Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
129 METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 aceleração de Coriolis, desviando a trajetória dessa amostra para a esquerda no Hemisfério Sul. No Hemisfério Norte esse desvio dá-se para a direita da direção do movimento. Como re- sultado da ação conjunta da aceleração de Coriolis e da força do gradiente de pressão (impul- sionando a unidade de massa do ar), estabelece-se uma circulação no sentido horário, no He- misfério Sul (anti-horário no Hemisfério Norte), conforme mostrado na Fig. III.18. Nesses cen- tros, há convergência de massa à superfície e o movimento vertical do ar é necessariamente ascendente. Em uma carta isobárica, um centro ciclônico apresenta-se como uma ou mais isoípsas fechadas, delimitando uma área onde o geopotencial é menor que à sua volta. Isso se deve à concavidade da superfície isobárica a que se refere a carta em questão Tanto os centros anticiclônicos como os ciclônicos podem ser migratórios ou semiper- manentes. Os primeiros, de natureza eventual, surgem, se desenvolvem e desaparecem no bojo de sistemas atmosféricos e vão alterando as condições do tempo por onde passam. Os do segundo tipo persistem durante quase todo o ano sobre uma determinada área. A localiza- ção geográfica dos centros semipermanentes varia um pouco com o tempo, em torno de uma posição média que, de certo modo, está parcialmente relacionada com o movimento meridional aparente do Sol. Há dois conjuntos de três anticiclones semipermanentes à superfície, localizados, na zona subtropical. Os três do Hemisfério Sul encontram-se sobre o oceano, próximo à latitude de 25o S (Fig. III.14). Os do Hemisfério Norte têm sua posição média em torno de 30o N, estan- do um deles a cerca de 45o N, sobre a Sibéria apenas durante o inverno. Via de regra os antici- clones semipermanentes subtropicais tornam-se mais intensos no inverno. Na zona equatorial e naquelas localizadas às latitudes em torno de 50o a 60o norte e sul, encontram-se configurações médias de baixa pressão à superfície. Alguns centros ciclônicos semipermanentes tendem a surgir, sobre os continentes, durante o verão. Os ciclones migratórios, dada à importância meteorológica que possuem, serão aborda- dos no Capítulo 9. 7.5 - Cavados e cristas. Em perfeita analogia com as configurações topográficas, as superfícies isobáricas tam- bém podem se apresentar onduladas, formando cavados (vales) e cristas (Saucier, 1969). Em uma carta de superfície, um cavado apresenta-se como um eixo onde a pressão é mínima, em relação à área circundante. No eixo de um cavado a curvatura das superfícies isobáricas é côncava. Nas cartas isobáricas um cavado equivale a uma linha de geopotencial mínimo (Fig. IlI. 16). Em uma carta de superfície, a crista representa uma linha de pressão máxima, à seme- lhança de um divisor de águas (delimitador de bacia hidrográfica) na topografia convencional, traduzindo a curvatura convexa das superfícies isobáricas. Em cartas isobáricas o eixo da crista constitui uma linha de máximo geopotencial (Fig. III.19).
Compartilhar