Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TECNOLOGIAS EMERGENTES TREINAMENTO EXPERT ONLINE MATERIAL DIDÁTICO DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS RETIFICADORES DE POTÊNCIA ANGELO MÁRCIO DE PAULA PROFESSOR BARRA MANSA, RJ – BRASIL. JANEIRO / 2019 i SUMÁRIO I- CIRCUITOS MONOFÁSICOS E TRIFÁSICOS 1 Representação da senoide 1 Circuito Monofásico 2 Circuito Trifásico 2 II- INTRODUÇÃO AOS RETIFICADORES 6 Introdução 6 Tipos de Retificadores 6 Diodo de Potência 8 SCR – Silicon Controlled Rectifier 10 TCA 785 13 Phase Angle Controller 16 III- RETIFICADOR MONOFÁSICO NÃO-CONTROLADOS 21 Introdução 21 Retificador de meia-onda (retificador de um pulso) 21 Retificador de onda completa com transformador com terminal central (dois pulsos) 35 Retificador onda completa em ponte de Wheastone 48 Resumo das fórmulas 61 Exercícios propostos 64 IV- RETIFICADORES MONOFÁSICOS CONTROLADOS 67 Introdução 67 Retificador controlado de meia onda 68 Retificador controlado de onda completa com terminal central 80 Retificador controlado de onda completa em ponte 92 Retificador semicontrolado em ponte 104 Resumo das fórmulas 110 Exercícios propostos 112 V- RETIFICADORES TRIFÁSICOS NÃO CONTROLADOS 118 Introdução 118 Retificador trifásico de meia onda 119 ii Retificadores trifásicos de onda completa. 128 Retificador de doze pulsos 144 Resumo das fórmulas 144 Exercícios propostos 146 VI- RETIFICADORES TRIFÁSICOS CONTROLADOS 147 Introdução 147 Meia onda (três pulsos) 149 Retificador controlado de onda completa em ponte (seis pulsos) 165 Retificador semicontrolado 171 Conversores de doze pulsos em ponte 173 Exercícios propostos 174 VII- LABORATÓRIOS 175 Experiência 1 – Retificador monofásico 175 Experiência 2 – Retificador trifásico 177 VIII- RESPOSTA DOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS 179 Retificadores monofásicos não controlados 179 BIBLIOGRAFIA 190 iii LISTA DE TABELAS TABELA I.1 – VALORES DE Α 1 TABELA II.1 – DEFINIÇÃO DA PINAGEM TCA 785 14 TABELA III.1 –FÓRMULAS RETIFICADORES MONOFÁSICOS NÃO CONTROLADOS 61 TABELA IV.1 –FÓRMULAS RETIFICADORES MONOFÁSICOS CONTROLADOS 110 TABELA V.1 –FUNCIONAMENTO RETIFICADOR TRIFÁSICO DE MEIA ONDA RESISTIVO 119 TABELA V.2 –FUNCIONAMENTO RETIFICADOR TRIFÁSICO DE MEIA ONDA RESISTIVO 129 TABELA V.3 – TENSÃO NOS DIODOS PARA O RETIFICADOR TRIFÁSICO DE MEIA ONDA 132 TABELA V.4–FÓRMULAS RETIFICADORES TRIFÁSICOS NÃO-CONTROLADOS 144 iv LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA I.1 – REPRESENTAÇÃO DE UMA SENOIDE 1 FIGURA I.2 – CIRCUITO MONOFÁSICO 2 FIGURA I.3 – CIRCUITO TRIFÁSICO EM ESTRELA 3 FIGURA I.4 – CIRCUITO TRIFÁSICO EM DELTA 4 FIGURA II.1 – CONVERSÃO DE SINAIS 6 FIGURA II.2 – SIMBOLOGIA DO DIODO 8 FIGURA II.3 – CURVA CARCTERÍSTICA DO DIODO 9 FIGURA II.4 – SIMBOLOGIA E COMPONENTES 10 FIGURA II.5 – COMPORTAMENTO DAS CAMADAS PNPN DE UM SCR 11 FIGURA II.6 – CURVA REAL DO SCR 12 FIGURA II.7– CONFIGURAÇÃO TCA 785 13 FIGURA II.8– CONVERSOR CA - CA 15 FIGURA II.9– CONVERSOR CA - CC 16 FIGURA II.10– PHASE ANGLE CONTROLLER DE UM PULSO 17 FIGURA II.11– RETIFICADOR MONOFÁSICO MEIA ONDA 17 FIGURA II.12– COMPORTAMENTO DO PHASE ANGLE CONTROLLER 18 FIGURA II.13– SAÍDA RETIFICADA COM PHASE ANGLE CONTROLLER 18 FIGURA II.14– RETIFICADOR DE 6 PULSOS COM PHASE ANGLE CONTROLLER 19 v FIGURA II.15– CONPORTAMENTO DO RETIFICADOR DE 6 PULSOS COM PHASE ANGLE CONTROLLER 20 FIGURA III.1 – RETIFICADOR MEIA-ONDA CARGA RESISTIVA 22 FIGURA III.2– FORMAS DE ONDA DE UM RETIFICADOR MEIA-ONDA COM CARGA RESISTIVA 22 FIGURA III.3– RETIFICADOR MEIA-ONDA CARGA INDUTIVA 28 FIGURA III.4 – FORMAS DE ONDA DE UM RETIFICADOR MEIA-ONDA COM CARGA INDUTIVA (RL) 30 FIGURA III.5 – CARGA INDUTIVA COM UM FWD 31 FIGURA III.6 – FORMAS DE ONDA - CARGA INDUTIVA GRANDE E FWD 33 FIGURA III.7 – TRANSFORMADOR CENTER TAPE 35 FIGURA III.8 – SAÍDA DO TRANSFORMADOR COM DERIVAÇÃO CENTRAL 35 FIGURA III.9 – RETIFICADOR E ONDA COMPLETA COM TERMINAL CENTRAL 36 FIGURA III.10 – TENSÃO REVERSA NO DIODO 36 FIGURA III.11 – FORMAS DE ONDA -RETIFICADOR E ONDA COMPLETA COM TERMINAL CENTRAL 37 FIGURA III.12 – RETIFICADOR COM TERMINAL CENTRAL COM CARGA INDUTIVA 44 FIGURA III.13 – FORMAS DE ONDA - RETIFICADOR COM TERMINAL CENTRAL COM CARGA INDUTIVA. 45 FIGURA III.14 – FORMAS DE ONDA DE CORRENTE PARA UMA CARGA ALTAMENTE INDUTIVA.46 FIGURA III.15 – RETIFICADOR ONDA COMPLETA EM PONTE 48 FIGURA III.16 – DIODOS D2 E D3 NO CIRCUITO EM PONTE DE WHEASTONE 49 FIGURA III.17 – DIODOS D1 E D4 NO CIRCUITO EM PONTE DE WHEASTONE 49 FIGURA III.18 – FORMAS DE ONDA NO CIRCUITO EM PONTE DE WHEASTONE CARGA RESISTIVA 50 vi FIGURA III.19 – CIRCUITO RETIFICADOR EM PONE COM CARGA INDUTIVA 56 FIGURA III.20 – FORMAS DE ONDA NO CIRCUITO EM PONTE DE WHEASTONE CARGA INDUTIVA (L=R) 57 FIGURA III.21 – FORMAS DE ONDA NO CIRCUITO EM PONTE DE WHEASTONE CARGA INDUTIVA (L>>R) 58 FIGURA IV.1 – RETIFICADOR CONTROLADO MEIA-ONDA CARGA RESISTIVA 68 FIGURA IV.2 – TENSÃO DE REDE E NA CARGA PARA UM Α QUALQUER 69 FIGURA IV.3 – FORMAS DE ONDA RETIFICADOR CONTROLADO MEIA-ONDA CARGA RESISTIVA 70 FIGURA IV.4 – CARACTERÍSTICA DE CONTROLE DE UM RETIFICADOR DE MEIA ONDA 71 FIGURA IV.5 – CIRCUITO RETIFICADOR DE MEIA ONDA COM CARGA RL 77 FIGURA IV.6 – FORMAS DE ONDA DO RETIFICADOR DE MEIA ONDA COM CARGA RL 78 FIGURA IV.7 – CARGA RL COM FWD 78 FIGURA IV.8 – FORMAS DE ONDA DO RETIFICADOR DE MEIA ONDA COM CARGA RL E FWD 79 FIGURA IV.9 – CIRCUITO RETIFICADOR CONTROLADO DE ONDA COMPLETA COM TERMINAL CENTRAL 80 FIGURA IV.10 – FORMAS DE ONDA DO RETIFICADOR CONTROLADO DE ONDA COMPLETA COM TERMINAL CENTRAL E CARGA RESISTIVA 82 FIGURA IV.11 – CIRCUITO RETIFICADOR CONTROLADO DE ONDA COMPLETA COM TERMINAL CENTRAL E CARGA INDUTIVA (L>>R) 83 FIGURA IV.12 – FORMAS DE ONDA DO RETIFICADOR CONTROLADO DE ONDA COMPLETA COM TERMINAL CENTRAL E CARGA INDUTIVA (L>>R) 84 FIGURA IV.13 – CARACTERÍSTICA DE CONTROLE DE UM RETIFICADOR COM TERMINAL CENTRAL. 84 FIGURA IV.14 – FORMAS DE ONDA DE TENSÃO E DA CORRENTE PARA Α = 0° 85 FIGURA IV.15 – FORMAS DE ONDA DE TENSÃO E DA CORRENTE PARA Α = 45° 86 vii FIGURA IV.16 – FORMAS DE ONDA DE TENSÃO E DA CORRENTE PARA Α = 90° 87 FIGURA IV.17 – FORMAS DE ONDA DE TENSÃO E DA CORRENTE PARA Α = 135° 88 FIGURA IV.18 – FORMAS DE ONDA DE TENSÃO E DA CORRENTE PARA Α = 180° 89 FIGURA IV.19 – CIRCUITO RETIFICADOR COM TERMINAL CENTRAL, CARGA INDUTIVA (RL E FWD 90 FIGURA IV.20 – CIRCUITO RETIFICADOR COM TERMINAL CENTRAL, CARGA INDUTIVA RL E FWD. 91 FIGURA IV.21 – CIRCUITO RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA EM PONTE E CARGA RESISTIVA 92 FIGURA IV.22 – FORMAS DE ONDA DO RETIFICADOR EM PONTE COM CARGA RESISTIVA 93 FIGURA IV.23 – CIRCUITO RETIFICADOR EM PONTE COM CARGA RL. 96 FIGURA IV.24 – FORMAS DE ONDA DE UM RETIFICADOR EM PONTE COM BAIXA CARGA INDUTIVA 97 FIGURA IV.25– FORMAS DE ONDA DE UM RETIFICADOR EM PONTE COM L>>R. 98 FIGURA IV.26– CARACTERÍSTICA DE CONTROLE DE UM RETIFICADOR EM PONTE 99 FIGURA IV.27– RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA EM PONTE COM FWD 101 FIGURA IV.28 – FORMAS DE ONDA DE TENSÃO E DE CORRENTE PARA CARGA INDUTIVA E FWD 102 FIGURA IV.29 – CIRCUITO RETIFICADOR SEMICONTROLADO 104 FIGURA IV.30 – FORMAS DE ONDA RETIFICADOR SEMICONTROLADO DE ONDA COMPLETA CARGA INDUTIVA 106 FIGURA IV.31 – CIRCUITO RETIFICADOR SEMICONTROLADO EM PONTE COM FWD 107 FIGURA IV.32 – FORMAS DE ONDA RETIFICADOR SEMICONTROLADO DE ONDA COMPLETA CARGA INDUTIVA E FWD 107 FIGURA IV.33 – CIRCUITO RETIFICADOR SEMICONTROLADO (IDEM FIGURA IV.29) 108 viii FIGURA IV.34 – ÂNGULO DE DISPARO A 0° 108 FIGURA IV.35 – ÂNGULO DE DISPARO A 45° 109 FIGURA IV.36 – ÂNGULO DE DISPARO A 90° 109 FIGURA V.1 – CIRCUITO RETIFICADOR TRIFÁSICO DE MEIA-ONDA 119 FIGURA V.2 – FORMAS DE ONDA DE TENSÃO DA CARGA 120 FIGURA V.3 – FORMAS DE ONDA DA CORRENTE121 FIGURA V.4 – TENSÃO NO DIODO D1 121 FIGURA V.5 – TENSÃO NO DIODO D2 122 FIGURA V.6 – TENSÃO NO DIODO D3 122 FIGURA V.7 – RETIFICADOR DE 3 PULSOS COM CARGA RL 125 FIGURA V.8 – FORMAS DE ONDA DE TENSÃO E CORRENTE 126 FIGURA V.9– RETIFICADOR TRIFÁSICO NÃO CONTROLADO 128 FIGURA V.10– FORMAS DE ONDA DE TENSÃO TRIFÁSICA E DA SAÍDA 130 FIGURA V.11– FORMAS DE ONDA DA CORRENTE DE LINHA E NOS DIODOS. 131 FIGURA V.12– TENSÃO D1. 132 FIGURA V.13– TENSÃO D2. 133 FIGURA V.14– TENSÃO D3. 133 FIGURA V.15– TENSÃO D4. 133 FIGURA V.16– TENSÃO D5. 134 FIGURA V.17– TENSÃO D6. 134 FIGURA V.18– RETIFICADOR TRIFÁSICO NÃO CONTROLADO CARGA INDUTVA 140 ix FIGURA V.19–FORMAS DE ONDA DE UM RETIFICADOR EM PONTE COM CARGA INDUTIVA. 141 FIGURA V.20–CIRCUITO RETIFICADOR DE DOZE PULSOS 144 FIGURA VI.1–CIRCUITO RETIFICADOR CONTROLADO DE MEIA-ONDA 149 FIGURA VI.2–FORMAS DE ONDA PARA TENSÃO E CORRENTE COM Α=0° 150 FIGURA VI.3–FORMAS DE ONDA COM UM PEQUENO ÂNGULO DE RETARDO. 151 FIGURA VI.4– FORMAS DE ONDA COM ÂNGULO DE RETARDO (30°≤ Α ≤ 180°) 152 FIGURA VI.5– RETIFICADOR CONTROLADO MEIA ONDA COM CARGA INDUTIVA 156 FIGURA VI.6– CARACTERÍSTICA DE CONTROLE DA TENSÃO DE SAÍDA DC 156 FIGURA VI.7– FORMAS DE ONDA COM CARGA INDUTIVA E Α=60° 157 FIGURA VI.8– FORMAS DE ONDA COM CARGA INDUTIVA E Α=0° 158 FIGURA VI.9– FORMAS DE ONDA COM CARGA INDUTIVA E Α=45° 159 FIGURA VI.10– FORMAS DE ONDA COM CARGA INDUTIVA E Α=90° 160 FIGURA VI.11– FORMAS DE ONDA COM CARGA INDUTIVA E Α=135° 161 FIGURA VI.12– FORMAS DE ONDA COM CARGA INDUTIVA E Α=180° 162 FIGURA VI.13– CIRCUITO COM CARGA RL E FWD 164 FIGURA VI.14– FORMAS DE ONDA DE TENSÃO E DE CORRENTE PARA Α=75° COM FWD 165 FIGURA VI.15– RETIFICADOR CONTROLADO DE SEIS PULSOS CARGA RESISTIVA 166 FIGURA VI.16– RETIFICADOR CONTROLADO DE SEIS PULSOS CARGA INDUTIVA E FWD 166 FIGURA VI.17– RETIFICADOR SEMICONTROLADO DE SEIS PULSOS CARGA INDUTIVA E FWD171 FIGURA VI.18– RETIFICADOR CONTROLADO DE DOZE PULSOS EM SÉRIE 173 FIGURA VI.19– RETIFICADOR CONTROLADO DE DOZE PULSOS EM PARALELO 173 x 1 1 I-CIRCUITOS MONOFÁSICOS E TRIFÁSICOS Representação da senoide Um movimento harmônico giratório pode ser descrito por uma senoide e vice-versa. A figura I.1 mostra cada ponto de uma senoide que pode ser representado por um valor de módulo constante numa posição diferente. A medida que a senoide é descrita o vetor assume posições diferentes. Quando a senoide completa um ciclo, o vetor descreveu um giro completo e se encontra na mesma posição inicial novamente. Portanto, é possível controlar a tensão da rede (vk = VMAX x sen 𝜃) através de disparos em instantes diferentes fornecendo um controle da tensão para carga e, portanto, sua potência. O equivalente em graus do instante de disparo é denominado ângulo de disparo, esse ângulo será representando pela letra α. A tabela I.1 lista diversos valores de α e a figura I.1 tem a senoide representada. Tabela I.1 – Valores de α α (graus) 2⁰ 15⁰ 30⁰ 60⁰ 90⁰ α (radianos) π/90 π/12 π/6 π/3 π/2 Figura I.1 – representação de uma senoide Conforme a combinação do circuito é possível obter respostas das mais variadas, onde os circuitos são utilizados para resolver problemas reais além de possuir funções e respostas adequados para uma análise CC ou CA. 2 2 Circuito Monofásico A figura I.2 representa um circuito monofásico característico que serão utilizados como carga para os retificadores estudados no decorrer desse material. Figura I.2 – Circuito monofásico Fonte: RASHID, 2015 As variáveis elétricas envolvidas nesse circuito são: 𝐼 = 𝑉∠ ∝ 𝑅 + 𝑗𝑋 = 𝑉∠ ∝ −𝜃 𝑍 𝑍 = √𝑅2 + 𝑋2 𝜃 = tanh−1 (𝑋 𝑅)⁄ 𝑃 = 𝑉 𝑥 𝐼 cos 𝜃 • O cos 𝜃 = fator de potência (FP) • 𝜃 = ângulo da impedância da carga, também conhecido como ângulo do fator de potência Circuito Trifásico Um circuito trifásico consiste em três tensões senoidais de amplitudes iguais, e os ângulos de fase entre as tensões de fase individuais são de 120°. As cargas podem ser conectadas em estrela ou delta (triângulo), essa decisão influenciará nos valores das tensões e correntes de linha e de fase aplicadas e fornecidas para carga. 3 3 Uma carga em estrela conectada a uma fonte trifásica é mostrada na figura I.3. Figura I.3 – Circuito Trifásico em estrela Fonte: RASHID, 2015 Tensões trifásicas de fase (Vf) com carga conectada em estrela: • 𝑉𝑎 = 𝑉𝑓 ∠0 • 𝑉𝑏 = 𝑉𝑓 ∠ − 120° • 𝑉𝑐 = 𝑉𝑓 ∠ −240° Tensões trifásicas de linha (VL) com carga conectada em estrela: • 𝑉𝑎𝑏 = 𝑉𝑎 − 𝑉𝑏 = √3 𝑉𝑓 ∠30° = 𝑉𝐿 ∠30° • 𝑉𝑏𝑐 = 𝑉𝑏 − 𝑉𝑐 = √3 𝑉𝑓 ∠ − 90° = 𝑉𝐿 ∠ − 90° • 𝑉𝑐𝑎 = 𝑉𝑐 − 𝑉𝑎 = √3 𝑉𝑓 ∠ − 210° = 𝑉𝐿 ∠ − 210° Uma tensão de linha VL é √3 vezes uma de fase Vf no caso da carga conectada em estrela. Correntes trifásicas de linha (IL) e de fase (If) com carga conectada em estrela: • 𝐼𝑎 = 𝑉𝑎 𝑍𝑎∠𝜃𝑎 = 𝑉𝑓 𝑍𝑎 ∠ − 𝜃𝑎 • 𝐼𝑏 = 𝑉𝑏 𝑍𝑏∠𝜃𝑏 = 𝑉𝑓 𝑍𝑏 ∠ − 120° − 𝜃𝑏 • 𝐼𝑐 = 𝑉𝑐 𝑍𝑐∠𝜃𝑐 = 𝑉𝑓 𝑍𝑐 ∠ − 240° − 𝜃𝑐 As três correntes de linha, são iguais às de fase no caso da carga conectada em estrela. 4 4 Potência de entrada para a carga conectada em estrela: 𝑃 = 𝑉𝑎 𝐼𝑎 cos 𝜃𝑎 + 𝑉𝑏 𝐼𝑏 cos 𝜃𝑏 + 𝑉𝑐 𝐼𝑐 cos 𝜃𝑐 𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑢𝑚𝑎 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎çã𝑜 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑙𝑖𝑏𝑟𝑎𝑑𝑎, 𝑉𝑎 = 𝑉𝑏 = 𝑉𝑐 = 𝑉𝑓 , 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠: 𝑃 = 𝑉𝑓 (𝐼𝑎 cos 𝜃𝑎 + 𝐼𝑏 cos 𝜃𝑏 + 𝐼𝑐 cos 𝜃𝑐) 𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑢𝑚𝑎 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑙𝑖𝑏𝑟𝑎𝑑𝑎, 𝑍𝑎 = 𝑍𝑏 = 𝑍𝑐 = 𝑍, 𝜃𝑎 = 𝜃𝑏 = 𝜃𝑐 = 𝜃 𝑒 𝐼𝑎 = 𝐼𝑏 = 𝐼𝑐 = 𝐼𝑓 = 𝐼𝐿 , 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠: 𝑃 = 3𝑉𝑓 𝐼𝑓 cos 𝜃 = 3 𝑉𝐿 √3 𝐼𝐿 cos 𝜃 = √𝟑 𝑽𝑳 𝑰𝑳 𝐜𝐨𝐬 𝜽 Uma carga conectada em delta (triângulo) a uma fonte trifásica é mostrada na figura I.4. As tensões de linha (VL) são iguais às de fase (Vf) Figura I.4 – Circuito Trifásico em delta Fonte: RASHID, 2015 Tensões trifásicas de fase (Vf) e de linha (VL) com a carga conectada em delta: • 𝑉𝑎 = 𝑉𝑎𝑏 = 𝑉𝐿 ∠0 = 𝑉𝑓 ∠0 • 𝑉𝑏 = 𝑉𝑏𝑐 = 𝑉𝐿 ∠ − 120° = 𝑉𝑓 ∠ − 120° • 𝑉𝑐 = 𝑉𝑐𝑎 = 𝑉𝐿 ∠ − 240° = 𝑉𝑓 ∠ − 240° Correntes trifásicas de fase (If) com a carga conectada em delta: • 𝐼𝑎𝑏 = 𝑉𝑎 𝑍𝑎 ∠ 𝜃𝑎 = 𝑉𝐿 𝑍𝑎 ∠ − 𝜃𝑎 = 𝐼𝑓 ∠ − 𝜃𝑎 • 𝐼𝑏𝑐 = 𝑉𝑏 𝑍𝑏 ∠ 𝜃𝑏 = 𝑉𝐿 𝑍𝑏 ∠ − 120° − 𝜃𝑏 = 𝐼𝑓 ∠ − 120° − 𝜃𝑏 • 𝐼𝑐𝑎 = 𝑉𝑐 𝑍𝑐 ∠ 𝜃𝑐 = 𝑉𝐿 𝑍𝑐 ∠ − 240° − 𝜃𝑐 = 𝐼𝑓 ∠ − 240° − 𝜃𝑐 5 5 Correntes trifásicas de linha (IL) com a carga conectada em delta: • 𝐼𝑎 = 𝐼𝑎𝑏 − 𝐼𝑐𝑎 = √3 𝐼𝑓 ∠ − 30 − 𝜃𝑎 = 𝐼𝐿 ∠ − 30 − 𝜃𝑎 • 𝐼𝑏 = 𝐼𝑏𝑐 − 𝐼𝑎𝑏 = √3 𝐼𝑓 ∠ − 150 − 𝜃𝑏 = 𝐼𝐿 ∠ − 150 − 𝜃𝑏 • 𝐼𝑐 = 𝐼𝑐𝑎 − 𝐼𝑏𝑐 = √3 𝐼𝑓 ∠ − 270 − 𝜃𝑐 = 𝐼𝐿 ∠ − 270 − 𝜃𝑐 Portanto, em uma carga conectada em delta, uma corrente de linha é √3 vez uma de fase. Potência de entrada para a carga conectada em delta: 𝑃 = 𝑉𝑎𝑏 𝐼𝑎𝑏 cos 𝜃𝑎 + 𝑉𝑏𝑐 𝐼𝑏𝑐 cos 𝜃𝑏 + 𝑉𝑐𝑎 𝐼𝑐𝑎 cos 𝜃𝑐 𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑢𝑚𝑎 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎çã𝑜 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑙𝑖𝑏𝑟𝑎𝑑𝑎, 𝑉𝑎𝑏 = 𝑉𝑏𝑐 = 𝑉𝑐𝑎 = 𝑉𝐿 , 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠: 𝑃 = 𝑉𝐿 (𝐼𝑎𝑏 cos 𝜃𝑎 + 𝐼𝑏𝑐 cos 𝜃𝑏 + 𝐼𝑐𝑎 cos 𝜃𝑐) 𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑢𝑚𝑎 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑙𝑖𝑏𝑟𝑎𝑑𝑎, 𝑍𝑎 = 𝑍𝑏 = 𝑍𝑐 = 𝑍, 𝜃𝑎 = 𝜃𝑏 = 𝜃𝑐 = 𝜃 𝑒 𝐼𝑎𝑏 = 𝐼𝑏𝑐 = 𝐼𝑐𝑎 = 𝐼𝑓 , 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠: 𝑃 = 3𝑉𝑓 𝐼𝑓 cos 𝜃 = 3 𝑉𝐿 𝐼𝐿 √3 cos 𝜃 = √𝟑 𝑽𝑳 𝑰𝑳 𝐜𝐨𝐬 𝜽 As equações que expressam a potência em um circuito trifásico, são iguais. Para as mesmas tensões de fase, as correntes de linha em uma carga conectada em delta são √3 vez a de uma carga conectada em Y.6 6 II- INTRODUÇÃO AOS RETIFICADORES Introdução Figura II.1 – Conversão de sinais O objetivo do retificador é converter um sinal CA em CC. Essas definições seguem segundo Cipelli, Markus e Sandrini (2007). Porém outras aplicações também são permitidas no ramo da eletrônica industrial, conforme mostrado na figura II.1, tais como conversão CC em CC, CC em CA e CA em CA. Nesse capítulo será detalhado a conversão CA em CC para uso em acionamento de potência, tal como um motor de corrente contínua. Tipos de Retificadores Será listada uma gama de retificadores conforme o sistema de alimentação e as características do retificador. • Retificador monofásico não controlado o Retificador de meia-onda ▪ Com carga resistiva ▪ Com carga indutiva (RL) ▪ Com carga indutiva e diodo de retorno (FWD) o Retificador de onda completa com transformador com terminal central (retificador de dois pulsos) ▪ Com carga resistiva ▪ Com carga indutiva (RL) o Retificador de onda completa em ponte ▪ Com carga resistiva ▪ Com carga indutiva (RL) Os valores quantitativos de interesse, nos circuitos a serem estudados, são: 7 7 • Valor médio na carga: VoMED, IoMED, VoAVG e IoAVG • Valor eficaz na carga: VoRMS, IoRMS • Valor máximo e RMS da fonte de alimentação: VMAX, IMAX, Vs , VRMS, Is , IRMS • Potência na carga: 𝑃𝑜𝑀𝐸𝐷 = 𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 𝑥 𝐼𝑜𝑀𝐸𝐷 • Potência de entrada AC: 𝑃𝐴𝐶 = 𝑉𝑅𝑀𝑆 𝑥 𝐼𝑅𝑀𝑆 (Potência AC de saída -outros autores) • Eficiência: 𝜂 = 𝑃𝑜𝑀𝐸𝐷 𝑃𝐴𝐶 Os valores qualitativos de interesse, nos circuitos a serem estudados seguem as definições de Ahmed (2000) conforme a seguir: • Fator de Forma (FF) • Número de pulso (p) • Fator de ondulação (RF) • Ângulo de condução (𝜃) O fator de forma é uma medida da qualidade da tensão de saída. Idealmente a tensão de saída DC de um retificador deve ser constante. Na prática, eles fornecem saídas que são ondas senoidais incompletas. O fator de forma é definido como a relação da tensão de saída RMS com o valor médio da tensão de saída: 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎 (𝐹𝐹) = 𝑉𝑜𝑅𝑀𝑆 𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 O valor ideal de FF é igual à unidade. FF é igual a 1 se a tensão de saída for um valor constante DC, para o qual VoRMS = VoMED. A tensão de saída de um retificador contém componentes não só DC como AC (ondulação). A frequência e a amplitude da tensão de ondulação são fatores importantes na escolha dos retificadores. Quanto maior a frequência e menor a amplitude, mais fácil filtrar a ondulação dentro de limites aceitáveis. O número de pulso é a relação entre a frequência fundamental de ondulação da tensão DC e a frequência da tensão de alimentação AC. 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑢𝑙𝑠𝑜 (𝑝) = 𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑓𝑢𝑛𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑜𝑛𝑑𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 𝐴𝐶 O fator de ondulação é a relação entre o valor RMS da componente AC e o valor RMS da componente DC. 8 8 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑜𝑛𝑑𝑢𝑙𝑎𝑐𝑎𝑜 (𝑅𝐹) = 𝐼𝑜𝐴𝐶 𝐼𝑜𝐷𝐶 Idealmente, o fator de ondulação deve ser igual a zero. No resistor de carga R, temos: 𝑃𝐿 = 𝐼𝑅𝑀𝑆 2 𝑥 𝑅 = 𝐼𝐷𝐶 2 𝑥 𝑅 + 𝐼𝐴𝐶 2 𝑥 𝑅, 𝑎𝑠𝑠𝑖𝑚 𝐼𝑅𝑀𝑆 2 𝑥 𝑅 = 𝐼𝐷𝐶 2 𝑥 𝑅 + 𝐼𝐴𝐶 2 𝑥 𝑅 , 𝑒𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑅, 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠: 𝐼𝑅𝑀𝑆 2 = 𝐼𝐷𝐶 2 + 𝐼𝐴𝐶 2 𝑜𝑢 𝐼𝐴𝐶 2 = 𝐼𝑅𝑀𝑆 2 − 𝐼𝐷𝐶 2 , 𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑖𝑛𝑑𝑜 𝑎 𝑒𝑥𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝐼𝐷𝐶 2 , temos: 𝐼𝐴𝐶 2 𝐼𝐷𝐶 2 = 𝐼𝑅𝑀𝑆 2 𝐼𝐷𝐶 2 − 𝐼𝐷𝐶 2 𝐼𝐷𝐶 2 , Resolvendo a equação, temos: 𝑅𝐹2 = 𝐼𝑅𝑀𝑆 2 𝐼𝐷𝐶 2 − 1, 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑛𝑑𝑜, 𝑅𝐹 = √ 𝐼𝑅𝑀𝑆 2 𝐼𝐷𝐶 2 − 1 Tanto os valores qualitativos quanto os valores quantitativos serão delhados e explorados nos exercícios propostos envolvendo os retificadores apresentados. Diodo de Potência Definição e Simbologia Um diodo é um elemento PN que conduz quando está diretamente polarizado, apresentando na junção uma pequena resistência, e não conduz quando está polarizado em sentido reverso, apresentando uma resistência da ordem de megaohms. A figura II 2 apresenta a simbologia. Figura II.2 – Simbologia do Diodo 9 9 São considerados diodos de potência quando aplicados em circuitos que exigem correntes elevadas. São utilizados principalmente em retificadores não controlados, efetuando a conversão de tensões AC para DC fixas, e como diodos de retorno, a fim de fornecer uma passagem para o fluxo de corrente em cargas indutivas. Os diodos de potência são similares em função ao de junção PN; entretanto, têm uma capacidade muito maior de potência, tensão e corrente direta em alta tensão. Funcionamento e Curva Característica A Figura II.3, representa a curva característica de um diodo. Figura II.3 – Curva carcterística do Diodo Em polarização direta, o diodo de germânio apresenta cerca de 0,3V e o silício, cerca de 0,7V. Para pequenos valores de tensão Vd, quase não há Id, passando a existir corrente ao atingir as características de condução do germânio e do Silício. Em polarização reversa, notamos que para pequenos valores de tensão a corrente IR é praticamente constante. Se aumentarmos VR até próximo da tensão de ruptura, notaremos que IR não apresenta variações, sendo ainda de pequeno valor. Ao atingir a tensão de ruptura, ocorrerá o efeito avalanche, também conhecido como Break Down. (CIPELLI, MARKUS E SANDRINI, 2007). 10 10 Os diodos de potência são normalmente produzidos com silício, pois podem operar com correntes maiores e temperaturas de junção mais altas, além de ter uma resistência reversa maior. SCR – Silicon Controlled Rectifier Definição e Simbologia O SCR ou Diodo Controlado de Silício foi detalhado no capítulo II, portanto aqui será apenas revisado. Trata-se de um dos componentes mais importantes nas aplicações envolvendo controle de cargas de potência de altos valores a partir da rede de energia elétrica, por sua velocidade, sensibilidade e capacidade de operar com tensões e correntes elevadas. A figura II.4 mostra a simbologia, e alguns componentes comerciais. Figura II.4 – Simbologia e componentes Funcionamento e curva característica O SCR é um dispositivo semicondutor NPNP de 4 camadas que pertence à família dos TIRISTORES. Em seu estado normal o SCR bloqueia a passagem de corrente entre os seus dois terminais (ANODO e CATODO). Porém quando o eletrodo do GATE é submetido a uma voltagem apropriada, a corrente passará livremente pelo SCR levando a carga ao estado ligado. Se a voltagem nos dois terminais do dispositivo for invertida o mesmo irá assumir um estado de alta impedância novamente, não podendo mais ser ativado por uma tensão no GATE. Ou seja, o SCR equivale a um retificador convencional, exceto que o GATE controla o início do seu funcionamento, a partir de quando o dispositivo se torna independente da tensão do GATE. 11 11 Figura II.5 – Comportamento das camadas PNPN de um SCR A figura II.5 mostra que a junção NP interna do SCR bloqueia o SCR mesmo quando o ANODO está positivo em relação ao CATODO. Visto que a junção NP se encontra reversamente polarizada. Porém quando surge um pulso apropriado de tenção no GATE, esse coloca a junção NP em estado de condução. Uma vez em condução, esse pulso pode ser retirado, pois é necessário um mínimo corrente de ânodo para manter o SCR em condução, denominada corrente de manutenção (IH). O SCR somente será bloqueado se a corrente de ânodo for menor que a corrente de manutenção (IH), nesse caso as barreiras de potencial formam-se novamente e o SCR entrará em bloqueio novamente. A outra forma de bloqueio é tornar o CATODO positivo em relação ao ANODO, ou seja, polarização reversa. É possível distinguir três regiões na figura II.6 • Polarizaçãoreversa • Polarização direta em bloqueio • Polarização direta em condução Na região de polarização reversa, para VAK < 0, praticamente não há condução, o mesmo ocorre com o diodo normal. Nos SCR`s de baixa corrente, a corrente reversa é da ordem de dezenas a centenas de µA. Nos SCR`s de alta corrente, a corrente reversa pode chegar a centenas de mA. Na região de polarização direta em bloqueio, há várias curvas parametrizadas pela corrente de gatilho. Quando IG=0, o SCR permanece bloqueado, desde que a tensão seja inferior a VBO. Quando VAK = VBO, o SCR dispara e a corrente cresce, sendo limitada pela resistência de carga, colocada em série com o SCR. Uma vez o SCR disparado, passamos para região de polarização direta em condução. Para que o SCR permaneça em condução, é necessário que a corrente de anodo atinja um valor de disparo IL. Caso esse valor não seja atingido, após o disparo, o SCR volta ao estado de bloqueio. 12 12 Figura II.6 – Curva Real do SCR • Sendo: • VAK = Tensão entre ANODO e CATODO • IG= Corrente de Gatilho • IGT = Gate trigger current ou corrente de gatilho com disparo • VBO = Breakover voltage ou tensão de disparo • IL = Latching current ou corrente de disparo • IA = Corrente direta • IH = Holding current ou corrente de manutenção Ainda pela figura II.6, nota-se que quanto maior o valor da corrente de gatilho, tanto menor a tensão VAK necessária para disparar o SCR. Isso é verdade até o limite de IG=IGT. IGT é a mínima corrente de gatilho que garante o disparo do SCR com tensão direta de condução VT. Com IGT aplicada, é como se o SCR fosse um diodo. Na região de polarização direta em condução, a queda de tensão no SCR é igual a VT. Essa tensão tem um valor típico de 1,5V. Após o disparo, depois de estabelecida a condução (IA>IL), a corrente de gatilho pode ser removida, o que significa que o SCR permanecerá em condução. Esse dispositivo só voltará ao bloqueio se a corrente IA cair abaixo de IH ou se VAK<0 Além da aplicação de pulso no gatilho, o SCR pode ser disparado de outras formas. Normalmente, esses disparos são indesejados, pois em alguns casos, podem destruir o dispositivo. Todas essas informações e outras mais detalhadas são encontradas com mais detalhes no capítulo II. 13 13 TCA 785 Definição e Simbologia O circuito integrado TCA785 da Siemens é projetado para fazer o controle de Tiristores, Triacs e transistores em circuitos de alta potência. Os pulsos de disparo podem ser deslocados em ângulos de fase de 0 a 180 graus o que garante uma faixa total de controle em circuitos AC. Dentre as principais aplicações sugeridas pelo fabricante temos conversores, controles de potência AC, controles de potência trifásicos, etc. Figura II.7– Configuração TCA 785 O circuito integrado TCA785 é fornecido em invólucro DIP de 16 pinos conforme a figura II.7 e seus destaques funcionais são: • Possui circuito de reconhecimento de passagem por zero • Opera numa ampla gama de aplicações • Pode ser usado como chave de passagem por zero • É compatível com LSL • Opera em circuitos trifásicos (3 CIs) • Fornece uma corrente de saída de até 250 mA • Possui uma ampla faixa de correntes de rampa • Opera numa ampla faixa de temperaturas Pinagem A tabela II.1 apresenta as definiçõs e funções de cada pino do TCA 785 14 14 Tabela II.1 – Definição da pinagem TCA 785 Pino Símbolo Função 1 GND Terra 2 𝑄2̅̅̅̅ Saída 2 invertida 3 QU Saída U 4 𝑄1̅̅̅̅ Saída 1 invertida 5 Vsync Tensão sincronizada 6 I Inibição 7 QZ Saída Z 8 Vref Tensão estabilizada 9 R9 Resistência de rampa 10 C10 Capacitância de rampa 11 V11 Tensão de controle 12 C12 Extensão de pulso 13 L Duração de pulso 14 Q1 Saída 1 15 Q2 Saída 2 16 Vs Tensão de alimentação Condições máximas de operação • Tensão de alimentação: 18 V • Corrente máxima nos pinos 14 e 15: 400 mA • Corrente de sincronismo: +/- 200 µA • Corrente saídas nos pinos 2, 3, 4 e 7: 10 mA Condições recomendadas de operação: • Tensão de alimentação: 8 a 18 V • Frequência de operação: 10 a 500 Hz Circuitos Práticos (i) Controle de Triac para correntes de disparo até 50 mA Um controle de fase com controlado diretamente por um TRIA é mostrado na figura II.8. O ângulo de disparo do TRIAC pode ser ajustado continuamente entre 0⁰ e 180⁰ com a ajuda de um potenciômetro externo (10KΩ). No semiciclo positivo do sinal aplicado, o TRIAC recebe um pulso positivo no gatevindo do pino 15 do TCA785. Durante o semiciclo negativo do sinal aplicado, ele também recebe um pulso de disparo positivo do proviniente pino 14. A largura do pulso é de aproximadamente 100 µ𝑠. 15 15 Figura II.8– Conversor CA - CA (ii) Circuito de Controle de potência para Fase Única em Ponte com Transformador de Pulsos e Controle Direto de SCRs de pequena potência. O circuito apresentado na figura II.9 e que utiliza um circuito integrado TCA785 apenas. O controle da carga é feito por uma ponte de onda completa com dois SCRs e dois diodos denominado como circuito semi-controlado. O ajuste dos ângulos de fase de disparo dos SCRs é feito numa faixa contínua por meio de um potenciômetro comum. 16 16 Figura II.9– Conversor CA - CC Como o título diz, na “prática”, o TCA 785 provavelmente é uma das melhores opções para fazer o crontrole do ângulo de disparo para tiristores, porém, a título de aprendizagem a ferramenta para criação e modelagem de circuitos eletrônicos Multisim da National Instruments apresenta uma solução mais fácil para testar os complexos circuitos retificadores monofáficos e trifásicos propostos para o estudo. Phase Angle Controller Definição e Simbologia A tradução é muito simples, trata-se do controlador de ângulo de fase, porém vamos manter o termo em inglês pois esse circuito é um modelo virtal do multisim que nos ajudará a entender através de circuitos práticos o funcionamento dos retificadores monofásicos e trifásicos. 17 17 Em resumo, o MultSim não tem em sua biblioteca o circuito TCA 785, porém o objetivo final é entender o funcionamento dos retificadores e não do circuito de disparo. Enfim, este componente mostra na figura II.10 modela um controlador de ângulo de fase simples para controlar um único tiristor. Ele gera um pulso de tensão no pino T algum atraso depois que uma tensão de cruzamento zero aumenta entre os pinos Ph + e Ph-. O atraso é ajustado usando a tensão aplicada ao pino do ângulo de disparo, α. A tensão neste pino é assumida como o atraso em graus. Figura II.10– Phase Angle Controller de um pulso Onde: Ph+ = Fase A Ph- = Fase B ou neutro α = ângulo de disparo Funcionamento e Curva Característica A figura II.11 apresenta o retificador monofásico meia onda sendo disparado pelo Phase Angle Controller do MultSim Figura II.11– Retificador monofásico meia onda O atraso do ângulo de disparo (α), em segundos, é calculado da seguinte forma: 𝑇𝑑 = 𝛼 𝑓 𝑥 360° Onde: Td = Atraso do ângulo de disparo (α) em segundos f = Frequência da fonte α = ângulo de disparo (representado por uma voltagem no pino α) 18 18 Alguns parâmetros são necessários para garantir o funcionamento correto do circuito, esses devem ser introduzidos na ferramenta MultiSim conforme o exemplo a seguir: 1. Line frequency: 60 Hz (frequência da fonte) 2. Pulse Widht: 50° (largura de pulso) 3. Pulse Amplitude: 50V (amplitude do pulso) Esses valores são traduzidos na figura II.12 onde verifica-se a largura do pulso que é fornecido para o gate (2-pulse Widht) e a amplitude do pulso (3-Pulse Amplitude). Figura II.12– Comportamento do Phase Angle Controller A figura II.13 mostra o sincronismo entre opulso de gate e a saída retificada, nota-se que a condução do SCR após o disparo no gate fornecido pelo Phase Angle Controller. Figura II.13– Saída retificada com Phase Angle Controller 19 19 Opões de Circuitos O componente modelo Phase Angle Controller do software multisim possui outras versões, a figura II.14 mostra a versão para ser usada com um retificador trifásico. Ele gera pulsos nos pinos T1 a T6 algum tempo de atraso após ocorrer um evento de cruzamento zero crescente nas tensões de fase a fase presentes nos pinos PhA, PhB e PhC. O atraso é ajustado usando a tensão aplicada ao pino do ângulo de disparo α. A tensão neste pino é o valor de atraso em graus (°). O atraso do ângulo de disparo (α), em segundos, é calculado da mesma forma: 𝑇𝑑 = 𝛼 𝑓 𝑥 360° (Fórmula reapresentada) O parâmetro de largura de pulso é especificado em graus (da mesma forma). O componente também gera seis pulsos simultâneos da mesma largura em todos os pinos de saída quando a simulação começa. Esses pulsos fornecem o fluxo de corrente inicial para a ponte de SCR. Para que o circuito de controle de fase (Phase Angle Controller) funcione corretamente, as tensões com fases específicas devem ser aplicadas aos pinos PhA, PhB e PhC e os tiristores em posições assumidas devem ser conectados aos pinos T1 a T6 conforme apresentado pela figura II.14. Figura II.14– Retificador de 6 pulsos com Phase Angle Controller A Fase A (VPhA) deve ser conectada à primeira etapa da ponte, Fase B (VPhB) à segunda etapa e Fase C (VPhC) à terceira etapa com as fases relativas 20 20 0°, -120° e 120°, respectivamente. Além disso, observe as conexões dos tiristores. A ordem dos tiristores é baseado na seqüência de comutação natural, dado as fases de tensão CA mostradas. O circuito da figura II.14 é configurado para disparar em um ângulo de 45° (V2=45V) e opera a 60Hz. A figura II.15 mostra a sequencia de pulsos que são aplicados aos gates dos SCR´s e a saída CC entregue a carga com um ângulo de disparo de 45°. Figura II.15– Conportamento do retificador de 6 pulsos com Phase Angle Controller 21 21 III- RETIFICADOR MONOFÁSICO NÃO-CONTROLADOS Introdução O retificador monofásico não-controlado é o circuito que usa apenas diodos como elementos de retificação. A amplitude da tensão de saída DC é determinada pela amplitude da tensão de alimentação AC. Entretando a saída DC não é pura, ela contém componentes AC significativas, as quais recebem o nome de ondulação. Para eliminá-la, costuma-se inserir um filtro depois do retificador. Nesse capítulo, serão apresentados a seguinte família de retificadores monofásicos não-controlados: • Retificador de meia-onda (um pulso) o Com carga resistiva o Com carga indutiva (RL) o Com carga indutiva e diodo de retorno (FWD) • Retificador de onda completa com transformador com terminal central (dois pulsos) o Com carga resistiva o Com carga indutiva (RL) • Retificador de onda completa em ponte o Com carga resistiva o Com carga indutiva (RL) Retificador de meia-onda (retificador de um pulso) O retificador meia-onda tem esse nome pois somente um semiciclo será aproveitado na carga, o outro semiciclo será bloqueado pelo diodo. O retificador meia-onda transforma potência AC em DC. A tensão de saída é pulsante DC e contém uma grande ondulação. Somente a metade da potência do transformador é entregue para carga devido a retificação de somente um semiciclo. Com carga resistiva A figura III.1 apresenta o retificador de meia onda simples alimentando uma carga resistiva pura, ou seja, com ausência total de indutâncias, características encontradas nos motores DC, logo essa análise não serve quando esse circuito for aplicado aos motores DC. No semiciclo positivo do sinal aplicado, será aplicado positivo no anodo do diodo e negativo no catodo do mesmo, essa polarização permite a sua condução. 22 22 Durante este semiciclo, teremos corrente circulando pela carga e no diodo teremos uma queda de tensão que será da ordem de 0,7 V para diodos de Silício e 0,3 V para diodos de Germânio. Na prática esses valores são desconsiderados. No semiciclo negativo do sinal aplicado, será aplicado negativo no anodo do diodo e positivo no catodo do mesmo, essa polarização coloca o mesmo em estado de corte, neste caso, não haverá corrente circulando pela carga e a tensão existente no secundário do transformador estará aplicada aos terminais do diodo, que devera suportá-lo. Figura III.1 – Retificador meia-onda carga resistiva Fonte: AHMED, 2000 Figura III.2– Formas de onda de um retificador meia-onda com carga resistiva Fonte: AHMED, 2000 23 23 A figura III.2 mostra as formas de onda do sinal no secundário do transformador (VS), tensão da carga (VL), corrente na carga (IL) e no diodo (Id) e a tensão no diodo (Vd), observando que podemos usar Vd=0V como uma aproximação, para casos reais devemos usar 0,7V para o diodo de silício e 0,3V para o diodo de germânio. Os valores quantitativos e qualitativos presentes no circuito meia onda com carga resistiva são os seguintes: Valores Quantitativos para carga R Tensão Média na Carga (VoMED): 𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 = 𝑉𝑆 √2 𝜋 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 𝜋 = 0,318 𝑉𝑀𝐴𝑋 Corrente Média na Carga (IoMED): 𝐼𝑜𝑀𝐸𝐷 = 𝐼𝑆 √2 𝜋 = 𝐼𝑀𝐴𝑋 𝜋 = 0,318 𝐼𝑀𝐴𝑋 Tensão Eficaz na Carga: 𝑉𝑅𝑀𝑆 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 Corrente Eficaz na Carga: 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 𝐼𝑀𝐴𝑋 2 Corrente Eficaz no Diodo: 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 𝐼𝑀𝐴𝑋 2 (Idem na carga) Tensão reversa no diodo (PIV): Maior que VMAX Potência de saída DC (média) (Na carga em Watts): 𝑃𝑜𝑀𝐸𝐷 = 𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 𝑥 𝐼𝑜𝑀𝐸𝐷 𝑃𝑜𝑀𝐸𝐷 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 𝜋 𝑥 𝐼𝑀𝐴𝑋 𝜋 𝑃𝑜𝑀𝐸𝐷 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 𝜋2 𝑥 𝑉𝑀𝐴𝑋 𝑅 𝑃𝑜𝑀𝐸𝐷 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 𝜋2 . 𝑅 Potência de entrada AC: Potência Ativa em Watts Valor efetivo que vai para carga. Somente meio ciclo é consumido Potência AC de saída (outros autores) 𝑃𝐴𝐶 = 𝑉𝑅𝑀𝑆 𝑥 𝐼𝑅𝑀𝑆 𝑃𝐴𝐶 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 𝑥 𝐼𝑀𝐴𝑋 2 𝑃𝐴𝐶 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 4 𝑥 𝑉𝑀𝐴𝑋 𝑅 24 24 𝑃𝐴𝐶 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 4 . 𝑅 Fator de Potência: 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑎 → 𝑉𝑅𝑀𝑆 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2⁄ 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 → 𝑉𝑅𝑀𝑆 = 𝑉𝑆 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 √2 ⁄ 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑎 = 𝑃𝐴𝐶 = 𝑉𝑅𝑀𝑆 𝑥 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 4 . 𝑅 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝑃𝐹𝑂𝑁𝑇𝐸 = 𝑉𝑆 𝑥 𝐼𝑅𝑀𝑆 𝐹𝑃 = 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑎 (𝑊) 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 (𝑉𝐴) Eficiência do retificador: 𝜂 = 𝑃𝑜𝑀𝐸𝐷 𝑃𝐴𝐶 Valores Qualitativos para carga R Fator de forma 𝐹𝐹 = 𝑉𝑜𝑅𝑀𝑆 𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 Número de pulso 𝑝 = 𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑓𝑢𝑛𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑜𝑛𝑑𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 𝐴𝐶 Fator de ondulação 𝑅𝐹 = 𝐼𝑜𝐴𝐶 𝐼𝑜𝐷𝐶 𝑅𝐹 = √ 𝐼𝑅𝑀𝑆 2 𝐼𝐷𝐶 2 − 1 , 𝑅𝐹 = √ 𝑉𝑅𝑀𝑆 2 𝑉𝐷𝐶 2 − 1 Exemplo 1 – Carga resistiva - AHMED, 2000 O retificador meia onda apresentado é ligado a uma fonte AC de 50V. Se a resistência de carga for 100Ω, determine: a) A tensão máxima na carga b) A tensão média na carga c) A corrente máxima da carga d) A corrente média na carga e) A corrente RMS na carga f) O valor nominal da PIV para o diodo g) A potência de saída DC (média) h) A potência de entrada AC i) A eficiênciado retificador j) O fator de forma k) O número de pulso l) O fator de ondulação m) O ângulo e condução 25 25 Solução: a) A tensão máxima na carga 𝑉𝑀𝐴𝑋 = √2 𝑥 𝑉𝑅𝑀𝑆 = √2 𝑥 50𝑉 = 70,7𝑉 b) A tensão média na carga 𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 = 0,318 𝑉𝑀𝐴𝑋 = 0,318 𝑥 70,7𝑉 = 22,5𝑉 c) A corrente máxima da carga 𝐼𝑀𝐴𝑋 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 𝑅 = 70,7𝑉 100 Ω = 707 𝑚𝐴 d) A corrente média na carga 𝐼𝑜𝑀𝐸𝐷 = 0,318 𝐼𝑀𝐴𝑋 = 0,318 𝑥 0,707𝐴 = 225𝑚𝐴 e) A corrente RMS na carga 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 𝐼𝑀𝐴𝑋 2 = 0,707 2 = 353,5 𝑚𝐴 f) O valor nominal da PIV para o diodo PIV ≥ VMAX ≥ 70,7 V g) A potência de saída DC (média) 𝑃𝑜𝑀𝐸𝐷 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 𝜋2 . 𝑅 = 70,7𝑉2 𝜋2 . 100Ω = 5,1𝑊 h) A potência de entrada AC Nesse caso trata-se do valor efetivo que vai para carga. (Potência AC de saída por outros autores) 𝑃𝐴𝐶 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 4 . 𝑅 = 70,7𝑉2 4 . 100Ω = 12,5W i) A eficiência do retificador 𝜂 = 𝑃𝑜𝑀𝐸𝐷 𝑃𝐴𝐶 = 5,1𝑊 12,5𝑊 = 0,405 𝑜𝑢 40,5% j) O fator de forma 𝐹𝐹 = 𝑉𝑜𝑅𝑀𝑆 𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2⁄ 𝑉𝑀𝐴𝑋 𝜋⁄ = 𝜋 2 = 1,57 k) O número de pulso 𝑝 = 𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑓𝑢𝑛𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑜𝑛𝑑𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 𝐴𝐶 = 60𝐻𝑍 60𝐻𝑍 𝑜𝑢 360° 360° = 1 l) O fator de ondulação 26 26 𝑅𝐹 = √ 𝐼𝑅𝑀𝑆 2 𝐼𝐷𝐶 2 − 1 = √ ( 𝐼𝑀𝐴𝑋 2⁄ ) 2 ( 𝐼𝑀𝐴𝑋 𝜋⁄ ) 2 − 1 = √(𝜋 2⁄ ) 2 − 1 = 1,21 m) O ângulo e condução 𝜃 = 180⁰ Exemplo 2 – Carga resistiva - AHMED, 2000 O retificador meia onda apresentado é ligado a uma fonte AC de 120V. Se a resistência de carga for 10Ω, determine: a) A corrente máxima na carga b) A tensão média na carga c) A corrente média na carga d) A corrente RMS na carga e) A potência absorvida pela carga (RMS) f) O fator de potência g) O valor nominal da PIV para o diodo Solução: Antes de iniciar devemos calcular o VMAX da fonte: 𝑉𝑀𝐴𝑋 = √2 𝑥 𝑉𝑅𝑀𝑆 = √2 𝑥 120𝑉 = 169,7𝑉 a) A corrente máxima na carga 𝐼𝑀𝐴𝑋 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 𝑅 = 169,7𝑉 10 Ω = 16,97 A b) A tensão média na carga 𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 = 0,318 𝑉𝑀𝐴𝑋 = 0,318 𝑥 169,7𝑉 = 54,0𝑉 c) A corrente média na carga 𝐼𝑜𝑀𝐸𝐷 = 0,318 𝐼𝑀𝐴𝑋 = 0,318 𝑥 16,97𝐴 = 5,4𝐴 d) A corrente RMS na carga 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 𝐼𝑀𝐴𝑋 2 = 16,97 2 = 8,49 𝐴 27 27 e) A potência absorvida pela carga Nesse caso trata-se do valor efetivo que vai para carga. (Potência AC de saída por outros autores) 𝑃𝐿 = 𝑃𝐴𝐶 = 𝐼𝑅𝑀𝑆 2 𝑥 𝑅 = 8,492 𝑥 10 = 720𝑊 ou 𝑃𝐿 = 𝑃𝐴𝐶 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 4 . 𝑅 = 169,7𝑉2 4 . 10Ω = 720W f) O fator de potência 𝐹𝑃 = 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑎 (𝑃) 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 (𝑆) 𝑃 = 𝑃𝐿 = 𝑃𝐴𝐶 = 720𝑊 → 𝐶𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 𝑒𝑚 (𝑒) 𝑆 = 𝑉𝑅𝑀𝑆 𝑥 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 𝑉𝑆 𝑥 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 120𝑉 𝑥 8,49𝐴 = 1018,8𝑉𝐴 𝐹𝑃 = 720𝑊 1018,8𝑉𝐴 = 0,707 𝑜𝑢 70,7 % Ou 𝐹𝑃 = 𝑃 𝑆 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 4 x 𝑅 𝑉𝑆 𝑥 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 4 x 𝑅 𝑉𝑅𝑀𝑆 𝑥 𝑉𝑅𝑀𝑆 𝑅 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 4 x 𝑅 𝑉𝑀𝐴𝑋 √2 𝑥 𝑉𝑀𝐴𝑋 2𝑅 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 4 x 𝑅 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 2√2 x 𝑅 = 2√2 𝑅 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 4 𝑅 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 = √2 2 = 0,707 𝑜𝑢 70,7% • Nota-se que o fator de potência, mesmo a carga sendo resistiva, não é unitário. Isso não é devido à defasagem entre tensão e corrente, pois verifica-se que as mesmas estão em fase, mas sim devido às formas de onda da tensão e corrente na saída, que deixaram de ser senoidais e passaram a ser senoidais retificadas. g) O valor nominal da PIV para o diodo 𝑃𝐼𝑉 ≥ 𝑉𝑀𝐴𝑋 ≥ 169,7 Carga indutiva (RL) O circuito meia-onda com carga indutiva (RL) é apresentado na figura III.3. Na prática, esses retificadores vão alimentar os motores DC existentes na indústria, e os motores DC são cargas indutivas. Essa carga possui forte influência no 28 28 comportamente entre a corrente e a tensão, provocando algumas alterações no funcionamento em comparação as cargas somente resistivas. Quando a carga é indutiva, a tensão fica adiantada em relação a corrente, agora imagina o que pode acontecer se a tensão VAK do diodo é 0V mas ainda tem corrente no circuito? Essa corrente tende a manter o diodo conduzindo e consequentemente essa mesma corrente vai direto para carga. A seguir, veremos o efeito na carga do atraso da tensão em relação a corrente em detalhes. Figura III.3– Retificador meia-onda carga indutiva Fonte: AHMED, 2000 A figura III.4 apresenta o comportamento da indutância no circuito, devido a presença da indutância, o diodo não se bloqueia quando ꞷt=π. O bloqueio ocorre no ângulo 𝜃 (π+ɸ), que é superior a π. Enquanto a corrente de carga não se anula, o diodo se mantém em condução e a tensão de carga para ângulos superiores a π, torna-se instantaneamente negativa. Esse efeito provocará uma diminuição na tensão média. Segundo Ahmed (2000), a carga indutiva possui comportamentos que são justificados com o fato de a corrente, em um indutor, ficar atrasada em relação a tensão: a) No semiciclo positivo do sinal aplicado, durante o intervalo de 0 a π/2, a fonte de tensão vS aumenta de zero até o valor positivo máximo, enquanto a tensão no indutor vL se opõe à variação da corrente através da carga. b) Ainda no semiciclo positivo, porém no intervalo π/2 a π, a fonte de tensão diminui de seu valor positivo máximo até zero. Ao mesmo tempo, a tensão induzida terá revertido sua polaridade e irá se opor à diminuição na corrente. Isto é, ela agora ajuda a corrente direta do diodo. c) Em π, a fonte de tensão se inverte e começa a aumentar até atingir seu valor negativo máximo. Entretanto, a tensão no indutor é ainda positiva e sustenta a condução direta do diodo até reduzir-se a zero, ponto em que o diodo bloqueia. 29 29 d) Embora o diodo esteja inversamente polarizado, há nele um fluxo de corrente até que o ângulo 𝜃 = π + ɸ seja alcançado. Isso é consequência da energia armazenada no campo magnético que retorna à fonte. e) A forma de onda da tensão no resistor é a mesma de io (vR = io x R). A diferença entre vR e vo é a tensão no indutor vL. Segue uma análise do circuito das figuras III.3 e III.4: a) O semiciclo positivo do sinal aplicado (0 até π), seguirá da mesma forma do circuito com uma carga puramente resistiva, o diodo está polarizado diretamente, logo a tensão na carga será a mesma do semiciclo positivo da fonte VS. b) Porém, durante esse período a energia, transferida a partir da fonte AC, é armazenada no campo magnético que envolve o indutor. c) A corrente em um indutor não pode variar de maneira instantânea. Portanto, ela aumenta gradualmente até alcançar seu valor máximo. Observe que a corrente não atingirá o valor de pico quando a tensão estiver no máximo. Isso é consistente com o fato de a corrente, em um indutor, ficar atrasada em relação a tensão. d) Quando a fonte de tensão diminuir, a corrente começará a decrescer de modo gradual e chegará a zero no momento em que toda a energia armazenada pelo indutor for passada para o circuito. A corrente na carga, existe pouco mais da metade do período inteiro, representada por ɸ. e) Ao mesmo tempo, o campo magnético que se extingue conecta-se ao indutor e induz uma tensão que se opõe à diminuição na tensão aplicada. f) Logo que a corrente chegar a zero, o diodo finalmente ficará reversamente polarizado e permanecerá desligado durante o resto do ciclo negativo. g) Se a indutância L da carga for aumentada, o diodo conduzirá corrente por mais tempo durante o ciclo. Uma observação deve ser relatada quanto ao valor de L, se o mesmo for considerado infinito, a corrente que flui através do diodo seria completemente plana e, portanto,contínua. Nessa situação, o diodo estaria conduzindo (ligado) para os dois semiciclos, considerando a tensão nele zero, então os valores de vs e vo seriam iguais. O circuito não mais retificaria, e, portanto, a corrente permaneceria alternada. Portanto, a tensão média de saída depende das indutâncias e das resistências relativas da carga. 30 30 Figura III.4 – Formas de onda de um retificador meia-onda com carga indutiva (RL) Fonte: AHMED, 2000 As principais variáveis atingidas no caso da carga RL são o VoMED e IoMED. Valores Quantitativos para carga RL Tensão Média na Carga (VoMED): 𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2𝜋 x (1 − cos 𝜃) Corrente Média na Carga (IoMED): 𝐼𝑜𝑀𝐸𝐷 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2𝜋𝑅 x (1 − cos 𝜃) 𝜃=π+ɸ é o ângulo de condução ɸ depende dos valores de L e R ɸ se aproxima de 180°, VoMED se aproxima de zero; ɸ se aproxima de 360°, VoMED se aproxima de zero; Carga indutiva reduz a tensão média na carga. OBS: 𝜃=180°, 𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 𝜋 31 31 Esse circuito tem uso limitado em altas potências, porém é muito rico didaticamente pois todos os conceitos estudados serão reaproveitados nos retificadores mais complexos. Meia onda carga indutiva (RL) e diodo de retorno O circuito da figura III.3 possui o problema do aparecimento de uma tensão negativa na carga acarretanto uma diminuição da tensão média. Esse problema é solucionado instalando um diodo em paralelo com a carga RL indicado na figura III.5 pelo diodo D2. D2 – FWD - Freewheeling Diodes – Roda livre – Diodo de retorno Figura III.5 – Carga indutiva com um FWD Fonte: AHMED, 2000 O FWD, traduzido como diodo de roda livre, são conhecidos por, através de cargas indutivas, fornecerem um caminho para a liberação da energia do indutor armazenado enquanto a tensão cai para zero. Então, a afirmação feita anteriormente não acontecerá mais: Item (d) d) Quando a fonte de tensão diminuir, a corrente começará a decrescer de modo gradual e chegará a zero no momento em que toda a energia armazenada pelo indutor for passada para o circuito. A corrente na carga, existe pouco mais da metade do período inteiro, representada por ɸ. O FWD (D2) adicionado em paralelo com a carga indutiva proporcionará um caminho para a liberação de energia armazenada no indutor enquanto a tensão de carga cai para zero. Então ele impede o surgimento de uma tensão negativa na carga, o que acarretaria um aumento no valor médio da tensão de saída (VoMED) e na corrente média de saída (IoMED). No semiciclo positivo do sinal aplicado, D1 conduz fornecendo energia para carga e no semiciclo negativo do sinal aplicado, D2 (FWD) conduz e propicia um 32 32 caminho alternativo para a corrente na carga. Nesse intervalo de condução, o diodo principal D1 fica reversamente polarizado e para de conduzir. Como D2 está em paralelo com a carga, e considerando o diodo ideal, no semiciclo negativo do sinal aplicado o valor da tensão de saída será ZERO. O FWD por ser um caminho para liberação de energia armazenada no indutor, ajuda a impedir que a corrente na carga chegue a zero e desse modo reduz a ondulação. A forma de onda de tensão na carga é a mesma do circuito de meia-onda com carga resistiva. Logo a tensão média continua a ser obtida por: Tensão Média na Carga (VoMED): 𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 𝜋 A corrente dependerá a carga, quanto mais alta a indutância, mais plana se torna a corrente da carga. Em se tratando de uma corrente “quase constante” o valor da tensão média se iguala ao seu valor eficaz. As principais variáveis atingidas com o uso de uma carga altamente indutiva e o FWD são: Valores Quantitativos para carga RL Corrente na carga: Efeito da carga altamente indutiva 𝐼 = 𝐼𝑀𝐴𝑋 = 𝐼𝑜𝑀𝐸𝐷 = 𝐼𝑅𝑀𝑆 Potência de saída DC (média) (Na carga em Watts): 𝑃𝑜𝑀𝐸𝐷 = 𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 𝑥 𝐼 𝑃𝑜𝑀𝐸𝐷 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 𝜋2 . 𝑅 (Essa fórmula não será usada com carga altamente indutiva) Potência de entrada AC: Potência Ativa em Watts Valor efetivo que vai para carga. Potência AC de saída (outros autores) 𝑃𝐴𝐶 = 𝑉𝑅𝑀𝑆 𝑥 I 𝑃𝐴𝐶 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 4 . 𝑅 (Essa fórmula não será usada com carga altamente indutiva) Fator de Potência: 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑎 → 𝑉𝑅𝑀𝑆 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2⁄ 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 → 𝑉𝑅𝑀𝑆 = 𝑉𝑆 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 √2 ⁄ 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑎 = 𝑃𝐴𝐶 = 𝑉𝑅𝑀𝑆 𝑥 𝐼𝑅𝑀𝑆 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝑃𝐹𝑂𝑁𝑇𝐸 = 𝑉𝑆 𝑥 I 𝐹𝑃 = 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑎 (𝑊) 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 (𝑉𝐴) Valores Qualitativos para carga RL Fator de ondulação 𝑅𝐹 = √ 𝑉𝑅𝑀𝑆 2 𝑉𝐷𝐶 2 − 1 33 33 A figura III.6 apresenta em detalhas o comportamente do retificador meia onda com carga altamente indutiva e diodo de retorno (FWD). A tensão de saída continua sendo meia onda, porém a corrente é constante em ambos os ciclos. Figura III.6 – Formas de onda - carga indutiva grande e FWD Fonte: AHMED, 2000 Exemplo 3 – Carga indutiva – AHMED, 2000 No circuito mostrado, Vs = 240V e R = 10Ω. Se a indutancia da carga for grande, determine: a) A tensão média na carga b) A corrente média na carga c) O valor RMS da corrente na carga d) A potência fornecida à carga e) O fator de ondulação f) O fator de potência 34 34 Solução: 𝑉𝑀𝐴𝑋 = √2 𝑥 𝑉𝑅𝑀𝑆 = √2 𝑥 240𝑉 = 339,4𝑉 a) A tensão média na carga 𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 = 0,318 𝑉𝑀𝐴𝑋 = 0,318 𝑥 339,4𝑉 = 108𝑉 b) A corrente média da carga 𝐼𝑀𝐸𝐷 = 𝑉𝑀𝐸𝐷 𝑅 = 108𝑉 10 Ω = 10,8 𝐴 c) A corrente RMS na carga Devido ao alto valor da indutância, a corrente na carga é quase constante. O valor RMS dessa corrente se iguala ao seu valor médio. 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 𝐼𝑀𝐸𝐷 = 10,8 𝐴 d) A potência fornecida à carga 𝑃𝐿 = 𝑃𝐴𝐶 = 𝐼𝑅𝑀𝑆 2 𝑥 𝑅 = 10,82 𝑥 10 = 1166,4𝑊 Lembra da fórmula do circuito resistivo: 𝑃𝐿 = 𝑃𝐴𝐶 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 4 . 𝑅 Agora não vale mais pois as correntes IoMAX, IoRMS e IoMED se igualam devido a corrente na carga ter ficado próxima de plano com a introdução da carga indutiva tendendo a infinito. Tenta resolver, o valor não será 1166,4𝑊. e) O fator de ondulação 𝑅𝐹 = √ 𝑉𝑅𝑀𝑆 2 𝑉𝐷𝐶 2 − 1 = √ ( 𝑉𝑀𝐴𝑋 2⁄ ) 2 ( 𝑉𝑀𝐴𝑋 𝜋⁄ ) 2 − 1 = √(𝜋 2⁄ ) 2 − 1 = 1,21 Ou 𝑅𝐹 = √ 𝑉𝑅𝑀𝑆 2 𝑉𝐷𝐶 2 − 1 = √ (339,4 2⁄ ) 2 (108)2 − 1 = √(169,7 108⁄ ) 2 − 1 = 1,21 f) O fator de potência Potência ativa = 𝑃𝐿 = 𝑃𝐴𝐶 = 1166,4𝑊 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝑆 = 𝑉𝑆 𝑥 𝐼 = 240𝑉 𝑥 10,8𝐴 = 2592 𝑉. 𝐴. 𝐹𝑃 = 𝑃 𝑆 = 1166,4 𝑊 2592 𝑉. 𝐴. = 0,45 35 35 Retificador de onda completa com transformador com terminal central (dois pulsos) Um retificador monofásico de meia onda não possui uma aceitação na indústria devido a baixa tensão média de saída, da pouca eficiência e do alto fator de ondulação, ou seja, possui uma série de limitações que serão eliminadas com o uso do retificador de onda completa. As cargas também serão resistivas e indutivas, mas esse retificador possui uma característica imposta pelo transformador com terminal central (center tape), então antes de iniciar uma análise de funcionamento vamos entender o funcionamento do transformador indicado pela figura III.7. Figura III.7 – Transformador Center Tape A figura III.8 apresenta o retificador meia onda com ponto neutro, ondeo transformador apresenta uma derivação central capaz de dividir a saída VS em VS1 e VS2. Figura III.8 – Saída do transformador com derivação central Quando Vs1 estiver no semiciclo positivo, o diodo D1 estará com o seu anodo positivo e, portanto, conduzirá. No mesmo instante em que VS1 é positivo, Vs2 é negativo, e este potencial esta sendo aplicado no anodo do diodo D2. Por isso, o diodo D2 comporta-se como um circuito aberto, não conduzindo. 36 36 Quando Vs1 for negativo, este potencial será aplicado ao diodo D1, que passa a se comportar como circuito aberto. Neste momento aplicado no anodo do diodo D2, que passará a conduzir. Com carga Resistiva A figura III.9 apresenta o retificador de onda completa com transformador com terminal central no secundário carga resistiva, a figura III.9 (a) apresenta o circuito original, as figuras (b) e (c) ilustra o semiciclo positvo e negativo respectivamente. Figura III.9 – Retificador e onda completa com terminal central Fonte: AHMED, 2000 No semiciclo positivo do sinal aplicado (figura III.9-b), o diodo D1 conduz e D2 está inversamente polarizado. A corrente flui através da carga R e provoca uma queda de tensão positiva. Durante o semiciclo negativo do sinal aplicado (figura III.9- c) o diodo D2 conduz e D1 passa para o estado de desligado. A corrente flui através da carga R mantendo a mesma polaridade da tensão na carga R. Portanto, a forma de onda da tensão na carga consiste em semiciclos sucessivos de uma onda senoidal, o que resulta em um valor médio maior e uma frequência de ondulação mais alta. A tensão em cima do diodo é de 2VS, ou seja, o dobro da tensão VS1 ou VS2 conforme a figura III.10. Figura III.10 – Tensão Reversa no diodo 37 37 A figura III.11 apresenta as formas de onda do retificador onda completa com ponto neutro. Cada diodo conduz somente meio ciclo de onda, exatamente como no retificador de meia onda, mas a carga conduzirá corrente nos dois semiciclos e no mesmo sentido de tal modo, que na carga a tensão e a corrente serão contínuas pulsantes. Figura III.11 – Formas de onda -retificador e onda completa com terminal central Fonte: AHMED, 2000 Os valores quantitativos e qualitativos presentes no circuito onda completa com carga resistiva são os seguintes: 38 38 Valores Quantitativos para carga R Tensão Média na Carga (VoMED): O valor médio da onda completa é o dobro do valor médio da meia-onda. 𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 = 2𝑉𝑆 √2 𝜋 = 2𝑉𝑀𝐴𝑋 𝜋 = 0,636 𝑉𝑀𝐴𝑋 Corrente Média na Carga (IoMED): 𝐼𝑜𝑀𝐸𝐷 = 2𝐼𝑆 √2 𝜋 = 2𝐼𝑀𝐴𝑋 𝜋 = 0,636 𝐼𝑀𝐴𝑋 = 0,636 𝑉𝑀𝐴𝑋 𝑅 Tensão Eficaz na Carga: 𝑉𝑅𝑀𝑆 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 √2 = 0,707 𝑉𝑀𝐴𝑋 Corrente Eficaz na Carga: 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 𝐼𝑀𝐴𝑋 √2 0,707 𝐼𝑀𝐴𝑋 Corrente Média no diodo 𝐼𝐷1(𝑀𝐸𝐷) = 𝐼𝐷2(𝑀𝐸𝐷) = 𝐼𝑜(𝑀𝐸𝐷) 2 = 𝐼𝑀𝐴𝑋 𝜋 Corrente Eficaz no Diodo: 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 𝐼𝑀𝐴𝑋 2 Tensão reversa no diodo (PIV): Maior que 2 x VMAX (VMAX = VS = VS1 = VS2) Potência de saída DC (média) (Na carga em Watts): 𝑃𝑜𝑀𝐸𝐷 = 𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 𝑥 𝐼𝑜𝑀𝐸𝐷 𝑃𝑜𝑀𝐸𝐷 = 2𝑉𝑀𝐴𝑋 𝜋 𝑥 2𝐼𝑀𝐴𝑋 𝜋 𝑃𝑜𝑀𝐸𝐷 = 4𝑉𝑀𝐴𝑋 𝜋2 𝑥 𝑉𝑀𝐴𝑋 𝑅 𝑃𝑜𝑀𝐸𝐷 = 4𝑉𝑀𝐴𝑋 2 𝜋2 . 𝑅 Potência de entrada AC: Potência Ativa em Watts Valor efetivo que vai para carga. Potência AC de saída (outros autores) 𝑃𝐴𝐶 = 𝑉𝑅𝑀𝑆 𝑥 𝐼𝑅𝑀𝑆 𝑃𝐴𝐶 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 √2 𝑥 𝐼𝑀𝐴𝑋 √2 𝑃𝐴𝐶 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 𝑥 𝑉𝑀𝐴𝑋 𝑅 𝑃𝐴𝐶 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 2 . 𝑅 Fator de Potência: 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑎 → 𝑉𝑅𝑀𝑆 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 √2 ⁄ 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 → 𝑉𝑅𝑀𝑆 = 𝑉𝑆 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 √2 ⁄ 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑎 = 𝑃𝐴𝐶 = 𝑉𝑅𝑀𝑆 𝑥 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 2 . 𝑅 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝑃𝐹𝑂𝑁𝑇𝐸 = 𝑉𝑆 𝑥 𝐼𝑅𝑀𝑆 39 39 𝐹𝑃 = 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑎 (𝑊) 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 (𝑉𝐴) Eficiência do retificador: Fórmula igual 𝜂 = 𝑃𝑜𝑀𝐸𝐷 𝑃𝐴𝐶 Valores Qualitativos para carga R Fator de forma Fórmula igual 𝐹𝐹 = 𝑉𝑜𝑅𝑀𝑆 𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 Número de pulso Fórmula igual 𝑝 = 𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑓𝑢𝑛𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑜𝑛𝑑𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 𝐴𝐶 Fator de ondulação Fórmula igual 𝑅𝐹 = 𝐼𝑜𝐴𝐶 𝐼𝑜𝐷𝐶 𝑅𝐹 = √ 𝐼𝑅𝑀𝑆 2 𝐼𝐷𝐶 2 − 1 , 𝑅𝐹 = √ 𝑉𝑅𝑀𝑆 2 𝑉𝐷𝐶 2 − 1 Exemplo 4 – Carga resistiva - AHMED, 20007 O retificador de onda completa abaixo é alimentado por uma fonte de 120V, 60HZ. Se a resistência de carga for de 10Ω, , determine: a) A corrente máxima na carga b) A tensão média na carga c) A corrente média na carga d) A corrente média no diodo e) A corrente RMS na carga f) A potência entregue à carga (RMS) g) O valor nominal da PIV para o diodo h) A frequência de ondulação Solução: Antes de iniciar devemos calcular o VMAX da fonte: 𝑉𝑀𝐴𝑋 = √2 𝑥 𝑉𝑅𝑀𝑆 = √2 𝑥 120𝑉 = 169,7𝑉 a) A corrente máxima na carga 𝐼𝑀𝐴𝑋 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 𝑅 = 169,7𝑉 10 Ω = 16,97 A 40 40 b) A tensão média na carga 𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 = 0,636 𝑉𝑀𝐴𝑋 = 0,636 𝑥 169,7𝑉 = 108𝑉 c) A corrente média na carga 𝐼𝑜𝑀𝐸𝐷 = 0,636 𝐼𝑀𝐴𝑋 = 0,636 𝑥 16,97𝐴 = 10,8𝐴 d) A corrente média no diodo 𝐼𝐷1𝑀𝐸𝐷 = 𝐼𝐷2𝑀𝐸𝐷 = 𝐼𝑜𝑀𝐸𝐷 2 = 10,8𝐴 2 = 5,4𝐴 e) A corrente RMS na carga 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 𝐼𝑀𝐴𝑋 √2 = 16,97 √2 = 12,0 𝐴 f) A potência entregue à carga (RMS) Nesse caso trata-se do valor efetivo que vai para carga. (Potência AC de saída por outros autores) 𝑃𝐿 = 𝑃𝐴𝐶 = 𝐼𝑅𝑀𝑆 2 𝑥 𝑅 = 122 𝑥 10 = 1440𝑊 ou 𝑃𝐿 = 𝑃𝐴𝐶 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 2 . 𝑅 = 169,7𝑉2 2 . 10Ω = 1440W g) O valor nominal da PIV para o diodo 𝑃𝐼𝑉 ≥ 2 𝑥 𝑉𝑀𝐴𝑋 ≥ 2 𝑥 169,7 ≥ 339,4 h) A frequência de ondulação Para cada ciclo de entrada (senoide completa – positivo e negativo) teremos na saída dois ciclos positivos, logo a frequência de ondulação ser=a 2 x a frequência da entrada. 𝟐 𝒙 𝟔𝟎𝑯𝒛 = 𝟏𝟐𝟎 𝑯𝒛 Exemplo 5 – Carga resistiva - AHMED, 2000 41 41 O retificador de onda completa abaixo é alimentado por uma fonte de 50V. Se a resistência de carga for de 100Ω, determine: a) A tensão média na carga b) A corrente máxima da carga c) A corrente média na carga d) A corrente RMS na carga e) O valor nominal da PIV para o diodo f) A potência média entregue a carga g) A potência de entrada AC h) A eficiência do retificador i) O fator de forma j) O número de pulso k) O fator de ondulação l) O ângulo e condução m) O fator de potência Solução: Antes de responder cada item vamos calcular a tensão máxima na carga: 𝑉𝑀𝐴𝑋 = √2 𝑥 𝑉𝑅𝑀𝑆 = √2 𝑥 50𝑉 = 70,7𝑉 a) A tensão média na carga 𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 = 0,636 𝑉𝑀𝐴𝑋 = 0,636 𝑥 70,7𝑉 = 45𝑉 b) A corrente máxima da carga 𝐼𝑀𝐴𝑋 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 𝑅 = 70,7𝑉 100 Ω = 707 𝑚𝐴 c) A corrente média na carga 𝐼𝑜𝑀𝐸𝐷 = 0,636 𝐼𝑀𝐴𝑋 = 0,636 𝑥 0,707𝐴 = 450𝑚𝐴 d) A corrente RMS na carga 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 𝐼𝑀𝐴𝑋 √2 = 0,707 √2 = 500 𝑚𝐴 e) O valor nominal da PIV para o diodo PIV ≥ 2 x VMAX ≥ 2 x 70,7 V ≥ 141,4 V f) A média entregue à carga 𝑃𝑜𝑀𝐸𝐷 = 4𝑉𝑀𝐴𝑋 2 𝜋2 . 𝑅 = 4 𝑥 70,7𝑉2 𝜋2 . 100Ω = 20,25𝑊 g) A potência de entrada AC Nesse caso trata-se do valor efetivo que vai para carga.(Potência AC de saída por outros autores) 𝑃𝐴𝐶 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 2 x 𝑅 = 70,7𝑉2 2 . 100Ω = 25W 42 42 h) A eficiência do retificador 𝜂 = 𝑃𝑜𝑀𝐸𝐷 𝑃𝐴𝐶 = 20,25𝑊 25𝑊 = 0,81 𝑜𝑢 81% Ou 𝜂 = 𝑃𝑜𝑀𝐸𝐷 𝑃𝐴𝐶 = 4𝑉𝑀𝐴𝑋 2 𝜋2 . 𝑅 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 2 x 𝑅 = 4𝑉𝑀𝐴𝑋 2 𝜋2 . 𝑅 𝑥 2 x 𝑅 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 = 8 𝑅 𝜋2 . 𝑅 𝑥 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 = 8 𝜋2 = 0,81 𝑜𝑢 81% i) O fator de forma 𝐹𝐹 = 𝑉𝑜𝑅𝑀𝑆 𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 √2 ⁄ 2𝑉𝑀𝐴𝑋 𝜋⁄ = 𝜋 2 𝑥 √2 = 1,11 Ou 𝐹𝐹 = 𝑉𝑜𝑅𝑀𝑆 𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 = 50 45 = 1,11 j) O número de pulso 𝑝 = 𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑓𝑢𝑛𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑜𝑛𝑑𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 𝐴𝐶 = 120𝐻𝑍 60𝐻𝑍 = 2 𝑜𝑢 360° 180° = 2 k) O fator de ondulação 𝑅𝐹 = √ 𝐼𝑅𝑀𝑆 2 𝐼𝐷𝐶 2 − 1 = √ (0,5)2 (0,45)2 − 1 = √(𝜋 2⁄ ) 2 − 1 = 0,484 Ou 𝑅𝐹 = √ 𝐼𝑅𝑀𝑆 2 𝐼𝐷𝐶 2 − 1 = √ ( 𝐼𝑀𝐴𝑋 √2 ⁄ 2𝐼𝑀𝐴𝑋 𝜋⁄ ) 2 − 1 = √ ( 𝜋𝐼𝑀𝐴𝑋 2√2𝐼𝑀𝐴𝑋 ) 2 − 1 = √( 𝜋 2√2 ⁄ )2 − 1 = 0,484 l) O ângulo e condução 𝜃 = 180⁰ 43 43 m) Fator de potência 𝐹𝑃 = 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑎 (𝑃) 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 (𝑆) 𝑃 = 𝑃𝐿 = 𝑃𝐴𝐶 = 25𝑊 → 𝐶𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 𝑒𝑚 (𝑔) 𝑆 = 𝑉𝑅𝑀𝑆 𝑥 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 𝑉𝑆 𝑥 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 50𝑉 𝑥 0,5𝐴 = 25𝑉𝐴 𝐹𝑃 = 25𝑊 25𝑉𝐴 = 1 Ou 𝐹𝑃 = 𝑃 𝑆 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 2 x 𝑅 𝑉𝑆 𝑥 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 2 x 𝑅 𝑉𝑅𝑀𝑆 𝑥 𝑉𝑅𝑀𝑆 𝑅 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 2 x 𝑅 𝑉𝑀𝐴𝑋 √2 𝑥 𝑉𝑀𝐴𝑋 √2𝑅 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 2 x 𝑅 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 2 x 𝑅 = 1 ▪ A corrente na carga e na fonte são iguais, pois apenas nos diodos a corrente da carga se divide. A diferença é que na carga a corrente é unidirecional e na rede bidirecional. ▪ O fator de potência do retificador de onda completa é unitário, visto que os diodos conduzem nos dois semiciclos e assim a fonte fornece energia durante o período todo e com formato senoidal. Com carga Indutiva A figura III.12 apresenta o retificador de onda completa com transformador com terminal central (dois pulsos) com uma carga indutiva (RL). Inicialmente não consideraremos a carga altamente indutva. Antes de iniciar a análise, relembraremos o comportamento da tensão e corrente do circuito retificador monofásico meia onda com carga indutiva onde foi observado que a corrente na carga continua a fluir por um período após o diodo ficar inversamente polarizado, o que causa uma diminuição na amplitude da tensão média de saída pois uma parcela negativa da tensão da fonte chega até a carga. Esse efeito é justificado pelo atraso da corrente em relação a tensão nos circuito com características indutivas. O circuito retificador de onda completa funcionará da mesma forma, porém no semiciclo negativo do sinal aplicado, o diodo D2 entrará em condução eliminando a parcela negativa que no circuito meia onda deixava chegar até a carga, então, essa já é uma característica importante em usar um retificador de onda completa, pois esse se torna mais eficiente por entregar uma tensão média maior. 44 44 Figura III.12 – Retificador com terminal central com carga indutiva Fonte: AHMED, 2000 A figura III.13 mostra as formas de onda de tensão e corrente do retificador com terminal central com carga indutiva. A introdução da carga com indutância L no circuito leva a uma série de considerações que não estão presentes quando a carga é somente resistiva (R): a. Devido a carga indutiva (RL) , já em regime permanente, a corrente nessa carga alcançará o valor máximo quando a fonte de tensão (VS) for igual a zero. b. Quando VS aumenta, em amplitude, durante o intervalo de 0 a π/2, o indutor se oporá ao fluxo da corrente e armazenará energia em seus campos magnéticos. c. Em π/2, quando VS alcançar seu máximo, a corrente na carga estará em seu mínimo. d. No intervalo entre π/2 e π, quando a fonte de tensão diminuir em amplitude, a tensão no indutor se oporá ao processo de diminuição da corrente na carga, como se fosse uma ajuda à fonte de tensão. e. Portanto, a corrente na carga aumentará até um valor máximo, quando então VS=0. f. O processo continua para cada semiciclo da onda senoidal retificada. A corrente na carga nunca vai a zero, uma vez que a energia armazenadano campo mantém seu fluxo. 45 45 Figura III.13 – formas de onda - retificador com terminal central com carga indutiva. Fonte: AHMED, 2000 Se a indutância da carga for grande o suficiente, a corrente será praticamente constante, conforme a figura III.14. Sendo assim o valor RMS da corrente na carga é igual a corrente média na carga. Essa aproximação não vale para os valores de tensão, pois a forma de onda da tensão na carga e no diodo permanecem idênticas as formas de onda para carga puramente resistiva. 𝐼𝑂(𝑅𝑀𝑆) = 𝐼𝑂(𝑀𝐸𝐷) = 𝑉𝑂(𝑀𝐸𝐷) 𝑅 𝐼𝐷(𝑅𝑀𝑆) = 𝐼𝑂(𝑀𝐸𝐷) 2 46 46 Figura III.14 – Formas de onda de corrente para uma carga altamente indutiva. Fonte: AHMED, 2000 Exemplo 6 – Carga indutiva - AHMED, 2000 O retificador de onda completa mostrado abaixo é alimentado a partir de uma fonte de 115V. Se a resistênciade carga for igual a 100Ω, determine: a) A tensão de saída DC b) A corrente média na carga c) A potência entregue à carga (DC) d) A potência de entrada AC e) A eficiência do retificador f) O fator de ondulação g) O fator de forma Solução: Antes de responder cada item vamos calcular a tensão máxima na carga: 𝑉𝑀𝐴𝑋 = √2 𝑥 𝑉𝑅𝑀𝑆 = √2 𝑥 115𝑉 = 162,6𝑉 47 47 a) A tensão de saída DC 𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 = 0,636 𝑉𝑀𝐴𝑋 = 0,636 𝑥 162,6𝑉 = 103,4𝑉 b) Corrente média na carga 𝐼𝑀𝐸𝐷 = 𝑉𝑂𝑀𝐸𝐷 𝑅 = 103,4𝑉 100 Ω = 1,03 𝐴 c) A potência entregue à carga (DC) 𝑃𝐿 = 𝑃𝑜𝑀𝐸𝐷 = 𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 𝑥 𝐼𝑜𝑀𝐸𝐷 = 103,4𝑉 𝑥 1,03𝐴 = 107𝑊 Ou 𝑃𝐿 = 𝑃𝑜𝑀𝐸𝐷 = 4𝑉𝑀𝐴𝑋 2 𝜋2 . 𝑅 = 4 𝑥 162,62 𝜋2 . 100Ω = 107𝑊 d) A potência de entrada AC Nesse caso trata-se do valor efetivo que vai para carga. (Potência AC de saída por outros autores) 𝑃𝐴𝐶 = 𝑉𝑅𝑀𝑆 𝑥 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 2 x 𝑅 = 162,62 2 . 100Ω = 132,2 W e) A eficiência do retificador 𝜂 = 𝑃𝑜𝑀𝐸𝐷 𝑃𝐴𝐶 = 107 𝑊 132,2 𝑊 = 0,81 𝑜𝑢 81% Ou 𝜂 = 𝑃𝑜𝑀𝐸𝐷 𝑃𝐴𝐶 = 4𝑉𝑀𝐴𝑋 2 𝜋2 . 𝑅 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 2 x 𝑅 = 4𝑉𝑀𝐴𝑋 2 𝜋2 . 𝑅 𝑥 2 x 𝑅 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 = 8 𝑅 𝜋2 . 𝑅 𝑥 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 = 8 𝜋2 = 0,81 𝑜𝑢 81% f) O fator de ondulação 𝑅𝐹 = √ 𝐼𝑅𝑀𝑆 2 𝐼𝐷𝐶 2 − 1 → Essa fórmula deve ser substituída pelo equivalente da tensão pelo fato do circuito indutivo as correntes RMS e DC serem na prática igualadas. 𝑅𝐹 = √ 𝑉𝑅𝑀𝑆 2 𝑉𝐷𝐶 2 − 1 = √ (115)2 (103,4)2 − 1 = 0,484 Ou 𝑅𝐹 = √ 𝑉𝑅𝑀𝑆 2 𝑉𝐷𝐶 2 − 1 = √ ( 𝑉𝑀𝐴𝑋 √2 ⁄ 2𝑉𝑀𝐴𝑋 𝜋⁄ ) 2 − 1 = √ ( 𝜋𝑉𝑀𝐴𝑋 2√2𝑉𝑀𝐴𝑋 ) 2 − 1 = √( 𝜋 2√2 ⁄ )2 − 1 = 0,484 48 48 g) O fator de forma 𝐹𝐹 = 𝑉𝑜𝑅𝑀𝑆 𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 = 115 103,4 = 1,11 Ou 𝐹𝐹 = 𝑉𝑜𝑅𝑀𝑆 𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 √2 ⁄ 2𝑉𝑀𝐴𝑋 𝜋⁄ = 𝜋 2 𝑥 √2 = 1,11 Retificador onda completa em ponte de Wheastone O nome do circuito é sugestivo pois os diodos estão conectados no formato do circuito cujo o nome é Ponte de Wheastone. Esse circuito tem o incoveniente de usar mais dois diodos (total de 4 diodos) e não será necessário usar o transformador com tomada central, obtendo na carga, uma tensão com dois pulsos. Carga Resistiva A figura III.15 representa o retificador de onda completa com os diodos formando uma ponte de Wheastone. Também obteremos na saída dois pulsos com a diferença da nãonecessidade do uso do transformador com tomada central. Figura III.15 – Retificador onda completa em ponte Fonte: AHMED, 2000 No semiciclo positivo do sinal aplicado, será aplicado positivo no anodo de D2 e negativo no catodo de D3 conforme a figura III.16. 49 49 Figura III.16 – Diodos D2 e D3 no circuito em ponte de Wheastone As tensões sobre eles polarizam-nos diretamente. Estes diodos conduzindo farão com que circule uma corrente na carga no sentido indicado na figura III.16. No semiciclo negativo do sinal aplicado, será aplicado negativo no catodo de D1 e positivo no anodo de D4, conforme a figura III. 17 Figura III.17 – Diodos d1 e d4 no circuito em ponte de Wheastone As tensões sobre os diodos D1 e D4 está polarizando-os diretamente. Estes diodos conduzindo farão com que circule uma corrente na carga no sentido indicado na Figura III. 17. A figura III.18 mostra as formas de onda de tensão e corrente por todo o circuito. Observemos as quedas de tensão nos diodos, não devem ser desprezadas em circuitos de baixa potência, pois são dois diodos (0,7 + 0,7) totalizando uma queda de tensão de aproximadamente 1,4 Volts, entã para uma fonte de 12V esse valor fará muita diferença. Porém quando falamos de dispositivos de potência com valores na ordem de 120V, 240V e maiores, podemos desprezar as quedas de tensão no diodo pois os valores são insignificantes matematicamente. Como já era de se esperar, o retificador de onda completa em ponte propicia corrente na carga durante ambos os semiciclos. Os valores médios e RMS da tensão e da corrente são similares ao do caso da onda completa com terminal central. Entretanto, a forma de onda da tensão mostra que cada um dos diodos deve aguentar uma tensão reversa igual a VMAX somente. Valor nominal da PIV para os diodos ≥ VMAX 50 50 Uma vez que existe dois caminhos para a corrente na carga, a corrente média no diodo é apenas a metade da corrente média na carga: 𝐼𝐷(𝑀𝐸𝐷) = 𝐼𝑂(𝑀𝐸𝐷) 2 Figura III.18 – Formas de onda no circuito em ponte de Wheastone carga resistiva Fonte: AHMED, 2000 51 51 Exemplo 7 – Carga resistiva – AHMED, 2000 O retificador de onda completa em ponte da figura abaixo é alimentado por uma fonte de 120V. Se a resistência possui 10,8Ω, determine: a) A tensão de pico na carga b) A tensão DC na carga c) A corrente DC na carga d) A corrente média em cada diodo e) A potência média de saída f) A eficiência do retificador g) O fator de ondulação h) O fator de potência a) A tensão de pico na carga 𝑉𝑀𝐴𝑋 (𝐿) = √2 𝑥 𝑉𝑅𝑀𝑆 = √2 𝑥 120𝑉 = 169,7𝑉 b) A tensão DC na carga 𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 = 0,636 𝑉𝑀𝐴𝑋 = 0,636 𝑥 169,7𝑉 = 108𝑉 c) A corrente DC da carga 𝐼𝑜𝑀𝐸𝐷 = 𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 𝑅 = 108𝑉 10,8 Ω = 10𝐴 d) A corrente média em cada diodo 𝐼𝐷𝑀𝐸𝐷 = 𝐼𝑜𝑀𝐸𝐷 2 = 5A e) A potência média de saída 𝑃𝑜𝑀𝐸𝐷 = 𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 𝑥 𝐼𝑜𝑀𝐸𝐷 = 108 𝑥 10 = 1080 W Ou 𝑃𝑜𝑀𝐸𝐷 = 4𝑉𝑀𝐴𝑋 2 𝜋2 . 𝑅 = 4 𝑥 169,7𝑉2 𝜋2 .10,8Ω = 1080, 7𝑊 (1080W) f) A eficiência do retificador 𝜂 = 𝑃𝑜𝑀𝐸𝐷 𝑃𝐴𝐶 Sendo: 𝑃𝑜𝑀𝐸𝐷 = 1080, 7𝑊 (1080W) calculado em (e) 52 52 𝑃𝐴𝐶 = 𝑉𝑅𝑀𝑆 𝑥 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 2 x 𝑅 = 169,72 2 . 10,8Ω = 1.333,24 W 𝜂 = 𝑃𝑜𝑀𝐸𝐷 𝑃𝐴𝐶 = 1.080,7𝑊 1.333,24𝑊 = 0,81 𝑜𝑢 81% Ou 𝜂 = 𝑃𝑜𝑀𝐸𝐷 𝑃𝐴𝐶 = 4𝑉𝑀𝐴𝑋 2 𝜋2 . 𝑅 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 2 x 𝑅 = 4𝑉𝑀𝐴𝑋 2 𝜋2 . 𝑅 𝑥 2 x 𝑅 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 = 8 𝑅 𝜋2 . 𝑅 𝑥 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 = 8 𝜋2 = 0,81 𝑜𝑢 81% g) O fator de ondulação 𝑅𝐹 = √ 𝐼𝑅𝑀𝑆 2 𝐼𝐷𝐶 2 − 1 = √ 𝑉𝑅𝑀𝑆 2 𝑉𝐷𝐶 2 − 1 Podemos escolher trabalhar com as correntes ou com as tensões, nesse caso, já temos as tensões calculadas: 𝑅𝐹 = √ 𝑉𝑅𝑀𝑆 2 𝑉𝐷𝐶 2 − 1 = √ (120)2 (108)2 − 1 = 0,484 Ou 𝑅𝐹 = √ 𝐼𝑅𝑀𝑆 2 𝐼𝐷𝐶 2 − 1 = √ ( 𝐼𝑀𝐴𝑋 √2 ⁄ 2𝐼𝑀𝐴𝑋 𝜋⁄ ) 2 − 1 = √ ( 𝜋𝐼𝑀𝐴𝑋 2√2𝐼𝑀𝐴𝑋 ) 2 − 1 = √( 𝜋 2√2 ⁄ ) 2 − 1 = 0,484 h) Fator de potência 𝐹𝑃 = 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑎 (𝑃) 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 (𝑆) (Potência efetiva que vai para carga - PAC - já foi calculado no item (f) 𝑃 = 𝑃𝐿 = 𝑃𝐴𝐶 = 𝑉𝑅𝑀𝑆 𝑥 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 2 x 𝑅 = 169,72 2 . 10,8Ω = 1.333,24 W 𝑆 = 𝑉𝑆 𝑥 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 𝑉𝑅𝑀𝑆 𝑥 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 2 x 𝑅 = = 169,72 2 . 10,8Ω = 1.333,24 VA 53 53 𝐹𝑃 = 1.333,24𝑊 1.333,24𝑉𝐴 = 1 Ou 𝐹𝑃 = 𝑃 𝑆 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 2 x 𝑅 𝑉𝑆 𝑥 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 2 x 𝑅 𝑉𝑅𝑀𝑆 𝑥 𝑉𝑅𝑀𝑆 𝑅 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 2 x 𝑅 𝑉𝑀𝐴𝑋 √2 𝑥 𝑉𝑀𝐴𝑋 √2𝑅 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 2 x 𝑅 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 2 x 𝑅 = 1 ▪ A corrente na carga e na fonte são iguais, pois apenas nos diodos a corrente da carga se divide. A diferença é que na carga a corrente é unidirecional e na rede bidirecional. ▪ O fator de potência do retificador de onda completa é unitário, visto que os diodos conduzem nos dois semiciclos e assim a fonte fornece energia durante o período todo e com formato senoidal. Exemplo 8 – Carga resistiva – AHMED, 2000 O retificador de onda completa em ponte da figura abaixo é alimentado por uma fonte de 120V. Se a resistência possui 10Ω, determine: a) A tensão média na carga b) A corrente máxima na carga c) A corrente média na carga d) A corrente RMS na carga e) A potência entregue a carga (RMS) f) O valor nominal do PIV para os diodos g) A corrente média no diodo h) A frequência de ondulação Antes de responder cada item vamos calcular a tensão máxima na carga: 𝑉𝑀𝐴𝑋 = √2 𝑥 𝑉𝑅𝑀𝑆 = √2 𝑥 120𝑉 = 169,7𝑉 a) A tensão média na carga 𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 = 0,636 𝑉𝑀𝐴𝑋 = 0,636 𝑥 169,7𝑉 = 108𝑉 b) Corrente máxima na carga 𝐼𝑀𝐴𝑋 = 𝑉𝑂𝑀𝐴𝑋 𝑅 = 169,7𝑉 10 Ω = 16,97 𝐴 (𝑣𝑎𝑚𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑟 17𝐴) c) A corrente média na carga 𝐼𝑜𝑀𝐸𝐷 = 0,636 𝐼𝑀𝐴𝑋 = 0,636 𝑥 17𝑉 = 10,8𝐴 d) A corrente RMS na carga 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 𝐼𝑂𝑀𝐴𝑋 √2 = 17 √2 = 12,0 𝐴 54 54 e) A potência entregue a carga (RMS) 𝑃𝐿 = 𝑃𝐴𝐶 = 𝐼𝑅𝑀𝑆 2 𝑥 𝑅 = 122 𝑥 10 = 1440𝑊 ou 𝑃𝐿 = 𝑃𝐴𝐶 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 2 2 . 𝑅 = 169,7𝑉2 2 . 10Ω = 1440W f) O valor nominal do PIV para os diodos PIV ≥ VMAX ≥ 169,7V g) A corrente média no diodo 𝐼𝐷𝑀𝐸𝐷 = 𝐼𝑜𝑀𝐸𝐷 2 = 10,8𝐴 2 = 5,4𝐴 h) A frequência de ondulação Uma vez que dois ciclos de saída ocorrem para cada ciclco de entrada, a frequência de ondulação = 2 x frequencia de entrada AC = 2 x 60Hz = 120 Hz Exemplo 9 – Carga resistiva – AHMED, 2000 O retificador de onda completa em ponte da figura abaixo é alimentado por uma fonte de 50V. Se a resistência possui 100Ω, determine: a) A tensão média na carga b) A corrente média na carga c) A corrente RMS d) O número de pulso e) O ângulo de condução f) O valor nominal da PIV para os diodos g) O fator de forma h) O fator de ondulação Antes de responder cada item vamos calcular a tensão máxima na carga: 𝑉𝑀𝐴𝑋 = √2 𝑥 𝑉𝑅𝑀𝑆 = √2 𝑥 50𝑉 = 70,7𝑉 a) A tensão média na carga 𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 = 0,636 𝑉𝑀𝐴𝑋 = 0,636 𝑥 70,7𝑉 = 45𝑉 55 55 b) A corrente média na carga 𝐼𝑜𝑀𝐸𝐷 = 𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 𝑅 = 45𝑉 100Ω = 0,45𝐴 c) A corrente RMS 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 𝐼𝑀𝐴𝑋 √2 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 √2 𝑥 𝑅 = 70,7𝑉 √2 𝑥 100Ω = 0,5𝐴 = 500 𝑚𝐴 d) Número de pulso 𝑝 = 𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑓𝑢𝑛𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑜𝑛𝑑𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 𝐴𝐶 = 120𝐻𝑍 60𝐻𝑍 = 2 𝑜𝑢 360° 180° = 2 e) O ângulo de condução 𝜃 = 180° f) O valor nominal da PIV para os diodos PIV ≥ VMAX ≥ 70,7V g) O fator de forma
Compartilhar