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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 10 5. Culminação e declinação de um astro. A abóbada celeste parece girar em torno da Terra, em decorrência do movimento de rotação deste planeta em torno do seu eixo norte-sul. O movimento aparente da abóbada ce- leste alimentou durante séculos a ilusão científica chamada sistema geocêntrico, que preconi- zava ser a Terra o centro do Universo. Em um dado instante, em decorrência do movimento aparente da abóbada celeste, considere-se que o centro de um astro qualquer se situe no plano de um meridiano. Em relação àquele meridiano, diz-se que o astro culminou naquele mesmo instante. O meio-dia solar verdadeiro (não necessariamente o indicado pelo relógio) é definido como o exato momento da culminação do Sol no meridiano do observador e, portanto, ocorre simultaneamente em todos os pontos do meridiano em questão. A culminação também é cha- mada de passagem meridiana. A culminação é dita zenital no único ponto do meridiano em que a posição do centro do astro coincide com o zênite local. A culminação zenital é um caso particular de culminação. Quando o Sol culmina zenitalmente (o que é relativamente raro), a sombra de uma haste retilí- nea, instalada a prumo, confunde-se com sua própria projeção. No caso da culminação não zenital do Sol, a sombra da citada haste estará dirigida para o norte ou para o sul, dependendo da posição do Sol. Ao ângulo compreendido entre o plano do equador e o vetor posição de um astro, to- mado desde o centro da Terra, dá-se o nome de declinação do astro em questão. A declinação (δ), em um dado instante, eqüivale à latitude do local aonde o astro culmina zenitalmente nesse mesmo instante. 6. Movimentos da Terra. O Sol se desloca pelo espaço em direção a um ponto da esfera celeste situado nas pro- ximidades da estrela Vega, resultado do movimento da galáxia (Via Láctea) onde se encontra, arrastando consigo todos os astros que compõem o Sistema Solar. Observando-se o Sistema Solar de um referencial imóvel, situado fora da galáxia (Fig. I.5 A), verifica-se que a Terra des- creve em torno do Sol uma trajetória em hélice elíptica (algo parecida com a impropriamente chamada 'espiral' dos cadernos escolares). De um modo geral, porém, em Meteorologia não se está interessado nos movimentos absolutos da Terra, mas naqueles relativos ao Sol. Exatamente por isso, considera-se o Sol imóvel no espaço, ocupando um dos focos da elipse que passa a constituir a órbita terrestre. Desse modo, o movimento helicoidal (tridimensional) da Terra em redor do Sol passa a se efe- tuar em um plano (bidimensional), que se chama de plano da eclíptica (Fig. I.5 B), no qual se situam os centros dos dois astros (Segunda Lei de Keppler). Rigorosamente falando, o centro da Terra descreve uma trajetória suavemente ondula- da em torno do Sol, pois a elipse orbital é descrita pelo centro de massa Terra-Lua, localizado pouco abaixo da superfície terrestre. Como a Lua efetua um movimento de translação em redor da Terra, é fácil compreender que este satélite ora se encontra do lado interno, ora do lado
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