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AFYA CURSO DE MEDICINA - AFYA NOTA FINAL Aluno: Componente Curricular: Clínica Integrada III Professor (es): Período: 202501 Turma: Data: N1 ESPECÍFICA_8 PERIODO_15ABRIL_2025.1_CI III RELATÓRIO DE DEVOLUTIVA DE PROVA PROVA 15597 - CADERNO 004 1ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA PARAÍBA) Menino, 4 anos, natural e residente em São Paulo – SP. É trazido ao pronto- socorro com queixa de febre contínua há 30 dias, astenia, dor nos membros inferiores e petéquias. Sem antecedentes pessoais relevantes e não tem histórico recente de viagens. Não há história de contato com animais ou exposição a ambientes endêmicos. Ao exame físico, apresenta como alterações febre (39°C), palidez, petéquias e regular estado geral. Presença de linfonodomegalias em região auricular posterior, epitroclear e supraclavicular. Hepatoesplenomegalia moderada. De acordo com o caso apresentado, assinale a alternativa que apresenta a hipótese diagnóstica mais provável e que exame deve ser solicitado para o diagnóstico. Alternativas: (alternativa A) Febre reumática. Solicitar fator reumatoide. (alternativa B) Linfoma de Hodgkin. Solicitar ressonância nuclear magnética. (alternativa C) (CORRETA) Leucemia linfoblástica aguda. Solicitar mielograma. (alternativa D) Malária. Solicitar gota espessa. Resposta comentada: Correta: Leucemia linfoblástica aguda. Solicitar mielograma. A principal hipótese é a Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA). A faixa etária de maior incidência da LLA é do 2º ao 5º ano de vida, sendo rara no recém-nascido. Há discreto predomínio no sexo masculino (1,2:1). Os sinais e sintomas da LLA são decorrentes da infiltração neoplásica (linfoblastos) na medula óssea e da disseminação dessas células através da corrente sanguínea, para outros órgãos e sistemas. Geralmente, a evolução ocorre em dias ou semanas, com piora gradativa ou mesmo súbita. A dor óssea é frequente, geralmente ocorre em membros, principalmente inferiores, e pode tornar-se muito intensa, impedindo a deambulação. A febre 000155.970018.a5f417.bcabcc.df2d62.413b51.219f0b.acbec Pgina 1 de 27 também é um sintoma prevalente, que ocorre em cerca de 50-60% dos casos. Palidez, astenia, petéquias e equimoses são comuns na fase inicial da doença. No exame clínico, além da palidez, fenômenos hemorrágicos e febre, frequentemente se observam hepatomegalia, esplenomegalia e linfonodomegalias generalizadas. Ao diagnóstico, o hemograma revela várias alterações sugestivas da doença. A confirmação do diagnóstico é realizada pelo mielograma, avaliando-se as características citomorfológicas dos blastos. Para o diagnóstico de LLA, devem ser observados no mínimo 25% de linfoblastos na medula óssea. Incorreta: Linfoma de Hodgkin. Solicitar ressonância nuclear magnética. O linfoma de Hodgkin (LH) tem pico de incidência entre 15-19 anos de idade, sendo considerado a neoplasia mais comum na adolescência (15%). Na forma infantil (O tratamento cirúrgico está indicado nas seguintes condições: demonstração de restos ovulares pela ultrassonografia impõe a necessidade de esvaziamento uterino por meio de curetagem ou aspiração manual intrauterina. Nos casos de laceração cervical, pratica-se a sutura do colo uterino e faz-se revisão dos fórnices e das paredes vaginais. Referências: ZUGAIB, Marcelo e FRANCISCO, Rossana Pulcineli Vieira. Zugaib, obstetrícia. Barueri, SP: Manole. Acesso em: 15 fev. 2025. REZENDE FILHO, Jorge de. Obstetrícia. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. Tratado de Ginecologia FEBRASGO / editores Cesar Eduardo Fernandes, Marcos Felipe Silva de Sá; coordenação Agnaldo Lopes da Silva Filho..[et al]. — 1ª ed. — Rio de Janeiro: Elsevier, 2019. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Aborto: classificação, diagnóstico e conduta. São Paulo: FEBRASGO; 2021. (Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, n° 1/ Comissão Nacional Especializada em Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério). 3ª QUESTÃO 000155.970018.a5f417.bcabcc.df2d62.413b51.219f0b.acbec Pgina 4 de 27 Enunciado: (IESVAP) Homem, 80 anos, professor universitário aposentado, comparece ao ambulatório de clínica médica acompanhado de sua esposa por queixa de comprometimento de memória há 6 meses. O paciente refere que tem apresentado episódios de esquecimento de compromissos marcados, dificuldade em lembrar nomes de conhecidos e onde guardou objetos. No entanto, o paciente continua realizando suas atividades diárias de forma independente, como leitura de livros e jornais, acompanhamento de notícias e participação em grupos de discussão online. Ele também mantém sua rotina de exercícios físicos e atividades sociais. As queixas do paciente, embora sutis, também já foram percebidas pela esposa. O exame físico não identificou sinais neurológicos focais, também não havia sinais de parkinsonismo. Mini Exame do Estado Mental (MEEM): 24/30 (Valor de referência para escolaridade 26). Trouxe exames laboratoriais constando hemograma, eletrólitos, função tireoidiana e vitamina B12 normais. Tomografia computadorizada de crânio com leve atrofia de parênquima cerebral difusa, sem preferência lobar, compatível com a idade. Diante do caso clínico, assinale a alternativa correta. Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) O quadro clínico apresentado com sintomas de perda de memória, associado à pontuação alterada no MEEM, aponta como diagnóstico provável o comprometimento cognitivo leve. (alternativa B) A ausência de atrofia encefálica do lobo temporal medial (sobretudo atrofia hipocampal) descarta o diagnóstico de doença de Alzheimer. (alternativa C) O fato de as queixas cognitivas serem sutis e não interferirem na autonomia para realização de suas atividades habituais direciona para o diagnóstico de doença de Alzheimer em fase inicial. (alternativa D) As queixas do paciente, a duração dos sintomas, a presença de fatores de risco direcionam para o diagnóstico diferencial de um quadro confusional agudo (delirium). 000155.970018.a5f417.bcabcc.df2d62.413b51.219f0b.acbec Pgina 5 de 27 Resposta comentada: Correta: O quadro clínico apresentado com sintomas de perda de memória, associado à pontuação normal no MEEM, aponta como diagnóstico provável o comprometimento cognitivo leve. O paciente mantém suas atividades diárias independentes, o que é característico do comprometimento cognitivo leve. Quando a perda de memória se torna mais evidente para o paciente, familiares e amigos e é confirmada com testes de memória padronizados, é aplicado o termo comprometimento cognitivo leve (CCL). Incorreta: O fato de as queixas cognitivas serem sutis e não interferirem na autonomia para realização de suas atividades habituais direciona para o diagnóstico de doença de Alzheimer em fase inicial. O fato de o paciente manter sua autonomia nas atividades diárias torna a doença de Alzheimer (DA) em fase inicial menos provável. Na DA, os problemas cognitivos começam a interferir nas atividades diárias, como cuidar das finanças, seguir instruções de trabalho, dirigir, fazer compras e cuidar da casa. Alguns pacientes não percebem essas dificuldades (anosognosia), mas a maioria permanece muito preocupada com seus déficits. Alterações no ambiente (viagens, mudanças, hospitalização) tendem a desestabilizar o paciente. Com o tempo, os pacientes se perdem em caminhadas ou dirigindo. O traquejo social, os comportamentos de rotina e a conversação superficial podem ser surpreendentemente normais, mesmo nos estágios tardios da doença. Incorreta: As queixas do paciente, a duração dos sintomas, a presença de fatores de risco direcionam para o diagnóstico diferencial de um quadro confusional agudo (delirium). O paciente apresenta sintomas crônicos, sem sinais de confusão aguda, o que descarta o delirium. O delirium tem várias manifestações clínicas, mas é definido como declínio relativamente agudo da cognição, que flutua ao longo de horas ou dias. Sua principal característica é o déficit de atenção, embora todos os domínios cognitivos – como a memória, a função executiva, as habilidades visuoespaciais e a linguagem – se mostrem comprometidos de alguma forma. Os sintomas associados que podem estar presentes em alguns casos incluem alterações do ciclo sono-vigília, perturbações da percepção, como alucinações ou delírios, alterações afetivas e achados autonômicos, que incluem instabilidade da frequência cardíaca e da pressão arterial. Incorreta: A ausência de atrofia encefálica do lobo temporal medial (sobretudo atrofia hipocampal) descarta o diagnóstico de doença de Alzheimer. A ausência de atrofia hipocampal não descarta a doença de Alzheimer, especialmente em fases iniciais. Os exames de neuroimagem (TC e RM) não mostram um padrão único específico de DA e podem ser normais no início da doença. Referências: LOSCALZO, José; FAUCI, Anthony S.; KASPER, Dennis L.; e outros. Medicina Interna de Harrison. 21ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2024. E-book. pág. 3540. ISBN 9786558040231. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786558040231/. Acesso em: 10 abr. 2025. GREENBERG, David A.; AMINOFF, Michael J.; SIMON, Roger P. Neurologia clínica. 8. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2014. E-book. p. Capa. ISBN 9788580553550. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788580553550/. Acesso em: 10 abr. 2025. 4ª QUESTÃO 000155.970018.a5f417.bcabcc.df2d62.413b51.219f0b.acbec Pgina 6 de 27 Enunciado: (AFYA PARAÍBA) Uma menina de 5 anos é levada à consulta devido a dor articular há 7 semanas, principalmente nas articulações dos joelhos e tornozelos. Além da dor, a mãe relata que a criança tem febre baixa intermitente e cansaço. Nega outros sintomas. Não há história de trauma, de outras doenças pregressas e de uso de medicamentos. Ao exame físico, apresenta como alterações leve inchaço nas articulações afetadas e mobilidade limitada, sem sinais de infecção local. Considerando o quadro clínico, assinale a alternativa que apresenta o diagnóstico mais provável nesse caso. Alternativas: (alternativa A) Lúpus eritematoso sistêmico. (alternativa B) (CORRETA) Artrite idiopática juvenil. (alternativa C) Febre reumática. (alternativa D) Leucemia linfoide aguda. 000155.970018.a5f417.bcabcc.df2d62.413b51.219f0b.acbec Pgina 7 de 27 Resposta comentada: A artrite idiopática juvenil é uma das causas mais comuns de dor articular em crianças, especialmente com sintomas como febre baixa intermitente, artrite oligoarticular (afetando poucas articulações) e cansaço. A AIJ é definida como a artrite que se inicia antes dos 16 anos de idade, com duração maior que 6 semanas, em pelo menos uma articulação. O quadro clínico da criança com dor em múltiplas articulações, associada a febre e sinais inflamatórios nas articulações, é compatível com a AIJ, sendo o diagnóstico mais provável neste caso. Febre Reumática – complicação de infecção por Streptococcus beta-hemolítico do grupo A (geralmente faringite estreptocócica não tratada).A artrite da febre reumática tem caráter migratório. Além disso, a febre reumática geralmente afeta grandes articulações (joelhos, tornozelos, cotovelos), mas também apresenta outros sinais, como cardite, nódulos subcutâneos e eritema marginado, que não foram descritos no caso. A forma clássica é a oligoartrite ou poliartrite migratória (em média 6 articulações), com evolução assimétrica, permanecendo 1-5 dias em cada articulação em um surto total que dura em média 1-3 semanas. Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) – oligoartrite ou poliartrite aguda ou recorrente na apresentação da doença ocorre em até 70% dos pacientes com LES. O comprometimento articular é geralmente discreto, autolimitado e habitualmente sem deformidade articular. Frequentemente afeta múltiplos sistemas, incluindo pele (rash malar), rins (nefrite lúpica) e sistema hematológico (anemia, leucopenia, plaquetopenia). Sinais e sintomas constitucionais e inespecíficos são frequentes como primeiras manifestações da doença, tais como: febre, anorexia, perda de peso, fadiga, linfadenopatia difusa, hepatomegalia e esplenomegalia. O acometimento cutâneo ocorre em até 80% dos pacientes com LESJ. Não há menção de outros sintomas característicos do LES, tornando esse diagnóstico improvável. Leucemia Linfoide Aguda (LLA) – pode se manifestar com dor óssea e articular, febre e fadiga, mas geralmente vem acompanhada de outros sinais sistêmicos, como: palidez e fadiga intensa devido à anemia. Hematomas ou petéquias devido à plaquetopenia. Infecções frequentes devido à leucopenia. Hepatoesplenomegalia e linfadenopatia generalizada, que não foram mencionadas no caso. O inchaço articular na leucemia geralmente é secundário à infiltração leucêmica na medula óssea, e não uma verdadeira artrite inflamatória como na AIJ. Referências: PEDIATRIA, Sociedade Brasileira de. Tratado de pediatria. 6ª ed. Barueri: Manole, 2024. E-book. p.v2-804. ISBN 9788520458679. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788520458679/. Acesso em: 24 mar. 2025. Petty, R. E., et al. (2019). Artrite Idiopática Juvenil: Abordagem Diagnóstica e Terapêutica. Pediatria. 5ª QUESTÃO 000155.970018.a5f417.bcabcc.df2d62.413b51.219f0b.acbec Pgina 8 de 27 Enunciado: (AFYA ITABUNA) Uma mãe leva seu filho de 10 anos ao ambulatório pediátrico para avaliação de uma massa palpável na região cervical. A mãe relata que notou um aumento no tamanho do linfonodo há cerca de uma semana. O menino não apresenta febre, fadiga ou perda de apetite. Ao exame físico, apresenta como alteração linfonodo cervical aumentado (aproximadamente 2 cm), elástico, móvel e indolor, sem sinais de infecção local. Um hemograma completo foi solicitado e os resultados mostram: Hemoglobina: 12 g/dL, Contagem de leucócitos: 8.000/mm³, Contagem de plaquetas: 250.000/mm³, Linfócitos: 60% (valor normal: 20% a 50% do total de leucócitos) e Neutrófilos: 30% (valor normal: 40% a 70% do total de leucócitos). Com base na história clínica e nos resultados do hemograma, qual é a hipótese mais apropriada para este caso? Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Linfadenopatia reacional. (alternativa B) Leucemia linfoblástica aguda. (alternativa C) Linfoma não-Hodgkin. (alternativa D) Linfoma de Hodgkin. 000155.970018.a5f417.bcabcc.df2d62.413b51.219f0b.acbec Pgina 9 de 27 Resposta comentada: Correta: A linfadenopatia reacional é comum em crianças e pode ocorrer em resposta a infecções virais ou bacterianas. Os achados clínicos e laboratoriais sugerem uma resposta imunológica normal, com contagens hematológicas dentro dos limites normais. Características do linfonodo: linfonodos elásticos, móveis, indolores, de tamanho não maior que 2-3 cm, são frequentemente reacionais. No hemograma, caso o quadro infeccioso seja bacteriano, pode ser observada leucocitose com neutrofilia, e se viral há predomínio de linfócitos com atipias, desde que as demais séries, vermelha e plaquetária, estejam normais. Incorreta: Embora a leucemia linfoblástica aguda possa causar linfadenopatia, os resultados do hemograma não mostram anormalidades típicas dessa condição, como anemia significativa ou trombocitopenia. Além disso, a ausência de sintomas mais graves como febre alta ou perda de peso acentuada torna essa hipótese menos provável. Incorreta: O linfoma não-Hodgkin geralmente apresenta-se com linfadenopatia, embora os achados clínicos e laboratoriais não sejam típicos dessa condição. Outros sintomas estão associados, como febre, perda de peso, sudorese abundante à noite, prurido, inapetência, cansaço e calafrios. Linfonodos duros, elásticos, pouco dolorosos, aderidos a planos profundos, coalescentes com outros linfonodos, frequentemente gerando massa maior que 4 cm, são características das neoplasias, principalmente linfomas (doença de Hodgkin e menos frequentemente linfoma não Hodgkin). Incorreta: O linfoma de Hodgkin mais comum entre 15 e 35 anos pode apresentar-se com linfadenopatia cervical indolor, que se espalha de forma ordenada de um grupo de linfonodos para outro; no entanto, os exames laboratoriais não mostram anormalidades típicas. A confirmação requer biópsia do linfonodo. Referências: INCA - Instituto Nacional de Câncer. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de- cancer/cancer-infantojuvenil. Acesso em: 10 abr. 2025. PEDIATRIA, Sociedade Brasileira de. Tratado de pediatria. 6ª ed. Barueri: Manole, 2024. E-book. p. Capa. ISBN 9788520458679. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788520458679/. Acesso em: 21 nov. 2024. 6ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA ITABUNA) Um homem de 60 anos comparece ao ambulatório com queixas de dor nas articulações, especialmente nos joelhos e nas mãos. Ele relata que a dor piora ao realizar atividades diárias, como subir escadas e abrir frascos, e melhora com o repouso. O paciente também menciona rigidez matinal que dura cerca de 20 minutos. Ao exame físico, apresenta como alteração a diminuição leve da amplitude de movimento. Considerando o quadro clínico apresentado, assinale a alternativa que contém o plano terapêutico inicial adequado para este paciente. 000155.970018.a5f417.bcabcc.df2d62.413b51.219f0b.acbec Pgina 10 de 27 Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Educação do paciente, exercícios físicos, controle do peso e prescrição de paracetamol. (alternativa B) Uso exclusivo de AINEs, sem necessidade de intervenções não farmacológicas. (alternativa C) Fisioterapia intensiva e uso de corticosteroides injetáveis. (alternativa D) Recomendações para repouso absoluto e uso de opioides para controle da dor. 000155.970018.a5f417.bcabcc.df2d62.413b51.219f0b.acbec Pgina 11 de 27 Resposta comentada: A principal hipótese diagnóstica para o caso é a osteoartrite (OA). A dor articular da OA é primariamente relacionada à atividade nos primeiros estágios da doença. A dor surge durante ou imediatamente após o uso da articulação e, em seguida, desaparece de modo gradual. A rigidez da articulação afetada pode ser proeminente, porém a rigidez matinal costuma ser de curta duração ( 45 anos de idade. Correta: Educação do paciente, exercícios físicos, controle do peso e prescrição de paracetamol. Educação do paciente, exercícios físicos, controle do peso e prescrição de paracetamol incluem intervenções não farmacológicas essenciais. A prescrição de paracetamol é uma abordagem segura e eficaz para o manejo da dor leve a moderada na osteoartrite. Incorreta: Uso exclusivo de AINEs, sem necessidade de intervenções não farmacológicas. Embora os AINEs sejam úteis no controle da dor e inflamação, esta alternativa é inadequada porque ignora as importantes intervenções não farmacológicas que são fundamentais no manejo da osteoartrite. O tratamento deve ser multidisciplinar e incluir mudanças no estilo de vida. Incorreta: Recomendações para repouso absoluto e uso de opioides para controle da dor. O repouso absoluto pode levar à rigidez articular e à perdade função. Além disso, o uso de opioides não é recomendado como primeira linha no tratamento da osteoartrite devido ao risco de dependência e efeitos colaterais. Incorreta: Fisioterapia intensiva, uso de corticosteroides injetáveis e restrição total de atividades físicas. Embora a fisioterapia possa ser benéfica, a proposta de "uso intensivo" pode não ser necessária ou apropriada em todos os casos. O uso de corticosteroides injetáveis deve ser reservado para situações específicas e não deve ser parte do plano inicial padrão. Referências: CHEW, Felix S. Radiologia Esquelética. Editora Manole, 2016. E-book. ISBN 9788520448311. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520448311/. Acesso em: 02 mar. 2025. JAMESON, J L.; FAUCI, Anthony S.; KASPER, Dennis L.; et al. Manual de medicina de Harrison. Grupo A, 2021. E-book. ISBN 9786558040040. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786558040040/. Acesso em: 02 mar. 2025. LOSCALZO, José; FAUCI, Anthony S.; KASPER, Dennis L.; e outros. Medicina Interna de Harrison. 21ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2024. E-book. pág. 2859. ISBN 9786558040231. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786558040231/. Acesso em: 24 mar. 2025. 7ª QUESTÃO 000155.970018.a5f417.bcabcc.df2d62.413b51.219f0b.acbec Pgina 12 de 27 Enunciado: (IESVAP) Mulher de 75 anos, funcionária pública aposentada, comparece ao ambulatório de Geriatria, acompanhada da filha. A filha relata que, nos últimos 18 meses, a paciente tem apresentado episódios de esquecimento frequente de eventos recentes, dificuldade em encontrar palavras para se expressar e repetição de perguntas já respondidas. A paciente também tem apresentado dificuldades em realizar tarefas domésticas que antes eram rotineiras, como cozinhar e organizar a casa. Negam alterações do humor. O exame físico não mostrou alterações neurológicas focais. Mini Exame do Estado Mental (MEEM): 22/30 (valor de referência para a escolaridade: 26). Realizou exames laboratoriais, incluindo hemograma, eletrólitos, função tireoidiana e vitamina B12, sem alterações. Ressonância magnética de crânio com atrofia hipocampal bilateral, além de atrofia encefálica difusa. Qual é o tratamento mais adequado para essa paciente? Alternativas: (alternativa A) Orientar paciente e família sobre a importância de manter atividades físicas e mentais regulares. (alternativa B) Iniciar tratamento com antidepressivo, preferencialmente inibidor da recaptação de serotonina. (alternativa C) (CORRETA) Iniciar tratamento com donepezila, um inibidor da acetilcolinesterase. (alternativa D) Iniciar tratamento com amantadina, um antagonista do receptor NMDA com efeito dopaminérgico. 000155.970018.a5f417.bcabcc.df2d62.413b51.219f0b.acbec Pgina 13 de 27 Resposta comentada: Correta: Iniciar tratamento com donepezila, um inibidor da acetilcolinesterase. A paciente apresenta sintomas de demência, sendo a doença de Alzheimer o diagnóstico mais provável para o caso. A donepezila é um inibidor da acetilcolinesterase, um medicamento de primeira linha, que pode ajudar a melhorar os sintomas cognitivos. Incorreta: Iniciar tratamento com antidepressivo, preferencialmente inibidor da recaptação de serotonina. Embora a depressão possa causar sintomas semelhantes à demência, o quadro clínico da paciente e os exames complementares sugerem demência de Alzheimer. O tratamento com antidepressivo não é indicado primariamente nessa situação. Incorreta: Iniciar tratamento com amantadina, um antagonista do receptor NMDA com efeito dopaminérgico. A amantadina não é indicada para o tratamento da demência de Alzheimer. Incorreta: Orientar paciente e família sobre a importância de manter atividades físicas e mentais regulares. Embora as atividades físicas e mentais sejam importantes para a saúde cognitiva, a paciente apresenta sintomas de demência que necessitam de tratamento medicamentoso. Referências: LOSCALZO, Joseph; FAUCI, Anthony S.; KASPER, Dennis L.; et al. Medicina Interna de Harrison. 21. ed. Porto Alegre: AMGH, 2024. E-book. p. 3370. ISBN 9786558040231. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786558040231/. Acesso em: 10 abr. 2025. GREENBERG, David A.; AMINOFF, Michael J.; SIMON, Roger P. Neurologia clínica. 8. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2014. E-book. p. Capa. ISBN 9788580553550. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788580553550/. Acesso em: 10 abr. 2025. 8ª QUESTÃO Enunciado: (UNISL PORTO VELHO) Um homem de 32 anos comparece ao ambulatório psiquiátrico acompanhado da esposa, que relata mudanças significativas em seu comportamento nos últimos meses. Ele descreve episódios de extrema energia, em que se sente invencível, fala excessivamente e faz gastos impulsivos. Em outros momentos, sente-se profundamente deprimido, sem energia e com pensamentos suicidas. A esposa relata que ele tem um histórico de oscilações de humor desde os 20 anos, mas nunca procurou tratamento adequado. Nega antecedentes pessoais relevantes, uso de medicamentos e drogas. Diante desse quadro, identifique qual é a conduta inicial mais apropriada. 000155.970018.a5f417.bcabcc.df2d62.413b51.219f0b.acbec Pgina 14 de 27 Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Iniciar um estabilizador de humor, como lítio ou ácido valproico, podendo associar um antipsicótico atípico conforme necessidade. (alternativa B) Prescrever um antidepressivo isolado, pois poderá reduzir os sintomas depressivos e evitar recorrência de novos episódios. (alternativa C) Recomendar mudanças no estilo de vida, como exercícios físicos e alimentação saudável, e reavaliar em seis meses antes de iniciar tratamento medicamentoso. (alternativa D) Indicar isoladamente a psicoterapia, pois a abordagem medicamentosa pode agravar os sintomas e causar dependência química. 000155.970018.a5f417.bcabcc.df2d62.413b51.219f0b.acbec Pgina 15 de 27 Resposta comentada: Resposta correta: Iniciar um estabilizador de humor, como lítio ou ácido valproico, podendo associar um antipsicótico atípico conforme necessidade. Justificativa: O transtorno afetivo bipolar exige um tratamento estruturado com estabilizadores de humor para reduzir a recorrência dos episódios maníacos e depressivos. O lítio é a principal medicação de escolha, demonstrando eficácia na estabilização do humor e na redução do risco de suicídio. O ácido valproico pode ser uma alternativa em casos específicos, como quando há contraindicação ao lítio. Em alguns casos, antipsicóticos atípicos (ex.: quetiapina, olanzapina) podem ser necessários para controle dos sintomas, especialmente em episódios maníacos mais intensos. Análise das Alternativas Incorretas: Incorreta: Prescrever um antidepressivo isolado, pois pode reduzir os sintomas depressivos e prevenir novos episódios. O uso isolado de antidepressivos em pacientes com transtorno bipolar pode precipitar um episódio maníaco, aumentando o risco de impulsividade e comportamentos de risco. Se necessário, os antidepressivos devem ser usados em associação com estabilizadores de humor e sob monitoramento rigoroso. Incorreta: Indicar apenas psicoterapia, pois a abordagem medicamentosa pode agravar os sintomas e causar dependência. A psicoterapia pode auxiliar no manejo do transtorno bipolar, mas não substitui a necessidade de estabilizadores de humor. Além disso, os estabilizadores de humor não causam dependência química, diferentemente de algumas classes de medicamentos, como benzodiazepínicos. Incorreta: Recomendar mudanças no estilo de vida, como exercícios físicos e boa alimentação, e reavaliar em seis meses antes de iniciar tratamento medicamentoso. Embora hábitos saudáveis sejam importantes, o transtorno bipolar é uma condição psiquiátrica grave que requer tratamento farmacológico adequado. Adiar o tratamento pode levar a novos episódios e aumentar o risco de suicídio e comprometimento funcional. Referências: LOSCALZO, José; FAUCI, Anthony S.; KASPER, Dennis L.; e outros. MedicinaInterna de Harrison. 21ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2024. E-book. pág. 3551. ISBN 9786558040231. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786558040231/. American Psychiatric Association. Practice Guideline for the Treatment of Patients with Bipolar Disorder. 3ª ed. Washington, DC: APA, 2010. Goodwin FK, Jamison KR. Manic-Depressive Illness: Bipolar Disorders and Recurrent Depression. 2ª ed. Oxford University Press, 2007. Kaplan & Sadock’s Comprehensive Textbook of Psychiatry. 10ª ed. Philadelphia: Wolters Kluwer, 2017. 9ª QUESTÃO 000155.970018.a5f417.bcabcc.df2d62.413b51.219f0b.acbec Pgina 16 de 27 Enunciado: (UNITPAC) Um paciente do sexo masculino, 63 anos, com antecedente de tabagismo de 40 maços/ano, comparece à unidade de saúde com queixa de tosse seca persistente há 2 meses, perda de peso de 8 kg no período e dispneia progressiva aos esforços. Refere ainda rouquidão recente e dor torácica localizada. Ao exame físico, apresenta hipocratismo digital e estertores finos na base direita. Foi solicitada radiografia de tórax, que revelou uma massa espiculada no lobo superior direito, associada à redução do volume pulmonar no mesmo hemitórax. Com base no quadro clínico e radiológico, qual é a hipótese diagnóstica mais provável? Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Neoplasia pulmonar primária do tipo não pequenas células. (alternativa B) Tuberculose pulmonar em fase subaguda, com caverna oculta. (alternativa C) Pneumonia de lenta resolução com possível abscesso pulmonar. (alternativa D) Embolia pulmonar com infarto parenquimatoso e resposta inflamatória local. 000155.970018.a5f417.bcabcc.df2d62.413b51.219f0b.acbec Pgina 17 de 27 Resposta comentada: A apresentação é clássica de câncer de pulmão não pequenas células (como o adenocarcinoma ou carcinoma escamoso). Sintomas como tosse persistente, perda de peso, dor torácica, rouquidão e hipocratismo digital, associados à imagem de massa espiculada com retração (sinal de desmoplasia tumoral), tornam essa a hipótese mais provável. O tabagismo é o principal fator de risco. Distratores: Abscesso pulmonar geralmente se apresenta com tosse produtiva, febre e escarro purulento, e radiologicamente com cavitação com nível hidroaéreo, o que não foi descrito. Tuberculose pode simular neoplasia, mas geralmente apresenta-se com sintomas sistêmicos (febre, sudorese noturna, tosse com escarro) e acometimento apical. A massa espiculada com retração lobar favorece etiologia tumoral. Embolia pulmonar pode causar dor torácica e dispneia, mas não está associada a massa espiculada, nem a sintomas de longa duração. Não explicaria perda ponderal progressiva ou hipocratismo. Referências: BMJ Best Practice. Non-small cell lung cancer: diagnosis and staging. BMJ Publishing Group. Disponível em: https://bestpractice.bmj.com/topics/en-us/3000116. Acesso em: 06 mar. 2025. HARRISON, T. R. et al. Princípios de Medicina Interna. 21ª ed. Rio de Janeiro: AMGH, 2022. SABISTON, D. C. Tratado de Cirurgia: a base biológica da prática cirúrgica moderna. 21. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2022. INCA – Instituto Nacional de Câncer. Neoplasias de pulmão: diretrizes diagnósticas e terapêuticas. Rio de Janeiro, 2023. 10ª QUESTÃO Enunciado: (FIP GUANAMBI) Paciente de 32 anos, G2P1A0, com 10 semanas de gestação pela DUM, comparece à Maternidade com queixa de sangramento vaginal moderado há 01 hora, acompanhado de dor abdominal em cólica de forte intensidade. Ao exame físico, apresenta-se afebril, com PA de 120/80 mmHg e FC de 92 bpm. No exame especular, observa-se sangramento ativo proveniente do canal cervical. O orifício interno do colo uterino encontra-se dilatado no exame de toque vaginal. Qual é a hipótese diagnóstica mais provável para essa paciente? 000155.970018.a5f417.bcabcc.df2d62.413b51.219f0b.acbec Pgina 18 de 27 Alternativas: (alternativa A) Abortamento infectado. (alternativa B) (CORRETA) Abortamento em curso. (alternativa C) Ameaça de abortamento. (alternativa D) Abortamento completo. Resposta comentada: Incorreta: A ameaça de abortamento é uma complicação frequente e ocorre em 15 a 20% das gestações clinicamente diagnosticadas. O quadro clínico caracteriza-se por sangramento vaginal em pequena quantidade, acompanhado ou não de dor em cólica na região hipogástrica. No exame ginecológico, o colo uterino encontra-se fechado e o tamanho do útero é compatível com o atraso menstrual. Incorreta: Quando o abortamento completo ocorre no primeiro trimestre da gravidez, principalmente nas 10 semanas iniciais, é comum a expulsão completa dos produtos da concepção. Rapidamente, o útero se contrai e o sangramento, juntamente com as cólicas, diminui de intensidade. O orifício interno do colo uterino tende a fechar-se em poucas horas. Correta: O abortamento em curso é caracterizado clinicamente por sangramento moderado ou intenso, acompanhado de dor abdominal em cólica, geralmente de forte intensidade. No exame físico, dependendo da intensidade da hemorragia, pode-se evidenciar anemia, taquicardia e hipotensão arterial. No exame especular, observa-se sangramento ativo proveniente do canal cervical, geralmente com presença de restos dos produtos da concepção. O orifício interno do colo uterino encontra-se dilatado no exame de toque vaginal. Incorreta: O abortamento infectado, principalmente em países em que a lei proíbe a interrupção da gestação, muitas vezes encontra-se intimamente ligado à ilegalidade, sendo sua prática realizada em condições inadequadas. O quadro clínico depende do grau de comprometimento da paciente. Nos casos de endomiometrite, geralmente se observam hipertermia, sangramento vaginal discreto (que pode ser acompanhado de saída de material purulento oriundo do canal cervical), dores abdominais em cólica e útero doloroso à palpação. No toque vaginal, o colo uterino apresenta-se geralmente pérvio e doloroso à mobilização. No exame especular, observa-se saída de material purulento proveniente do canal cervical e podem estar presentes lacerações cervicais denunciadoras de abortamento provocado de forma clandestina. Nos casos mais graves, a paciente pode apresentar peritonite generalizada, sepse, insuficiência renal e coagulopatia. Referência: ZUGAIB, Marcelo. Zugaib, obstetrícia. 5ª ed. Barueri: Manole, 2023. E-book. pág. 576. ISBN 9786555769340. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786555769340/. Acesso em: 10 abr. 2025. 11ª QUESTÃO 000155.970018.a5f417.bcabcc.df2d62.413b51.219f0b.acbec Pgina 19 de 27 Enunciado: (FASA VIC) Paciente do sexo masculino, 15 anos, procura atendimento ambulatorial com queixa de obsessões e compulsões que têm prejudicado significativamente seu desempenho escolar e social. O paciente relata pensamentos intrusivos constantes, relacionados à contaminação por germes, o que o leva a realizar repetidas lavagens de mãos, chegando a gastar mais de uma hora por dia nesse comportamento. Além disso, ele se sente angustiado quando não consegue realizar essas práticas, e as suas atividades diárias estão sendo afetadas. O paciente não apresenta comorbidades e não tem histórico de uso de medicamentos nem drogas. Diante do quadro clínico, você resolve iniciar, além da terapia, um tratamento farmacológico de primeira linha. Selecione esse medicamento. Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Sertralina. (alternativa B) Clomipramina. (alternativa C) Risperidona. (alternativa D) Diazepam. 000155.970018.a5f417.bcabcc.df2d62.413b51.219f0b.acbec Pgina 20 de 27 Resposta comentada: Trata-se de um caso de Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC): caracterizado pela presença de obsessões ou compulsões que interferem negativamente na vida das pessoas acometidas e da família. Obsessões são pensamentos intrusivos e não desejados, que fogem ao controle do indivíduo. Compulsões são comportamentos repetitivos que os pacientes se sentem compelidos a realizar, para aliviar um estado de ansiedade crescente, muitas vezes motivado pelos pensamentos obsessivos. Os sintomasobsessivos e os rituais podem consumir um tempo considerável do dia, interferir nas atividades acadêmicas e no convívio com a família e os amigos e gerar sofrimento substancial. É muito comum a demora na identificação do quadro, porque muitas crianças e adolescentes acometidos escondem seus sintomas por vergonha. Em casos moderados a graves, recomenda-se encaminhamento para um especialista em saúde mental para início do tratamento medicamentoso, que sempre deve estar combinado à intervenção psicológica. Os inibidores seletivos de recaptação da serotonina são os fármacos de primeira linha, mas suas ações se iniciam depois de 2 a 3 semanas de uso. Nos casos graves, em crianças mais velhas e adolescentes, pode ser indicada a associação com benzodiazepínicos num primeiro momento, pelo seu efeito imediato, programando-se a retirada gradual da medicação com a melhora do quadro, em vista do seu potencial em causar dependência. Alternativa correta: Sertralina. Justificativa: A sertralina é um ISRS com eficácia comprovada no tratamento de TOC e é considerada uma das melhores opções de tratamento para paciente adolescente. Ela tem um perfil de segurança bem estabelecido e, geralmente, apresenta menos efeitos colaterais, tornando-se uma boa escolha inicial para adolescentes com esse diagnóstico, além de ser um medicamento de primeira linha, como sugere no enunciado. Análise das alternativas incorretas: Diazepam – Incorreta. Justificativa: O diazepam é um benzodiazepínico utilizado para tratar ansiedade aguda e insônia, mas não possui eficácia comprovada no tratamento do TOC. Além disso, benzodiazepínicos apresentam risco de dependência e não atuam na neurobiologia do transtorno. Clomipramina – Incorreta. Justificativa: Embora a clomipramina seja eficaz no tratamento do TOC, pertence à classe dos antidepressivos tricíclicos (ATC), que apresentam maior risco de efeitos adversos, como sedação, boca seca, ganho de peso e cardiotoxicidade. Por esse motivo, os ISRS são a primeira escolha, sendo a clomipramina reservada para casos refratários. Risperidona – Incorreta Justificativa: A risperidona é um antipsicótico atípico, utilizado para transtornos psicóticos e, em alguns casos, para TOC resistente, associada a um ISRS. No entanto, não é indicada como tratamento inicial para o TOC, sendo reservada para quadros graves e refratários. Referências: LOSCALZO, Joseph; FAUCI, Anthony S. KASPER, Dennis L.; et al. Medicina Interna de Harrison. 21ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2024. E-book. p. ii. ISBN 9786558040231. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786558040231/. Acesso em: 10 abr. 2025. PEDIATRIA, Sociedade Brasileira de. Tratado de pediatria. 6ª ed. Barueri: Manole, 2024. E-book. p.v2-1110. ISBN 9788520458679. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788520458679/. Acesso em: 10 abr. 2025. 12ª QUESTÃO 000155.970018.a5f417.bcabcc.df2d62.413b51.219f0b.acbec Pgina 21 de 27 Enunciado: (ITPAC PORTO NACIONAL) RN com IG de 37 semanas de vida, sexo masculino, nascido de parto cesárea por diabetes mellitus gestacional, com 54 horas de vida, com tipagem sanguínea “O negativo”, em aleitamento materno exclusivo, pega adequada e ganho de peso, eliminações fisiológicas. Não há histórico de icterícia entre os irmãos. Ao ser avaliado para alta hospitalar, foi observada icterícia em zona III de Kramer, sendo coletadas neste momento as bilirrubinas totais e frações com o seguinte resultado: BT 15,5 mg/dl, BI 14,9 mg/dl. Analisando o risco pelo normograma de Buthani, qual é a conduta médica? Alternativas: (alternativa A) Adiar a alta hospitalar, observar até o 5º dia de vida, quando ocorre o pico de hiperbilirrubinemia. (alternativa B) Alta hospitalar com retorno em 48h para reavaliação do quadro de icterícia do recém-nascido. (alternativa C) Adiar alta hospitalar e repetir dosagem de bilirrubinas total e frações em 24 horas. (alternativa D) (CORRETA) Adiar a alta hospitalar e iniciar fototerapia, mantendo a criança no alojamento conjunto. 000155.970018.a5f417.bcabcc.df2d62.413b51.219f0b.acbec Pgina 22 de 27 Resposta comentada: Alternativa incorreta: Alta hospitalar com retorno em 48h para reavaliação. A alta hospitalar só é indicada para recém-nascidos com bilirrubina dentro de faixas de baixo risco ou risco intermediário-baixo, o que não é o caso. Essa alternativa seria correta para um RN com bilirrubina total inferior a 12 mg/dL neste período de vida. Como o valor de BT está elevado e o RN tem um fator de risco associado (DMG materno), a alta sem intervenção não é segura. Alternativa incorreta: Adiar a alta hospitalar, observar até o quinto dia de vida, quando ocorre o pico de hiperbilirrubinemia. O pico fisiológico da bilirrubina ocorre entre 3 e 5 dias de vida, mas um RN com níveis já elevados no segundo dia não deve ficar apenas em observação. Isso atrasaria uma intervenção necessária e poderia levar à progressão da icterícia para níveis neurotóxicos. O correto é iniciar o tratamento imediatamente para evitar complicações como o kernicterus. Alternativa correta: Adiar a alta hospitalar e iniciar fototerapia, mantendo a criança no alojamento conjunto. Segundo as diretrizes da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e o nomograma de Bhutani, um RN com 37 semanas de IG e bilirrubina total de 15,5 mg/dL com 54 horas de vida se enquadra na faixa de necessidade de fototerapia. Critérios que justificam a fototerapia: idade gestacional de 37 semanas. BT de 15,5 mg/dL está na zona de alto risco. Zona III de Kramer, indicando icterícia já atingindo abdome inferior. DMG materno é um fator de risco, pois pode levar à policitemia e maior produção de bilirrubina. Portanto, a fototerapia deve ser iniciada imediatamente, tornando essa alternativa correta. Alternativa incorreta: Adiar alta hospitalar e repetir dosagem de bilirrubinas em 24 horas. O adiamento da alta sem iniciar a fototerapia não é uma conduta adequada, pois a bilirrubina já se encontra em nível elevado para a idade e faixa de risco. Essa conduta seria adequada se o nível de bilirrubina estivesse próximo ao limite para fototerapia, mas aqui já está indicado o tratamento imediato. Referências: Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) – Documento científico - Hiperbilirrubinemia Indireta no Período Neonatal (SBP, 2019). PEDIATRIA, Sociedade Brasileira de. Tratado de pediatria. 6. ed. Barueri: Manole, 2024. E-book. pág. 843. ISBN 9788520458679. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788520458679/. Acesso em: 24 mar. 2025. 13ª QUESTÃO 000155.970018.a5f417.bcabcc.df2d62.413b51.219f0b.acbec Pgina 23 de 27 Enunciado: (AFYA Paraíba) Na unidade de pronto atendimento, dá entrada uma jovem de 20 anos, com queimaduras, decorrentes de fogos de artifício, ocorridas há cerca de 1 hora. No exame físico, observa-se a presença de lesões em todo o membro superior esquerdo e na região genital. Existem áreas com bolhas rosas e dolorosas e áreas com bolhas secas, brancas e não dolorosas. A jovem pesa 80 kg. Considerando que a queimadura é uma doença grave que necessita de tratamento imediato, responda: a) Qual é a área de superfície corporal queimada? (1,0) b) Qual a hidratação a ser realizada, segundo a fórmula de Parkland? (1,5) Alternativas: -- Resposta comentada: Padrão de respostas. A - 10% (1,0). O cálculo da superfície corporal queimada é baseado na regra dos 9, sendo no caso 9% de superfície corporal queimada em todo o membro superior esquerdo mais 1% de superfície corporal queimada da região genital, portanto a superfície corporal queimada é de 10%. B - 2 x 10 x 80 = 1600 ml (0,5). A paciente deve receber entre 800 ml de Soro Fisiológico nas primeiras 7h (0,5) e depois mais 800 ml de Soro Fisiológico nas outras 16h (0,5). O cálculo da hidratação pela Fórmula de Parkland é 2 ml x Peso x Porcentagem de superfície corporal queimada. Sendo 50% nas primeiras 8 h e os 50% restantes nas 16 h restantes, devendo ser iniciado nas primeiras 8 h a partir da horada queimadura. Referência: DOHERTY, Gerard M. CURRENT Cirurgia. Porto Alegre: Grupo A, 2017. E-book. ISBN 9788580556018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580556018/. Acesso em: 07 mar. 2025. 14ª QUESTÃO Enunciado: (UNINOVAFAPI) Paciente do sexo masculino, 23 anos, refere uma torção no tornozelo esquerdo durante partida de futebol, ocorrida há aproximadamente 1 hora. No exame físico, não apresenta equimose perimaleolar e consegue permanecer em ortostase com apoio do membro acometido e deambula com pouca dor durante a avaliação. Qual é a conduta inicial recomendada no atendimento do paciente? 000155.970018.a5f417.bcabcc.df2d62.413b51.219f0b.acbec Pgina 24 de 27 Alternativas: (alternativa A) Indicar imobilização gessada imediata por suspeita clínica de fratura instável. (alternativa B) Solicitar radiografia do tornozelo em 3 incidências, com base nos critérios de Ottawa. (alternativa C) Encaminhar para ortopedia ambulatorial em 7 dias para avaliação funcional. (alternativa D) (CORRETA) Gelo local, repouso, bandagem elástica e elevação, sem exame de imagem. Resposta comentada: A alternativa correta é: uso de gelo, repouso, colocação de bota imobilizadora e elevação do membro acometido. O protocolo PRICE (Proteção, Repouso, Gelo, Compressão, Elevação) é a abordagem aceita para o tratamento inicial de lesões agudas de tornozelo, como as entorses. Durante as primeiras 48-72 horas após o trauma, o protocolo foca no controle da inflamação e na minimização de dor e inchaço. Justificativa com base nas Regras de Ottawa: As Regras de Ottawa para avaliação de tornozelo após trauma indicam a necessidade de radiografia apenas quando: • Há dor na região maleolar (lateral ou medial) e • sensibilidade à palpação na borda posterior dos maléolos ou • incapacidade de apoiar o peso do corpo (não conseguir dar 4 passos imediatamente após o trauma ou no serviço de emergência). No caso apresentado: • Não há equimose nem dor intensa na região maleolar. • O paciente consegue permanecer em ortostase e deambula com pouca dor. • Não há critérios clínicos que justifiquem radiografia, segundo as Regras de Ottawa, portanto o caso é de baixo risco para fratura. Assim, a conduta conservadora com gelo, repouso, contenção e elevação é apropriada e segura para o manejo inicial. Referências: STIELL, I. G. et al. Decision rules for the use of radiography in acute ankle injuries: Refinement and prospective validation. BMJ, v. 313, n. 7070, p. 594–597, 1996. BMJ BEST PRACTICE. Ankle injuries – assessment and diagnosis. Disponível em: https://bestpractice.bmj.com/topics/en-us/3000102. Acesso em: 05 abr. 2025. 000155.970018.a5f417.bcabcc.df2d62.413b51.219f0b.acbec Pgina 25 de 27 AMERICAN COLLEGE OF EMERGENCY PHYSICIANS. Clinical Policy: Critical Issues in the Evaluation of Adult Patients Presenting to the Emergency Department With Acute Ankle Injury. Ann Emerg Med, 2009. BRUCKNER, Jesse DeLee; DREZ, David; MILLER, Mark D. Ortopedia de DeLee e Drez: princípios de cirurgia ortopédica. 2ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. AZEVEDO, Henrique Murad; MARQUES, Ary Nogueira; VON BAHTEN, Felipe. Ortopedia e traumatologia: princípios e prática. 5ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021. HECK, Robert K. Ortopedia: princípios e sua aplicação. Rockwood, Green & Wilkins. 7ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. ROCKWOOD, Charles A.; GREEN, David P.; BUCHOLZ, Robert W.; HECKMAN, James D. Rockwood & Green: fraturas em adultos. 8ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. MARTIN, Charles; COLTON, Charles; MCKEE, Michael; STANNARD, John. Manual de AO: princípios do tratamento de fraturas. 3ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2016. 15ª QUESTÃO Enunciado: (UNIREDENTOR) Mulher de 45 anos comparece à Unidade Básica de Saúde (UBS) relatando episódios recorrentes de taquicardia, sudorese intensa, sensação de falta de ar e medo iminente de morte. Refere que os sintomas iniciaram há cerca de seis meses, sem fator desencadeante claro, ocorrendo de forma abrupta e com resolução espontânea em aproximadamente 20 minutos. Nega eventos semelhantes prévios, transtornos psiquiátricos conhecidos ou uso de substâncias psicoativas. No exame físico, não há achados relevantes. Qual é o diagnóstico mais provável? Alternativas: (alternativa A) Transtorno de Ansiedade Social. (alternativa B) (CORRETA) Transtorno de Pânico. (alternativa C) Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG). (alternativa D) Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). 000155.970018.a5f417.bcabcc.df2d62.413b51.219f0b.acbec Pgina 26 de 27 Resposta comentada: Analisando as alternativas: Transtorno de Pânico: Alternativa correta. O quadro descrito corresponde a crises de pânico espontâneas e recorrentes, sem fator desencadeante evidente e com sintomas autonômicos marcantes (taquicardia, sudorese, dispneia), além da sensação de morte iminente. O transtorno de pânico se caracteriza por ataques inesperados, acompanhados de preocupação persistente sobre novas crises. Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG): Incorreta. O TAG se caracteriza por preocupação excessiva e persistente sobre múltiplas áreas da vida, acompanhada de sintomas físicos inespecíficos (fadiga, tensão muscular, irritabilidade), o que não condiz com a apresentação episódica abrupta da paciente. Transtorno de Ansiedade Social: Incorreta. O transtorno de ansiedade social envolve medo e evitação de situações sociais ou de desempenho por receio de avaliação negativa. A paciente não relata esse padrão de ansiedade relacionado a interações sociais. Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT): Incorreta. O TEPT está associado a uma exposição prévia a evento traumático grave, gerando sintomas de reexperimentação, evitação e hiperestimulação autonômica. A paciente não menciona histórico de trauma significativo. Referências: LOSCALZO, José; FAUCI, Anthony S.; KASPER, Dennis L.; e outros. Medicina Interna de Harrison. 21ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2024. E-book. pág. 3541. ISBN 9786558040231. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786558040231/. Acesso em: 10 abr. 2025. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA. Diretrizes para o diagnóstico e tratamento dos transtornos mentais na atenção primária à saúde. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2019. 000155.970018.a5f417.bcabcc.df2d62.413b51.219f0b.acbec Pgina 27 de 27