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Eletrônica de Potência. Cap. 4 Prof. Sérgio Augusto Oliveira da Silva Engenharia Elétrica UTFPR/Campus Cornélio Procópio 42 u4 – RETIFICADORES CONTROLADOS A TIRISTORES 4.1 – Retificador monofásico de meia onda 4.1.1 – Retificador monofásico de meia onda com carga resistiva A Fig. 4.1 mostra o circuito conhecido como retificador de meia onda, com o diodo 1T colocado entre o transformador e a carga LR . Fig.4.1 – Retificador monofásico de meia onda com carga resistiva. 4.1.1.1 – Princípio de funcionamento No intervalo de zero até o ângulo de disparo (0, ), o tiristor 1T encontra-se bloqueado e consequentemente a tensão na carga é nula. Quando t= o tiristor é disparado através da corrente de gatilho gI e entra em condução. Desprezando a queda de tensão sobre 1T , a tensão do secundário é aplicada totalmente na carga. Já no semi-ciclo negativo da rede, 1T é polarizado reversamente e se bloqueia, impedindo a circulação de corrente e fazendo com que a tensão na carga seja nula. A Fig. 4.2 (a), (b) e (c), mostram as formas onda de tensão no secundário do transformador 2v , a tensão na carga Lv , corrente na carga Li e corrente no tiristor 1Ti . A tensão reversa máxima no tiristor é igual à tensão de pico do secundário do transformador e é dada pela seguinte expressão: m2TR VV2V (4.1) Onde: TRV = Tensão reversa máxima do tiristor; mV = Tensão de pico do secundário do transformador; 2V = Tensão eficaz do secundário do transformador. Pela expressão (4.1), observa-se claramente que a máxima tensão reversa do tiristor TRV depende da amplitude máxima da tensão do secundário do transformador. Desse modo, TRV deve ser inferior à tensão reversa máxima especificada pelo fabricante MTR V , sob o risco de danificar o dispositivo. Para efeito de análise nos estudos subsequentes, a relação de transformação dos transformadores representados nos circuitos retificadores será considerada unitária. Eletrônica de Potência. Cap. 4 Prof. Sérgio Augusto Oliveira da Silva Engenharia Elétrica UTFPR/Campus Cornélio Procópio 43 Fig.4.2 – Tensões no retificador de meia onda com carga resistiva: (a) Tensão do secundário da transformador 2v ; (b) Tensão e corrente na carga ( Lv e Li ); (c) Corrente no tiristor 1Ti . 4.1.1.2 – Tensão e corrente média na carga (carga resistiva) A tensão da rede ou a tensão de alimentação da entrada do retificador é dada pela expressão 4.2. )tsen(V)t(v m2 (4.2) A tensão média na carga LmdV , considerando a Fig. 4.2, é calculada pela seguinte expressão: td)tsen(V2 2 1 td)t(v 2 1 V 22Lmd (4.3) Resolvendo a expressão (4.3) obtêm-se (4.4). Observa-se que a tensão média na carga varia em função do ângulo de disparo . )cos1(V225,0V 2Lmd (4.4) As correntes média e de pico na carga são iguais às correntes média e de pico no tiristor 1T e são dadas, respectivamente, pelas expressões (4.5) e (4.6). L 2 LmdTmd R )cos1(V225,0 II (4.5) L m L 2 LppT R V R V2 II (4.6) Eletrônica de Potência. Cap. 4 Prof. Sérgio Augusto Oliveira da Silva Engenharia Elétrica UTFPR/Campus Cornélio Procópio 44 4.1.1.3 – Tensão e corrente eficaz na carga (carga resistiva) A tensão eficaz na carga LefV , considerando a Fig. 4.2, é dada pela seguinte expressão: 2 1 22 2 2 1 2 2Lef td)t(sen)V2( 2 1 td)t(v 2 1 V (4.7) Resolvendo a expressão (4.7) têm-se: 2 1 2Lef 4 )2sen( 22 1 VV (4.8) A corrente eficaz na carga é igual à corrente eficaz no tiristor e é dada pela expressão (4.9). L efL TefLef R V II (4.9) 4.2 – Retificador monofásico de meia onda com diodo de roda-livre 4.2.1 – Retificador monofásico de meia onda com diodo de roda-livre com carga RL Com o intuito de evitar que a tensão instantânea da carga torne-se negativa, pela influência da indutância, um diodo de roda-livre RLD é colocado em paralelo com a carga, como pode ser visto na Fig. 4.3. Assim no semi-ciclo negativo da rede, RLD entra em condução e assume a corrente de carga. Fig.4.3 – Retificador monofásico de meia onda com diodo de roda-livre (carga RL). Na Fig. 4.4 são apresentadas as formas de onda de algumas grandezas presentes no circuito considerando condução descontínua. Na Fig. 4.5, considerando o aumento da constante de tempo da carga através do aumento da indutância, observa-se que a corrente não se anula a cada ciclo. Neste caso diz-se que a condução é contínua. 4.2.1.1 – Tensão e corrente média na carga (carga RL) A tensão média LmdV e a corrente média LmdI na carga, considerando a Fig. 4.4, são dadas, respectivamente, pelas expressões (4.10) e (4.11). )cos1(V225,0V 2Lmd (4.10) L Lmd Lmd R V I (4.11) Pela expressão (4.10), observa-se que para um ângulo de disparo igual a zero, a tensão média na carga torna-se igual ao retificador não controlado. Eletrônica de Potência. Cap. 4 Prof. Sérgio Augusto Oliveira da Silva Engenharia Elétrica UTFPR/Campus Cornélio Procópio 45 Fig.4.4 – Tensões e correntes no retificador de meia onda com diodo de roda-livre (condução descontínua): (a) Tensão do transformador 2v ; (b) Tensão na carga Lv ; (c) Corrente na carga Li ; (d) Corrente do tiristor 1Ti . Fig.4.5 – Tensões e correntes no retificador de meia onda com diodo de roda-livre (condução contínua): (a) Tensão do transformador 2v ; (b) Tensão na carga Lv ; (c) Corrente na carga Li ; (d) Corrente do tiristor 1Ti . 4.2.1.2 – Correntes média e eficaz no tiristor e no diodo de roda livre (carga RL) A corrente eficaz da carga pode ser calculada por 2 Lac 2 Lmd 2 Lef III (4.12) Eletrônica de Potência. Cap. 4 Prof. Sérgio Augusto Oliveira da Silva Engenharia Elétrica UTFPR/Campus Cornélio Procópio 46 Onde: LefI = componente eficaz da corrente de carga; LmdI = componente média da corrente de carga; LacI = componente alternada da corrente de carga. Com o intuito de facilitar a análise, considera-se a indutância de carga grande o suficiente de forma que a corrente de carga possa ser considerada contínua e sem ondulações. Assim, pela equação (4.12) LacI é nula e, consequentemente, a corrente eficaz da carga é igual à corrente média, ou seja: L Lmd LmdLef R V II (4.13) Desse modo, considerando as formas de onda mostradas na Fig. 4.5, as correntes médias no tiristor e no diodo são dadas, respectivamente, por 22 1 II LmdTmd (4.14) 22 1 II LmdDRLmd (4.15) Já as correntes eficazes no tiristor e no diodo são dadas, respectivamente, por 2 1 Lmdef1T 22 1 II (4.16) 2 1 LmdD 22 1 II RLef (4.17) 4.3 – Retificador monofásico de onda completa 4.3.1 – Retificador monofásico de onda completa com carga resistiva A Fig. 4.6 mostra o circuito conhecido como retificador de onda completa em ponte. Neste circuito, tanto o semi-ciclo positivo quanto o negativo da rede são retificados, produzindo na carga menores níveis de ondulação e maiores valores médios de tensão na carga. Fig.4.6 – Retificador de onda completa em ponte com carga resistiva. Eletrônica de Potência. Cap. 4 Prof. Sérgio Augusto Oliveira da Silva Engenharia Elétrica UTFPR/Campus CornélioProcópio 47 4.3.1.1 – Princípio de funcionamento Primeira Etapa: No intervalo de zero até o ângulo de disparo (0, ), os tiristores 1T e 2T encontram-se bloqueados e consequentemente a tensão na carga é nula. Quando t= , 1T e 2T são simultaneamente disparados através das correntes de gatilho 2,1Tg I , e por estarem polarizados diretamente entram em condução. Desprezando as quedas de tensão sobre os tiristores, a tensão do secundário é aplicada totalmente na carga. Segunda Etapa: Quando a tensão no secundário do transformador for negativa, 1T e 2T são polarizados reversamente e se bloqueiam. No intervalo entre e + nenhum tiristor conduz; 1T e 2T por estarem polarizados reversamente e 3T e 4T por ainda não terem sido disparados. Quando t= + , 3T e 4T são simultaneamente disparados através da corrente de gatilho 4,3Tg I , e por estarem polarizados diretamente entram em condução transferindo para a carga a tensão do semi-ciclo negativo do secundário do transformador. A Fig. 4.7 (a), (b), (c), mostram as formas de onda de tensão no secundário do transformador 2v , a tensão e a corrente na carga ( Lv e Li ) e as correntes dos tiristores ( 1Ti , 2Ti , 3Ti e 4Ti ). A máxima tensão reversa no tiristor é igual à tensão de pico do secundário do transformador e é dada pela seguinte expressão: m2TR VV2V (4.18) Fig.4.7 – Tensões no retificador de onda completa em ponte (carga resistiva): (a) Tensão do secundário da transformador 2v ; (b) Tensão e corrente na carga ( Lv e Li ); (c) Correntes nos tiristores. 4.3.1.2 – Valores médios e eficazes de tensão e corrente na carga (carga resistiva) A tensão média LmdV e a corrente média LmdI na carga, considerando a Fig. 4.7, são dadas, respectivamente, pelas expressões (4.19) e (4.20). )cos1(V45,0V 2Lmd (4.19) Eletrônica de Potência. Cap. 4 Prof. Sérgio Augusto Oliveira da Silva Engenharia Elétrica UTFPR/Campus Cornélio Procópio 48 L Lmd Lmd R V I (4.20) 4.3.1.3 – Tensão e corrente eficaz na carga (carga resistiva) A tensão eficaz na carga LefV , considerando a Fig. 4.6, é dada pela seguinte expressão: 2 1 22 2 2 1 2 2Lef td)t(sen)V2( 1 td)t(v 1 V (4.21) Resolvendo a expressão (4.21) têm-se: 2 1 2Lef 2 )2sen( 1VV (4.22) A corrente eficaz na carga é dada pela expressão (4.23). L efL Lef R V I (4.23) 4.3.1.4 – Correntes média e eficaz nos tiristores (carga resistiva) As correntes médias nos tiristores são dadas por L 2Lmd Tmd R2 )cos1(V225,0 2 I I (4.24) As correntes eficazes nos tiristores são dadas por 2 I I Lef Tef (4.25) 4.3.2 – Retificador monofásico de onda completa em ponte com carga RL A Fig. 4.8 mostra o circuito do retificador de onda completa em ponte com carga RL. Será considerado que a condução será contínua e a corrente de carga Li não possui ondulações conforme mostrado na Fig. 4.9. As etapas de funcionamento são idênticas às já descritas considerando carga resistiva. Na primeira etapa de funcionamento, pelo fato da carga ser indutiva, mesmo quando os tiristores 1T e 2T são polarizados reversamente, estes permanecem em condução até que a corrente de gatilho seja aplicada em 3T e 4T , que assumem a corrente de carga. Os tiristores 3T e 4T permanecerão em condução até o início do semi-ciclo positivo da rede, mais o ângulo , onde são aplicadas novamente a corrente de gatilho em 1T e 2T . Nos intervalos entre o término de cada semi-ciclo e o disparo dos tiristores a tensão instantânea na carga torna-se negativa. As formas de onda são mostradas na Fig. 4.9. 4.3.2.1 – Tensão e corrente média na carga (carga RL) A tensão média LmdV e a corrente média LmdI na carga, considerando a Fig. 4.9, são dadas, respectivamente, pelas expressões (4.26) e (4.27). Eletrônica de Potência. Cap. 4 Prof. Sérgio Augusto Oliveira da Silva Engenharia Elétrica UTFPR/Campus Cornélio Procópio 49 cosV9,0V 2Lmd (4.26) L Lmd Lmd R V I (4.27) Pela equação (4.25) observa-se que para ângulos de disparo menores que 2 a tensão média na carga será positiva e para variando entre 2 e a tensão média será negativa. No primeiro caso diz-se que o conversor está operando no modo retificador e no segundo este opera no modo inversor. 4.3.2.2 – Correntes média, eficaz e de pico nos tiristores (carga RL) As correntes médias, eficazes e de pico nos tiristores considerando a condução contínua, baseado nas curvas mostradas na Fig. 4.9, são dadas respectivamente pelas equações (4.28), (4.29) e (4.30). 2 I I LmdTmd (4.28) 2 I I LmdTef (4.29) LmdTp II (4.30) Fig. 4.8 – Retificador de onda completa em ponte com carga RL. Fig.4.9 – Tensões e correntes no retificador de onda completa (condução contínua): (a) Tensão do transformador 2v ; (b) Tensão na carga Lv ; (c) Corrente na carga Li ; (d) Correntes dos tiristores 1T e 2T . Eletrônica de Potência. Cap. 4 Prof. Sérgio Augusto Oliveira da Silva Engenharia Elétrica UTFPR/Campus Cornélio Procópio 50 4.3.3 – Retificador monofásico controlado com diodo de roda livre A Fig. 4.10 apresenta o circuito do retificador de onda completa em ponte com carga RL com diodo de roda-livre. Neste caso, a tensão média na carga sempre assumirá valores instantâneos e médios positivos, e consequentemente o fluxo de energia será sempre da fonte para a carga. Isto ocorre pelo fato do diodo de roda livre assumir a corrente de carga no intervalo de tempo em que todos os tiristores estiverem bloqueados. Será considerado que a condução será contínua e a corrente de carga Li não possui ondulações. As etapas de funcionamento são idênticas às já descritas considerando carga resistiva. Na primeira etapa de funcionamento, pelo fato da carga ser indutiva, mesmo quando os tiristores 1T e 2T são polarizados reversamente, estes permanecem em condução até que a corrente de gatilho seja aplicada em 3T e 4T , que assumem a corrente de carga. Os tiristores 3T e 4T permanecerão em condução até o início do semi-ciclo positivo da rede, mais o ângulo , onde são aplicadas novamente a corrente de gatilho em 1T e 2T . Nos intervalos entre o término de cada semi-ciclo e o disparo dos tiristores a tensão instantânea na carga torna-se negativa. As formas de onda são mostradas na Fig. 4.9. Primeira Etapa: No intervalo de zero até o ângulo de disparo (0, ), os tiristores 1T e 2T encontram-se bloqueados e o diodo de roda livre RLD está em condução. Neste intervalo a tensão na carga é nula. Quando t= , 1T e 2T são simultaneamente disparados através das correntes de gatilho 2,1Tg I , e por estarem polarizados diretamente entram em condução. Desprezando as quedas de tensão sobre os tiristores, a tensão do secundário é aplicada totalmente na carga. Segunda Etapa: Quando a tensão no secundário do transformador for negativa, 1T e 2T são polarizados reversamente e se bloqueiam, e o diodo RLD assume a corrente de carga. No intervalo entre e + apenas o diodo RLD conduz; 1T e 2T estão bloqueados por estarem polarizados reversamente e 3T e 4T por ainda não terem sido disparados. Quando t= + , 3T e 4T são simultaneamente disparados através da corrente de gatilho 4,3Tg I , e por estarem polarizados diretamente entram em condução transferindo para a carga a tensão do semi-ciclo negativo do secundário do transformador. As formas de onda referentes ao circuito estão representadas na Fig. 4.11. Fig.4.10 – Retificador de onda completa em ponte com diodo de roda livre (carga RL). 4.3.3.1 – Tensões e correntes médias e eficazes na carga (carga RL) A tensão e corrente eficaz são dadas respectivamente pelas equações (4.22) e (4.23). Já a tensão média LmdV e a corrente média LmdI na carga são dadas, respectivamente, pelas expressões (4.19) e (4.20), reescritas abaixo. )cos1(V45,0V 2Lmd (4.31) L Lmd Lmd R V I (4.32) Observa-se pela equação (4.31) que a tensão média sempre é sempre positiva. Eletrônica de Potência. Cap. 4 Prof. Sérgio Augusto Oliveira da Silva Engenharia Elétrica UTFPR/Campus Cornélio Procópio 51 4.3.3.2 – Correntes média, eficaz e de pico nos tiristores (carga RL) As correntes médias, eficazes e de pico nos tiristores considerando a condução contínua, baseado nas curvas mostradas na Fig. 4.11, são dadas respectivamente pelas equações (4.33), (4.34) e (4.35). 22 1 LmdTmd II (4.33) 2 1 22 1 LmdTef II (4.34) LmdTp II (4.35) As correntes médias, eficazes e de pico no diodo de roda livre considerando a condução contínua, baseado nas curvas mostradas na Fig. 4.11, são dadas respectivamente pelas equações (4.36), (4.37) e (4.38). LmdRLmdD II (4.36) 2 1 LmdRLefD II (4.37) LmdRLD II (4.38) Fig.4.11 – Tensões e correntes no retificador de onda completa (condução contínua): (a) Tensão do transformador 2v ; (b) Tensão na carga Lv ; (c) Corrente na carga Li ; (d) Corrente dos tiristores 1T e 2T , (e) Corrente do diodo de roda livre RLD . Eletrônica de Potência. Cap. 4 Prof. Sérgio Augusto Oliveira da Silva Engenharia Elétrica UTFPR/Campus Cornélio Procópio 52 4.3.3.4 – Pontes semicontroladas (pontes mistas) A Fig. 4.12 apresenta a topologia de ponte semicontrolada, também chamada ponte mista. A principal característica das pontes mistas é o uso de apenas dois tiristores. A tensão média na carga será sempre positiva, da mesma forma que acontece com o retificador em ponte controlado com diodo de roda livre mostrado na Fig. 4.10. Existem dois tipos de ponte semicontrolada a simétrica e a assimétrica, diferenciando-se entre si pela posição dos dispositivos semicondutores. Fig. 4.12 – Retificadores de onda completa em ponte semicontrolados (a) simétrico; (b) assimétrico. 4.3.4.1 – Tensão e corrente média e eficaz na carga (carga RL) – Pontes simétrica e assimétrica A tensão e corrente eficaz são dadas respectivamente pelas equações (4.22) e (4.23). Já a tensão média LmdV e a corrente média LmdI na carga são dadas, respectivamente, pelas expressões (4.31) e (4.32). 4.3.4.2 – Correntes média, eficaz e de pico nos tiristores (carga RL) – Ponte assimétrica As correntes médias, eficazes e de pico nos tiristores considerando a condução contínua, são dadas, respectivamente, pelas equações (4.39), (4.40) e (4.41). 22 1 LmdTmd II (4.39) 2 1 22 1 LmdTef II (4.40) LmdTp II (4.41) As correntes médias, eficazes e de pico nos diodos, considerando a condução contínua, são dadas, respectivamente, pelas equações (4.42), (4.43) e (4.44). 2 1 LmdRLmdD II (4.42) 2 1 2 1 LmdDef II (4.43) LmdDp II (4.44) Eletrônica de Potência. Cap. 4 Prof. Sérgio Augusto Oliveira da Silva Engenharia Elétrica UTFPR/Campus Cornélio Procópio 53 4.3.4.3 – Correntes média, eficaz e de pico nos tiristores (carga RL) – Ponte simétrica As correntes médias, eficazes e de pico nos tiristores considerando a condução contínua, são dadas, respectivamente, pelas equações (4.45), (4.46) e (5.47). 2 Lmd DmdTmd I II (4.45) 2 Lmd DefTef I II (4.46) LmdDpTp III (4.47) 4.4 – Retificador controlado trifásico com ponto médio 4.4.1 – Retificador controlado trifásico com ponto médio com carga resistiva A vantagem dos retificadores trifásicos em relação aos monofásicos está na menor amplitude e maior frequência da ondulação da tensão de saída, o que facilita a filtragem na saída. Os níveis da tensão de saída são mais elevados para uma determinada tensão de entrada quando comparados com os retificadores monofásicos. A Fig. 4.10 mostra o circuito conhecido como retificador controlado trifásico com ponto médio. Três tiristores são conectados a cada uma das fases da rede, podendo ser considerado como a associação de três retificadores controlados monofásicos de meia onda. Percebe-se, no entanto, que a utilização do fio neutro é indispensável. Fig.4.10 – Retificador controlado trifásico com ponto médio (carga resistiva). 4.4.1.1 – Princípio de funcionamento A Fig. 4.11 mostra as formas de onda referente à operação do retificador controlado trifásico com ponto médio mostrado na Fig. 4.10, considerando um ângulo de disparo igual a zero. As tensões da fonte de alimentação av , bv e cv estão, respectivamente, associados aos tiristores 1T , 2T e 3T . Cada tiristor conduzirá à medida que a tensão instantânea correspondente à sua fase for superior em relação aos outros e for aplicado o pulso de gatilho. Desta forma, cada diodo conduzirá no máximo 120 o elétricos e permanecerá desligado o restante do período. As tensões reversas nos tiristores são dadas pela composição fasorial das tensões de fase av , bv e cv . Por exemplo, quando o diodo 1T estiver em condução, a tensão em 2T será igual à tensão de linha abv e em 3T será igual à acv . Sendo assim a tensão reversa máxima em cada tiristor é dada pela seguinte expressão: Eletrônica de Potência. Cap. 4 Prof. Sérgio Augusto Oliveira da Silva Engenharia Elétrica UTFPR/Campus Cornélio Procópio 54 mefTR V3V23V (4.48) Onde: TRV = Tensão reversa máxima no tiristor; mV = Tensão de pico por fase; efV = Tensão eficaz de fase. Pela expressão (4.48), observa-se claramente que o valor da tensão reversa máxima do tiristor TRV é igual ao valor da tensão de pico da tensão de linha. Fig. 4.11 – Retificador trifásico com ponto médio (carga resistiva): (a) Tensões trifásicas av , bv e cv ; (b) Tensão na carga Lv ; (c) Corrente na carga Li . 4.4.1.2 – Tensão e corrente média na carga No retificador trifásico observa-se que quando = 0 tem-se 6t = 30 o . Para > 6 a condução torna-se descontínua. Na Fig. 4.12 são apresentadas as curvas considerando = 6 e = 3 = 60 o . A tensão média na carga para condução contínua (0 < < 6 ) é dada pela seguinte expressão: td)tsen(V2 2 3 td)t(v 2 3 V 6 6 ef 65 6 aLmd (4.49) Resolvendo a expressão (4.49) obtêm-se: cosV17,1V efLmd (4.50) Eletrônica de Potência. Cap. 4 Prof. Sérgio Augusto Oliveira da Silva Engenharia Elétrica UTFPR/Campus Cornélio Procópio 55 A tensão média na carga para condução descontínua ( 6 < < 65 ) é dada pela seguinte expressão: td)tsen(V2 2 3 td)t(v 2 3 V 6 ef 6 aLmd (4.51) Resolvendo a expressão (4.51) obtêm-se: )6cos(1V675,0V efLmd (4.52) Observa-se pela expressão (4.52) quando = 65 a tensão média na carga é igual a zero. Fig. 4.12 – Retificador trifásico com ponto médio (carga resistiva): (a) Tensões trifásicas; (b) Tensão na carga para = 6 = 30 o ; (c) Tensão na carga para = 3 = 60 o . A corrente média e de pico na carga são dadas, respectivamente, pelas expressões (4.53) e (4.54). L Lmd Lmd R V I (4.53)L m L ef Lp R V R V2 I (4.54) 4.4.1.3 – Tensão e corrente eficaz na carga As tensões eficazes na carga LefV , considerando a Fig. 4.12, é obtida através das expressões abaixo: Eletrônica de Potência. Cap. 4 Prof. Sérgio Augusto Oliveira da Silva Engenharia Elétrica UTFPR/Campus Cornélio Procópio 56 (a) condução contínua: 2 1 265 6 2 ef 2 1 65 6 2 aLef td)t(sen)V2( 2 3 td)t(v 2 3 V (4.55) 21 efLef 2cos 8 3 6 1 V23V (4.56) L Lef Lef R V I (4.57) (b) condução descontínua: 2 1 2 6 2 ef 2 1 6 2 aLef td)t(sen)V2( 2 3 td)t(v 2 3 V (4.58) 21 efLef 2 3 sen 8 1 424 5 V23V (4.59) L Lef Lef R V I (4.60) 4.4.1.4 – Correntes média, eficaz e de pico nos diodos As correntes média, eficaz e de pico nos diodos 1T , 2T e 3T são dadas, respectivamente, pelas expressões (4.61), (4.62) e (4.63). 3 I I LmdTmd (4.61) 3 I I Lef Tef (4.62) L m Tp R V3 I (4.63) 4.4.2 – Retificador trifásico com ponto médio com carga RL A Fig. 4.13 mostra o circuito do retificador controlado trifásico com ponto médio conectado a um transformador, e alimentando uma carga RL. O princípio de funcionamento é idêntico ao já descrito considerando a carga resistiva. Eletrônica de Potência. Cap. 4 Prof. Sérgio Augusto Oliveira da Silva Engenharia Elétrica UTFPR/Campus Cornélio Procópio 57 Fig. 4.13 – Retificador trifásico com ponto médio com carga RL. Na Fig. 4.14, considerando condução contínua, são apresentadas as formas de onda de algumas grandezas presentes no circuito assumindo a corrente de carga sem ondulações sem ondulações, ou seja, a componente alternada da corrente de carga é nula. Fig.4.14 – Tensões e correntes no retificador de onda completa (condução contínua): (a) Tensões trifásicas; (b) Tensão na carga Lv ; (c) Corrente na carga Li ; (d) Correntes dos tiristores 1T e 2T . 4.4.2.1 – Tensão e corrente média na carga A tensão média LmdV e a corrente média LmdI na carga, considerando a Fig. 4.14, são dadas, respectivamente, pelas expressões (4.64) e (4.65). cosV17,1V efLmd (4.64) Eletrônica de Potência. Cap. 4 Prof. Sérgio Augusto Oliveira da Silva Engenharia Elétrica UTFPR/Campus Cornélio Procópio 58 L Lmd Lmd R V I (4.65) Pela equação (4.64) observa-se que para ângulos de disparo menores que 2 a tensão média na carga será positiva e para variando entre 2 e a tensão média será negativa. No primeiro caso diz-se que o conversor está operando no modo retificador e no segundo este opera no modo inversor. 4.4.2.2 – Correntes média, eficaz e de pico nos tiristores (carga RL) As correntes médias, eficazes e de pico nos tiristores considerando a condução contínua, baseado nas curvas mostradas na Fig. 4.14, são dadas respectivamente pelas equações (4.66), (4.67) e (4.68). 3 I I LmdTmd (4.66) 3 I I LmdTef (4.67) LmdTp II (4.68) 4.5 – O Controlador de Fase TCA 785 4.5.1 – O TCA 785 O TCA 785 é um circuito integrado analógico monolítico desenvolvido para controlar o ângulo de disparo de tiristores, triacs e transistores, continuamente de 0 o a 180 º . A estrutura interna do TCA 785, bem como a possibilidade externa de seleção do ponto de chaveamento, permitem inúmeras opções de funcionamento, evitando um circuito interno volumoso. Aplicações típicas incluem circuitos conversores (retificadores, inversores, etc.), controladores CA e controladores de corrente trifásicos. 4.5..1 – Aspectos principais do TCA 785 Confiável reconhecimento de passagem por zero (detecção de passagem de tensão por 0 Volts); Largo campo de aplicação; Possibilidade de operação em circuitos trifásicos (3 CIs); Compatível com LSL (lógica digital com alta imunidade a ruídos); Corrente de saída 250 mA; Larga faixa de temperatura; Possibilidade de inibição dos pulsos de disparo. 4.5.2 – Descrição de funcionamento do TCA 785 O princípio de funcionamento será descrito baseado no diagrama de blocos do TCA 785, mostrado nas folhas de dados do componente, anexo a este capítulo. Eletrônica de Potência. Cap. 4 Prof. Sérgio Augusto Oliveira da Silva Engenharia Elétrica UTFPR/Campus Cornélio Procópio 59 4.5.2.1 – Descrição funcional O circuito interno do TCA 785 é alimentado por uma fonte de tensão interna regulada de 3,1 Volts, assegurando independência dos parâmetros essenciais das variações na tensão de alimentação sV (pino 16). O potencial positivo de alimentação do CI é o pino 16 e o terra é o pino 1. A tensão regulada de 3,1 Volts é levada ao pino 8 através de uma resistência interna possibilitando nos circuitos trifásicos iguais condições para o controle de todas as três fases, através da ligação paralela dos circuitos integrados. Para melhorar a supressão de RF um capacitor pode ser colocado entre o pino 8 e o terra. O sinal de sincronização é obtido através de uma alta resistência à partir da tensão de linha (tensão 5V ). Um detector de tensão zero avalia as passagens por zero e transfere estas informações para registrador de sincronismo. Este registrador controla o gerador de rampa. O gerador de rampa, cujo controle está na unidade lógica, consiste essencialmente em uma fonte controlada de corrente constante, que carrega linearmente o capacitor externo 10C (pino 10 F5,0C10 ). A corrente desta fonte é determinada por uma resistência 9R (pino 9, 500R20 9 k ). O tempo de subida é então determinado pela combinação 109CR . Se a tensão de rampa 10V , exceder a tensão de controle 11V , o angulo de disparo pode ser variado dentro de um ângulo de fase de 0 o a 180 º , ou seja, o comparador de controle compara a tensão de rampa com a tensão de controle e provoca a saída de pulsos de disparo via unidade lógica. Para cada meio ciclo, pulsos positivos de aproximadamente 30 s aparecem nas saídas 1Q (pino 14) e 2Q (pino 15). Tais pulsos podem ter duração prolongada até 180 o através do capacitor externo 12C (pino 12). Se o pino 12 for ligado ao terra, a largura de pulso pode varia de até 180 o . As saídas 1 _ Q e 2 _ Q fornecem sinais inversos daqueles gerados através de 1Q e 2Q , respectivamente. As saídas 1Q e 2Q são afetadas por meia onda, o que implica dizer que a saída 1Q (pino 14) fornece pulsos de disparo somente se a tensão de sincronização for negativa e a saída 2Q (pino 15), somente se a tensão de sincronismo for positiva. Na saída UQ (pino 3) está disponível um sinal com duração de + 180 º o qual pode ser utilizado para controlar uma lógica externa. Um sinal o qual corresponde à soma lógica NOR das saídas 1Q e 2Q está disponível na saída 7Q (pino 7). Todas as saídas podem ser inibidas através do pino 6, conectando-se este a terra através de uma chave, relê ou transistor NPN. O pino 13 pode ser usado para estender as saídas 1 _ Q e 2 _ Q para uma largura máxima de 180 º - , desde que este seja aterrado. As duas saídas principais 1Q e 2Q do TCA são arranjadas como seguidor de emissor e podem fornecer correntes de até 400 mA. Bibliografia: MOHAN Ned; UNDELAND Tore M.; ROBBINS William P. Power Electronics – Converters, Applications and Design. 2 ed. New York: John Wiley & Sons, Inc., 1995. RASHID, Muhammad H. Eletrônica de Potência. São Paulo: Makron Books, 1999. ASHFAQ, Ahmed. Eletrônica de Potência.São Paulo: Prentice Hall, 2000. BARBI, Ivo. Eletrônica de Potência. Florianópolis: Editora UFSC, 1987. SIEMENS Data Sheet – semiconductor group (www.siemens.com)
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