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RETARDO NO AMADURECIMENTO DE BANANAS Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Departamento de Tecnologia de Alimentos Jaqueline Franciele Viana SANTOS1, Cristiane Hess de Azevedo MELEIRO2 ¹ Aluna de graduação em Engenharia de Alimentos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. 2 Professora adjunta da disciplina Tecnologia de Frutas e Hortaliças. TÍTULO: Retardo no amadurecimento de bananas com o uso de permanganato de potássio RESUMO Banana é um dos frutos mais consumidos no mundo. Possui variável fonte de vitaminas e minerais, sendo um componente importante na alimentação em todo o mundo (ADÃO & GLÓRIA, 2005). O presente trabalho tem por objetivo avaliar efeito da atmosfera modificada, pelo uso do permanganato de potássio no efeito da maturação de bananas. Para realizar o experimento foram necessários os seguintes materiais: Banana verde “in natura”, caixas de isopor e permanganato de potássio. Como resultado final concluímos que o retardo na maturação dos frutos foi culminado pelo uso do reagente em questão (KMnO4). PALAVRAS-CHAVE: Musa spp., etileno, pós-colheita, fruto climatérico. INTRODUÇÃO Banana é um dos frutos mais consumidos no mundo. Possui variável fonte de vitaminas e minerais, sendo um componente importante na alimentação em todo o mundo (ADÃO & GLÓRIA, 2005). O fruto passa por quatro fases de desenvolvimento, a saber: crescimento, maturação, amadurecimento e senescência. O crescimento é marcado por um período de rápida divisão ou alongamento celular. A maturação é caracterizada por mudanças físicas e químicas que afetam a qualidade sensorial do produto. A maturação sobrepõe-se a parte do estádio de crescimento e culmina com o amadurecimento do fruto, período no qual o fruto se torna apto para consumo, em virtude de alterações desejáveis na aparência, no sabor, no aroma e na textura. (Vilas Boas et at, 2001). Considerada como fruto climatérico, a banana apresenta elevada taxa respiratória e a produção de etileno após a colheita, o que a torna altamente apreciável. (Neves el al. 2004). Esse hidrocarboneto gasoso pode difundir-se dentro e fora dos tecidos vegetais, podendo afetar a qualidade dos produtos hortícolas. Nesse sentido, a produção e a sensibilidade ao etileno podem ser consideradas os fatores mais importantes integrados ao processo de amadurecimento. Uma das características mais marcantes dos frutos climatéricos é a capacidade de exibir produção autocatalítica de etileno, aumentando ainda mais a velocidade do metabolismo relacionado ao amadurecimento e senescência dos frutos. (Cocozza, 2004) Em bananas, verifica-se que a remoção e/ou a redução da concentração de etileno no ambiente de armazenamento são eficientes para prolongar a vida pós- colheita. (Rocha,2005). Isso pode ser feito com adsorventes de etileno, como o permanganato de potássio (KMnO4) em sachês ou empregado em embalagens plásticas (embalagem ativa). Esses oxidam etileno liberado pelo próprio fruto durante o amadurecimento, prolongando a fase pré-climatérica e a vida pós—colheita. Geralmente, o tratamento com o adsorvente de etileno é associado à atmosfera modificada, pelo uso de embalagens de polietileno, para retardar o amadurecimento do fruto. (Neves et al 2004; Neves et al 2006). As transformações que ocorrem na constituição da banana durante a maturação têm sido objeto de constantes estudos nos diversos centros de pesquisa do mundo, procurando-se obter resultado satisfatório sobre o comportamento da fruta em todo o processo, desde o transporte até a sua maturação, o que é de grande importância, tanto para o mercado de fruta fresca como para a indústria. (Bleinroth, 1985). O presente trabalho tem por objetivo avaliar efeito da atmosfera modificada, pelo uso do permanganato de potássio no efeito da maturação de bananas. MATERIAIS E MÉTODOS 1. Materiais: Amostra: Banana verde “in natura” Reagente: Permanganato de potássio (KMnO4) - 3 (três) Cachos de bananas verdes; - 1,5 Gramas (aproximadamente) de permanganato de potássio em saches comerciais; - 3 (três) caixas de isopor com suas respectivas tampas; - 1 (um) Béquer plástico (para o acondicionamento do reagente); - 1 (um) Recipiente plástico (para o acondicionamento de um dos cachos bananas); 2. Métodos: O experimento foi realizado na Planta de Frutas e Hortaliças da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Departamento de Tecnologia de Alimentos. Colocou-se um dos cachos de banana em ambiente livre de circulação de ar atmosférico. O segundo cacho foi armazenado em uma das caixas fechadas, o terceiro cacho da fruta permaneceu em ambiente fechado em condições controladas na presença de permanganato de potássio. Após 7 (sete) dias foi observado o estádio de maturação atingido. RESULTADO E DISCUSSÃO A mais flagrante modificação durante o amadurecimento da banana é o amarelecimento da casca. A clorofila, que confere a coloração verde a casca da banana no estádio pré-climatérico, é rapidamente degradada, dando lugar aos carotenóides, pigmentos amarelos que caracterizam a banana madura. Normalmente, não se observa síntese de carotenóide durante o amadurecimento de bananas, mas o seu desmascaramento durante a degradação das clorofilas. O grau de coloração da casca da banana é um importante preditor de sua vida-de-prateleira e é frequentemente utilizado como guia para sua distribuição no varejo. Assim, o estádio de maturação da banana pode ser caracterizado subjetivamente, de acordo com o grau de coloração da casca, numa escala que varia de um a sete (Fig. 1). O sabor da banana é um dos mais importantes atributos de sua qualidade. A polpa da banana verde é caracterizada por uma forte adstringência determinada pela presença de compostos fenólicos solúveis, principalmente os taninos. À medida que o fruto amadurece, ocorre a polimerização desses compostos, com consequentes diminuição na adstringência e aumento na doçura e na acidez. A intensificação da doçura do fruto decorre da hidrólise do amido, com consequente acúmulo de açúcares solúveis. (Vilas Boas et. al., 2001). No decorrer de sete dias após o experimento foi analisado o estádio de maturação dos cachos de bananas. O estádio de maturação foi avaliado por: Maturação da Banana Dias Exposta ao ar Fechada sem reagente Fechada + KMnO4 28/08 Cor 3 Cor 3 Cor 3 31/08 Cor 6-7 (doce) Cor 6-7 (doce) Cor 5 (amido) 01/09 Cor 7 (doce) Cor 7 (doce) Cor 6 (doce) 02/09 Cor 7 Cor 7 (manchas Cor 7 (pontinhos pretos) 04/09 Cor 7 (pontinhos pretos) Cor 7 (manchas) Cor 7 (pontinhos pretos) . Sistema de classificação de bananas de acordo com seu grau de maturação Fonte: Solo Ballestero, 1992 É possível perceber através dos dados apresentados anteriormente que a banana exposta ao permanganato teve o seu estádio de maturação prolongado; permanecendo assim, por mais tempo verde. As bananas fechadas na caixa de isopor foram as primeiras a apresentar características de maturação, pois tinham maior contato com o etileno. Já as bananas expostas ao ar, demoraram mais para amadurecer se comparadas as colocadas da caixa de isopor sem o uso do reagente. CONCLUSÃO A combinação do isolamento das bananas com saches de permanganato de potássio (KMnO4) resultou no retardamento do processo de amadurecimento dos frutos de banana. A utilização do reagente no experimento, foi determinante na manutenção de características qualitativas desejáveis. Alcançou-se o esperado no objetivo do experimento. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA COCOZZA, F. del M. Maturação e Conservação de Manga "TommyAtkins" Submetida à Aplicação Pós Colheita de 1 - Metilciclopropeno. 2003. 226 f. Tese de Doutorado (Doutorado) - Curso de Engenheria Agrícola, Faculdade de Engenharia Agrícola, Universidade Estadual de Campinas, Campinas - SP, 2003. ROCHA, ALINE. Uso de permanganato de potássio na conservação pós-colheita de banana ‘Prata’. Tese de Mestrado – Universidade Federal de Viçosa, 2005. NEVES, L. C.(Org.), PRILL, M.A.S., BENEDETTE, R. M. SILVA, V. X., IN: PÓS COLHEITA EM FRUTOS TROPICAIS - BANANA. Manual pós colheita da fruticultura brasileira, Londrina: EDUEL, 2009. 1ed. , p. 387-397. NEVES, L. C.; BENEDETTE, R. M.; SILVA., V. X.; LUCHETTA., L.; ZANUZZO., M. R.; ROMBALDI., C. V.; Comportamento pós - colheita de caquis cv. Fuyu, através da atmosfera modificada passiva e da adsorção de etileno armazenados sob refrigeração. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 28, n. 3, p.431-434, 2006. VILAS BOAS, E. V. B.; ALVES, R. E., FILGUEIRAS, H. A. C.; MENEZES, J. B. Banana Pós-Colheita. Série Frutas do Brasil. Brasília: Embrapa Informação Técnica, 2001. p. 15-19. BLEINROTH, E. W. Banana: Cultura, matéria prima, processamento e aspectos econômicos. Instituto de Tecnologia de Alimentos. Campinas: ITAL, 1995. p. 133-196.
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