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AS LIÇÕES DAS CRISES A situação não está nada fácil parra os empreendedores: inflação, alta do dólar, consumo em queda, impasses políticos... Em meio à turbulência, muitos esquecem que não é a primeira crise que o País enfrenta. Nos últimos 25 anos, o Brasil passou por processos inflacionários, variações de câmbio, retrações no PIB e planos econômicos fracassados. 1990/1993 – a Era da remarcação. Com a inflação fora de controle, os reajustes chegaram a ser diários. Sobrevive quem faz um controle rigoroso dos custos. 1994/1998 – Estabilidade temporária. O Plano real consegue controlar a inflação. Mas a nova fase traz desafios: é preciso disputar clientes e concorrer com os importados. 1999/2002 – A Volta da Incerteza. Crises internacionais provocam o aumento do dólar, trazendo de volta o medo da inflação. O apagão energético reduz a produção. 2003/2010 – O Fenômeno da inclusão. O crescimento da renda e a inflação sob controle impulsionam os negócios. <as a situação começa a mudar no final da década 2011/2015 – A Difícil travessia – A situação econômica se deteriora. Para sobreviver a esse período, é preciso planejar estrategicamente e apertar o orçamento. A ERA DA REMARCAÇÃO ENTRE 1990 E 1994, UMA INFLAÇÃO FORA DE CONTROLE OBRUGAVA OS EMPREENDEDORES A REAJUSRAR COM FREQUENCIA – MUITAS VEZES, DIARIAMENTE. PARA SOBREVIVER, ERA PRECISO MANTER UM CONTROLE RÍGIDO SOBRE CUSTOS E RECEITAS. Quem hoje tem mais de 30 anos se lembra vivamente de um acessório onipresente no início da década de 1990: a maquina de remarcar preços. Com uma inflação que chegava a ultrapassar os 80% ao mês, os consumidores precisavam correr às lojas tão logo os salários caíssem nas contas. Tiravam os produtos das prateleiras antes que ganhassem uma etiqueta de preço nova. “Tanto o mercado consumidor quanto os produtores perdiam o referencial de valor. Eles não tinham noção do seu poder de compra nem conseguiam controlar sues custos”, afirma Otto Nogami, professor de economia do Insper. Com o capital de giro empacado no estoque (porque se comprava mais do que o necessário), o fluxo de caixa era prejudicado. “Quando recebia o dinheiro da mercadoria vendida, a empresa não conseguia mais recuperar o que havia gastado”, diz Nogami. Desde 1986, o governo vinha tentando controlar a inflação com uma sucessão de medidas econômicas de eficiência duvidosa. Em março de 1990, foi decretado o Plano Collor, que congelou preços, trouxe uma nova moeda ( O cruzado novo foi substituído pelo cruzeiro) e impôs o chamado confisco da poupança. Todas as aplicações maiores que 50 mil cruzados novos foram bloqueados por 18 meses. Sem acesso ao dinheiro, os consumidores deixavam de fazer compras, o que levou à quebra de empresas. A inflação caiu mas em poucos meses voltou a acelerar. 25,94 7,59 30,07 25,24 16,81 25,21 36,84 30,35 20,75 67,55 20,72 4,99 82,39 20,21 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1990 1991 1992 1993 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 82,39 15 de março de 1990. O plano Collor I altera a moeda de cruzado novo para cruzeiro e bloqueia aplicações acima de Ncr$ 50 mil. A inflação cai. 1° de fevereiro de 1991. O Plano Collor promove redução de despesas da administração pública e mudanças na indexação de preços – da inflação passada para futura 20,72 25,24 2 de outubro de 1992. Após passar por um processo de impeachment, o então presidente Fernando Collor de Mello é afastado do cargo. Em 29 de dezembro, ele renucia e é substituído pelo vice, Itamar Franco. Dezembro de 1993 A inflação acumulada em 1993 chega a 2.477,15% ao ano. 36,84
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