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Soluções das Questões de Mecânica dos Solos - Hidráulica dos Solos Questão #3: Ensaio de Permeabilidade de Carga Constante Fórmulas Utilizadas: 1. Área da seção transversal do CP: A = πD2 4 2. Coeficiente de permeabilidade de carga constante: k = V ·L A·h·t Onde h = hA − hB (diferença de carga hidráulica). 3. Correção de temperatura: k20 = kT · ηT η20 • Viscosidade dinâmica da água a 29°C (η29): 0.815× 10−3 Pa · s • Viscosidade dinâmica da água a 20°C (η20): 1.002× 10−3 Pa · s • Fator de correção: η29 η20 = 0.815×10−3 1.002×10−3 ≈ 0.813 4. Relação empírica de Hazen: k (cm/s) = C · (D10 (mm))2 Para areias finas limpas, o valor de C é geralmente considerado 1.0. Cálculos: 1. Área do CP (A): A = π(0.1 m)2 4 = 0.007854 m2 2. Cálculo de k para cada ensaio (à T = 29◦C): • Ensaio 1: t1 = 2 min 25 s = 145 s h1 = (157−24) mm = 133 mm = 0.133 m k1 = 2.5×10−4 m3·0.1 m 0.007854 m2·0.133 m·145 s ≈ 1.648× 10−4 m/s • Ensaio 2: t2 = 3 min 5 s = 185 s h2 = (191−89) mm = 102 mm = 0.102 m k2 = 2.5×10−4 m3·0.1 m 0.007854 m2·0.102 m·185 s ≈ 1.690× 10−4 m/s • Ensaio 3: t3 = 4 min 55 s = 295 s h3 = (262−195) mm = 67 mm = 0.067 m k3 = 2.5×10−4 m3·0.1 m 0.007854 m2·0.067 m·295 s ≈ 1.614× 10−4 m/s 3. Coeficiente de permeabilidade médio à temperatura do ensaio (kT,avg): kT,avg = (1.648+1.690+1.614)×10−4 3 ≈ 1.651× 10−4 m/s 4. Correção para 20°C (k20): k20 = kT,avg · η29 η20 = 1.651× 10−4 m/s · 0.813 ≈ 1.343× 10−4 m/s 5. Cálculo pelo método de Hazen: D10 = 0.12 mm kHazen = 1.0 · (0.12)2 = 0.0144 cm/s kHazen = 0.0144× 10−2 m/s = 1.44× 10−4 m/s 6. Comparação: • Valor médio experimental (k20): 1.343× 10−4 m/s • Valor empírico de Hazen (kHazen): 1.44× 10−4 m/s Os valores obtidos são muito próximos, indicando boa concordância entre o ensaio e a estimativa empírica para esta areia fina. 1 Questão #4: Ensaio de Permeabilidade de Carga Variável Fórmulas Utilizadas: 1. Área da seção transversal do CP: A = πD2 4 2. Área da seção transversal do tubo de descida: a = πd2 4 3. Coeficiente de permeabilidade de carga variável: k = a·L A·(t2−t1) · ln ( h1 h2 ) Onde h1 e h2 são as cargas hidráulicas (níveis da água no tubo) nos tempos t1 e t2, respectivamente. 4. Correção de temperatura: k20 = kT · ηT η20 • Viscosidade dinâmica da água a 27°C (η27): 0.854× 10−3 Pa · s • Viscosidade dinâmica da água a 20°C (η20): 1.002× 10−3 Pa · s • Fator de correção: η27 η20 = 0.854×10−3 1.002×10−3 ≈ 0.852 Cálculos: 1. Área do CP (A): A = π(0.1 m)2 4 = 0.007854 m2 2. Área do tubo de descida (a): a = π(0.003 m)2 4 = 7.0686× 10−6 m2 3. Razão das áreas: a A = 7.0686×10−6 0.007854 ≈ 9.00× 10−4 4. Cálculo de k para cada intervalo (à T = 27◦C): (Note: Níveis da água devem ser convertidos para metros para consistência) • Intervalo 1: t1 = 0 s, h1 = 1.000 m para t2 = 15 s, h2 = 0.900 m k1 = 9.00×10−4·0.1 15 · ln ( 1.000 0.900 ) ≈ 6.322× 10−7 m/s • Intervalo 2: t1 = 15 s, h1 = 0.900 m para t2 = 30 s, h2 = 0.800 m k2 = 9.00×10−4·0.1 15 · ln ( 0.900 0.800 ) ≈ 7.067× 10−7 m/s • Intervalo 3: t1 = 30 s, h1 = 0.800 m para t2 = 49 s, h2 = 0.700 m k3 = 9.00×10−4·0.1 19 · ln ( 0.800 0.700 ) ≈ 6.331× 10−7 m/s • Intervalo 4: t1 = 49 s, h1 = 0.700 m para t2 = 70 s, h2 = 0.600 m k4 = 9.00×10−4·0.1 21 · ln ( 0.700 0.600 ) ≈ 6.608× 10−7 m/s • Intervalo 5: t1 = 70 s, h1 = 0.600 m para t2 = 96 s, h2 = 0.500 m k5 = 9.00×10−4·0.1 26 · ln ( 0.600 0.500 ) ≈ 6.300× 10−7 m/s 5. Coeficiente de permeabilidade médio à temperatura do ensaio (kT,avg): kT,avg = (6.322+7.067+6.331+6.608+6.300)×10−7 5 = 6.526× 10−7 m/s 6. Correção para 20°C (k20): k20 = kT,avg · η27 η20 = 6.526× 10−7 m/s · 0.852 ≈ 5.569× 10−7 m/s 2 Questão #6: Capilaridade - Equação de Jurin Análise do Gráfico: 1. Nível de Água (NA): Onde u = 0. No gráfico, u = 0 ocorre a uma profundidade de h = 5.1 m. Portanto, o NA está a 5.1 m de profundidade. 2. Altura de Ascensão Capilar (hc): A máxima sucção (tensão neutra negativa) ocorre na super- fície do terreno (h = 0), onde u = −5.1 kPa. hc = |umin| γw = |−5.1 kPa| 10 kN.m−3 = 5.1 kN/m2 10 kN/m3 = 0.51 m Equação de Jurin: A Equação de Jurin descreve a altura de ascensão capilar em um tubo de diâmetro d: hc = 4 · σ · cos θ γw · d Onde: • hc = altura de ascensão capilar (m) • σ = tensão superficial da água (N/m) • θ = ângulo de contato entre a água e a superfície do poro (graus) • γw = peso específico da água (N/m3) • d = diâmetro efetivo do poro (m) Valores Adotados (para água e ar a 25°C): • Tensão superficial da água (σ): σ = 0.072 N/m (valor padrão para água a 25°C). • Ângulo de contato (θ): Para umedecimento perfeito em solos, assume-se θ ≈ 0◦, portanto cos θ ≈ 1. • Peso específico da água (γw): γw = 10 kN.m−3 = 10000 N.m−3 (dado na questão). • Altura de ascensão capilar (hc): 0.51 m (calculado a partir do gráfico). Cálculo do Diâmetro Médio dos Poros (d): Rearranjando a Equação de Jurin para d: d = 4 · σ · cos θ γw · hc Substituindo os valores: d = 4 · 0.072 N/m · 1 10000 N/m3 · 0.51 m d = 0.288 5100 = 5.647× 10−5 m Expressando o diâmetro no formato solicitado (x.xxx mm): d = 5.647 × 10−5 m = 5.647 × 10−2 mm = 0.056 mm (arredondado para três casas decimais) Como a equação foi obtida: A Equação de Jurin é derivada do equilíbrio de forças em uma coluna de líquido em um tubo capilar. 1. Força de Tensão Superficial: A água adere às paredes do tubo devido à tensão superficial (σ). Essa força atua ao longo do perímetro da interface água-ar. A componente vertical dessa força é FT = (πd) · σ · cos θ, onde (πd) é o perímetro do tubo. 2. Força Gravitacional (Peso da Coluna de Água): O peso da coluna de água que é elevada é FG = (Volume) · γw = ( πd2 4 · hc ) · γw. 3. Equilíbrio: Em equilíbrio, a força que puxa a água para cima é igual à força que puxa para baixo: FT = FG (πd) · σ · cos θ = πd2 4 · hc · γw 3 Dividindo ambos os lados por (πd): σ · cos θ = d 4 · hc · γw Rearranjando para hc: hc = 4 · σ · cos θ γw · d Para determinar o diâmetro d a partir de uma altura de ascensão capilar hc medida (como no problema), a equação é rearranjada para: d = 4 · σ · cos θ γw · hc Este procedimento permite estimar o diâmetro dos poros do solo com base nas propriedades da água e na altura de ascensão capilar observada. 4