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Cultura e Religiosidade no Egito Antigo

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Aula 5: Cultura e Religiosidade no Egito Antigo 
 
Ao final desta aula, o aluno será capaz de: 
 
1. Identificar relacionar a arte egípcia à sua conotação inegavelmente religiosa; 
conhecer a caracterização da arte egípcia por elementos, como falta de perspectiva 
nas pinturas e rigidez nas linhas em suas esculturas;
 
2. relacionar o politeísmo egípcio à variedade de divindades adoradas nos nomos que, 
unidos, deram origem ao Egito; 
3. compreender as motivações que levaram os egípcios a desenvolver uma técnica de 
preservação para os mortos; 
4. perceber que a diferenciação social existia no Egito, inclusive na morte, pois nem 
todos tinham acesso à mumificação; 
5. compreender e discutir os momentos sociais do Médio e do Novo Império.
 
 
Começaremos finalizando a linha política que havíamos proposto, uma vez que 
paramos em um momento político de crise com Primeiro Período Intermediário. 
Pela cronologia, podemos notar que este lapso é bastante curto, porém profundo, 
uma vez que transforma completamente o poder da própria figura faraônica. 
Quando falamos na figura do faraó, temos que pensar na figura da sagração que 
marca esse traço. O nome sagração nos remete à ideia de sagrado, aquele movimento 
que tem a chancela do sagrado. Quando se observa essa questão da sagração, 
entende-se que por mais que as cerimônias sejam consideradas simples, elas tem um 
efeito simbólico dentro da estrutura local. 
Assim, entendemos a figura do faraó do Médio Império. Ele perde completamente 
sua força e sua ação política, no entanto em nenhum outro momento ele foi tão 
sagrado. O faraó deixa de poder ser tocado, visto de maneira direta, é um deus, mas 
fica distante das questões humanas. 
No momento em que se tem toda aquela disputa e a elite sacerdotal está assistindo a 
figura do faraó, ela ganha uma função especial, os poderes locais e a aristocracia 
passam a ter uma força singular na estrutura social. 
A escolha do faraó é uma questão política. Existe um traço, o faraó é escolhido pelos 
sacerdotes, não necessariamente a morte de um faraó gera a busca de um novo ou o 
trono é garantido a seu filho no reino Médio. Em vários momentos, os conflitos e a 
própria elevação à corregência cria a ideia de dois ou três faraós. 
Tal modelo político geral uma lenta e constante deterioração das estruturas centrais. 
Grupos estrangeiros foram ocupando áreas do Egito e, em cerca de cem anos o poder 
do Faraó era apenas uma sombra poderosa. É o segundo período intermediário, 
espaço de dominação do Hicsos. Somente após quase cerca de 150 anos observamos a 
ideia de um retorno faraônico. Mas, sobre essa transição veremos mais na próxima 
aula. Hoje discutiremos a questão da religião e do poder dos mitos no mundo 
egípcio. 
A questão do mito é importante para conhecer um pouco da história e da 
organização egípcia. Alguns dos próprios faraós têm na sua construção se são homens 
ou deuses. O que se sabe é que o próprio faraó é fruto de uma representação mítica 
de uma batalha divina. São aqueles que representam a unificação da coroa. O que 
seria um faraó? 
Seria a reprodução do Maat, a reprodução da terra perante os deuses, a própria casa 
da coroa de Horus personificada entre os homens ou aqueles que representam Amon 
e a liderança do sol nesse mundo. 
 
A organização do Egito terá um fundamento que será explicado. Esse próprio 
fundamento varia de momento para momento e sempre com explicações religiosas. E 
essas explicações religiosas estarão representando, o momento de auge do templo de 
Amon ou pode representar muito mais, buscando origens para sua legitimidade, 
como no Novo Império e no período ptolomaico; é a coroa de Hórus que é buscada é 
a união de Isis e Osíris, do homem e da mulher, do bem e do mal, como a 
representação do faraó como aquele que media essas forças. Por isso ele é a coroa de 
Horus entre os homens. 
Quer conhecer um pouco sobre o panteão egípcio? 
Então acesse o link <http://www.fascinioegito.sh06.com/panteao.htm>. 
Bem, agora, vamos fazer uma leitura da descrição elaborada pela professora Eunice 
Simões Lins Gomes, em seu artigo sobre Ísis: 
“Para descrever o mito de Isis, resolvemos começar detalhando sua origem. 
Tentamos reconstituir a história cósmica a partir de Moustafa Gadalla (2003), 
Christiane Noblecourt (1994) e Christian Jacq (2000), todos baseados nos registros de 
Plutarco, colhidos entre os egípcios. Tudo inicia com Atum, o Princípio Criador, 
Senhor do Universo, autocriado, que cuspiu, gerando um casal, irmãos gêmeos Shu e 
Tefnut. Estes, deram origem a Nut (o céu) e a Geb (a terra), que eram estreitamente 
ligados.” 
Sendo assim, Atum ordenou que fossem separados, proibindo-lhes qualquer união 
sexual, mas sua ligação era tamanha, que desobedeceram a ordenança e Nut ficou 
grávida de quatro gêmeos: Ausar (Osíris), Auset (Isis), Set (Seth) e Neb-Het (Néftis). 
Ausar (lua minguante e lua crescente, representa a natureza cíclica do universo) 
casou-se com Auset e tornou-se rei da terra, primeiro faraó do Egito, visto ser Auset 
(assento, trono, autoridade) a herdeira legitima, o trono físico real.” 
Vamos começar a partir da descrição da história. 
“Set casou-se com Néftis, mas como era estéril não teve filho. Tendo inveja de seu 
irmão Ausar o odiou por sua popularidade, então resolveu matá-lo, arranjou uma 
briga e assassinou-o traiçoeiramente. Depois de mata-lo cortou o corpo de Ausar em 
quatorzepedaços, um para cada noite de lua minguante, e espalhou-o por todo Egito. 
Morto Ausar, Set tornou-se rei do Egito e governou como um tirano. Auset, a viúva 
fiel, recusou a morte do seu amado e elaborou um projeto insano, encontrar todos os 
pedaços do cadáver e reconstituí-lo. Ela queria reconstituir lhe a vida. Ela encontrou 
todas as partes, menos o falo, que fora engolido por um peixe. 
Então, convocou sua irmã Nebt-Het (senhora do templo, do culto) e organizou uma 
vigília fúnebre. Isis e Néftis, de corpo purificado (inteiramente depilados e boca 
purificada), pronunciaram encantamentos numa câmara funerária, obscura e 
perfumada com incenso. Isis invocou todos os templos e todas as cidades do país para 
que se juntassem as suas dores e fizessem a alma de Osíris regressar do além. 
Também tomou o cadáver nos braços e seu coração bateu de amor por ele, e 
murmurou-lhe palavras de amor ao ouvido.” 
“Mas nada deu resultado, então, transformou-se num falcão fêmea, bateu asas para 
restituir o sopro da vida ao defunto. E pousou no lugar do falo desaparecido de 
Osíris, que ela fez reaparecer por magia.” 
“Pode-se dizer então que as portas da morte abriram-se diante de Isis, que conheceu 
o segredo fundamental, a ressurreição, conseguiu fazer regressar aquele que parecia 
ter partido para sempre e ser fecundada por ele. Assim, foi concebido seu filho Hórus 
(Heru), nascido da união da vida e da morte. Quando Set descobriu o nascimento da 
criança, tentou matar o recém-nascido. Mas Auset o escondeu e assim Hórus foi 
criado em secreto às margens do Delta do Nilo. Quando cresceu, Hórus desafiou Set 
pelo direito ao trono, e assim travaram muitas batalhas, numa das quais Set chegou a 
arrancar o olho de seu sobrinho e lançá-lo no oceano celestial.” 
“Contudo, nenhuma batalha foi suficiente para derrotar um dos guerreiros. Sendo 
assim, ambos se apresentaram ao conselho de neteru (poderes/atributos/ações do 
Único Deus), que determinou que Hórus deveria ser o governante sobre o Egito e Set 
deveria reinar sobre os desertos.” 
Enfim, Hórus representa a união das duas coroas e é o símbolo de um novo Egito. 
Um Egito que vai se afirmar na sua imagética, como vemos ainda no Antigo Império 
com Djoser. 
 
Nas palavras de Christian Jacq(O Egito dos Grandes Faraós): "graças a uma inscrição 
encontrada em Uadi Hammamat, vale por onde passa a estrada que vai da cidade de 
Coptos ao mar Vermelho, sabemos que o faraó envio expedições ao Sinai. 
 
Nos rochedos do Uadi Maghara, na península do Sinai, estão representados vários 
soberanos, entre os quais Djoser, que bate com sua maça piriforme num chefe 
beduíno prostrado em sinal de submissão. 
Mais do que um acontecimento particular, devemos ver nisso o símbolo do poder 
exercido por Djoser sobre as tribos nômades que já não ousam transpor as fronteiras 
do "Duplo país" e perturbar a serenidade dos egípcios. E talvez devamos igualmente 
compreender que Djoser já mandava explorar as minas de cobre do Sinai. Seja como 
for, a cena clássica do faraó derrubando o inimigo assume aqui um valor especial: 
trata-se da vitória da ordem sobre o caos, de Djoser, o Magnífico, sobre as forças 
obscuras do mal.” 
“Outro fato parece pertencer mais à lenda do que à História, mas a sua importância 
merece que o assinalemos com alguns pormenores. No reino de Djoser teria havido 
uma grande fome. Infelizmente, não o sabemos por meio de um documento 
contemporâneo, mas sim por uma estela da época ptolomaica separada da terceira 
dinastia por um bem considerável número de anos. A estela intitulada "da fome" está 
gravada num rochedo descoberto ao sul da ilha de Sehel, na região de Elefantina, na 
extremidade meridional do Egito.” 
. “Fato extraordinário: os sacerdotes que gravam esse texto dataram-no da época de 
Djoser! É evidente que não tencionavam enganar quem quer que fosse com um 
documento falso. Podemos portanto, considerar que um dos ptolomeus se identificou 
com o seu remoto e glorioso antepassado, Djoser, a fim de dar um caráter sagrado à 
sua própria luta contra a fome. Também é possível supor que tenha sido transmitido 
um documento histórico que evocava acontecimentos antigos.” 
 
 O que nos conta a estela da fome? 
 
Ela nos diz que Djoser está profundamente triste. Sentado em seu trono, na solidão 
do seu palácio, sente um verdadeiro desespero. A seca já dura sete anos. O Nilo não 
voltou a transbordar e a depositar na terra do Egito o lodo fértil, é a miséria e a fome 
para todos. Os corpos mais vigorosos perdem a força; em breve sequer terão força 
para andar. 
As crianças choram; os velhos fatalistas estão sentados no chão à espera da morte. 
 Mesmo os cortesãos passam privações. Os templos vão sendo fechados um a um. O 
serviço dos deuses não é mais seguro 
Qual a razão desta desgraça? Pergunta Djoser. 
 
 
 
 
Mas terá a narrativa anterior um conteúdo histórico preciso? 
 
 
 
Seguindo a linha de Sérgio Couto, em seu livro Desvendando o Egito, pensemos no 
trabalho desenvolvido nas paredes dos túmulos. Muitas delas contam, como se fosse 
uma história em quadrinhos sem texto, cenas do cotidiano do falecido. 
 
A parede onde o desenho seria aplicado era primeiramente revestida de gesso branco 
para, em seguida, ser aplicada tina sobre aquela camada. 
O traçado do desenho era feito com um sistema composto por linhas mestras que 
dividiam a parede para efeito de decoração, de maneira a obter superfícies 
delimitadas e reservar certos espaços para cenas diferentes. 
 
Havia também uma outra rede linear que era apagada posteriormente. Era usada para 
obter as proporções. Essa grande dividia o registro em quadrados de tamanhos iguais 
em figuras que se integravam e isso é um princípio geométrico, bidimensional. 
 
 
 
 
 
Outro aspecto a ser fundamentado é o motivo para a adoção do politeísmo na prática 
da religiosidade egípcia. Deve se remontar à sua origem, ou seja, a unificação dos 
nomos. Como cada um possuía suas próprias divindades, elas foram conservadas 
dando origem a um vasto Panteão. 
 
Um importante conceito é o de mentempsicose, ou seja, crença de que alma voltaria 
a habitar o corpo após a morte. Sua relevância consiste no fato de justificar a 
preocupação desse povo com a conservação dos cadáveres. 
 
 
Nessa aula você: 
 Compreendeu que o médio Império é um período em que o Faraó tem uma 
função simbólica; 
 aprendeu que a Novo Império, mais do que um grande continuidade é o 
estabelecimento que busca a legitimidade na organização faraônica; 
 analisou como a arte e a religião ajudam a compreender de maneira mais 
ampla a organização egípcia.

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