Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
* Vias de Administração de Medicamentos Disciplina: Cuidados Fundamentais de Enfermagem II * INTRODUÇÃO Paracelsus(sec.XVI)...”Todas as substâncias são venenosas; não há nenhuma que não o seja. É a dosagem certa que distingue entre o veneno e o remédio”. Assim, para que não paire nenhuma dúvida, remédios são venenos que exigem sabedoria para deles se tirar algum proveito. * CONCEITOS IMPORTANTES Medicamento Produto farmacêutico, tecnicamente elaborado com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico. Finalidades Preventiva ou profilática: evita o aparecimento de doenças ou diminui sua gravidade; Diagnóstica: auxilia a diagnosticar a sintomatologia apresentada pelo paciente; Terapêutica: usada no tratamento de doenças, são elas: Curativa ou específica: remove o agente causal. Ex: antibiótico Paliativa ou sintomática: alivia determinados sintomas. Ex: analgésicos Substitutiva: repõe outra substância do organismo. Ex: insulina * Efeitos dos Medicamentos Efeito Terapêutico Efeito benéfico ao organismo. Dose Terapêutica Quantidade mínima de um fármaco administrado no corpo capaz de desenvolver seu efeito terapêutico. Efeito Idiossincrásico É a manifestação de um efeito contrário ao efeito terapêutico. Apresenta efeito completamente contrário ao que se deseja obter. Efeito Colateral Corresponde a um efeito que se percebe paralelamente ao efeito terapêutico, este sendo esperado. Efeito Adverso É o efeito que se apresenta de maneira nociva. Sua ocorrência não é esperada. * O efeito terapêutico de um determinado medicamento é diretamente proporcional à fé depositada no profissional que o prescreve e o que administra. Desta maneira, demonstrar real interesse, atenção e simpatia para com as pessoas em sofrimento, constituem pré-requisito para o sucesso de qualquer tipo de terapia. Este ritual, sempre deverá ser envolvido por uma atmosfera de sincera honestidade de propósitos e de otimismo. (Dr.Paulo César Trevisol Bittencourt Professor de Neurologia da UFSC) * Classificação das Formas Farmacêuticas Preparações Líquidas Soluções: misturas homogêneas de soluto (base farmacológica) com o solvente (veículo). Uso sob a forma de gotas; Suspensões: misturas heterogêneas em que o soluto se deposita no fundo do recipiente; Emulsões: substâncias oleosas com separação de fases; Xaropes: soluções aquosas com o açúcar (sacarose) em altas concentrações como corretivo; Elixires: soluções hidroalcoólicas para uso oral, açucaradas ou glicerinadas com bases medicamentosas; Loções: soluções alcoólicas ou aquosas para uso tópico. * Preparações Sólidas Comprimidos: forma farmacêutica obtida por compressão contendo uma ou mais drogas; Drágeas: similares aos anteriores, com revestimento em goma-laca, açúcar e corante; Cápsulas: uma ou mais drogas em um invólucro gelatinoso; Supositórios: apresentação semi-sólida para uso retal contendo manteiga de cacau ou glicerina; Óvulos e velas: apresentação semi-sólida de uso ginecológico, cuja diferença é a forma. Preparações Pastosas Geléias, cremes, pomadas, e pastas por ordem crescente de viscosidades Diferem pelo veículo que são gelatinosos nas geléias, oleosos nas pomadas e aquosos nos demais. * AÇÕES DOS MEDICAMENTOS Podem ser classificados em quatro categorias: Ação Local Quando o efeito ocorre no ponto de aplicação. Ex: aplicação de pomada em uma ferida Ação Sistêmica Para aqueles que atingem a circulação para alcançar o órgão ou tecido específico. Ex.: Morfina deprime o SNC Ação Remota A ação do medicamento em um alvo interfere no funcionamento do outro. Ex: digitalina = coração – aumenta a circulação = maior atividade diurética Ação Local/geral A droga produz efeito no ponto de aplicação, sendo absorvida para ter ação sistêmica. Ex: epinefirna aplicada na mucosa nasal = estanca a hemorragia = absorção da c. circulatória = aumento da P.A. * Papel da Enfermagem É um dos deveres de maior responsabilidade da equipe de enfermagem; Requer conhecimentos de farmacologia e terapêutica médica no que diz respeito a: Ação, Dose, Efeitos colaterais, Métodos e Precauções na administração de drogas. O PAPEL DA ENFERMAGEM * Cuidados na Administração de Medicamentos Não administrar medicamentos preparados por outra pessoa; Não permitir que familiares preparem medicamentos; Antes de administrar, confira o leito e o nome do paciente; Checar somente após aplicação ou ingestão do medicamento; Caso não seja administrado o medicamento, rodelar o horário e justificar; Anotar e notificar as anormalidades que o paciente apresentar; Nunca ultrapassar a dose prescrita; Em geral, a prescrição médica é válida por 24 horas; Nunca administrar medicamento sem rótulo; Verificar data de validade do medicamento. * ATENÇÃO A prescrição deve ser escrita e assinada. Somente em caso de emergência, a enfermagem pode atender prescrição verbal, que deverá ser transcrita pelo médico logo que possível. * Cuidados no Preparo da Medicação Lavar as mãos Usar EPI Concentrar a atenção na medicação Identificação Cuidado com letras ilegíveis * Três leituras certas da medicação Confira o rótulo da medicação PRIMEIRA VEZ antes de retirar o frasco ou ampola do armário ou carrinho de medicamentos SEGUNDA VEZ antes de retirar ou aspirar o medicamento do frasco ou ampola TERCEIRA VEZ antes de recolocar no armário ou desprezar o frasco ou ampola no recipiente * Os sete certos da medicação Antes de administrar qualquer medicação, devemos checar os sete certos Paciente certo Medicamento certo Dose certa Diluição certa Via certa Hora certa Registro certo * Via Ocular Finalidade Terapêutica no tratamento de doenças oftalmológicas e dilatação de pupilas para exame. MATERIAL NECESSÁRIO BANDEJA OU CUBA RIM CONTENDO: Medicação sob forma de colírio ou pomada; Lenço de papel; Luvas de procedimento. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS * Procedimento Lavar as mãos, reunir o material, conferir a medicação, dose, hora, via e paciente; Explicar o procedimento ao paciente; Posicionar o paciente sentado ou elevar a cabeceira da cama; Oferecer lenço de papel e calçar as luvas; Solicitar ao paciente que olhe para cima e tracionar a pálpebra inferior para baixo; Gotejar a medicação prescrita na parte média do fórnix inferior ou distribuir a pomada na extensão deste, sem tocar o frasco ou bisnaga na conjuntiva do paciente; Instruir o paciente a fechar e mover os olhos e, se necessário, secar o excesso de medicação; Recolher o material, retirar as luvas, lavar as mãos e registrar a medicação e possíveis reações. * Via Otológica (Auricular) Finalidade Terapêutica no tratamento de infecções ou presença de cerume. MATERIAL NECESSÁRIO BANDEJA OU CUBA RIM CONTENDO: Medicação prescrita; Lenço de papel; Luvas de procedimento. * Procedimento Lavar as mãos, reunir o material, conferir a medicação, dose, hora, via e paciente; Explicar o procedimento ao paciente; Posicionar o paciente sentado ou deitado com a cabeça lateralizada; Oferecer lenço de papel e calçar as luvas; Tracionar o pavilhão auricular para cima e para trás; Gotejar a medicação prescrita e solicitar ao paciente que mantenha a posição lateral por alguns minutos; Recolher o material, retirar as luvas, lavar as mãos e registrar a medicação e possíveis reações. * Via Nasal Finalidade Terapêutica no tratamento de infecções ou congestão nasal. MATERIAL NECESSÁRIO BANDEJA OU CUBA RIM CONTENDO: Medicação prescrita; Lenço de papel; Luvas de procedimento. * Procedimento Lavar as mãos, reunir o material, conferir a medicação, dose, hora, via e paciente; Explicaro procedimento ao paciente; Posicionar o paciente sentado ou elevar a cabeceira da cama inclinando a cabeça para trás; Oferecer lenço de papel e instruir o paciente a respirar pela boca e calçar as luvas; Gotejar a medicação prescrita e solicitar ao paciente que mantenha a cabeça inclinada por alguns minutos; Recolher o material, retirar as luvas, lavar as mãos e registrar a medicação e possíveis reações. * Via Cutânea (Tópica) Finalidade Terapêutica com ação adstringente, anti-séptica ou anti-irritativa. MATERIAL NECESSÁRIO BANDEJA OU CUBA RIM CONTENDO: Medicação prescrita; Espátulas e/ou; Luvas de procedimento. * Procedimento Lavar as mãos, reunir o material, conferir a medicação, dose, hora, via e paciente; Explicar o procedimento ao paciente e calçar as luvas; Aplicar uma fina camada de pomada com uma espátula ou luvas de procedimento; Friccionar, se necessário; Recolher o material, retirar as luvas, lavar as mãos e registrar a medicação e possíveis reações. * Via Vaginal Finalidade Terapêutica utilizando a mucosa vaginal para a absorção de geléias, cremes e óvulos no tratamento de patologias ginecológicas. MATERIAL NECESSÁRIO BANDEJA OU CUBA RIM CONTENDO: Medicação prescrita com aplicador vaginal; Absorvente íntimo externo; Luvas de procedimento. * Procedimento Lavar as mãos, reunir o material, conferir a medicação, dose, hora, via e paciente; Isolar o paciente com biombos e explicar-lhe o procedimento; Posicionar a paciente deitada com os joelhos fletidos (Posição litotômica); Calçar as luvas; Introduzir o aplicador em direção ao cóccix (para baixo e para trás) e aplicar a medicação; Oferecer absorvente íntimo externo e solicitar à paciente que permaneça em posição dorsal por alguns minutos; Recolher o material, retirar as luvas, lavar as mãos e registrar a medicação. * SISTEMA GASTRINTESTINAL Via Oral (Gástrica/Duodenal) Finalidade Terapêutica simples e econômica utilizando o trato gastrintestinal para absorção do medicamento. MATERIAL NECESSÁRIO BANDEJA OU CUBA RIM CONTENDO: Copo descartável identificado Medicação prescrita Copo de água, se necessário Seringa e triturador de comprimidos Luvas de procedimento, se necessário VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS * Procedimento Lavar as mãos, reunir o material, conferir a medicação, dose, hora, via e paciente; Oferecer a medicação e um copo de água; Esperar o paciente deglutir a medicação; Por sonda nasogástrica: os comprimidos triturados e diluídos em água devem ser administrados com seringa, introduzindo 10 a 20ml de água após a medicação; Recolher o material, (retirar as luvas), lavar as mãos e registrar a medicação. * Via Sublingual Finalidade Terapêutica rápida com absorção da medicação através da fina membrana sublingual para os vasos da base da língua. MATERIAL NECESSÁRIO BANDEJA OU CUBA RIM CONTENDO: Copo descartável identificado; Medicação prescrita; Luvas de procedimento, se necessário * Procedimento Lavar as mãos, reunir o material, conferir a medicação, dose, hora, via e paciente; Colocar o comprimido sob a língua do paciente e orientá-lo a não mastigar ou deglutir o comprimido; Recolher o material, (retirar as luvas), lavar as mãos e registrar a medicação. * Via Retal Finalidade Terapêutica através da mucosa retal ou esvaziamento intestinal. MATERIAL NECESSÁRIO BANDEJA OU CUBA RIM CONTENDO: Supositório ou enema/clister; Papel higiênico; Luvas de procedimento. * Procedimento Lavar as mãos, reunir o material, conferir a medicação, dose, hora, via e paciente; Isolar o paciente com biombos e explicar-lhe o procedimento; Posicionar o paciente em decúbito lateral com a perna fletida (posição de Sims); Calçar as luvas; Supositórios: introduzir até depois do esfíncter e pressionar com o papel higiênico até passar o espasmo de expulsão; Enema/clister: introduzir a sonda retal do frasco de enema e pressioná-lo até que todo o líquido seja introduzido; Orientar ao paciente a aguardar o máximo de tempo que conseguir sem evacuar; Recolher o material, retirar as luvas, lavar as mãos e registrar a medicação e fazer anotações de enfermagem sobre o efeito do procedimento. * VIAS PARENTERAIS * Administração Parenteral de Medicamentos Definição A administração parenteral de medicamentos é aquela realizada por meio de injeções. Quando as medicações são fornecidas dessa forma, configura-se um procedimento invasivo que é feito utilizando técnicas assépticas. (POTTER, 2009, p735) * VIAS PARENTERAIS A administração parenteral envolve injetar um medicamento nos tecidos corporais. As quatro principais vias são: Intradérmica (ID) Subcutânea (SC) Intramuscular (IM) Endovenosa (IV) ou (EV) * Intradérmica (ID) Injeção na derme, exatamente abaixo da epiderme. * Subcutânea (SC) Injeção nos tecidos exatamente abaixo da derme da pele. * Intramuscular (IM) Injeção no músculo. * Intravenosa (IV) Injeção na veia. * Vantagens Absorção mais rápida e completa; Maior precisão em determinar a dose desejada; Obtenção de resultados mais seguros; Possibilidade de administrar determinadas drogas que são “destruídas” pelos sucos digestivos. VANTAGENS E DESVANTAGENS * Desvantagens Dor: picada da agulha ou pela irritação da droga; Em casos de engano pode provocar lesão considerável; Risco de infecção devido ao rompimento da pele; Fenômenos alérgicos, embolias e traumas; Má absorção das drogas; Uma vez administrada a droga, impossível retirá-la. * MATERIAL Existe uma grande variedade de seringas e agulhas disponíveis, cada uma desenhada para levar um determinado volume de medicação para um tipo específico de tecido. (POTTER, 2009, p735) * ESTRUTURAS DA SERINGA E AGULHA Êmbolo Cilíndro Haste da agulha Escala Bico Rolha de retenção Anel de retenção Canhão Bisel Meça a dose aqui * SERINGAS E AGULHAS * OBSERVAÇÕES PARA ADMINISTRAÇÃO DE INJEÇÕES São considerados estéreis: A haste do êmbolo, o bico da seringa, o canhão da agulha, a agulha e a parte interna do corpo da seringa. Portanto, não devem ser tocados. Realize a seleção da agulha e da seringa a partir do cliente, da via e do medicamento a ser administrado. Verifique a integridade das embalagens do medicamento e do material. * MATERIAL NECESSÁRIO BANDEJA OU CUBA RIM CONTENDO: Seringas e agulhas descartável. Algodão. Recipiente com álcool a 70%. Garrote tipo fita. Luvas de procedimento. Medicamento prescrito. Cartão de identificação. Impermeável. * Requisitos básicos Drogas em forma líquida. Pode estar em veículo aquoso ou oleoso, em estado solúvel ou suspensão e ser cristalina ou coloidal. Soluções absolutamente estéreis, isentas de substâncias pirogênicas. O material utilizado na aplicação deve ser estéril e descartável. A introdução de líquidos deve ser lenta, a fim de evitar ruptura de capilares, dando origem a micro-embolias locais ou generalizadas. * Via intradérmica Indicações Testes cutâneos (triagem com tuberculina e testes alérgicos); Aplicação de BCG (vacina contra tuberculose) - na inserção inferior do músculo deltóide - uso mundial; Via muito restrita. Critérios Locais pouco pigmentados e vascularizados; Livres de lesões; Poucos pêlos. Volumes Pequenos volumes - de 0,1 a 0,5 ml Ângulo Ângulo de 5 a 15º (bisel apontado para cima) Observar Formação de uma papula * Local mais apropriado Face interna do antebraço Cicatriz Vacinal Aplicação BCG * Via subcutânea Indicações -Administração dos medicamentos debaixo da pele, no tecido subcutâneo Critérios - Local da injeçãolivre de lesões cutâneas; - Livre de proeminências ósseas e grandes nervos; - Músculos subjacentes. Volumes - Volume máximo – 2 ml - Absorção lenta Ângulos - Ângulos de 45º ou 90º Agulha própria (10x5mm; 13x8mm; 13x4,5mm): 90º Agulha (25x7mm ou 25x8mm): 45º Seringas (1, 2 ou 3ml) * Regiões para Injeção Subcutânea Face posterior externa do braço Abdome (abaixo das margens costais até as cristas ilíacas) Faces anteriores das coxas Áreas escapulares das costas Regiões glúteas dorsais superiores * TÉCNICA - Preparar a injeção conforme técnica; - Realizar anti-sepsia do local; - Segurar a seringa com uma mão e com a outra fazer uma prega com o dedo indicador e polegar; - Introduzir a agulha com rapidez e firmeza na prega; - Injetar o líquido, vagarosamente, retirar a agulha com auxílio do algodão (seco); ATENÇÃO ! : NÃO aspirar !!! NÃO massagear o local da aplicação. * Complicações das injeções subcutâneas Infecções inespecíficas ou abscessos Formação de tecido fibrótico Embolias - por lesão de vasos e uso de drogas oleosas ou em suspensão Lesão de nervos Úlceras ou necrose de tecidos Fenômeno de Arthus - formação de nódulos devido injeções repetidas em um mesmo local * Via Intramuscular Indicações Vacinas e medicações; Via muito utilizada, devido absorção rápida; Critérios Os músculos devem ser bem desenvolvidos, fácil acesso, não possuir vasos de grande calibre e nervos superficiais no seu trajeto; Região isenta de infecções e necroses, equimoses ou abrasões; O volume a ser administrado (determinar a região); Podem acontecer complicações vásculo-nervosas com paralisia muscular. Volume Depende da estrutura muscular Normal: 3 mL Crianças, idosos e indivíduos magros: 2 mL Lactentes: 0,5 mL Ângulo Ângulo de 90º * As regiões de administração intramuscular são divididas em: Região deltóide Região glútea Região ventro-glútea Vasto lateral Regiões Intramusculares * Região deltóide Critérios - Região de fácil acesso, mas o músculo não é bem desenvolvido na maior parte dos pacientes; - Usada para pequenas quantidades de medicação (Vol. Máx. de 2 a 3 mL); Muitas vezes indicada pelo paciente. Ângulo - Ângulo 90º Localização - 3 a 5 cm (quatro dedos) após final do ombro - Punção no meio do músculo, no sentido da largura (bisel lateralizado) Posição Paciente em posição dorsal, ortostático ou sentado; Músculo deltóide Bola de algodão Compressão do músculo * Contra-indicação da região deltoídea Crianças de 0 a 10 anos; Pequeno desenvolvimento muscular (caquéticos e idosos); Volumes superiores a 3 ml; Injeções consecutivas; Pacientes submetidos a mastectomia ou esvaziamento cervical. * Complicações após Aplicação * Região dorsoglútea Critérios Glúteo máximo (Vol. Máx. de 4 a 5 ml) Ângulo Ângulo 90º Localização - Quadrante superior externo; - Linha horizontal: início da prega glútea Linha vertical: no meio da nádega escolhida para injeção Posição - Decúbito ventral: maior relaxamento muscular; Decúbito lateral; Posição ortostática. Nervo Ciático * Complicações Evitar nervo ciático: quadrante inferior interno Pode causar paralisia de membro inferior Injeções intra-vasculares: embolias Infecções e abscessos * Quando não devemos utilizar a região dorsoglútea? Crianças < 2 anos, principalmente as que não andam; Pacientes com atrofia de musculatura glútea (idosos); Com parestesia ou paralisia de membros inferiores; Pacientes com lesões vasculares de membros inferiores. * Região Ventro-glútea (Rochstter) Critérios Região formada pelos músculos glúteos médio e mínimo; Local profundo e afastado dos nervos e vasos sanguíneos importantes (local seguro); Músculo largo e bem desenvolvido Ângulo Ângulo 90º Posição Paciente em posição lateral, dorsal, ventral ou sentado; Flexão dos joelhos e do quadril ajuda a relaxar o músculo. * Localização A palma da mão sobre a região trocanter maior do quadril (mão direita para o quadril esquerdo e vise-versa); Punho perpendicular ao fêmur; Polegar no sentido da virilha, indicador para a espinha ilíaca e médio para a crista ilíaca; * Vantagens: Local profundo distante de grandes nervos e vasos sanguíneos calibrosos; Menor chance de contaminação em pacientes incontinentes; Indicada para qualquer faixa etária; Indicada para portadores de próteses de silicone. Desvantagem: Visualização do local de aplicação pelo paciente; Apreensão do paciente e dos profissionais de saúde pelo pouco uso deste local; Insegurança dos profissionais quanto a esta técnica. * Região Vasto Lateral Critérios Músculo vasto-lateral (quadríceps femoral); Músculo espesso e bem desenvolvido (Vol. Máx. de 3 a 4 ml); Localizado na face ântero-lateral da coxa; Utilizado o terço médio do músculo; Facilidade de auto-aplicação; Freqüentemente usada nos bebês (menores de 12 meses) e crianças (entre 1 e 3 anos) Cuidado com o nervo fêmuro-cutâneo. Ângulo Ângulo de 45º ou 60º Posição - Sentado * Comparação dos Ângulos de Introdução para Injeções Intramuscular Subcutânea Intradérmica 90o 45o 15o Pele Tecido subcutâneo Músculo * Uso da Técnica em Z em Injeções Intramusculares Recomenda-se que, ao administrar injeções IM, utiliza-se a técnica em Z para minimizar a irradiação local da pele, vedando o medicamento no tecido muscular. (POTTER, 2009, p753) Técnica Acople uma agulha nova a seringa; Selecione o local da injeção (músculo largo e profundo); Preparar o local com solução anti-séptica; Puxar a pele e tecido subcutâneo 2,5 a 3,5 cm lateralmente; Introduzir a agulha profundamente, aspirar e injetar a medicação lentamente; Manter a agulha inserida por 10 segundos; Retire a agulha e libere a pele. (Cassiane refere ser possível também na ventro-glútea) * Técnica em Z * VIA ENDOVENOSA * Via Endovenosa Indicação Necessidade de ação imediata do medicamento; Necessidade de injetar grandes volumes (hidratação); Introdução de substâncias irritantes de tecidos. Critérios Via muito utilizada, com introdução de medicação diretamente na veia; Os medicamentos injetados na veia devem ser soluções solúveis no sangue. Podem ser líquidos hiper, iso ou hipotônicos, sais orgânicos, eletrólitos, medicamentos não oleosos e não deve conter cristais visíveis em suspensão. Localização Deve-se preferir puncionar, inicialmente, membros superiores, evitando-se articulações; O melhor local é a face anterior do antebraço “não dominante”; Sempre iniciando do mais distal para o proximal em caso de acessos mais difíceis; * Acessos da Via Endovenosa Veias Cefálicas e Basílicas As veias da região cefálica costumam ser utilizadas em recém-natos e lactentes; Nos membros superiores utilizam-se as veias cefálica e basílica para manutenção de via venosa contínua; Veia mediana do cotovelo A veia intermediária do cotovelo é muito utilizada para coletas de sangue, para injeções únicas de medicamentos. Veias Metacarpianas Também podem ser utilizadas veias do dorso da mão (veias metacarpianas dorsais), tanto para injeções únicas. Embora possam ser utilizadas para manutenção de via venosa contínua, deve-se evitar; * Tipos de medicamentos injetados na veia Soluções solúveis no sangue líquidos hiper, iso ou hipotônicos eletrólitos medicamentos não oleosos não deve conter cristais visíveis em suspensão * Indicações Necessidade de ação imediata do medicamento Necessidade de injetar grandes volumes - hidratação Introdução de substânciasirritantes de tecidos Coleta de sangue para exames * Dispositivos para Punção Periférica Cateteres intravenosos de curta permanência (jelcos) – composto de parte maleável, com bisel para perfuração e conector externo proximal Scalp – agulhas de aço com dispositivo de fixação tipo borboleta e conector externo distal * Punção Venosa Inspeção visual – avaliação da rede venosa e condições da pele Palpação – avaliação da rede venosa e melhor local de punção e fixação Técnica asséptica Antissépticos adequados Utilização correta dos dispositivos disponíveis para punção e fixação Utilização de materiais de proteção individual Lavagem correta das mãos estabelecida pela instituição Deixar o local acima da punção visível para inspeção * Em bolus – quando diluído e administrado diretamente na rede venosa ou no sistema de infusão. Tempo menor ou igual a 1 minuto Infusão intermitente – programada a administração por pequenos períodos ou períodos regulares. Tempo superior a 60 minutos, não contínua Infusão contínua – administrada por períodos maiores sem interrupção. Tempo superior a 60 minutos, ininterruptamente Infusão rápida -Tempo entre 1 e 30 minutos Infusão lenta -Tempo entre 30 a 60 minutos Tempo de Administração da Medicação Endovenosa * Manutenção do Acesso Venoso Fixação adequada; Proteção adequada evitando a invasão de água, poeira e sujidades em óstio de punção; Proteção e higienização das conexões durante a manipulação das linhas de infusão; Trocas periódicas da punção e linhas de infusão estabelecida pela instituição; Utilização adequada dos materiais disponíveis; Identificação e data. * Cuidados durante a Administração do Medicamento Observar o cliente para reações adversas; Observar o local acima da punção avaliando se ocorrer reações locais imediatas como rubor, dor e edema; Não ignorar queixa do cliente avaliando a necessidade da interrupção da droga; Pedir auxílio em caso de dúvida; Conhecer medidas preventivas e terapêuticas em caso de reação local, infiltração e extravasamentos de drogas; Se o medicamento possui um antídoto, certifique-se de que ele está disponível durante a administração; Ao administrar um fármaco potente, avalie os sinais vitais antes, durante e após a infusão. * Efeitos das Medicações – Possíveis Complicações CHOQUE Palidez, lipotimia, ansiedade, tremores, hiperemia, cianose. Pirogênio: Solução contaminada – geralmente após 30 minutos da instalação do equipo ou solução. Caracteriza-se por aumento abrupto da temperatura, cefaléia, calafrios, mal-estar, náuseas e vômitos. Anafilático: Hipersensibilidade do paciente à droga Periférico: Aplicação rápida, dosagens elevadas * EMBOLIA Gasosa: introdução de ar Oleosa: introdução de solução oleosa na corrente sangüínea Sangüínea: mobilização de trombo * FLEBITES Irritação mecânica ou química da veia levando a processo inflamatório das mesmas, tornando a área dolorosa, hiperemiada e edemaciada. O cliente queixa-se de dor ao longo da veia. * ESCLEROSE DA VEIA Injeções frequentes no local e introdução de soluções hipertônicas HEMATOMAS * INFILTRAÇÃO MEDICAMENTOSA É causada pelo deslocamento da agulha da veia para tecido circunjacente. No local da punção ocorre abaulamento, o cliente tem a sensação de queimadura no local; a palpação o local encontra-se endurecido, frio e empalidecido. * Cuidados de Enfermagem para evitar Infecções Inúmeras são as complicações da terapia endovenosa, dentre elas a falha mecânica, isto é, a realização da técnica. Usar técnica asséptica; Preparar pele; Trocar cateter (SCALP) 12 hs; (JELCO) entre 48 e 72 hs; Trocar curativo sempre que úmido, sujo ou solto; Monitorizar sinais e sintomas (febre, hipotensão, transpiração intensa, náuseas e vômitos, cultura de sangue positiva); Cuidados com o garrote; Lavagem das mãos entre pacientes. * Técnica de Punção Venosa MATERIAL NECESSÁRIO BANDEJA OU CUBA RIM CONTENDO: Medicação prescrita; Bolas de algodão com álcool 70%; Seringas com SF 0,9% para lavar o acesso, caso esse for mantido salinizado; Agulhas de acordo com a finalidade do acesso (scalp, jelco); Garrote; Esparadrapo ou micropore para fixação, se for preciso; Equipo e soro em caso de infusões. * Procedimento Lave as mãos; Explique o procedimento para o paciente; Calçar as luvas de procedimento; Apoie o membro superior em um suporte e coloque o garrote acima do local a ser puncionado (aproximadamente 4 dedos acima), para dilatar a veia; Solicite que o paciente feche a mão, para melhor facilitar a visualização das veias; Escolha a veia apalpando-as. Se estiver rígida, escolha outra; Faça anti-sepsia no local da punção com uma bola de algodão com álcool 70%, com movimentos de baixo para cima (sentido do retorno venoso), virando-a a cada movimento; Para facilitar a punção, estique a pele para fixar a veia utilizando para isso o polegar da sua mão não dominante; Puncione a veia com o bisel da agulha para cima utilizando ângulo de 15º; Aspire e, caso venha sangue, solte o garrote e peça para o paciente abrir a mão- Verifique se a agulha está corretamente inserida na veia, se existe infiltração subcutânea ao redor, se está ocorrendo hematoma, se não houve transfixação da veia; Injete o medicamento lentamente, retirando o acesso logo em seguida, comprimindo a região com um algodão e mantendo a compressão por 30 segundos; Não reencape a agulha; Despreze o material cortante em local próprio e lave as mãos. * Se for uma punção para manutenção do acesso por mais tempo (até 3 dias) utilizando jelco - A técnica de punção é igual a da punção venosa direta, todavia devemos fazer a fixação do dispositivo, utilizando a técnica que mais se adapte ao caso e local da punção; - O espaço interno do scalp deve ser preenchido por soro ou com o sangue que reflui da veia (para retirar o ar), para poder conectar no equipo de soro. Faça a fixação do scalp com esparadrapo, previamente cortado; - Certifique-se de que o scalp está no interior da veia, descendo o frasco de soro abaixo do nível da veia; - Identifique com data, hora, numeração do cateter utilizado e nome do profissional que realizou a punção). * Se for uma punção para manutenção do acesso por mais tempo (até 3 dias) utilizando CATETER TIPO ABOCATH (jelco, introcan) A técnica de punção é igual a das anteriores, com angulação de 15º e com bisel para cima. Ao penetrar no interior da veia, veremos que reflui sangue no dispositivo transparente (canhão) do abocath; Segura-se o mandril e empurra-se o cateter para o interior da veia até fique complemente introduzido; Retira-se o mandril, comprimindo-se a ponta do catéter, sobre a pele, impedindo ou diminuido o refluxo de sangue; Conecta-se ao equipo de soro através de uma torneira de 3 vias ou similar; Após a punção, deve ser feito o teste de refluxo, para evidenciar que realmente o cateter está no interior do vaso e, então, inicia-se o gotejamento do soro e fixação do acesso. * REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS CIANCIARULLO, T.I. (org). Instrumentos básicos para o cuidar: m desafio para a qualidade de assistência. São Paulo. Atheneu, 2003 POTTER, P. A., PERRY, A. G. Fundamentos de enfermagem: Conceitos, processo e prática. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. POSSO, Maria Belém Salazar. Semiologia e Semiotécnica de Enfermagem. São Paulo: Atheneu, 2006. SWEARINGEN, Pâmela L. Atlas fotográfico de procedimentos de enfermagem. São Paulo: ARTMED 2001. WALDOW, VERA REGINA. O cuidado na saúde. Rio de Janeiro:Vozes, 2001. LIMA, Maria José de. O que é enfermagem. 2.ed. São Paulo: Brasiliense, 2001. 102 p. (Coleção Primeiros Passos ; n.277) BATES, B. M. D. Propedêutica médica. Rio de Janeiro: Guanabara, 1990 TEIXEIRA, Enéas Rangel, FIGUEIREDO, M.A.D.E. O Desejo e a necessidade no cuidado com o corpo. Niterói: Eduff, 2002. CASSIANE, Silvia HelenaDe Bortoli. Administração de medicamentos. Programa Instrucional Auxiliado pelo Computador. CD. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. Universidade de São Paulo. 1998. GIOVANI, Arlete M.M. Enfermagem, cálculo e administração de medicamentos - São Paulo: Scrinium , 2002. * Câncer de boca
Compartilhar