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Avaliação Final Integradora - 10ª Fase Prova Comentada QUESTÃO 1 - Um paciente de 18 anos de idade deu entrada no pronto-socorro queixando-se de dor intensa de garganta (lateralizada para a esquerda), febre, dificuldade para engolir os alimentos e trismo. O quadro começou há 3 dias. No exame da orofaringe, foram identificados pontos de pus nas duas amígdalas e abaulamento do espaço periamigdaliano que desloca a amígdala esquerda para a linha média mais que a amígdala direita. Tendo como referência esse quadro clínico, marque a alternativa correta. A) O quadro é de abcesso periamigdaliano e o paciente deve ser internado e levado para a sala de operações para drenagem do abcesso. B) O procedimento mais aceito nesse caso consiste em fazer a amigdalectomia a quente (Quincy procedure). C) O tratamento com antibióticos orais em regime de internação hospitalar é a indicação correta de tratamento. D) A punção com agulha da região periamigdaliana associada à antibioticoterapia de amplo espectro é o tratamento mais adequado. E) As amígdalas do paciente deverão ser retiradas logo após ele ser curado do quadro agudo, pois é muito provável que o quadro recidive. Resposta correta: letra D Comentário: O abscesso periamigdaliano consiste na complicação mais frequente de um episódio de amigdalite aguda. Não apresenta predileção por raça e a faixa etária de eleição é a dos adultos jovens. O paciente geralmente pode ser tratado em regime ambulatorial. Somente nos quadros de obstrução respiratória aguda, quadro tóxico agudo e septicemia a internação se impõe. O tratamento mais adequado dessa complicação na atualidade consiste na punção por agulha da região periamigdaliana associada à antibioticoterapia endovenosa de amplo espectro. A amigdalectomia “a quente”, ou seja, durante a fase aguda do processo, recomendada por alguns no passado, hoje vem caindo em desuso. Inúmeros trabalhos demonstraram que os resultados não são tão bons quanto afirmavam seus defensores, além de proporcionar aumento considerável no custo do tratamento e na frequência de complicações hemorrágicas. A amigdalectomia após um único episódio de abscesso periamigdaliano ainda é controversa, mas atualmente a maioria dos otorrinolaringologistas prefere avaliar cada caso isoladamente no sentido de proceder ou não à indicação cirúrgica. A recidiva após a cura não é muito frequente, ficando em torno de 10 a 15% dos casos. ATHERINO, C. C. T.; MEIRELLES, R. C.; PERES, L. D. Abscessos Periamigdalianos. In: Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia Tratado de Otorrinolaringologia: volume 3. São Paulo: ROCA, p. 244-247. Nível: Médio. QUESTÃO 2 - Na UBS você atende Gisele, de 4 anos de idade, que segundo a mãe iniciou quadro de coriza, febre (37,9°C), congestão nasal e tosse seca há 3 dias. Ao exame físico bom estado geral, não apresentava adenopatias, lesões cutâneas, visceromegalias ou febre. Aparelho respiratório e cardiovascular sem alterações. Diante desta situação qual será a melhor conduta? A) Solicitar hemograma, PCR, radiografia de tórax e de seios da face. B) Alta com prescrição de medicações sintomáticas. C) Etapa de hidratação venosa e solicitar radiografia de tórax e de seios da face. D) Alta com prescrição de medicações sintomáticas e antibioticoterapia. E) Etapa de hidratação venosa e solicitar hemograma. Resposta correta: letra B Comentário: Paciente com quadro característico de Resfriado comum ou Rinite viral aguda. É a doença infecciosa de vias aéreas superiores mais comum da infância. Crianças menores de cinco anos podem ter de cinco a oito episódios por ano. Esta situação é causada quase que exclusivamente por vírus. Entre as centenas deles, os mais freqüentes são rinovírus, coronavírus, vírus sincicial respiratório (VSR), parainfluenza, influenza, coxsackie, adenovírus e outros mais raros. Não há neste caso nenhum sinal de alarme de comprometimento orgânico agudo. Portanto a conduta mais acertada é de liberar a criança com orientações à mãe e prescrição de sintomáticos, sendo desnecessária a solicitação de exames complementares. Os antimicrobianos não são indicados por não prevenirem infecções bacterianas secundárias nas infecções virais e poderem causar efeitos adversos, incluindo o aumento de cepas bacterianas resistentes na orofaringe. PITREZ, P. M. C.; PITREZ, J. L. B. Infecções agudas das vias aéreas superiores: diagnóstico e tratamento ambulatorial. J. Pediatr. (Rio J.) 79 (suppl 1). Jun 2003. https://doi.org/10.1590/S0021-75572003000700009. Nível da Questão: Fácil QUESTÃO 3 - Pescador, 62 anos de idade, residente na zona rural de Ipatinga é atendido no de hospital municipal, referindo ter vomitado sangue vivo há mais ou menos 40 minutos. Afirma ingerir 3 garrafas de cerveja diariamente e mais que isso nos finais de semana. Ao exame físico apresentou fígado volumoso e esplenomegalia; pele com circulação em cabeça de medusa; ruídos hidroaéreos presentes; indolor a palpação. Extremidades com boa perfusão periférica; ascite; escleras ligeiramente amareladas. Os resultados dos exames solicitados foram: bilirrubina direta = 1,5 mg/dL (normal <0,4mg/dL); bilirrubina indireta = 1,0 mg/dL (normal <0,8mg/dL); hematócrito = 35% (normal 40-54%); Hemoglobina = 9 g/dL (normal 12-15,5g/dL); albumina 3,0g/dL (normal 3,5-4,8g/dL). O exame de fezes revelou a presença dos ovos abaixo. Considerando o caso clínico descrito, avalie as afirmações a seguir. I. O quadro clínico é compatível com a forma descompensada do Schistossoma mansoni; II. O paciente apresenta sinais de hipertensão portal, que pode ter desencadeado as varizes esofágicas; https://doi.org/10.1590/S0021-75572003000700009 III. O exame de fezes seria o teste mais sensível para se confirmar a infecção pelo Schistossoma mansoni; IV. O tratamento antiparasitário recomendado seria praziquantel, para tratamento da infecção pelo Schistossoma mansoni. É correto apenas o que se afirma em: A) I e III B) I, III e IV C) I, II e IV D) II, III e IV E) I,II,III e IV Resposta correta letra C Comentários: As opções I, II e IV estão corretas, o que torna as alternativas A e B incompletas. A opção III está errada pois o exame de fezes é um exame com alta especificidade, porém com baixa sensibilidade. Referência: Parasitologia Humana, David Pereira Neves, capítulo 22 Nível: Médio QUESTÃO 4 - Considerando as informações da questão 03, o medicamento antiparasitário indicado para o tratamento do paciente seria: A) Albendazol B) Piperazina C) Ivermectina D) Tiabendazol E) Praziquantel Comentário: De acordo com o quadro clínico e exames apresentados, o paciente apresenta infecção pelo S. mansoni. O Medicamento antiparasitário indicado seria o praziquantel Referência: Parasitologia Humana, David Pereira Neves, capítulo 22 Nível: Fácil QUESTÃO 5 - Um paciente masculino de 69 anos, com histórico de diabetes há 35 anos e hipertensão arterial sistêmica recém diagnosticada, retorna para avaliação de resultado de exames. Creatinina: 5,2 mg/dl; sódio 135 mEq/L; potássio: 5,9 mEq/L; ácido úrico: 9,0 mg/dl; HbA1C: 10,0%; proteinúria: 9,4 mg/24h. Dentre os agentes anti-hipertensivos a seguir, qual seria mais adequado para o caso? A) Enalapril. B) Diltiazem. C) Valsartana. D) Propranolol. E) Clortalidona. Resposta: B Comentários: Os IECA’s e BRA’s não são indicados em pacientes hiperpotassemia, mesmo que apresentem nefropatia diabética, devido ao efeito de retenção de potássio. Na presença de hiperuricemia, diabetes e insuficiência renal devemos evitar os diuréticos tiazídicos, pois esses são efeitos colaterais esperados desses medicamentos. Os betabloqueadores devem ser evitados em pacientes diabéticos pelo risco de hipoglicemia sem sintomas iniciais e não são medicamentos de escolha para o tratamento da HAS. Fonte:Barroso WKS, Rodrigues CIS, Bortolotto LA, Mota-Gomes MA, Brandão AA, Feitosa ADM, Machado CA, et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Arq. Bras. Cardiol. 2021;116(3):516-658. Nível: difícil. QUESTÃO 6 - Um paciente masculino, de 72 anos, consulta com você pela primeira vez, pois mudou-se recentemente e a partir de agora irá frequentar a sua unidade de saúde. Queixou-se apenas de tontura quando se levanta da cama para ir ao banheiro à noite. É hipertenso de longa data e há muitos anos usa diariamente furosemida 40 mg/dia e nifedipino 40 mg/dia, prescritos por um médico. Sua PA no consultório foi medida em 140x90 mmHg e não apresentou alterações ao exame físico geral. Com relação ao tratamento da hipertensão arterial desse paciente, assinale a conduta mais adequada. A) A furosemida e o nifedipino devem ser trocados por verapamil e clonidina. B) A furosemida e o nifedipino devem ser trocados por clortalidona e anlodipino. C) A nifedipina deve ser suspensa gradativamente devido ao risco de rebote e substituída por atenolol e a furosemida pode ser mantida. D) Os medicamentos devem ser suspensos e solicitado que o paciente faça exame de medida ambulatorial da pressão arterial para confirmação diagnóstica. E) Não é aconselhável modificar o tratamento do paciente, visto que está com pressão em níveis aceitáveis para sua idade e está bem adaptado aos fármacos. Resposta: B Comentários: Se o paciente está bem aderido às medicações e usa diariamente, com certeza a suspensão dos fármacos irá provocar uma elevação da pressão arterial, colocando-o em risco. Sua PA está no limite da normalidade, mesmo com utilização dos medicamentos. Não se utiliza diurético de alça como escolha para tratamento da HAS, exceto em casos de ICC e DRC. O nifedipino não é indicado para idosos devido aos riscos de hipotensão postural e redução mais acentuada da PA, com risco de queda e de eventos isquêmicos. A associação de diurético de alça com nifedipino potencializa o efeito adverso de hipotensão postural. Clonidina não é boa opção de tratamento da HAS no idoso pelos riscos de hipotensão e não é primeira escolha para o tratamento de HAS de forma geral. A substituição da furosemida por clortalidona (diurético tiazídico) e do nifedipino por outro bloqueador de canal de cálcio com menor potencial de efeitos colaterais (anlodipino) é a melhor opção. Fonte: Barroso WKS, Rodrigues CIS, Bortolotto LA, Mota-Gomes MA, Brandão AA, Feitosa ADM, Machado CA, et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Arq. Bras. Cardiol. 2021;116(3):516-658. Nível: médio. QUESTÃO 7 - Você está na UBS e atende uma paciente de 35 anos com Transtorno Depressivo Maior em abandono de tratamento que vem apresentando ideação suicida nos últimos dias. Diante deste relato, você estratifica os fatores de risco para suicídio que a paciente apresenta. Após anamnese cuidadosa, você caracteriza que a paciente é casada, trabalha e tem boa inserção social e abandonou tratamento por aconselhamento de sua igreja. Além disso, a paciente é impulsiva, tem baixo limiar a frustrações e teve uma tentativa recente de auto-extermínio há uma semana. Encontra-se desesperançosa com relação ao futuro. Dentre os fatores de risco para suicídio completo apresentados pela paciente, aquele que mais consistentemente se associa ao suicídio é: A) desesperança. B) estado civil casado. C) histórico pregresso de tentativa de auto-extermínio recente. D) impulsividade. E) sexo feminino. Resposta Correta: letra C Comentário: “A possibilidade de comportamento suicida existe permanentemente durante os episódios depressivos maiores. O fator de risco descrito com mais consistência é história prévia de tentativas ou ameaças de suicídio, porém deve ser lembrado que a maioria dos suicídios completados não é precedida por tentativas sem sucesso. Outras características associadas a risco aumentado de suicídio completado incluem sexo masculino, ser solteiro ou viver sozinho e ter sentimentos proeminentes de desesperança. A presença de transtorno da personalidade borderline aumenta sensivelmente o risco de tentativas de suicídio futuras”. Referência bibliográfica Associação Psiquiátrica Americana (APA). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-V. 5a ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. Nível: Fácil QUESTÃO 8 - Você está na UBS e é chamado para avaliar um paciente com início de ataques de pânico recorrentes e inesperados há cerca de 30 dias. Após excluir causas orgânicas, você confirmou o diagnóstico psiquiátrico. A conduta mais adequada dentre as alternativas abaixo é: A) expectante/conservadora. B) prescrever Amitriptilina 25 mg 1 cp à noite por 30 dias. C) prescrever Alprazolam 0,25 mg 1 cp fixo de 12/12h por 90 dias. D) prescrever Sertralina 50 mg 1 cp de manhã por 12 meses e Alprazolam 0,25 mg 1 cp se ataques de pânico. E) psicoterapia existencial. Resposta Correta: letra D Comentário: “Os dois tratamentos mais eficazes são a farmacoterapia e a terapia cognitivo- comportamental. Alprazolam e paroxetina são os dois medicamentos aprovados pela Food and Drug Administration (FDA) para o tratamento do transtorno de pânico. Em geral, a experiência está mostrando superioridade dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs) e da clomipramina sobre os benzodiazepínicos, os inibidores da monoaminoxidase (IMAOs) e os medicamentos tricíclicos e tetracíclicos, em termos de eficácia e tolerância de efeitos adversos. Uma vez eficaz, o tratamento farmacológico, em geral, deve continuar por 8 a 12 meses. Dados indicam que o transtorno de pânico é uma condição crônica, talvez para toda a vida, que tem recorrência quando o tratamento é interrompido”. Referência bibliográfica: SADOCK, Benjamin J., SADOCK, Virgínia A. Compêndio de psiquiatria: ciências do comportamento e psiquiatria clínica. 11.ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. Nível: Fácil QUESTÃO 9 - Paciente do sexo masculino, de 35 anos procura a UBS com queixa de dor lombar D iniciada há 3 dias com irradiação para flanco D. Relata também o aparecimento de febre há 24h que foi medida no valor de 38,5ºC .Queixa também de algúria , polaciúria e disúria. Ao exame apresenta dor a percussão na região do ângulo costovertebral posterior direito. Qual é o diagnóstico clínico mais provável e a conduta mais apropriada neste caso? A) Prostatite bacteriana aguda devendo-se iniciar ciprofloxacin oral e manter durante 3 semanas. B) Diverticulite aguda devendo-se iniciar ciprofloxacin oral associado a metronidazol e manter durante 14 dias. C) Ureterolitíase proximal D com hidronefrose associada devendo-se iniciar terapia expulsiva com tansulosina oral. D) Pielonefrite bacteriana aguda devendo-se iniciar quinolona oral e manter por no mínimo 7 dias. E) Cistite bacteriana aguda complicada devendo-se internar o paciente e iniciar quinolona venosa mantendo durante 7 dias. Resposta correta: letra D Comentário: diagnóstico clínico baseado nas queixas de dor lombar, febre alta e Giordano +. Indicado, segundo último guideline ,uso de quinolona durante 7 dias nos casos de pielonefrite não complicada . Referências: EAU Guidelines. Edn. presented at the EAU Annual Congress Milan Italy 2021. ISBN 978-94-92671-13-4. Nível: difícil QUESTÃO 10 - Você está na unidade de saúde e recebe dona Márcia que trouxe o seu bebê do gênero masculino de 5 dias de vida para consultar. É seu primeiro filho. Ela refere que passou pela sala de vacinas para fazer a vacina BCG e colher o Teste do Pezinho e foi orientada a comparecer à consulta médica pois seu filho havia perdido peso. Refere que o parto foi vaginal, a crianças nasceu a termo com 40 semanas de idade gestacional. O apgar anotado no cartão é 8/9 no primeiro e quinto minuto, respectivamente.O peso de nascimento foi de 3520 gramas. Está em aleitamento materno exclusivo, sob livre demanda. A mãe relata que o recém-nascido mama muito bem, esvazia a mama completamente, urina e evacua bastante. Não tem relato de cólicas. Peso de hoje: 3200 gramas. Ao exame físico a única alteração notada é uma icterícia leve em face. Em relação a esse caso é CORRETO afirmar que: A) Dona Márcia deve ser tranquilizada quanto à perda de peso de seu bebê, devendo ser reforçada a manutenção do aleitamento materno em livre demanda. B) Esse bebê deve ser encaminhado ao hospital para avaliação, pois a perda de peso nesse caso está excessiva. C) O aleitamento materno deve ser mantido, porém deve ser acrescida fórmula infantil para complementar, dada a perda de peso da criança. D) Esse bebê está apresentando icterícia do aleitamento materno, devendo ser observado de maneira rigorosa pelo risco de piora. E) A pega ao seio deve estar incorreta, considerando-se a perda de peso da criança. Deve-se orientar uso de bico de silicone para facilitar o aleitamento. Resposta correta: Letra A Justificativa: Esse bebê apresentou perda de 320 gramas, o que representa perda de 9% em relação ao peso de nascimento. Essa perda é considerada normal, e deve ser apenas acompanhada, reforçando a manutenção do aleitamento materno, não havendo necessidade de fórmula infantil. Essa criança não apresenta nenhum sinal de doença ao exame físico. A icterícia leve em face (zona I) representa provavelmente uma icterícia fisiológica, sem relação com aleitamento materno. A icterícia do aleitamento materno aparece nas primeiras 72 horas de vida e está ligada à baixa produção de leite pela mãe, o que aumenta a circulação enterro-hepática e, consequentemente, os níveis de bilirrubina indireta plasmática. Não há razão para pensarmos em pega incorreta. Além disso, o uso de intermediários de silicone deve ser evitado. Referência Bibliográfica: SAÚDE DA CRIANÇA Aleitamento Materno e Alimentação Complementar. Ministério da Saúde. 2015. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_aleitamento_materno_ca b23.pdf. (Acesso em: 07 de Junho de 2021) QUESTÃO 11 - Você atende uma mulher de 84 anos de idade, diabética tipo 2, hipertensa, portadora de síndrome demencial com comprometimento cognitivo leve e episódio prévio de AIT em uso de metformina 1000mg/dia, sitagliptina 50 mg/dia, enalapril 10mg/dia e atorvastatina 20mg/dia. Nega episódios de hipoglicemia. Em consulta ambulatorial, para avaliação de rotina: hemoglobina glicada (HbA1C) = 7,9% https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_aleitamento_materno_cab23.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_aleitamento_materno_cab23.pdf e glicemia de jejum = 98 mg/dL, pós prandial 180 mg/dl, LDL 70 mg/dl, depuração de creatinina 55 ml/min. PA 130x80 mmHg. Assinale a alternativa correta: A) O tratamento desse paciente deve ser otimizado para redução de complicações microvasculares, visando alvo de HbA1C < 7,5%. B) A sitagliptina deve ser substituída pelo alto risco de hipoglicemia associado. C) O tratamento medicamentoso está adequado e deve ser mantido. D) O uso de metformina está contraindicado em pacientes idosos pelo alto risco de insuficiência renal e toxicidade pela droga. E) A atorvastatina deve ser suspensa pelo alto risco de complicações associadas. Resposta correta: C Justificativa: Nos pacientes idoso com comorbidades que gerem impacto na expectativa de vida a meta no controle glicêmico é menos rigorosa. Deve-se considerar idade, ADL e IADLs na tomada de decisão. Uma HbA1c entre 7,5 e 8,5% está indicada nesse caso. A sitagliptina é um inibidor da DPP IV, classe com baixo potencial hipoglicêmico. Trata-se de prevenção secundária (AIT prévio) e a estatina deve ser mantida. Referência: Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) 2019-20. QUESTÃO 12 - Paciente do sexo masculino, 48 anos, com diabetes tipo 1 diagnosticado há 32 anos, em tratamento com insulina. Já possui complicações crônicas associadas ao diabetes, como retinopatia diabética proliferativa moderada e neuropatia autonômica cardiovascular com episódios de hipotensão postural. Assim, procura auxílio médico sobre esta situação. Ao exame, PA 128/84mmHg, FC 102 bpm em repouso. HbA1c = 7,6%. São medidas úteis no tratamento da disautonomia cardiovascular: A) Evitar mudanças posturais bruscas e elevação dos membros inferiores (30cm). B) Uso de meias ou calças compressivas e aumento do aporte de sal na dieta. C) Elevação da cabeceira do leito (30cm) e restrição de sal na dieta. D) Uso de calçados apropriados e diuréticos de baiza potência. E) Inibidores da ECA e betabloqueadores. Resposta correta: B Justificativa: Nos paciente portador de neuropatia autonômica estão indicadas medidas como: Evitar mudanças posturais bruscas; Uso de meias ou calças compressivas; aumento do aporte de sal na dieta; Elevação da cabeceira do leito (30cm) e aumento do aporte de sal na dieta. Referência: Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) 2019-20. QUESTÃO 13 - Homem, 50 anos, é atendido em unidade básica de saúde assintomático para avaliação clínica de rotina. É hipertenso há cinco anos e está em uso de hidroclorotiazida 25 mg/dia. Pressão arterial: 144 x 82 mmHg. IMC 36 Kg/m2. Exames laboratoriais mostram glicemia: 105 mg/dl, HbA1C 6,1%, Risco cardiovascular calculado 7%. Com relação à avaliação glicêmica, a conduta mais apropriada é: A) Iniciar metformina. B) Iniciar dapagliflozina. C) Solicitar a dosagem do peptídeo C. D) Orientar modificações dietéticas com restrição de carboidratos simples. E) Solicitar a glicemia pós-sobrecarga de glicose anidra e HbA1c. Resposta correta: E Justificativa: Na avaliação do paciente com glicemia de jejum alterada, porém que não configure o diagnóstico de diabetes, está indicada avalação adicional com HbA1c e TOTG para definição da melhor estratégia terapêutica. Referência: Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) 2019-20. QUESTÃO 14 - Homem, 40 anos, é atendido em unidade básica de saúde assintomático. É hipertenso há cinco anos e está em uso de enalapril 10 mg/dia. Pressão arterial: 124 x 80 mmHg. IMC 32 Kg/m2. Exames laboratoriais mostram glicemia: 95 mg/dl, HbA1C 5,6%, colesterol total: 240 mg/dl, colesterol HDL: 30 mg/dl, triglicerídeos: 350 mg/dl. Risco cardiovascular calculado 4%. Com relação ao controle lipídico, está indicado nesse momento: A) Reduzir ingestão de ácidos graxos trans, gordura saturada e aumentar aporte de ácido graxo poli e monoinsaturado e fibras solúveis, perda de peso e atividade física. B) Mudança de estilo de vida e prescrição de sinvastatina. C) Reduzir consumo de gordura saturada e prescrever ciprofibrato. D) Suplementação de fitoesteróis e ômega 3. E) Prescrição de ômega 3 e fenofibrato. Resposta correta: A Justificativa: Paciente consideado de baixo risco cardiovascular e com níveis lipídicos com elevação moderada deve ser tratado apenas com MEV no primeiro momento. Referência: Diretriz Brasileira de Dislipidemias 2017. QUESTÃO 15 - Paciente 28 anos, masculino, apresenta diagnóstico de Asma desde a infância. Há 2-3 meses iniciou com chieira e dispneia, principalmente à noite e de manhã. Passa bem durante o dia e trabalha normalmente, sem esforço. Começou a fazer uso de B2 de curta ação, por conta própria, mas os sintomas estão mais intensos e com crises mais frequentes. Ao exame físico encontra-se eupneico e com sons respiratórios normais, sibilos esparsos expiratórios. A conduta correta para esse paciente será: A) Acrescentar anticolinérgico de curta ação, se necessário. B) Associar anticolinérgico de longa ação e B2 agonista de longa ação. C) Acrescentar corticoide sistêmico de 12/12h e formoterol se necessário. D) Iniciar corticoide inalatórioassociado ao formoterol se necessário. E) Manter o uso do B2 de curta ação, porém fixo, de 6/6 h até melhora clínica. Resposta correta: letra D - Difícil Comentário: Trata-se de paciente com Asma e com sintomas da doença atualmente. Está usando apenas broncodilatador de curta ação quando necessário, conduta essa que não está mais permitida nem para casos muito leves, intermitentes. Indica-se paciente deverá iniciar tratamento para ASMA com corticoide inalatório diário, deixando o B2 de curta se necessário. Ou associar corticoide inalatório com formoterol para uso sempre que for necessário. O médico deve aprofundar na história e avaliar o grau de obstrução do paciente. GINA, 2020) QUESTÃO 16 - Paciente de 74 anos, tabagista, foi atendida na unidade de saúde para controle de tratamento de DPOC, cujo VEF1 é de 40%. Relatou dispneia aos pequenos esforços e tosse crônica que são sintomas antigos. Queixou fraqueza, desânimo e vontade de ficar só em casa, pois a tosse incomoda muito as pessoas e tem medo de passar mal. Nega internações no último ano. Encontra-se em uso de B2 de longa ação de 12/12 h e B2 de curta ação quando precisa. Exame físico: FR=28 irpm, sons respiratórios reduzidos difusamente, sibilos difusos. Sp02=90%; e na gasometria Pa02=60mmHg. RCR, 2T. Abdome sem alterações. Eosinófilos menor que 100 em sangue periférico. A conduta correta para essa paciente será acrescentar: A) corticoide inalatório diário. B) corticoide oral por 7 a 14 dias. C) azitromicina para evitar exacerbações. D) anticolinérgico de longa ação de 12/12h. E) oxigenioterapia 15h consecutivas por dia. Resposta correta: letra D - Médio Comentário: Trata-se de paciente com DPOC já diagnosticada, grave, porém, no momento, estável. A associação de B2 de longa com anticolinérgica de longa pode ser utilizada nos pacientes com DPOC grave estável para reduzir ainda mais os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. O corticoide inalatório e roflumilast estariam indicados se a paciente apresentasse exacerbações frequentes nos anos anteriores e eosinófilos no sg periférico maior que 300 e ou 100, respectivamente. O corticoide sistêmico se estivesse exacerbada. A oxigeniterapia continua seria indicada caso a Sp02 fosse < ou = 88% ou Pa02 < ou =55,. (GOLD, 2020) QUESTÃO 17 - Paciente de 70 anos vem apresentando há 6 dias tosse produtiva, secreção amarelada e febre - 38,8º C. Em isolamento domiciliar e em uso de sintomáticos, pois pensou que poderia ser gripe ou Covid-19. É hipertenso e diabético com controle adequado. Nega alergias, cirurgias, bem como doenças em familiares próximos. Exame físico: Consciente, orientado, FC 118 bpm, FR=32 irpm, PA= 100x50mmHg, RCR 2T, sons respiratórios aumentados em base D com crepitações discretas na mesma área. Abdome com RHA presentes, sem visceromegalias palpáveis, indolor à palpação superficial e profunda. De acordo com a análise do caso, a melhor conduta a ser indicada no momento será: A) Amoxicilina em regime ambulatorial. B) Vancomicina em regime hospitalar. C) Azitromicina em regime hospitalar. D) Levofloxacino em regime ambulatorial. E) Ceftriaxona + Claritromicina em regime hospitalar. Resposta correta: letra E - Difícil Comentário: Paciente idoso, maior que 65 anos, com PA diastólica < 60mmHg, FR> 30 irpm (CURB-65 com 3 itens, indica tratamento hospitalr devido à gravidade e mortalidade. Paciente com comorbidades, podendo apresentar hiperglicemia. (Recomendações para o Manejo da Pneumonia Adquirida na Comunidade 2018) QUESTÃO 18 - Paciente 46 anos comparece ao consultório pois deseja cessar tabagismo. Relata ser tabagista há 20 anos, meio maço por dia e fumar mais na parte da tarde e noite, sendo o primeiro cigarro após almoço. Consegue ficar sem fumar na igreja e em viagens longas. Está motivada a parar, pois vai ganhar uma neta e gostaria de ficar livre desse hábito. Nunca tentou parar antes e quando fica sem fumar, não percebe alterações. Relata apenas epilepsia desde a infância, estando controlada com uso de Carbamazepina. Qual seria a conduta a ser iniciada nesse caso, além de sugerir terapia cognitivo comportamental? A) Vareniclina 0,5 mg de 12/12h por 3 meses. B) Bupropiona 150 mg de 12/12h por 3 meses. C) Apenas orientações e apoio com agendamento de retorno. D) Adesivo de nicotina 21mg de 24/24h, depois redução progressiva. E) Goma de mascar de nicotina 2mg de 6/6h, enquanto for necessário. Resposta correta: letra C - Médio Justificativa: Paciente com avaliação do grau de dependência baixo, sem tentativas prévias, sem sintomas de abstinência e, portanto sem necessidade do uso de medicação, já que esses atuam reduzindo os sintomas da abstinência.Importante orientar bem a paciente, conversar, incentivar e agendar retorno para reavaliação do resultado. QUESTÃO 19 - (ENADE 2019 MODIFICADA)- Mulher de 22 anos de idade mora com seu filho de 3 anos. A paciente procurou uma Unidade Básica de Saúde (UBS) com queixa de dispneia e tosse que ocorre há 3 meses, inicialmente seca, tendo evoluído com expectoração mucopurulenta e presença de sangue. Ela relata perda de apetite, febre de até 38,5 °C e sudorese noturna. Informa ainda que recebeu o diagnóstico de HIV há 2 anos e faz uso irregular das medicações há 6 meses. Exame físico pulmonar mostrou: FR=20 irpm, murmúrio vesicular presente, distribuído difusamente com roncos ocasionais que melhoram com a tosse. Radiografia do tórax, como mostra a imagem a seguir. Considerando o quadro clínico apresentado pela paciente e as condutas a serem adotadas pelo médico após a confirmação diagnóstica do quadro pulmonar, avalie as afirmações a seguir. I.É necessário notificar a doença. II.Deverá internar a paciente, devido à gravidade do quadro clínico e história de baixa adesão ao tratamento. III.Indicar tratamento diretamente observado à paciente, para melhora da sua adesão. IV.Solicitar à mãe que leve seu filho à UBS para rastreamento da doença. É correto apenas o que se afirma em: A. I e II B. I e III C. III e IV D. II, III e IV E. I, III e IV Resposta correta: letra E - Médio Comentário: Trata-se de paciente com quadro clínico e radiológico sugestivo de Tuberculose pulmonar. Paciente não apresenta sinais de gravidade podendo permanecer em tratamento ambulatorial. Porém como apresenta adesão irregular ao tratamento do HIV é importante indicar o tratamento diretamente observado para aumentar a adesão ao tratamento da TBC.A doença é de notificação compulsória. E a avaliação dos contatos da paciente já está indicada, por apresentar lesões pulmonares com cavitações, independente do BAAR. (Manejo da Tuberculose, MS) QUESTÃO 20 - Paciente, 27 anos, primigesta, sem comorbidades com 12 semanas de gestação, apresenta sorologia para Toxoplasmose IgM negativa e IgG positiva. Qual é o diagnóstico e a conduta recomendada? A) Gestante imune. Repetir a sorologia de 3 em 3 meses. B) Gestante Imune. Não há necessidade de novas sorologias. C) Gestante susceptível. Repetir a sorologia de 3 em 3 meses. D) Possibilidade de infecção materna aguda. Solicitar teste de avidez de IgG. E) Infecção materna aguda. Iniciar tratamento materno com espiramicina e investigar infecção fetal. Resposta: B Na presença de anticorpos IgG positivos e IgM negativos, considera-se a gestante imune. Não há necessidade de novas sorologias. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco [recurso eletrônico] / 1. ed. rev. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2013. (Cadernos de Atenção Básica, n° 32) QUESTÃO 21 - Uma das ações importantes para garantia de uma assistência pré- natal efetiva é a solicitação e interpretação dos exames complementares indicados. Com base nas recomendações atuais doMinistério da Saúde, qual a alternativa correta? A) O hemograma deve ser solicitado na primeira consulta de pré-natal para todas as gestantes. B) Durante a coleta da colpocitologia oncótica nunca deve ser utilizada a escova endocervical. C) A solicitação de urocultura no pré-natal deve ser reservada para as gestantes com suspeita de infecção do trato urinário. D) O diagnóstico da aloimunização Rh(D) deve ser pesquisado em todas as gestantes Rh(D) negativas por meio do teste do Coombs direto. E) A glicemia de jejum deve ser solicitada na primeira consulta do pré-natal e o teste oral de tolerância a glicose deve ser solicitado entre 32 e 36 semanas. Resposta: A A pesquisa da aloimunização é feita por meio do coombs indireto. A urocultura deve ser solicitada de rotina. A coleta da colpocitologia pode ser realizada com a escova endocervical. O teste oral de tolerância a glicose deve ser solicitado entre 24 e 28 semanas Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco [recurso eletrônico] / 1. ed. rev. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2013. (Cadernos de Atenção Básica, n° 32) Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede. – 2. ed. rev. atual. – Rio de Janeiro: INCA, 2016. Organização Pan-Americana da Saúde. Ministério da Saúde. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Sociedade Brasileira de Diabetes Rastreamento e diagnóstico de diabetes mellitus gestacional no Brasil. Brasília, DF: OPAS, 2016. QUESTÃO 22 - Paciente, 20 anos, primigesta de 32 semanas, dá entrada na maternidade com queixa de febre há 3 dias, associada a cefaleia, dor retro orbitária, prostração e mialgia. Nega náuseas e vômitos. Foi classificada como grupo A da dengue, recebendo tratamento ambulatorial, sendo orientada a retornar caso apresentasse sinais de alarme. Pode-se afirmar que é um sinal de alarme: A) Petéquias. B) Plaquetopenia. C) Esplenomegalia. D) Derrame pleural. E) Prova do laço positiva. Resposta: letra D Comentário: São considerados pelo Ministério da Saúde sinais de alarme: dor abdominal intensa e contínua (à palpação ou espontânea); vômito persistente; hipotensão postural e/ou lipotimia; letargia ou irritabilidade; aumento progressivo do hematócrito; sangramentos de mucosas; hepatomegalia > 2cm abaixo do rebordo costal; acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural; derrame pericárdico). Referências: Dengue: diagnóstico e manejo clínico, 5ª edição, 2016 – Ministério da Saúde Nível de dificuldade: Médio QUESTÃO 23 - Paciente 38 anos, sexo feminino, com queixas de desânimo, tristeza, perda do prazer em realizar atividades diárias como sair de casa, com choro fácil, insônia terminal, inapetente, com pensamentos recorrentes de ruína e menos valia, dificuldade de raciocínio, concentração e de gestão de suas tarefas diárias “como se tudo estivesse muito devagar”. Esse é o primeiro episódio, que iniciou há um mês. Não tem histórico de consumo de álcool e drogas ilícitas. Fez exames laboratoriais e foi excluído doenças orgânicas. Tendo em vista as informações e os critérios do DSM V, qual o diagnóstico mais provável? A) Transtorno Afetivo Bipolar episódio atual depressivo. B) Transtorno Somatoforme. C) Transtorno Depressivo Maior. D) Transtorno de Ansiedade Generalizada. E) Transtorno Depressivo Grave com Sintomas Psicóticos. Resposta correta: letra C Comentário: Paciente com quadro evolutivo a mais de duas semanas, com mais de sete sintomas não associados a sintomas psicóticos, preenchendo critérios do DSM V, como transtorno depressivo grave. Referência bibliográfica: compêdio de psiquiatria – Kaplan & Sadock- 11ª edição- pag 364. Manual diagnóstico e estatístico de transtorno DSM-5 / [American Psychiatnc Association, tradução. Maria Inês Corrêa Nascimento ... et al.]; revisão técnica: Aristides Volpato Cordioli... [et al.]. - . e . Porto Alegre: Artmed, 2014. 948 p.; 25 cm. Nível de questão: fácil QUESTÃO 24 - Os princípios organizativos do SUS incluem: A descentralização, a regionalização, a hierarquização, a participação e o controle social. Com relação ao controle social no SUS, marque a alternativa correta. A) É exercido por meio da implementação da Estratégia Saúde da Família. B) São instâncias de controle social no SUS as Centrais Sindicais e a Comissão Intergestora Bipartite. C) Exercem o controle social somente os municípios em gestão plena do sistema de atenção segundo regulação do NOB-96. D) Representantes dos gestores, trabalhadores e prestadores de saúde e os usuários exercem o controle social do SUS. E) Os usuários do sistema e os profissionais da área de saúde constituem a equipe multiprofissional que exerce o controle social do SUS. Resposta: D Comentário: De cordo com o § 2° da Lei 8142/1990, o Conselho de Saúde tem caráter permanente e deliberativo e é órgão colegiado composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários. Atua na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo. Referência: Lei 8142/1990. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8142.htm Nível: fácil. QUESTÃO 25 - O Sistema Único de Saúde – SUS é o sistema de saúde oficial Brasileiro, estabelecido formalmente a partir da Constituição Federal de 1988. Os princípios doutrinários do SUS são três: a Universalidade, a Equidade e a Integralidade da atenção. Sobre a integralidade da atenção como um dos princípios do SUS, marque a alternativa correta. A) Busca superar a dicotomia entre as ações de prevenção e as ações curativas das doenças; B) Busca superar a dicotomia de ações entre o setor público e privado; C) Considera a flexibilidade de ações em função da diversidade geopolítica e social; D) Busca a uniformidade das ações e direitos de todos os inscritos no SUS; E) Está voltada para o nível terciário do sistema de saúde. Resposta: A Comentário: De acordo com o inciso II do Art. 7º da Lei 8080/1990 a integralidade de assistência é entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema; Referência: Lei 8080/1990. https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2015/setembro/30/Lei-8080.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8142.htm Nível: difícil QUESTÃO 26 - Paciente masculino, 35 anos, IMC 32 kg/m², servente de pedreiro, hipertenso controlado, apresenta dor lombar baixa difusa, com limitação funcional para a movimentação da coluna, de início agudo há uma semana, relacionada a esforços físicos no trabalho. Não apresenta irradiação e sintomas neurológicos nos membros inferiores. Nega história de trauma, alterações do trato gênito-urinário e febre. Considerando-se o diagnóstico de LOMBALGIA, afirma-se que: A) A provável etiologia da dor do paciente em questão é uma compressão radicular. B) A degeneração discal não tem implicação nos mecanismos da dor lombar crônica. C) A maioria dos pacientes com lombalgia apresentarão cronificação do quadro de dor e impotência funcional. D) Durante o tratamento clínico da lombalgia, o paciente deve receber orientações sobre seu problema, manter-se ativo e saber que o repouso na cama não é indicado. E) Sinais e sintomas sistêmicos, dor noturna ou em repouso e obesidade são sinais (“Red Flags”)de alerta e demandam uma investigação mais detalhada do paciente. Resposta correta: D Comentários: 1. A dor radicular é uma sensação irradiada da coluna para o membro inferior, de forma aguda, distribuída de acordo com o dermátomo afetado. 2. Com a degeneração discal ocorre um processo de neovascularização e neoinervação no interior do disco, podendo levar a estímulos dolorosos. Acredita-se de 39% das lombalgia crônicas são de origem discogênica. 3. A maioria apresentará quadro autolimitado a até 1 mês. 4. Correto 5. A obesidade (IMC > 30) é fator de risco comum para dor lombar baixa, mas não um sinal de alerta para lombalgia secundária. (Bibliografia: HEBERT, S.; XAVIER, R. Ortopedia e traumatologia: princípios e prática. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. Capítulo 2.4) NÍVEL MÉDIO QUESTÃO 27 - Paciente de 44 anos, Hipertenso leve, bem controlado e com sobrepeso. Estava apresentando cansaço nas atividades habituais, porém, com limitação leve. Foi submetido a ECG que revelou Bloqueio completo de Ramo Esquerdo. Foi encaminhado ao Cardiologista que solicitou Ecocardiograma para propedêutica. O Ecocardiograma transtorácico revelou Miocardiopatia Dilatada com Fração de Ejeção Reduzida (FEVE: 28%). Câmaras cardíacas com diâmetro aumentado e comprometimento importante da contratilidade do VE difusamente. Ausência de trombos intracavitários. Baseado na Classificação atual de IC Crônica, qual o diagnóstico mais provável e conduta mais adequada para o caso? A) Paciente Classe Funcional II, Estágio B, com indicação já de tratamento otimizado para Insuficiência Cardíaca (IECA, Beta-bloqueador e Antagonistas Mineralocorticóides). B) Paciente Classe Funcional II, Estágio B, com indicação já de tratamento otimizado para Insuficiência Cardíaca (IECA, Beta-bloqueador e Antagonistas Mineralocorticóides). Nestes casos deve-se dosar BNP seriado para avaliar otimização de doses de medicação. C) Paciente Classe Funcional I, Estágio A, com indicação já de medidas não farmacológicas de imediato. Vacinação para Influenza e Pneumococo. Dieta com restrição de sódio. D) Paciente Classe Funcional III, Estágio B, com indicação de Diurético de Alça, IECA, Beta-bloqueador e Antagonistas Mineralocorticóides. Além das medidas habituais não farmacológicas, considerar Cardiodesfibrilador para redução de Morte Súbita. E) Paciente Classe Funcional II, Estágio A, deve ser submetido a controle dos fatores de risco (HAS, obesidade, Diabetes, etc), e iniciar IECA e/ou Beta-bloqueador. Resposta correta: Letra A Comentário: LETRA A: A Diretriz de IC mantem a classificação anterior de classe funcional e adiciona o Estágio da IC de acordo com alterações Ecocardiográficas. O paciente em questão é Classe II e já tem IC ao ECO (estágio B). Não tem indicação de monitorizar tratamento com BNP. Referência: Diretriz Brasileira de Insuficiência cardíaca Aguda e Crônica 2018. Departamento de Insuficiência Cardíaca (DEIC) e Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) Nível: difícil QUESTÃO 28 - Homem, 36 anos com queixa de dor abdominal mal localizada e períodos de constipação intestinal intercalados com episódios de diarreia, iniciados há 6 meses. Apresentou, desde o início dos sintomas, três episódios de muco nas fezes. Nega alterações na dieta e perda ponderal. Nega tabagismo e etilismo. Refere uso de paroxetina 20 mg ao dia há 02 meses devido a transtorno de ansiedade generaliza e ejaculação precoce. A principal hipótese diagnóstica a ser considerada inicialmente é: A) ancilostomose. B) neoplasia colorretal. C) amebíase intestinal. D) gastroenterite viral crônica E) síndrome do intestino irritável. Resposta: E Comentários: A Síndrome do intestino irritável caracteriza-se por sintomas há pelo menos 12 semanas, contínuos ou recorrentes, de dor ou desconforto abdominal associado a um dos sintomas: Alívio da dor com a defecação; Alteração da frequência das evacuações; Mudança do aspecto das fezes; Presença de muco nas fezes; Sensação de distensão abdominal. Tem associação frequente com transtornos do humor e transtornos de ansiedade. Referência: Tratado de medicina de família e comunidade: princípios, formação e prática [recurso eletrônico] /Organizadores, Gustavo Gusso, José Mauro Ceratti Lopes, Lêda Chaves Dias; [coordenação editorial: Lêda Chaves Dias]. – 2. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2019.2 v. Nível: médio. QUESTÃO 29 – Paciente masculino, 49 anos, tabagista 20 anos-maço, morador em zona rural, queixa dor epigástrica intensa há 3 semanas, associada a eructações, distensão abdominal e plenitude pós-prandial. Na última semana ocorreram 3 episódios de hematêmese, inclusive no dia da consulta. Dentre os sinais e sintomas apresentados pelo paciente, aquele que justifica a realização imediata de endoscopia digestiva alta é: A) dor intensa. B) tabagismo atual. C) idade > 45 anos. D) sangramento ativo. E) distensão abdominal. Resposta: D. Comentários: Dentre os sinais de alerta para síndrome dispéptica, a presença ou o relato de sangramento ativo é um fator que implica em realização de endoscopia digestiva alta em caráter de urgência. Referência: Tratado de medicina de família e comunidade: princípios, formação e prática [recurso eletrônico] /Organizadores, Gustavo Gusso, José Mauro Ceratti Lopes, Lêda Chaves Dias; [coordenação editorial: Lêda Chaves Dias]. – 2. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2019.2 v. Nível: médio. QUESTÃO 30 – Em uma consulta ginecológica, você observa presença de uma lesão ulcerada única, dolorosa, com bordas regulares. Ao questionar à paciente, ela te informa que já foi tratada para sífilis há 7 meses, não podendo estar, portanto, com essa doença. Você realiza um raspado dessa lesão e o resultado lhe é apresentado no retorno (pesquisa em campo escuro) com a presença da espiroquetas. A conduta correta nesse caso será: A) Tratar novamente para sífilis primária, com 2.400.000 UI de penicilina benzatina. B) Tratar como sífilis terciária, com 7.200.000 UI de penicilina benzatina. C) Tratar com azitromicina, 1g DU. D) Tratar com doxicilina 100mg 12/12h por 21 dias. E) Tratar com aciclovir, 400mg 8/8h, por 10 dias. Resposta correta: letra A Comentário: O raspado da lesão demonstrou se tratar de sífilis primária, cujo tratamento pode ser feito conforme indicado. Importante ressaltar que o cancro duro pode ser múltiplo, pode ser doloroso, pode apresentar bordas irregulares e fundo sujo. Tratado de Ginecologia do Novak QUESTÃO 31 – Há várias consequências a curto, médio e longo prazos relacionadas às ISTs. Elas levarão a impactos deletérios à saúde e qualidade de vida das mulheres. São exemplos dessas consequências: A) Síndrome do ninho vazio. B) Câncer de mama invasor. C) Agenesia ovariana precoce. D) Adenocarcinoma do corpo uterino. E) Carcinoma espinocelular do colo uterino. Resposta correta: letra E Comentário: O CCE do colo uterino é iniciado pela infecção por um dos tipos oncogênicos do HPV, que é transmissível por via sexual, portanto, uma IST. Tratado de Ginecologia do Novak QUESTÃO 32 – Você está em uma Unidade de Saúde de uma pequena cidade do interior do Estado, com limites relevantes sob o ponto de vista técnico para assistência a uma pessoa vítima trauma. No entanto, ocorre um acidente automobilístico e algumas vítimas são trazidas à Unidade de Saúde, para sua assistência. Três delas apresentam escoriações rasas, encontram-se hemodinamicamente estáveis, Glasgow de 15, deambulando e sem grandes limitações. Mas há um paciente que veio numa maca de ambulância com evidências de lesões com maior energia cinética envolvida. Tendo conhecimento do mnemônico do trauma, você inicia o exame do paciente, respondendo à sua necessidade, sabedor(a) da sua importância e necessário seguimento. Leia as informações abaixo:I.Utilizamos o mnemônico para identificarmos lesões de maior gravidade em um paciente. II.Devemos avaliar inicialmente as vias aéreas A (airways), com controle da coluna cervical; a respiração e a ventilação (breathing); os estados hemodinâmico (circulation) e neurológio, seguido da exposição e controle da temperatura do paciente. III.O ABCDE do trauma é aplicado no exame primário do atendimento inicial ao politraumatizado e é utilizado para detectar lesões de risco iminente de morte. Ele também pode ser retomado no exame secundário durante a monitorização dos sinais vitais. IV.No E (exposição e controle de temperatura), deve-se avaliar os sinais do trauma: sangramentos de lesões superficiais, manchas na pele (tatuagens do trauma), despir a vítima para detectar ou excluir novas lesões, medir a sua temperatura e deve-se ativar medidas que controlarão a manutenção da temperatura do paciente. Quais alternativas acima estão corretas? A) Apenas a afirmativa I. B) Apenas as afirmativas II e II C) As alternativas I, II e III D) Apenas as afirmativas I e II E) Todas as afirmativas estão corretas Resposta: E Comentários: Todas as alternativas estão corretas. Na assertiva II, a informação “Ele também pode ser retomado no exame secundário durante a monitorização dos sinais vitais” está correta porque o ciclo de avaliação do paciente é ininterrupto e deve prevalecer até que o paciente receba alta ou seja transferido para unidade de referência. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolos de Intervenção para o SAMU 192 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. Nível: médio QUESTÃO 33 – Paciente feminina de 42 anos, com sobrepeso, usuária de contraceptivo oral, com quadro de dor abdominal em cólica de média a forte intensidade, de início súbito, há 3 horas, mas que refere episódios semelhantes no passado. Ao exame, o abdômen é doloroso no hipocôndrio direito e na palpação profunda do quadrante superior direito a paciente efetua uma parada da inspiração. Marque a alternativa que corresponde à principal hipótese diagnóstica da paciente. A) Anexite. B) Colangite. C) Apendicite. D) Colecistite. E) Perfuração de víscera oca. Resposta: letra D Comentários: Quadro típico de colecistite aguda: maior prevalência em mulheres, em uso de contraceptivo oral, na faixa etária correspondente, com dor tipo cólica, de intensidade moderada a forte, com sinais de irritação em loja biliar (Sinal de Murphy positivo). Referência: Tratado de medicina de família e comunidade: princípios, formação e prática [recurso eletrônico] /Organizadores, Gustavo Gusso, José Mauro Ceratti Lopes, Lêda Chaves Dias; [coordenação editorial: Lêda Chaves Dias]. – 2. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2019.2 v. Nível: fácil QUESTÃO 34 – Existem vários medicamentos que podem ter efeito adverso no peso corporal por influenciarem tanto a ingestão alimentar quanto o gasto calórico/energético. Nesses casos, deve-se considerar medicamentos alternativos com menos impacto no ganho de peso. Assim sendo, assinale a alternativa que, segundo o Caderno de Atenção Básica de Obesidade do Ministério da Saúde, estão associados ao ganho de peso: A) Codeína, Prednisona, Lítio. B) Diazepam, Glipizida, Atenolol. C) Paroxetina, Risperidona, Insulina. D) Ácido Valproico, Metformina, Lítio. E) Risperidona, Fluconazol, Carbamazepina. Resposta: C Comentários: Referência: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica : obesidade / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. 212 p. : il. – (Cadernos de Atenção Básica, n. 38). QUESTÃO 35 – Mulher, 39 anos, com diagnóstico prévio de vitiligo, consulta com queixa de irritabilidade, palpitações e perda de 3 kg no último mês. Ao exame físico observa-se bócio indolor, difuso e firme. Exames complementares revelam TSH < 0,001 mUI/mL (0,4-4,0), T3 total= 236 ng/dl (70-200), T4 total= 14 µg/dl (4,5-12), tireoglobulina = 130 ng/mL (2-70), anti-TPO = 52 UI/mL (< 35), anti-Tg = 140 UI/mL (< 115), VHS = 46 mm (elevada). Com relação à doença que esta paciente apresenta é CORRETO afirmar que: A) uma das complicações mais comuns é o mixedema. B) há risco de recidivas e evolução para hipotireoidismo permanente. C) é usualmente precedida de infecção aguda do trato respiratório superior. D) os sintomas são facilmente controlados com doses baixas de droga anti- tireoidianas. E) oftalmopatia pode surgir antes, após ou junto com os sinais e sintomas descritos no caso. Resposta: B Comentários: Na tireoidite de Hashimoto, a tireoide está aumentada difusamente em 90% dos casos, apresentando consistência firme, irregular e indolor à palpação. Pode- se também requisitar a dosagem de anticorpos antitireoidianos: antitireoperoxidase (anti-TPO), e antitireoglobulina (anti-TgAb), pois, podem estar presentes em altas titulações no plasma em 80-100% dos casos de tireoidite de Hashimoto. A evolução esperada da Doença de Hashimoto é o hipotireoidismo e pode haver recidivas. O mixedema ocorre no hipotireoidismo. A doença de Graves pode ser precedida por infecções virais e pode cursar com oftalmopatia. Os sintomas do hipertireoidismo são mais bem controlados com betabloqueadores. Referência: Tratado de medicina de família e comunidade: princípios, formação e prática [recurso eletrônico] /Organizadores, Gustavo Gusso, José Mauro Ceratti Lopes, Lêda Chaves Dias; [coordenação editorial: Lêda Chaves Dias]. – 2. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2019.2 v. Nível: médio QUESTÃO 36 – Homem de 52 anos, refere episódios diários e súbitos de dor periorbitária a esquerda, irradiando para região frontal, acompanhada de lacrimejamento e hiperemia conjuntival ipsilateral, com duração aproximada de 40minutos e apresenta resolução espontânea. Nega dor a mastigação e sem dor a palpação da região temporal esquerda. A hipótese mais provável é de: A) Cefaleia do tipo tensional B) Cefaleia em Salvas C) Migrânea com aura D) Arterite temporal E) Cefaleia hemicraniana paroxística Resposta Letra B. Justificativa: O enunciado descreve um quadro clássico de cefaleia em salvas, este tipo de cefaleia primaria e mais observado em homens de meia idade e tem relação com ingestão de bebida alcoólica, ocorre durante um período curto (semanas), seguindo de longo período assintomáticos. Os episódios de dor são geralmente noturnos, de localização frontorbitária unilateral, muito intensa, de duração curta e associados a congestão nasal, midríase, lacrimejamento, edema periorbitário e hiperemia conjuntival. Referência Bibliográfica: Cecil. Tratado de Medicina Interna. 24ª ed. Rio de. Janeiro: Elsevier, 2014, pag. 2608. QUESTÃO 37 – Paciente de 30 anos, com cefaleia intensa, pulsátil, com fotofobia e náusea. Com crises a cerca de 3 anos e nos últimos 4 meses vem apresentando uma crise por semana. Usa paracetamol 500mg com alívio parcial dos sintomas. Qual a melhor conduta para esse caso? A) Iniciar dipirona B) Prescrever anti-inflamatório C) Solicitar tomografia de crânio D) Manter paracetamol e acompanhar E) Iniciar Topiramato diário Resposta Letra E. Justificativa: Temos um paciente jovem cuja anamnese é típica de enxaqueca. Cefaleia geralmente unilateral. Latejante, intensa com sintomas associados (náusea e fotofobia), sendo os episódios desencadeados por estresse, como este paciente apresenta 3 ou mais episódios graves mensais a indicação é de tratamento profilático como medicações como Topiramato. O tratamento das crises pode ser feito com triptano e o exame de imagem estaria indicado na suspeita de cefaleia secundária.No caso descrito, típico de migrânea, não há indicação. Referência Bibliográfica: Cecil. Tratado de Medicina Interna. 24ª ed. Rio de. Janeiro: Elsevier, 2014, pag. 2608. QUESTÃO 38 – Mãe leva bebê, sexo feminino, de 18 meses, e ao avaliá-la observam- se as seguintes medidas evolutivas do PC: ao nascer (35 cm), 1 mês (37 cm), 4 meses (42 cm), 7 meses (44 cm), 9 meses (44,5 cm), 12 meses (44,5 cm). Desenvolvimento: sorriso social com dois meses, gargalhadas com quatro meses, sentou-se com sete meses, arrastou-se com nove meses e balbuciou sons consonantais com dez meses. Atualmente, não fica de pé com apoio, não engatinha, emite sons guturais, não pega o brinquedo ou objetos em seu campo de alcance. Tem contato visual, mas não compreende jogos de esconde-esconde, dança, acena tchau ou bate palmas. Realiza movimentos repetitivos e estereotipados de mãos, do tipo lavar ou esfregar. Há um mês apresentou quatro crises convulsivas tônico-clônicas generalizadas. O diagnóstico sindrômico é: A) paralisia cerebral. B) transtorno do espectro autista. C) atraso do desenvolvimento neuropsicomotor. D) regressão do desenvolvimento neuropsicomotor. E) desenvolvimento adequado para idade Resposta correta : letra D Comentário: O enunciado apresenta uma lactente de 18 meses com desaceleração do crescimento do perímetro cefálico pós-natal, a partir de 7 meses associado a uma síndrome de regressão do desenvolvimento neuropsicomotor por volta da mesma idade. No domínio motor: não engatinhou ou ficou de pé com apoio entre 9-10 meses, não andou com apoio aos 12 e sem apoio aos 15 meses. No domínio motor fino: não apreende com pega fina os brinquedos e nem os explora com os dedos. Nos domínios pessoal- social e de linguagem: não evoluiu o balbulcio para palavras com sentido com 12 meses, não compreende brincadeiras, não dança, ou acena ou bate palmas. Verifica-se também uma síndrome paroxística epilética caracterizada por crises convulsivas tônico-clônicas generalizadas. Portanto, microcefalia de início pós-natal (geralmente iniciada entre 6 e 12 meses), regressão do desenvolvimento, epilepsia e movimentos estereotipados de mãos do tipo lavar/esfregar sugerem o diagnóstico da Síndrome de Rett, doença genética degenerativa provocada pela mutação no gene MECP2. Esta doença é um dos diagnósticos diferenciais no grupo das TEP. Nível: dificil QUESTÃO 39 – Você está na UBS e atende um lactente, dois meses, que apresenta regurgitações (oito vezes ao dia), choro por 45 minutos, mas a mãe consegue acalmá- lo sem medicamentos. Foi amamentado por 15 dias e, desde então, vem sendo alimentado com fórmula infantil convencional. Peso de nascimento: 3 Kg e comprimento: 50 cm. As avós recomendaram que durante o sono o lactente seja mantido em posição prona com a cabeça elevada. Peso atual: 5,2 Kg. Evacuações normais. Devemos orientar os pais a manter o lactente na seguinte posição: A) prona e não usar nenhuma fórmula espessante B) decúbito dorsal e substituir por fórmula infantil anti-regurgitação. C) prona que vem sendo adotada e prescrever domperidona e ranitidina. D) prona que vem sendo adotada e substituir por fórmula infantil anti-regurgitação. E) decúbito dorsal e substituir por fórmula com proteínas extensamente hidrolisadas. Resposta correta: Letra B Comentário: “Em relação à orientação postural, o lactente deve ser mantido em posição vertical pelo período de 20 a 30 minutos após a mamada, o que facilita a eructação e o esvaziamento gástrico, diminuindo os eventos de regurgitação. Nos períodos de sono, o lactente deve permanecer em decúbito supino (dorsal), com a elevação da cabeceira entre 30 e 40 graus, pois as posições em decúbito lateral e/ou prona associam-se com maior risco de ocorrência de morte súbita. As fórmulas AR (anti-regurgitação) podem ser espessadas com carboidratos digeríveis à base de arroz, milho, batata ou com carboidratos não digeríveis (alfarroba/jataí) Fonte: Regurgitação do lactente (Refluxo Gastroesofágico Fisiológico) e Doença do Refluxo Gastroesofágico em Pediatria”, de dezembro de 2017 Nível: médio QUESTÃO 40 – Homem, 65 anos de idade, hipertenso há 25 anos, queixa dispneia progressiva aos esforços há um ano e meio. Exame físico: = 130 x 80 mmHg, FC = 96 bpm, ictus cordis desviado para a esquerda e edema bilateral em membros inferiores 2+/4+. Eletrocardiograma com sobrecarga de câmaras esquerdas. Ecocardiograma com hipocinesia difusa e fração de ejeção de 32%. Qual é a combinação terapêutica mais adequada em termos de melhora de sobrevida? A) Bisoprolol, clonidina, losartana. B) Captopril, nifedipina, furosemida. C) Digoxina, enalapril, espironolactona. D) Carvedilol, enalapril, espironolactona. E) Diltiazem, espironolactona, losartana. Resposta: D Comentário: De acordo com as diretrizes brasileiras de insuficiência cardíaca, de 2018, os medicamentos que comprovadamente implicam em melhora da sobrevida do paciente são: IECA, BRA, betabloqueadores (bisoprolol, carvedilol e succinato de metoprolol), os antagonistas dos receptores mineralocorticoides (espironolactona/eplerenona) e os Inibidores da neprilisina e dos receptores da angiotensina (sacubitril/valsartana). Referência: Diretriz Brasileira de Insuficiência cardíaca Aguda e Crônica 2018. Departamento de Insuficiência Cardíaca (DEIC) e Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) Nível: médio