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Fichamento - CAP V - Teoria formas de governo

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Universidade Federal de Santa Catarina 
Curso de graduação: Direito – 15.1 – Noturno 
Acadêmico: Andrey Lyncon Soares Bento 
Disciplina: Teoria Política 
Professor: Rogério S. Portanova 
 
Fichamento de Leitura: “A Teoria das Formas de Governo” – Norberto Bobbio 
 
Capítulo V – Intervalo 
 
 Com a falta de certa importância no assunto discutido no período da Idade 
Média, o qual é as formas de constituição de um Estado, Norberto dedica este capítulo 
a um grande período de tempo. Ele se detém a certos autores que fazem comentários 
sobre as políticas institucionais. Sobre tal tempo de obscuridade do tema teoria das 
formas de governo, Bobbio fala “No curso da política medieval nada há de 
genuinamente fundamental para o desenvolvimento das teorias das formas de 
governo”. (Página 77 – 1º - 6ª) 
 Essa falta de “criatividade” e “estudos” pela constituição far-se-á pela falta de 
conhecimento, pois textos de grandes obras como a Política de Aristóteles não era 
conhecido, causando esse grande hiato que fora coberto apenas com a redescoberta 
no final do século XIII da obra mencionada anteriormente. Tal texto gera grande 
repercussão, ocasionando na idade média textos “copiados” como o caso de o 
Defensor Pacis, de Marcílio de Pádua(1324). 
 Norberto cita ainda a concepção negativa que se tinha do Estado. O qual 
aponta a visão escolástica como grande influência, já que para tal a função do Estado 
era a de remediar a natureza má do homem, vendo como necessidade e incisivamente 
seu papel controlador e repressivo. Esquecendo-se da função social. Com essa posição 
negativa do Estado não gerando uma discussão realmente congruente a esse respeito 
o debate ficava na esfera Estado-Igreja, a qual objetivo era se ter a certeza de qual 
instituição poderia dar-lhe a salvação, e dessa vez contrapondo-se aos antigos 
filósofos, o Estado perde essa dádiva e quem emerge com tal caraterística é a Igreja. 
 Com a teoria da coerção do Estado para reparar a natureza má dos seres 
humanos não seria fácil encontrar uma teoria do Estado como uma forma boa. “Será 
difícil encontrar uma exposição mais incisiva e sintética da concepção negativa do 
estado: como sua razão de ser é a maldade humana, o poder dos governantes só se 
pode aplicar com o terror. Os homens não são naturalmente bons;” (78-3-1) 
 Essa concepção medieval muito se assemelha com a de Marx, que para ele o 
Estado não poderia ser mantido sem o terror, porém os objetivos são diferentes. 
Enquanto os autores cristãos encontram a salvação do ser paralelamente ao Estado, na 
igreja, Karl vê a resolução do problema na dissolução do Estado, onde a coerção não é 
mais um instrumento. 
 Na obra de Norberto, fala de mais uma explicação quanto a pouca explicação 
das classificações, dessa vez uma aclaração mais filosófica. Para Bobbio o problema 
central dos escritores políticos dos primeiros séculos do cristianismo é antes de tudo 
um problema moral. Tratando-se da relação entre a Justiça e o Estado. Tal postura é 
demonstrada pelo foco do tema “tirania”, que ocupara no pensamento político 
medieval. Uma preocupação foi produzida por Bartolo no “De Regimine Civitatis” o 
“Até aqui nos ajudou o Senhor” 
2 Samuel 7:12 
 
qual distingue o tirano que exerce o poder de forma abusiva – tyrannus ex parte 
exercitii – do tirano que obteve o poder ilegitimamente – tyrannus ex defectu tituli. O 
mais completo tratado sobre o tema vem com Coluccio Salutati em “Tratado sobre o 
Tirano” e as três formas de principatus: regius (rei governa como um pai), politicus (rei 
governa como um marido) e despoticus (rei governa como um senhor de escravos). 
Essa classificação retoma a Aristóteles, tal como os critérios adotados por ele para a 
contribuição do poder em relação a coletividade. Ainda sobre conceitos outrora 
aludidos, Salutati demonstra acerca da legitimidade do príncipe no exercício do poder, 
como usurpador (conquista o governo sem justo título a ele), abusivo (embora possua 
o título, viola leis e privilégios) e justo (legítimo e não-tirano). 
 Dessas ideias surge a confirmação de Bobbio na mesão a Idade Média de Idade 
das Trevas, derivado do supérfluo estudo a respeito do tema principal e das poucas 
teorias e fundamentos a serem acrescentadas para quão importante tema político.

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