º, XXXV, CF – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
· Tem efeito retroativo (ex tunc). 
REVOGAÇÃO
· Extinção do ato por razões de conveniência e oportunidade.
· Tem efeitos ex nunc (não retroativo)
· O Poder Judiciário não pode revogar os atos administrativos praticados pela Administração Pública.
· Quando o Poder Judiciário atua no desempenho de função administrativa atípica, ele pode revogar os seus próprios atos administrativos.
· Existem limites ao poder de revogar, ou seja, alguns atos não comportam revogação:
· Atos vinculados
· Atos que exauriram os seus efeitos
· Meros atos administrativos
· Ato que integra um procedimento
· Atos que geram direitos adquiridos
· Atos que a lei declarar irrevogáveis
SÚMULA 473 STF
	“A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.”
OUTRAS FORMAS DE EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
· CASSAÇÃO – O beneficiário do ato administrativo deixa de cumprir os requisitos que deveriam ser observados.
· CADUCIDADE – Ocorre quando uma nova lei derruba os efeitos do ato anteriormente editado.
· CONTRAPOSIÇÃO – Edita-se um outro ato com efeitos opostos ao ato anterior.
	OBSERVAÇÃO: José dos Santos Carvalho Filho, em seu Manual de Direito Administrativo (32ª edição, pág 158-159), ao tratar das formas de extinção dos atos administrativos, elenca a anulação, revogação e a cassação como formas de desfazimento volitivo, já que decorrem da manifestação de vontade do administrador. Elenca ainda outras formas de desfazimento que ocorrem independentemente de manifestação de vontade, tais como a caducidade, a extinção natural (decorre do cumprimento normal dos efeitos do ato), a extinção subjetiva (desaparecimento do sujeito que se beneficiou do ato) e a extinção objetiva (desaparecimento do objeto).
CONVALIDAÇÃO
· Não é forma de extinção.
· Ato administrativo pelo qual é suprido o vício que o ato ilegal possui, com efeitos ex tunc.
· Para acontecer a convalidação, o vício tem que ser sanável e não pode haver lesão ao interesse público, nem prejuízo a terceiros.
· A convalidação é realizada pela Administração. Eventualmente, o administrado pode realizá-la, se a edição daquele ato dependia da sua manifestação e não houve o cumprimento da formalidade.
· Regra geral, segundo a doutrina, apenas a competência (quando não for exclusiva) e forma (quando não essencial à validade do ato) seriam convalidáveis. Finalidade, motivo e objeto não são elementos convalidáveis (posição adotada pela professora Di Pietro). Alguns doutrinadores admitem a convalidação do objeto, quando plúrimo, mediante conversão ou reforma.
Lei nº 9.784/99, art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS
	Inicialmente, entendemos importante ressaltar que não há unanimidade entre os doutrinadores em relação à classificação dos atos administrativos. As categorias citadas abaixo levam em consideração a incidência em provas de concursos públicos e, basicamente, as posições de Hely Lopes Meirelles e Maria Sylvia Zanella Di Pietro.
1 – Quanto aos destinatários – Atos Gerais e Atos Individuais:
· Atos Gerais => Destinatários indeterminados, que se encontram em uma mesma situação jurídica. 
· Atos Individuais => possuem destinatários determinados, produzindo efeito no caso concreto.
2 – Quanto ao alcance – Atos Internos e Atos Externos:
· Atos Internos => Alcançam a própria estrutura administrativa, seus órgãos e agentes. 
· Atos Externos => Alcançam os administrados em geral.
3 – Quanto ao objeto – Atos de império, Atos de gestão e Atos de expediente:
	OBS: Di Pietro classifica quanto às prerrogativas, citando apenas atos de império e de gestão.
· Atos de império => são atos em que a administração se vale de sua supremacia sobre o particular. 
· Atos de Gestão => são atos em que administração não se utiliza de supremacia. A administração se coloca em posição de igualdade em relação ao particular. 
· Atos de expediente => são atos da rotina interna da administração.
4 – Quanto à formação do ato – Ato simples, Ato composto e Ato Complexo:
· Ato simples => Decorre da manifestação de um único órgão.
· Ato composto => Decorre da vontade de um órgão, mas depende da verificação por outro para se tornar exequível.
· Ato complexo => Decorre da manifestação de vontade de mais de um órgão, visando a formação de um ato único.
5 – Quanto aos efeitos – Ato constitutivo, Ato declaratório e Ato enunciativo:
· Atos Constitutivos => Criam, extinguem ou modificam um direito ou situação jurídica. 
· Atos declaratórios => Declaram umdireito preexistente.
· Atos enunciativos => Apenas atesta ou enuncia uma situação de fato ou de direito.
	*OBS: Hely Lopes Meirelles prefere classificar os atos quanto ao conteúdo, mencionando, assim, os atos constitutivos, extintivos, modificativos, declaratórios, abdicativos e alienativos.
6 – Quanto à exequibilidade – Ato perfeito, Ato imperfeito, Ato pendente e Ato consumado:
· Ato perfeito => é aquele que já completou seu ciclo de formação e está apto a produzir efeitos. 
· Ato imperfeito => é aquele que não completou seu ciclo de formação. 
· Ato pendente => é aquele que já completou o ciclo de formação, mas está sujeito a um termo ou condição para produzir efeitos.
· Ato consumado => é aquele que já exauriu os seus efeitos.
7 – Quanto à eficácia – Ato válido, Ato nulo e Ato inexistente:
		*OBS: Alguns autores ainda destacam o chamado Ato anulável.
· Ato válido => é aquele que está em consonância com a lei.
· Ato nulo => é aquele que apresenta um vício insanável.
· Ato anulável => é aquele que apresenta um vício sanável.
· Ato inexistente => nem chega a se aperfeiçoar com um ato.
	Celso Antônio Bandeira de Mello, fazendo um paralelo entre perfeição (esgotamento das fases necessárias à sua produção), validade (expedido em absoluta conformidade com as exigências do sistema normativo) e eficácia (disponível para a produção de seus efeitos próprios), em seu Curso de Direito Administrativo (Editora Malheiros, 30ª edição, pág 393-394), leciona que:
Nota-se, por conseguinte, que um ato pode ser:
a) perfeito, válido e eficaz – quando, concluído o seu ciclo de formação, encontra-se plenamente ajustado às exigências legais e está disponível para deflagração dos efeitos que lhe são típicos;
b) perfeito, inválido e eficaz – quando, concluído seu ciclo de formação e apesar de não se achar conformado às exigências normativas, encontra-se produzindo os efeitos que lhe seriam inerentes;
c) perfeito, válido e ineficaz – quando, concluído seu ciclo de formação e estando adequado aos requisitos de legitimidade, ainda não se encontra disponível para a eclosão de seus efeitos típicos, por depender de um termo inicial ou de uma condição suspensiva, ou autorização, aprovação ou homologação, a serem manifestados por uma autoridade controladora;
d) perfeito, inválido e ineficaz – quando, esgotado seu ciclo de formação, sobre encontrar-se em desconformidade com a ordem jurídica, seus efeitos ainda não podem fluir, por se encontrarem na dependência de algum acontecimento previsto como necessário para a produção dos efeitos (condição suspensiva ou termo inicial, ou aprovação ou homologação dependentes de outro órgão).
ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS
Ato normativo => Possuem um comando geral e abstrato, que visa garantir a fiel aplicação da lei.
	Ex: Decretos, Regulamentos, Resoluções, Regimentos.
· Decretos – Atos administrativos de natureza geral ou individual, de competência exclusiva dos Chefes do Poder Executivo. Existem decretos de natureza regulamentar (ou de execução) e decretos autônomos.
· Regulamentos – Atos administrativos postos em vigência por decreto.
· Resoluções – Atos administrativos expedidos por altas autoridades, que não o Chefe do Poder Executivo.
· Regimentos – Atos Administrativos normativos de natureza interna.
Atos ordinatórios => Disciplinam o funcionamento da Administração e a conduta funcional dos agentes.
	Ex: Avisos, Portarias, Ordens de serviço, Circulares, Despachos.
· Avisos – Emanados dos Ministros de Estado, inerentes a assuntos de suas unidades.
· Portarias – Expedidos de forma interna por chefias, com determinações e designações aos subordinados ou iniciando PADs ou sindicâncias.
· Ordens de serviço – Direcionadas a autorizar o início de atividades, obras ou serviços.
· Circulares – Ordens escritas destinados a organizar o serviço e atividades, com caráter uniforme.
· Despachos – Pequenas decisões de caráter administrativo proferidas em processos, visando o seu prosseguimento.
Atos negociais => Declaração de vontade do Poder Público coincidente com a pretensão do particular.
	Ex: licença, autorização, permissão, admissão.
· Licença – Ato administrativo unilateral, de natureza vinculada e definitiva pelo qual o Poder Público faculta ao particular o exercício de determinada atividade, desde que preencha todas as exigências e requisitos legais.
· Autorização – Ato administrativo unilateral, discricionário e precário pelo qual o Poder Público torna possível o exercício de certa atividade, serviço ou utilização de bem, de seu exclusivo ou predominante interesse.
· Permissão – Ato administrativo unilateral, discricionário e precário pelo qual a Administração faculta a execução de serviço público ou uso de bem, de forma onerosa ou gratuita.
· Admissão – Ato administrativo unilateral e vinculado pelo qual se reconhece ao particular que atenda aos requisitos legais o direito à prestação de um serviço público.
Atos enunciativos => Atestam, certificam, enunciam uma situação de fato e de direito.
	Ex: certidão, atestados, pareceres, apostilas.
· Certidão – Cópias ou fotocópias fiéis ou autenticadas de atos ou fatos constantes de processo, livros ou documentos encontrados nas repartições públicas.
· Atestados – Atos que comprovam fatos ou situações conhecidas, não registradas em livros e documentos.
· Parecer* – Manifestações opinativas emitidas por órgãos técnicos acerca de assuntos de sua competência.
· Apostilas – Equivale a uma averbação.
	*Sobre o parecer, Maria Sylvia Zanella Di Pietro, citando Oswaldo Aranha Bandeira de Mello, elenca três tipos: facultativo, obrigatório e vinculante. Cita a ilustre professora, em seu Direito Administrativo, página 263:
O parecer é facultativo quando fica a critério da Administração solicitá-lo ou não, além de não ser vinculante para quem o solicitou. Se foi indicado como fundamento da decisão, passará a integrá-la, por corresponder à própria motivação do ato.
O parecer é obrigatório quando a lei o exige como pressuposto para a prática do ato final. A obrigatoriedade diz respeito à solicitação do parecer (o que não lhe imprime caráter vinculante). (...)
O parecer é vinculante quando a Administração é obrigada a solicitá-lo e acatar a sua conclusão. (...)
Atos punitivos => Correspondem a sanções impostas a quem infringir as normas.
	Ex: Multa, interdição, apreensão, demissão de servidor. 
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, ao tratar das espécies, faz uma divisão diferente. Propõe a análise dos atos administrativos em espécie, divididos em duas categorias: quanto ao conteúdo e quanto à forma. Quanto ao conteúdo, fala na autorização, licença, admissão, permissão, aprovação, homologação, parecer e visto. Quanto à forma, cita o decreto, portaria, resolução, circular, despacho e alvará. 
QUESTÕES RELACIONADAS AO PONTO 04
01) (ASSISTENTE SOCIAL / PC-ES / 2019 / INSTITUTO AOCP) Assinale a alternativa correta acerca da extinção, desfazimento e sanatória do ato administrativo.
(A) A anulação é a retirada, do mundo jurídico, de um ato válido, mas que, segundo critério discricionário da administração, tornou-se inoportuno ou inconveniente.
(B) A revogação ocorre quando há um vício no ato relativo à legalidade ou legitimidade; nunca por questões de mérito administrativo.
(C) A revogação é um ato discricionário e tem como critério a conveniência e oportunidade.
(D) A extinção objetiva do ato se dá pelo desaparecimento do sujeito detentor do benefício do ato.
(E) A designação de ato administrativo abrange toda atividade desempenhada pela administração.
RESPOSTA: LETRA C
02) (INVESTIGADOR / PC-ES / 2019 / INSTITUTO AOCP) De acordo com a Teoria dos Atos Administrativos, o requisito de validade do ato, discricionário e que consiste na “situação fática ou jurídica cuja ocorrência autoriza ou determina a prática do ato”, denomina-se
(A) Competência.	(B) Finalidade.		(C) Objeto.		(D) Forma.		(E) Motivo.
RESPOSTA: LETRA E
03) (ESCRIVÃO DE POLÍCIA / PC-ES / 2019 / INSTITUTO AOCP) Os atos administrativos, quanto ao grau de liberdade da Administração Públicapara decidir, podem ser
(A) internos ou externos.		(B) individuais ou gerais.	(C) vinculados ou discricionários.
(D) concretos ou abstratos.		(E) simples ou complexos.
RESPOSTA: LETRA C
04) (PAPILOSCOPISTA / PCERJ / IBFC / 2014) Assinale a alternativa incorreta acerca dos vícios de nulidade contidos nos elementos do ato administrativo:
a) A incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou.
b) A ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei em sentido estrito.
c) A inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido.
d) O desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.
e) O vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato.
RESPOSTA: LETRA B
05) (PERITO CRIMINAL / IGP-RS / FUNDATEC / 2017) Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o atributo pelo qual o ato administrativo pode ser posto em execução pela própria Administração Pública, sem necessidade de intervenção do Poder Judiciário, é o da:
A) Presunção de legalidade.		B) Tipicidade.		C) Imperatividade.
D) Autoexecutoriedade.		E) Presunção de legitimidade.
RESPOSTA: LETRA D
06) (INVESTIGADOR DE POLÍCIA CIVIL / PC-MA / 2018 / CESPE CEBRASPE) De acordo com a doutrina majoritária, os elementos fundamentais do ato administrativo são o(a) 
A forma, a competência, a atribuição, a finalidade e o objeto. 
B objeto, a finalidade, o motivo, a competência e a tipicidade. 
C competência, a forma, o objeto, o motivo e a finalidade. 
D motivo, o objeto, a finalidade, a autoexecutoriedade e a força coercitiva. 
E objeto, o motivo, a competência, a finalidade e a abrangência.
RESPOSTA: LETRA C
07) (DELEGADO / PC-GO / 2017 / CESPE) Após o término de estágio probatório, a administração reprovou servidor público e editou ato de exoneração, no qual declarou que esta se dera por inassiduidade. Posteriormente, o servidor demonstrou que nunca havia faltado ao serviço ou se atrasado para nele chegar. Nessa situação hipotética, o ato administrativo de exoneração é 
A nulo por ausência de finalidade. 
B anulável por ausência de objeto. 
C anulável por ausência de forma. 
D anulável por ausência de motivação. 
E nulo por ausência de motivo.
RESPOSTA: LETRA E
08) (INVESTIGADOR DE POLÍCIA CIVIL / PC-MA / 2018 / CESPE CEBRASPE) Caracteriza-se como unilateral e vinculado o ato da administração denominado 
A permissão. 		B aprovação. 		C parecer. 		D autorização. 		E licença.
RESPOSTA: LETRA E
09) (PERITO CRIMINAL / PC-ES / 2013 / FUNCAB) A Administração Pública pode promovera extinção de ato administrativo discricionário, perfeito e eficaz, fundada unicamente em razões de conveniência e oportunidade, desde que respeite os direitos adquiridos. Nessa hipótese, ocorrerá:
A) revogação.		B) convalidação.	C) caducidade.		D) conversão.		E) anulação.
RESPOSTA: LETRA A
(DELEGADO / PC-SE / 2018 / CESPE) A respeito da extinção de atos administrativos, julgue os próximos itens.
10 Tanto a anulação como a revogação retiram do mundo jurídico atos com defeitos e produzem efeitos prospectivos.
11 A cassação de um ato administrativo corresponde a extingui-lo por descumprimento dos requisitos estabelecidos para a sua execução.
12 A anulação de ato administrativo fundamenta-se na ilegalidade do ato, enquanto a revogação funciona como uma espécie de sanção para aqueles que deixaram de cumprir as condições determinadas pelo ato.
RESPOSTA: ERRADO / CERTO / ERRADO
13) (ESCRIVÃO DE POLÍCIA / PC-SP / 2018 / VUNESP) A Administração Pública, ao constatar que um de seus atos foi praticado com desvio de finalidade deverá
(A) provocar o Poder Judiciário para que aquele poder revogue o ato viciado.
(B) provocar o Tribunal de Contas para que aquele órgão declare nulo o ato viciado.
(C) convalidá-lo, mediante provocação.
(D) declará-lo nulo, de ofício.
(E) revogá-lo, de ofício ou mediante provocação.
RESPOSTA: LETRA D
14) (INVESTIGADOR / PC-SP / 2018 / VUNESP) Ao negar pedido de um cidadão para ter acesso aos dados estatísticos sobre os crimes violentos cometidos no âmbito estadual no último ano, a autoridade administrativa não indicou qualquer fato ou fundamento jurídico para embasar sua decisão, embora a lei exigisse que essa indicação fosse expressa. Nesse caso, considerando que apesar da ausência de indicação os fatos e os fundamentos jurídicos para a denegação do pedido existiam e eram válidos, é correto afirmar que o ato administrativo em questão possui vício de
(A) forma.		(B) finalidade.		(C) motivo.		(D) objeto.		(E) competência.
RESPOSTA: LETRA A
15) (INVESTIGADOR / PC-BA / 2018 / VUNESP) Se um ato administrativo é praticado com fundamento falso, vale dizer, incompatível com a verdade real, impõe-se a
extinção do ato administrativo, por meio da
(A) revogação, que poderá ser praticada pela própria Administração, no exercício da autotutela, ou pelo Poder Judiciário, se devidamente provocado.
(B) anulação, que poderá ser praticada somente pela própria Administração.
(C) revogação, que poderá ser praticada somente pela própria Administração.
(D) anulação, que poderá ser praticada pela própria Administração, no exercício da autotutela, ou pelo Poder Judiciário, se devidamente provocado.
(E) revogação, que poderá ser praticada somente pelo Poder Judiciário.
RESPOSTA: LETRA D
16) (AGENTE DE POLÍCIA / PC-GO / 2016 / CESPE) O ato que concede aposentadoria a servidor público classifica-se como ato
A simples.		B discricionário.	C composto.		D declaratório.		E complexo.
RESPOSTA: LETRA E
17) (INSPETOR DE POLÍCIA / PCERJ / 2012 / FEC) Autorização; licença:
A) aquele é ato administrativo precário; este, definitivo.
B) este é ato administrativo precário; aquele, definitivo.
C) ambos são atos administrativos definitivos.
D) ambos são atos administrativos precários.
E) este é ato administrativo facultativamente precário; aquele, facultativamente definitivo.
RESPOSTA: LETRA A
18) (OFICIAL DE CARTÓRIO / PCERJ / 2009 / FGV) A usurpação de função e a desapropriação de um bem imóvel da União por um município são, respectivamente, vícios do ato administrativo relativos à:
(A) competência e objeto.		(B) sujeito e competência.		(C) incapacidade e forma.
(D) incompetência e motivo.		(E) objeto e finalidade.
RESPOSTA: LETRA A
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