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Prof. Luis Eduardo Formigheri Geologia de Engenharia Engenharia Civil INTEMPERISMO Definição • Processos físicos, químicos e físico-químicos que produzem desagregação e alteração da composição química e mineralógica das rochas. • O solo é o resultado, após milhões de anos, dessa alteração das rochas próximas a superfície. Schumann Realce Formação de novos solos, através da degradação das rochas ! Schumann Realce Tipos de Intemperismo • Intemperismo Físico: – Compreende os processos que fraturam ou fragmentam as rochas e desagregam os minerais das rochas. • Intemperismo Químico: – Compreende os processos capazes de decomporem os minerais das rochas. Essa decomposição transforma os minerais primários em minerais secundários (argilo- minerais). Schumann Realce Schumann Realce Água e decomposição vegetal Schumann Realce Fratura dos minerais ! nullCondições climáticas ! Conseqüências do Intemperismo • O intemperismo transforma a rocha do estado maciço para estado clástico (fragmentado); • Os solos e os saprolitos são o resultado final do intemperismo físico e químico sobre as rochas. • O intemperismo químico ou físico pode predominar dependendo do clima e do relevo. Conseqüências do Intemperismo • Os principais produtos do intemperismo são os argilo-minerais. • O grau de intemperização da rocha diminui sua resistência mecânica. Conseqüências do Intemperismo Schumann Realce Saprolito decomposição das rochasnulle solo decomposição das rochas Rocha Solo Conseqüências do Intemperismo Saprolito Conseqüências do Intemperismo Processos do Intemperismo Físico –Variação de temperatura; –Alívio de pressões; –Congelamento e degelo; –Crescimento dos cristais; –Umedecimento e secagem; –Hidratação dos minerais; –Processos físico-biológicos; –Ação do homem. Processos do Intemperismo Físico • Variação de temperatura – Cada mineral possui um coeficiente de dilatação diferenciado, provocando a desagregação da rocha devido as tensões de dilatação e compressão internas no maciço rochoso (dia – dilatação, noite – contração). Processos do Intemperismo Físico • Variação de temperatura Processos do Intemperismo Físico • Alívio de pressões – Degelo de espessas camadas de gelo após um período glacial ou erosões de espessas camadas de solos e rochas provocam nos maciços rochosos alívio de pressão e consequentemente expansão do maciço, originando fraturas paralelas a superfície do terreno ou a abertura de fendas existentes. Processos do Intemperismo Físico • Alívio de pressões Processos do Intemperismo Físico • Alívio de pressões Processos do Intemperismo Físico • Alívio de pressões NA Processos do Intemperismo Físico • Alívio de pressões Processos do Intemperismo Físico • Alívio de pressões Processos do Intemperismo Físico • Congelamento e degelo – A água ao congelar-se, cristaliza-se e aumenta seu volume em 9%. A repetição periódica do congelamento e degelo das águas intersticiais, que ocupam parcialmente ou totalmente os poros e as fendas, acaba por fragmentar a rocha, mesmo as mais resistentes. Processos do Intemperismo Físico • Congelamento e degelo Processos do Intemperismo Físico • Congelamento e degelo Tensõ es nas fraturas Devido ao degêlo Processos do Intemperismo Físico • Crescimento dos cristais – As águas de infiltração e/ou gases podem precipitar, de forma lenta e gradual, solutos nas fendas das rochas, dando origem a cristalização de sais ou minerais. Os minerais, dessa forma, podem exercer forças de expansão devido a cristalização similares às do congelamento. Processos do Intemperismo Físico • Umedecimento e secagem – A secagem e o umedecimento sucessivos ativam dois processos que levam à desagregação. O slaking e a expansão: • Slaking é a desagregação de rochas causada pela alternância de secagem e umedecimento. • A expansão é um aumento de volume devido à presença de alguns minerais expansivos quando absorvem água, como as esmectitas. Processos do Intemperismo Físico • Umedecimento e secagem Processos do Intemperismo Físico • Hidratação dos minerais – A hidratação dos minerais origina tensões internas (variação de volume) que são as principais responsáveis pela desagregação das rochas, dando origem a solos pedregulhosos e arenosos de rochas macro-granulares (granitos, gnaisses, arenitos etc.) e solos siltosos de rochas micro-granulares (basaltos, riolitos etc). Processos do Intemperismo Físico • Hidratação dos minerais Processos do Intemperismo Físico • Processos físico-biológicos – Raízes de árvores penetram nas fissuras e alargam ou trituram as paredes rochosas. – Atividade de formigas, roedores e minhocas tornam o solo mais permeável. Processos do Intemperismo Físico • Processos físico-biológicos Processos do Intemperismo Físico • Ação do homem – O homem, na atualidade, é um dos grandes quebradores de rocha, especialmente para obras de engenharia civil. Cada nova fratura, assim obtida, favorecerá o intemperismo. Processos do Intemperismo Físico • Ação do homem Princípios do Intemperismo Químico • A água de infiltração, proveniente da chuva, que chega até as rochas, é levemente ácida, porque incorpora: – CO2, oxigênio, e nitrogênio, ao atravessar a atmosfera; – Ácidos orgânicos e CO2 provenientes da transpiração e putrefação dos organismos em geral microorganismos, que existem em abundância nos poros da parte superior dos solos sobre as rochas. Princípios do Intemperismo Químico • As substâncias em solução, de grande mobilidade e grande atividade química, são capazes de realizar uma permuta de radicais básicos ou ácidos com minerais das rochas; • Da mesma forma, os colóides, que ocorrem também em suspensão nas águas de infiltração, sendo de fácil dispersão e possuindo íons na capa externa de água absorvida, podem reagir com os minerais das rochas. • Assim, o mecanismo do intemperismo químico consiste na troca lenta e gradual de íons, durante milhares (ou milhões) de anos entre os solutos e os colóides das águas de infiltração de um lado e os minerais das rochas de outro lado. Princípios do Intemperismo Químico • O intemperismo químico depende, portanto, exclusivamente da água, predominando nos climas úmidos e sendo mínimo nos climas desérticos. • Para que a decomposição química dos minerais se efetue, é necessário que haja um fornecimento contínuo de íons em solução e/ou colóides em suspensão pelas águas de infiltração, que percolam em direção à rocha. • Além da presença de água, as condições de pH do ambiente de decomposição contribui para a velocidade do intemperismo e os minerais que serão formados, por exemplo: dependendo das condições o Fe pode se alterar para Fe+2 ou Fe+3. Princípios do Intemperismo Químico • Como, abaixo do nível de drenagem de uma região, as águas não se encontram em movimento, este nível é o limite inferior do intemperismo químico, ou seja, abaixo do nível de drenagem não ocorre decomposição das rochas. Processos do Intemperismo Químico • Na zona de intemperismo, verifica-se um grande número de reações químicas e, conforme forem estas reações, assim serão classificados os processos de intemperismo químico. As principais reações responsáveis pelo intemperismo químico são: – Hidrólise – Oxidação – Redução – Dissolução Processos do Intemperismo Químico • Hidrólise – Os íons de H+ nas águas de infiltração, provenientes da dissociação das moléculas de água a dos solutos ácidos, reagem com os minerais alumino-silicatos das rochas quebrando a estrutura cristalina da maioria dos minerais, dando origem as argilas. Processos do Intemperismo Químico • Hidrólise Processos do Intemperismo Químico • Hidrólise Hidrólise do Feldspato Processos do Intemperismo Químico • Oxidação – Os íons de oxigênio contidos nas águas de infiltração, provenientes da atmosfera a da dissociação das moléculas de água, reagem com os minerais escuros dasrochas liberando óxidos de ferro hidratados. É o mais importante. Processos do Intemperismo Químico • Oxidação Processos do Intemperismo Químico • Redução – É a extração de íons oxigênio dos minerais, dando origem a óxidos ferrosos hidratados. Processos do Intemperismo Químico • Dissolução – O CO2 dissolvido nas águas de infiltração, provenientes da atmosfera a da transpiração, secreção e putrefação dos microorganismos existentes nos poros dos solos, reage com os minerais carbonatados, dissolvendo-os. Processos do Intemperismo Químico • Dissolução Processos do Intemperismo Químico • Dissolução Estátua de Mármore (França) Processos do Intemperismo Químico • Processos químico-biológicos – As plantas contribuem no intermperismo químico com CO2, O2, e ácidos orgânicos; – A remoção de certos nutrientes pelas plantas cria certo desequilíbrio químico que irá atingir os minerais. Produtos Finais do Intemperismo Químico Produtos Finais do Intemperismo Químico Resistência dos Minerais ao Intemperismo Químico • A resistência a decomposição dos minerais é diretamente proporcional ao teor de sílica e inversamente proporcional ao teor de cátions na estrutura cristalina dos minerais; • Por esta razão, o quartzo, constituído só de SiO2, dificilmente se encontra decomposto na natureza. Resistência dos Minerais ao Intemperismo Químico Resistência dos Minerais ao Intemperismo Químico Resistência dos Minerais ao Intemperismo Químico Intemperismo diferencial Resistência dos Minerais ao Intemperismo Químico Intemperismo esferoidal Resistência dos Minerais ao Intemperismo Químico Intemperismo esferoidal Velocidade do Intemperismo Químico de Rochas Sãs • A velocidade de intemperismo químico é muito pequena. • Os dados que se dispõe são de obras muito antigas: – pirâmides do Egito: 1cm/5000 anos – túmulos de mármore da Inglaterra: 1cm/200 anos Velocidade do Intemperismo Químico de Rochas Sãs Velocidade do Intemperismo Químico de Rochas Sãs Velocidade do Intemperismo Químico de Rochas Sãs • Quanto maior a superfície de contato da água com a rocha, mais intenso e rápido ocorre o intemperismo químico: Velocidade do Intemperismo Químico de Rochas Sãs • Portanto, toda vez que se empregar rochas sãs e duras constituídas de minerais-silicatos, como os granitos, os gnaisses, os basaltos, etc., deve-se esperar uma velocidade de decomposição maior que 1cm/1000 anos. • Assim, não haverá qualquer problema de durabilidade dessas rochas, uma vez que a vida útil das obras de engenharia é, em geral, bem inferior a 100 anos. Velocidade do Intemperismo Químico de Saprolitos • Saprolito: rochas podres ou rochas parcialmente decompostas; • A velocidade do intemperismo químico de um saprolito é muito variável, desde desprezível a muito grande; • Há casos em que os saprolitos se desagregam em solos em poucos anos e até em poucos dias, reduzindo em muito a resistência deles. Velocidade do Intemperismo Químico de Saprolitos • Os saprolitos, em geral, possuem a seguinte constituição: Velocidade do Intemperismo Químico de Saprolitos • Composição dos Saprolitos – esqueleto pétreo resistente – minerais sãos – minerais parcialmente decompostos – argilas nos vazios do esqueleto, provenientes da decomposição final dos minerais de fácil decomposição. As argilas podem ser: • caolinitas (não expansiva) • ilitas (não expansivas) • esmectitas com Ca = expansão de ± 200% • esmectitas com Na = expansão de 400 a 700% Velocidade do Intemperismo Químico de Saprolitos • Mecanismo de Alteração dos Saprolitos: – As argilas expansivas sob a ação do sol se contraem e sob a ação da chuva se expandem; – Se o esqueleto pétreo não resistir às forças de expansão, haverá degradação do saprolito (σc de 200 a 500 Kgf/cm2) em solo (σc de 0 a 10 Kgf/cm2); – Se o esqueleto pétreo resistir às forças de expansão das argilas ou estas não forem expansivas, o saprolito não sofrerá degradação, mantendo sua resistência inicial. – A utilização de saprolitos como materiais em obras de engenharia requer a consideração cuidadosa da sua durabilidade através da realização de ensaios tecnológicos específicos. Intemperismo Predominante • Os processos de intemperismo físico e químico não ocorrem isoladamente, mas simultaneamente. • Dependendo das condições climáticas, podem predominar os processos de intemperismo físico ou os processos de intemperismo químico; • Em climas secos (frios ou quentes) predomina o intemperismo físico; em climas úmidos predomina o intemperismo químico; • As reações químicas são aceleradas pela temperatura, portanto o intemperismo químico será maior nas regiões de climas úmidos e quentes do que nos climas úmidos e frios. Ele é mais intenso, evidentemente, nos trópicos; Intemperismo Predominante • A profundidade do intemperismo físico é pequena, enquanto a do intemperismo químico é muito grande, atingindo a mais de cem metros em climas quentes e úmidos; • Por esta razão, é que as espessuras máximas dos mantos de solos de decomposição de rochas (regolitos) são da ordem de 120 m entre Curitiba e São Paulo, enquanto no Rio Grande do Sul são da ordem de 40 m, apesar da precipitação pluviométrica ser aproximadamente a mesma. Intemperismo Predominante
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