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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 118 encontra em permanente processo de renovação, devido ao vento. Quando, em uma camada qualquer dessa coluna, o ar substituinte possui massa específica diferente da daquele que ali se encontrava, o peso dessa camada varia e sua contribuição para a pressão reinante ao nível do observador muda. Pode acontecer que as variações havidas em diferentes camadas se compensem e, nesse caso, nenhuma modificação no valor da pressão é detectada pelo obser- vador, enquanto perdurar essa situação. No caso mais geral, porém, em qualquer ponto da atmosfera a pressão está se modificando continuamente com o tempo (Fig. III.11). Na Região Tropical a curva diária da pressão revela dois máximos (10 e 22 horas, apro- ximadamente) e dois mínimos (4 e 16 horas), como pode ser observado na Fig. III.11. A ampli- tude da variação diária, no entanto, é relativamente pequena quando comparada com a que normalmente se verifica nas regiões extratropicais. Em condições não perturbadas, o caráter oscilatório diário da pressão à superfície é atribuído às marés atmosféricas, semelhantes às oceânicas. A essas variações regulares su- perpõem-se aquelas motivadas por eventuais perturbações atmosféricas. Le itu ra ba ro mé tri ca em m ilib are s Le itu ra ba ro mé tri ca em m ilib are s 960 955 950 0 12 0 12 0 12 hora 23/02/78 965 24/02/78 25/02/78 Fig. III.11 - Variação da pressão atmosférica (hPa) observada em Campina Grande (7o13'S, 35o52'W), entre 23 e 25 de fevereiro de 1978 (escala de tempo de acordo com a hora legal local). 5. Ajuste da pressão ao nível médio do mar. Não é correto comparar diretamente valores da pressão atmosférica, quando coletados em locais com diferentes altitudes. Caso isso fosse feito, os valores referentes às localidades mais elevadas, sendo sempre menores que os demais, conduziriam a resultados inverídicos. Por exemplo: dariam a impressão de que o ar tenderia sempre a se deslocar dos locais de me- nor altitude (onde a pressão é mais elevada) para os de maior, ou seja, que o vento sopraria permanentemente subindo as encostas. Essa conclusão, por ser baseada em uma premissa falsa, iria ser contrariada pelas observações da direção do vento.
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