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Direito Ambiental no Âmbito
Constitucional e no Espaço Urbano
A tutela ao meio ambiente na Constituição e os diversos instrumentos para a proteção ambiental.
Prof.° Pedro Curvello Saavedra Avzaradel
1. Itens iniciais
Propósito
Compreender, a partir de uma visão constitucional, o direito ambiental e seus princípios mais relevantes.
Entender os instrumentos e a estrutura administrativa existentes para a implementação do direito ambiental.
Conferir atenção especial a importantes instrumentos de gestão preventiva: o licenciamento e as avaliações
de impacto ambiental.
Preparação
Antes de iniciar o estudo do conteúdo proposto, é importante ter em mãos: a Constituição brasileira de 1988;
a Lei nº 6.938, de 1981; a Lei Complementar nº 140, de 2011; e as Resoluções nº 1/1986, 9/1987 e 237/1997 do
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).
Objetivos
Compreender a Proteção Constitucional do Meio Ambiente e os Princípios da Precaução e Prevenção.
Descrever o papel dos órgãos e das entidades mais relevantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente
(SISNAMA).
Distinguir as três licenças ambientais clássicas e o momento ideal para realização do Estudo Prévio de
Impacto Ambiental (EIA).
Introdução
Neste tema, partiremos de uma visão constitucional a fim de compreender o direito ambiental e seus
princípios mais relevantes (prevenção, precaução). Abordaremos as principais estruturas criadas para
implementar a gestão ambiental do Estado. Isso inclui compreender o Sistema Nacional do Meio Ambiente
(SISNAMA), seus órgãos (como o CONAMA) e suas entidades (por exemplo, o Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA) mais relevantes. 
Veremos ainda os principais instrumentos trazidos pela Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) (Lei nº
6.938, de 1981) para implementar a gestão pública nessa área e concretizar os princípios mais importantes do
direito ambiental. 
Ao final, detalharemos alguns dos instrumentos mais importantes, polêmicos e debatidos no direito ambiental:
as licenças ambientais (a licença prévia, por exemplo), o Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA) e o seu 
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). 
• 
• 
• 
1. Proteção constitucional do Meio Ambiente e seus princípios
Ligando os pontos
Você sabe que a gestão ambiental é um tema que vem ganhando cada vez mais importância para as
empresas? Sabia que saindo da esfera pública e entrando no radar das empresas privadas, a gestão ambiental
se encaixa nos ESG - Environmental, Social and Governance (Ambiente, Social e Governança) e é a própria
governança empresarial? Você seria capaz de fazer uma análise sobre um processo de licenciamento
ambiental? 
 
Diante dessa questão, tão importante para a preservação do nosso planeta, vamos analisar o estudo de caso
a seguir.
O crescimento da indústria de aço trouxe a extração do minério de manganês (Mn) para o centro da discussão
da preservação ambiental. O nosso país tem uma das maiores reservas de minério de Manganês do mundo,
em Carajás – PA. A produção nacional é responsável por 68% de todo o minério de Mn extraído no Mundo e
em 2018 alcançou a marca de 5.805.557 toneladas brutas (ANM, 2020).
 
Essa indústria traz benefícios econômicos visíveis ao Pará, principalmente com seu crescimento. Contudo, os
danos ambientais produzidos por essa extração são enormes: poluição do ar, das águas, inclusive lençol
freático, e do solo. Para a exploração desse tipo de minério é necessário o licenciamento ambiental, que é um
dos instrumentos mais importantes para controlar as atividades que afetam o meio ambiente.
 
Para uma empresa obter uma licença ambiental, é necessário um estudo profundo dos impactos que sua
atividade terá e como esse impacto vai ser mitigado durante a sua operação. Outra questão importante é
como a empresa vai compensar esses dados, principalmente aos moradores que residem próximo ao
empreendimento. Por fim, deve-se também indicar como a recuperação do meio ambiente será realizada após
o fim das operações da organização, procurando já identificar seus custos e apresentar um plano para essa
recuperação, inclusive em caso de acidentes e até mesmo de falência da empresa, com a contratação de
seguros ambientais.
 
O entendimento mais profundo dessa questão pode ser acompanhado pelo estudo encontrado em MAIA et. al.
(2021), que mostra uma pesquisa documental de quatro empreendimentos de extração de Mn em Marabá
(PA). Dos 04 empreendimentos com pedidos de licenciamento na plataforma SEMAS – SIMLAM Público, 02
empreendimentos são novos com pedido de Licença de Instalação e Operação (LIO) e os outros 02
empreendimentos são para a Renovação de Licença de Operação.
 
O resultado da pesquisa mostrou que a primeira e a quarta empresas do estudo apresentaram 60% dos
documentos necessários para a emissão da licença ambiental. Já a segunda e terceira empresas do estudo
apresentaram 80% dos documentos anexados ao processo.
 
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
Questão 1
Com a chegada da CF88 ao ordenamento jurídico brasileiro, a proteção ambiental ganhou um destaque
enorme. Ela foi alçada a categoria de bens tutelados pelo ordenamento jurídico. A CF88 também sistematizou
a matéria ambiental e determinou o direito ao meio ambiente sadio como um direito fundamental do indivíduo,
além de instituir a proteção do meio ambiente como princípio da ordem econômica, no art. 170. A criação de
mecanismos de controle e proteção ambiental foi outro marco introduzido pela CF88, tornando-a conhecida
como “Contribuição Verde”. Diante dessa questão da adoção da proteção do meio ambiente na CF88, quais os
princípios mais relevantes você considera que a CF usa para construir o arcabouço jurídico Nacional?
A
Preservação e Proibição
B
Preservação e Precaução.
C
Constituição e Precaução
D
Constituição e Proibição.
E
Preservação e Reflorestamento.
A alternativa B está correta.
Os princípios que a CF88 levou em consideração em seu arcabouço jurídico de proteção ambiental foram a
Preservação e a Precaução. A preservação ao privilegiar a natureza em detrimento do lucro e da exploração
sem considerar as consequências, e a precaução ao terminar que para que um empreendimento seja
realizado, é necessária uma série de estudos e documentos que comprovem a viabilidade ambiental do
projeto, empreendimento.
Questão 2
Quando pensamos em um arcabouço legal que rege o sistema de proteção ambiental do nosso país, vemos
que ele é composto de regras e princípios. No caso em estudo, o que estamos aplicando são as regras. Para
você, qual a diferença existente entre as regras e os princípios legais dentro do sistema de proteção ambiental
nacional?
A
As regras, geralmente, possuem um comando abstrato e estipulam determinada conduta. Já os princípios são
mais concretos do que as regras e apontam na direção de valores que podem ser concretizados de diversas
formas.
B
As regras, geralmente, possuem um comando claro e estipulam determinada conduta. Os princípios também
são concretos e apontam na direção de valores que só podem ser concretizados de uma forma, cumprindo a
regra.
C
As regras, geralmente, possuem um comando claro e estipulam determinada conduta. Já os princípios são
mais abstratos do que as regras e apontam na direção de valores que podem ser concretizados de diversas
formas.
D
As regras, geralmente, possuem um comando abstrato e estipulam determinada conduta. Já os princípios são
concretos e apontam na direção de valores que só podem ser concretizados de uma forma, cumprindo a
regra.
E
“As regras possuem comando concreto, mas que nunca estipulam conduta. Os princípios, por sua vez,
possuem comando concreto e que estipulam condutas.
A alternativa C está correta.
As regras são exatamente a concretização dos princípios. Elas são os princípios colocados em prática,
gerando ações no mundo real e não apenas ideias em um mundo abstrato. Ao se aplicar as regras e
cumpri-las, estamos tornando os princípios palatáveisomitam ou insiram
dados ou informações falsas. Essas condutas
são crimes, previstos no art. 69-A da Lei de
Crimes Ambientais (Lei 9.605/1998), bem como
infrações administrativas, previstas no art. 82
do Decreto nº 6.514, de 2008.
Depois de apresentado, o EIA tem seu
conteúdo analisado. Uma vez aprovado,
geralmente ele e o RIMA são publicados e/ou
disponibilizados aos interessados. Geralmente
ocorre, como veremos a seguir, uma audiência
pública, na qual o projeto é debatido.
Atenção
O EIA/RIMA foi pensado para empreendimentos complexos. Por isso, possui um conteúdo mínimo
extenso. Por essa razão, costuma ser elaborado por uma equipe multidisciplinar. Sua elaboração pode
levar meses, e seu custo (encargo do empreendedor) pode ser elevado, dependendo do caso. 
Como diretrizes para a elaboração do EIA, o art. 5º da Resolução nº 1, de 1986, do CONAMA, elenca:
[...] a consideração de alternativas de técnicas e locais diversos; a avaliação dos impactos de todas as
fases do empreendimento; a definição das áreas afetadas; e a consideração dos programas públicos
para as áreas sugeridas ou idealizadas para o empreendimento.
Por sua vez, o art. 6º traz as atividades técnicas mínimas e indispensáveis:
[...] diagnóstico ambiental completo (físico, biológico e socioeconômico); análise, interpretação e
classificação dos impactos e de suas alternativas; apresentação das medidas mitigadoras, avaliando sua
eficiência; e apresentação do plano de monitoramento e acompanhamento.
Com base nas informações apresentadas no requerimento da LP (como a tipologia da atividade), o órgão ou a
entidade responsável pelo licenciamento costuma editar um ato com orientações específicas que
complementam esses conteúdos mínimos vistos aqui anteriormente.
Nos licenciamentos feitos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA), esse documento se chama Termo de Referência.
Comentário
O EIA acaba, muitas vezes, tendo centenas de páginas, sendo dividido em capítulos com uma linguagem
altamente técnica. Isso dificulta que pessoas interessadas em conhecer e debater o empreendimento
proposto possam participar, por exemplo, de uma audiência pública. 
O RIMA
De forma a ampliar ao máximo o debate acerca dos empreendimentos sujeitos ao EIA, deve-se observar a
obrigatoriedade de elaboração, em cada estudo, do RIMA.
Conforme o art. 9º da Resolução nº 1 de 1986, o RIMA deve trazer as conclusões do EIA de forma acessível:
A linguagem escrita deve ser menos técnica; devem ser utilizados gráficos, tabelas, mapas e outras
formas de comunicação visual. Tudo para que os cidadãos não especializados possam entender os
pontos positivos e negativos da atividade proposta e em licenciamento.
Conforme o art. 11 da Resolução 1/1986, com a exceção das informações que caracterizem sigilo industrial, o
RIMA deve ficar disponível para consulta. Ao final, o RIMA costuma ter algumas dezenas de páginas. 
Atualmente, esses relatórios são disponibilizados na rede mundial de computadores (nem sempre os EIAs,
porque são arquivos muito pesados).
Dica
O RIMA ajuda que as pessoas consigam participar das audiências públicas conduzidas nos
licenciamentos ambientais sujeitos ao EIA. Por isso, é comum vermos a expressão EIA/RIMA, já que os
dois dispositivos são exigíveis nos casos de significativa degradação ambiental, efetiva ou potencial. 
Audiência pública e participação
Buscando disciplinar as audiências públicas nos casos de empreendimentos obrigados a fazer o EIA/RIMA, o
CONAMA editou a Resolução nº 9, de 1987. Nos termos do art. 1º dessa resolução, a audiência pública se
destina a expor aos interessados o projeto em licenciamento, esclarecer dúvidas e colher sugestões.
Essa resolução traz no caput do art. 2º os casos nos quais a realização da audiência pública é obrigatória. E,
nesses casos, a concessão de uma licença sem a realização da audiência acarreta sua nulidade. Ou seja, ela
não é válida, não existe para o Direito.
Vamos ver os casos de obrigatoriedade. São eles: 
Determinação do órgão ambiental.
Solicitação por uma associação ou organização não governamental (ONG).
Solicitação pelo Ministério Público (MP).
Solicitação por cinquenta ou mais pessoas.
• 
• 
• 
• 
 
Na prática, considerando todas essas hipóteses, é muito raro (e até estranho) que um EIA/RIMA não
seja submetido a uma audiência pública.
1 O requerimento da LP deve ser publicado.
2 Além disso, nos termos da Resolução 9/1987, recebido o EIA, deve haver um edital com prazo
mínimo de 45 dias para que os sujeitos envolvidos possam solicitar a audiência.
3 Posteriormente, deve ser convocada a audiência pública, divulgando-a na imprensa e nas mídias
oficiais.
4 O local dessa audiência deve ser acessível aos interessados e, principalmente, aos afetados de
alguma forma pelo projeto.
5 Dependendo da dimensão do empreendimento e da área afetada, pode ser necessário fazer mais
de uma audiência pública, para que todos os interessados possam participar.
6 Cabe a um representante do órgão ou da entidade responsável pelo licenciamento conduzir a
audiência.
7 Após uma exposição do projeto, deve ser dado um tempo para debates, para que possam ser feitas
perguntas e sugestões.
8Ao final, é feita uma ata resumida do que aconteceu. Em geral, também se faz uma ata com a
transcrição completa. Atualmente, alguns órgãos e entidades disponibilizam também os vídeos e
áudios da audiência em seus portais na rede.
9Todo esse material é anexado ao processo de licenciamento (em muitos casos, já digital) para ser
avaliado junto com as análises técnicas a fim de fundamentar o parecer final do licenciador pela
concessão ou não da licença.
Como bem sublinha Antunes (2020), não existe uma obrigação de acolher as sugestões apresentadas na
audiência pública, mas elas devem ser consideradas, e a opção de acolhê-las ou não deve ser fundamentada.
Saiba mais
Em 2020, o CONAMA editou a Resolução nº 494 autorizando, excepcionalmente, a realização de
audiências públicas de forma virtual, enquanto durasse a pandemia causada pela Covid-19. O art. 3º
dessa resolução exige que seja disponibilizado pelo menos um ponto de acesso à rede mundial para que
os diretamente afetados possam participar. 
Estudo Prévio de Impacto Ambiental e seu relatório
No vídeo a seguir, a professora Cristiane Jaccoud comenta sobre o Estudo Prévio de Impacto Ambiental e seu
relatório (EIA/RIMA). Vamos assistir!
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Verificando o aprendizado
Questão 1
Sobre as licenças ambientais, marque a alternativa correta.
A
O licenciamento ambiental é um instrumento de controle posterior, dentro do qual são realizadas avaliações
de impacto ambiental.
B
A LI autoriza o início das obras, desde que estejam de acordo com as restrições nela contidas.
C
Além de analisar os impactos próprios da operação, o procedimento para obtenção da LP também deve
verificar se as licenças anteriores foram observadas.
D
A LO autoriza o início das obras, desde que estejam de acordo com as restrições nela contidas.
E
As licenças ambientais não são atos administrativos.
A alternativa B está correta.
Somente após obter a LI é possível iniciar a implementação ou as construções relativas ao
empreendimento. A LP está voltada para uma avaliação mais geral e anterior sobre a localização e a
viabilidade ambiental do projeto apresentado. E, por sua vez, a LO verifica o cumprimento das anteriores,
focando em restrições que dizem respeito à operação do empreendimento.
Questão 2
Sobre o EIA, o RIMA e a realização de audiências públicas, marque a alternativa correta.
A
O EIA é a única espécie de AIA admitida, por isso está consagrada na Constituição como obrigatória em todos
os casos de licenciamento ambiental.
B
O EIA é um estudo simples e pensado para empreendimentos de pequeno porte e pequeno potencial de
impacto. Em regra, é solicitado antes da LI, após a audiência pública.
C
Todo cidadão tem o direito constitucional de solicitar uma audiênciapública nos casos de significativo impacto
ambiental, bastando um requerimento individual para que seja obrigatória.
D
O EIA é um estudo complexo, pensado para empreendimentos de grande potencial de impacto, efetivo ou
potencial. Em regra, é solicitado na avaliação do pedido de LP, sendo, geralmente, objeto de uma audiência
pública.
E
A elaboração do EIA/RIMA é de atribuição do órgão ou da entidade responsável pelo licenciamento.
A alternativa D está correta.
O EIA/RIMA é exigido nos casos de significativa degradação ambiental, efetiva ou potencial. O momento
mais adequado para a apresentação do estudo e do respectivo relatório é no procedimento de obtenção da
LP. Dadas as várias hipóteses nas quais é obrigatória a realização da audiência pública, os casos de EIA/
RIMA geralmente são discutidos nessas audiências.
4. Conclusão
Considerações finais
Como vimos, o princípio do Acesso à Justiça pode ser compreendido em uma nova dimensão com a aplicação
das tecnologias da informação no aprimoramento dos métodos de resolução de conflitos ou na criação de
novos métodos. Dentro disto, estão as cortes on-line ou a Justiça Digital, caracterizada pela prestação da
jurisdição estatal de forma integralmente on-line. No Brasil, destacam-se as Resoluções nº 345 e nº 372 do
CNJ a esse respeito.
Vimos também a crescente participação dos mecanismos de inteligência artificial nos atos procedimentais,
sendo profícuas as iniciativas do país. Além do conceito, estudamos possíveis limites na utilização de tais
mecanismos, especialmente a necessidade de preservação das decisões humanas.
Por fim, vimos juntos as ODRs e as principais características dos mecanismos de mediação e arbitragem on-
line.
Podcast
Neste podcast, o especialista tratará do surgimento da Justiça Digital e da resolução on-line de conflitos,
destacando os benefícios e as críticas que lhes são dirigidas. 
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para ouvir o áudio.
Explore +
Conheça o projeto Dra. Luiza, implementado junto à Procuradoria do Distrito Federal para entender os
processos de execuções fiscais.
 
Saiba mais sobre o projeto em andamento no Supremo Tribunal Federal conhecido como Victor, nomeado
justamente em homenagem ao ex-ministro do próprio STF Victor Nunes Leal.
 
Conheça também sobre o projeto Sócrates, voltado para identificar previamente as controvérsias jurídicas
presentes nos recursos especiais.
Referências
ALFORD, R. The Virtual World and the Arbitration World. In: Journal Of Arbitration, v. 449, p. 452, 2001.
 
BRIGGS, L. J. Civil Courts Structure Review: Final Report, July 2016.
 
CAPPELLETTI, M.; GARTH, B. Acesso à Justiça. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 1988.
 
CORTÉS, P. Online dispute resolution for consumers in the European Union (Routledge Research in Information
Technology and E-Commerce Law). London: Taylor and Francis, 2011.
 
ECONOMIDES, K. Lendo as ondas do “movimento de acesso à justiça”: Epistemologia versus metodologia? In:
PANDOLFI, D. [et al.] (orgs). Cidadania, justiça e violência. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 1999. p.
61-76.
 
FALECK, D. Manual de design de sistemas de disputas: criação de estratégias e processos eficazes para tratar
conflitos. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2018.
 
KATSH, E.; RABINOVICH-EINY, O. Digital Justice: technology and the internet of disputes. Oxford: Oxford
University Express, 2017.
 
LUCON, P. H. S. [et al.] (Coords). Direito, processo e tecnologia. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2020.
 
MCCARTHY, J.; MINSKY, M. L.; ROCHESTER, N.; SHANNON, C. E. A proposal for the Dartmouth summer
research project on artificial intelligence. AI magazine, v. 27, n. 4, p. 12, 2006.
 
RODRIGUES, M. A.; GISMONDI, R. Métodos de solução consensual de conflitos e a Fazenda Pública. In:
Mediação e arbitragem na administração pública: volume 2 [recurso eletrônico] / Coordenadores Humberto
Dalla Bernardina de Pinho, Roberto de Aragão Ribeiro Rodrigues. Santa Cruz do Sul: Essere nel Mondo, 2020.
 
TAMER, M. Justiça digital. São Paulo: Juspodivm, 2021.
 
THAMAY, R.; TAMER, M. Provas no direito digital: conceito da prova digital, procedimentos e provas digitais em
espécie. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2020.
 
SUSSKIND, R. Online courts and the future of justice. Oxford: Oxford University Express, 2019.
	Direito Ambiental no Âmbito Constitucional e no Espaço Urbano
	1. Itens iniciais
	Propósito
	Preparação
	Objetivos
	Introdução
	1. Proteção constitucional do Meio Ambiente e seus princípios
	Ligando os pontos
	Questão 3
	Conceito de meio ambiente
	Exemplo
	Conferência de Estocolmo
	Plástico nos oceanos ameaça vida marinha
	Emissão de poluentes pela atividade industrial
	Conceito de Direito Ambiental
	Regras
	Princípios
	Atividade discursiva
	Autonomia do direito ambiental
	Tutela constitucional do meio ambiente
	Atenção
	Proteção do meio ambiente na constituição de 1988
	Saiba mais
	Regras Constitucionais diretas e indiretas sobre o meio ambiente
	Normas diretas
	Normas indiretas
	Princípios constitucionais do direito ambiental
	Atenção
	Princípio da prevenção
	Comentário
	Princípio da precaução
	Exemplo
	Prevenção e Precaução
	Conteúdo interativo
	Princípio do poluidor-pagador
	Atenção
	Princípio do desenvolvimento sustentável
	Princípio da função socioambiental da propriedade
	Propriedade urbana
	Propriedade rural
	Propriedade urbana
	Propriedade rural
	Atenção
	Princípio da participação
	Poder Legislativo
	Poder Judiciário
	No Executivo
	Verificando o aprendizado
	2. Órgãos e as Entidades do Sistema Nacional do Meio Ambiente
	Ligando os pontos
	Questão 3
	Gestão Ambiental
	Resumindo
	Sistema e conselho nacional do meio ambiente (SISNAMA)
	Conselho de governo
	Ministério do meio ambiente
	Instituto Brasileiro do meio ambiente e dos recursos renováveis (IBAMA) e Instituto Nacional Chico Mendes de conservação da biodiversidade (ICMBIO)
	Estruturas executoras estaduais
	Estruturas executivas locais
	Estruturas executivas locais
	O CONAMA
	ART. 8º DA LEI Nº 6.938 DE 1981
	Atenção
	Instrumentos da PNMA
	Padrões da qualidade ambiental
	Exemplo
	O zoneamento ambiental
	Atenção
	Incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental
	Criação de espaços territoriais especialmente protegidos
	Exemplo
	O sistema nacional de informações sobre o meio ambiente e a garantia da prestação de informações
	Atenção
	Os cadastros federais de atividades
	No primeiro cadastro
	No segundo cadastro
	Penalidades
	Comentário
	Relatório de qualidade do meio ambiente (RQMA)
	Instrumentos econômicos
	Exemplo
	Instrumentos da política Nacional do Meio Ambiente
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	3. Licenças Ambientais e Estudo Prévio de Impacto Ambiental
	Ligando os pontos
	Questão 3
	Licenças Ambientais
	Atenção
	Forma 1
	Forma 2
	Forma 3
	Atividade discursiva
	Atenção
	Tipos de licença ambiental
	LICENÇA PRÉVIA (LP)
	LICENÇA DE INSTALAÇÃO (LI)
	LICENÇA DE OPERAÇÃO (LO)
	PROCEDIMENTOS SIMPLIFICADOS
	Instrumentos Legais de Implementação de AIA
	Estudo de impacto de vizinhança (EIV)
	Exemplo
	Relatório Ambiental Simplificado (RAS)
	Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA)
	O EIA
	Exemplo
	Saiba mais
	Atenção
	Comentário
	O RIMA
	Dica
	Audiência pública e participação
	Saiba mais
	Estudo Prévio de Impacto Ambiental e seu relatório
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	4. Conclusão
	Considerações finais
	Podcast
	Conteúdo interativo
	Explore +
	Referênciase realizando as opções cabíveis em cada caso
particular, e não apenas de forma mais geral.
Questão 3
As avaliações de impacto ambiental e as licenças ambientais são usadas para garantir a preservação do meio
ambiente e, consequentemente, a qualidade de vida. Que análise você faria sobre o processo de
licenciamento ambiental? Quais as falhas apresentadas?
Chave de resposta
O licenciamento ambiental é uma ferramenta que o poder público tem para controlar e obrigar as empresas
exploradoras de minérios a terem uma preocupação com os danos ambientais que suas atividades
provocam. Ao pedir uma série de ações e reparações as empresas, o governo age como guardião do
interesse público em detrimento do interesse particular. Com essa ação, o poder público cumpre com seu
Vista do interior do prédio do Sveriges Riksdag
(Parlamento sueco), onde foram realizadas diversas das
reuniões da Conferência.
papel de atender a sociedade e não a grupos específicos. Da análise dos documentos apresentados no
caso, depreende-se que as empresas não apresentaram todos os documentos e informações necessárias
para a conceção da licença requerida, sendo que uma opção do poder público, rejeitar o pedido de
licenciamento, ou pedir a complementação dos documentos faltantes.
Conceito de meio ambiente
Podemos dizer que a expressão meio ambiente encerra um pleonasmo. Isso porque tanto a palavra “meio”
quanto a palavra “ambiente” trazem a mesma ideia-chave de entorno. É comum falarmos em meio ambiente,
mas podemos ler, às vezes, apenas “ambiente”, “meio” ou até “entorno”. E muitos adjetivos se referem apenas
ao ambiente.
Exemplo
Quando falamos em licenciamento ambiental, mas não em licenciamento meio ambiental. 
Mas esse meio, ou esse ambiente, estaria em volta de quê? Ou de quem?
Embora atualmente seja possível debater se o que deve estar no centro das preocupações ambientais seja a
vida ou até o planeta Terra, vamos partir da ideia mais tradicional, e ainda predominante, de que o centro a
partir do qual sabemos o entorno é o ser humano (ANTUNES, 2020).
Isso porque, além de o Direito ser uma construção humana, o Direito ambiental tem o seu marco inicial na:
Conferência de Estocolmo
Evento promovido pela Organização das Nações Unidas
(ONU) e realizado na Suécia em 5 de junho de 1972.
Observando a Declaração de Estocolmo, percebemos que
ela, desde o preâmbulo, ressalta que os seres humanos
precisam de um entorno equilibrado, e que isso seria um
direito da maior importância, fundamental, pois está ligado
diretamente à dignidade da vida humana. O art. 225 da
nossa Constituição Federal, de 1988, grassa no mesmo
sentido.
Esse ambiente, meio ou entorno geralmente é imaginado,
idealizado, como a visão de uma floresta nativa, de uma
praia paradisíaca, ou seja, nos casos em que se apresenta
como natural.
Bacia da Floresta Amazônica
Podemos dizer que o ambiente natural é aquele que existe como tal sem a ação determinante do ser
humano.
Porém, o nosso entorno é cada vez menos natural, cada vez mais artificial, construído. A maior parte da
população mundial já vive no espaço urbano, que surge pela ação humana, com a construção de casas, a
abertura de vias de transporte, a construção de redes de esgoto e eletricidade.
Plástico nos oceanos ameaça vida marinha
Atualmente, já discutimos como os seres humanos interferem no clima do
planeta, na quantidade de plásticos e outros resíduos que ocupam
lugares antes intocáveis.
Emissão de poluentes pela atividade industrial
Alguns chegam a dizer que esta era geológica pode ser descrita como
antropoceno, tamanha é a nossa interferência no ambiente (SARLET;
FENSTERSEIFER, 2020).
Tudo isso demonstra a importância de cuidarmos do ambiente urbano, também chamado de artificial
ou construído. Assim, instrumentos importantes como as avaliações de impacto ambiental e as
licenças ambientais também são utilizados para garantir uma sadia qualidade de vida nas cidades,
nos centros urbanos e nas regiões metropolitanas.
Conceito de Direito Ambiental
Embora seja o direito um fenômeno social, por meio do qual sociedades se regulam e protegem os bens que
consideram mais importantes, quando estudamos o Direito estamos preocupados com o direito que está
posto, escrito, positivado. Partindo dessa visão, que podemos chamar de positivista, o Direito é visto como um
sistema de normas de determinado espaço e tempo. Por isso, nosso Direito constitucional possui como
principal norma a Constituição, válida desde 5 de outubro de 1988 no território do Brasil.
Podemos dizer que o Direito ambiental é um conjunto de normas cujo objetivo é proteger o meio ambiente
para as presentes e futuras gerações. Essas normas jurídicas podem ser divididas em dois grandes grupos.
Regras
Possuem, geralmente, um comando claro e estipulam determinada conduta. Por exemplo, o caput do
art. 225 dispõe que o poder público e a coletividade devem preservar o meio ambiente para esta
geração e para as vindouras. O inciso III, §1º, desse mesmo artigo estabelece que o público deve criar,
em todas as unidades da federação, espaços territoriais especialmente protegidos, que conhecemos,
comumente, como unidades de conservação.
Princípios
São mais abstratos do que as regras e apontam na direção de valores que podem ser concretizados
de diversas formas (AVZARADEL, 2019). Veremos os princípios detalhadamente mais adiante.
Atividade discursiva
Por ser um ramo relativamente novo do Direito, nascido no século passado, você diria que o Direito ambiental
contava com autonomia?
Chave de resposta
A resposta é positiva. Essa autonomia decorre das características específicas do Direito ambiental – ser um
direito voltado para o futuro, protegendo gerações futuras – e dos princípios igualmente peculiares.
Autonomia do direito ambiental
Nota-se que a proteção do meio ambiente está presente em tratados ambientais, na definição de crimes e de
infrações administrativas, e na prevenção e reparação de lesões em nosso entorno. Por isso, o Direito
ambiental reúne normas e institutos de vários outros ramos do Direito.
O fato de haver normas ambientais em vários ramos do Direito reforça sua autonomia e, embora
mantenha com eles relações constantes, não se confunde com nenhum desses ramos.
Como ramo autônomo, o Direito ambiental precisa de uma disciplina igualmente autônoma, capaz de
sistematizar os institutos e as normas presentes em todo o ordenamento jurídico. E, ao mesmo tempo, deve
abranger as características únicas que fazem do Direito ambiental um ramo novo e cheio de descobertas
quando o comparamos com os ramos mais antigos.
Tutela constitucional do meio ambiente
O Direito ambiental surge com a Conferência de Estocolmo. Foi nessa conferência que se originaram as
seguintes ideias:
Dia do Meio Ambiente, comemorado no dia 5 de junho.
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)
Após essa conferência, os países foram, cada um no seu ritmo, editando normas com sua visão ambiental,
buscando resguardar o nosso entorno de forma mais completa, holística.
Isso não quer dizer que não existiam normas que já se voltavam para questões que atualmente entendemos
como ambientais. Nesses casos, o que mudou foi a perspectiva, a visão a partir da qual esses bens passaram
a ser protegidos. Foram também acrescentadas normas mais adequadas aos desafios ambientais vistos em
Estocolmo, marcadas por uma visão mais ampla, transversal.
Os tratados e as convenções 
Podem ser examinados pelo Direito
internacional.
Os crimes contra a natureza 
Precisam ser vistos com a base vinda
do Direito penal.
• 
• 
Atenção
No Brasil, a norma que sinaliza essa mudança de visão e de postura foi editada em agosto de 1981. A Lei
nº 6.938, conhecida como Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), é um marco indiscutível. Além de
objetivos e conceitos, ela traz instrumentos e uma estrutura para a implementação do Direito ambiental:
o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA). 
Contudo, conforme os países foram editando novas constituições, muitos aproveitaram paracolocar a
proteção ambiental também nesses textos. Como a Constituição representa, em regra, a norma mais
importante de um ordenamento jurídico, a tutela do ambiente nos textos dessa natureza traduziu um reforço a
essa proteção.
A partir do momento em que o meio ambiente passa a ser juridicamente protegido, não podem ser
editadas leis em sentido contrário, já que não serão compatíveis com a Constituição e, por isso, não
terão validade no ordenamento jurídico.
Atualmente, passados quase cinquenta anos da conferência de Estocolmo, boa parte dos países já possui
alguma forma de proteção constitucional do meio ambiente. No caso do Brasil, isso aconteceu já na década
de 1980, como veremos a seguir.
Proteção do meio ambiente na constituição de 1988
Ainda na década de 1980, a proteção ambiental passava a integrar a Constituição de forma destacada. Entre a
Constituição de 1934 e a atual, houve apenas a previsão constitucional acerca de alguns recursos e bens
importantes como água, energia, floresta, caça e pesca.
Além de capítulo próprio para a proteção ambiental – e o art. 225, que possui parágrafos e incisos –, a
Constituição de 1988 traz dispositivos sobre essa questão ao longo de todo texto. Veja mais a seguir:
No início, temos a previsão da ação popular (art. 5º), que pode ser usada para anular atos lesivos ao
meio ambiente.
No meio, podemos destacar a preocupação com o ambiente em artigos das políticas econômica (art.
170), urbana (art. 182) e rural (art. 186).
Na última parte do texto, destacamos essa preocupação no art. 225, já citado, e no capítulo que cuida
dos índios (art. 231).
A Constituição brasileira é tida como das mais completas em relação à proteção ambiental. Ela
consagra o direito ao meio ambiente equilibrado como um direito fundamental, essencial a uma
sadia qualidade de vida no caput do art. 225. Nesse mesmo artigo, consagra um dever geral de
proteção para as gerações presentes e futuras, além de atribuir esse dever não apenas ao poder
público, mas também à coletividade.
Isso já seria, na visão de alguns, suficiente. Contudo, a Constituição vai além do básico, detalhando os
deveres do poder público, estabelecendo princípios de forma implícita e instrumentos concretos, como:
O Estudo Prévio de Impacto Ambiental (§1º do art. 225)
A responsabilidade por atos lesivos ao meio ambiente (§3º do art. 225)
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Saiba mais
A Constituição prevê, ainda, outros instrumentos importantes ao longo do texto. Apenas para citar
alguns exemplos, o art. 5º prevê a ação popular, e o art. 129 traz a ação civil pública, ambas muito
importantes. Para dar conta das particularidades do meio ambiente urbano, o art. 182 traz instrumentos
como o plano diretor e o estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV), entre outros. 
Em suma, podemos afirmar que a Constituição Federal de 1988 usa várias técnicas para proteger este entorno
tão importante: o meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Regras Constitucionais diretas e indiretas sobre o meio
ambiente
As normas com a finalidade de proteger o meio ambiente não estão apenas no capítulo específico (art. 225),
mas ao longo de todo o texto da Constituição de 1988. Isso nos possibilita dividir todo esse conjunto de
normas em dois grandes grupos, segundo a forma que trazem essa proteção.
Normas diretas
O primeiro grupo traz as normas diretas sobre meio ambiente. A maior parte está no capítulo específico, no
art. 225. Outros exemplos importantes são as previsões da ação popular (art. 5º, inciso LXXIII) e da ação civil
pública (art. 129, inciso III).
Podemos, ainda, incluir nesse grupo as normas que dividem as competências e as atribuições do Poder
Público entre as esferas federal, estaduais e municipais. Os exemplos mais importantes estão listados a
seguir.
A competência comum a todos para o controle e combate à poluição ambiental (art. 23, inciso VI). Essa
competência é de natureza executiva e será mais detalhada no módulo 2, com a análise do SISNAMA e
da Lei Complementar nº 140, de 2011.
A competência concorrente para legislar em matéria ambiental (art. 24). Nesse ponto, compete à União
editar normas gerais que podem ser suplementadas pelos estados, os quais não podem contrariar as
leis da União. Por sua vez, os municípios podem suplementar as leis da União e dos estados, desde
que não as contrariem ou legislem sobre os assuntos de interesse local (art. 30, incisos I e II)
Normas indiretas
Por fim, podemos falar naquelas normas que cuidam de maneira indireta da questão ambiental. Elas
disciplinam a gestão de bens e recursos naturais importantes como água, energia e minérios, além de
atividades e serviços ambientalmente relevantes pelo seu impacto positivo ou negativo, como os serviços de
saneamento básico e as atividades nucleares. São apenas alguns exemplos que podem ser encontrados nos
art. 21, incisos XIX, XX e XXIII; no art. 22, incisos IV, XII e XXVI; e no art. 176.
• 
• 
Integrante de um dos povos indígenas da Amazônia
brasileira
Outras disposições desse tipo são encontradas no capítulo
que trata dos índios (povos originários), com repercussões
indiretas na proteção ambiental, conforme podemos ver ao
fazer a leitura dos arts. 231 e 232. Isso porque esses povos
possuem uma relação especial com o território que
tradicionalmente ocupam. Não é por acaso que os povos
indígenas são chamados, por vezes, de “guardiões da
floresta”.
Princípios constitucionais do
direito ambiental
O princípio da prevenção, por exemplo, pode ser realizado a
partir das avaliações de impacto ambiental e das licenças ambientais. Ou seja, os princípios são concretizados
por regras mais específicas (como as que disciplinam as avaliações de impacto e as licenças ambientais).
O fato de ser uma disciplina recente e de não ter os seus princípios consagrados expressamente faz com o
que os estudiosos do Direito (a chamada doutrina) tenham o papel fundamental de interpretar as normas e
sinalizar os princípios contidos na nossa ordem constitucional e nas demais normas jurídicas existentes.
Muitas vezes, os juízes adotam os critérios apresentados pela doutrina para decidir casos concretos,
ajudando esses princípios a ganhar visibilidade.
Atenção
Contudo, isso gera uma dificuldade: não existe um acordo sobre quais são todos os princípios do Direito
ambiental. Cada manual ou curso traz um elenco, uma lista de princípios que, dificilmente, é a mesma de
outra obra. 
Veremos, a seguir, os princípios do Direito ambiental mais relevantes para a gestão ambiental. Eles possuem
aplicação prática e podem, em regra, ser encontrados na Constituição de forma implícita.
Princípio da prevenção
A Constituição prevê no caput do art. 225 um dever geral de preservar e proteger o meio ambiente. E, para
isso, precisamos prevenir aquelas lesões que são previsíveis.
Quando temos conhecimento sobre os impactos que certa atividade pode gerar no meio ambiente (ex.: o
lançamento de efluentes não tratados e com certos resíduos em corpo hídrico), temos que agir de forma
preventiva. Como veremos, as avaliações de impacto ambiental nos ajudam a entender com maior exatidão
esses impactos.
Os princípios podem estar escritos de forma
expressa na Constituição, porém, nem
sempre aparecem dessa forma. 
Podem ser reconhecidos de forma
implícita quando, mesmo não estando
descritos, percebemos várias regras que
os concretizam e apontam na mesma
direção, para o mesmo valor ideal
abstrato. 
Por sua vez, as licenças ambientais ajudam a garantir que as medidas adequadas sejam adotadas
antecipadamente à atividade e aos impactos (ex.: um empreendedor construir, operar e manter uma estação
de tratamento de efluentes).
Comentário
Em geral, é muito difícil conseguir reparar integralmente uma lesão ambiental, e os custos de reparação
costumam ser maiores do que os de prevenção. 
Princípio da precaução
O princípio da precaução lida com atividades ou situações em que predomina a incerteza científica sobre a
existência, a extensão ou as características do impacto. Estamos, aqui, diante do riscode danos graves ou
irreversíveis.
Na ausência da certeza, devem ser adotadas medidas de cautela ou precaução, que buscam conhecer e
reduzir os riscos identificados.
AVZARADEL, 2019
Nossa Constituição possui claras referências a esse princípio, como ilustram os arts. 225 e 196, entre outros.
Exemplo
No caso de rompimento de uma barragem, ainda que os cálculos sejam controversos, o dano será grave,
senão irreversível. Mesmo sem a certeza do rompimento, uma vez caracterizado o risco, devem ser
adotadas medidas de cautela (ex.: testes, reforço de estruturas, evacuação das áreas vizinhas etc.). 
Prevenção e Precaução
No vídeo a seguir, a professora Cristiane Jaccoud comenta sobre os princípios da prevenção e da precaução.
Vamos assistir!
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Representação do conceito de negócios sustentáveis
Princípio do poluidor-pagador
Tal princípio por vezes é entendido de forma errônea, como se aquele que pagasse tivesse “passe livre” para
poluir.
Na verdade, ele orienta que todos os custos ambientais (por exemplo, os relativos às medidas de
prevenção, cautela e reparação de danos e multas ambientais) devem ser incorporados pelo
empreendedor. Isso deve se refletir no custo do produto ou serviço.
Nossa PNMA (Lei nº 6.938) conceitua poluidor (art. 3º, inc. IV) como aquele direta ou indiretamente
responsável pela degradação ambiental.
Na mesma lei consta “a imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os
danos causados, e ao usuário, de contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos”
(art. 4º, inc. VII). Do contrário, o ônus vai ser suportado pela sociedade, como ter que conviver com um
ambiente poluído, degradado.
Atenção
Outra consequência negativa possível é a distorção no respectivo mercado, já que o empreendedor se
exonera de incorporar todos os custos ambientais no preço final do seu produto ou serviço. Não por
acaso, esse princípio surgiu nos anos 1970, a partir de uma decisão da Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE). 
Princípio do desenvolvimento sustentável
Fundamenta-se no conceito desenvolvido no
relatório elaborado pela ONU chamado Nosso
Futuro Comum (1987).
Esse relatório foi pensado para avaliar o meio
ambiente no mundo após a Conferência de
Estocolmo de 1972 e serviu de base para as
discussões que aconteceram no Brasil durante
a Cúpula da Terra, ou Rio-92.
De acordo com esse relatório, o
desenvolvimento sustentável é aquele que
atende às necessidades do presente, sem
comprometer o atendimento das gerações
futuras.
Para isso, a atividade econômica deve ser compatibilizada com a proteção ambiental. Essa premissa aparece
na Constituição quando, ao tratar da ordem econômica, elenca a proteção ambiental enquanto princípio
norteador (art. 170, VI). Por isso, qualquer que seja a atividade econômica, a proteção ambiental não pode ser
ignorada. Essa é a única forma de garantir o atendimento das gerações futuras.
Princípio da função socioambiental da propriedade
Conforme o art. 5º, inciso XXIII, da Constituição de 1988, a propriedade deve cumprir sua função social. Na
verdade, o texto constitucional estabelece critérios ambientais para a propriedade, seja ela urbana ou rural.
Veja mais a seguir:
Propriedade urbana
Deve a propriedade estar de acordo com o plano diretor municipal (art. 182, §2º)
Propriedade rural
Deve a propriedade observar os critérios trazidos no art. 186, incluindo a “utilização adequada dos
recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente”
Nos dois casos, o descumprimento possui consequências:
Propriedade urbana
Pode ocorrer, em último caso, a desapropriação, com pagamento em títulos da dívida pública
municipal no prazo de até dez anos
Propriedade rural
A desapropriação é paga com títulos da dívida agrária em até vinte anos (art. 184)
Atenção
Esses dois casos são exceção à regra da desapropriação com o pagamento prévio e em dinheiro (art. 5º,
XXIV). 
Princípio da participação
Da leitura da nossa Constituição, percebemos que os valores democráticos são centrais: a cidadania é um dos
fundamentos da nossa República, sendo o povo a fonte de todo poder (art. 1º, inciso II, parágrafo único).
São previstos diversos mecanismos nesse sentido: 
Poder Legislativo
Como as iniciativas populares de lei (art. 14)
Poder Judiciário
As já mencionadas ações popular e civil pública garantem o acesso amplo à Justiça
No Executivo
Deve ser efetivada a participação (art. 37, §3º)
Por fim, são garantidos os direitos de obter informações, peticionar e obter certidões junto ao poder público
(art. 5º, incisos XXXIII e XXXIV).
O dever de proteger o meio ambiente também é da coletividade (art. 225). No mesmo artigo, está previsto um
importante instrumento, o Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA), necessariamente público (art. 225, §1º,
IV). E, nesse estudo, ocorrem, geralmente, as audiências públicas (como veremos no módulo 3).
Outra importante forma de participação se dá nos conselhos de meio ambiente. Veremos no próximo módulo o
mais importante deles: o CONAMA.
Verificando o aprendizado
Questão 1
Sobre os princípios do Direito ambiental, assinale a alternativa correta.
A
O princípio do poluidor-pagador prevê que os custos ambientais devem ser internalizados pela sociedade.
B
O princípio do desenvolvimento sustentável preocupa-se apenas com as opções das gerações presentes.
C
O princípio da precaução determina que, na ausência de certeza, devemos aguardar a concretização do risco
para depois adotar medidas preventivas.
D
O princípio da prevenção é apropriado nos casos em que os impactos de determinada atividade sejam
conhecidos.
E
O princípio da prevenção é inapropriado nos casos em que os impactos de determinada atividade sejam
conhecidos.
A alternativa D está correta.
O princípio da prevenção pressupõe a certeza científica e o conhecimento sobre a atividade em questão.
Questão 2
Sobre as diferenças existentes entre os princípios da precaução e da prevenção, marque a alternativa correta.
A
O princípio da precaução é aplicado nos casos de incerteza, diante de riscos de danos graves ou irreversíveis.
Já a prevenção é aplicada de forma mais ampla, quando as atividades são conhecidas.
B
O princípio da precaução é aplicado nos casos de certeza. Já o princípio da prevenção apenas se aplica
quando ocorrem situações de risco de danos graves ou irreversíveis.
C
Diante da ausência de certeza, devemos aplicar o princípio da prevenção com o objetivo de impedir o impacto
ambiental negativo.
D
Diante dos casos de certeza, devemos aplicar o princípio da precaução visando a gerenciar o risco existente.
E
O princípio da prevenção apenas se aplica quando ocorrem situações de risco de danos graves ou
irreversíveis.
A alternativa A está correta.
A aplicação do princípio da precaução está restrita aos casos de incerteza e nos quais existem riscos de
danos graves ou irreversíveis. Essas restrições não se aplicam ao princípio da prevenção.
2. Órgãos e as Entidades do Sistema Nacional do Meio Ambiente
Ligando os pontos
Entender o papel dos principais órgãos que compõe o governo dentro do Sistema Nacional do Meio Ambiente
(SISNAMA) não é uma tarefa simples, pois, muitas vezes, esses órgãos sobrepõe as suas reponsabilidades. De
uma forma geral, o SISNAMA tem como objetivos, via Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), planejar,
implementar e acompanhar os resultados dos programas e ações destinados à preservação do meio
ambiente. Para entender melhor essa questão, você estudará a Área de Preservação Ambiental (APA) Delta do
Parnaíba e depois verificará o que poder público e a sociedade deveriam fazer para garantir essa APA.
A APA Delta do Parnaíba, criada pelo Decreto Federal s/n de 28 de agosto de 1996, protege o ecossistema
costeiro formado por mangues e dunas, envolvendo áreas dos Estados do Maranhão, Piauí e Ceará, num total
de 307.590,51 hectares. Para que essa APA atingisse seu objetivo finalde preservação da região, foram
criados objetivos menores promovendo a proteção dos deltas dos rios Parnaíba, ao Timonha e Ubatuba, com
sua fauna, flora e complexo dunar, para preservar o remanescente de mata aluvial e recursos hídricos,
melhorar a qualidade de vida das comunidades, promover o turismo ecológico e a educação ambiental e,
ainda, preservar a cultura e as tradições locais.
 
Essa APA estimula o crescimento da consciência coletiva em relação à preservação do meio ambiente,
induzindo a um novo posicionamento por parte das organizações. Os impactos ambientais causados pelo
turismo estão diretamente associados à forma como a atividade utiliza o espaço e as relações sociais/
econômicas, sendo incentivado um turismo conscientemente responsável.
 
Para a realização do estudo que deu base a esse caso (CORREA; RIBEIRO, 2017), foram usados como
instrumento de coleta, a entrevista semiestruturada e a observação, que permitem a análise do discurso das
pessoas envolvidas no processo e na implementação da APA. Participaram da pesquisa 48 meios de
hospedagem, sendo 34 (PI), 08 (MA) e 06 (CE). Quanto ao tamanho, 34 são pousadas e pensões, 11 são
hotéis e aparthotel e 3 resorts.
 
Os resultados apontam que, dos respondentes, 42 acham a conscientização ambiental importante; 37 usam a
educação ambiental nos meios de hospedagem para gerar conscientização em colaboradores e hóspedes. Já
outros 33 dizem desconhecer a Portaria de criação da APA; no entanto, 2 das empresas desses respondentes
fazem parte do conselho de gestão da APA.
 
A conclusão desse estudo é que existem conflitos entre as empresas e a comunidade local, que se concentra
no problema da especulação imobiliária com a ocupação de áreas inapropriadas, implementação de projetos
de grande porte, como resorts e usina eólica, que nem sempre são resolvidos com o atendimento à
comunidade local, provocadas por um licenciamento ambiental falho.
 
Essa falha é mostrada na instalação de 40 empresas hoteleiras, pois não houve preocupação ambiental ou
mesmo a atuação do poder Público na exigência do cumprimento da legislação existente. Dessas 40
empresas, 3 foram multadas e 2 receberam prêmio por boas práticas ambientais. Nenhuma das empresas
possui um sistema de gestão ambiental e relatório de sustentabilidade. Isso caracteriza o comportamento
reativo do setor e que somente agirá quando exigido pelo Estado e sociedade.
 
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
Questão 1
Se você fosse um cidadão que reside na região da APA do Delta do Parnaíba, como você faria para conseguir
mais informações das ações públicas implementadas para a preservação desse ecossistema?
A
Entraria em contato com o IPHAN para pedir informações sobre a APA do Delta do Parnaíba devido as
escavações existentes em seu território.
B
Entraria em contato com o sistema nacional de capacidades do meio ambiente e pediria as informações que
desejasse sobre a APA do Delta do Parnaíba.
C
Entraria em contato com o Sistema Nacional de Informações Sobre o Meio Ambiente (SINIMA) e pediria as
informações que desejasse sobre a APA do Delta do Parnaíba.
D
Entraria em contato com o Ministério Público da Paraíba e pediria as informações que desejasse sobre a APA
do Delta do Parnaíba.
E
Entraria em contato com o Governo do Estado do Maranhão, Piauí e Ceará, e pediria informações que
desejasse sobre a APA do Delta do Paraíba.
A alternativa C está correta.
Em relação ao meio ambiente, o departamento responsável por agrupar e fornecer as informações é o
Sistema Nacional de Informações do Meio Ambiente (SINIMA). Esse sistema congrega todas as
informações geradas pelos diversos órgãos de licenciamento e fiscalização existentes, além de fornecer
informações para organizar as ações desses órgãos.
Questão 2
O Sistema e Conselho Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) é formado por diversos órgãos, conselhos e
demais organizações para funcionar e desempenhar o seu papel nacional. Dentro desse sistema, temos um
conselho que cuida de deliberar sobre normas e padrões técnicos, além de responder consultas sobre essas
mesmas normas e padrões técnicos. Caso você queira iniciar um projeto em uma APA como a do Delta do
Parnaíba, qual o órgão ou conselho que você deveria consultar para entender melhor as regras e normas
técnicas que você tem que seguir para esse empreendimento?
A
Assembleia de Governo que é o órgão superior na hierarquia do SISNAMA.
B
Ministério do Turismo é o órgão central do SISNAMA.
C
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).
D
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (IBAMA)
E
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)
A alternativa C está correta.
O Conselho Nacional Do Meio Ambiente (CONAMA) com as funções de responder consultas e deliberar
sobre normas e padrões técnicos ambientais (art. 6º, inc. II), aparece na lei como órgão consultivo e
deliberativo, ou seja, caso você tenha alguma dúvida sobre regras e normas que devem ser aplicadas em
relação a áreas de preservação, é nos pareceres, notas técnicas e deliberações emitidos por esse conselho
que você deve se pautar para tomar decisões. Caso surjam dúvidas de interpretação de uma lei, por
exemplo, esse é o conselho responsável por dirimir essa dúvida.
Questão 3
Quais os pontos mais relevantes apresentados no estudo de caso? Em sua visão, como o poder público e a
sociedade deveriam agir a partir da análise dessas informações para garantir a APA Delta do Parnaíba? 
Chave de resposta
O caso estudado apresenta um tipo de postura adotada quase que na totalidade do País. Dificilmente o
sistema de proteção ambiental nacional consegue agir para inibir e aplicar a lei dentro dos
empreendimentos e nas reservas de proteção natural. Até mesmo nas cidades esse processo de
fiscalização já é precário, imagina em um lugar tão remoto como o do estudo de caso. No entanto, é
reponsabilidade do Poder Público agir exigindo que a lei seja cumprida, e no caso do APA do Delta do
Parnaíba, essa obrigação deveria ser cumprida na íntegra, garantindo a preservação dentro dos
parâmetros legalmente aprovados. Em relação à sociedade, essa deveria exigir das empresas que
preservem o ambiente e que hajam de forma consciente e responsável, para que a sua fonte de sustento
não seja degradada e o mercado simplesmente desapareça. 
Gestão Ambiental
A Lei nº 6.938 de 1981 traz a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) e marca uma mudança de paradigma
na gestão pública do meio ambiente. Isso porque cria uma estrutura responsável por planejar, implementar e
acompanhar os resultados dos programas e das ações destinados a atingir o objetivo traçado em seu art. 2º:
Representação do conceito de ação coletiva pelo meio ambiente
Preservar, melhorar e recuperar a qualidade ambiental propícia à vida, assegurando condições para
o desenvolvimento socioeconômico e a proteção da dignidade da vida humana.
Ao estabelecer conceitos, diretrizes, instrumentos de gestão ambiental e uma estrutura permanente, a PNMA
busca abandonar uma visão reativa, na qual o poder público somente adota medidas após danos ou
desastres.
Resumindo
A gestão aqui significa (ou deveria significar) realizar diagnósticos, traçar metas, planejar e estruturar
programas de ação, gerenciar riscos, prevenir danos, recuperar e melhorar a qualidade ambiental,
sempre à luz dos conhecimentos e das tecnologias disponíveis. 
Veremos a seguir como se estrutura o Sistema Nacional do Meio Ambiente e quais instrumentos foram
pensados para a gestão pública ambiental.
Sistema e conselho nacional do meio ambiente (SISNAMA)
Conforme o art. 6º da Lei nº 6.938 de 1981, o SISNAMA reúne os órgãos públicos e as entidades (autarquias,
fundações etc.) responsáveis por implementar a política nacional.
Mas o que diferencia os órgãos públicos das entidades? 
Responda à pergunta e depois compare com as informações que você aprenderá ao longo desse tema.
Chave de resposta
Em breves linhas, os órgãos públicosnão possuem personalidade jurídica nem, geralmente, grande
autonomia, estando subordinados hierarquicamente. Já as entidades possuem personalidade jurídica,
podendo praticar atos em nome próprio (por exemplo, assinando contratos). Quando a personalidade da
entidade for de direito público, como no caso das autarquias, ela poderá desempenhar atividades de
fiscalização e controle (ex.: lavrar multas, expedir licenças ambientais) tratadas pela doutrina com o nome
de poder de polícia administrativa.
Voltando à estrutura do sistema, são listados no art. 6º da Lei nº 6.938 de 1981 os seguintes integrantes:
1
Conselho de governo
É o órgão superior na hierarquia do SISNAMA. Precisa ser convocado pelo presidente da República
para assessorá-lo em questões que envolvam várias pastas ou ministérios (art. 6º, inc. I).
2
Ministério do meio ambiente
É o órgão central do SISNAMA, responsável por planejar, coordenar, controlar e supervisionar a
gestão pública em âmbito nacional (art. 6º, inc. III).
3
Instituto Brasileiro do meio ambiente e dos recursos renováveis (IBAMA) e Instituto
Nacional Chico Mendes de conservação da biodiversidade (ICMBIO)
São entidades (autarquias) executoras federais, chamadas pela lei de órgãos executores. Essas
autarquias são responsáveis por ações de controle e fiscalização. Por exemplo, o IBAMA é o
responsável pelo licenciamento de atividades e também pela fiscalização das atividades licenciadas.
Já o ICMBIO é responsável por administrar as áreas protegidas (unidades de conservação) federais,
como o Parque Nacional do Iguaçu (art. 6º, inc. IV).
4
Estruturas executoras estaduais
Embora a lei fale apenas em órgãos seccionais, aqui temos órgãos ou entidades (fundações,
autarquias etc.) criadas pelos estados para atuar na área ambiental. São exemplos as secretarias
estaduais de meio ambiente e os institutos estaduais de meio ambiente (art. 6º, inc. V).
5
Estruturas executivas locais
Embora a lei fale apenas de órgãos locais, aqui temos órgãos ou entidades criadas pelos municípios
para atuar na área ambiental em âmbito local. São exemplos a secretaria municipal e a fundação
municipal de meio ambiente (art. 6º, inc. V).
6 Estruturas executivas locais
Com as funções de responder consultas e deliberar sobre normas e padrões técnicos ambientais
(art. 6º, inc. II), aparece na lei como órgão consultivo e deliberativo.
O CONAMA
O CONAMA é um órgão colegiado federal (dentro da estrutura da União), formado por representantes dos
chamados três setores. Em linhas gerais, esses setores são o público, o privado e a sociedade civil. Por isso,
precisa deliberar para editar atos como resoluções (até 2020, foram cerca de quinhentas).
 
Atualmente, possui 23 (vinte e três) membros. Além do colegiado, possui ainda as chamadas câmaras
técnicas (divisões para assuntos específicos), podendo criar grupos de trabalho.
 
Temos um artigo dedicado exclusivamente ao CONAMA. Entre as suas atribuições, destacamos:
ART. 8º DA LEI Nº 6.938 DE 1981
A edição de normas e padrões de cunho técnico para o licenciamento de atividades. Por
exemplo, é na Resolução nº 1, de 1986, que constam as normas e a elaboração do IEV e seu
relatório (art. 8º, inc. I).
A edição de padrões e normas técnicas para o controle da poluição do ar por veículos
automotores (art. 8º, inc. VI). Por exemplo, recentemente, por meio da Resolução nº 493, de
2019, foram atualizadas as exigências de controle da poluição veicular por motociclos.
Editar padrões sobre qualidade do ambiente e seus recursos naturais (art. 8º, inc. VII). Por
exemplo, a Resolução nº 357, de 2005, traz normas técnicas para o enquadramento e a
classificação de corpos d’água, além de parâmetros para o lançamento de efluentes nesses
mesmos corpos.
Esse colegiado é um órgão público dentro da estrutura do Ministério do Meio Ambiente, sendo presidido pelo
ministro encarregado da pasta. Os membros do CONAMA cumprem o seu dever sem receber nada da União
para isso (Decreto 99.274/1990, art. 6º, §4º). São custeados, geralmente, pelos setores representados. Seus
membros se reúnem, no mínimo, três vezes por ano, em Brasília.
Atenção
Em 2019, a composição do CONAMA foi alterada para que houvesse a diminuição do número de
membros no colegiado (Decreto 9806/2019). Essa alteração recebeu críticas por ter diminuído a
participação do terceiro setor (sociedade civil). Conforme a lei da PNMA, de forma semelhante ao que
acontece com as leis editadas pela União, os padrões técnicos e as normas editadas pelo CONAMA
devem ser observados pelos estados e municípios, que poderão suplementá-los de acordo com as suas
peculiaridades (Lei 6938/1981, art. 6º, §§ 1º e 2º). 
Instrumentos da PNMA
• 
• 
• 
Além de estabelecer uma estrutura administrativa específica para implementar a gestão pública (Lei
6938/1981), a PNMA traz um elenco de instrumentos que devem ser utilizados para que os objetivos
propostos sejam alcançados (art. 9º).
Padrões da qualidade ambiental
Esses padrões são estabelecidos, principalmente, pelo CONAMA, podendo haver padrões editados por
conselhos estaduais e municipais. 
Exemplo
Além da Resolução nº 357, de 2005, outro exemplo possível é a Resolução nº 491, de 2018, que dispõe
sobre os padrões de qualidade do ar, com limites para poluentes específicos como o monóxido de
carbono (CO). 
O zoneamento ambiental
Após o conhecimento das características ambientais de um local ou de uma região, esse instrumento é
pensado de forma a estabelecer mapas (com divisões em zonas) capazes de orientar o planejamento de
políticas públicas e as atividades privadas.
Esse instrumento está regulamentado pelo Decreto nº 4.297, de 2002, embora traga o nome de Zoneamento
Ecológico-Econômico (ZEE). É conceituado como o:
Instrumento de organização do território a ser obrigatoriamente seguido na implantação de planos, obras
e atividades públicas e privadas, estabelece medidas e padrões de proteção ambiental destinados a
assegurar a qualidade ambiental, dos recursos hídricos e do solo e a conservação da biodiversidade,
garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da população.
DECRETO 4.297/2002, art. 2º
Esse zoneamento fica a cargo, principalmente, da União, a quem cabe sistematizar as informações produzidas
pelos estados e municípios. O ZEE deve ser periodicamente revisto – em regra, a cada dez anos (Decreto
4.297/2002, arts. 6º e 19).
Atenção
No espaço urbano, destacamos o zoneamento feito pelos municípios mediante aprovação, por lei, do
plano diretor, previsto na Constituição (art. 182) e disciplinado pelo Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257, de
2001). Nesse caso, para cada zona (industrial, residencial, mista, turística etc.), são previstas normas
específicas de uso e ocupação do solo. 
Incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou
absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade
ambiental
Na própria PNMA, o art. 12 estabelece como requisito para financiamentos e incentivos governamentais que o
projeto em questão seja submetido ao licenciamento ambiental.
Outra previsão importante da lei é o estimulo à pesquisa científica voltada para o meio ambiente (art.
13).
Criação de espaços territoriais especialmente protegidos
Esse instrumento está disciplinado pela Lei nº 9.985, de 2000, que estabelece o Sistema Nacional de
Unidades de Conservação (SNUC). Essas unidades são áreas que, em razão de seus atributos, estão sujeitas
a um regime de proteção diferenciado.
Exemplo
Alguns exemplos importantes são os parques nacionais, as florestas nacionais (FLONAs) e as áreas de
proteção ambiental (APAs). 
A criação desses espaços territoriais especialmente protegidos pode ser feita em todos os níveis (pela União e
pelos estados e municípios) e deve ser precedida, em regra, por estudos técnicos e consulta pública (Lei
9985/2000, art. 22).
Conforme o art. 225, §1º, inciso III, da Carta Magna, a extinção, a redução dos limites territoriais ou a
diminuição da proteção jurídica de uma unidade de conservação apenas é possívelpor meio de lei
(Constituição Federal, 1988).
O sistema nacional de informações sobre o meio ambiente e a
garantia da prestação de informações
Esse instrumento está disciplinado pela Lei nº 10.650, de 2003, que tem como premissa as regras da 
publicidade e do livre acesso às informações. Na era da informação digital, o maior desafio consiste na 
integração das bases de dados e das informações (relatórios, estudos etc.) produzidos pela União, pelos
estados e pelos municípios, visando a disponibilizar tais informações e permitir a avaliação sobre os
resultados da gestão pública ambiental. A coordenação desse sistema de informações é atribuição do
Ministério do Meio Ambiente (Decreto 99274/1990, art. 11).
Atenção
No mesmo art. 9º (inciso XI), existe a previsão de que, caso não existam as informações necessárias e
solicitadas no interesse da proteção ambiental, o poder público fica obrigado a produzir e divulgar o que
for solicitado. 
Os cadastros federais de atividades
A PNMA estabelece no art. 9º dois importantes cadastros técnicos federais:
Representação da justiça como instrumento de
proteção ambiental
Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental (AIDA) (inciso VIII).
Atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais (inciso XII).
Na mesma Lei nº 6.938/1981, ficou determinado que cabe ao IBAMA administrar tais cadastros (art. 17):
No primeiro cadastro
Deverão constar, por exemplo, as consultorias ambientais
No segundo cadastro
Deverão constar, entre outras, as pessoas (físicas ou jurídicas) que se dediquem ao comércio de
produtos perigosos
Penalidades
Tanto as penalidades administrativas quanto as
penas decorrentes de crimes ambientais são
valiosos instrumentos para proteção ambiental.
Em ambos os casos, as regras mais
importantes estão na Lei nº 9.605, de 1998,
que, embora seja chamada de Lei de Crimes
Ambientais (LCA), também cuida de infrações
administrativas.
Comentário
Vale lembrar que a Constituição, no art. 225, §3º, estabeleceu que essas esferas de responsabilidade
(penal e administrativas) são autônomas, sem prejuízo da obrigação de reparar os danos constatados.
Assim, uma empresa pode ser multada administrativamente e, caso haja crime, punida com multa. 
Relatório de qualidade do meio ambiente (RQMA)
Esse relatório deveria ser divulgado anualmente pelo IBAMA. Possui enorme potencial para o monitoramento e
a verificação dos resultados das políticas ambientais. Também seria muito importante para atualizar o
planejamento das ações de gestão pública do ambiente.
Instrumentos econômicos
Esses instrumentos procuram adotar condutas a partir de incentivos a atividades ambientalmente positivas
em vez de controlar e punir.
• 
• 
Exemplo
Um exemplo importante é a concessão florestal, por meio da qual o poder público, após fazer uma
licitação e, mediante contrapartidas do vencedor, delega a gestão sustentável de florestas públicas,
desestimulando atividades ilegais na mesma área (CARVALHO FILHO, 2017). 
Instrumentos da política Nacional do Meio Ambiente
No vídeo a seguir, a professora Cristiane Jaccoud comenta sobre os Instrumentos da política Nacional do Meio
Ambiente. Vamos assistir!
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Verificando o aprendizado
Questão 1
Sobre o SISNAMA e seus instrumentos, marque a alternativa correta.
A
Podem os municípios elaborar padrões técnicos sem observar os expedidos pelo CONAMA.
B
Compete ao ICMBIO estabelecer padrões de qualidade ambiental, uma vez que cuida das áreas protegidas,
também chamadas de unidades de conservação.
C
Compete ao Ministério do Meio Ambiente gerenciar o SISNAMA.
D
Entre as modalidades de punição previstas na PNMA está a concessão florestal.
E
A secretaria municipal e a fundação municipal de meio ambiente são estruturas executivas locais.
A alternativa C está correta.
Essa competência está atribuída ao Ministério do Meio Ambiente, o que é coerente com o seu papel de
órgão central e coordenador do SISNAMA.
Questão 2
Em relação ao CONAMA, assinale a resposta correta.
A
Todos os seus membros recebem remuneração específica da União.
B
Atualmente, possui um número menor de membros que pertencem ao primeiro, ao segundo e ao terceiro
setor.
C
Por ser um órgão colegiado, suas decisões são tomadas apenas pelo Ministro do Meio Ambiente.
D
É presidido pelo presidente do órgão superior.
E
Os padrões técnicos e as normas editadas pelo CONAMA não precisam ser observados pelos estados e
município.
A alternativa B está correta.
Apesar das críticas pela diminuição do número de representantes do terceiro setor, o CONAMA ainda
possui membros da sociedade civil e do setor empresarial, além dos que representam o poder público.
3. Licenças Ambientais e Estudo Prévio de Impacto Ambiental
Ligando os pontos
Você, como gestor ambiental, deve avaliar o posicionamento das empresas e o papel das partes interessadas.
Hoje o arcabouço jurídico que direciona as ações de todo o Sistema Nacional de Meio Ambiente postula que
os órgãos responsáveis pelo licenciamento ambiental peça para que as empresas apresentem até três tipos
de licença ambientais. Essas licenças são consideradas clássicas e devem ser precedidas da realização do
Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA). Para entendermos um pouco mais sobre esse assunto, vamos
estudar o caso da empresa Tocantins Celulose, fundada em 1986, que trabalha com papelão ondulado e
fornece todo tipo de serviços relacionados a esse papelão (tanto a chapa de papelão como caixas já cortadas
e montadas).
 
A Empresa é signatária da Carta para o Desenvolvimento Sustentável e envolve as partes interessadas nas
decisões e demais questões ligadas ao ESG por meio da inclusão de líderes comunitários, ambientalistas e
especialistas. Essa pessoas atuam na revisão e avaliação da matriz de aspectos e impactos ambientais,
incorporando um o olhar da comunidade externa a respeito das atividades da empresa e dos seus impactos
ambientais.
 
A Empresa utiliza uma série de métodos para a identificação, avaliação e controle dos aspectos ambientais.
Para implantar seu novo empreendimento, aplicou os métodos de coleta de informações com as partes
interessadas, as legislações, a significância dos aspectos e impactos, monitoramento e controle de
parâmetros ambientais para traçar um panorama dos impactos ambientais que a nova unidade causará ao
meio ambiente e a sociedade em geral em seu entorno.
 
Para a identificação prévia dos impactos ambientais a empresa utilizou o balanço de efluentes, produtos e
serviços da área de recursos naturais; a projeção da matriz de avaliação dos aspectos e impactos e o balanço
de efluentes da área industrial. Foram considerados aspectos físicos que possam causar impacto sobre o ar, o
solo, a água; o meio biótico; os agentes ambientais ocupacionais e socioeconômicos.
 
Para a mitigação dos problemas ambientais que poderiam ser causados com o impacto da abertura da nova
fábrica, foram sugeridas as seguintes ações por parte da empresa: uso de novas tecnologias para reduzir a
emissão de odor; lançamento de compostos reduzidos de enxofre no solo; redução do uso de combustíveis
fósseis e consumo de água; eliminação uso de cloro no processo produtivo; reciclagem de resíduos. Essas
sugestões eram seguidas de planos e tarefas a serem implantadas antes e depois da construção e início das
atividades da nova fábrica, ficando a empresa comprometida com o plano traçado no EIA.
 
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
Questão 1
Você, como gestor, precisa identificar uma série de questões ligadas ao meio ambiente para implantar a nova
fábrica da Tocantins Celulose. Para que esse empreendimento possa entrar em operação, é necessária uma
série de licenças emitidas pelo poder público. Uma dessas licenças é avalia os aspectos gerais do projeto, a
concepção da atividade e sua localização. Ao ser concedida, proporciona os controles e as restrições relativas
a essa fasee às fases seguintes, atestando que o empreendimento é viável. Aponte a alternativa que indica o
nome dessa licença obrigatória para a implantação do negócio.
A
Licença de Instalação.
B
Licença de Operação.
C
Procedimentos Simplificados.
D
Licença Prévia
E
Estudo de Impacto Ambiental.
A alternativa D está correta.
A Licença Prévia – LP é a primeira licença que a empresa precisa aprovar com as autoridades ambientais.
Nessa licença, os aspectos mais básicos do projeto serão avaliados e é dado o aval para que as próximas
fases sejam deflagradas. Nesse ponto, são verificadas questões básicas como aspectos mais gerais do
projeto, a concepção adotada pelo proponente e a localização do empreendimento. Nessa fase são ditados
as regras e procedimentos que serão aplicados ao EIA da empresa.
Questão 2
A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) é uma série (sistema) de procedimentos e avaliações que visa
identificar e propor ações para anular ou mitigar os riscos existentes na atividade da empresa. Como gestor
ambiental da empresa Tocantins, para que a nova unidade seja implantada, será necessária a realização de
uma série de estudos específicos que vão além do EIA apontado no estudo de caso. Qual alternativa contém
os nomes corretos desses estudos?
A
Estudo de impacto de vizinhança (EIV); Relatório ambiental simplificado (RAS); Estudo de Impacto Ambiental
(EIA); e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA).
B
Estudo de impacto de voluntário (EIV); Relatório ambiental socializado (RAS); Estudo de Impacto Ambiental
(EIA); e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA).
C
Estudo de impacto de vizinhança (EIV); Relatório ambiental socializado (RAS); Estudo de Impacto Ambiental
(EIA); e Relatório de Impacto Máximo Ambiental (RIMA).
D
Estudo de impacto de vizinhança (EIV); Relatório ambiental simplificado (RAS); Estudo de Inviabilidade
Ambiental (EIA); e Relatório de Impacto Máximo Ambiental (RIMA).
E
Estudo de impacto de voluntário (EIV); Relatório ambiental social (RAS); Estudo de Impacto Ambiental (EIA); e
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA).
A alternativa A está correta.
Como gestor ambiental da Tocantins, você precisa elaborar e submeter às autoridades uma série de
estudos. Esses estudos são regidos por lei e devem apresentar as necessidades e situações presentes e
futuras que o impacto da instalação da empresa irá causar ao meio ambiente. Esses estudos são aparte do
AIA e juntos representam uma vasta gama de aspectos importantes para a preservação do meio ambiente,
evitando prejuízos para além da própria empresa e comunidade próxima.
Questão 3
Como você, sendo gestor ambiental, avaliaria o posicionamento da empresa Tocantins Celulose? Qual é o
papel das partes interessadas? Como as ações da empresa para implantar a nova unidade está sendo tratada
em relação aos impactos ambientais que pode causar?
Chave de resposta
A empresa Tocantins Celulose deve ser avaliada como uma empresa com um posicionamento responsável
frente ao meio ambiente. Isso acontece, pois, a empresa procura envolver a comunidade que pode
participar tanto da fiscalização como do próprio processo de tomada de decisões das ações para
solucionar os problemas identificados. Nesse caso, o papel das partes interessadas (Stakeholders) é
fiscalizar e ajudar na busca por soluções viáveis para os problemas enfrentados pela empresa na área
ambiental. Por fim, em relação à implantação da nova unidade, o EIA deve ser o mais completo possível,
abarcando todos os aspectos relacionados aos impactos no meio ambiente e na comunidade do entorno
da fábrica que se deseja instalar. É importante também que a empresa apresente um plano de mitigação,
ou mesmo eliminação desses impactos, atentando para os riscos que podem envolver a atividade da
empresa.
Licenças Ambientais
Para entendermos as licenças ambientais, precisamos compreender que fazem parte de um procedimento
próprio e com finalidades específicas: o licenciamento. Conforme o art. 2º, inciso I, da Lei Complementar nº
140, de 2011, o licenciamento ambiental é:
[...] o procedimento administrativo destinado a licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores de
recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar
degradação ambiental.
LC 140/2011, art. 2º, I
Representação de um teste de padrão de qualidade
para avaliação de impacto ambiental
Esse conjunto de atos com ordem prevista (procedimento) ocorre nos órgãos e nas entidades do Sistema
Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), responsáveis pelo controle ambiental – daí a razão para se dizer que
se trata de um procedimento administrativo. E as licenças, por sua vez, são atos administrativos. 
1 Em regra, são apresentados documentos e estudos pelo empreendedor.
2 Tais estudos são avaliados por quem licencia, podendo ser feitas exigências de complementação.
3 A documentação, então, é analisada pelas áreas técnicas e, quando preciso, pelo departamento
jurídico (Resolução 237/1997, art. 10).
4 Por fim, elabora-se um parecer, que pode ou não conceder a licença.
5Com base nesse parecer, o órgão (uma secretaria municipal, por exemplo) ou a entidade (como o
Instituto Estadual do Ambiente – INEA) responsável pelo licenciamento vai tomar uma decisão,
tornando-a pública.
Embora muitas vezes o licenciador não cumpra os prazos para analisar os pedidos de licença, o desrespeito a
esses prazos não importa na emissão da licença solicitada. Essa é a clara orientação da Lei Complementar nº
140, §3º, art. 14.
Trata-se de instrumento de controle prévio, com a principal finalidade de verificar, no caso concreto de um
empreendimento ou uma atividade, quais são as normas ambientais aplicáveis (leis, resoluções do Conselho
Nacional do Meio Ambiente –CONAMA, princípios).
Atenção
É importante destacar que uma licença ambiental não substitui ou exclui a necessidade de outras
licenças ou autorizações – por exemplo, a licença municipal para a construção de um prédio ou a
autorização da Agência Nacional de Petróleo (ANP) para operar um posto de combustíveis. 
No licenciamento ambiental, são utilizados vários
instrumentos (por exemplo, são avaliados os zoneamentos e
os padrões da qualidade aplicáveis). Sendo, em regra,
preventivo, é nesse procedimento que ocorrem diversas
avaliações de impacto ambiental.
Nacionalmente, o licenciamento prévio de atividades é
exigido desde a edição da Política Nacional do Meio
Ambiente (PNMA) (Lei 6.938/1981, art. 10).
Atualmente, além das resoluções expedidas pelo CONAMA (1/86, 9/87 e 237/97, por exemplo),
vários aspectos importantes estão disciplinados na Lei Complementar nº 140, de 2011.
Conforme o art. 13 da Lei Complementar nº 140, o licenciamento deve ocorrer em apenas um nível de
competência: federal, estadual ou municipal. Existem três formas de sabermos quem deverá licenciar uma
atividade.
Lei Complementar nº 140
Neste ponto, não são mais observados os arts. 4º, 5º e 6º da Resolução nº 237, de 1997, do CONAMA.
Forma 1
Caso esteja o empreendimento proposto dentro dos limites de uma unidade de conservação, deverá
licenciar o ente (União, estado ou município) que tenha criado esse espaço territorial especialmente
protegido. A exceção dessa regra é a área de proteção ambiental (APA) (art. 7º, inciso XIV, d; art. 8º,
inciso XV; art. 9º, inciso XIV, b).
Forma 2
Nos demais casos, deveremos observar os seguintes critérios: i) atividades listadas expressamente
como de competência da União (art. 7º, inciso XIV). São exemplos aquelas atividades localizadas ou
desenvolvidas em terras indígenas, em dois ou mais estados, de caráter militar ou que utilizem
material radioativo; ii) atividades de impacto local, que deverão ser licenciadas pelos municípios,
conforme definição do respectivo conselho estadual de meio ambiente (art. 9º, inciso XIV, a); e iii)
competência estadual nos casos que não se encaixem nos itens i e ii, também chamada de
competência residual (art. 8º, inciso XVI).
Forma 3
Em atividades dentro dos limites de APAs, são adotados, em linhas gerais, oscritérios do art. 12.
Atividade discursiva
Podem os demais entes (seus órgãos e entidades vinculadas) participar, apresentando seus pontos de vista?
Chave de resposta
Sim, mas essas opiniões não vinculam o ente responsável pelo licenciamento (LC 140/2011, art. 13, §1º).
Por exemplo, num licenciamento conduzido pelo INEA, uma secretaria municipal de meio ambiente pode
apresentar seus pontos de vista. Mas eles não precisam ser acatados pelo INEA, que pode adotar outros
critérios – técnica e juridicamente fundamentados.
Licenças ambientais têm prazo de validade e são renováveis. Essa renovação deve ser solicitada com mais de
120 (cento e vinte) dias de antecedência, contados do final do prazo. Dessa forma, a licença seguirá válida até
que seja analisado o pedido de renovação (LC 140/2011, art. 14, §4º).
Atenção
Isso possibilita a atualização dos controles ambientais aplicáveis. Quem realiza alguma atividade sem
antes obter licença pratica, ao mesmo tempo, infração prevista na Lei de Crimes Ambientais (Lei
9605/1998, art. 60) e infração administrativa (Decreto 6514/2008, art. 66). 
Tipos de licença ambiental
Tradicionalmente, o licenciamento ambiental está estruturado em três fases: prévia, de instalação e de
operação. Essa organização foi pensada para empreendimentos com impactos relevantes nas fases de
construção e de operação. Os conceitos e prazos máximos de cada uma das licenças que veremos estão
disciplinados nos arts. 8º e 18 na Resolução nº 237 do CONAMA.
LICENÇA PRÉVIA (LP)
Avalia os aspectos gerais do projeto, a concepção da atividade e sua localização. Ao ser concedida,
proporciona os controles e as restrições relativas a essa fase e às fases seguintes, atestando que o
empreendimento é viável. Obtida a LP, devem-se reunir os documentos necessários e exigidos para
solicitar a licença seguinte.
O prazo máximo da licença é de 5 (cinco) anos. É nessa fase que são realizadas, em regra, avaliações
de impacto ambiental importantes como o Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA).
LICENÇA DE INSTALAÇÃO (LI)
Avalia aspectos específicos da construção do empreendimento (como o preparo do terreno para a
construção). São então avaliados os croquis e as plantas detalhadas da obra, bem como o projeto
executivo, de acordo com as orientações e restrições da LP.
O prazo máximo dessa licença é de 6 (seis) anos.
LICENÇA DE OPERAÇÃO (LO)
Avalia os aspectos específicos da operação do empreendimento (efluentes e emissões, por exemplo).
Serve para verificar se as licenças anteriores foram devidamente cumpridas. Como destaca Farias
(2016), deve ser feita uma vistoria no local para que essa verificação ocorra antes da expedição da
licença.
A LO conta com um prazo mínimo de 4 (quatro) anos e máximo de 10 (dez). Essa licença precisa ser
renovada enquanto a atividade existir. Conforme o histórico e as características da atividade, os
prazos serão maiores ou menores.
PROCEDIMENTOS SIMPLIFICADOS
Conforme as características do empreendimento (ausência de impacto relevante na construção ou
operação), podem ser estabelecidos procedimentos simplificados. Por exemplo, podem ser
concedidas licenças que avaliem, de uma vez, aspectos relativos a mais de uma fase do
empreendimento. Podemos, assim, ter uma licença prévia e de implementação (LPI). Vejamos dois
exemplos de resoluções CONAMA a respeito:
Resolução 279, de 2001, traz o procedimento simplificado para empreendimentos elétricos,
com pequeno potencial de impacto ambiental como usinas eólicas.
Resolução 377, de 2006, traz normas desse tipo para os sistemas de esgotamento sanitário,
sendo aplicada às unidades de pequeno e médio porte que não estejam em áreas
ambientalmente sensíveis. 
Resolução 279, de 2001, traz o procedimento simplificado para empreendimentos elétricos,
com pequeno potencial de impacto ambiental como usinas eólicas.
Resolução 377, de 2006, traz normas desse tipo para os sistemas de esgotamento sanitário,
sendo aplicada às unidades de pequeno e médio porte que não estejam em áreas
ambientalmente sensíveis.
Por fim, é possível que alguns empreendimentos com porte e potencial danoso pequenos sejam
licenciados de forma ainda mais simplificada. Nesses casos, todas as fases podem ser avaliadas
numa única licença.
Instrumentos Legais de Implementação de AIA
Embora o EIA seja muito importante e apareça, inclusive, no texto constitucional, é preciso deixar claro que ele
é apenas uma das possibilidades de AIA. Pela importância que possui, vamos dedicar um item deste módulo
apenas para ele.
Sem querer esgotar todas as possibilidades, veremos a seguir outros dois exemplos importantes de AIA.
Estudo de impacto de vizinhança (EIV)
Esse estudo está previsto nos arts. 36 a 38 da Lei nº 10.257, de 2001, conhecida como Estatuto da Cidade.
Será exigido somente pelo município, desde que esteja previsto em lei municipal.
O EIV não integra, obrigatoriamente, o licenciamento ambiental. Também não se confunde com o
EIA, nem o substitui.
Esse estudo apenas é exigível em áreas urbanas, podendo ser requisito para que seja autorizada, por um
município, a construção de um prédio ou a realização de uma obra.
Procura avaliar impactos específicos do espaço urbano para que possam ser pensadas soluções que reduzam
ou mitiguem tais impactos. 
Exemplo
Impactos no sistema viário (engarrafamentos), diminuição da ventilação e da iluminação nas áreas
urbanas (importante do ponto de vista sanitário) etc. 
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• 
• 
• 
Relatório Ambiental Simplificado (RAS)
É uma AIA exigível nos casos de empreendimentos de pequeno e médio porte que não se enquadram nos
casos de EIA. Um dos exemplos são os empreendimentos elétricos com pequeno potencial de impacto
ambiental, como usinas eólicas, previstos na Resolução nº 279/2001 do CONAMA.
Conforme essa Resolução e o seu Anexo I, o RAS precisa trazer, no mínimo:
A descrição do projeto.
O diagnóstico ambiental e as previsões de impactos relativos à implementação e à operação do
empreendimento.
As medidas mitigadoras e compensatórias dos impactos previstos
Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA)
O EIA
O Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA) e o seu relatório (RIMA) foram disciplinados nacionalmente pela
Resolução nº 1, de 1986, do CONAMA. O art. 2º traz um elenco não exaustivo, ou seja, exemplos de atividades
sujeitas à elaboração da espécie de AIA.
Exemplo
Destacamos os seguintes exemplos: aeroportos, oleodutos, extração de combustível fóssil e aterros
sanitários (incisos IV, V, VIII e X). 
Com a Constituição de 1988, ficou esclarecido o critério por trás dos exemplos trazidos: a existência de
significativa degradação ambiental, efetiva ou mesmo potencial. Esse conceito precisa ser tecnicamente
verificado. Por essa razão, cabe às estruturas do Poder Executivo – vale dizer, aos órgãos e às entidades que
integram o SISMANA – analisar se, no caso concreto, estamos ou não diante da exigência do EIA/RIMA.
Saiba mais
O Supremo Tribunal Federal (STF) já julgou algumas leis estaduais inconstitucionais por tentarem
submeter o EIA/RIMA à avaliação ou aprovação de natureza política por estruturas do Poder Legislativo. 
Em regra, o EIA/RIMA deve ser elaborado na fase prévia do licenciamento. Ou seja, sua elaboração, discussão
e aprovação são requisitos para a obtenção da LP nos casos de significativa degradação ambiental, efetiva ou
potencial. E, não sendo esse o caso, deverão ser solicitados outros estudos (Resolução 237/1997, art. 3º). Ou
seja, mesmo que não haja EIA/RIMA, deverá haver alguma modalidade de AIA.
Aliás, a Resolução nº 237/1997 fez um ajuste importante:
A elaboração do EIA/RIMA, que antes estava prevista como atribuição do órgão ou da entidade
responsável pelo licenciamento na Resolução nº 1 de 1986, passou a ser de responsabilidade do
empreendedor (Resolução nº 237/1997, art. 11).
• 
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• 
Representação da importância da fiscalização nos
estudos e relatórios de impacto ambiental
Isso não quer dizer que não existam
mecanismos de fiscalização ou sanções caso
os que elaborem o EIA/RIMA

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