Buscar

Nutriçao e Saúde Pública - DEP

Prévia do material em texto

DESNUTRIDESNUTRIÇÇÃO ÃO 
ENERGENERGÉÉTICO TICO -- PROTEICAPROTEICA
D.E.P.D.E.P.
Desnutrição Energético-proteica
A desnutrição é uma doença de 
etiologia clínico-social multifatorial 
que tem suas raízes na pobreza
Pobreza: condição de não satisfação de 
necessidades humanas elementares: 
• Alimentação, habitação, vestuário, saúde e
educação.
• Voz e poder nas instituições e na sociedade;
• Dificuldade de enfrentar mudanças
repentinas, como, por exemplo, crises
econômicas no país, catástrofes naturais etc.
Desnutrição Energético-proteica
Fome crônica: quando a alimentação diária, 
habitual, não propicia energia suficiente para 
a manutenção do organismo e para o 
desempenho das atividades cotidianas.
Causa Efeito
Fome-anorexia  consumo energético
Doença infecciosa/síndrome 
de má absoração/deficiência 
enzimática
 absorção de nutrientes
Uso de 
medicamentos/presença de 
morbidade
 utilização de nutrientes
Processo fisiológico 
(gravidez/lactação) ou 
patológico (febre)
 necessidades energéticas
Queimadura/lesão/presença 
de outra morbidade
 perda de nutrientes
Quadro 1 – Mecanismos fisiológicos relacionados com a 
desnutrição
Fonte: Conde e Gigante, 2007
Desnutrição Energético-proteica
Segundo a OMS o termo Desnutrição 
Energético-proteica resulta da falta 
concomitante de energia e proteínas em 
proporções variáveis que acomete 
frequentemente lactentes e pré-escolares
Ocorre em consequência da 
deficiência primária e/ou secundária 
de energia e proteínas.
Desnutrição Energético-proteica
Primária
 de baixo peso ao nascer – início na vida
intra-uterina 
 da interrupção precoce do aleitamento
materno exclusivo na primeira infância e 
da alimentação complementar inadequada 
nos dois primeiros anos de vida
 da privação da alimentação ao longo da vida
associada a repetidos episódios de
doenças infecciosas (diarréias e respiratórias)
Pode ser decorrente:
id24853968 pdfMachine by Broadgun Software - a great PDF writer! - a great PDF creator! - http://www.pdfmachine.com http://www.broadgun.com 
Desnutrição Energético-proteica
Sua natureza engloba problemas familiares 
relacionados com a 
 a situação sócio-econômica, 
 baixa escolaridade materna que leva a
precários conhecimentos sobre alimentação,
higiene e cuidados com a saúde de modo
geral) e fraco vínculo mãe-filho.
Secundária
A desnutrição não é um processo agudo, 
não acontece de uma hora para outra....
Figura 3
Fonte: FAO, 2004
Um problema de Saúde Pública
É uma entidade médico social importante em nosso 
meio e em todo o mundo, em virtude das elevadas 
prevalências, mortalidade e morbidade.
Como um problema de saúde pública fragiliza o 
potencial humano de uma nação
Seus efeitos são passados de geração 
para geração, particularmente 
através da nutrição das mulheres
40% na África subsaariana 
e no resto da Ásia
30% na Índia
16% na Américas e
outras partes do mundo
14% na China
Figura 4: Distribuição (%) dos 840 milhões de desnutridos no
mundo.
Fonte: FAO
No Brasil apesar de estudos epidemiológicos 
indicarem que a prevalência da DEP tem 
diminuído ela continua a ser um problema de 
Saúde Púbica no país, principalmente:
Desnutrição Energético-proteica
Nas regiões Norte e Nordeste
Nas áreas rurais
Nas periferias das grandes metrópoles, 
com consequências relevantes para a 
sobrevida e saúde das crianças.
A magnitude da desnutrição no continente 
americano, como causa associada a doenças 
infecciosas, é responsável por 
28% dos óbitos em menores de 5 anos
No Brasil a desnutrição grave é responsável 
por cerca de 20% dos óbitos em crianças 
internadas em hospitais, porém esse dado 
pode não representar um dado real.
Desnutrição Energético-proteica
É importante o registro do diagnóstico 
da desnutrição como causa básica de 
internação, pois isso influencia os dados 
estatísticos, que poderiam subsidiar 
políticas e programas para atendimento 
da criança com desnutrição, além de 
quando não realizado de forma correta, 
prejudica o tratamento 
Desnutrição Energético-proteica
Desnutrição Energético-proteica
 crianças
 gestantes
 lactentes
 nutrizes
 idosos
Grupos de riscos incluem fatores como 
idade, sexo e estado fisiológico, 
caracterizando vulnerabilidade biológica:
Desnutrição Energético-proteica
Formas clínicas mais avançadas de DEP: 
 marasmo 
 kwashiorkor
O período entre o desmame e os cinco anos é
mais delicado nutricionalmente devido: 
 crescimento rápido
 perda da imunidade passiva
 desenvolvimento do sistema imunológico
contra infecções
nestes casos deficiências proteicas 
e calóricas se associam
Desnutrição Energético-proteica
kwashiorkor
• retardo do crescimento, perda de gordura
subcutânea e muscular, edema depressível
que se localiza principalmente nas pernas,
hepatomegalia acentuada, alterações
mentais e de humor. 
Podem ocorrer lesões de cabelo (textura, cor, 
sem brilho, queda) generalizadas ou 
localizadas (sinal da bandeira), lesões de pele 
(despigmentação, dermatose, descamação)
Crianças com edema que têm entre 60-80% do 
peso esperado para a idade são classificadas 
como tendo kwashiorkor. Segundo uma das 
teorias mais aceitas, o kwashiorkor é causado por 
uma baixa relação proteína-energia na dieta. 
Dietas de desmame, pobres em proteínas, 
parecem ser a principal causa do kwashiorkor nas 
regiões do mundo onde essa desnutrição é
endêmica, como na África Central. 
Desnutrição Energético-proteica
Marasmo
• magreza (com evidente perda de tecido
muscular), gordura subcutânea escassa ou
ausente, extremidades muito delgadas, e
abdômen proeminente, face com aparência
simiesca, pregas frouxas da pele. 
sem edema, pesando menos que 60% 
de peso esperado para a idade, são consideradas
marasmáticas
Desnutrição Energético-proteica
Formas leves e moderadas de DEP 
maior prevalência
Por isso é importante seu 
reconhecimento precoce e 
tratamento para melhorar 
o prognóstico.
Desnutrição Energético-proteica
Indicadores da DEP:
Diretos
 antropométricos
 clínicos 
 bioquímicos
Indiretos
 mortalidade infantil e pré-escolar
 mortalidade por doenças infecciosas
Desnutrição Energético-proteica
Segundo dados da UNICEF, 1994, estudos 
de coorte têm mostrado que a 
antropometria é um importante indicador 
de risco de mortalidade na infância.
As crianças que apresentam desnutrição 
moderada têm o dobro de chance de morrer, 
enquanto este risco triplica nos casos de 
desnutrição grave.
A criança com desnutrição tem sua 
fisiologia alterada em relação à criança 
eutrófica, e nos casos graves precisa 
de internação e cuidados hospitalares, 
pois na fase mais grave da doenças estão 
presentes as infecções e distúrbios hidro-
eletrolíticos associados, que podem 
levar a criança à morte.
Desnutrição Energético-proteica
Tabela 1 – Principais aspectos da fisiopatologia da desnutrição 
grave
Órgão/Sistema Alteração Conseqüência 
funcional
Digestório - Achatamento e atrofia 
das vilosidades 
intestinais
- Diminuição de todas 
as enzimas digestivas
- Má digestão, má
absorção e diarréia
Fígado - Esteatose
- Lesão de hepatócitos
- Alteração grave de 
todas as funções 
hepáticas
- Redução da síntese de 
proteínas e da 
gliconeogênese
- Hipoproteinemia
- Edema
- Hipoglicemia
Músculos -Redução/perda de 
massa muscular 
esquelética e lisa
- Magreza acentuada
- Movimentos débeis de 
membros e tronco
- Alterações 
miocárdicas
Continuação tabela 1 – Principais aspectos da fisiopatologia da 
desnutrição grave
Órgão/Sistema Alteração Conseqüência 
funcional
Sistema imunológico- Atrofia de timo, 
amídalas e linfonodos
- Infecções subclínicas
- Septicemia 
Metabolismo - Metabolismo basal e 
bomba de sódio-
potássio alterados
- Hipoglicemia
- Hipotermia/
hipertermia 
- Distúrbios 
eletrolíticos
Sistema circulatório - Função renal alterada
- Débito cardíaco e 
volume circulatório 
reduzidos
- Risco de morte por 
sobrecarga cardíaca
Rim - Redução da filtração 
glomerular, da 
excreção de sódio e de 
fosfato
- Risco de morte por 
administração de sódio
- Infecções urinárias 
são comuns
Fonte: MONTE, 2000.
No caso da criança com desnutrição é essencial 
que sejam realizados e registrados dados 
indicativos da doença, como:
• Antecedentes da criança
• Antecedentes familiares, incluindo as
condições de vida da família
• Exame físico da criança
• História nutricional pregressa e atual 
Desnutrição Energético-proteica
A história nutricional pregressa e atual deve ser 
detalhada, particularmente nos seguintes passos:
• História da amamentação: duração do
aleitamento materno exclusivo e idade da 
suspensão total 
• Início da introdução de alimentos
complementares ao leite materno
• Dieta habitual (tipo, frequência e quantidade)
• Perda de apetite recente
Desnutrição Energético-proteica
• Modificações na alimentação em função da 
doença da criança
• Cuidador responsável por cuidados e
alimentação
• Tipo de utensílios utilizados para alimentar a
criança e forma de higienização 
• Utilização de sobras/restos de alimentos
de uma refeição para outra
Desnutrição Energético-proteica
• Alimentos habitualmente disponíveis 
no domicílio pela família e utilizados 
para a alimentação da criança
• Alimentos habitualmente consumidos pela
família, mas que não são dados à criança 
e motivos da sua não adminstração
• Alimentos preferidos pela criança
Desnutrição Energético-proteica
Desnutrição Energético-proteica
Principais danos da DEP:
 Diminuição do crescimento e desenvolvimento
infantil
 Aumento das taxas de mortalidade e
morbidade associada
 Baixa do sistema imunológico
 Baixa expectativa de vida ao nascer
 Baixo rendimento escolar
Desnutrição Energético-proteica
Quando adultos podem apresentar maior 
risco de desenvolver doenças 
cardiovasculares, hipertensão, diabetes, 
hipercolesterolemia e problemas renais.
Figura 5 - Sinergismo entre Desnutrição 
e Diarréia: Rede Causal
Pobreza Desemprego e Acesso Baixo poder Habitação Escassez 
e miséria subemprego a terra aquisitivo insalubre alimentar
Fatores políticos e sócio-econômicos
DESNUTRIÇÃO 
E DIARRÉIA
Fatores 
Nutricionais
Bio-agente
Fatores 
Congênitos
Fatores
Patogênicos Fatores 
Culturais
(alimentação)
Fatores ambientais
Falta de Lixo aberto e Contaminação alimentos e contaminação
saneamento ao ar livre do solo água contaminada hospitalar
Baixo peso 
Ao nascer
Baixo nível
sócio-
econômico 
Saneamento 
básico ausente 
ou inadequado 
Abandono do 
aleitamento 
materno
Baixa 
estimulação
Desajustamento 
familiar
Baixa 
escolaridade
Fraco vínculo
mãe-filho
Desnutrição
Figura 6 - Modelo causal da desnutrição infantil
Fonte: Monte, 2002.
Todos os homens, mulheres e 
crianças têm o direito inalienável de 
não padecer de fome e desnutrição
Conferência Mundial de Alimentação das Nações Unidas, 1974

Continue navegando