ARQ MEC SOLOS-Exercício 10 - Movimento massas

Prévia do material em texto

Página 1 de 4 
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO 
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 
MECÂNICA DOS SOLOS APLICADA À ARQUITETURA E URBANISMO 
 
Nome Completo ______________________________________________________ Turma: 
RA: _________________________ 
EXERCICIO 10 – MOVIMENTOS DE MASSA 
 
1ª questão: Explicar no que consiste uma análise de estabilidade de taludes e qual é sua finalidade. 
 
2ª questão: Quais são os tipos de movimentos de massa de solos, com relação à sua forma? Citar os 
grupos e os tipos de escorregamentos existentes em cada grupo. 
 
3ª questão: Quais são as evidências de um rastejo? Pesquisar como foi projetada a proteção dos pilares 
da Rodovia dos Imigrantes, para conviver em segurança com esse tipo de movimento de massa, expli-
cando como funciona esse dispositivo. 
 
4ª questão: Quais são as consequências de uma ocupação antrópica desordenada pode causar para a 
estabilidade das encostas? 
 
5ª questão: Como a Arquitetura e o Urbanismo podem contribuir, em termos de planejamento urbano 
de uma cidade, para evitar desastres/acidentes provenientes de escorregamento de encostas? 
A B E F N 
 
1° A análise de estabilidade de taludes é um estudo técnico que busca verificar se um talude — seja ele natural ou construído — encontra-se estável ou apresenta risco de deslizamento. Esse processo envolve a avaliação das forças que atuam sobre o maciço de solo, como o peso próprio, presença de água, sobrecargas e a resistência do solo, com o objetivo de calcular o Fator de Segurança (FS). Esse fator representa a relação entre a capacidade do solo em resistir ao deslizamento e as forças que tendem a provocar esse movimento.
O principal propósito da análise é assegurar a segurança de obras de engenharia, das pessoas e das estruturas próximas, além de evitar acidentes como deslizamentos e colapsos.
2° Os movimentos de massa de solos são classificados de acordo com a forma e o comportamento do deslocamento. Entre os principais tipos estão os escorregamentos rotacionais, que ocorrem em superfícies curvas e são comuns em taludes naturais com solos argilosos, sendo caracterizados pelo escorregamento circular. Já os escorregamentos translacionais acontecem em superfícies planas ou levemente inclinadas, sendo classificados como escorregamentos planos ou planares. Os fluxos envolvem uma massa de solo que se comporta como um fluido, como no caso do fluxo de lama, típico de regiões com alta saturação de água. As quedas ocorrem quando fragmentos de rochas ou solos se desprendem e caem livremente, sendo frequentes em áreas rochosas ou paredões. Por fim, os rastejos representam um movimento lento e contínuo do solo, geralmente perceptível apenas ao longo do tempo.
3° Evidências de rastejo podem ser observadas na inclinação de postes e cercas, na curvatura de árvores e muros, no aparecimento de degraus ou trincas no terreno e em distorções em estruturas construídas sobre o solo. Na Rodovia dos Imigrantes, para enfrentar o problema do rastejo nas encostas da Serra do Mar, os pilares dos viadutos foram projetados com apoios articulados e bases móveis, conhecidas como sapatas deslizantes. Essas soluções estruturais permitem que os pilares acompanhem os pequenos deslocamentos do solo sem provocar fissuras ou rupturas, mantendo a integridade da obra mesmo diante do movimento lento e contínuo do terreno. Além disso, o projeto contempla sistemas de drenagem que controlam o lençol freático e reduzem a pressão da água sobre os taludes, contribuindo para a estabilidade das encostas.
4° A ocupação humana desordenada pode comprometer significativamente a estabilidade dos taludes. A supressão da vegetação, que exerce um papel fundamental na estabilização do solo, é um dos principais agravantes. Além disso, o aumento da impermeabilização do solo eleva o escoamento superficial da água, contribuindo para a instabilidade. Construções realizadas no topo das encostas geram uma carga excessiva sobre o terreno, o que também favorece o surgimento de escorregamentos. Intervenções mal planejadas, como cortes mal executados ou aterros sem a devida compactação, somadas à ausência de sistemas adequados de drenagem, aumentam a infiltração e a pressão da água nos solos. Todos esses fatores, em conjunto, comprometem o equilíbrio dos taludes e elevam consideravelmente o risco de escorregamentos e desastres associados.
5° A Arquitetura e o Urbanismo desempenham um papel fundamental na prevenção de desastres em áreas de encosta, por meio de diversas estratégias integradas. Entre elas, destaca-se o mapeamento de áreas de risco, que permite identificar regiões instáveis e impedir ocupações inadequadas. O planejamento do uso do solo com base em critérios geotécnicos é essencial para garantir a segurança das intervenções. Além disso, é fundamental promover infraestrutura de drenagem eficiente, capaz de escoar adequadamente as águas pluviais e evitar a saturação do solo. A conservação e recuperação da vegetação nativa nas encostas também contribui para a estabilização do terreno. Soluções de contenção e estabilização, como muros de arrimo, taludes gramados e gabiões, devem ser incorporadas ao projeto urbano. Por fim, a formulação de políticas habitacionais seguras é crucial para evitar ocupações irregulares em áreas de risco, promovendo um crescimento urbano mais seguro e sustentável.