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Regime Jurídico Único - II

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REGIME JURÍDICO ÚNICO P/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL (INSS)
em Teoria e Exercícios
Aula 02
`Prof. Carlos Antônio Bandeira
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................... 2
2. VENCIMENTO, REMUNERAÇÃO E SUBSÍDIO ...................................... 3
2.1. VENCIMENTO ................................................................................ 3
2.2. REMUNERAÇÃO .............................................................................. 4
2.3. SUBSÍDIO .................................................................................... 4
2.4. “ABATE-TETO” .............................................................................. 5
2.5. MAIS REGRAS SOBRE REMUNERAÇÃO E SUBSÍDIO ..................................... 10
2.6. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE E MEDIDA PROVISÓRIA .................................... 13
3. INDENIZAÇÕES .............................................................................. 15
3.1. AJUDA DE CUSTO .......................................................................... 15
3.2. DIÁRIA ..................................................................................... 16
3.3. TRANSPORTE .............................................................................. 18
3.4. AUXÍLIO-MORADIA ........................................................................ 18
4. GRATIFICAÇÕES E ADICIONAIS ..................................................... 19
4.1. RETRIBUIÇÃO PELO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DE DIREÇÃO .............................. 20
4.2. GRATIFICAÇÃO NATALINA ................................................................ 20
4.3. ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE, PERICULOSIDADE OU ATIVIDADES PENOSAS ..... 21
4.4. ADICIONAL POR SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO ........................................... 22
4.5. ADICIONAL NOTURNO ..................................................................... 22
4.6 . ADICIONAL DE FÉRIAS ................................................................... 23
4.7. GRATIFICAÇÃO POR ENCARGO DE CURSO OU CONCURSO ............................. 23
5. FÉRIAS ........................................................................................... 24
6. LICENÇAS ....................................................................................... 25
6.1. POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA FAMÍLIA ..................................... 26
6.2. POR MOTIVO DE AFASTAMENTO DE CÔNJUGE OU COMPANHEIRO ..................... 26
6.3. PARA O SERVIÇO MILITAR ................................................................ 27
6.4. PARA TRATAR DE ATIVIDADE POLÍTICA .................................................. 27
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6.5. PARA CAPACITAÇÃO ....................................................................... 28
6.6. PARA TRATAR DE INTERESSES PARTICULARES .......................................... 28
6.7. PARA DESEMPENHO DE MANDATO CLASSISTA .......................................... 29
7. AFASTAMENTOS ............................................................................. 29
7.1. PARA SERVIR EM OUTRO ÓRGÃO OU ENTIDADE (CESSÃO) ............................ 30
7.2. PARA SERVIR EM MANDATO ELETIVO .................................................... 32
7.3. PARA MISSÃO OU ESTUDO NO EXTERIOR ............................................... 33
7.4. PARTICIPAÇÃO EM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO ................................... 33
8. CONCESSÕES .................................................................................. 35
9. TEMPO DE SERVIÇO ........................................................................ 36
10. DIREITO DE PETIÇÃO ................................................................... 37
EXERCÍCIOS COMENTADOS ................................................................ 43
EXERCÍCIOS REPETIDOS .................................................................... 78
GABARITO .......................................................................................... 91
RESUMO ............................................................................................. 91
1. INTRODUÇÃO
Olá! Tudo bem?! Espero que sim! Vamos à nossa Aula 02?! 
Muito bem! Parte de nossos temas de hoje estão vinculados a alguma 
espécie de pagamento ($$$) que a Administração é legalmente obrigada a 
fazer aos servidores públicos que trabalham na grande “máquina 
administrativa” federal, tendo em vista direitos dos servidores públicos 
federais, previstos na Constituição e na legislação federal. Ex.: direito ao 
recebimento de remuneração, de diárias e auxílio-moradia, nas hipóteses 
legais, etc. 
Há também uma parte de direitos que não se resumem a nenhum 
tipo de pagamento. Afinal de contas, como diz o conhecido ditado: “dinheiro 
não é tudo na vida”! Ex.: direito de gozar determinados tipos de afastamentos 
do serviço público para desempenhar certas atividades permitidas pela 
legislação (estudo no exterior, etc.), ausentar do serviço por razão específica 
 
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(para cuidar da saúde de familiares, p.ex.), obter licenças (para tratar de 
assuntos de interesse particular, p.ex.), direito à contagem de tempo de 
serviço, etc. 
“A sabedoria é a coisa principal; adquire pois a sabedoria, 
emprega tudo o que possuis na aquisição de entendimento.” 
Provérbios 4:7 
 
2. VENCIMENTO, REMUNERAÇÃO E SUBSÍDIO
O primeiro passo é conhecer o significado das seguintes palavras: 
⇒ VENCIMENTO; 
⇒ REMUNERAÇÃO; 
⇒ SUBSÍDIO; e 
⇒ ABATE-TETO. 
Essas palavras são muito parecidas, não é verdade?! Mas seus 
significados jurídicos são sutilmente distintos. Vejamos, a seguir. 
2.1. VENCIMENTO
VENCIMENTO é a retribuição pecuniária pelo exercício do cargo público, 
com valor fixado em lei (art. 40, da Lei no 8.112), sendo que “pecúnia” 
significa “dinheiro”. 
Em resumo: quem ocupar um cargo público e exercer as respectivas 
funções fará jus ao valor mensal do vencimento, legalmente atribuído ao 
cargo. 
Mas, existem outros direitos pecuniários a serem computados no histórico 
de pagamentos de um servidor público regido pela Lei no 8.112, senão 
vejamos. 
 
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2.2. REMUNERAÇÃO
Pelo art. 40, da Lei no 8.112, REMUNERAÇÃO é o VENCIMENTO do 
cargo efetivo, acrescido das VANTAGENS PECUNIÁRIAS PERMANENTES 
ESTABELECIDAS EM LEI! 
Uma pergunta importante: como saber se a vantagem permanente 
é relativa ao cargo ou é individual? Respondo: a própria lei dirá. Via de 
regra, quando a vantagem permanente beneficiar a todos os servidores que 
estiverem ocupando determinados cargos da mesma espécie, essa vantagem 
será do cargo e não individual. Por outro lado, se a vantagem não for 
automaticamente extensível a todos os servidores ocupantes da mesma 
espécie de cargo, ela será de natureza individual. 
Exs.: 
• Vantagem permanente do cargo: “representação mensal” era 
uma parcela que compunha os vencimentos da carreira de 
Procurador da Fazenda Nacional, no passado. Ela já não existe mais, 
mas era devida a todos os ocupantes do cargo. 
• Vantagem pecuniária individual: quem trabalha em local 
insalubre, fará jus ao “adicional de insalubridade”. O pagamento 
dessa vantagem acompanha sempre o servidor público, desde que 
verificadas as circunstâncias autorizadoras, e não o cargo, pois deve 
deixarde ser pago ao servidor se o local perder a condição de 
insalubridade (art. 68, § 2o, da Lei no 8.112). 
2.3. SUBSÍDIO
O pagamento por SUBSÍDIO constitui a mais nova sistemática de 
retribuição financeira no serviço público, prevista no art. 39, §§ 4o e 8o, da 
CF. Essa forma de pagamento pode alcançar cargos organizados em carreira 
de qualquer ente da Federação, a depender da lei que rege cada espécie de 
cargo público (art. 37, inciso X, da CF)! 
É um tipo de pagamento feito em parcela única, sendo vedado o 
acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de 
representação ou outra espécie remuneratória (art. 37, incisos X e XI, e 39, § 
4o, da CF), ressalvado o direito ao recebimento das verbas previstas no art. 
 
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39, § 3o, da CF (ex.: décimo terceiro salário, adicional de 1/3 salarial no mês 
das férias, dentre outros) e das parcelas de caráter indenizatório. 
CF: 
“Art. 37. ...................................................................................... 
.............................................. 
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o 
§ 4o do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei 
específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada 
revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; 
.............................................. 
Art. 39. ...................................................................................... 
.............................................. 
§ 4o O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os 
Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão 
remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela 
única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, 
prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, 
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. 
§ 8o A remuneração dos servidores públicos organizados em 
carreira poderá ser fixada nos termos do § 4o.” 
 
2.4. “ABATE-­‐TETO”
Todos já devem ter ouvido falar da regra do “ABATE-TETO”, pelo menos, 
por intermédio da mídia. Ela está prevista no art. 39, inciso XI, da CF. 
CF: 
“Art. 37. ...................................................................................... 
.............................................. 
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e 
empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, 
dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e 
 
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dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie 
remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as 
vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão 
exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do 
Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, 
o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio 
mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos 
Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o 
subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a 
noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio 
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no 
âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do 
Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; 
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder 
Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo; 
......................................... 
§ 11 Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios 
de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter 
indenizatório previstas em lei.” 
Na esfera federal, o assunto do “abate-teto” é tratado pela Lei no 8.852, 
de 19941. 
Para fins dessa Lei, VENCIMENTO BÁSICO é o mesmo que vencimento 
previsto no art. 40, da Lei no 8.112: “Art. 40. Vencimento é a retribuição 
pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei.” 
VENCIMENTOS não é o mesmo que vencimento. Essa distinção também 
surgiu com o art. 1o, inciso II, da citada Lei no 8.852, ou seja, ela não é 
encontrada na Lei no 8.112. Vencimentos representam a soma: 
a. do vencimento básico; com 
b. as vantagens permanentes relativas ao cargo. 
O outro conceito importante é o do art. 1o, inciso III, da Lei no 8.852, de 
1994, qual seja, o de que a REMUNERAÇÃO é a soma dos vencimentos com 
os valores adicionais de caráter individual e demais vantagens. 
 
1 “Dispõe sobre a aplicação dos arts. 37, incisos XI e XII, e 39, § 1o, da Constituição Federal, e dá outras 
providências.” 
 
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A regra de limitação de vencimentos e remuneração está disposta no 
quadro abaixo: 
CF: 
“Art. 2o Para os fins do inciso XII do art. 37 da Constituição Federal, o 
maior valor de vencimentos corresponderá, no Poder Executivo, a 
no máximo 90% (noventa por cento) da remuneração devida a Ministro 
de Estado. 
Art. 3o O limite máximo de remuneração, para os efeitos do inciso 
XI do art. 37 da Constituição Federal, corresponde aos valores 
percebidos, em espécie, a qualquer título, por membros do Congresso 
Nacional, Ministros de Estado e Ministros do Supremo Tribunal Federal” 
Não obstante, guardem: a Constituição e o legislador estabeleceram 
que AS PARCELAS DE CARÁTER INDENIZATÓRIO NÃO PODEM 
INTEGRAR A REMUNERAÇÃO, as quais estão previstas no art. 1o, inciso III, 
da Lei no 8.852, e, por via de consequência, PODEM ULTRAPASSAR O TETO: 
“a) diárias; 
b) ajuda de custo em razão de mudança de sede ou indenização de 
transporte; 
c) auxílio-fardamento; 
d) gratificação de compensação orgânica, a que se refere o art. 18 da Lei 
no 8.237, de 1991; 
e) salário-família; 
f) gratificação ou adicional natalino, ou décimo-terceiro salário; 
g) abono pecuniário resultante da conversão de até 1/3 (um terço) das 
férias; 
h) adicional ou auxílio natalidade; 
i) adicional ou auxílio funeral; 
j) adicional de férias, até o limite de 1/3 (um terço) sobre a retribuição 
habitual; 
l) adicional pela prestação de serviço extraordinário, para atender 
situações excepcionais e temporárias, obedecidos os limites de duração 
previstos em lei, contratos, regulamentos, convenções, acordos ou 
dissídios coletivos e desde que o valor pago não exceda em mais de 50% 
 
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(cinquenta por cento) o estipulado para a hora de trabalho na jornada 
normal; 
m) adicional noturno, enquanto o serviço permanecer sendo prestado em 
horário que fundamente sua concessão; 
n) adicional por tempo de serviço; 
o) conversão de licença-prêmio em pecúnia facultada para os empregados 
de empresa pública ou sociedade de economia mista por ato normativo, 
estatutário ou regulamentar anterior a 1o de fevereiro de 1994; 
p) adicional de insalubridade, de periculosidade ou pelo exercício de 
atividades penosas percebidodurante o período em que o beneficiário 
estiver sujeito às condições ou aos riscos que deram causa à sua 
concessão; 
q) hora repouso e alimentação e adicional de sobreaviso, a que se 
referem, respectivamente, o inciso II do art. 3o e o inciso II do art. 6o da 
Lei no 5.811, de 11 de outubro de 1972; 
r) outras parcelas cujo caráter indenizatório esteja definido em lei, ou seja 
reconhecido, no âmbito das empresas públicas e sociedades de economia 
mista, por ato do Poder Executivo.” 
Em suma, pessoal, a regra do “ABATE-TETO” foi criada para limitar os 
gastos do erário (dinheiro dos cofres públicos). 
ATENÇÃO: na hora da prova, fiquem atentos para o que estará 
sendo questionado pela banca! 
ü Pode ser que o examinador se limite a perguntar assuntos da Lei 
no 8.112, e nem queira saber das conceituações da Lei no 8.852, 
de 1994. 
ü Por outro lado, o foco da banca pode estar sobre a Lei no 8.852, 
de 1994. 
ü Para simplificar o estudo desse assunto, seguem os destaques 
mais importantes que você precisa guardar, de cada Lei: 
 
Lei no 8.112: 
“Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de 
cargo público, com valor fixado em lei. 
 
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Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido 
das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.” 
 
 
Lei no 8.852: 
“Art. 1o Para os efeitos desta Lei, a retribuição pecuniária devida na 
administração pública direta, indireta e fundacional de qualquer dos 
Poderes da União compreende: 
I - como vencimento básico: 
a) a retribuição a que se refere o art. 40 da Lei nº 8.112, de 11 de 
dezembro de 1990, devida pelo efetivo exercício do cargo, para os 
servidores civis por ela regidos; 
..................................... 
II - como vencimentos, a soma do vencimento básico com as 
vantagens permanentes relativas ao cargo, emprego, posto ou 
graduação; 
III - como remuneração, a soma dos vencimentos com os adicionais 
de caráter individual e demais vantagens, nestas compreendidas as 
relativas à natureza ou ao local de trabalho e a prevista no art. 62 da 
Lei nº 8.112, de 1990, ou outra paga sob o mesmo fundamento, sendo 
excluídas: 
a) diárias; (...)”. 
Mais uma vez, peço que guardem: os direitos pecuniários do 
servidor indicados no art. 1o, inciso III, e alíneas, da Lei no 8.852, não 
podem deixar de ser pagos ao servidor e não integram o conceito de 
remuneração, nem de subsídio, os quais NÃO ESTÃO SOB O LIMITE DO 
“ABATE-TETO”. 
Agora, vejamos as seguintes “fórmulas”, para guardar Os conceitos vistos 
até agora: 
VENCIMENTO = RETRIBUÇÃO DO CARGO. 
 
VENCIMENTOS = VENCIMENTO + VANTAGENS PERMANENTES DO CARGO. 
 
 
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REMUNERAÇÃO = VENCIMENTO + VANTAGENS PECUNIÁRIAS 
PERMANENTES – PARCELAS INDENIZATÓRIAS. 
OU 
REMUNERAÇÃO = VENCIMENTOS + VANTAGENS ADICIONAIS DE CARÁTER 
INDIVIDUAL E DEMAIS VANTAGENS – PARCELAS INDENIZATÓRIAS. 
 
SUBSÍDIO = PARCELA ÚNICA + VERBAS INDENIZATÓRIAS + 
VERBAS ASSEGURADAS PELO ART. 39, § 3O, DA CF (férias, 
gratificação natalina, p.ex.). 
 
“ABATE-TETO”: 
Ø MAIOR VALOR DE VENCIMENTOS: no Poder Executivo, no 
máximo 90% da remuneração devida a Ministro de Estado. 
Ø LIMITE MÁXIMO DE REMUNERAÇÃO, para os efeitos do inciso 
XI do art. 37 da CF, corresponde aos valores percebidos, em 
espécie, a qualquer título. 
Ø VALORES EXCLUÍDOS DO “ABATE-TETO”: verbas 
indenizatórias (art. 1o, inciso III, da Lei no 8.852 e art. 37, § 11, 
da CF: “§ 11 Não serão computadas, para efeito dos limites 
remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste 
artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em 
lei”).
 
2.5.MAIS REGRAS SOBRE REMUNERAÇÃO E SUBSÍDIO
a. Remuneração é irredutível (art. 40, § 3o, da Lei 8.112). Subsídio 
também é irredutível (art. 37, inciso XV, da CF). Então: nenhuma lei 
ou qualquer outro tipo de ato infralegal poderá reduzir o ganho mensal 
dos titulares dessas verbas, sob pena de inconstitucionalidade. 
b. Mas, ambos sujeitam-se ao chamado “abate-teto”, ressalvadas as 
parcelas de caráter indenizatório previstas em lei (art. 37, § 11, da 
CF). 
 
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c. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum desconto 
incidirá sobre a remuneração ou provento (art. 45, caput, da Lei no 
8.112). 
Lei no 8.112: 
“Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum 
desconto incidirá sobre a remuneração ou provento. 
Parágrafo único. Mediante autorização do servidor, poderá haver 
consignação em folha de pagamento a favor de terceiros, a critério da 
administração e com reposição de custos, na forma definida em 
regulamento.” 
d. Mediante autorização do servidor, poderá haver consignação em folha 
de pagamento a favor de terceiros, a critério da Administração e com 
reposição de custos, na forma definida em regulamento (art. 45, caput, 
da Lei no 8.112). Essa matéria é, atualmente, objeto do Decreto no 
6.386, de 29 de fevereiro de 2008. 
Lei no 8.112: 
“Art. 45. ................................................................................... 
Parágrafo único. Mediante autorização do servidor, poderá haver 
consignação em folha de pagamento a favor de terceiros, a 
critério da administração e com reposição de custos, na forma 
definida em regulamento.” 
e. Por pagamentos indevidos a servidores ou indenizações devidas por 
esses ao Poder Público, serão eles obrigados à reposição ou ao 
pagamento em favor dos cofres públicos (arts. 45 e 46, da Lei no 
8.112). 
Lei no 8.112: 
“Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, atualizadas até 30 de 
junho de 1994, serão previamente comunicadas ao servidor ativo, 
aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no prazo máximo de 
trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do interessado. 
§ 1o O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao 
correspondente a dez por cento da remuneração, provento ou 
 
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pensão. 
§ 2o Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês anterior 
ao do processamento da folha, a reposição será feita 
imediatamente, em uma única parcela. 
§ 3o Na hipótese de valores recebidos em decorrência de cumprimento 
a decisão liminar, a tutela antecipada ou a sentença que venha a 
ser revogada ou rescindida, serão eles atualizados até a data da 
reposição.” 
f. No caso de servidor demitido, exonerado ou que tiver sua 
aposentadoria ou disponibilidade cassada, deve pagar valores que 
estiverem em débito com o erário no prazo máximo de 60 dias, sob pela 
de inscrição em Dívida Ativa (art. 47, da Lei no 8.112). 
Lei no 8.112: 
“Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demitido, 
exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade 
cassada, terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito.” 
g. Pelo art. 44, incisos I e II, da Lei no 8.112, o servidor deixará de fazer 
jus à remuneração nas hipóteses de: a) faltas injustificadas ao 
trabalho; e b) atrasos, salvo hipótese de compensação. 
CF: 
“Art. 44. O servidor perderá: 
I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, semmotivo 
justificado; 
II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos, 
ausências justificadas, ressalvadas as concessões de que trata o art. 
97, e saídas antecipadas, salvo na hipótese de compensação de 
horário, até o mês subseqüente ao da ocorrência, a ser estabelecida 
pela chefia imediata. 
Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito 
ou de força maior poderão ser compensadas a critério da chefia 
imediata, sendo assim consideradas como efetivo exercício.” 
 
 
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2.6. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE E MEDIDA PROVISÓRIA
 Como vimos, a matéria de remuneração e subsídio de cargos públicos 
federal são reservadas à lei (art. 37, incisos XI e XII, da CF)! 
Por isso, essas matérias não podem ser veiculadas por decreto, resolução, 
portaria, etc. Ou seja: a criação, modificação ou revogação desses direitos 
devem ser veiculados por meio de lei. 
è Exceção: NA ESFERA FEDERAL, podem ser objeto de medida 
provisória (MP), já que esse tipo de assunto não está entre as vedações 
do art. 62, § 1o, da CF. 
è Detalhe importante da exceção: a MP somente poderá cuidar 
dessa matéria se estiver incluída no rol de matérias de iniciativa própria 
do Presidente da República (art. 61, § 1o, da CF). 
è MAS, CUIDADO, PORQUE NÃO são de iniciativa do Presidente 
da República (e, por isso, não podem ser objeto de Medida 
Provisória) , a remuneração: 
→ do Poder Legislativo federal, privativos da iniciativa da Câmara dos 
Deputados (art. 51, inciso IV, da CF) ou do Senado Federal (art. 52, 
inciso XIII, da CF); 
→ da Magistratura federal (art. 96, inciso II, alínea “b”, da CF); 
→ da Ministério Público federal (art. 127, § 2o, da CF);\ 
→ de outros entes da Federação (Estados, Distrito Federal e Municípios). 
Ainda sobre as MPs: 
a. possuem força de lei e vigência imediata, portanto, entram 
imediatamente em vigor, a partir da data de sua publicação; 
b. somente podem ser editadas pelo Presidente da República, nos casos 
considerados de relevância e urgência (art. 62, da CF); 
c. devem ser votadas em 60 dias, prorrogáveis por mais 60, sob pena de 
perderem os efeitos desde a data em que foram publicadas. 
CF: 
“Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República 
poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo 
 
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submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. 
§ 1o É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: 
I – relativa a: 
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e 
direito eleitoral; 
b) direito penal, processual penal e processual civil; 
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a 
garantia de seus membros; 
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos 
adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3o; 
II – que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou 
qualquer outro ativo financeiro; 
III – reservada a lei complementar; 
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional 
e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. 
............................... 
§ 3o As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 
perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei 
no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7o, uma 
vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por 
decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. 
§ 4o O prazo a que se refere o § 3o contar-se-á da publicação da 
medida provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso do 
Congresso Nacional. 
.................................. 
§ 7o Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de 
medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua 
publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do 
Congresso Nacional.” 
Pois bem! Nosso próximo passo será falar sobre as seguintes espécies de 
pagamentos: indenizações, gratificações e adicionais. Preparados?! Não 
se preocupem que, um pouco mais à frente, veremos na parte de exercícios, 
 
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como isso tudo vem sendo questionado em concursos públicos. Nada muito 
difícil. Somente são necessários a leitura e o treinamento! 
 
3. INDENIZAÇÕES
As indenizações ressarcem o servidor por algum gasto feito em 
razão do serviço público. O ganho desses valores não deve se incorporar 
ao vencimento ou ao provento de aposentadoria, para qualquer tipo de 
efeito (art. 49 § 1o, da Lei no 8.112). Ou seja, o servidor somente recebe 
indenização quando houver motivo para recebê-la. Caso fosse incorporável, o 
servidor passaria a receber indenizações sem ter direito, ferindo a regra da 
proibição de enriquecimento ilícito. E também não estão sujeitas ao limite do 
“abate-teto”. 
Lei no 8.112: 
“Art. 49. ...................................................................................... 
............................................ 
§ 1o As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento 
para qualquer efeito. 
§ 2o As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento 
ou provento, nos casos e condições indicados em lei.” 
As indenizações são as seguintes: 
⇒ Ajuda de custo; 
⇒ Diária; 
⇒ Transporte; e 
⇒ Auxílio-moradia. 
 
3.1. AJUDA DE CUSTO
A AJUDA DE CUSTO indeniza despesas de instalação e deslocamento 
para uma nova sede (trata-se de um reposicionamento do local de serviço do 
servidor para uma outra cidade). É realizada no interesse do serviço, com 
mudança de domicilio e em caráter permanente (arts. 53 a 57, da Lei no 
8.112). 
 
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a) Beneficiários: 
• o servidor e sua família: pelas despesas de transporte para a nova sede, 
compreendendo passagens, bagagens e bens pessoais; ou 
• os familiares de servidor: caso este venha a falecer já na nova 
localidade, os familiares devem requerer essa indenização, para nova 
mudança, no prazo de 1 ano contado do óbito; 
• não servidor da União: quando for nomeado para cargo em comissão, e 
houver mudança de domicílio (no caso, esse “novo servidor” ainda não 
possui vínculo funcional com a Administração e passa a ter o vínculo 
quando for investido no cargo em comissão); e 
• servidor federal cedido: quando for designado, por cessão, para ocupar 
cargo em comissão ou função de confiança em outro órgão ou entidade 
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, casos em que as despesas correrão por conta do 
cessionário (órgão ou entidade pública de destino do servidor cedido). 
b) Vedação de duplo pagamento: 
• caso em que o cônjuge, que também é servidor, vem a ser removido 
para ter exercício na mesma sede, a qualquer tempo, não possui direito 
à ajuda de custo. 
c) Valor: 
• será calculada sobre a remuneração do servidor, segundo regras 
especificadas por regulamento, e não poderá superar três meses de 
remuneração. 
d) Dever de restituir: 
• caso o beneficiário deixar de se apresentar na nova sede, em30 dias, 
sem justificativa, deverá restituir o valor da ajuda de custo ao erário. 
3.2. DIÁRIA
É a forma de indenização por eventuais e transitórios afastamentos 
da sede, para outro ponto do território nacional ou para o exterior (arts. 58 a 
59, da Lei no 8.112). 
O valor das diárias é calculado por dia de afastamento (por isso que se 
chama “diária”). Serve para indenizar as chamadas “despesas extraordinárias” 
(excepcionais) com pousada, alimentação e locomoção urbana, na forma de 
 
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regulamento (regulamento pode ser editado por decreto, que podem ser 
complementado por portarias). 
a) Beneficiário: 
• o servidor: que viaja para fora da sede do serviço, no interesse da 
Administração. Por exemplo: o servidor lotado em Brasília que viaja para 
Manaus, no interesse do serviço. Nesse caso, ele faz jus a diárias pelos 
dias de deslocamento, e também pelas passagens de ida e de volta! 
b) Não se paga diária quando: 
• houver deslocamentos que constituam exigência permanente do cargo, 
já que somente podem ser indenizados, com diárias, os afastamentos 
eventuais; 
• houver deslocamentos dentro da mesma região metropolitana, 
aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por municípios 
limítrofes e regularmente instituídas, ou em áreas de controle integrado 
mantidas com países limítrofes, cuja jurisdição e competência dos 
órgãos, entidades e servidores brasileiros considera-se estendida, salvo 
se houver pernoite fora da sede, hipóteses em que as diárias pagas 
serão sempre as fixadas para os afastamentos dentro do território 
nacional. 
c) Valor pela metade: 
• quando o deslocamento indenizável não exigir pernoite (noite dormida) 
fora da sede, paga-se metade do valor de uma diária. Por exemplo: 
servidor viaja pela manhã e retorna à noite para a sede do serviço. 
Nesse caso, será devida apenas meia diária. Por outro lado, se passar 
quatro dias viajando, no último (quarto dia), não ocorrerá pernoite. 
Logo, serão devidas 3 diárias inteiras e uma meia diária por esse 
deslocamento; ou 
• quando a União custear, por meio diverso, as despesas extraordinárias 
cobertas por diárias (hospedagem do servidor e alimentação em locais 
pertencentes à própria Administração, por exemplo); 
d) Dever de restituir: 
• caso não se realizar o afastamento da sede, por qualquer motivo, 
deverão ser integralmente restituídas as diárias, no prazo de 5 dias; e 
 
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• nos casos de retorno antecipado à sede, o servidor que recebeu diárias 
deverá restituir os valores recebidos em excesso, em até 5 dias 
contados da chegada. 
e) Passagens: 
• juntamente com as diárias, devem ser fornecidas as passagens para o 
deslocamento do servidor, tanto para a ida como para a volta. 
3.3. TRANSPORTE
É a forma de indenização pela utilização de meio próprio de 
locomoção para a execução de serviços externos (“na rua”), em razão das 
atribuições próprias do cargo (art. 60, da Lei no 8.112). 
a) Beneficiário: 
• o servidor: pela utilização de seu veículo de transporte, no interesse do 
serviço. 
b) Valor: 
• conforme se dispuser em regulamento (decreto, portaria, etc.). 
 
3.4. AUXÍLIO-­‐MORADIA
É uma espécie de indenização por despesas de aluguel de moradia ou 
com meio de hospedagem administrado por empresa hoteleira, no prazo de 
um mês após a comprovação da despesa pelo servidor (arts. 60-A a 60-E, da 
Lei no 8.112). É praticamente um sistema de reembolso, já que a indenização 
é paga depois que o servidor praticou a despesa. 
a) Beneficiário: 
• o servidor: que tiver direito a utilizar imóvel funcional, mas não tenha 
nenhum disponível para seu uso; cujo cônjuge ou companheiro não 
ocupe imóvel funcional; que não tenha adquirido ou assinado algum tipo 
de contrato para aquisição de imóvel no município onde for exercer o 
cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de 
construção, nos 12 meses que antecederem à nomeação; que nenhuma 
outra pessoa que resida com o servidor receba auxílio-moradia; que 
tenha se mudado do local de residência para ocupar cargo em comissão 
ou função de confiança do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - 
 
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DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou 
equivalentes; o Município no qual assuma o cargo em comissão ou 
função de confiança não se enquadre nas hipóteses do art. 58, § 3o, em 
relação ao local de residência ou domicílio do servidor; o servidor não 
tenha sido domiciliado ou tenha residido no Município, nos últimos doze 
meses, aonde for exercer o cargo em comissão ou função de confiança, 
desconsiderando-se prazo inferior a 60 dias dentro desse período, sem 
considerar o prazo no qual o servidor estava ocupando algum dos cargos 
em comissão acima mencionados; e o deslocamento não tenha sido por 
força de alteração de lotação ou nomeação para cargo efetivo; o 
deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006. 
b) Outras limitações: 
• não pode ser concedido por prazo superior a 8 anos dentro de cada 
período de 12 anos, devendo ser observado, nesses casos, os requisitos 
do art. 60-B, incisos I a IX, da Lei no 8.112; 
c) Valor: 
• mensal limitado a 25% do valor do cargo em comissão, função 
comissionada ou cargo de Ministro de Estado ocupado; 
• não poderá superar 25% da remuneração de Ministro de Estado; 
• independentemente do valor do cargo em comissão ou função 
comissionada, fica garantido a todos os que preencherem os requisitos 
de ressarcimento até o valor de R$ 1.800,00. 
d) Casos de falecimento, exoneração, colocação de imóvel funcional à 
disposição do servidor ou aquisição de imóvel: 
• o auxílio-moradia continuará sendo pago por um mês. 
 
4. GRATIFICAÇÕES E ADICIONAIS
As GRATIFICAÇÕES e os ADICIONAIS complementam os ganhos do 
servidor, e podem ser incorporados à remuneração ou ao provento de 
aposentadoria, a depender de expressa previsão legal. 
A Lei no 8.112 estipula as seguintes hipóteses: 
⇒ Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e 
assessoramento; 
 
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⇒ Gratificação natalina; 
⇒ Adicionais de insalubridade, periculosidade ou atividades 
penosas; 
⇒ Adicional por serviço extraordinário; 
⇒ Adicional noturno; 
⇒ Adicional de férias; e 
⇒ Gratificação por encargo de curso ou concurso. 
 
4.1. RETRIBUIÇÃO PELO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DE DIREÇÃO
Como o próprio nome diz, é a gratificação pelo exercício de função de 
confiança ou cargo em comissão (arts. 62 e 62-A, da Lei no 8.112). 
a) Beneficiário: 
• o servidor: que exercer função de confiança ou ocupar cargo em 
comissão. Deve estar nomeado e em efetivo exercício para fazer jus a 
esse tipo de gratificação. 
b) Valor: 
• conforme se dispuser em lei. 
4.2. GRATIFICAÇÃO NATALINA
É a gratificação que deve ser paga sobre 1/12 da remuneração que o 
servidor fizer jus no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo 
ano (arts. 63 a 66, da Lei no 8.112). É o famoso “décimo terceiro salário”! 
a) Beneficiário: 
• todo servidor. 
• inclusive o exonerado: perceberá sua gratificação natalina,proporcionalmente aos meses de efetivo exercício, calculada sobre a 
remuneração do mês da exoneração. Por exemplo: servidor que 
trabalhou apenas seis meses em um determinado cargo. Ao ser 
exonerado, fará jus a 6/12 da remuneração, a título de gratificação 
natalina. 
b) Valor: 
 
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• cálculo sobre 1/12 (um doze avos) da remuneração a que o servidor 
fizer jus no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano; 
• fração igual ou superior a 15 dias será considerada como mês integral. 
 
4.3. ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE, PERICULOSIDADE OU ATIVIDADES
PENOSAS
São os adicionais devidos para servidores que trabalhem, habitualmente, 
em locais insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas, 
radioativas ou com risco de vida (arts. 68 a 72, da Lei no 8.112). 
a) Beneficiário: 
• o servidor: que trabalhe nas condições acima descritas, de forma 
habitual (ao contrário de episodicamente, esporadicamente, “de vez em 
quando” ou apenas uma única vez); 
• servidores que tenham exercício em zonas de fronteira ou em localidades 
cujas condições de vida o justifiquem: nos termos, condições e limites 
fixados em regulamento (ex.: fronteira com países, em zona de 
incidência maior de criminalidade); 
• não podem receber, nem trabalhar nessas áreas: servidora gestante ou 
lactante, que deverão ser afastadas, enquanto durar a gestação e a 
lactação, das operações e locais nessa condições, devendo exercer suas 
atividades em local salubre e em serviço não penoso e não perigoso. 
b) Valor: 
• a ser definido em lei; 
• opção: servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de 
periculosidade deverá optar por receber apenas um deles. 
c) Controle permanente: 
• haverá permanente controle da atividade de servidores em operações 
ou locais considerados penosos, insalubres ou perigosos; 
• os locais de trabalho e os servidores que operam com Raios X ou 
substâncias radioativas serão mantidos sob controle permanente, de 
modo que as doses de radiação ionizante não ultrapassem o nível 
máximo previsto na legislação própria; 
 
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• os beneficiários desses adicionais serão submetidos a exames médicos 
a cada 6 meses; 
• o direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade cessa com a 
eliminação das condições ou dos riscos que deram causa a sua 
concessão. 
4.4. ADICIONAL POR SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO
É o adicional pelo desempenho de SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO (arts. 
73 e 74, da Lei no 8.112). O legislador não disse exatamente o que é 
extraordinário. Por isso, essa característica deve ser regulamentada (tratada 
em outro diploma, que pode ser outra lei ou decreto, p.ex.). 
a) Beneficiário: 
• o servidor: pela prestação de serviço extraordinário ao Poder Público, em 
situações excepcionais e temporárias. 
b) Valor: 
• acréscimo de 50% em relação à hora normal de trabalho; 
• deve ser respeitado o limite máximo de 2 horas por jornada. 
 
4.5. ADICIONAL NOTURNO
É o adicional que se paga por serviço noturno, realizado entre 22 horas 
de um dia e 5 horas do dia seguinte (arts. 75, da Lei no 8.112). 
a) Beneficiário: 
• o servidor: pelo efetivo trabalho no período noturno. 
b) Valor: 
• valor-hora acrescido de 25%, computando-se cada hora como 52 
minutos e 30 segundos; 
• em se tratando de serviço extraordinário, o adicional noturno incidirá 
sobre o adicional de serviço extraordinário. 
 
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4.6 . ADICIONAL DE FÉRIAS
O adicional de férias é pago a todo servidor, independentemente de 
solicitação, por ocasião das férias (art. 76, da Lei no 8.112). Férias é o 
afastamento das atividades do cargo, por 30 dias e com remuneração. 
a) Beneficiário: 
• o servidor: que entrar no gozo do período de férias. 
b) Valor: 
• adicional correspondente a 1/3 da remuneração do período das férias; 
• a vantagem pelo exercício de função de direção, chefia ou 
assessoramento, ou de cargo em comissão, será considerada no 
cálculo do adicional de férias. 
4.7. GRATIFICAÇÃO POR ENCARGO DE CURSO OU CONCURSO
A GRATIFICAÇÃO POR ENCARGO DE CURSO OU CONCURSO é paga 
nos seguintes casos: 
• pelo desempenho como instrutor em curso de formação, de 
desenvolvimento ou de treinamento regularmente instituído no âmbito 
da administração pública federal (art. 76-A, inciso I, da Lei no 8.112); 
• pela participação de banca examinadora ou de comissão para exames 
orais, para análise curricular, para correção de provas discursivas, para 
elaboração de questões de provas ou para julgamento de recursos 
intentados por candidatos (art. 76-A, inciso II, da Lei no 8.112); 
• pela participação da logística de preparação e de realização de 
concurso público envolvendo atividades de planejamento, 
coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado, quando tais 
atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições 
permanentes (art. 76-A, inciso III, da Lei no 8.112); e 
• pela participação da aplicação, fiscalização ou avaliação de provas de 
exame vestibular ou de concurso público ou supervisão dessas atividades 
(art. 76-A, inciso IV, da Lei no 8.112). 
a) Beneficiário: 
 
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• o servidor: pelas atividades acima descritas, desde que exercidas sem 
prejuízo das atividades normais do cargo que ocupar, embora possa ter 
direito ao horário especial previsto no art. 98, § 4o, da Lei no 8.112. 
b) Valor: 
• calculado em horas, observadas a natureza e a complexidade da 
atividade exercida, na forma de regulamento; 
• não poderá ser superior ao equivalente a 120 horas de trabalho 
anuais, ressalvada situação de excepcionalidade, devidamente 
justificada e previamente aprovada pela autoridade máxima do órgão ou 
entidade, que poderá autorizar o acréscimo de até 120 horas de 
trabalho anuais; 
• valor máximo da hora trabalhada, incidente sobre o maior vencimento 
básico da administração pública federal: 
a) 2,2%, em se tratando de atividades previstas nos incisos I e II do 
caput do art. 76-A; 
b) 1,2%, em se tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do 
caput do art. 76-A. 
c) Não se incorporam à remuneração ou ao benefício de 
aposentadoria: 
• esse adicional não se incorpora para qualquer efeito, e não poderá ser 
utilizado como base de cálculo para quaisquer outras vantagens, 
inclusive para fins de cálculo dos proventos da aposentadoria e das 
pensões. 
 
5. FÉRIAS
As FÉRIAS correspondem ao gozo de 30 dias de descanso (afastamento 
das atividades do cargo, sem a obrigação de comparecer ou executar tarefas 
do trabalho), com direito à remuneração (arts. 77 a 80, da Lei no 8.112). 
a) Beneficiário: 
• o servidor: adquire esse direito somente após 12 meses de exercício 
(período aquisitivo), descontadas as faltas ao serviço; 
• servidor exonerado: será indenizado do período das férias a que tiver 
direito e ao incompleto, na proporção de um doze avos por mês de 
 
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efetivo exercício, ou fração superior a quatorze dias, e com base na 
remuneração do mês em que for publicado o ato exoneratório; 
• servidor de raios X ou substâncias radioativas: gozará 20 dias 
consecutivos de férias, por semestre de atividade profissional, 
proibida em qualquer hipótese a acumulação. Então, de férias, serão 40 
dias anuais: 20 dias + 20 dias, em cada semestre! 
b) Forma de usufruir: 
• podem ser parceladas em até três etapas, desde que assim requeridas 
pelo servidor, e no interesse da Administração; 
• o pagamento do adicional de férias deve ser feito em até 2 dias antes 
do início do respectivo período. 
d) Interrupção das férias: 
• por motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para 
júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada 
pela autoridade máxima do órgão ou entidade; 
• o restante do período interrompido será gozado de uma só vez. 
 
6. LICENÇAS
As licenças previstas para os servidores públicos federais são aquelas 
tratadas nos arts. 81 a 92, da Lei no 8.112, quais sejam: 
→ por motivo de doença em pessoa da família; 
→ por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro; 
→ para o serviço militar; 
→ para atividade política; 
→ para capacitação; 
→ para tratar de interesses particulares; e 
→ para desempenho de mandato classista. 
As licenças concedidas dentro de 60 dias do término de outra da mesma 
espécie serão consideradas como prorrogação de licença. 
 
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Lei no 8.112: 
“Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do término 
de outra da mesma espécie será considerada como prorrogação.” 
6.1. POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA FAMÍLIA
É a licença concedida por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, 
dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que 
viva a suas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante 
comprovação por perícia médica oficial (art. 83, da Lei no 8.112). 
a) Beneficiário: 
• o servidor: que comprovar, por perícia médica oficial, que alguma das 
pessoas mencionadas se encontra enferma; 
• a perícia médica poderá ser dispensada: em casos de tratamento de 
saúde inferior a 15 dias, dentro de 1 ano, de acordo com regulamento. 
b) Prazos e remuneração: 
• poderá ser concedida a cada período de 12 meses nas seguintes 
condições: 
b.1) por até 60 dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do 
servidor; e 
b.2) por até 90 dias, consecutivos ou não, sem remuneração; 
b.3) o início do intervalo de 12 meses será contado a partir da data do 
deferimento da primeira licença concedida; 
b.4) a soma das licenças remuneradas e das licenças não remuneradas, 
incluídas as respectivas prorrogações, concedidas em um mesmo período 
de 12 meses, não poderá ultrapassar os limites mencionados nas letras 
“a” e “b”. 
6.2. POR MOTIVO DE AFASTAMENTO DE CÔNJUGE OU COMPANHEIRO
É a licença concedida para acompanhamento de cônjuge ou 
companheiro que foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o 
exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e 
Legislativo (arts. 84, da Lei no 8.112). 
 
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a) Beneficiário: 
• o servidor: nas situações descritas acima, que . 
c) Prazo e remuneração: 
• indeterminado e sem direito à remuneração. 
d) Exercício provisório: 
• quando o cônjuge ou companheiro também for servidor público, civil ou 
militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, poderá haver exercício provisório em órgão 
ou entidade da Administração Federal direta, autárquica ou 
fundacional, desde que para o exercício de atividade compatível com o 
seu cargo. 
6.3. PARA O SERVIÇO MILITAR
Essa licença é concedida em razão de convocação para o serviço militar 
(art. 85, da Lei no 8.112). 
a) Beneficiário: 
• o servidor: que for convocado. 
b) Prazos e remuneração: 
• durante o prazo da convocação, na forma e condições previstas em 
legislação especifica (subtende-se que será remunerado, durante esse 
período, na forma prevista em lei específica); 
• uma vez concluído o serviço militar, o servidor terá o prazo de 30 dias, 
sem remuneração para reassumir o exercício do cargo público. 
 
6.4. PARA TRATAR DE ATIVIDADE POLÍTICA
Direito à licença em razão de candidatura para concorrer a disputa de 
cargo político (art. 86, da Lei no 8.112). 
a) Beneficiário, prazo e remuneração: 
• sem remuneração: durante o período entre a sua escolha em 
convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do 
 
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registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, sem direito à 
remuneração; 
• com remuneração: por três meses, a partir do registro da 
candidatura e até o décimo dia seguinte ao da eleição, o servidor 
fará jus à licença, assegurados os vencimentos do cargo efetivo; 
• se concorrer em localidade em que exerce cargo de direção, chefia, 
assessoramento, arrecadação ou fiscalização: DEVE SER AFASTADO a 
partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a 
Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito. 
 
6.5. PARA CAPACITAÇÃO
É concedida para participação de curso de capacitação, como aluno, no 
interesse da Administração (arts. 87, da Lei no 8.112). 
a) Beneficiário: 
• o servidor: que postular esse direito e preencher os requisitos legais. 
b) Prazo e remuneração: 
• período aquisitivo não acumulável: a cada 5 anos (a cada quinquênio); 
• afastamento por 3 meses, com remuneração. 
 
6.6. PARA TRATAR DE INTERESSES PARTICULARES
É prevista licença para tratar de assuntos particulares, a critério da 
Administração (art. 91, da Lei no 8.112). 
a) Beneficiário: 
• o servidor ocupante de cargo efetivo: que não estiver em estágio 
probatório e solicitar a licença. 
b) Prazo e remuneração: 
• de até 3 anos consecutivos, sem direito à remuneração. 
 
 
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6.7. PARA DESEMPENHO DE MANDATO CLASSISTA
É prevista licença para o desempenho de mandato em confederação, 
federação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato representativo 
da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou, ainda, para participar 
de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por 
servidores públicos para prestar serviços a seus membros (art. 91, da Lei no 
8.112). 
a) Beneficiário: 
• o servidor: devidamente eleito para esses tipos de mandato, ou ainda 
que tenha assumido gerência ou administração de cooperativa em 
benefício de servidores. Deve estar cadastrado no Ministério do 
Planejamento, Orçamento, e Gestão (MP). Esse Ministério substituiu o 
extinto Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado (MARE), 
em suas funções. 
b) Prazos, remuneração e limites: 
• terá duração igual à do mandato, podendo ser prorrogada, no caso de 
reeleição, e por uma única vez; 
• licença concedível sem direito à remuneração; 
• para entidades com até 5.000 associados: um servidor; 
• para entidades com 5.001 a 30.000associados: dois servidores; 
• para entidades com mais de 30.000 associados: três servidores. 
 
7. AFASTAMENTOS
A Lei no 8.112 chamou de afastamentos as hipóteses dos arts. 93 a 96-
A, quais sejam: 
⇒ Para servir a outro órgão ou entidade; 
⇒ Para servir em mandato eletivo; e 
⇒ Para estudo e missão no exterior. 
 
 
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7.1. PARA SERVIR EM OUTRO ÓRGÃO OU ENTIDADE (CESSÃO)
Servidor poderá ser cedido para ter serviço em outro órgão ou entidade 
dos Poderes da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, 
para exercício de função de confiança ou cargo em comissão ou nas hipóteses 
previstas em leis específicas (art. 93, da Lei no 8.112). 
a) Beneficiário: 
• o servidor: que for cedido, por meio de portaria publicada no Diário 
Oficial, e precisa ser destinada para exercício de cargo em comissão 
ou função de confiança e depende de autorização legal específica; 
• o servidor do Poder Executivo: por autorização expressa do Presidente 
da República, poderá ter exercício em outro órgão da Administração 
Federal direta que não tenha quadro próprio de pessoal, para fim 
determinado e a prazo certo. 
b) Ônus: 
• sendo a cessão para órgãos ou entidades dos Estados, do Distrito Federal 
ou dos Municípios, o ônus da remuneração será do órgão ou entidade 
cessionária (que receberá o servidor), mantido o ônus para o cedente 
nos demais casos (quando o destino for a esfera federal); e 
• se for servidor cedido a empresa pública ou sociedade de economia 
mista, e optar pela remuneração do cargo efetivo ou pela remuneração 
do cargo efetivo acrescida de percentual da retribuição do cargo em 
comissão, a entidade cessionária efetuará o reembolso das 
despesas realizadas pelo órgão ou entidade de origem; 
c) Requisição pela União de empregados de empresa pública ou 
sociedade de economia mista (art. 93, § 5o): 
• a União poderá requisitar empregado ou servidor: casos em que ela 
arcará com os custos remuneratórios; 
d) Cessão de empregados de empresa pública ou sociedade de 
economia mista (art. 93, § 6o): 
• empregados de empresa pública ou de sociedade de economia mista, 
que receba recursos de Tesouro Nacional para o custeio total ou parcial 
da sua folha de pagamento de pessoal (chamadas “empresas 
dependentes”): são dispensadas as condições dos incisos I e II e §§ 1o 
 
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e 2o do art. 93, ficando o exercício do empregado cedido condicionado a 
autorização específica do Ministério do Planejamento, Orçamento e 
Gestão, exceto nos casos de ocupação de cargo em comissão ou função 
gratificada; 
ATENÇÃO: as hipóteses dos §§ 2o, 5o e 6o do art. 93 são 
diferentes! 
• REQUISIÇÃO (art. 93, § 5o): não precisa ser destinada para 
exercício de cargo em comissão ou função de confiança e é 
dispensada a autorização legal específica. 
• CESSÃO DE EMPREGADOS DE EMPRESA PÚBLICA OU DE 
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA “NÃO DEPENDENTES” 
(art. 93, § 2o): precisa ser destinada para exercício de cargo 
em comissão ou função de confiança e depende de autorização 
legal específica. 
• CESSÃO DE EMPREGADOS DE EMPRESA PÚBLICA OU DE 
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA “DEPENDENTES” (art. 
93, § 5o): precisa ser destinada para exercício de cargo em 
comissão ou função de confiança e é dispensada a autorização 
legal específica. 
• EMPRESA DEPENDENTE: é a pessoa jurídica da 
Administração indireta que receba recursos de Tesouro 
Nacional para o custeio total ou parcial da sua folha de 
pagamento de pessoa [é a que não está sendo lucrativa e 
precisa de recursos da União ($$$)!]. 
• EMPRESA NÃO DEPENDENTE: em condições diferentes da 
anterior, é a pessoa jurídica da Administração indireta que não 
recebe recursos de Tesouro Nacional para o custeio total ou 
parcial da sua folha de pagamento de pessoa (está em 
condição lucrativa e não precisa de ajuda financeira da 
União!). 
e) Alteração de lotação sem ônus (art. 93, § 7o): 
• Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão: com a finalidade de 
promover a composição da força de trabalho dos órgãos e entidades da 
Administração Pública federal, poderá determinar a lotação ou o 
 
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exercício de empregado ou servidor, sem ônus de reembolso ou 
pagamento do servidor pelo cessionário (local de destino). 
 
Com base no art. 11, do Decreto no 4.050, de 12 de dezembro de 2001, 
as cessões ou requisições que impliquem reembolso pela Administração 
Pública Federal direta, autárquica e fundacional, inclusive empresas públicas e 
sociedades de economia mista, à exceção da Presidência e da Vice-Presidência 
da República, somente ocorrerão para o exercício de: 
a) cargo em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, 
níveis 4, 5 e 6, e de Natureza Especial ou equivalentes; e 
b) cargo em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, 
nível 3, ou equivalente, destinado a chefia de superintendência, de 
gerência regional, de delegacia, de agência ou de escritório de unidades 
descentralizadas regionais ou estaduais. 
A limitação do art. 11, do mencionado Decreto, não se aplica às cessões 
de empresas públicas e sociedades de economia mista a partir da data que 
deixaram de receber recursos do Tesouro Nacional para custear sua 
folha de pagamento de pessoal, cujos empregados, na mesma data, 
independentemente do exercício de cargo em comissão do Grupo-Direção e 
Assessoramento Superiores - DAS: 
a) estejam em atividade em órgão da Administração Federal direta, 
autárquica e fundacional; ou 
b) tenham respectivo processo de cessão em andamento. 
7.2. PARA SERVIR EMMANDATO ELETIVO
É a licença concedida ao servidor eleito para alguma espécie de mandato 
e já tomou posse (art. 94, da Lei no 8.112). 
a) Beneficiário: 
• o servidor: eleito e investido em mandato eletivo. 
b) Exercício, remuneração e lotação: 
• mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo; 
• mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar 
pela sua remuneração; 
• mandato de vereador: 
 
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b.1) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de 
seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo; 
b.2) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do 
cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; se for afastado 
do cargo, contribuirá para a seguridade social como se em exercício 
estivesse. 
• servidor investido em mandato eletivo ou classista não poderá ser 
removido ou redistribuído de ofício para localidade diversa daquela onde 
exerce o mandato. 
 
7.3. PARA MISSÃO OU ESTUDO NO EXTERIOR
Afastamento de servidor para MISSÃO OU ESTUDO NO EXTERIOR, sob 
as condições descritas em regulamento (art. 95 e 96, da Lei no 8.112). 
a) Beneficiário: 
• o servidor: com autorização do Presidente da República, Presidente dos 
Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal Federal; 
• aos servidores da carreira diplomática: essas regras não se aplicam. 
b) Prazos: 
• não excederá a 4 anos, e finda a missão ou estudo, somente decorrido 
igual período, será permitidanova ausência; 
• não será concedida exoneração ou licença para tratar de interesse 
particular antes de decorrido período igual ao do afastamento, 
ressalvada a hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu 
afastamento; 
c) Remuneração: 
• para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com 
o qual coopere dar-se-á com perda total da remuneração; 
 
7.4. PARTICIPAÇÃO EM PROGRAMA DE PÓS-­‐GRADUAÇÃO
Servidor poderá obter direito de afastamento para PARTICIPAR EM 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO “STRICTO SENSU” EM INSTITUIÇÃO 
DE ENSINO SUPERIOR NO PAÍS, no interesse da Administração, e desde 
 
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que a participação não possa ocorrer simultaneamente com o exercício do 
cargo ou mediante compensação de horário (art. 96-A, da Lei no 8.112). 
a) Beneficiário: 
• o servidor: que se encaixar nas regras de ato do dirigente máximo do 
órgão ou entidade, que definirá, em conformidade com a legislação 
vigente, os programas de capacitação e os critérios para participação em 
programas de pós-graduação no País, com ou sem afastamento do 
servidor, que serão avaliados por um comitê constituído para este fim; 
• para mestrado: para servidores titulares de cargos efetivos no respectivo 
órgão ou entidade há pelo menos 3 anos para mestrado, incluído o 
período de estágio probatório, e que não tenham se afastado por licença 
para tratar de assuntos particulares para gozo de licença capacitação ou 
com fundamento neste artigo nos 2 anos anteriores à data da solicitação 
de afastamento; 
• para doutorado: para servidores titulares de cargos efetivos no 
respectivo órgão ou entidade há pelo menos 4 anos, incluído o período 
de estágio probatório, que não tenham se afastado por licença para 
tratar de assuntos particulares para gozo de licença capacitação ou com 
fundamento neste artigo nos 2 anos anteriores à data da solicitação de 
afastamento; 
• pós-doutorado: para servidores titulares de cargos efetivo no respectivo 
órgão ou entidade há pelo menos 4 anos, incluído o período de estágio 
probatório, e que não tenham se afastado por licença para tratar de 
assuntos particulares ou com fundamento neste artigo, nos 4 anos 
anteriores à data da solicitação de afastamento; 
• programa de pós-graduação no exterior: aplicam-se os mesmos prazos e 
condições. 
b) Prazos: 
• não excederá a 4 anos, e finda a missão ou estudo, somente decorrido 
igual período, será permitida nova ausência; 
• não será concedida exoneração ou licença para tratar de interesse 
particular antes de decorrido período igual ao do afastamento, 
ressalvada a hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu 
afastamento; 
 
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• devem permanecer no exercício de suas funções após o seu retorno por 
um período igual ao do afastamento concedido, sob pena de ressarcir 
o órgão ou entidade pelos gastos com seu aperfeiçoamento; 
• caso não obtenha o título ou grau que justificou seu afastamento no 
período previsto, deve ressarcir também, salvo na hipótese 
comprovada de força maior ou de caso fortuito, a critério do dirigente 
máximo do órgão ou entidade. 
c) Remuneração: 
• com direito à remuneração. 
 
8. CONCESSÕES
As CONCESSÕES são autorizações legais para determinadas espécies de 
ausência ao serviço ou atribuição de determinadas formas de horário 
especial ou matrícula em instituição de ensino (art. 97, da Lei no 8.112). 
a) Casos permitidos: 
• 1 dia de ausência, para doação de sangue; 
• 2 dias de ausência, para se alistar como eleitor; 
• 8 dias consecutivos de ausência, em razão de : 
a.1) casamento; 
a.2) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, 
filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos. 
• horário especial ao servidor estudante: quando comprovada a 
incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição, sem prejuízo 
do exercício do cargo, devendo ser compensado o horário, respeitada a 
duração semanal do trabalho; 
• horário especial ao servidor portador de deficiência: quando comprovada 
a necessidade por junta médica oficial, independentemente de 
compensação de horário. 
• horário especial para servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente 
portador de deficiência física; 
 
 
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• horário especial para servidor que desempenhe atividade remunerada 
gratificação por encargo de curso ou concurso: vinculado à compensação 
de horário a ser efetivada no prazo de até 1 ano; 
• matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer época, 
independentemente de vaga: para servidor estudante que mudar de 
sede no interesse da administração. 
• cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor que vivam 
na sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com 
autorização judicial: a esses são estendidas as regras de horário especial 
e matrícula. 
 
9. TEMPO DE SERVIÇO
A contagem de TEMPO DE SERVIÇO é contada para todos os efeitos, 
inclusive o prestado nas Forças Armadas (arts. 100 a 103, da Lei no 8.112). 
a) Regras: 
• apuração será feita em dias, que serão convertidos em anos (cada ano 
= 365 dias). 
• ausências consideradas como de efetivo exercício: 
a.1) concessões (art. 96, da Lei no 8.112); 
a.2) férias; exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão ou 
entidade dos Poderes da União, dos Estados, Municípios e Distrito 
Federal; exercício de cargo ou função de governo ou administração, em 
qualquer parte do território nacional, por nomeação do Presidente da 
República; participação em programa de treinamento regularmente 
instituído ou em programa de pós-graduação “stricto sensu” no País, na 
forma do regulamento; desempenho de mandato eletivo federal, 
estadual, municipal ou do Distrito Federal, exceto para promoção por 
merecimento; júri e outros serviços obrigatórios por lei; missão ou 
estudo no exterior, quando autorizado o afastamento, respeitado o 
regulamento; 
a.3) licenças: à gestante, à adotante e à paternidade; para tratamento 
da própria saúde, até o limite de vinte e quatro meses, cumulativo ao 
longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de 
provimento efetivo; para o desempenho de mandato classista ou 
 
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participação de gerência ou administração em sociedade cooperativa 
constituída por servidores para prestar serviços a seus membros, exceto 
para efeito de promoção por merecimento; por motivo de acidente em 
serviço ou doença profissional; para capacitação, conforme dispuser o 
regulamento; e por convocação para o serviço militar; e 
a.4) deslocamento para a nova sede (art. 18, da Lei no 8.112); 
participação em competição desportiva nacional ou convocação para 
integrar representação desportiva nacional, no País ou no exterior, 
conforme disposto em lei específica; afastamento para servir em 
organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere. 
• conta-se para efeito de aposentadoria e disponibilidade: o tempo 
de serviço público prestado aos Estados, Municípios e Distrito Federal; a 
licença para tratamento de saúde de pessoal da família do servidor,com 
remuneração, que exceder a 30 dias em período de 12 meses; a licença 
para atividade política do art. 86, § 2o; o tempo correspondente ao 
desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou distrital, 
anterior ao ingresso no serviço público federal; o tempo de serviço em 
atividade privada, vinculada à Previdência Social; o tempo de serviço 
relativo a tiro de guerra; o tempo de licença para tratamento da própria 
saúde que exceder o prazo a que se refere a alínea "b" do inciso VIII do 
art. 102. 
• o tempo em que o servidor esteve aposentado será contado apenas 
para nova aposentadoria. 
• contagem em dobro: pelo tempo de serviço prestado às Forças Armadas 
em operações de guerra. 
b) Vedação de contagem cumulativa: 
• de tempo de serviço prestado concomitantemente em mais de um 
cargo ou função de órgão ou entidades dos Poderes da União, Estado, 
Distrito Federal e Município, autarquia, fundação pública, sociedade de 
economia mista e empresa pública. 
 
10. DIREITO DE PETIÇÃO
 É assegurado ao servidor o DIREITO DE REQUERER aos Poderes 
Públicos, em defesa de direito ou interesse legítimo (arts. 104 a 115, da Lei 
no 8.112). 
 
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a) Requerimento e vista de processo ou documento: 
• o requerimento deve ser dirigido à autoridade competente para decidi-
lo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente 
subordinado o requerente; 
• para o exercício do direito de petição, é assegurada vista do processo 
ou documento, na repartição, ao servidor ou a procurador por ele 
constituído; 
• prazos para deliberação: 5 dias para despacho, e 30 dias para decisão. 
b) Pedido de reconsideração: 
• cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expedido o ato 
ou proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado; 
• prazos para deliberação: 5 dias para despacho e 30 dias para decisão. 
c) Recurso: 
• cabe: 
c.1) do indeferimento do pedido de reconsideração; 
c.2) das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos (se o 
servidor entrar com um recurso e ele não obtiver sucesso no seu pleito, 
poderá entrar com outro recurso, e assim sucessivamente, até que não 
tenham mais autoridades superiores, para examinar um novo recurso; 
a essa sequencia chamamos de interposição sucessiva de recursos). 
• prazo para interpor: 30 dias da publicação ou da ciência pelo interessado 
da decisão recorrida (decisão recorrida é a que o servidor pretende 
modificar com o recurso ou pedido de reconsideração, por ter se sentido 
lesado). 
d) Autoridade competente para exame de recurso: 
• será dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o 
ato ou proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às 
demais autoridades (basta olhar a “subida” da escada da hierarquia, até 
encontrar o imediatamente superior); 
• O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade a que estiver 
imediatamente subordinado o requerente (ou seja, na prática, os 
servidor deve apresentar o recurso a seu chefe imediato, que o 
encaminhará à autoridade competente para examinar o recurso); 
d) Efeitos do recebimento do recurso e do provimento do recurso: 
 
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• efeito devolutivo: toda a matéria da decisão recorrida será revista no 
julgamento do recurso, ou seja, todo recurso administrativo deve possuir 
esse efeito (essa é uma expressão que significa que toda a matéria 
envolvida pode ser “devolvida” à análise da autoridade que irá apreciar o 
recurso); 
• efeito suspensivo, a juízo da autoridade competente: faz cessar, 
provisoriamente, até o julgamento do recurso, os efeitos da decisão 
recorrida (esse efeito normalmente é aplicado nas hipóteses de haver 
alguma possibilidade de produção de danos ao servidor que fez o 
recurso, até que seu pleito seja efetivamente julgado; ou seja, quando 
ocorre o famoso “periculum in mora” ou “perigo da demora”). 
• efeito retroativo: havendo decisão pelo provimento (que “der razão”) 
a pedido de reconsideração ou a recurso, os efeitos dessa decisão 
retroagirão à data do ato que foi objeto de discussão (também 
chamados de efeitos “ex tunc”, que procura apagar, ao máximo, os 
efeitos de um ato, desde a sua origem). 
ATENÇÃO: nomenclaturas para tipos de efeitos de decisão! 
• “EX NUNC”: produz efeitos para a frente; “NUNC”a retroage, 
somente produz efeitos a partir da decisão. 
• “EX TUNC” (art. 109, parágrafo único da Lei no 8.112): 
produz efeitos para atingir fatos ocorridos no passado 
(retroage). 
Lei no 8.112: 
“Art. 109. ................................................................................... 
Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de reconsideração 
ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do ato 
impugnado.” 
e) Prescrição: 
• em 5 anos: quanto aos atos de demissão e de cassação de 
aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse 
patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho; 
• em 120 dias: nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado 
em lei; 
 
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• conta-se a partir: da data da publicação do ato impugnado ou da data 
da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado; 
• interrompe-se a contagem: com pedido de reconsideração ou recurso, 
quando cabíveis; 
• matéria prescrita: a prescrição não pode ser relevada pela 
Administração (se estiver prescrita a matéria, a Administração não 
poderá conhecer a matéria do recurso ou do pedido de reconsideração; 
• prazos fatais e improrrogáveis: salvo motivo de força maior. 
e) Apreciação de ofício: 
• casos de anulação de atos: a administração deverá rever seus atos, a 
qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade (quando estiverem os 
atos da Administração contaminados com algum vício, com alguma falha 
que gere a sua anulabilidade). Nesses casos, deverá rever de ofício, ou 
seja, sem necessidade de provocação da parte interessada. 
Portanto: 
PETIÇÃO (DIREITO DE REQUERER) 
ü Prescrição: em até 5 anos, quanto aos atos de demissão e de 
cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem 
interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de 
trabalho. 
ü Prescrição: em até 120 dias, nos demais casos, salvo quando 
outro prazo for fixado em lei. 
ü Data inicial do prazo de prescrição: data da publicação do ato 
impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato 
não for publicado. 
ê 
PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO 
ü Prazo de 30 dias, para interpor, contados da publicação ou da 
ciência do interessado. 
ü Não cabe efeito suspensivo. 
ü Interrompe a prescrição, quando for cabível o pedido de 
reconsideração. 
 
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ê 
RECURSO 
ü Prazo de 30 dias, para interpor, contados da publicação ou da 
ciência do interessado. 
ü Pode ser recebido no efeito suspensivo. 
ü Interrompe a prescrição, quando for cabível o recurso. 
ê 
RECURSOS SUCESSIVOS 
ü Prazo de 30 dias, para interpor, contados da publicação ou da 
ciência do interessado, em relação ao resultado de julgamento do 
último recurso. 
ü Podem

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