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Universidade Federal de Santa Catarina Curso de graduação: Direito – 15.1 – Noturno Acadêmico: Andrey Lyncon Soares Bento Disciplina: Teoria Política Professor: Rogério S. Portanova Fichamento de Leitura: “A Teoria das Formas de Governo” – Capítulo VII – N. Bobbio Capítulo VII - Bodin O autor começa a descrever a obra mais importante de Jean Bodin, que fora um jurista francês que contribuiu bastante para que o absolutismo ganhasse suas mais importantes justificativas intelectuais. Além de preocupar-se com questões de ordem política, Bodin também era um famoso perseguidor das manifestações heréticas de sua época, De la Republique, publicada em 1576 a qual fora uma das mais importantes no período da formação dos grandes estados. Norberto ainda afirma que a obra é o livro de teoria política mais amplo e sistemático desde a Política de Aristóteles. Ficou conhecido na história política como o pensador teórico da soberania, apesar de o conceito de soberania não ter sido inventado por ele. Jean define a soberania deste modo: “Por soberania se entende o poder absoluto e perpétuo que é próprio do Estado” (96 – 2 – 1). Deixa claro os principais aspectos relativos a soberania, que são o caráter absoluto e a perpetuidade. Sendo o conceito de perpétuo fácil de se assimilar, Bobbio define a priori o caráter absoluto. Sendo entendido como o poder “legibus solutos”, de tal forma que este poder não deve-se colocar abaixo das leis promulgadas. Porém este poder absoluto não o deixa isento das leis divinas e naturais as quais criam limites para o soberano, além daquelas que estabelecem sucessão, que regulam relações privadas entre os súditos. Fazendo valer a divisão do Estado em esfera pública e privada, a qual a segunda trata das relações entre súditos e a primeira entre soberano e súditos. Retorna Jean a tripartição das formas de governo: Monarquia, aristocracia e democracia. Sendo que as formas boas e más, pois se tivesse que classificar entre erros e acertos ter ia-se infinitas formas. Não considera a forma mista pelo pensamento de que a junção de duas formas resultaria em uma já conhecida, pois unindo o poder real, aristocrático e o popular chega-se a democracia: “Na realidade não se pode sequer imaginar como se poderia reunir a monarquia, a aristocracia e a democracia. Se a soberania é, como demonstramos, indivisível, como dividi-la entre príncipe, senhores e povo? A primeira prerrogativa da soberania é a de legislar para os súditos. Ora, como poderiam os súditos obedecer, se tivessem também poder de fazer leis? Quem poderia legislar, se fosse obrigado ao mesmo tempo a obedecer as leis? Não se pode deixar de concluir que, se ninguém possuir poder de exclusivo de promulgar as leis, e esse poder cabe a todos, o regime do Estado é democrático”. (98 – 3 – 1) Para Bodin, o poder do soberano consiste a priori no de legislar, não podendo ser divisível. Se for um o legislador isso é a monarquia, se for um grupo este é a aristocracia, mas quando todos podem legislar este é o estado democrático. Para Jean, a maior instabilidade é aquela que consiste na fragmentação do poder, sendo que o estado misto nada mais está pautado do que na divisão do poder soberano. Ainda fáz “Até aqui nos ajudou o Senhor” 2 Samuel 7:12 críticas aos autores que defenderam o estado misto e puseram de exemplo alguns estados. Para ele se fosse observado melhor veria que sempre uma das formas que governavam o poder (príncipe, aristocrata ou povo) prevalecia sobre a outra, a qual assegurava a estabilidade. Com inovação traz a diferenciação de Estado (legislador) e Governo(executor), dizendo que poderá sim haver um Estado monárquico com um governo aristocrático ou democrático; ou um Estado aristocrático com governo democrático assim sucessivamente. A forma de governo depende de quem tem maiores vantagens do Estado. Parecendo que ideia da tripartição primeiramente citada cai por terra e levanta-se uma com nove formas de Estado-Governo. No decorrer do capítulo vemos que não há grandiosas variações de aspectos quanto as formas de governo já apresentadas por outros autores. Há sim, um novo modo de compreende-las, que nos leva a sistematização que Bodin criou. Também deixa um precedente para a confirmação de superioridade e legitimação de povos conquistados, além de grandes críticas a religião. Ele fora conhecido como o “Procurador do Diabo”.
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