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Sistema de Ensino Presencial Conectado
serviço social
LIZI GABRIELLI ORIBE NUNES
A ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DA PROBLEMÁTICA SOCIAL LOCAL/REGIONAL NA CONSTRUÇÃO DA POLÍTICA DE HABITAÇÃO
Alegrete
 RS
 
 2015
LIZI GABRIELLI ORIBE NUNES
 
 
 
A ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DA PROBLEMÁTICA SOCIAL LOCAL/REGIONAL NA CONSTRUÇÃO DA POLÍTICA DE HABITAÇÃO
Trabalho de serviço social apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral 
na disciplina de
:
Oficina de formação: Projeto
 
de Intervenção,
A Realidade Regional e o Serviço Social
,
Planejamento Social,
Estágio Curricular Obrigatório II.
Orientador: 
Amanda 
Boza
 
Golçalves
,
 
 
 Clarice Da Luz 
Kernkamp
,
 
Rosane 
Ap.B
.
Maluzzi,
 
Valquiria
 A. Dias 
Caprioli
.
Alegrete
RS
2015
		SUMÁRIO
2 INTRODUÇÃO-----------------------------------------------------------------------------------3 
3 DESENVOLVIMENTO-------------------------------------------------------------------------4
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS------------------------------------------------------------------8
5 REFERÊNCIAS----------------------------------------------------------------------------------9
2 introdução
 As cidades brasileiras há muito convivem com o crescimento urbano desigual, caracterizando-se pela formação de periferias sub equipadas, onde a informalidade, a ilegalidade e a degradação ambiental, apresentam-se como características principais de uso e ocupação do seu território. Os assentamentos urbanos informais, a exemplo de favelas, vilas e loteamentos irregulares, apresentam significativo destaque no quadro das demandas habitacionais reprimidas, tanto no que se refere ao acesso à moradia, quanto ao acesso à terra. 
O tratamento dessas áreas como frações urbanas consolidadas, socialmente legítimas e integrantes do tecido urbano vem sendo objeto de atenção do poder público nas duas últimas décadas, não obstante a legislação urbana ainda apresentar-se bastante restritiva, impondo regras descoladas da realidade dos assentamentos informais disseminados por todo o país.
Nesse contexto, esse artigo visa apresentar e destacar os principais pontos, bem como discorrer sobre um breve estudo de caso, analisando projetos executados no município de Alegrete/RS, a fim de analisar o desenvolvimento e o cumprimento de suas diretrizes em nível local.
Portanto, a construção de um novo indicador de carência habitacional, como condição prévia e necessária para a elaboração da análise da capacidade real do município de atender as demandas manifestas e latentes, a curto e médio prazo, numa visão prospectiva para os próximos 20 Anos, o que será desenvolvido na fase subseqüente.
Através de um breve histórico das políticas habitacionais no Brasil, retoma-se seu início através da criação do Banco Nacional de Habitação (BNH), durante a ditadura militar em meados da década de 60, passando pela redemocratização em conjunto ao fortalecimento da participação popular diante de reivindicações de melhorias urbanas, as quais foram consolidadas na Constituição de 1988 e já nos dias atuais, legitimadas com a criação do Estatuto da Cidade.
 3 DESENVOLVIMENTO
As origens do município de Alegrete datam do início do XIX quando em 1801, os aventureiros Borges do Canto e Santos Pedroso, ambos riograndenses, conquistaram para a coroa portuguesa o território das missões jesuíticas ao norte do Rio Ibicuí. As contínuas lutas de fronteira, agora entre o Reino de Portugual e os dissidentes ao recém constituído governo das Províncias Unidas do Rio do Prata, provoca o ataque e queima do povoado e da capela, provocando a transferência da povoação para a margem esquerda do Rio Ibirapuitã, em 1817, onde erguerá novo povoado e capela, com a denominação de Nossa Senhora da Conceição Aparecida de Alegrete.
Com a Revolução Farroupilha em 1835, Alegrete torna-se, no período de 1842 a 1845, a 3ª Capital da República Riograndense. Entre batalhas e campanhas, por bravura, determinação e desenvolvimento, a Vila de Alegrete foi elevada a categoria de cidade em 22 de janeiro de 1857.
A população de Alegrete estimada é de 78.000 habitantes, sendo 50,29% feminina e 45,71% masculino, possui uma área de 7.803,967 Km², sendo o maior município do Estado em extensão territorial, correspondendo a 2,9023% da área estadual, 1,3848% da região e 0,0919% do país.
No Brasil como um todo, as famílias de baixa renda dos municípios, sem possuírem um local adequado para morar, acabam construindo suas casas de modo informal, sem infra-estrutura e planejamento, em áreas de risco ou em Áreas de Proteção Permanente – APP.
No município de Alegrete não é diferente. Algumas áreas próximas às margens do Rio Ibirapuitã, localizado dentro do perímetro urbano, foram ocupadas resultando em um grave problema social e ambiental. Além disso, diversos bairros da cidade originaram-se devido a invasões e, assim, apresentam ocupações irregulares. A prefeitura realizou um diagnóstico sobre a demanda habitacional, o qual expressou um déficit total de 4 mil moradias no município.
Esses dados contribuíram para elaboração do Plano Local de Habitação de Interesse Social (PLHIS), visando orientar políticas para construção de moradias para a população de baixa renda, de áreas de proteção permanente e de risco.
A ênfase na política habitacional em nosso país se iniciou em 2003, com a criação do Ministério das Cidades e Conselho das Cidades, quando foi retomada no âmbito do governo federal a discussão de uma política habitacional voltada ao atendimento da população de baixa renda. Logo em seguida em 2005, foi instituído o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social, que utiliza recursos do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social - FNHIS e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, trazendo um acúmulo de recursos onerosos e subsídios.
Visando reduzir o alto déficit habitacional no país, o Governo Federal lançou em 2009 o Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) com a finalidade de criar mecanismos de incentivo à produção e aquisição de novas unidades habitacionais voltado para famílias de baixa renda. 
	As obras dos empreendimentos habitacionais são executadas por construtoras contratadas pela Caixa Econômica Federal, e com possibilidade de participação do poder público que pode disponibilizar áreas, infraestrutura e outras ações que facilitem a realização do Programa.
	O Programa minha casa minha vida (PMCMV) é gerenciado pelo Ministério das Cidades e operacionalizado pela Caixa Econômica Federal - CEF com Recursos FAR - Fundo de Arrendamento Residencial. O programa é regulamentado pela Lei nº 11.977/2009 que dispõe sobre suas finalidades e regulamentações. A CEF faz algumas especificações necessárias que devem ser atendidas, como o número de unidades habitacionais em função da área e do projeto, limitado, sempre que possível, em 500 unidades por empreendimento. Para o formato de condomínio, devem ser segmentados em até 300 unidades habitacionais. 
	Quanto aos custos, o valor máximo das unidades habitacionais é estabelecido por Estado/Localidade e por tipologia diferenciada em casa e apartamento e disposto na Portaria Ministério das Cidades nº 168, de 12.04.2013.
	Paralelamente à elaboração do PLHIS em Alegrete, Ainda em 2010, deu-se inicio ao bairro Ayrton Senna1, com a construção de 90 unidades habitacionais gratuitas e entregues às famílias em situação de carência econômica e/ou que viviam próximas às margens do rio. O investimento foi cerca de 1milhão de reias oriundo do Plano de Aceleração da Economia o PAC, do Governo Federal.
	 Em outubro de 2013 ocorreu a entrega de 450 unidades habitacionais do Programa Minha Casa Minha Vida. Estas estão localizadaspróximas ao bairro Ayrton Senna 1, e cujo loteamento foi denominado Bairro Ayrton Senna 2. Esta localidade já era designada pelo Plano Diretor da cidade como Área Especial de Interesse Social. O loteamento é composto por 450 casas térreas, distribuídas em 14 quadras, de forma linear.
	A área total do empreendimento é de 369.239,32 m², dentre estes, 144.115,21m² de área de lotes, e 127.177 m² de áreas institucionais, no caso praça/parque, reservas técnicas e APPs.
	Nas proximidades do loteamento predominam áreas não urbanizadas, encontrando-se à oeste as APPS do Rio Ibirapuitã. Ao norte e ao sudoeste há terras de propriedade do município não habitadas. Apenas ao leste há habitações de famílias de baixa renda pertencentes aos bairros Nova Brasília e Segabinazzi.
	No entorno do loteamento, estão disponíveis escola de ensino fundamental, creche e posto médico, além de quadra de esportes. Porém, estes encontram se em loteamentos já pré-existentes. Localizado a leste da região central de Alegrete, a área designada para realização do PMCMV, foi doada pela prefeitura do município e constava como Zona Especial de Interesse Social (ZEIS), no Plano Diretor da cidade.
	O processo de construção teve o prazo de entrega estimado em 15 meses, porém este teve de ser prorrogado em 3 meses. Não muito diferente das demais habitações populares, a localização é periférica e há predomínio da monotonia arquitetônica.
	Encontramos também o Projeto do Regalado a 100 famílias, a preparação do projeto teve início em 2009, após as grandes enchentes e enxurradas que acometeram a zona ribeirinha, onde a busca de soluções para o problema foi colocado no topo das prioridades da Administração Municipal. Após o cadastramento das famílias e a elaboração do projeto inicial foram buscados recursos junto ao Governo Federal através do programa de apoio a melhorias das condições de moradia em assentamentos precários do PAC 2, o qual acabou aprovado ainda em 2010 pelo Ministério das Cidades.
	Para evitar 90% das enxurradas, que afetam principalmente os bairros localizados acima da Rua Daltro Filho (Prado, Progresso, Vila Grande, Sepé Tiaráju, Vera Cruz e Joaquim Fonseca Milano) serão necessários o alargamento do leito do Regalado e a substituição da ponte da Rua Daltro Filho. Na região do Bairro Prado a atual calha do rio será substituída por um canal alargado com cerca de 500 metros, dois metros de profundidade, câmara de dissipação com 1,8 m e proteção lateral com pedras. Próximo à Rua Daltro Filho um trecho de 250 m terá também a intervenção com muro de gabiões, que será transposta pela nova ponte com 30 m de comprimento e 12,3 de largura, comportando duas faixas de rodagem, ciclo faixa e passagem de pedestres.
	As habitações terão 45 m² de área construída, com possibilidade de ampliação para até 81 m². Em parceria com a Caixa Econômica Federal. Ambas dotadas de ruas pavimentadas, rede de coleta de esgoto, área de lazer, praça de esportes, transporte coletivo e espaço para ampliação.
	A eficiência construtiva das habitações é um dos fatores associados à sustentabilidade. O programa estabelece uma série de diretrizes, regras e condições para sua viabilidade, além de proporcionar certa padronização construtivas. Este acaba sendo incorporado pela Caixa Econômica Federal, tornando a questão habitacional uma mera política setorial para esta instituição que não possuía qualquer tradição com relação ao tema. Abria-se uma nova etapa para a política urbana e habitacional brasileira caracterizada por uma forte confusão institucional provocada por constantes reformulações nos órgãos responsáveis pelas políticas habitacionais.
	
 4 CONSIDERAÇÕES FINAIs
	É preciso, no entanto, reconhecer que as ações políticas, fruto da mobilização da sociedade nessas duas últimas décadas, resultaram na adoção de políticas públicas voltadas à cidade real, pautadas pela luta contra a exclusão social e segregação espacial, de acordo com os princípios constitucionais de cumprimento da função social da cidade e da propriedade.
	A partir do discorrido a respeito do PMCMV em função de habitações de interesse social e levando em conta a implementação de um loteamento no município de Alegrete, oriundo desse programa, pode-se observar que há coerência no que efetivamente foi realizado no nível local em relação ao que é proposto nacionalmente.
	Ficou nítido também, que o Governo Federal e o municipal possuem o foco em construir o máximo possível de casas, porém não há nesse âmbito preocupação em relação à outros problemas que envolvem tais recursos sociais, como a requalificação urbana dos bairros existentes, onde a falta de estruturas é tão ou mais preocupante do que o déficit habitacional existente no município.
	No que se refere às áreas escolhidas para a construção das habitações, analisa-se a necessidade de um estudo mais detalhado daquelas de interesse social já existentes, pois apesar de constar no plano diretor da cidade que essas zonas são criadas através de estudos técnicos e urbanísticos nem sempre é o que se observa, por se tratarem de locais distantes da área central da cidade, sem integração imediata com a malha urbana. Nota-se também que os projetos desenvolvidos pelo PMCMV não levam em consideração os aspectos regionais e/ou culturais das distintas localidades, tais como clima e formação familiar.
	Por fim, observa-se possibilidades de melhoria no que se refere à tipologia habitacional, ocupação do espaço e investimento em habitações multifamiliares, juntamente, com uma revisão dos locais de expansão da cidade, o que pode levar a diminuição da desigualdade social e a valorização da qualidade de vida da população de baixa renda.
REFERÊNCIA
Acesso em: 01/ Maio
ALEGRETE. Prefeitura Municipal.
http://www.alegrete.rs.gov.br/site/
 
Acesso em: 01/ Maio
Lei 11977/2009. Minha Casa Minha Vida 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03_Ato2007-2010/2009/Lei/L11977.htm
 Acesso em: 01/ Maio
MINISTÉRIO DAS CIDADES. Habitação.
http://www.cidades.gov.br/habitacao
Acesso em: 02/ Maio
Programa Minha Casa Minha Vida 
http://www.minhacasaminhavida.com.br./programa.htm
Acesso em: 02/ Maio
BOTEGA, Leonardo da Rocha. A política habitacional no Brasil (1930-1990). Revela.
http://www.fals.com.br/revela9/politicahabitacional.pdf
Acesso em: 02/Maio
Cidades médias: elos do urbano-regional e do público-privado
http://ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/livros/capitulo2_cidademedias.pdf

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