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NOME EMPRESARIAL

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1 
DIREITO EMPRESARIAL – Parte 1 
PROF. FLÁVIO MONTEIRO DE BARROS 
NOME EMPRESARIAL 
 
CONCEITO 
 
Nome empresarial é o elemento que identifica o empresário. É, pois, a firma ou denominação 
adotada pelo empresário para o exercício da empresa. 
 Aliás, para se obter o registro na Junta Comercial, o empresário, seja ele empresário 
individual ou sociedade empresária, deve ter um nome empresarial. A única exceção é a sociedade 
em conta de participação; esta não pode adotar nome empresarial, pois trata-se de uma sociedade 
secreta (art. 1.162 do CC). 
 O nome empresarial identifica o sujeito que exerce a empresa, vale dizer, é o sinal de 
identificação do empresário, e, por isso, não se confunde com a marca, pois esta é o elemento de 
identificação do produto ou serviço. Também se diferencia do título do estabelecimento, que é o 
sinal de identificação do ponto empresarial. 
Por fim, o nome de domínio, que é o elemento de identificação da página na rede mundial de 
computadores, nada tem a ver com o nome empresarial, porque este último, conforme já vimos, é 
o elemento de identificação do empresário. 
É claro que, às vezes, o empresário, por estratégia de mercado, adota como marca, título do 
estabelecimento ou nome de domínio a mesma expressão do nome empresarial. 
 
NATUREZA JURÍDICA 
 
Uma primeira corrente, sustentada por Pontes de Miranda, defende que o nome empresarial 
integra os direitos da personalidade do empresário, sendo, pois, inalienável e impenhorável. 
Uma segunda, defendida por Washington de Barros Monteiro, apregoa que o nome comercial 
é um direito patrimonial, de caráter econômico, caracterizando-se pelos atributos da 
alienabilidade, prescritibilidade e penhorabilidade. 
 Uma terceira corrente conciliadora das duas acima, defendida por Fran Martins, reconhece 
corretamente que o nome empresarial subjetivo é direito da personalidade do empresário, ao 
passo que o nome empresarial objetivo é uma propriedade incorpórea, revelando-se como 
elemento de identificação da própria atividade, tendo pois natureza patrimonial. 
De acordo com o art. 1.164 do CC, o nome empresarial não pode ser objeto de alienação. 
Veda-se, por consequência, a sua penhora separada da penhora do estabelecimento empresarial. 
Sobre o assunto, dispõe o parágrafo único do art. 1.164 do CC: 
 “O adquirente de estabelecimento, por ato inter vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o 
nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor”. 
Assim, o nome empresarial não acompanha o estabelecimento empresarial, quando este é 
alienado, salvo se o contrato o permitir expressamente, mas ainda assim é preciso que o sucessor 
acrescente o seu próprio nome, com a qualificação de sucessor. 
Força convir que, no silêncio do contrato, o adquirente do estabelecimento não poderá usar o 
nome do alienante, vedando-se também, o uso do nome quando a transferência efetuar-se por ato 
causa mortis. 
O nome empresarial, isoladamente, é inalienável e impenhorável, mas é passível de 
prescrição conforme veremos mais adiante. 
 
 
 
 
 
 
 2 
DIREITO EMPRESARIAL – Parte 1 
PROF. FLÁVIO MONTEIRO DE BARROS 
ESPÉCIES 
 
Firma e denominação são as duas espécies de nome empresarial. Distinguem-se quanto à 
estrutura linguística e função. 
Quanto à estrutura linguística, a firma é composta por nome civil, extenso ou abreviado, do 
empresário individual ou dos sócios da sociedade, agregando-se ou não o ramo de atividade. 
E, no tocante à função, a firma é também a assinatura do empresário. Se, por exemplo, o 
empresário individual encontrar-se inscrito na Junta Comercial com o nome “Barros Oliveira Cursos 
Jurídicos”, a assinatura para os atos empresariais deverá ser “Barros Oliveira Cursos Jurídicos”. 
Igualmente, o representante da sociedade empresária que adota o nome “Silva & Monteiro 
Comércio de Sapatos Ltda”, deverá assinar com sua letra e estilo individual as expressões “Silva & 
Monteiro Comércio de Sapatos Ltda”. 
 Todavia, como observa Fabio Ulhoa Coelho, “está em absoluto desuso a prática de dupla 
assinatura. Há muito tempo os gerentes de sociedade adotam o mesmo e único sinal, como 
assinatura, tanto nos atos de interesse pessoal, como na qualidade de representante da pessoa 
jurídica” (p. 180, Curso de Direito Comercial, Vol. 1, Saraiva, 11ª Ed. ,2007). 
 A denominação ou fórmica por sua vez, em termos de estrutura linguística, pode adotar 
tanto o nome civil de sócio quanto outra expressão (elemento fantasia), mas sempre deve designar 
o objeto social (§2º do art.1.158 do CC). E sua função é, tão somente, a de identificação das 
sociedades empresárias, não prestando-se a servir como assinatura desta. Exemplo: Flor da pele 
Comércio de roupas Ltda. Outro exemplo: Barros & Silva Comércio de Roupas Ltda. Neste último 
exemplo, para se saber se trata de firma ou denominação, é preciso consultar o contrato social da 
pessoa jurídica. Se nele houver cláusula estatuindo que a assinatura da sociedade é o próprio nome 
empresarial é porque se trata de firma; ausente esta cláusula cuida-se de denominação. Sobredita 
cláusula revela-se quando, na última página do instrumento do contrato social, consta a expressão 
“firma por quem de direito” ou outra equivalente, com espaço para o representante legal lançar 
acima desta expressão a assinatura que utilizará para os negócios jurídicos realizados no âmbito 
societário. 
 
NOME DOS EMPRESÁRIOS 
 
O empresário individual de responsabilidade ilimitada, que é uma pessoa física, só pode 
adotar firma, sendo-lhe vedado inserir no nome empresarial qualquer elemento fantasia. 
Tratando-se de empresário individual de responsabilidade ilimitada, a firma é também 
conhecida como razão individual. Dispõe o art.1.156 do CC que o empresário opera sob firma 
constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa 
da sua pessoa ou do gênero de atividade. Exemplos: “João de Barros Oliveira”; J. B. Oliveira; “J. B. 
Oliveira Roupas”; “J. B. Oliveira, filho de Celso Oliveira”. 
Por outro lado, o empresário individual de responsabilidade limitada, que é uma pessoa 
jurídica, constituída por uma única pessoa natural, prevista pela Lei nº 12.441/2011, pode adotar 
firma com nome de seu titular ou denominação, baseada no nome de seu titular ou em elemento 
fantasia, acrescendo-se, em qualquer caso, a expressão EIRELI. Exemplo: João Alves EIRELI. Outro 
exemplo: Vaso Vermelho EIRELI. 
 Quantos às sociedade empresárias, algumas só podem adotar firma, que aqui também 
denomina-se “razão social”, outras apenas denominação, sendo que algumas podem optar entre a 
firma e a denominação. 
Vale a pena salientar que a sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada 
 
 
 
 3 
DIREITO EMPRESARIAL – Parte 1 
PROF. FLÁVIO MONTEIRO DE BARROS 
operará sob firma, na qual somente os nomes daqueles poderão figurar, bastando para formá-la aditar 
ao nome de um deles a expressão “e companhia” ou sua abreviatura (art.1.157 do CC). Ficam solidária e 
ilimitadamente responsáveis pelas obrigações contraídas sob a firma social aqueles que, por seus 
nomes figurarem na firma da sociedade de que trata este artigo (art.1.157, parágrafo único). 
 
Cumpre examinar as diversas hipóteses, a saber: 
a) sociedade em nome coletivo: é aquela em que todos os sócios têm responsabilidade 
ilimitada. Só pode adotar firma, compondo-se esta pelo nome civil de um, alguns ou todos os seus 
sócios, sendo mera faculdade agregar-se ao nome o ramo de atividade. A expressão companhia, 
por extenso ou abreviada, torna-se obrigatória quando o nome empresarial não for formado pelo 
nome civil de todos os sócios (art. 1.157 do CC). Se João da Silva e Pedro deBarros desejam 
constituir uma sociedade em nome coletivo, esta, dentre as diversas opções, pode adotar: “João da 
Silva & Pedro de Barros”; J. Silva & P. Barros”; J. Silva & Cia, etc. 
b) sociedade em comandita simples: é aquela em que os sócios comanditados têm 
responsabilidade ilimitada, enquanto os sócios comanditários têm responsabilidade limitada. Só 
pode adotar firma, composta pelo nome civil de sócios comanditados, por extenso ou abreviado, 
sendo obrigatória agregar-se ao nome a expressão “e companhia”, por extenso ou abreviada, tendo 
em vista a existência de sócios comanditários. Não é necessário que conste o nome civil de todos os 
sócios comanditados, bastando o nome de um deles, sendo também facultativa a alusão ao ramo 
de atividade. Se porventura, o nome civil de sócio comanditário figurar no nome empresarial, este 
sócio torna-se sócio comanditado, isto é, passa a ter responsabilidade solidária e ilimitada pelas 
obrigações sociais (parágrafo único do art. 1.157 do CC). 
c) sociedade em conta de participação: não pode ter firma ou denominação (art. 1.162 do CC). 
É a única sociedade que não tem nome empresarial. 
d) sociedade limitada: pode adotar firma ou denominação, integradas pela palavra final 
“limitada” ou a sua abreviatura (art. 1.158 do CC). A omissão da palavra “limitada” determina a 
responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a 
denominação da sociedade (§3º do art. 1.158 do CC). Se optar por firma, esta será composta com o 
nome de um ou mais sócios, por extenso ou abreviado, desde que pessoas físicas, mas se não 
constar o nome de todos os sócios torna-se também obrigatória a partícula “e companhia” ou “& 
Cia”, que é o modo indicativo da relação social (§ 1º do art. 1.158 do CC), sendo mera faculdade a 
inclusão do objeto da sociedade. Se, no entanto, optar por denominação, é obrigatório que conste 
no nome o objeto da sociedade (§2º do art. 1.158 do CC). 
e) sociedade anônima: é aquela em que todos os acionistas têm responsabilidade limitada. Só 
pode adotar denominação, mas o parágrafo único do art. 1.160 do CC permite que conste da 
denominação o nome do fundador, acionista ou pessoa que haja concorrido para o bom êxito da 
formação da empresa, como, por exemplo, “Fábrica de Confecções de Tecidos Pedro de Almeida 
S/A”. É obrigatória a identificação do tipo societário através da expressão “sociedade anônima” ou 
“companhia”, por extenso ou abreviadamente (art. 1.160 do CC). A expressão “sociedade anônima” 
ou “S/A” pode constar no início, no meio ou no fim do nome, mas, quanto à expressão 
“companhia” ou “Cia”, só se permite a sua inclusão no início ou no meio da denominação, sendo 
vedada a sua inclusão no final do nome (art. 3º da Lei nº 6.404/76). Referentemente ao objeto 
social, é obrigatório a sua menção no nome empresarial, a partir da entrada em vigor do Código 
Civil de 2002 (art. 1.160). 
f) sociedade em comandita por ações: é aquela em que os acionistas, diretores ou gerentes 
respondem ilimitadamente, os demais acionistas limitadamente. Pode adotar firma ou 
denominação, sendo que, em ambas as hipóteses, deve constar as palavras “Comandita por Ações”, 
 
 
 
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DIREITO EMPRESARIAL – Parte 1 
PROF. FLÁVIO MONTEIRO DE BARROS 
por extenso ou abreviadamente, indicando-se, assim, o tipo societário (parágrafo único do art.281 
da Lei nº 6.404/1976). Se optar por firma, esta deverá ser composta pelo nome civil dos sócios 
diretores ou gerentes, sendo ainda obrigatória a expressão “e companhia” ou “& Cia”. Ficam 
ilimitada e solidariamente responsáveis pelas obrigações sociais os que, por seus nomes, figurarem 
na firma ou razão social (art.281 da Lei nº 6.404/76). Se preferir denominação, é obrigatória a 
menção do objeto social, conforme preceitua o art. 1.161 do CC. 
g) sociedade ou empresário individual em recuperação judicial: em todos os atos, contratos e 
documentos firmados pelo devedor sujeito ao procedimento de recuperação judicial deverá ser 
acrescido, após o nome empresarial, a expressão “em recuperação Judicial” (art.69 da Lei nº 
11.101/2005). 
h) sociedade em liquidação: em todos os atos, documentos ou publicações, o liquidante 
empregará a firma ou denominação social sempre seguida da cláusula “em liquidação” (parágrafo 
único do art. 1.103 do CC). 
i) microempresa e empresa de pequeno porte: acresce-se ao nome, respectivamente, as siglas 
“ME” ou “EPP” (art.72 da Lei Complementar nº 123/2006). 
j) sociedades estrangeiras: Quando autorizadas a funcionar no Brasil, poderão acrescentar ao 
nome os termos do Brasil ou para o Brasil (IN 104/2007). 
k) sociedades civis ou não empresárias: só podem adotar denominação. É o caso das 
sociedades simples e das cooperativas, esta última deverá incluir no nome o vocábulo 
“Cooperativa” conforme preceitua o art. 1.159 do CC. Nessas sociedades não empresárias, os 
sócios, conforme o contrato social, podem ter responsabilidade limitada ou ilimitada. 
l) Associação e fundação: só podem adotar denominação. Equipara-se ao nome empresarial, 
para os efeitos da proteção da lei, a denominação das sociedades simples, associações e fundações 
(parágrafo único do art.1.155 do CC) 
 
PRINCÍPIOS DA FORMAÇÃO DO NOME EMPRESARIAL 
 
A formação do nome empresarial obedecerá aos princípios da veracidade e da novidade (art. 
34 da Lei nº 8.934/94). 
O princípio da veracidade indica que o nome empresarial não pode conter informações falsas, 
vedando-se, por exemplo, que o nome civil de pessoa estranha ao quadro societário integre a firma 
ou a denominação. Outrossim, que o empresário individual adote nome diverso do seu nome civil. 
Abre-se exceção a este princípio na sociedade anônima, pois, conforme vimos, o parágrafo único do 
art. 1.160 do CC permite que, neste tipo societário, conste da denominação o nome do fundador ou 
pessoa que haja concorrido para o bom êxito da formação da empresa, ainda que não se revista da 
qualidade de acionista. 
O princípio da novidade, por sua vez, é o que proíbe a adoção de nome empresarial igual ou 
similar a outro registrado anteriormente, ainda que em ramos diferentes, garantindo-se, por 
consequência, a exclusividade da firma ou denominação. De acordo com o regulamento do DNRC, 
consideram-se iguais as expressões homógrafos, isto é, que tem o mesmo núcleo, como, por exemplo, 
“Moça Bonita Restaurante Ltda” e “Cantina Bonita Moça Ltda.”. O núcleo é a parte do nome pela qual o 
empresário é conhecido. Outrossim, consideram-se semelhantes as expressões homófonos, isto é, com 
sons idênticos, como, por exemplo, “Cinco Vidros Ltda” e “Vidros Sinko Ltda” 
 A propósito do princípio da novidade, dispõe o art. 1.163 do CC: “O nome de empresário deve 
distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro”. E o parágrafo único acrescenta: “Se o 
empresário tiver nome idêntico ao de outros já inscritos, deverá acrescentar a designação que o 
distinga”. Poderá, por exemplo, o empresário individual acrescentar ao nome empresarial o seu 
 
 
 
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DIREITO EMPRESARIAL – Parte 1 
PROF. FLÁVIO MONTEIRO DE BARROS 
apelido. Portanto, mesmo entre empresários individuais, vigora este princípio. 
 
ALTERAÇÃO DO NOME 
 
A alteração do nome empresarial pode ser: 
 
a) voluntária: é a providenciada por deliberação do empresário ou da sociedade empresária, 
mediante alteração do ato constitutivo na Junta Comercial. Tratando-se de sociedade empresária, a 
alteração do nome depende da vontade dos sócios que detenham o poder de alteração do contrato 
social. Note-se que o princípio da imutabilidade, que é inerente ao nome civil, não se aplica ao 
nome empresarial. 
 
b) obrigatória ou vinculada: é a ordenada pela lei, nas seguintes hipóteses: 
b.1) falecimento, exclusão ouretirada de sócio cujo nome civil integrava o nome da 
sociedade. Nesse caso, o nome deste sócio não pode ser mantido na firma social (art. 1.165 do CC) 
nem na denominação (art. 1.158, § 2º, in fine, do CC). De fato, se a pessoa já morreu ou não figura 
como sócio justifica-se a alteração do nome pela aplicação do princípio da veracidade. De acordo 
com Fábio Ulhoa Coelho, enquanto não se proceder à alteração do nome empresarial, o ex-sócio, 
ou seu espólio, continua a responder pelas obrigações sociais nas mesmas condições em que 
respondia quando ainda integrava o quadro associativo (Manual de Direito Comercial, Ed. Saraiva, 
18ª edição, 2007, p.80). Esta afirmação, a meu ver, é correta apenas para as hipóteses de retirada e 
exclusão do sócio, mas, no caso de morte, o espólio só responde pelas dívidas anteriores ao 
falecimento, eximindo-se quanto às posteriores, conforme se depreende da análise do art. 1.032 do 
CC. 
b.2) alteração da responsabilidade de sócio, de ilimitada para limitada, quando o nome dele 
integrava o nome empresarial. Tal ocorre, por exemplo, quando, em razão de alteração contratual, 
o sócio comanditado, na sociedade em comandita simples, torna-se sócio comanditário. Nesse 
caso, se o nome civil deste sócio integrava o nome empresarial, este precisa ser alterado, para que 
se cumpra a norma do art. 1.157 do CC, mas, enquanto não houver a retirada do nome civil dele do 
nome empresarial, persiste a sua anterior responsabilidade ilimitada (parágrafo único do art. 1.157 
do CC). Mais uma vez o princípio da veracidade justifica a mudança do nome empresarial. 
b.3) alienação do estabelecimento empresarial por ato entre vivos. Nesse caso, o adquirente 
pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante precedido do seu próprio, com a 
qualificação de sucessor (art. 1.164, parágrafo único, do CC). Assim, o adquirente, na hipótese, tem 
duas opções: excluir ou manter o nome do alienante. Mas em ambos ocorrerá a alteração do nome 
empresarial, pois ainda que mantido o nome do alienante, se acrescentará ao nome empresarial o 
nome do adquirente com a qualificação de sucessor. Vale a pena observar que se o contrato não 
permitir expressamente ao adquirente a possibilidade de usar o nome do alienante fica vedado 
àquele o uso do nome deste. Igualmente, impõe-se a proibição quando a aquisição do 
estabelecimento empresarial houver sido por ato causa mortis. 
b.4) Transformação de sociedade, isto é, mudança do tipo societário. Tal ocorre, por exemplo, 
quando a sociedade limitada se transmuda em sociedade anônima. A transformação deverá 
obedecer aos preceitos que regulam a constituição e o registro do tipo a ser adotado pela 
sociedade, impondo-se, destarte, as alterações dos aspectos do nome empresarial que forem 
incompatíveis com o novo tipo societário, sob pena de transformação se reputar ineficaz perante 
terceiros. 
b.5) procedência de ação anulatória de nome empresarial. O prejudicado, a qualquer tempo, 
 
 
 
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DIREITO EMPRESARIAL – Parte 1 
PROF. FLÁVIO MONTEIRO DE BARROS 
pode mover ação para anular a inscrição do nome empresarial feita com violação da lei ou do 
contrato (art. 1.167). Procedente esta ação, impõe-se a mudança obrigatória do nome empresarial 
do sucumbente. 
 
PROTEÇÃO DO NOME EMPRESARIAL 
 
A primazia da proteção ao nome é assegurada ao empresário que foi o primeiro a arquivá-lo 
na Junta Comercial. 
De fato, dispõe o art.33 da Lei nº 8.934/94 que a proteção ao nome empresarial decorre 
automaticamente do arquivamento dos atos constitutivos de firma individual e de sociedade, ou de 
suas alterações. 
Assim, o primeiro a arquivar o nome na Junta Comercial tem assegurado o direito ao uso 
exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado (art. 1.166 do CC). Apenas no âmbito do 
Estado-Membro em que se encontra arquivado o ato constitutivo é que o empresário pode impedir 
que outro empresário utilize nome empresarial idêntico ou semelhante. Para que a proteção seja 
nacional, isto é, estenda-se ao país todo, é preciso que o empresário providencie, na Junta 
Comercial, o arquivamento do pedido de extensão de proteção ao nome empresarial. Neste caso, 
impõe-se a proteção independentemente de se abrir filiais noutros Estados-Membros. 
 
A proteção ao nome empresarial tem duplo objetivo: 
a) evitar o desvio desleal da clientela. De fato, quando os empresários atuam no mesmo ramo, 
o uso de nome idêntico ou semelhante por um deles pode causar confusão e gerar o desvio de 
clientela. 
b) preservação do crédito. É que o protesto de títulos, pedidos de falência e comportamento 
inadequado de um empresário pode induzir o mercado a supor, ainda que temporariamente, 
quando os nomes forem iguais ou similares, que se trata de outro empresário. Por isso, impõe-se a 
exclusividade do nome perante qualquer outro empresário, ainda que atue em ramos diversos, 
salvo se houver cláusula contratual pela qual o titular do nome empresarial autoriza outro 
empresário a usar nome igual ou semelhante. 
 
 Sobre as consequências da violação legal ou contratual do nome empresarial, cumpre 
destacar que, além do delito de usurpação de nome, previsto na Lei nº 10.695/2003, é ainda cabível 
a ação anulatória, que é imprescritível, outrossim, a ação de indenização pelos danos materiais e 
morais. Com efeito, dispõe o art. 1.167 do CC: “Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação para 
anular a inscrição do nome empresarial feita com violação da lei ou do contrato”. 
 
CANCELAMENTO DO NOME 
 
A inscrição do nome empresarial será cancelada nas seguintes hipóteses: 
 
a) quando cessar o exercício da atividade para que foi adotado. Todavia, o cancelamento não 
é de ofício, pois depende de requerimento de qualquer interessado (art. 1.168 do CC). 
b) quando ultimar-se a liquidação da sociedade que a inscreveu (art. 1.168). 
c) quando não se proceder a qualquer arquivamento na Junta Comercial no período de dez 
anos consecutivos, quedando-se o empresário inerte após ser notificado para manifestar se deseja 
ou não manter-se em funcionamento. Decorrido o decênio de inércia, ainda assim o nome 
empresarial não é cancelado, pois o § 2º do art. 60 da Lei nº 8.934/94 exige que, após esse prazo, a 
 
 
 
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DIREITO EMPRESARIAL – Parte 1 
PROF. FLÁVIO MONTEIRO DE BARROS 
Junta Comercial notifique o titular de forma direta ou por edital. Se ele manifestar o desejo de 
manter-se em funcionamento, o nome não é cancelado. Se ele silenciar, a Junta Comercial procede, 
de ofício, ao cancelamento do registro, com a perda automática da proteção ao nome empresarial. 
 
DISTINÇÃO ENTRE NOME EMPRESARIAL E MARCA 
 
A primeira diferença é o fato de o nome identificar o empresário, individual ou sociedade 
empresária, que é o sujeito de direito, ao passo que a marca identifica o produto ou serviço 
explorado pelo empresário. 
A segunda diferença diz respeito ao órgão registrário. De fato, o nome empresarial é 
arquivado e registrado na Junta Comercial, enquanto que o registro da marca é feito no Instituto 
Nacional de Propriedade Industrial (INPI). 
A terceira distinção relaciona-se ao âmbito territorial de proteção. Com, efeito, o nome 
empresarial é protegido nos limites do Estado-Membro em que se encontra registrado o 
empresário, vedando-se, tão somente, no aludido Estado da Federação, que outro empresário 
adote nome idêntico ou semelhante (art. 1.166 do CC). 
Em contrapartida, com o registro no INPI, assegura-se ao proprietário da marca seu uso 
exclusivo em todo território nacional (art. 129 da Lei nº 9.279/96). No tocante ao nome 
empresarial, a proteção também se entende aos Estados em que se abrir filiais, sendo também 
possível a proteção nacional, desde que o empresário formule pedido com este objetivona Juntas 
dos demais Estados, obtendo-se, dessa forma, o direito ao uso exclusivo do nome em todo o país, 
independentemente de abrir filiais nos demais Estados-Membros ou de negociar, de fato, os seus 
produtos ou serviços nesses locais. 
A quarta diferença é quanto ao tipo de proteção. A marca é regida pelo princípio da 
especificidade, restringindo-se a proteção da marca registrada aos produtos e serviços suscetíveis 
de serem confundidos pelos consumidores. Nada obsta, por exemplo, que uma marca adotada por 
certo empresário de tecidos seja também registrada em nome de outro empresário que explora o 
ramo de bebidas. Todavia, à marca de alto renome como, por exemplo, “coca-cola”, será 
assegurada proteção especial, garantindo-se a exclusividade também perante ramos empresariais 
distintos (art. 125 da Lei nº 9.279/96). 
Já o nome empresarial é protegido ainda que as atividades empresariais não sejam 
concorrentes. Assim, no exemplo acima, o empresário de bebidas não pode adotar nome idêntico 
ou semelhante ao nome empresarial do empresário de tecidos. 
 A última diferença refere-se à duração da proteção. O registro da marca vigorará pelo prazo 
de dez anos, salvo se o interessado houver formulado pedido de prorrogação (art. 133 da Lei nº 
9.279/96). O nome empresarial, por sua vez, perdura por prazo indeterminado, enquanto o 
empresário estiver exercendo regularmente as suas atividades, podendo, no entanto, ser extinta a 
proteção se o empresário, durante dez anos consecutivos, permanecer inativo, isto é, não proceder 
a qualquer arquivamento na Junta Comercial, conforme salientamos anteriormente. 
 
CONFLITO ENTRE NOME EMPRESARIAL E MARCA 
 
O princípio da anterioridade do registro soluciona o problema, no âmbito estadual, da colisão 
de nomes empresariais, podendo o primeiro empresário impedir que o segundo registre nome 
idêntico ou semelhante, ainda que eles não sejam concorrentes, isto é, ainda que os ramos de 
atividade sejam distintos. Surgindo, no entanto, o conflito entre nome empresarial e marca, a lei é 
omissa, sendo certo que a jurisprudência não direcionou pelo princípio da anterioridade do 
 
 
 
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DIREITO EMPRESARIAL – Parte 1 
PROF. FLÁVIO MONTEIRO DE BARROS 
registro, resolvendo o problema pela prevalência da marca sobre o nome, ainda que o registro 
deste tenha sido anterior quando ambos os empresários atuarem no mesmo ramo. Se os ramos de 
atividade são distintos, nada obsta a convivência da marca e nome titularizados por empresários 
diferentes, salvo na hipótese de marca de alto renome, cuja proteção estende-se a todos os 
segmentos de mercado, prevalecendo, destarte, esta marca sobre eventual nome empresarial 
registrado anteriormente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO EMPRESARIAL – Parte 1 
PROF. FLÁVIO MONTEIRO DE BARROS 
 
PERGUNTAS: 
 
1) Qual a diferença entre nome empresarial, marca e título do estabelecimento? 
2) Qual a única sociedade que não tem nome empresarial? 
3) Quais as duas espécies de nome empresarial? 
4) A firma pode adotar elemento fantasia? 
5) A função do nome é idêntica na firma e na denominação? 
6) O empresário individual pode usar denominação na composição do nome? 
7) A sociedade em nome coletivo pode adotar firma ou denominação? 
8) Qual a consequência de o sócio comanditário ter o seu nome na sociedade em comandita simples? 
9) Que tipo de sociedade pode adotar tanto firma quanto denominação? 
10) Qual a consequência de não figurar no nome da sociedade limitada a expressão “limitada”? 
11) A sociedade anônima pode adotar firma? 
12) A expressão “S/A” ou “Sociedade Anônima” pode ser usada apenas no início do nome empresarial? E 
a expressão “Cia.” ou “Companhia”? 
13) A sociedade em comandita por ações pode adotar firma e denominação? 
14) Qual a espécie de nome que pode adotar a sociedade simples e as cooperativas? 
15) Quais os requisitos do nome empresarial? 
16) Quais as formas de alteração do nome empresarial? 
17) O nome empresarial pode ser alienado junto com o estabelecimento? 
18) A ação de proteção ao nome empresarial é prescritível? 
19) Quais as consequências do uso indevido do nome empresarial?

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