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Aula VIII e IX_ARBITRAGEM

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AULA IV E V – MÉTODOS ALTERNATIVOS DE SOLUÇAO DE CONFLITOS
2.1. Noção – JÁ ESTUDADO
2.2. Campo de incidência – JÁ ESTUDADO
2.3. Espécies: 
A) Institucional ou Administrada
Base legal: Art. 5, Lei 9.307/96
Conceito: é aquela na qual há uma instituição especializada que administrará a arbitragem com regras procedimentais de acordo com a Lei 9.307/96 no que diz respeito a:
Prazos
Forma de prática dos atos;
Maneira de escolha dos árbitros;
Custo para realização da arbitragem;
Forma de produção de provas;
E demais regras indispensáveis ao procedimento arbitral.
Ex.: Câmara de Comércio Brasil-Canadá
Regulamento do Centro de Arbitragem e mediação da câmara de Comércio Brasil-Canadá
Disponível em http://www.ccbc.org.br
http://ccbc.org.br/default.asp?categoria=2&subcategoria=Regulamento%202012
B) Avulsa
Conceito: também conhecida como Arbitragem Ad Hoc, é aquela que se realiza sem a participação de uma entidade especializada. Isso ocorre porque o arbitro não precisa ser vinculado a uma câmara Arbitral, podendo realizar a Arbitragem quando contratado pelas partes envolvidas, o que reduz consideravelmente o custo da Arbitragem.
Neste caso, as Partes podem dispor sobre os procedimentos. E, havendo alguma lacuna caberá ao árbitro decidir.
Diferença é que há maior possibilidade de risco de nulidade, pois pode haver discussões acerca do método utilizado ou até mesmo sobre o compromisso arbitral firmado.
2.3.1. Cláusula Arbitral e/ouCláusula Compromissória
Base legal: Art. 853, CC/2002 c/c Art. 4, lei 9.307/96
Conceito: Convenção Arbitral é o gênero do qual são espécies a cláusula e o compromisso arbitral, conforme dispõe Art. 3. Lei 9.307/96.
CLÁUSULA ARBITRAL
Conforme dispõe o Art. 853, CC/2002,a cláusula arbitral é espécie de convenção de arbitragem mediante a qual os contratantes se obrigam a submeter seus futuros e eventuais conflitos que possam surgir do contrato à solução arbitral.
Portanto, o que caracteriza uma cláusula arbitral é o momento de seu surgimento, qual seja anterior a existência do conflito.
CLÁUSULA COMPRIMISSÓRIA
Conforme Art. 4, par. 1, lei 9.307/96, a cláusula compromissória deve ser estipulada por escrito, podendo estar inserta no próprio contrato ou em documento apartado que a ele se refira. Esta cláusula pode prever uma arbitragem institucional ou avulsa, bem como as regras procedimentais quando ad hoc, e as regras de uma Camara quando institucional.
A Cláusula Arbitral ou Compromissória, pode ser:
Cheia: é aquela que contém o s requisitos mínimos para que possa ser instaurado o procedimento arbitral – Art. 10, Lei 9.307/96. Desta forma quando surgir o conflito as Partes não terão que firmar o Compromisso Arbitral, e qualquer uma delas poderá dar início ao procedimento arbitral.
A Cláusula Arbitral Cheia, pode ser dividida em:
I – Cláusula Arbitral cheia mediante a qual as partes pactuam todas as condições para a instauração da arbitragem – Art. 10, lei 9.307/96;
II – Cláusula Arbitral Cheia quando refere-se às regras de uma entidade especializada que já contém as condições formais para a instituição da arbitragem. 
Cláusula Arbitral Vazia: também conhecida como Cláusula Arbitral em Branco é aquela em que as Partes simplesmente se obrigam a submeter seus conflitos à arbitragem sem estabelecer, contudo, as regras mínimas para desenvolvimento da solução arbitral, e também indicar as regras de uma entidade especializada.
Neste caso, será necessário que as Partes firmem um Compromisso Arbitral para estabelecer os requisitos do Art. 10da lei de Arbitragem, indicando o árbitro, a matéria que será submetida, o lugar em que será proferida a sentença.
2.4 Compromisso Arbitral
O compromisso arbitral nada mais é do que a convenção de arbitragem mediante o qual as Partes pactuam que o conflito já existente entre elas será dirimido através da solução arbitral.
O Compromisso Arbitral pode ser:
Judicial, na medida em que as Partes decidem colocar termo no procedimento judicial em andamento e submeter o conflito a arbitragem;
Extrajudicial, firmado depois do conflito, mas antes da propositura de ação judicial.
O que caracteriza o momento do nascimento/surgimento do Compromisso Arbitral é posterior a existência do conflito, podendo se manifestar antes ou durante a demanda judicial. E, se for antes impede, em razão da vontade das Partes, o acesos ao Poder Judiciário para dirimir o conflito.
Requisitos do Compromisso Arbitral: Art. 104 e 166, inc. IV do CC/2002
O Art. 10, lei 9.307/96 também prescreve alguns requisitos essenciais, logo se vinculado a este qualquer disposição em contrário acarretará a nulidade absoluta do compromisso arbitral que não a respeite.
4. O princípio da competência-competência 
 Nos termos do Art. 8, lei 9.307/96 a Cláusula Arbitral ou Compromissória não é acessório do contrato. Portanto, como é autônoma, a nulidade do contrato não implica em nulidade da cláusula arbitral.
Ainda que haja qualquer controvérsia sobre a nulidade da Cláusula Arbitral ou do Contrato será decidida pela Arbitragem e não pelo Poder Judiciário, ainda que as Partes tenham resilido bilateralmente o contrato e a controvérsia verse sobre o distrato.
A competência-Competênciacomo elemento basilar da eficácia da arbitragem como meio de solução de controvérsias não é exclusividade do Direito Pátrio. Ex.: LeiModelo da Comissão das Nações Unidas para o Direito Comercial Internacional – vide Art. 16.; Camara do Comércio Internacional de Paris.
2.5. Efeitos da convenção arbitral
Entre as partes os efeitos jurídicos podem ser definidos:
Exclusão do Poder Judiciário para solucionar os conflitos e a submissão das partes à sentença arbitral, que só podem recorrer ao Poder Judiciário no caso de nulidade ou extinção do compromisso, consequentemente, apenas para rever questões formais;
investidura do árbitro após sua aceitação; substituição do árbitro em caso de falta, recusa ou impedimento.
a indicação de desempatador em caso de empate entre árbitros; 
o pagamento do árbitro posteriormente o cumprimento de suas funções;
e a responsabilidade civil da partes que der azo à extinção do compromisso.
 2.6. Extinção da convenção arbitral 
O compromisso arbitral extingue-se nas hipóteses do artigo 12, da Lei de Arbitragem, ou seja:
quando qualquer árbitro recusar-se, antes de aceita a nomeação, e as partes terem deliberado que não seria aceito substituto; 
quando, também, deliberado, que não seria aceito substituto em caso de falecimento ou impossibilidade do árbitro proferir seu voto; 
quando tiver expirado o prazo fixado no compromisso e o árbitro, embora notificado a respeito do prazo de 10 dias para apresentar a sentença arbitral, não apresente sua decisão.
UNIDADE III
3. Procedimento arbitral 3.1. Princípios 3.2. Início do procedimento: aceitação da função pelo árbitro 3.3. Eventual adendo à convenção3.4. Impugnação aos árbitros ou à convenção: momento; limites da preclusão 3.5. A definição do procedimento 3.6. Desnecessidade de advogado 3.7. Conciliação 
3.8. Produção probatória 
Base legal: Art.22 
Poderá o Arbitro ou o Tribunal Arbitral tomar o depoimento das partes, ouvir testemunhas e determinar a realização de perícias ou de outras provas que julgar necessárias, mediante requerimento das partes ou de ofício.
Características da Produção do Conjunto Probatório:
O árbitro receberá as provas para instruir o processo de acordo com o que for produzido pelas partes;
Porém, poderá o arbitro quando entender cabível requerer a produção de novas provas;
O árbitro poderá aplicar o Principio Dispositivo do Processo no qual o árbitro assumepoderes de iniciativa para pesquisar a verdade real e instruir bem a causa;
O árbitro pode ainda requisitar documentos e informações aos órgãos públicos;
Pode ainda determinar que uma prova seja reapresentada/repetida para seu melhor convencimento;
Havendo substituição do árbitro, todo o conjunto probatório pode ser repetido (art. 16, lei 9307/96);
Par. 1 e 2 do Art. 22, lei 9307/96dispõem sobre o depoimento das testemunhas. Pela falta de comparecimento injustificada, o arbitro, assim como no processo comum, poderá determinar que a testemunha seja conduzida sob vara, com requerimento feito ao Poder Judiciário;
Não cabe, porém, oitiva por Carta Precatória em caso da testemunha residir em outra comarca.
3.9. Medidas coercitivas e urgentes 
Base legal: Art. 22, par. 4, Lei 9.307/96, dispõe que havendo necessidadede medidas coercitivas ou cautelares, os árbitros poderão solicitá-los ao órgão do Poder Judiciário que seria, originalmente, competente para julgar a causa.
Procedimento:
A Parte interessada realiza o pedido cautelar;
O árbitro analisa e defere ou indefere o pedido
Deferido o pedido, o árbitro requisita ao juiz togado o seu cumprimento. O árbitro deve elaborar um ofício ao juiz com cópia da convenção de arbitragem acompanhado dos demais documentos que instruem os autos, especialmente os que fundamentam a cautelar;
O juiz determinar a cautelar se limitando aquilo que foi requerido pelo árbitro, verificando apenas os aspectos formais, nunca o mérito;
Havendo negativa pelo juiz sem justificativa, caberá representação correicional.
UNIDADE IV
4. Sentença arbitral 4.1. Noção e espécies 
Natureza antes da Lei 9.307/96: laudo arbitral;
Natureza após a Lei 9.307/96: sentença arbitral;
Conceito: Art. 162 do CPC, segundo o qual sentença é o ato que revela o conteúdo dos art. 267 e 269 do mesmo diploma legal. É dotada da mesma eficácia judicial transitado em julgado e deve ser proferida por escrito (art. 24 da Lei 9.307/96).
As sentenças Arbitrais, assim como as judiciais, podem ser:
terminativas: de conteúdo meramente processual
Definitivas: aquelas que reconhecem o direito de uma das partes em detrimento da outra. Podem ser condenatórias, declaratórias ou constitutivas.
4.2. Lugar, prazo e forma de proferimento da sentença
A sentença será proferida na forma escrita,em local e prazo pré-estabelecidos na convenção de arbitragem. Não havendo local e prazo será determinado a câmara Arbitral como local e o prazo de seis meses. Ultrapassado o prazo sem ter sido proferida a sentença, o arbitro será notificado para proferir a sentença em 10 dias. Não sendo proferida, a parte interessada poderá arguir a nulidade da sentença em razão da extinção do compromisso arbitral(art. 12, III, lei 9.307/96)
4.3 Requisitos da Sentença: relatório, fundamentação e dispositivo. Data e local em que foi proferida.
4.4. Correção de erros materiais; suprimento de omissões e esclarecimentos
Art. 29, Lei 9.307/96. Comunicaçãoe pedido de esclarecimento através de embargos de declaração
Prazo: cinco dias a contar do dia seguinte do pedido de esclarecimento
4.5 Nulidade da Sentença Arbitral
	
	Nulidade Absoluta
	Nulidade Relativa
	Conteúdo
	Infraçao as normas de ordem pública
	Afronta aos interesses individuais
	Efeito
	O ato é produzido é nulo
	O ato é anulável
	Sentença para atacar a nulidade
	Meramente declaratória, não está sujeita à prescrição ou a decadência e produz efeitos ex tunc
	A sentença é desconstitutiva e produz efeitos ex nunc
	Quem pode alegar
	Qualquer interessado ou mesmo o juiz pode ex officio
	Só cabe ao interessado alegar nulidade relativa
	Ratificação
	O ato nulo não pode ser ratificado
	Expressa ou tácita
	Prescrição da ação para reconhecimento da nulidade
	Não prescreve ou decai.
	Decai em quatro anos nos casos de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão e fraude contra credores e de dois anos nos demais casos, salvo lei que disponha diversamente, como é o caso do prazo de noventa dias do art. 33, lei 9307/96

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